S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF VOLUME 05 PEDAGOGIA Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 1 ISSN 1676-6814 XVII VOLUME 05 PEDAGOGIA GARÇA/SP - 2014 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Exemplares desta publicação podem ser solicitados à: SOCIEDADE CULTURAL E EDUCACIONAL DE GARÇA FACULDADE DE ENSINO SUPERIOR E FORMAÇÃO - FAEF Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] Telefone: (14) 3407-8000 EDIÇÃO, EDITORAÇÃO ELETRÔNICA, ARTE FINAL e CAPA Aroldo José Abreu Pinto Ficha Catalográfica elaborada pela biblioteca da Faculdade de Ensino Superior e Formação - FAEF 630 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. S621a XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF. Anais... – Garça: Editora FAEF, 2014. 301 p. vol 05 - (07 vols.) 15x22cm. ISSN 1676-6814 1. Ciências Agrárias 2.Ciências Contábeis 3. Administração 4. Agronomia 5. Engenharia Florestal 6. Medicina Veterinária 7. Pedagogia 8. Psicologia 9. Direito. 10 Turismo. 11 Comércio Exterior Os autores são responsáveis pelo conteúdo das palestras e trabalhos científicos. Reprodução permitida desde que citada a fonte. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso a Garça, km 1. CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 4 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII SUMÁRIO Apresentação ............................................................... 11 Comissão Organizadora ................................................... 13 Agradecimentos ............................................................ 15 Programação ................................................................ 17 TRABALHOS APRESENTADOS Pedagogia .................................................................... 19 A AUTONOMIA DA RAZÃO E MODELOS DE RACIONALIDADE NA IDADE MODERNA: AS CONTRIBUIÇÕES DE RENÉ DESCARTES, JOHN LOCKE E IMMANUEL KANT Odair Vieira da SILVA1 .................................................... 21 A EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE MUDANÇA GODOY, Ana Maria Oliveira Batista de; ANDRADE, Lucila Cristina Paladin de; CRUVINEL, Fabiana Rodrigues3 .......................... 29 A HISTÓRIA EM QUADRINHOS E A MATEMÁTINA: A CONTRIBUIÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA Luis Henrique Ribeiro de PLÁCIDO; Lara Ribeiro de PLÁCIDO; Marta Fresneda TOMÉ ............................................................ 41 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 5 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Fernanda Peres ANTONIO; Camila Castro Marcelino MARTINS; Caroline Aparecida JACINTO ............................................ 49 A MANIFESTAÇÃO DAS DIFERENTES TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NOS MÉTODOS DE ENSINO ADOTADOS PELOS PROFESSORES: UM ESTUDO DE CASO Náyra Cristina do AMARAL; Renato Nogueira BELINTANI; Rita de Cássia VALENTE; Antúlio José AZEVEDO ............................... 59 A MATEMÁTICA NOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM FRANCISCO, Camila de Lima; MATOS, Mayara Cristiane de Oliveira; SANTOS, Maria Fernada; TOMÉ, Marta Fresneda ..................... 69 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ATRAVÉS DA PRÁTICA CONSTRUTIVISTA Andressa JUSTINO; Priscila Fernanda de SOUZA; Antúlio José de AZEVEDO ................................................................... 75 AS CONCEPÇÕES SOBRE RAZÃO OBJETIVA E RAZÃO SUBJETIVA NA OBRA ECLIPSE DA RAZÃO DE MAX HORKHEIMER Odair Vieira da SILVA ..................................................... 85 BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM DE GARDNER, PIAGET, VYGOTSKY E WALLON E O OLHAR PSICOPEDAGÓGIO SOBRE AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS Flávia Maia GARCIA; Luciana da SILVA; Rodrigo M. de Melo DIEGUES; Helena Maria da Silva SANTOS .......................................... 93 BRINCANDO COM A MATEMÁTICA: ENSINO DA MATEMÁTICA COM JOGOS E BRINCADEIRAS CARDOSO, Daniela Uzai; ALMEIDA, Thaís Sanches de; TOMÉ , Marta Fresneda .................................................................. 103 CONCEITOS E CONCEPÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Luciana Peres Antônio BONINI; Jaqueline Aparecida SILVA; Roberta Bragante MARTINS; Walkíria Elias ROCHA ............................ 109 CONTRIBUIÇÃO DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO HUMANA Fernanda Peres ANTONIO; Ana Carolina Leandro OLIVEIRA; Larissa Kikuti BAIA ....................................................... 117 6 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONTRIBUIÇÕES DO CURRÍCULO ESCOLAR E DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Rosana dos Santos de Moraes FREITAS; Elaine Regina MEDEIROS; Marta Fresneda TOMÉ ................................................... 125 CURRÍCULO E A LITERATURA INFANTIL: NOVAS SENSIBILIDADES SOBRE O PROCESSO DE APRENDER CARRENHO, Silvanira Migliorini; KIMURA, Marcia Regina de Souza; VEGAS, Dirce Aparecida Izidoro; TOMÉ, Marta Fresneda .......... 133 CURRÍCULO E DIDÁTICA: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DO CURRÍCULO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Náyra Cristina do AMARAL; Renato Nogueira BELINTANI; Rita de Cássia VALENTE; Marta Fresneda TOMÉ .............................. 143 CURRÍCULO: UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Milena Fonseca PAGLIARIN; Estela Inácio PEREIRA; Renata Maria FERREIRA; Marta Fresneda TOMÉ ...................................... 151 EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: VOLTANDO AOS ESTUDOS Luciana Peres Antonio BONINI; Ana Carolina Leandro OLIVEIRA; Larissa Kikuti BAIA ....................................................... 161 EDUCAÇÃO INFANTIL E GESTÃO ESCOLAR: SENTIDOS PARA O ENCONTRO NA PRÁTICA SOCIAL Marta Fresneda TOMÉ ................................................... 167 EMILIA FERREIRO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO Caroline Silva PELEGRINI; Daiana Scarpinelli FRANCISCO; Milene Suelen Francisco de ABREU ............................................ 187 ENSINO DE MATEMÁTICA POR MEIO DOS JOGOS E AS CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE VYGOTSKY Amanda CORREIA; Gabriele Aparecida ALVES; Renato Cristiano MEDEIROS; Joice Ribeiro Machado da SILVA ......................... 197 FAZENDO ARTE NA MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA SOARES, Thaís Cristina; TOMÉ, Marta Fresneda ..................... 205 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 7 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA GUY BROUSSEAU E SUAS CONCEPÇÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA ESCOLA REGULAR Francielle de Cássia MORENO; Larissa Carvalho dos Santos de OLIVEIRA; Joice Ribeiro Machado da SILVA .......................... 213 INCLUSAO ESCOLAR: ASPECTOS SOBRE ESCOLA INCLUSIVA Fernanda Antonio PERES; Analice Pereira de OLIVEIRA; Franciele de Cássia Cristina MORENO ................................................ 221 INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO EM RECLUSOS DE UNIDADES SOCIOEDUCATIVAS Fabiana Oliveira KOGA .................................................. 229 MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM O USO DA TECNOLOGIA: OS GAMES ENSINAM A CONTAR Fernanda Vaqueiro da SILVA; Marta Fresneda TOMÉ ................ 239 O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RECICLAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS MARTINS, Ana Caroline; OLIVEIRA, Thamara Reis Picolott; TOMÉ, Marta Fresneda .......................................................... 249 O ENSINO E APRENDIZAGEM NAS PRISÕES Luciana Peres Antonio BONINI; Camila Castro Marcelino MARTINS; Caroline Aparecida JACINTO; Maria Lúcia Ferreira de SOUZA .... 257 PESPECTIVA DE LINGUAGEM, LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Peres ANTONIO; Jaqueline Aparecida SILVA; Roberta Bragante MARTINS; Walkíria Elias ROCHA ............................ 267 UMA ABORDAGEM SOBRE GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA BRASILEIRA FREITAS, Rosana dos Santos de Moraes; SOUZA, Margarethe Costa Barbosa de; TOMÉ, Marta Fresneda ................................... 275 UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES A PARTIR DE ALGUMAS INQUIETAÇÕES DE FREIRE, PAPERT E NÓVOA Rodrigo Yoshio TAMAE ................................................... 283 Normas para elaboração de artigo científico do Simpósio da FAEF ....................................................................... 297 8 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII APRESENTAÇÃO O décimo sétimo Simpósio de Ciências Aplicadas é um marco histórico para todos os membros da nossa prestigiada FAEF. Chegamos às vésperas de duas décadas de existência, tratandose do mais relevante evento anual de ensino, pesquisa e extensão da nossa IES, momento em que todos os membros da direção, coordenações, corpo administrativo, funcionários, colaboradores, docentes e discentes estão unidos para um único objetivo, qual seja, a construção e a divulgação do conhecimento. Prova dessa assertiva é a inscrição de aproximadamente 2000 pessoas entre alunos e profissionais das diversas áreas e um número elevado de trabalhos científicos, entre artigos, comunicações científicas e técnicas, relatos de casos, revisões de literatura e outros. A cada ano, felizmente, majora o volume e a qualidade dos trabalhos inscritos e aprovados para publicação nos anais. Todavia, para quem pensa que alcançamos tudo, vale aguardar para participar desses quatro dias de evento, pois, aspiramos continuar “mudando a história” da melhor maneira que sabemos: produzindo e divulgando conhecimento (tríade: ensino, pesquisa e extensão de excelência). Assim sendo, com muita dedicação, paixão e profissionalismo ao que fazemos, temos a certeza de que a décima sétima edição do Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF, leva-nos, a cada ano, a buscar o conhecimento como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 9 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA que pela primeira vez, pois objetivamos atingir a nossa parcela neste processo essencial para a formação dos nossos alunos, profissionais que já estão no mercado de trabalho e a população externa que nos visita para abrilhantar este grandioso evento científico. Sejam todos bem-vindos! PROF. MSC. OSNI ÁLAMO PINHEIRO JÚNIOR PRESIDENTE EXECUTIVO 10 DO XVII SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII COMISSÃO ORGANIZADORA Presidente de Honra do Simpósio Profª. Drª. Dayse Maria Alonso Shimizu Presidente Executivo do Simpósio Prof. MSc. Osni Alamo Pinheiro Junior Vice Presidente Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Comissão Científica do Simpósio Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. MSc. Vanessa Zappa Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Comissão de Infraestrutura do Simpósio Prof. Esp. Daniel Aparecido Marzola Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. Esp. Fernando Rocha Prof. Esp. Alexandre Luis da Silva Felipe Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 11 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Prof. MSc. Felipe Camargo de Campos Lima Sra. Maria Aparecida da Silva Comissão de Captação de Parceiros Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Sr. Mateus Souza Avelar Prof. Esp. Paulo César Jacobino Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Comissão de Marketing, Comunicação Visual e Mídias Sociais Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Srta. Andréia Travenssolo Mansano Profª. MSc.Vanessa Zappa Sr. Rodrigo Pinheiro de Azevedo Sr. Anderson de Oliveira Cardoso Moraes Comissão de Documentação e Expedição de Certificados Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. MSc. Raquel Beneton Ferioli Srta. Ana Stela Agostinho Costa Srta. Andréia Travenssolo Mansano Srta. Suellen Sossolote Comissão de Cultura e Entretenimento Profª. MSc. Gisleine Galvão Bosque Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo 12 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Prof. MSc. Márcio Roberto Agostinho Prof. MSc. Martinho Otto Gerlack Neto Sra. Lirya Kemp Marcondes de Moura Srta. Andréia Travenssolo Mansano Prof. Dr. Ernani Nery de Andrade Sra. Maria Aparecida da Silva Profª. MSc. Gisele Fabricia Martins dos Reis Prof. Msc.Diego José Zanzarini Delfiol Comissão de Secretaria e Tesouraria do Simpósio Profª. Msc. Priscilla dos Santos Bagagi Profª. Msc. Gisleine Galvão Bosque Prof. Msc. Augusto Gabriel Claro de Melo Profª. Esp. Amaly Pinha Alonso Srta. Rosilene Pedroso de Oliveira Srta. Ana Stela Agostinho Costa Sr. Wilson Shimizu Comissão Editorial do Simpósio Prof. Dr. Aroldo José de Abreu Pinto Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 13 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA COMISSÃO CIENTÍFICA DOS CURSOS Administração Prof. MSc. Ricardo Alves Perri Prof. Esp. Jorge Toshio Fushimi Agronomia Prof. Dr. Edgard Marino Júnior Prof. Esp. Giovana Paiva Azevedo Profª. Drª. Letícia de Abreu Faria Ciências Contábeis Prof. Esp. Nildemar Andrade Gonçalves Gonzaga Prof. Esp. Cristiano dos Santos Dereça Direito Prof. Esp. Diogo Simionato Alves Prof. Dr. Silvio Carlos Alvares Profª. MSc. Simone Doreto Campanari Profª. Drª. Érika Cristina de Menezes Vieira Costa Tamae Profª. MSc. Claudia Telles de Paula Engenharia Florestal Prof. MSc. Augusto Gabriel Claro de Melo Prof. MSc. Murici Carlos Candelaria Prof. Esp. Victor Lopes Braccialli Medicina Veterinária Profª. Esp. Fernanda Tamara Neme Mobaid Agudo Romão Profª. Msc. Raquel Beneton Ferioli Profª. Msc. Vanessa Zappa Pedagogia Prof. MSc. Odair Vieira da Silva Profª. MSc. Neuci Leme de Camargo Profª. MSc. Priscilla dos Santos Bagagi Psicologia Prof. MSc. Rangel Antonio Gazzolla Profª. MSc. Juliana Baracat Turismo Profª. Msc. Talita Prado Barbosa 14 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII AGRADECIMENTOS A Comissão Organizadora e a Administração Superior da Sociedade Cultural e Educacional de Garça agradecem imensamente a todos aqueles que participaram do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e, em especial, aos palestrantes, apoios e/ou patrocínios das empresas e órgãos públicos que contribuíram para o sucesso do evento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 15 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 16 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII PROGRAMAÇÃO Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 17 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA MINICURSOS XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF - Entretenimento Além de enriquecer o conhecimento profissional, no XVII Simpósio de Ciências Aplicadas os participantes puderam participar de atividades culturais, de entretenimento, de lazer e de educação ambiental. Confiram a programação: - Dia 6 de maio, a partir das 19h, na Estância FAEF: Concurso Miss e Mister FAEF e Nossos Talentos; - Dia 7, 8 e 9 de maio, das 17h30 às 19h, no campo: Campeonato de futebol; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no Haras: Atividades Equestres; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, na Estância FAEF: Dog Fashion Day; - Dia 9 de maio, das 15 às 17h50, no NUEMA: Oficina Ambiental. 18 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII TRABALHOS APRESENTADOS Pedagogia Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 19 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 20 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A AUTONOMIA DA RAZÃO E MODELOS DE RACIONALIDADE NA IDADE MODERNA: AS CONTRIBUIÇÕES DE RENÉ DESCARTES, JOHN LOCKE E IMMANUEL KANT Odair Vieira da SILVA1 Docente do curso de Pedagogia, da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF/ACEG – Garça – São Paulo – Brasil, e-mail: [email protected] 1 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo oferecer uma análise crítica sobre a história da razão e do esclarecimento. A ênfase se dará a partir das mudanças econômicas, políticas, sociais e filosóficas da transição da Idade Média para a Idade Moderna. Desse modo, serão apresentadas as principais implicações dessas mudanças para as formulações das epistemologias ou teorias do conhecimento ligadas aos estudos da razão. Nesse sentido, serão abordadas as duas principais vertentes de investigação filosófica: o racionalismo e o empirismo. Ao longo do texto serão analisadas as contribuições dos principais filósofos desse período René Descartes e John Locke. No que tange aos ideais do Iluminismo, o texto abordará as questões ligadas à autonomia do sujeito e a crença no uso da razão. A delimitação crítica do conhecimento e da razão terá alusões aos escritos do filósofo alemão Immanuel Kant. Palavras- chave: Autonomia. Esclarecimento.Razão. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 21 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This paper aims to provide a critical analysis of the history of reason and enlightenment. Emphasis will be given from the economic, political, social and philosophical changes of the transition from the Middle Ages to the Modern Age. Thus, analyzes the main implications of these changes for the formulations of epistemologies or theories of knowledge related to studies of reason. In this sense, we will discuss the two major strands of philosophical inquiry: rationalism and empiricism. Throughout the text are analyzed contributions from leading philosophers of this period René Descartes and John Locke. With respect to the ideals of the Enlightenment, the text will address issues related to the individual’s autonomy and belief in the use of reason. The definition of critical knowledge and reason have allusions to the writings of the German philosopher Immanuel Kant. Keywords: Autonomy. Enlightenment. Reason. 1.INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende realizar uma análise crítica sobre a história da razão e do esclarecimento. Nesse sentido, vamos nos reportar as mudanças intelectuais e filosóficas do percurso da razão, tendo como foco inicial o racionalismo clássico proposto por René Descartes. Nessa perspectiva de análise das estruturas do pensamento, faremos uma reflexão sobre as produções intelectuais de outra vertente filosófica desse período, conhecida como empirismo, que teve como principais pensadores os filósofos John Locke, Francis Bacon e David Hume. Por conseguinte, seguindo a linha das reflexões sobre a razão e o esclarecimento, analisaremos os ideais iluministas de meados do século XVIII e sua crença exacerbada nos poderes da razão. Assim sendo, esse período será estudado sobre o viés da crítica as normas da razão e da experiência humana, tendo como suporte teórico as obras do filósofo alemão Immanuel Kant. 22 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2.A AUTONOMIA DA RAZÃO E MODELOS DE RACIONALIDADE NA IDADE MODERNA De acordo com Cambi(1999), a Idade Moderna período histórico que se estende de 1453 (queda do império Bizantino) a 1789 (Revolução Francesa), foi palco de diversas rupturas e revoluções no âmbito “geográfico, econômico, político, social, ideológico, cultural e pedagógico”. (p. 196). Nesse período, as estruturas do pensamento humano passaram a ser alvo de intensas averiguações pelos principais expoentes da filosofia. Todavia, foi durante o período da filosofia denominado como Filosofia Moderna do século XVII a meados do século XVIII, que surgiu o período conhecido como Grande Racionalismo Clássico. Nesse período, ocorreram grandes mudanças intelectuais, tais como o surgimento do sujeito do conhecimento, o pensamento autoconsciente e a valorização do saber científico. (STRENGER, 1998). Além desses fatores, nesse período iniciou-se a crença no fato de que a natureza, a sociedade e a realidade são racionais em si mesmas e são representadas pelas ideias do sujeito do conhecimento. Os principais pensadores desse período foram René Descartes e John Locke. (STRENGER, 1998). Esses filósofos estabeleceram várias epistemologias ou teorias do conhecimento, dentre as quais podemos destacar duas principais vertentes:a racionalista e a empirista. A vertente racionalista teve em René Descartes seu principal articulador, pois rompeu com o movimento filosófico e teológico da escolástica e fundou o seu próprio sistema de pensamento, com base no sujeito pensante e não no mundo exterior. Desse modo, de acordo com Cambi (1999), o racionalismo exaltava a evidencia e a severidade analítica ligada aos juízos claros e distintos, além de reclamar a racionalização explicita dos saberes. Afora essas características, a filosofia cartesiana defendia a tese das ideias inatas. Para Descartes as ideias claras e distintas são encontradas na própria atividade mental. Assim, “as noções gerais, como extensão e movimento, sentido independentes dos sentidos, representam para Descartes ideias inatas, o genuíno conhecimento é composto dessas qualidades primárias”. (RUSSELL, 2004, p. 319). Contudo, as ideias inatistas da filosofia racionalista cartesiana, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 23 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA provocaram uma forte reação dos filósofos empiristas. O empirismo, na filosofia ocidental, negava a possibilidade de ideias espontâneas ou pensamentos a priori e fundamenta todo o conhecimento na experiência. Desse modo, para os empiristas “no curso pensamento e da especulação, jamais poderemos ir além dos confins daquilo que acumulamos através da sensação e da reflexão”. (Idem, p. 348). O filósofo inglês John Locke, foi o fundador da escola do empirismo. Locke destacava o papel dos sentidos na busca do conhecimento, e afirmava que a mente humana, no momento do nascimento, é como uma folha em branco sobre a qual a experiência transmite o conhecimento, não confiava na intuição, nem nas ideias inatas. John Locke (1632-1704) foi o fundador do empirismo com o Ensaio sobre o entendimento humano (1690), em nível gnoseológico e metafísico, mas foi também o teórico da tolerância (Carta sobre tolerância, 1690); foi, de maneira geral, o representante de um pensamento crítico que pretende submeter toda afirmação à prova da experiência e, portanto, colocar no centro do próprio trabalho os princípios da verificação experimental e da inferência empiricamente provada. [...] Locke desenvolve um empirismo explicito e radical, contrapondo-se – também aqui – a todo inatismo e a toda predestinação, tão caros ao pensamento tradicional. (CAMBI, 1999, p. 316). Segundo Russell (2004) um dos principais aspectos do empirismo foi a tolerância, que deveria ser estendida a todos aqueles que seguissem tradições diferentes. Locke insistia que a tolerância fosse estendida sem distinção a todos, essa atitude “esclarecida passou a caracterizar o clima intelectual do período e durante o século XVIII conseguiu se firmar, primeiro França e depois na Alemanha”. (p. 371). Nessa perspectiva, Rouanet (1987) também considerava o iluminismo como “uma tendência intelectual, não limitada a qualquer época específica, que combate o mito e o poder a partir da razão”. (p.28). Ainda com relação ao iluminismo, Strenger (1998), salienta que, [...] enquanto tendência de pensamento, o ideário iluminista é definido pelo emprego da crítica e das normas da razão a todos os campos da experiência humana. Daí a acepção proposta por Kant: “O Iluminismo é a libertação do homem de sua culpável incapacidade. A incapacidade significa a 24 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF impossibilidade de servir-se de sua inteligência sem a direção do outro. Esta incapacidade é culpável por que sua causa não reside na falta de inteligência, mas de decisão e valor para servir-se de si mesmo dela ...Sapere aude!”. Dessa maneira, para o Iluminismo, a razão é única em todos os homens e a mesma em todas as épocas e em quase todos os povos, caracterizando-se, ainda, pela entusiástica aspiração a estender a todos os campos da experiência humana a análise racionalista. (p. 200). Nesse aspecto, Adorno (2006) ao refletir sobre a obra de Kant, ligada a emancipação, a menoridade e a democracia, relata sobre um ensaio do autor intitulado resposta á pergunta: o que é esclarecimento? Ali ele define a menoridade ou tutela e, deste modo, também a emancipação, afirmando que este estado de menoridade é auto culpável quando sua causa não é a falta de decisão e de coragem de servir-se do entendimento sem orientação de outrem. “Esclarecimento é à saída dos homens de sua auto inculpável menoridade”. (p. 169). Destarte, coube ao filósofo alemão Immanuel Kant, realizar a delimitação crítica da razão. Kant procurou superar tanto o racionalismo quanto o empirismo e realizou o que ele mesmo chamou de revolução copernicana, [...] pois, em vez de tentar, como fizera Hume, explicar os conceitos em função da experiência, dedicou-se a explicar a experiência em função dos conceitos. Em certo sentido, poderíamos dizer que a filosofia de Kant mantém o equilíbrio entre a posição extrema do empirismo britânico, por um lado, e os princípios inatos do racionalismo cartesiano, por outro. (RUSSELL, 2004, p. 385). Kant foi o principal pensador da Aufklärung, ou Esclarecimento, nome dado ao Iluminismo na Alemanha do século XVIII, e se empenhou na crítica da própria razão. O centro da filosofia kantiana é o ser humano, dotado de razão e liberdade. Nesse sentido, a fim de investigar as condições nas quais se dá o conhecimento, ele desenvolve um exame crítico da razão (teórica e prática). Kant iniciou sua filosofia crítica em 1770, com uma dissertação “que se tornou marco no desenvolvimento da filosofia moderna, consignada nas três Críticas (Crítica da razão pura, 1781; Critica da razão prática, 1788; Crítica do juízo, 1790)”. (CAMBI, 1999, p. 361). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 25 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA É significativo assinalar que na obra Crítica da razão pura, Kant realiza a distinção entre o conhecimento a posteriori ou empírico e o conhecimento a priori ou puro. O conhecimento empírico, como diz a própria expressão, reduz-se aos dados fornecidos pelas experiências sensíveis. [...] O conhecimento puro ou a priori, ao contrario, não depende de qualquer experiência sensível, distinguindo-se do empírico pela universalidade e necessidade. (KANT, 2005, p. 7) Além dos conceitos do conhecimento empírico e puro, Kant na obra Crítica a razão pura, ainda realiza a distinção entre juízo analítico e juízo sintético. Para Kant (2005), no juízo analítico “o predicado já está contido no sujeito, de tal forma que o juízo em questão consiste apenas em um processo de análise, através do qual se extrai do sujeito aquilo que já está contido nele.” (p.7). No que tange ao juízo sintético, “ao contrário, unem o conceito expresso pelo predicado ao conceito de sujeito, constituindo o único tipo de juízo que enriquece o conhecimento.” (Idem, p. 8). Além das distinções acima, Kant ainda classifica os juízos em três tipos analítico, sintético a posteriori e sintético a priori. De acordo com Kant (2005), [...] os juízos analíticos não teriam maior interesse para a teoria e a ciência, pois, embora universais e necessários, não representam qualquer enriquecimento do conhecimento, na medida em que são tautológicos. Os juízos sintéticos a posteriori carecem de importância porque são todos contingentes e particulares, referindo-se a experiências que se esgotam em si mesmas. Portanto, o verdadeiro núcleo da teoria do conhecimento situar-se-ia no terreno dos juízos sintéticos a priori, os quais, ao mesmo tempo, são universais e necessários, enriquecendo e fazendo progredir o conhecimento. (p. 8) Nas duas obras de Kant, Crítica da razão pura de 1781 e Critica da razão prática de 1788, o autor “se opõe a razão teórica à atividade moral, o mundo sensível ao reino do inteligível, o mundo real ao ideal.” (KANT, 2005, p. 16-17). Contudo, na obra Crítica da Faculdade de Julgar de 1790, o autor constitui um momento de síntese, no qual “investiga o sentimento de prazer e desprazer como uma terceira faculdade fundamental, indagando se ela, como as demais possui princípios a priori.”(Idem, p. 17). 26 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Nessa obra o autor, ainda indaga sobre a existência de “formas universais e necessárias de subordinação do mundo natural, dominado pela necessidade, ao mundo da liberdade, no qual domina a ideia de fim, tal como almeja a razão prática.” (Idem, p. 17). Para Kant, o esclarecimento era a condição para que o homem e a humanidade adquirissem autonomia. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS As reflexões realizadas nesse trabalho apontaram para um olhar crítico sobre a história da razão e do esclarecimento, estabelecendo um recorte temporal que vai do século XVII ao século XVIII. Nesse período ocorreu uma profunda transformação cultural e social, culminando com a redescoberta do “valor autônomo do pensamento e da arte, ou então, se dirige para um novo âmbito do saber – científico-técnico – que quer interpretar o mundo iuxta própria principia e transformá-lo em proveito do homem”. (CAMBI, 1999, p. 196) Desse modo, de acordo com Cambi (1999), constitui-se no intelecto do homem moderno um conjunto de valores que moldaram sua visão de mundo e provocaram uma dupla transformação. Primeiro, tendo como referencia a laicização e a emancipação de seu pensamento. Segundo, a racionalização que provocou uma profunda revolução no campo dos saberes que passaram a se legitimar pelo livre exercício razão e pelos vínculos lógicos e científicos. 4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, T. Educação e emancipação. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. CAMBI, F. História da pedagogia. São Paulo: Editora UNESP, 1999. KANT, I. Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2005. ROUANET, S. P. As razões do iluminismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1987. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 27 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA RUSSELL, B. História do pensamento ocidental. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004. STRENGER, I. História da filosofia. São Paulo: LTr, 1998. 28 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A EDUCAÇÃO INFANTIL EM TEMPOS DE MUDANÇA GODOY, Ana Maria Oliveira Batista de 1 ANDRADE, Lucila Cristina Paladin de2 CRUVINEL, Fabiana Rodrigues3 1 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de ensino superior e formação integral FAEF – Garça/SP E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de ensino superior e formação integral FAEF – Garça/SP E-mail: [email protected] 3 Docente do curso de Pedagogia da Faculdade de ensino superior e formação integral FAEF- Garça/SP E-mail: [email protected] RESUMO Este trabalho aborda o desenvolvimento da linguagem oral e escrita em crianças de 0 a 5 anos. Para tanto, fundamentado em Miller e Mello (2008), apresenta uma reflexão teórica sobre o tema e algumas implicações pedagógicas dela decorrentes. Procura contribuir com métodos que podem ser empregados para introduzir a criança no mundo da leitura e da escrita, desse modo, traz os tipos de literatura mais adequados para o processo de apropriação da leitura e sugere fazeres pedagógicos significativos voltados para a produção escrita. Palavras-Chaves: Leitura. Linguagem Oral e Escrita. Criança. ABSTRACT This paper discusses the development of oral and written language Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 29 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA in children 0-5 years. To do so, based on Miller and Mello (2008) presents a theoretical reflection on the theme and some pedagogical implications arising from it. Seeks to contribute to methods that can be employed to introduce the child to the world of reading and writing, thereby brings the most suitable for the process of appropriation of reading and suggests significant pedagogical doings geared for production kinds of written literature. Key Words: Reading. Oral and Written Language. Child. 1. INTRODUÇÃO (O TRABALHO COM A LINGUAGEM NA ESCOLA) Estamos em uma fase da educação infantil de mudanças a todo vapor, estamos deixando para trás o modelo de escola tradicional como coloca Melo(2007), quando fala da escola de massas a que impõe obediência, disciplina, o pensamento único, e se contrapõe a formação de espíritos livres. Muito se estudou sobre educação infantil, vindo do modelo de escola tradicional de Herbert estamos diante de escolas histórico crítica, onde temos uma relação horizontal do professor com o aluno, sendo igualmente importantes para acontecer o aprendizado. Então temos que nos atentar as armadilhas que prejudicam o desenvolvimento natural das crianças, e são inúmeras, como por exemplo, citado no texto de Mello(2007) a dos desenhos mimeografados, esta atividade não ajuda a criança desenvolver nenhuma habilidade, nem mesmo coordenação motora fina, já que esta poderá ser desenvolvida nos desenhos feito de próprio punho pelas crianças, além de também atrapalhar a criatividade e a imaginação, sendo melhores exploradas no desenho confeccionado por ela mesma. Uma outra armadilha muito comum são as contradições apresentada por Mello(2007) “No berçário, dirigimos nossas ações para ensinar a criança a falar, nos anos seguintes, queremos que ela aprenda a ficar quieta. No berçário, queremos que as crianças aprendam a andar, nos anos seguintes, queremos que elas fiquem sentadas.” Não é fácil de encontrar o ponto de equilíbrio, mas temos que fazer com que as crianças entendam a diferença entre ser bagunceiro, 30 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e ativo, entre causar discórdia e ser comunicativo, elas não tem que ficar caladas e sentadas com medo do professor, elas precisam apenas aprender qual é a hora de falar, qual é a hora de prestar atenção, isso significa ter respeito e educação. Por isso que usamos o termo educação infantil e não ensino infantil, educar significar cuidar dos aspectos físicos, emocional, psíquico, social e cognitivos da criança pequena. Não podemos também subestimar a capacidade intelectual da criança. Criança pequena tem condições de aprender, portanto temos que trazer para elas o que há de melhor, o mais elaborado seja na arte, na dança, nos desenhos para trabalhar as máximas potencialidades da criança, assim como coloca Vigotsky(1996) que diz que a criança se apropria do conhecimento vendo o outro. Quando a criança começa a falar nós não a retiramos do convívio com os adultos para que ela converse apenas com outras crianças que tenham a mesma linguagem, pelo contrário é convivendo com os adultos ou com as crianças mais velhas que ela se apropria do vocabulário. Temos que falar também da importância de se falar “com” a criança e não “para” a criança, o tempo que estivermos com elas em sala de aula lecionado como professores, temos que estar atentos a qualidade do tempo vivido com as crianças. Temos que estar com elas para que possamos compreendê-las como disse Freinet temos que estar atentos as expressões da criança, pois o essencial é invisível aos olhos. 2. O CONCEITO DE LINGUAGEM (TEORIA DE VIGOTSKY E BAKHTIN) 2.1 VIGOTSKY Para explicar como acontece o aprendizado na criança usamos a tese de Vigotsky((1990) de que o homem não nasce humano, mas se torna humano, diferente dos animais que é um ser da natureza o homem ao nascer vai se apropriando do conhecimento acumulado nas gerações, primeiro através dos pais, depois com a sociedade e o meio social em que vive e futuramente no ambiente escolar. Segundo Cruvinel (2010 p.250) “A experiência social, portanto, é fonte do desenvolvimento; é por meio da relação com o outro, com as pessoas adultas e com as crianças mais velhas, que a criança se apropria da Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 31 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA cultura de acordo com as situações e com o momento histórico em que vive.” Para Vigostsky esse processo de aprendizagem do homem é um processo de educação, somos educados desde o nosso nascimento. Portanto a continuidade do progresso histórico da humanidade está atrelado a Educação. Na tarefa de educar estamos diante de um compromisso político-pedagógico e um compromisso histórico-social. Cruvinel(2010). A Educação escolar tem como objetivo promover uma elevação cultural a partir de conhecimento prévios acumulados, formar cidadãos críticos que desenvolvam a sociedade. Para Vigotsky, o desenvolvimento é resultado da aprendizagem: A aprendizagem não é em si mesma, desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança... conduz ao desenvolvimento mental, ativa todo um grupo de processos de desenvolvimento, e esta ativação não poderia produzir-se sem a aprendizagem. Por isso, a aprendizagem é um momento intrinsecamente necessário e universal para que se desenvolvam na criança essas características humanas não naturais, mas formada historicamente. (VIGOTSKY, 2006, p. 115). Para tanto no âmbito escolar, a professora ao passar um novo conteúdo às crianças precisa se atentar aos conhecimentos prévio da criança, e só ai colocar um novo conteúdo para que a criança com base no que ela já sabe construa um novo conhecimento, segundo Cruvinel(2010) os sujeitos precisam ir além do seu meio, ultrapassando os conceitos formados no dia a dia para alcançar a apropriação dos conceitos científicos. E a escola tem que criar condições favoráveis para que a criança se aproprie do máximo de conteúdo disponível. Portanto, devemos ressaltar aqui que a criança é o sujeito e precisa de um mediador no caso um adulto ou uma criança mais velha para passar à ela o conhecimento. Nessa trajetória do desenvolvimento conforme Vigotsky (1995), as crianças se desenvolve não num processo de adaptação e sim num processo de apropriação, e somente quando o conteúdo social é assimilado começa a atuar com relação a si mesmo. A partir dessa teoria devemos ver a leitura como uma prática cultural e não como uma técnica envolvendo as crianças no ato de 32 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ler e escrever desde os primeiros anos escolares na educação infantil, pois crianças aprendem ler, lendo e aprendem escrever escrevendo. O processo de aprendizagem nesse caso ocorre de forma intencional, onde a criança é o sujeito e o professor o mediador como indica Vigotsky (2007). Chegando a este ponto vale lembrar que para Vigotsky (1996), ler não é verbalizar a palavra escrita e sim tratá-la como signo, cada palavra tem seu significado, uma palavra sem significado é um som vazio. Daí a leitura como uma prática cultural complexa, conforme vamos colocar mais a frente esse processo de aprendizagem da leitura e escrita é preciso que o professor promova atividades pedagógicas contextualizadas, que permitam a criança atribuir sentidos. Finalizando conforme coloca Cruvinel (2010) a aprendizagem só ocorrerá de modo a fazer sentido aos sujeitos aprendizes. Ensinar a linguagem como sistema de signos, como uma prática cultural a partir de situações verdadeiras de leitura e escrita. 2.2 BAKHTIN Agora vamos falar da teoria de Bakhtin, e qual a sua contribuição para o ensino da leitura e da escrita às crianças. Assim como Vigotsky(1996), Bakhtin(1995) também coloca a leitura como uma prática complexa cultural e cita três aspectos relevantes na formação do leitor na escola segundo artigo de Cruvinel (2010 p. 262) “O primeiro consiste na concepção dialógica de linguagem o segundo no papel do outro para seu desenvolvimento, pois para Bakhtin a interação é o principio fundador da linguagem e, por fim, o fato de que nos apropriamos da língua por meio dos gêneros do discurso, instrumento de comunicação.” A linguagem é dialógica por natureza, segundo Bakhtin(1995), é uma linguagem social e nunca individual, nós sempre falamos ou escrevemos para alguém, existe uma ligação de no mínimo dois interlocutores, o outro é sempre importante e indispensável para que haja um discurso. A língua é viva está em permanente mudança, e é dessa forma que temos que ensinar para as crianças. Portando para Bakhtin (1995 p.263) “A linguagem produz-se num contexto que é social e dialógico a partir da relação entre os sujeitos.” Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 33 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Também vimos que a linguagem é enunciação, Bakhtin(2003) permite compreender que o ensino da leitura não se faz a partir de letras isoladas, mas a partir de enunciados concretos, assim ao fazer um enunciado entramos num processo de produzir respostas que formarão outros enunciados. De acordo com o artigo de Cruvinel Uma produção escrita, uma leitura sempre preveem interlocutores. Ao escrever, o escritor considera seu destinatário que lhe dirige a forma de tecer o discurso escrito; ao ler, o leitor torna-se coenunciador porque, ao atribuir sentido ao escrito, recria o enunciado a partir de seu próprio discurso. (2010 p.265) Bakhtin (1995) assim como Vigotsky(1996) também concebe a palavra como sistema de signos, o que a faz tornar palavra é sua significação, portanto ao ensinar a escrita para as crianças na escola não devemos tratar a palavra como sinal, ou seja, como letras, silabas e palavras isoladas para depois ensiná-las como signo. Ler e escrever não é um aprendizado técnico de codificar e decodificar como grafema e fonema, que ainda nos dias atuais é passado nas escolas, é um processo de apropriação da linguagem como prática cultural. Esta é uma armadilha tão antiga mas que cabe às nós jovens professores superar esses obstáculos, e como já falamos em Vigotsky aprender a ler lendo, a escrever escrevendo. E por fim o autor coloca que de acordo com a realidade da atividade temos diversos gêneros de linguagem, de acordo com seu conteúdo, sua estrutura e suas marcas linguísticas demandam do leitor diferentes condutas, explicando melhor nós não lemos uma receita assim como lemos um poema, ou uma notícia. 3. O TRABALHO COM A LINGUAGEM ESCRITA NA ESCOLA (LEITURA E ESCRITA) A ampliação do ensino fundamental para nove anos, (LEI N. 11.274 DE 06 DE FEVEREIRO DE 2006) tem intensificado a antecipação da escolaridade e a alfabetização precoce na Educação Infantil, com isso, os professores submetem as crianças a treinos forçados e gastam muito tempo para ensinar-lhes a leitura e a escrita. As dificuldades 34 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF surgem porque as crianças não construíram as bases orientadoras exigidas para esse tipo de tipo de aprendizagem, a articulação da função simbólica da consciência, do pensamento, da memória, da atenção e da concentração voluntárias e das percepções. Elas se apropriam dessas capacidades, por meio das várias linguagens infantis, dentre elas, o desenho, o jogo de papéis e a pintura. As crianças vivem, assim, uma experiência de fracasso e de frustração por não corresponderem às expectativas dos professores e por terem que se submeter ao disciplinamento do “processo artificial de desenhar as letras (...) independente do processo de comunicação e de expressão” (MILLER; MELLO, 2008, p. 5). Concordamos que as crianças precisam aprender a ler e a escrever e que já o fazem, a sua maneira, bem antes de entrar na escola, afinal, elas vivem mergulhadas no mundo da cultura humana onde circulam informações registradas por meio da linguagem oral e escrita. No entanto, para que aprendam a ler e a escrever convencionalmente, as atividades pedagógicas devem fazer sentido para elas, esses fazeres pedagógicos devem ter uma função social, caso contrário, as crianças não terão o que dizer e nem sentirão curiosidade para descobrir o que dizem os outros, por meio dos textos. Para aprender a escrita, linguagem de segundo grau que representa a fala que, por sua vez, representa a realidade, a criança precisa perceber que a escrita não é a fala e nem o desenho das coisas, ela é representação, é a ideia construída em torno de tudo o que existe, ela deve representar diretamente a realidade, em outra palavras, simboliza a realidade. A preocupação de formar leitores e escritores plenos deve envolver atividades que façam sentido para as crianças e que envolvam o professor como mediador, escriba e leitor para que, aos poucos, a criança se liberte e consiga plainar pelas várias formas de escrever e ler autonomamente. Abaixo, relacionamos alguns fazeres pedagógicos que podem ajudar nesse processo: No ensino e aprendizagem da escrita é possível: . elaborar regras de convivência; . escrever: . o livro da vida da turma; . cartas para alguém distante; Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 35 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA . bilhetes; . roteiros de entrevistas; . notícias de jornal . pequenas histórias; . escrever e ilustrar livretos informativos; . redigir poemas, trava-línguas e parlendas; . fazer relatórios de passeios; . produzir relatórios científicos; . elaborar registros de descobertas; . redigir panfletos de campanhas; . confeccionar cartazes; . registrar o nome próprio em produções; . colocar títulos nas caixas de materiais; . fazer o registro da rotina diária; Não é nosso objetivo, discorrer detalhadamente sobre cada uma dessas atividades, no entanto, vale ressaltar, que, cada um desses tipos de textos, possuem estrutura própria e intencionalidade peculiar, por isso, antes de explora-los, o professor deve informarse acerca de suas características e dos portadores textuais que os comportam. Deve ainda, conversar com as crianças para, a partir de seus conhecimentos prévios, construir aulas atrativas nas quais se sintam sujeitos ativos no processo ensino-aprendizagem. Com relação à apropriação da leitura, reiteramos a preocupação com a apresentação desse instrumento cultural imaterial humano em sua função social, para que as crianças percebam que lemos para relembrar um fato registrado anteriormente, saber notícia de alguém distante, buscar uma informação num livro ou num dicionário, saber como tomar um remédio, como funciona um objeto, como fazer uma receita, saber o que acontece numa história, e outras tantas possibilidades. (MILLER; MELLO, 2008, p. 29). Reiteramos que “é o professor que lê para a criança enquanto ela ainda não consegue realizar essa atividade com autonomia, ou seja, enquanto ela não lê convencionalmente” (MILLER; MELLO; 2008, 36 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF p. 29). Isso nos leva a elencar algumas atividades que podem ser trabalhadas na Educação Infantil tais como: . A leitura de imagens, explorada desde cedo pela criança em outdoors, placas, ícones de programas de computadores, sinais de trânsito, placas, dentre outros símbolos referentes a diferentes áreas de informações. Essas imagens estão presentes nos livros infantis e são ricamente exploradas pelos autores para iniciar as crianças no mundo da leitura; . roda de leitura em que a turma entra em contato com diversos textos por meio da leitura do professor; . biblioteca da sala de aula em que podem escolher livros e explorar à vontade, não como um privilégio para os alunos que terminaram as atividades mas como um direito sagrado na rotina escolar; . leitura informativa em que o professor procura ler, com e para os alunos, informações para a realização de pesquisas e para progredir nos projetos de estudo da turma; . visita à biblioteca quando aprendem a frequentar esse ambiente e a perceber sua importância para sua vida como estudantes e com leitores plenos; . leitura para participação em eventos, em que as crianças são colocadas em contato com a divulgação de eventos que movimentam a comunidade e a escola. Nessas ocasiões, exploram diferentes portadores textuais, dentre eles: cartazes, panfletos, folders, dentre outros; . leitura para orientar-se e organizar-se. Nessa experiência, as crianças podem ler “placas indicativas das diferentes dependências da escola, cartazes expostos nos murais, quadro de avisos, etiquetas das caixas de materiais da sala de aula; regras de convivência, rotina do dia, etc. (MILLER; MELLO, 2008, p. 37).; 4. O TRABALHO COM A LINGUAGEM ORAL NA ESCOLA Até o momento, focalizamos a leitura e a escrita, no entanto, o mundo também é apresentado à criança por meio da linguagem oral da qual ela começa a se apropriar por volta dos dois anos de idade. Essa forma de expressar-se provoca um salto qualitativo no desenvolvimento infantil, por isso, deve ser incentivada, pois, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 37 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA a fala também é aprendida pelas crianças, e elas aprendem a falar quando falamos com elas. Não basta que os adultos falem perto das crianças. Se os adultos não falarem para ela, se não provocarem as suas respostas, se ela não for sujeito de um diálogo, ela não aprende a falar. Por isso, se a criança fala pouco, precisamos conversar com ela e provocar sua expressão. (MILLER; MELLO, 2008, p. 37). As autoras reiteram a importância da linguagem oral ao afirmarem que a linguagem oral constitui a base da reestruturação dos processos de pensamento da criança. Como as palavras e os conceitos são as ferramentas do pensamento, à medida que a criança desenvolve sua fala, seu pensamento também se desenvolve. Por exemplo, com a linguagem oral, a criança préescolar começa a planejar e controlar sua conduta. (MILLER; MELLO, 2008, p. 37). Essa afirmação nos conduz a valorizar as atividades escolares voltadas para o desenvolvimento da linguagem na criança, por isso, na sequência, sugerimos alguns fazeres pedagógicos tais como: . roda de conversa na qual todos podem contar novidades, fatos, curiosidades; . atividade livre na qual as crianças brincam do que preferem e interagem com seus colegas ao realizarem jogos de papéis, ao montarem jogos de encaixe, ao jogarem jogos com regras, ao desenharem, pintarem, esculpirem, dançarem, cantarem, dentre outros fazeres; . hora da novidade em que a professora pode explorar uma caixa com um conteúdo trazido por ela ou pelas crianças a cada dia. Nesses momentos, as crianças podem apalpar, balançar, observar, cheirar e levantar hipóteses acerca do conteúdo da caixa até que alguém acerte; . ouvir histórias contadas nas quais os contadores podem acrescer ou omitir informações do texto real o que não pode ser realizado quando da leitura formal de um texto. Nesses momentos, as crianças podem participar, antecipando, inferindo e checando informações. . relatar fatos que acontecem no dia-a-dia; Nesse processo, as crianças passam a usar orientações adquiridas no convívio com o professor e com as outras pessoas, para orientar38 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF se de forma autônoma e planejar sua própria conduta. Isso mostra que seu desenvolvimento acontece, primeiramente, de maneira interpsíquica e depois de modo intra-psíquico, em outras palavras, de fora para dentro. Esses são apenas alguns exemplos de atividades, no entanto, o professor pode criar ou aprender outras em seus cursos de formação continuada ou em suas leituras particulares e em trocas de experiência com seus colegas. CONSIDERAÇÕES FINAIS Do estudo realizado, concluímos que á uma preocupação em unir a Fala, a Escrita e a leitura, nas aprendizagens infantis, percebemos que a união de cada desenvolvimento é fundamental para valorização na alfabetização do aluno na pré-escola. Vale ressaltar que a escrita vem da fala, quando a criança passa associar a fala com escrita ela começa a desenvolver a sua alfabetização. Para desenvolver este artigo foram usados textos, conteúdos que a professara disponibilizou em sala de aula e conteúdos explicados por ela, as maiores dificuldades foram a falta de tempo e o tempo curto para a entrega do mesmo. Em síntese, quando a criança realiza as atividades de leitura, escrita e quando explora sua linguagem oral de maneira plena e significativa, ela vive um processo em que esses fazeres se constituem em atividade. Consequentemente, a criança sente prazer em realizar as atividades escolares e não manifesta indisciplina ou frustração e tristeza diante dos desafios propostos porque se sente sujeito ativo desse processo, amplia suas formas de expressão em uma busca infinita por aprender mais e sempre. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MELLO, S.A. As linguagens, as armadilhas e a Utopia. ANAIS do VCOLE Unicamp, 2007. CRUVINEL, F.C. Ensinar a ler na escola: A leitura como prática cultural. Ensino em Revista, UFU, 2010- p.249-276. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 39 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA MELLO, S.A. MILLER, S. O desenvolvimento da linguagem oral e escrita em crianças de 0 a 5 anos. Curitiba: Pró-Infantil, 2008. 40 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A HISTÓRIA EM QUADRINHOS E A MATEMÁTINA: A CONTRIBUIÇÃO DE UMA NOVA FERRAMENTA Luis Henrique Ribeiro de PLÁCIDO 1 Lara Ribeiro de PLÁCIDO2 Marta Fresneda TOMÉ3 1 Discente do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected]. 2 3 Discente do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected]. Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente da FAEF. E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo tratará da dificuldade de um professor da educação infantil, que possui para integrar os seus alunos ao mundo nos números, e do surgimento de novas práticas pedagógicas para facilitar a compreensão das crianças de 3 a 5 anos no ensino da matemática. O objetivo deste artigo é analisar quais são os empecilhos que o professor encontra em sua sala de aula, e de que modo podemos introduzir novas propostas nos conceitos dos ( números ) aos seus alunos, de maneira que eles façam sentido a utilização dos mesmos. Para realizar esta pesquisa foi feita uma revisão bibliográfica e uma entrevista com uma professora que exerce a profissão na educação infantil. Para compreender como os desenhos animados e os quadrinhos animados podem ajudar uma criança a entender o significado dos números, quando não possuem ainda o conceito de quantidade. Este artigo traz contribuições significativas na formação Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 41 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA de futuros pedagogos para a educação infantil. Palavras-chave: Educação infantil. Ensino da matemática. Práticas pedagógicas. Desenho animado. Quadrinhos. . ABSTRACT This article will address the difficulty of a professor of early childhood education, which has to integrate their students into the world in numbers, and the emergence of new pedagogical practices to facilitate the understanding of children 3-5 years in teaching mathematics. The purpose of this article is to analyze what are the obstacles that the teacher is in the classroom, and how we can introduce new concepts proposed in the (numbers) to their students, so that they make sense to use the same. To conduct this research a literature review and an interview with a teacher who is by profession was taken in early childhood education. To understand how the cartoon and the animated comics can help a child understand the meaning of numbers, when not even have the concept of quantity. This article brings significant contributions to the education of future teachers for early childhood education. Keywords: Childhood education. Teaching of mathematics. Pedagogical practices. Cartoon. Comics. INTRODUÇÃO Quando perguntamos para um formando do curso de pedagogia ou até mesmo a um professor do ensino fundamental, o que eles acham da proposta pedagógica que tiveram no passado, referente à matéria de matemática, em muitos momentos que tentaram questionar para que se aprendia aquilo, eram surpreendidos na maioria das vezes com respostas que não justificavam o aprendizado, ou a resposta era tão abstrata que acabava não fazendo o menor sentido. Sendo assim, o objetivo deste artigo é apresentar novas propostas pedagógicas que façam com que os alunos entendam aquilo que esta sendo oferecido a eles com desenhos em quadrinho. Que ao contrário da didática de antigamente que tratava a matemática como algo 42 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF abstrato, esta proposta promete trazer para o mundo da matemática a compreensão da lógica dos números com a ajuda do mundo da animação, facilitando assim o entendimento dos alunos da educação infantil. Em seguida, vamos aprender como podemos usar a história em quadrinhos como ferramenta de aprendizagem. Para que este artigo fosse feito foi realizada uma pesquisa qualitativa em que se utiliza como técnica a revisão bibliográfica e o questionário. Neste artigo é apresentada uma revisão bibliográfica sobre a matemática na educação infantil. Apresenta, também, uma experiência prática de um professor da educação infantil no ensino de matemática. Espero que no futuro todos os professores possam utilizar ideias como a da História em quadrinhos, pois este artigo destina-se a estudantes de pedagogia, professores e coordenadores pedagógicos que atuam ou irão atuar na educação infantil, e pessoas interessadas na melhoria na educação infantil. 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Quando se trata de ensinar a matemática a crianças de 0 a 5 anos da educação infantil que ainda não conhecem o conceito de quantidade numérica. O processo não é nada fácil, pois já se subintende que a matemática é algo abstrato. Sendo algo que não pode ser tocado. E para que algo tenha sentido a uma criança é necessário que ela entenda por completo a proposta de ensino que esta sendo oferecido a ela. Sendo assim, foi realizada uma revisão bibliográfica para entendermos melhor como podemos tirar o melhor proveito da história em quadrinho, que se tornou um mecanismo facilitador para compreensão de uma problematização. No trabalho de conclusão de curso apresentado ao departamento de matemática pura e aplicada do instituto de matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Priscila de Morais em 2009, relata a importância de se utilizar novos métodos de ensino Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 43 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA como história em quadrinhos em uma sala de aula, pois para a criança se o conhecimento vir de algo do seu cotidiano e com uma linguagem mais próxima do que o mesmo utiliza, a proposta promete facilitar a leitura e consequentemente o entendimento da problemática e assim fica mais fácil para o aluno entender a proposta que esta sendo apresentada. Contudo esta proposta não foi elaborada para substituir as demais já existentes, ela é uma ideia que serve como suporte que promete auxiliar na aprendizagem matemática. O artigo de título “História em quadrinhos e matemática: essa é uma conexão possível?” feita pela a autora Lucilene Luzia Adorno de Oliveira (2010), começa falando da dificuldade que na maioria das vezes os professores têm para ensinar a matemática, pois em vários momentos os professores se deparam com alunos que oferecem certa resistência à matemática. A autora demostra como era a aprendizagem da matemática antigamente, com um questionário aplicado em uma sala de aula de alunos de pedagogia e descobre que quase a maioria dos alunos não teve uma experiência muito boa quando se trata de números, Pois os mesmos justificaram a suas experiências negativas nas atitudes que seus professores tomavam quando havia dúvidas como, por exemplo, para que servirá aquilo que estou aprendendo? E a resposta era que iria precisar para o vestibular ou que serviria para compreender o conhecimento no ano seguinte, porem estas respostas sempre eram muito abstratas e difícil de compreender, pois anos após anos se passarem, e a compreensão não veio. Com tudo a proposta com histórias em quadrinhos (HQ) que é oferecida no artigo se trata de uma nova alternativa para ensinar a matemática à educação infantil. Pois ela permite que o professor possa contextualizar melhor o conhecimento que esta sendo oferecido ao aluno, pois com as ( HQ) o aluno tem mais facilidade de entender o problema, é oferecido a ele uma ideia, mais próxima de sua realidade. É levantada em questão também a relutância que os professores que participaram da pesquisa tiveram quando foi oferecida a eles esta nova proposta, porem com o passar do tempo tiveram o prazer de presenciar a evolução dos seus alunos diante desta nova ideia, pois os alunos conseguiam melhor quando tinha 44 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF o auxílio da proposta visual junto com a textual. (OLIVEIRA,2010). O trabalho “A Historia em Quadrinhos como recurso didático em sala de aula”, feito pela autora Silvia da Conceição Neves. (2012). Enfatiza a importância que tem em utilizar novas ideias pedagógicas para fazer com que seus educados possam ter uma compreensão da proposta de ensino oferecida a eles, por isso é questionado por este trabalho a ideia de se utilizar a HQ como proposta pedagógica, pois nos dias de hoje é necessário inventar aulas mais elaboradas que garantam um aprendizado significativo para as crianças, e as (HQ) podem ser uma solução, pois permitem que os alunos compreendam como uma proposta visual não verbal e verbal e com texto permitindo as crianças um melhor entendimento. Assim o ensino de matemática da educação infantil deve ser algo agradável aos educandos, e assim faça com que eles aprendam mais facilmente algo que não conhecem. 2.RELATO DE EXPERIÊNCIA O relato a seguir trata se de uma professora da educação infantil, formada em Magistério (CEFAM) e Pedagogia, com 33 anos de idade já possui 14 anos de experiência na educação infantil, e pode relatar que na escola onde exerce a profissão de professora as crianças ingressão a partir dos 3 anos de idade, e desde então já lhes são oferecido o ensino de matemática. Os métodos e técnicas que são utilizados nesta escola é a contagem sequencial numérica e contagem de tempo por meio de calendários e relógios de forma continua e diária, que serão estimuladas ao longo do dia com situações – problemas. Em busca de uma qualidade de ensino mais eficaz a professora em questão relatou que todos os professores que trabalham em sua escola possuem formação básica que é exigida pela instituição e todos os professores participam da formação continuada, para sempre melhorar a qualidade de ensino. Quando foi perguntado sobre a importância de trabalhar a matemática na educação infantil, a mesma informou que é de extrema importância, pois a criança desde seu nascimento é um ser social, e a matemática esta presente em toda a sua vida. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 45 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A pedagoga acredita que na educação infantil as crianças precisam vivenciar as situações, sejam na matemática ou em qualquer outro eixo, pois precisam manusear explorar e vivenciar situações significativas para que a aprendizagem aconteça de fato. Contudo quando foi perguntado a professora se ela utilizava a historia em quadrinhos para ensinar matemática, a mesma informou que utiliza geralmente a história em quadrinhos para contextualizar um assunto que para o aluno fica mais difícil compreender, e que geralmente ela consegue alcançar os seus objetivos quando trabalha com a H.Q com seus alunos, pois ajuda-os na hora de compreender conceitos numéricos. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi mostrar como o uso das Histórias em Quadrinhos pode ser importante, para a compreensão das crianças na educação infantil, e como futuros professores podem utilizar as HQ para atrair a atenção dos alunos. Trabalhos que foram revisados trouxeram uma contribuição significativa para a ideia de utilizar a Historia em quadrinhos na educação, porem muitos professores ainda são relutantes quando se trata da utilização dessa técnica. A revisão bibliográfica mostrou que as utilizações da HQ na educação infantil ajudaram muito na compreensão do conhecimento, pois permite que a mesma leve o conteúdo oferecido para o mundo e a linguagem que a criança esta mais habituada, fazendo com que a criança compreenda melhor a proposta que esta sendo oferecida. Muitos alunos de pedagogia quando foram questionados como foi o aprendizado de matemática na sua época de escola, as respostas que deram foram que não tiveram o apoio didático adequado para a sua compreensão, e sendo, assim a proposta oferecida apresenta atrativos específicos que facilitara em muitos momentos um entendimento mais claro do ensino de matemática, pois a (HQ) ajuda a criança a ter um contato mais realístico com a proposta. Este artigo trouxe contribuições a reflexão crítica quanto à pratica pedagógica na educação infantil. Somente com o debate é possível pensar em uma transformação na educação brasileira que contribua para a promoção da cidadania e a autonomia de nossa sociedade. 46 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MORAIS, Priscila. HQ e Matemática, Porto Alegre, 2009. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/23717> Acesso em: 10 mar. 2014. NEVES, Silva da Conceição. A história em quadrinhos como recurso didático em sala de aula Porto Alegre, 8 de Julho de 2012. Disponível em: < http://bdm.bce.unb.br/handle/10483/5588> Acesso em: 10 mar 2014. OLIVEIRA, Lucilene Luzia Adorno. História em quadrinhos e matemática, essa conexão é possível?, Salvador BA, 7 a 9 de julho de 2010. Disponível em: <http://www.lematec.net/CDS/ENEM10/ artigos/CC/T18_CC358.pdf>, Acesso em: 13 mar 2014. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 47 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 48 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Fernanda Peres ANTONIO 1 Camila Castro Marcelino MARTINS Caroline Aparecida JACINTO 2 3 1 Docente do curso de Pedagogia FAEF- Garça - SP Brasil E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Pedagogia FAEF Garça - SP Brasil E-mail: [email protected] 3 Discente do curso de Pedagogia FAEF Garça - SP Brasil E-mail: [email protected] RESUMO Podemos ressaltar nesse presente artigo, que a criança quando vai para a escola leva consigo todo um aprendizado cotidiano estimulado pela sua família e que, continua a ser influenciada por seus familiares e pelos estímulos que lhe são ou não oferecidos . Este estudo pretende servir de apoio aos profissionais que atendem à Educação Infantil, os orientando sobre as interferências familiares e ajudando-lhes a identificar os reflexos na aprendizagem de seu aluno, pois o mesmo deve estar sempre preparado para poder identificar as necessidades do aluno e lidar diretamente com a família quando o relacionamento familiar estiver influenciando as atitudes, o comportamento e o aprendizado infantil. Toda criança começa a aprender a partir do nascimento e, desde então, vai construindo a sua modalidade de aprendizagem em seu convívio familiar, com decorrência de alguns fatores, como as trocas emocionais, a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 49 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA aprendizagem social, a observação e a imitação são um dos processos mais importantes que se efetivam nesse contato. Naturalmente que, depois da família, é na escola que as crianças permanecem mais tempo, e as expectativas em relação ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo assim, maior importância na vida em família. Palavras-chave: participação da família, Educação Infantil ABSTRACT We emphasize that Article, when the child goes to school brings with it a whole learning everyday stimulated by his family and that, already at school, the child continues to be influenced by family and stimuli that are not offered to him or the environment family, intended as a support to professionals attending the Early Childhood Education , guiding the interferences about family and helping them identify the reflections in the learning of their students, because it must always be ready to can identify the student’s needs and deal directly with family when family relationships are influencing attitudes , behavior and children’s learning Every child starts learning from birth and since then builds its mode of learning in his family life, with a result of certain factors , such as emotional exchanges , social learning , observation and imitation processes are one of the most important that take place in contato.Naturalmente that after the family, the school is that children remain longer, and expectations regarding their academic performance increase , thus assuming greater importance in family life. Keywords: family’s participation, Infantile Education 1. INTRODUÇÃO Um dos problemas que afeta as crianças no desempenho escolar é a ausência dos pais no processo de aprendizagem, e não pela situação financeira, mas sim, o desinteresse, a falta de tempo por causa do trabalho, a falta de apoio, de carinho e amor, começam a causar fracasso no processo educativo da criança, até mesmo desanimam o aluno, áreas que precisam ser trabalhadas junto ao aluno e a família, o que impede o bom desempenho das funções da escola. 50 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Naturalmente que, depois da família, é na escola que as crianças permanecem mais tempo, e as expectativas em relação ao seu desempenho escolar aumentam, assumindo maior importância na vida em família. Mas não compete apenas à escola a função de educar, mas também à família em primeiro lugar. E se hoje se tem a sobrecarga da vida moderna, é extremamente importante lembrar que o que vale não é o tempo que se passa junto com os filhos, mas a maneira como estabelecem as relações com eles. Isso é o que importa, pois se os filhos sabem que podem contar com os pais quando necessitarem, se os pais têm uma parte do seu tempo diário e de lazer reservado para dar atenção e conversar com os filhos, se os limites são estabelecidos com flexibilidade e justiça, sem culpas ou necessidades compensatórias, podemos esperar então, menos problemas para a vida e aprendizagem da criança. A principal base de formação da criança é a família. Quando as crianças adotam o processo de começar a ler, a maioria delas tende a ver as palavras como imagens, sendo de forma particular ou padrão. Elas não compreendem de certa forma, que uma palavra é composta de letras, sendo usadas em combinações particulares. É extremamente importante, que os alunos aprendam a importância de decodificação e soletração desde o início. Quando a criança fala, ela tem consciência das operações mentais que as executa, já quando escreve, tende a entender a estrutura sonora de cada palavra, tem a tarefa de produzi-las em símbolos alfabéticos. A função que a escola deveria tomar seria para grande parte dos professores, estarem propiciando aos alunos, caminhos que possam estar aprendendo, de forma consciente e consistente. Uma escola transformadora é a que está consciente de seu principal papel político na luta contra as desigualdades sociais, e adotam a responsabilidade de um ensino eficiente para capacitar seus alunos na conquista da participação cultural e na reivindicação social. (SOARES, 1.998). Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e aprendizagem da palavra escrita que são reduzidas no processo da alfabetização e de leitura, a simples decodificação dos símbolos linguísticos. O papel da escola, é transmitir uma concepção de que Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 51 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA a escrita, é a transcrição da oralidade. (CAGLIARI, 1989).O trabalho realizado por meio da leitura é muito mais que decodificação de signos linguísticos, ao contrário, passa a ser um processo de construção de significado e atribuição de sentidos. O desenvolvimento infantil é um processo global. Muitas das dificuldades de aprendizagem das crianças estão relacionadas tanto às características próprias dela, quanto às atitudes inadequadas da família e da escola que afetam a criança enquanto procura o processo de desenvolvimento. A criança que desde cedo, tem contato com outra, se torna sabidamente mais sociável, menos egocêntrica e mais tolerante. Viver em grupo é altamente positivo. Quando os pais acompanham o processo de ensino-aprendizagem de seus filhos, a criança ganha mais confiança, percebe que todos se interessam por ela, assim, de certa forma os pais estarão vendo quais são as dificuldades e quais os conhecimentos que a criança tem, se estarem dando maior atenção e acompanhando o rendimento de seus filhos. Comunicar-se com os filhos é dar apoio, conhecer as suas dificuldades, verificar pelo que eles estão passando, estimulando suas potencialidades, dando liberdade e também incentivo, respeitando acima de tudo os sentimentos da criança. A família que propicia curiosidade em seus filhos, desde pequenos, valorizando suas atitudes e criando situações para que estabeleçam relações e desenvolvam o pensamento científico, em sua rotina, é uma família que sempre valoriza e respeita as atividades que estarão relacionadas á vida escolar de seus filhos. Segundo Orsi (2003), quanto menor o tempo disponível para os filhos mais os pais necessita do auxílio de outros recursos, como por exemplo, a escola, para auxiliar na função de educar e são divididas com essa tal responsabilidade. Baumrind (1971 apud MONTANDON, 2005, p.488) destaca três estilos pais: 1- O autoritário: que se caracteriza pelo grande controle e ao pouco apoio para a criança, que passam a educar segundo regras indiscutíveis 2- O permissivo: que apresenta um controle fraco e um grande apoio, tende a aceitar os desejos das crianças. 3- O democrático: que ao mesmo tempo em que apoia seus 52 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF filhos, lhes ensinam regras e também a respeitar. Segundo Moreno e Cubero (1995) descrevem que, em geral os filhos de pais autoritários tendem a ser mais obedientes e pouco agressivos, porém são tímidos e pouco persistentes no que se refere à meta, baixa autoestima e grande dependência. Apresentam-se pouco alegres, apresentam tensões devido à falta de comunicação com seus pais. Já os filhos de pais permissivos tendem a ter problemas de controle de impulsos, tendem a ter certa dificuldade no momento de assumirem responsabilidades, são imaturos, com baixa autoestima, porém são mais alegres e vivos que os citados anteriormente. Os filhos de pais democráticos tendem a ter níveis mais altos de autocontrole e autoestima, apresentam melhor capacidade de enfrentar novas situações e persistem em suas tarefas, grande parte são interativos, dependentes e carinhosos. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1.COMO DEIXAR O LUGAR DE SUA CASA MAIS ALFABETIZADOR? Para os pais poderem estar deixando o ambiente de sua casa mais alfabetizador para as crianças, poderão estar seguindo essas respectivas dicas. 2.2. TROCANDO BILHETES OU ESCREVENDO CARTAS Uma das funções mais importantes da escrita, é o processo de se comunicar, podendo assim estar deixando recadinhos na porta da geladeira, ou escrevendo cartas , os pais vão estar estimulando a criança a fazer o mesmo, quando pequenas , as crianças fazem pequenos rabiscos, mas nessa fase de desenvolvimento, não se erra e sim, se tenta acertar. 2.3. MONTANDO RECEITAS CULINÁRIAS COM A AJUDA DA CRIANÇA Na culinária isso pode acontecer de maneira descontraída e divertida. Durante a receita de um bolo, por exemplo, a mãe pode Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 53 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA estar perguntando a criança, o que estará faltando para colocarem na receita, a cada receita que for acrescentando estar junto e contando, juntamente com a criança, a mãe pode pedir para que a criança conte com ela as quantidades de ingredientes que esta colocando na receita a ser feita, por exemplo: se na receita estiver pedindo 2 xícaras de farinha de trigo ela pede para própria criança possa contar a quantidade adequada de farinha de trigo, com isso estará estimulando a criança a desenvolver os números e as quantidades do que tem mais e do que tem menos. 2.4.ESCREVENDO LISTAS DAS COMPRAS DO SUPERMERCADO JUNTO COM SEU FILHO A mãe poderá estar chamando a criança para ir à despensa, para analisarem os alimentos que estão faltando, se a criança ainda não sabe ler, a mãe pede que a criança diga em voz alta o que está faltando, assim é praticado a linguagem oral dessa criança. Se a criança já sabe escrever, a mãe é quem fala em voz alta os produtos que estão faltando, assim a criança vai escrevendo os nomes dos alimentos, fazendo com que ela adote num âmbito familiar a prática da linguagem oral para a escrita, fazendo isso, a mãe leva a criança a preencher toda a lista de compras juntamente com ela. 2.5. APLICAR AS SITUAÇÕES DA RUA Ao caminho das compras, sua mãe faz um novo caminho, onde passarão por avenidas, praças, ruas movimentadas, fazendo assim, que desperte a atenção da criança. No caminho da avenida, sua mãe mostra as placas verdes, onde mostra o sentido de chegar ao mercado, após a avenida, sua mãe entra em uma praça muito chamativa, onde existe nessa praça uma minicidade, contendo nela um mini semáforo que por vista é muito chamativo, quando sua mãe e a criança se aproximam do lugar desejado, quando sua mãe freia em um semáforo, logo após isso, a criança avista o semáforo e faz uma associação que o semáforo que tinha avistado na mini cidade era igual ao que tinha visto na rua. 54 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Então sua mãe explica a importância das três cores do semáforo, onde cada cor possui um significado, neste exemplo, a criança estará adotando sua capacidade de memorização. A mãe da criança no caso avista um ônibus na rua e em seu letreiro está escrito , destino a cidade de Marilia, a mãe da criança poderá estar falando a seu filho que a palavra Marilia ,também está nas letras do nome de sua amiguinha, que começa com as iniciais “MA” do nome de Mariana. É por meio dessas situações que a criança vai percebendo as diferentes funções da escrita e estará fazendo associações. 2.6. CONSTRUINDO UMA LISTA DE CONTATOS Neste seguinte tópico a criança estará fazendo a associação do que é um texto e o que é o numero através dessa associação estará identificando a função de cada um deles, se a criança já souber ler e escrever ela mesma poderá escrever os nomes de seus amigos em sua lista enquanto a mãe ajuda ditando os números de sua lista. Se ela não souber ler e escrever a mãe montara a lista e mostrara a ela que de um lado são letras e do outro são números fazendo com que a criança faça associação da escrita e dos numerais. 3. CONSIDERAÇOES FINAIS Concluímos neste artigo que para alcançarmos a aprendizagem adequada para a criança em seu lar, é necessário que ambas, a escola e a família, possam trabalhar juntas, pois se os pais deixarem a cargo o ensino só da escola, a criança ao chegar a sua casa não poderá explorar seus conhecimentos, sendo que o ensino-aprendizagem não é somente uma tarefa da escola, mas também de sua família, pois se a escola leva o ensino ao aluno e os pais não colaboram para aperfeiçoar o aprendizado de seu filho vão acabar ocorrendo implicações em seu aprendizado, o aluno precisa de ajuda quando vai realizar alguma tarefa escolar, se não tiver auxílio de seus pais e os mesmos terem uma família desestruturada a criança terá barreiras que enfrentara na escola podendo ser dificuldades em aprender ou até mesmo pelo modo de se comportar perante todos que esteja inserido na escola. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 55 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Se quisermos que nossos filhos tenham um futuro brilhante pela frente temos que contribuir para que isso ocorra desde cedo, assim a escola e a família vão estar totalmente ligadas uma com a outra, sendo que ambas têm como principal objetivo a formação da criança. A escola ensina e a família educa. A escola favorece para a criança dois elementos muito importantes, onde o foco é a observação e a imitação a criança desde pequena tem uma capacidade de observação muito grande, onde qualquer que seja o comportamento de seus pais, onde pratica sua observação em sua casa e a coloca em pratica na sala de aula, pois quando pequenos passa a olhar seus pais e professores como espelho. 4. REFERENCIA CAGLMRI,TÂNIA. O Professor refém: para pais e professores entenderem por que fracassa a educação no Brasil. Rio de Janeiro Record. Disponível em: www.educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/ ajudar-alfabetização-seu-filho-470463.shtml. Acesso em: 18/março/ 2014 GRIGORENKO, Elena L. STERNBERG, Robert J. Crianças Rotulados – O que é necessário saber sobre as dificuldades de aprendizagem. Porto Alegre: Artmed. 2003. MONTANDON, CLÉ OPATRE. As praticas educativas parentais e a experiência das crianças. Educação social, Campinas v. 26, n. 91/ maio/ ago. 2005. Disponível em: <HTTP: //WWW.cedeunicamp.br.> Acesso em: o7 abril.2007 ORSI, Maria Julia Scicchetano. Reflexões da Contemporaneidade na aprendizagem escolar. In: ENCONTRO PARANAENSE DE PSICOPEDAGOGIA, 1.., 2003. Anais eletrônicos... 2003. Disponível em Disponível em: http://www.abpp.com.br/abppprnorte/pdf/ a080rsi03-pdf acesso em: 19 maio 2007 SOARES, M. Letramento e Alfabetização: As muitas facetas. Revista Brasileira de educação. UMFMG outubro 2003. 56 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOARES, M. Letramento: Como avaliar como medir. In SOARES, M. Letramento: Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autentica, 1998 TFOUNI, Leda V – Letramento e Alfabetização, São Paulo: Cortez, 1995. VYGOTSKY, Len Semenorich, A Construção do Pensamento e da linguagem. São Paulo: Martins Fontes 2001. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 57 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 58 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A MANIFESTAÇÃO DAS DIFERENTES TENDÊNCIAS PEDAGÓGICAS NOS MÉTODOS DE ENSINO ADOTADOS PELOS PROFESSORES: UM ESTUDO DE CASO Náyra Cristina do AMARAL 1 Renato Nogueira BELINTANI. ² Rita de Cássia VALENTE. ³ Antúlio José AZEVEDO 1 4 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] ²Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] ³ Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail:[email protected] 4 Docente do Curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior do Interior Paulista da Sociedade Cultural e Educacional do Interior Paulista, Licenciado em Ciências Agrícolas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; Licenciado em Pedagogia, Mestre e Doutor em Educação Pela Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Campus de Marília, [email protected]. RESUMO Este artigo refere-se à manifestação das diferentes tendências pedagógicas expressas por meio dos métodos de ensino adotados pelos professores, abordando Inicialmente as concepções de método de ensino nelas presentes. Sua elaboração teve como objetivo analisar Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 59 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA as metodologias utilizadas no âmbito da sala de aula, tendo como referência as concepções teóricas apresentadas por Aranha (1996), Libâneo (1985) e Luckesi (2001). Para realização do trabalho acadêmico foi aplicado um questionário referente aos métodos de ensino adotados pelos professores da escola municipal José Aparecido da Conceição, do município de Lupércio, e o relacionamento destes com as tendências pedagógicas. O artigo está organizado em dois tópicos: Descrição dos métodos de ensino nas tendências pedagógicas, aplicação do questionário e análise dos resultados. Palavras-chave: Educação. Métodos. Tendências pedagógicas. ABSTRACT This article refers to the manifestation of different pedagogical trends expressed by the teaching methods adopted by teachers, initially addressing the conceptions of teaching method present in them. Its preparation was to analyze the methodologies used within the classroom, with reference to the theoretical conceptions held by Spider (1996), Libâneo (1985) and Luckesi (2001). To perform the academic work a questionnaire relating to the teaching methods adopted by teachers of public school José da Conceição Ali, the municipality of Lupércio, and their relationship with teaching trends was applied. The paper is organized into two topics: Description of teaching methods in educational trends, administer the questionnaire and analysis of results. Keywords: Education. Methods. Pedagogical trends. INTRODUÇÃO No Brasil, as principais tendências pedagógicas vivenciadas na educação nas últimas décadas dividem-se em dois grupos: as pedagogias liberais e as pedagogias progressistas. Luckesi (2003) afirma que as pedagogias liberais interpretam o papel da educação como redenção e reprodução, pois procura resgatar o indivíduo da ignorância e reproduzir a sociedade tal como é. Já nas pedagogias progressistas a educação tem uma perspectiva transformadora da sociedade. 60 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Dentro da pedagogia liberal encontram-se a tendência tradicional, renovada progressivista, renovada não diretiva e tecnicista. As tendências libertadora, libertária e a crítico social dos conteúdos, representam a pedagogia progressista. O presente artigo tem como objetivo apresentar e discutir os métodos de ensino nas diferentes tendências aplicados pelos professores, bem como, a visão político-ideológica de suas práticas pedagógicas. Para a realização do trabalho a metodologia utilizada será a pesquisa qualitativa, em que as técnicas empregadas para a coleta de dados serão a revisão bibliográfica e aplicação de questionário aos professores de escola pública, no intuito de verificar quais métodos são utilizados por eles. O tema aqui abordado é de grande relevância para a sociedade, sobretudo, para as pessoas ligadas à área da educação, já que por meio deste artigo serão produzidos conhecimentos que são inerentes à prática pedagógica. Por fim, os resultados alcançados serão apresentados em dois tópicos centrais, sendo o primeiro uma abordagem teórica sobre os métodos de ensino nas diferentes tendências e o segundo, a descrição da aplicação e dos resultados do questionário apresentado aos professores. 1 OS MÉTODOS DE ENSINO NAS TENDENCIAS PEDAGÓGICAS Os métodos de ensino são de extrema relevância para o desenvolvimento do processo ensino e aprendizagem no âmbito da sala de aula. É a partir dos métodos que o educador norteará sua prática escolar, com a finalidade de contribuir para formação do seu educando. Libâneo (1994, p. 152) afirma que [...] os métodos de ensino são ações, passos e procedimentos vinculados ao método de reflexão, compreensão e transformação da realidade, que sob condições concretas de cada situação didática, asseguram o encontro formativo entre o aluno e as matérias de ensino. Para promover uma aprendizagem significativa, o educador deve considerar quais são os métodos mais coerentes para estimular o Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 61 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA conhecimento de seus estudantes. “Não há método único de ensino, mas uma variedade de métodos cuja escolha depende dos conteúdos da disciplina, das situações didáticas específicas e das características socioculturais e de desenvolvimento mental dos alunos” (LIBÂNEO, 1994, p. 152). Nesse sentido, é importante ressaltar que os métodos de ensino estão relacionados com as tendências pedagógicas, ou seja, as tendências pedagógicas e seus pressupostos de aprendizagem auxiliam o professor a avaliar e a nortear sua metodologia em sala de aula. De acordo com Luckesi (2003) a pedagogia está dividida em dois grupos: A primeira é a liberal composta pela tendência tradicional, renovada progressivista e a renova-não diretiva. A segunda é a progressista formada pela tendência libertadora, libertária e a críticosocial dos conteúdos. As tendências pedagógicas têm pontos de vista diferentes, por isso cada tendência apresenta forma distinta de explicar o processo de desenvolvimento da aprendizagem, porém todas buscam contribuir na prática educativa. Nesse sentido, compete a cada educador escolher a melhor metodologia para utilizar em sala de aula. Os métodos de ensino de cada tendência têm como principal função contribuir para o ensino e aprendizagem do educando. Neste aspecto, na tendência liberal tradicional o método indicado é o expositivo, seguido da demonstração. Tanto a exposição quanto à análise são feitas pelo professor, observados os seguintes passos: I) preparação do aluno (definição do trabalho, recordação da matéria anterior, despertar interesse); II) apresentação (real-ce de pontoschaves, demonstração); III) associação e combinação do conhe-cimento novo com o já conhecido por comparação e abstração); IV) gene-ralização (dos aspectos particulares chega-se ao conceito geral, é a expo-sição sistematizada); V) aplicação (explicação de fatos adicionais e/ou re-soluções de exercícios). Devese dar ênfase nos exercícios, na repetição de conceitos ou fórmulas na memorização, visa disciplinar a mente e formar hábitos (SAVIANI, 2001). Por sua vez, na tendência liberal renovada progressivista devese enfatizar nos métodos a realização de experiências, a pesquisa, a descoberta, o estudo do meio natural e social, a solução de 62 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF problemas, partindo sempre de atividades adequadas à na-tureza do aluno e às etapas do seu desenvolvimento. Utiliza-se do trabalho em grupo. Os passos do método são: I) colocar o aluno numa situação de experiência que tenha um interesse por si mesmo; II) levantar um problema desafiante, como estímulo à reflexão; III) coleta de informações e instruções que permitam ao aluno pesquisar a descoberta de soluções; IV) soluções provi-sórias devem ser incentivadas e ordenadas, com a ajuda discreta do pro-fessor; V) deve-se garantir a oportunidade de colocar as soluções à prova, a fim de determinar sua utilidade para a vida. Tem como foco o aprender fazendo (LUCKESI, 2003). Para Luckesi (2001) na tendência liberal renovada não diretiva os métodos de ensino não são utilizados, pois deve prevalecer o esforço do professor em desenvolver um estilo próprio para facilitar a aprendizagem dos alunos – o professor facilitador. Ele deve ter as seguintes características: aceitação da pessoa do aluno, capacidade de ser confiável, receptivo e ter plena convicção na capacidade de autodesenvolvimento do estudante. Sua função limita-se a ajudar o aluno a se organizar, utilizando técnicas de sensibilização onde os senti-mentos de cada um possam ser expostos, sem ameaças. Assim, o objetivo do trabalho escolar se esgota nos processos de melhor relacionamento in-terpessoal, como condição para o crescimento pessoal. Nesse aspecto, os métodos da tendência liberal tecnicista se diferenciam dos métodos citados no parágrafo anterior, pois a metodologia utilizada pela tendência liberal tecnicista consistiu na utilização das técnicas neces-sárias ao arranjo e controle das condições ambientais que assegurem a transmissão/recepção de informações. O professor tem como tarefa modelar respostas apropriadas aos objetivos instrucionais, mas sua principal tarefa é conseguir o comportamento adequado pelo controle do ensino; daí a im-portância da tecnologia educacional. As etapas básicas do processo ensinoaprendizagem são: a) estabelecimento de compor-tamentos finais, através de objetivos instrucionais; b) análise da tarefa de aprendizagem, a fim de ordenar sequencialmente os passos da instrução; c) executar o programa, reforçando gradualmente as respostas corretas correspondentes aos objetivos. (LUCKESI, 2003). No entender de Libaneo (1985) e Luckesi (2003), na tendência progressista libertadora o método de ensino deve priorizar a discussão Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 63 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA em grupo, ao qual cabe auto-gerir a aprendizagem, definindo o conteúdo e a dinâmica das atividades. O professor é um animador que deve descer ao nível dos alunos, adaptando-se às suas características è ao desenvolvimento próprio de cada grupo. A aprendizagem se dá por meio dos seguintes passos: codificação-decodificação e problematização da situação - permitirão aos educandos um esforço de compreensão do “vivido”, até chegar a um nível mais crítico de conhecimento e sua realidade, sempre através da troca de experiência em torno da prática social. Programas previamente estruturados, trabalhos escritos, aulas expositivas assim como qualquer tipo de verificação direta da aprendizagem devem ser dispensadas. Nesse sentido, a tendência progressista libertária se posiciona de uma maneira diferenciada em relação aos métodos de ensino, pois se assegura que na vivência grupal, na forma de autogestão, os educandos buscarão encontrar as bases satisfatórias para sua formação. Não há qualquer forma de poder, os alunos têm liberdade de trabalhar ou não. Por fim, Luckesi (2003) afirma que os métodos da tendência progressista “crítico social dos conteúdos” partem de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber trazido de fora. É relacionado à prática vivida pelos alunos com os conteúdos propostos pelo professor. É imprescindível que o educador reflita sobre sua prática e busque o melhor método de ensino para contribuir para aprendizagem de seu discente, pois é relevante estar constantemente buscando melhores maneiras de apresentar determinado conteúdo em sala de aula. Por isso, é importante que o pedagogo esteja atento a sua prática escolar e a sua metodologia de ensino, pois é nesses aspectos que a aprendizagem acontecerá, ou seja, os métodos de ensino estão relacionados com professor e aluno e para que aconteça uma aprendizagem significativa é importante que se trabalhe com a metodologia mais adequada para seu público-alvo. 3 RELATO DE EXPERIÊNCIA: APLICAÇÃO E RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO Diante da relevância do assunto tratado neste artigo, tornou-se necessário o levantamento de dados para averiguar quais são os métodos de ensino abordados pelos professores e a qual tendências 64 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF referem-se. Para tanto foi realizada a pesquisa do tipo estudo de caso por meio da aplicação de questionário. O questionário foi elaborado em sala, com a supervisão e orientação do professor titular da Disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica, e teve como objetivo principal identificar e analisar quais são as tendências pedagógicas utilizadas pelos professores da escola municipal EMEIF José Aparecido da Conceição, do município de Lupércio, através dos métodos de ensino por eles utilizados. Ao aplicar o questionário na instituição de ensino, foi esclarecido aos professores que o resultado da pesquisa seria citado em um artigo cientifico, cujo objetivo, é avaliar e analisar os diferentes métodos de ensino das tendências pedagógicas sendo elas à tendência tradicional, a renovada progressivista, a renovada não-diretiva, a tecnicista, a libertadora, a libertária e a crítico social dos conteúdos. Os resultados do questionário destacaram que 42% dos professores entrevistados, ao que se refere sobre o papel social da escola, acreditam que a tendência crítico social dos conteúdos caracteriza de forma mais adequada à função das instituições de ensino. De acordo com Aranha (1996) a pedagogia crítico social dos conteúdos trata a escola como “local de socialização do conhecimento elaborado”, o que possibilita maior participação das camadas populares na educação. Em relação aos conteúdos, 71% dos entrevistados defendem a ideia de que os mesmos devem partir do interesse e necessidades dos estudantes, considerando suas habilidades cognitivas, assim a tendência progressivista é considerada a mais indicada para a escolha do que se deve ensinar. Tratando-se dos métodos de ensino e do processo ensino e aprendizagem, os professores defendem que é preciso enfatizar as experiências, as pesquisas, a descoberta e o estudo do meio, para que o aluno sinta-se motivado e estimulado a descobrir e resolver problemas. Neste caso, o resultado da pesquisa demonstrou que 85% dos educadores consideram que a tendência progressivista ilustra como deve acorrer a escolha dos métodos e o desenvolvimento do ensino-aprendizagem. O relacionamento professor e aluno é um dos aspectos que cada tendência defende e considera importante. Ao serem questionados sobre tal assunto os entrevistados ficaram totalmente divididos, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 65 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA sendo que 50% defenderam a tendência crítico social dos conteúdos e os outros 50% defenderam a tendência libertária. Portanto, o que se percebe é que os professores não adotam de forma severa uma única tendência, o que acontece é uma mistura de aspectos em que o educador busca em cada pedagogia o que ela tem de melhor e adéqua sua prática pedagógica de acordo com o que acredita ser a melhor maneira de ensinar. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste artigo foi apresentar uma revisão bibliográfica sobre as diferentes tendências pedagógicas e através da aplicação de questionário analisar quais os métodos de ensino mais utilizados pelos professores. Durante a realização do trabalho notou-se a dificuldade de elaborar um questionário que fosse ao mesmo tempo de fácil entendimento e que explicitasse de forma sucinta cada uma das tendências pedagógicas. Ao que se refere aos métodos de ensino chegou-se a conclusão de que a tendência mais utilizada pelos educadores é a progressivista, que se baseia no método cientifico de pesquisa. Notou-se ainda que as tendências pedagógicas apresentadas neste artigo contemplam diferentes aspectos, que muitas vezes se complementam, e por esta razão os professores acabam mesclando todas elas e utilizam o que acreditam ser o melhor de cada uma. É importante ressaltar a relevância dos estudos voltados para esta área, pois cada educador desenvolve sua prática de acordo com as diferentes tendências pedagógicas. Ademais a prática pedagógica é essencial ao bom desenvolvimento dos educandos e ao bom andamento das aulas. Por fim, este trabalho é relevante perante a sociedade, pois trata sobre um assunto complexo que merece ser estudado e analisado de forma séria e científica. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da educação. 2 ed. São Paulo: Moderna, 1996. 66 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF LIBÂNEO, José Carlos. Democratização da Escola Pública: A pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Edições Loyola, 1985. _______. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. LUKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. 15 ed. São Paulo: Cortez, 2003. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 41 ed. São Paulo: Cortez, 2001. . Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 67 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 68 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A MATEMÁTICA NOS JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA CONSTRUÇÃO DE APRENDIZAGEM FRANCISCO, Camila de Lima¹ MATOS, Mayara Cristiane de Oliveira¹ SANTOS, Maria Fernada1 TOMÉ, Marta Fresneda² 1 ² Discentes do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected] Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente da FAEF. E-mail: [email protected] RESUMO O presente artigo tratará do ensino de matemática na educação infantil. Os jogos e brincadeiras ajudam as crianças no seu desempenho e desenvolvimento, trazendo muitos benefícios e proporcionando momentos únicos de alegria, diversão, comportamento com o aprender e responsabilidade. Esse artigo tem como objetivo analisar o ensino da matemática por meio do uso de jogos e brincadeiras e sua relação com a prática na educação infantil. Para a pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma entrevista com um professor da educação infantil. Este trabalho é importante para a formação dos profissionais dessa respectiva área. Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino de Matemática. Prática Pedagógica. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 69 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article will address the teaching of mathematics in early childhood education. The games and activities help children in their performance and development, bringing many benefits and providing unique moments of joy, fun, learning behavior and responsibility. This article aims to analyze the teaching of mathematics through the use of fun and games and its relationship with the practice in early childhood education. To run it, a literature review and an interview with a professor of early childhood education was performed. This work is important for the training of professionals in this respective area. Keywords: Early Childhood Education. Teaching of Mathematics. Pedagogical Practice. INTRODUÇÃO A Matemática na Educação Infantil, nesta pesquisa, se faz com base na perspectiva de um maior desenvolvimento em sala de aula, por meio da importância de jogos e brincadeiras para formação integral da criança matriculada na educação infantil. Nesse sentido, entendemos que é importante o lúdico na realidade das crianças, em que os jogos e brincadeiras trazem grandes conhecimentos para o seu cotidiano. Porque a criança se desenvolve e aprende cada vez mais e se torna uma ferramenta para o ensino de aprendizagem e as brincadeiras despertam o interesse pelo aprender na criança. O objetivo deste trabalho é apresentar um estudo qualitativo sobre o ensino de matemática na educação infantil, relacionando a teoria com a prática pedagógica. Entende-se por matemática a linguagem social que usamos para expressar o raciocínio lógico. Segundo Souza (2012) é necessário que o ensino da Matemática se inicie sempre a partir de situações que fazem sentido para o aluno, como fatos relacionados ao seu cotidiano para que ele possa compreender o funcionamento de ferramentas matemáticas e o efeito que elas têm sobre a resolução de problemas. A educação Infantil é o primeiro nível da educação básica para 70 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF se formar uma criança. Neste nível as noções matemáticas encontram-se nas brincadeiras, nos jogos inteligentes e na construção de regras simples, ou seja, tudo que existe no contexto escolar deve ser aproveitado para o desenvolvimento lógico-matemático (SOUZA, 2012). Para a construção deste trabalho foi realizada uma pesquisa qualitativa que utilizou como técnicas a revisão bibliográfica e o questionário. Este artigo é apresentado em dois tópicos, no primeiro é apresentada uma revisão bibliográfica sobre ensino de matemática e no segundo apresenta uma experiência prática de um professor da educação infantil no ensino da matemática. A leitura deste texto destina-se a estudantes de pedagogia, professores e coordenadores pedagógicos que atuam na Educação Infantil e pessoas interessadas na melhoria da Educação no Brasil. 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A criança ativa e curiosa não aprende matemática memorizando e repetindo, ela aprende no dia-a-dia resolvendo situações-problema, enfrentando obstáculos e utilizando os conhecimentos que sejam frutos de sua convivência familiar e social. Ao mesmo tempo, os avanços conquistados pela didática da matemática nos permitem dizer que é com o uso do número, da análise e da reflexão, que as crianças constroem o conhecimento sobre este assunto. (KAMII, 1989). A criança vem desenvolvendo desde o seu início na educação a habilidade de reconhecer no adulto, um rosto de aprovação e de reprovação, e passa a fazer um enorme esforço, mas não para aprender e sim para agradar o adulto. Porém não é desta forma que as crianças desenvolverão o conhecimento do número, a autonomia e a confiança em suas próprias habilidades. (KAMII, 1989). Embora cada criança já tenha a capacidade da aprendizagem, a convivência com outras crianças, pode ajudar e facilitar a evolução dos seus conhecimentos. É por isso que a confrontação social entre colegas é indispensável para o desenvolvimento da criança. (KAMII, 1989). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 71 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Entretanto ainda são diversos os trabalhos que mostram a matemática como uma disciplina ensinada sem atrativos, por meio de fórmulas e regras mecânicas totalmente fora do cotidiano do aluno, e isso por muitas vezes acaba gerando no aluno uma aversão ao conteúdo e aos estudos da matemática, e desta forma muitas vezes acabam fracassando nesta área do saber. (CUNHA, 2011). Por isso, é fundamental que o professor utilize os conhecimentos prévios do aluno favorecendo assim a ampliação de repertórios e de estratégias no que se refere à resolução de operações, noções numéricas e formas de representação. Neste caso o docente estará apenas fazendo a mediação entre o aluno e o seu objeto de estudo, a matemática. (BASSOI, 2010). Segundo Azevedo (2007), e possível utilizar a escola, até mesmo o pátio para exercitar, a observação das crianças com a relação às formas geométricas. Pedir que as crianças observem a sala de aula e façam desenhos das formas encontradas, o mesmo para o pátio e os corredores da escola. Este tipo de recreação é um dos pontos fundamentais para que a criança entre em contato com o ambiente, se tornando mais objetiva e observadora. É importante que a matemática comece a ser ensinada a partir de situações que façam sentido para o educando, como coisas que tenham relação com o seu mundo, problemas que ele possa solucionar fazendo o uso da matemática, só assim ele entenderá qual a importância desta disciplina e como ela será sempre útil em sua vida escolar e profissional. (SOUZA, 2012). Na formação do professor para as séries iniciais, e até mesmo para outros níveis de escolaridade, é importante contemplar três aspectos: o de caráter epistemológico - vai tratar do significado da matemática escolar e de seu papel na sociedade, o da aprendizagem – vai lidar com o desenvolvimento do pensamento matemático e da aprendizagem dos alunos e também sobre a dificuldade apresentada por cada criança, e o de caráter curricular – que deve levar o professor a refletir, como ensinar corretamente a matemática e o que ensinar, ou seja quais os conteúdos adequados para cada série, e cada aluno. (BASSOI, 2010). 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA Foi realizado um questionário com uma professora da educação 72 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF infantil, em que a mesma relatou sua experiência com a matemática, que está presente em nossa vida desde o nascimento, em que tudo gira em torno de números, medidas, figuras geométricas, por meio de comunicação que demonstra uma infinidade de informação de linguagem matemática. Com objetivo de analisar a importância do trabalho com a disciplina matemática na educação infantil. A professora entrevistada tem formação em Magistério e Pedagogia, leciona há 20 anos na educação infantil, têm 41 anos e é do sexo feminino. Segundo ela, as atividades de matemática podem ser desenvolvidas na Educação Infantil desde que chegam à escola, uma vez que estão inseridas no universo dos números desde que nascem. As crianças são capazes de desenvolver noções matemáticas mesmo antes de entrar na escola, as quais são propiciadas pelos jogos e brincadeiras. Na Educação Infantil usamos diversos recursos: contagem dos números, fila por ordem de tamanho, distribuição de material, uso do calendário, modelagem, música, vídeo, brincadeiras, jogos, informática e apostila. Entre as professoras que lecionam na escola, apenas uma possui formação em matemática, as outras se aperfeiçoam com leituras, pesquisas e cursos que encontram na internet. A matemática é fundamentada na Educação Infantil porque a criança tem a possibilidade de construir as noções de uma maneira livre, por meio de atividades lúdicas e da exploração ativa e interpretar o mundo à medida que sua curiosidade é instigada. Atualmente, a Educação Infantil é mais valorizada, até mesmo pelos pais que não a veem como um lugar apenas para brincar, mais um lugar de aprendizagem e desenvolvimento. O que precisamos para melhorar nossa prática pedagógica são cursos de aperfeiçoamento, capacitação para melhor atender nossas crianças. Observamos, por meio desta entrevista, que a professora reconhece a importância da matemática na Educação Infantil e mesmo não tendo formação específica nessa área procura buscar sempre novos recursos para um melhor aprendizado e desenvolvimento, fazendo com que as crianças tenham um melhor aproveitamento da disciplina desde pequenas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 73 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi investigar o ensino de matemática por meio dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. A principal dificuldade para a realização do mesmo foi encontrar materiais sobre este tema, como livros, artigos e teses. Este trabalho trouxe uma visão mais abrangente sobre este assunto, em que percebemos como é importante o papel do professor com a matemática por meio dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. O professor deve ser antes de tudo, um facilitador da aprendizagem, criando condições para que a criança explore seus movimentos, manipule materiais, interaja com seus companheiros e resolva situações problema. Este artigo trouxe contribuições para a reflexão crítica quanto à prática pedagógica na Educação Infantil. Somente com o debate fundamentado cientificamente é possível pensar em uma transformação na educação brasileira que contribua para a promoção da cidadania e autonomia da nossa sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AZEVEDO, P.D. Os fundamentos da prática de ensino de matemática de professores da educação infantil municipal de Presidente Prudente/SP e a formação docente. Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Ciências e Tecnologia. Presidente Prudente, 2007, p. 245. BASSOI, T.S. O ensino da matemática e o professor da educação infantil, 2010. In: CUNHA, M.L. O lúdico e a matemática na educação infantil: reflexões construtivas a partir de um estudo de caso, 2011. KAMII, C. A Criança e o número. 10.ed. Campinas: Papirus, 1989. SOUZA, E. N. A matemática nos jogos e brincadeiras na educação infantil: uma construção de aprendizagem. Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Lins, 2012. 74 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO ATRAVÉS DA PRÁTICA CONSTRUTIVISTA Andressa JUSTINO1 Priscila Fernanda de SOUZA¹ Antúlio José de AZEVEDO2 1 2 Discentes do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. Orientador, Pedagogo, Mestre e Doutor em Educação, docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] RESUMO O presente artigo procura com base nas concepções apresentadas pelos autores COSTA e ANTUNES, 2009; DI PIERRO e GRACIANO, 2003; FERREIRO e TEBEROSKY, 1985; FRADE, 2007; RIBEIRO, 2003; SOARES, 2003, 2004a, 2004b; TEDESCHI, 2007; WEIZ, 1999, previamente selecionados, conceituar de forma objetiva e prática alfabetização e letramento, destacando a ligação existente entre ambos. Repercute também sobre os métodos usuais para ensinar a ler e a escrever e sobre as tendências atuais de utilização do construtivismo para este fim. Palavras-chave: Alfabetização. Construtivismo. Letramento. Métodos de alfabetização. ABSTRACT This article attempts based on concepts presented by the authors Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 75 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA COSTA and ANTUNES, 2009; DI PIERRO and GRACIANO, 2003; BLACKSMITH and TEBGEROSKI, 1985; MONK, 2007; RIBEIRO, 2003; SOARES, 2003, 2004a, 2004b; TEDESCHI, 2007; WEIZ, 1999 previously selected conceptualize an objective and practical literacy and literacy form, highlighting the link between both. Also reflected on the usual methods to teach reading and writing and on current trends in the use of constructivism for this purpose. Keywords: Teach reading. Constructivism. Literacy. Literacy methods. INTRODUÇÃO Praticamente em todos os segmentos da sociedade brasileira ouvem-se críticas à qualidade e ao resultado da educação escolar nacional. Organismos internacionais ligados à educação vêm engrossando estas críticas. Entretanto, tais críticas não são infundadas, pois os alunos das escolas brasileiras, submetidos aos processos de avaliações nacionais e internacionais têm demonstrado rendimento insatisfatório. Outro fato preocupante neste sentido são os altos índices de analfabetismo presentes no Brasil no decorrer do tempo, mas recorrentes ainda na atualidade. Embora, como se pode observar no quadro “1” a seguir, estes índices venham decaindo. No entanto, sua queda tem sido muito lenta, como demonstram os dados a seguir: Dentre as possíveis causas deste problema, a deficiência no ensino da alfabetização praticado nas escolas, que resulta no fenômeno do analfabetismo funcional, ou seja, o indivíduo lê sem compreender o significado do que leu, ou a não utilização social da leitura e da escrita por ele em seu cotidiano, seja a mais significativa de todas. Os dados do analfabetismo absoluto no Brasil podem ser observados no quadro “2” a seguir: 76 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF E neste caso particular que caracteriza a falta de competência do indivíduo para ler e escrever, o ônus tem recaído sobre o ensino da leitura e da escrita realizado na escola, que se dá no processo de alfabetização nos anos iniciais do ensino fundamental. O objetivo deste artigo, embora que de forma não aprofundada, é repercutir, com base no discurso dos autores selecionados e estudados (COSTA e ANTUNES, 2009; DI PIERRO e GRACIANO, 2003; FERREIRO e TEBEROSKY, 1985; FRADE, 2007; RIBEIRO, 2003; SOARES, 2003, 2004a, 2004b; TEDESCHI, 2007; WEIZ, 1999) o ensino da alfabetização que se dá no dia a dia da sala de aula. DESENVOLVIMENTO 1 CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO O termo alfabetismo vem sendo empregado para designar a capacidade da pessoa utilizar a leitura e a escrita para fins práticos, em situações cotidianas, domésticas ou de trabalho, contrapondose a uma concepção tradicional e acadêmica, que se referia a uma prática de leitura voltada para fins estéticos e eruditos. Empiricamente alfabetização pode ser conceituada como sendo a apropriação e o domínio pelo indivíduo dos códigos formais de leitura e escrita, o alfabeto, e das habilidades para ler e escrever as palavras e a fala das pessoas. Neste aspecto, Soares (2004a, p. 11) declara que a “alfabetização é o processo de aquisição do sistema convencional de uma escrita alfabética e ortográfica”. No seu entender, a consciência fonêmica (relações fonema-grafema), a fluência na leitura oral e silenciosa, o vocabulário e sua compreensão, constituem-se nos elementos essenciais do processo de alfabetização, sendo esta formada por um conjunto de habilidades, atitudes e hábitos que tornam este processo um fenômeno complexo (SOARES, 2004a, p. 16). Ferreiro (1985) destaca que, no caso da escrita, ao considerá-la tão somente como um código de transcrição, a aprendizagem da mesma não passa da apropriação de uma técnica, mas se esta é entendida como um sistema de representação e de compreensão de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 77 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA significados, sua aprendizagem representa a apropriação de um novo objeto de conhecimento, converte-se numa aprendizagem conceitual. Weiz (1999) vai mais além, pois considera que a alfabetização inicial é de natureza conceitual, pois para ler e escrever a criança se utiliza dos olhos e da mão, mas quem os comanda é o cérebro, que raciocina sobre o que se escreve e o que se lê, pertencendo a um contexto social com o qual interage por meio sua participação em atos sociais que envolvem a leitura e a escrita, em práticas sociais mediadas pelo universo da escrita. Neste contexto, Ferreira (1985) procura situar a diferença entre a codificação e o processo de aquisição, ou a elaboração pela criança do sistema convencional de escrita, nos seguintes termos: A diferença essencial é a seguinte: no caso de codificação tanto os elementos como as relações já estão pré-determinadas; o nosso código não faz senão encontrar uma representação (alternativa) diferente para os mesmos elementos e as mesmas relações. No caso da criação de uma representação, nem os elementos nem as relações estão pré-determinadas [...] as dificuldades que as crianças enfrentam são dificuldades conceituais semelhantes às da construção do sistema e por isso pode-se dizer, em outros casos, que a criança re-inventa esse sistema. Contudo, Soares (2004a) ressalta que o conceito de alfabetização foi se tornando muito específico, limitando-se à transcrição de fonemas em grafemas e grafemas em fonemas, resultando numa desinvenção da alfabetização. No seu entender, contribuíram para esta centralização do papel da alfabetização os altos índices de reprovação e evasão constatados nas avaliações internas das escolas e pelos sistemas oficiais de avaliação externa, a prevalência do construtivismo sobre o behaviorismo na fundamentação das práticas educativas valorizando aspectos psicológicos e não os linguísticos (fonética e fonologia) do processo de aquisição da leitura e escrita. Porém, esta mesma autora (SOARES, 2004b) lembra que no final da década de 1980 surgiram iniciativas de educadores e de autoridades ligadas ao setor educacional com a finalidade de modificar este quadro e promover a re-siginificação social da alfabetização. 78 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2 ORIGEM DO LETRAMENTO O surgimento do temo letramento e de seu significado resultou de uma tendência e movimento internacional em meados dos anos de 1980 que se deu simultaneamente em diversos países, com a finalidade de verificar, avaliar e incrementar o desenvolvimento de competências de leitura e de escrita na população. Segundo Soares (2004b, p. 6) o termo ganhou os seguintes significados em cada país Letramento no Brasil, do illettrisme, na França, da literacia, em Portugal, para nomear fenômenos distintos daquele denominado alfabetização, alphabétisation. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, embora a palavra literacy já estivesse dicionarizada desde o final do século XIX, foi também nos anos de 1980 que o fenômeno que ela nomeia, distinto daquele que em língua inglesa se conhece como reading instruction, beginning literacy tornou-se foco de atenção e de discussão nas áreas da educação e da linguagem. Num primeiro momento, após a inclusão do termo letramento nos debates sobre aprendizagem da leitura e da escrita, este passa a ser utilizado como oposto à alfabetização e para diferenciar as dificuldades da utilização da língua escrita no cotidiano das práticas sociais do indivíduo e a aprendizagem inicial do sistema de escrita. Soares ressalta (2004b) destaca que o termo letramento passa então a ser entendido como [...] o desenvolvimento de comportamentos e habilidades de uso competente da leitura e da escrita em praticas sociais; distinguem-se (alfabetização e letramento) tanto em relação aos objetos de conhecimento quanto em relação aos processos cognitivos e linguísticos de aprendizagem e, portanto, também de ensino desses diferentes objetos (p. 20). No entender de Goulart (2006, apud TEDESCHI, 2007, p. 25) o termo “letramento estaria relacionado ao conjunto de práticas sociais orais e escritas de uma sociedade”. [...] “O letramento está relacionado à apropriação de conhecimentos, que constituem a cultura chamada letrada”. Neste mesmo sentido, Kleiman (1995, apud TEDESCHI, 2007) considera o letramento como sendo um conjunto de práticas sociais Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 79 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA que empregam a escrita como sistema simbólico e como tecnologia em contextos específicos para objetivos específicos. Tedeschi (2007) destaca que, com relação às habilidades de leitura, o problema não está no não saber ler ou escrever, mas no não domínio das competências de uso da leitura e da escrita. Contudo, Soares (2004a) lembra que é inadmissível dissociar alfabetização de letramento, pois a apropriação da leitura e da escrita, e o desenvolvimento de competência para a utilização social de ambas, são processos que ocorrem simultaneamente, tendo em vista que a alfabetização compreende a aquisição do sistema formal da escrita e o letramento o desenvolvimento de habilidades para utilização deste sistema na leitura e escrita nas práticas sociais que realizam por meio da linguagem. 3 A DESMETODIZAÇÃO DO ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITA Do mesmo modo que se adotam métodos para a realização de atividades complexas, o ensino da leitura e da escrita nas escolas sempre se utilizou desta estratégia para alcançar bom resultado nesta função. Neste sentido, os métodos empregados na alfabetização encontram-se divididos e dois grupos: os métodos sintéticos e os analíticos, os quais determinaram por muito tempo o sistema de ensino da leitura e escrita. Compõem os métodos sintéticos o alfabético ou de soletração, o fônico e o silábico. O método alfabético baseia-se na decoração oral das letras do alfabeto, o reconhecimento das mesmas pelos alunos, posteriormente em pequenas sequencias e numa sequencia de todo o alfabeto e, por fim, das letras isoladas. Em seguida o aluno decorava todos os casos possíveis de combinações silábicas, as quais eram memorizadas sem que se estabelecesse a relação entre o que era reconhecido graficamente e o que as letras representavam, ou seja, a fala (FRADE 2007). O método fônico tem como unidade central o fonema e veio substituir o alfabético, que sofria intensas críticas por basear-se na memorização. Este método pressupõe a necessidade de se ensinar 80 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF as relações existentes entre sons e letras, para que seja possível estabelecer relação entre a palavra escrita e a falada, sendo esse o principal objetivo do método. Sua prática baseia-se no ensino do mais simples em direção ao mais complexo, ensinando primeiramente as vogais, suas formas e som, depois as consoantes e a relação delas com as vogais. O alfabeto é ensinado através de sons, que unidos a outros sons vão formando as palavras (FRADE 2007). O método silábico veio ocupar o lugar do fônico, considerado de difícil aplicação devido à sua complexidade. O método silábico tem a silaba como unidade principal para o ensino da leitura e escrita (FRADE 2007). Os métodos analíticos, compostos pelo método da palavração, método da sentenciação e método global, surgiram com a finalidade de romperem com o processo de decifração presentes nos métodos sintéticos, e propõem formas de trabalho que priorizam a análise e compreensão, defendendo a integridade do fenômeno da língua e do processo de percepção do aluno. No método analítico da palavração, as palavras são apresentadas ao aluno de forma agrupada, e geralmente seu ensino parte do pressuposto de que os alunos aprendem a reconhecê-las por meio da memorização de sua configuração gráfica. A apresentação de palavras em uma ordem previamente estabelecida auxilia no desenvolvimento de habilidades de leitura inteligente, ao mesmo tempo em que a atenção é dirigida aos detalhes da palavra como as sílabas, as letras e os sons (RIZZO, 1986, apud FRADE, 2007). Por sua vez, o método analítico de sentenciação tem como unidade central a sentença, que após ser trabalhada e reconhecida globalmente pelos alunos passa a ser decomposta em palavras e posteriormente em sílabas. Finalmente, o método analítico global se caracteriza por ter como unidade de análise o texto, do qual, inicialmente se faz uma para em seguida proceder-se o reconhecimento das sentenças, das palavras e finalmente das sílabas. Neste aspecto, o professor tem como foco inicial de seu trabalho o sentido do texto para posteriormente introduzir o processo de decomposição do mesmo em frases, palavras, sílabas e letras (FRADE, 2007). Entretanto, como os métodos de alfabetização sempre foram criticados por apresentarem algum tipo de deficiência, surgiu então Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 81 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA a proposta do ensino da alfabetização por meio do construtivismo. Com base nas concepções de Piaget sobre os mecanismos da aprendizagem, Ferreiro e Teberosky (1985) desenvolveram uma teoria de alfabetização com base no construtivismo, que tem como princípio a psicogênese da língua escrita. Nesta teoria é valorizada a forma como o aluno aprende o sistema da escrita, que em realidade se caracteriza como sendo um sistema de representações (COSTA; ANTUNES, 2009). Mortatti (2006) ressalta que no construtivismo desloca-se o eixo dos debates sobre os métodos de ensino para o processo de aprendizagem do aluno, que representa uma forma de mudança conceitual, desprezando-se as teorias e práticas tradicionais, desmetodizando-se o processo de alfabetização. Costa e Antunes (2009, p. 4) ressaltam que no construtivismo se Defende uma alfabetização contextualizada e significativa através da adaptação didática das práticas de leitura e escrita para sala de aula, já que é possível realizar a descoberta do princípio alfabético, quando as crianças são expostas a situações-problema em que são desafiados a criar hipóteses no sentido de refletir sobre a escrita. É importante destacar a valorização do diagnóstico prévio do aluno e considerando seus ‘erros’, como parte do processo de construção do conhecimento. Os mentores do construtivismo defendem a ideia de que por meio do envolvimento do aluno nas práticas sociais de leitura e escrita desencadeia-se o processo da alfabetização, não sendo necessário o ensino das correspondências fonema-grafema, ou da consciência fonológica, pois isso são consequências da evolução conceitual desse aluno no processo de aprendizagem. CONSIDERAÇÕES FINAIS Qualquer método de alfabetização conduz à aprendizagem da leitura e da escrita. Desde o início da implantação do método alfabético até ao emprego do construtivismo na atualidade, um número incalculável de pessoas aprenderam a ler e a escrever. A grande diferença reside, no entanto, na eficácia de um método em relação aos demais, e do construtivismo em relação a todos eles. 82 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF No caso dos métodos sintéticos, por exemplo, foram superados em razão de trabalharem o ensino e a aprendizagem da língua escrita priorizando o treino e a repetição, bem como a leitura mecânica que se dá por meio da decodificação do código escrito. Por sua vez, os métodos analíticos procuram romper com a prática da decifração e propõem uma estratégia baseada na análise e compreensão da palavra, da frase e do texto, focando o entendimento global para posterior analise das unidades menores. O construtivismo parte da premissa de que a aprendizagem da leitura e da escrita não se dá de forma mecânica. O aluno elabora hipóteses para buscar compreender a escrita, e isso acontece através de suas tentativas de ler e escrever, por meio das quais se desenvolve escritas espontâneas, não podendo ser considerado como erros as distorções que venham apresentar em relação ao código formal. Através do levantamento dessas hipóteses é que o aluno faz construções progressivas, ampliando seu conhecimento sobre a escrita (FRADE, 2007). Embora as propostas oficiais para alfabetização se baseiem no construtivismo, o que se observa, no entanto, é um mosaico de métodos sendo utilizado em sala de aula, inclusive do próprio construtivismo, no ensino da leitura e da escrita. Esta afirmação é validada em razão das observações sistematizadas feitas pelas autoras do artigo no decorrer do estágio curricular supervisionado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA e AANTUNES, 2009; DI PIERRO e GRACIANO, 2003; FERREIRO e TEBEROSKY, 1985; FRADE, 2007; RIBEIRO, 2003; SOARES, 2003, 2004a, 2004b; TEDESCHI, 2007; WEIZ, 1999 COSTA, Sharlene Marins; ANTUNES, Helenise Sangoi. Métodos de alfabetização: um olhar reflexivo sobre o histórico dos mesmos. Porto Alegre: UFRS, 2009. Acessado em 12/07/2013. http:// w w w. n r e . s e e d . p r. g o v. b r / t o l e d o / a r q u i v o s / F i l e / o l h a r reflexivo_sobre_historico_metodos_alfabetizacao.pdf. Acessado em 31/03/2014. DI PIERRO, Maria Clara, GRACIANO, Mariângela. A educação de jovens Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 83 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA e adultos no Brasil. São Paulo: Ação Educativa, 2003. FERREIRO, Emília; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre, Artes Médicas, 1985. FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Métodos de alfabetização, métodos de ensino e conteúdos da alfabetização: perspectivas históricas e desafios atuais. In Revista da Educação. Santa Maria: UFSM, 2007. v 32. n 1. RIBEIRO, Vera Mazagão (org.). (Coord.). Letramento no Brasil: reflexões a partir do INAF 2001. São Paulo: Global, 2003. SOARES, Magda. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Trabalho apresentado na 26° Reunião Anual da ANPED, Minas Gerais, 2003. ______. Alfabetização e letramento, caminhos e descaminhos. Revista Pátio, ano VIII, n. 29, p. 19-22, fev. abr. 2004b. _____. Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. 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Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF AS CONCEPÇÕES SOBRE RAZÃO OBJETIVA E RAZÃO SUBJETIVA NA OBRA ECLIPSE DA RAZÃO DE MAX HORKHEIMER Odair Vieira da SILVA1 Docente do curso de Pedagogia, da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF/ACEG – Garça – São Paulo – Brasil, e-mail: [email protected] 1 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo problematizar a primazia da razão subjetiva sobre a razão objetiva por meio da análise da obra Eclipse da Razão do filósofo alemão Max Horkheimer. Nesse sentido, a enfase se dara sobre a crítica a confiança incondicional na razão e no progresso ilimitado, presentes na primeira metade do século XX. Nesse período, a análise dos processos históricos constituintes da razão indicavam que a mesma havia se tornado absoluta por meio de seus aspectos mais eficazes, a formalização e a instrumentalização. Nesse aspecto, o que Horkheimer chamou de eclipse da razão foi o fato de que no mundo moderno, a primazia é dada para a razão subjetiva e instrumental, que de certo modo provocou a depreciação do sujeito autônomo como previa o Iluminismo Ocidental. Palavras- chave: Autonomia. Razão Objetiva. Razão Subjetiva. ABSTRACT This paper aims to discuss the primacy of reason subjective over Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 85 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA objective reason by analyzing the work of the Eclipse of Reason German philosopher Max Horkheimer. In this sense, the emphasis is on critical the unconditional trust in reason on the progress unlimited, present in the first half of the twentieth century. During this period, the analysis of historical processes of constituent reason indicated that it had become absolute through its most effective ways formalization and instrumentalisation. In this respect, what Horkheimer called the eclipse of reason was the fact that in the modern world, the primacy is given to the subjective and instrumental reason, which somehow caused the depreciation of the autonomous subject as provided by Western Enlightenment. Keywords: Autonomy. Objective Reason. Subjective reason. 1.INTRODUÇÃO O presente trabalho pretende realizar uma análise sobre a razão objetiva e razão subjetiva propostas pelo filosofo alemão Max Horkheimer em sua obra Eclipse da Razão, escrita na primeira metade do século XX. Nesse período, inicia-se uma crise quanto as concepções da razão, instaurando um novo irracionalismo associado a posições políticas de direita. De acordo com Rouanet (1987), “a razão não é mais repudiada por negar realidades transcendentes – a pátria, a religião, a família, o Estado -, e sim por estar comprometida com o poder. (p. 11). Desse modo, a partir do segundo quartel do século XX, outra vertente filosófica iniciada na Alemanha, denominada Teoria Crítica, inicia seus estudos sobre o processo histórico de constituição da razão em sua dialética. (BUENO, 2003) Nessa perspectiva, os principais postuladores da Teoria Crítica, formularam a teoria de que nesse período a razão passou a ser utilizada como arma de poder e de repressão, afastando-se dos ideais iluministas de instrumento de liberdade humana. Nesse sentido, a razão passou a assumir características formais e instrumentais que visavam garantir a adaptação e o conformismo ao status quo. Dentre as produções da Teoria Crítica, abordaremos a seguir alguns conceitos relacionados a razão instrumental ou formalizada, 86 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF bem como da razão objetiva e razão subjetiva da obra Eclipse da Razão de Max Horkheimer. 2.RAZÃO OBJETIVA E RAZÃO SUBJETIVA NA OBRA DE MAX HORKHEIMER De acordo com o Adorno (2006), o contexto histórico da sociedade na primeira metade do século XX, era um contexto de incertezas em que imperava a adaptação à situação existente e a conformação. Nesse período, a imposição à adaptação gerava ódio e insatisfação, “justamente porque a realidade não cumpre a promessa de autonomia, enfim, a promessa de felicidade que o conceito de democracia afinal assegurara, as pessoas tornam-se indiferentes frente à democracia quando não passam a odiá-la”. (ADORNO, 2006, p. 43 -44). Essas negatividades são acentuadas pelo fato da transformação da razão em racionalidade técnica de dominação, ou seja, a razão instrumental ou formalizada que, conforme Horkheimer e Adorno (1985) é transformada em “caráter compulsivo da sociedade alienada em si mesma”. (p. 100). O filósofo alemão Max Horkheimer escreveu sua obra Eclipse da Razão nesse contexto de incertezas e negatividade no qual imperava a razão instrumental ou formalizada. Nesse texto, Horkheimer problematiza as principais consequências dessa razão e apresenta as bases teóricas e epistemológicas da razão objetiva e da razão subjetiva. Para Horkheimer (2002), durante muito tempo predominou uma tradição metafísica da razão que ia de Platão e Aristóteles, até Hegel no idealismo alemão, todos fundados nos princípios de uma teoria da razão objetiva. Essa tradição pressupunha uma harmonia entre a faculdade racional originariamente humana e uma realidade que é racional em si mesma. Nesse sentido, o autor denomina a razão objetiva como uma razão a priori, autofundada e auto constituinte do mundo. Assim, Horkheimer (2002), salienta que a concepção de razão objetiva “afirmava a existência da razão não só como uma força da mente individual, mas também do mundo objetivo: nas relações entre Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 87 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA os seres humanos e entre as classes sociais, nas instituições sociais e na natureza e suas manifestações.” (p. 14). Além da razão objetiva, o filósofo alemão apresentou outra noção de razão, a denominada razão subjetiva, que é segundo ele é tributária do desenvolvimento da filosofia empirista. Conforme Horkheimer (2002), a razão subjetiva “relaciona-se essencialmente com os meios e fins, com a adequação de procedimentos a propósitos mais ou menos tidos como certos e que se presumem autoexplicativos.” (p. 13). Para Horkheimer (2002), na razão objetiva, os homens possuem a faculdade originária de conhecer a realidade, devido ao fato da mesma não ser uma instancia subjetiva da mente. Todavia, no caso da razão subjetiva, as questões filosóficas se colocam de outra maneira por dois motivos. Primeiro, por que a razão aparece como uma instancia fundadora. Essa razão é colocada em duvida, por que sendo ela, a razão subjetiva tributária da concepção empirista, não pode fugir da compreensão de que não existem ideias inatas e, muito menos da possibilidade de existência originária que seja inata, que possa ser anterior à experiência, diferentemente da razão objetiva, que é inata, transcendente e fundadora. Em segundo lugar, para os empiristas os homens primeiro experimentam a realidade por meio das sensações, pelo contato sensível com o mundo, só depois eles pensam e produzem ideias essa é uma diferença fundamental, porque nesse sentido a razão pode ser unicamente fundadora. No que respeita a razão subjetiva e a concepção filosófica empirista, Marcuse (1988), ressalta que nessa concepção os fatos e os dados governam a razão. Essa é a principal característica da razão subjetiva na medida em que ela é herdeira dessa tradição empirista de pensamento. Nesse sentido, dentro da concepção da razão subjetiva, a racionalidade deixa de ser uma instancia fundadora, originária e auto constituinte e passa a ser simplesmente derivada dos fatos, passa a ser em si um instrumento do conhecimento e da realidade, que não é racional em si mesma. Do ponto de vista da razão subjetiva, a razão perde a soberania que lhe era atribuída pelos sistemas filosóficos ocidentais e, passamos a ter uma condição mais precária e dependente da razão. 88 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Desse modo, a razão se torna dependente dos fatos e dados da realidade, se torna dependente da empiria, por isso ela se torna uma razão subjetiva, pois ela passa a ser uma ferramenta, que adquire um caráter formal e instrumental para o conhecimento da realidade. Horkheimer (2002), em seu texto apresenta as principais diferenças entre a razão objetiva e a razão subjetiva. Há uma diferença fundamental entre esta teoria, segundo a qual a razão é um princípio inerente da realidade, e a doutrina de que a razão é uma faculdade subjetiva da mente. Segundo esta última, apenas o sujeito pode ter verdadeiramente razão: se dizemos que uma instituição ou qualquer outra realidade é racional, geralmente queremos dizer que os homens a organizaram de um modo racional, que eles aplicaram a esta instituição ou realidade, de modo mais ou menos técnico, a sua capacidade lógica de calculo. Em última instancia, a razão subjetiva se revela como a capacidade de calcular probalidades e desse modo coordenar os meios corretos com um fim determinado. Esta definição parece estar em harmonia com as ideias de muitos filósofos de destaque, sobretudo os pensadores ingleses desde os tempos de John Locke. (p. 15). Assim, percebe-se que na concepção da razão subjetiva existe certo déficit no que se refere compreensão e entendimento do mundo. Na razão subjetiva os homens se tornam muito menos senhores da realidade, pelo contrario, eles se tornam dependentes da realidade para conhecer o mundo. Com todas as implicações que Horkheimer apresenta no texto, dentre elas o fato da razão subjetiva ser instrumental e estar intimamente relacionada com a capacidade de calcular probalidades, com o domínio instrumental da natureza, com o domínio técnico, com capacidade de lógica e de calculo. Horkheimer (2002), ainda ressalta que dentro da visão subjetiva não existe propósito racional, e a razão torna-se algo sem sentido. Dentro da visão subjetivista, quando o termo “razão” é usado para conotar uma coisa ou uma ideia mais do que um ato, ele se refere exclusivamente à relação de tal objeto ou conceito com um propósito, não com o objeto ou conceito em si mesmo. Não existe um propósito racional como tal, e discutir a superioridade de um objetivo sobre outro em termos de razão torna-se algo sem sentido (p. 15). Dentro da concepção subjetivista, a razão ainda assume caráter Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 89 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA de formalização, ou seja, a razão deixa de ser constituinte, autofundada e passa ser mais um instrumento ou uma ferramenta de controle dos homens e da natureza. Horkheimer (2002), ainda questiona sobre as consequências da formalização da razão. Quais são as consequências da formalização da razão? Justiça, igualdade, felicidade, tolerância, todos os conceitos que, como já se disse, foram nos séculos precedentes julgados inerentes ou sancionados pela razão, perderam as suas raízes intelectuais. Ainda permanecem como objetivos e fins, mas não há uma força racional autorizada para avalia-los e liga-los a uma realidade objetiva. Endossados por veneráveis documentos históricos, podem ainda gozar de prestígio, e alguns estão presentes nas leis supremas dos maiores países. Contudo, falta-lhes a confirmação da razão em seu sentido moderno. Quem pode dizer que qualquer um desses ideais é mais estritamente relacionado com a verdade do que o seu oposto? Segundo a filosofia do intelectual médio moderno, só existe uma autoridade, a saber, a ciência, concebida como classificação de fatos e calculo de probalidades. A afirmação de que a justiça e a liberdade são em si mesmas melhores que a opressão é, cientificamente, inverificável e inútil. Começa a soar como se fosse sem sentido, do mesmo modo que seria a afirmação de que vermelho é mais belo do que azul, ou de que um ovo é melhor do que leite. (p. 32). Segundo o autor, a razão objetiva dava ascendência intelectual para os temas justiça, igualdade, felicidade, tolerância. Horkheimer coloca então de uma forma muito clara as consequências da formalização da razão, na medida em que falar sobre justiça e liberdade pressupõe uma força intelectual, ou seja, as raízes intelectuais que nos deram a certeza de que é importante que os homens procurem um mundo mais justo, livre, emancipado e igualitário. Porém do ponto de vista da razão subjetiva isso precisa ser verificado, e esses ideais em si mesmo são inverificáveis. Empiricamente, do ponto de vista da razão subjetiva não faz o menor sentido dizer que e melhor viver num mundo justo ou injusto, livre ou não livre. Para Horkheimer (2002), devido ao fato da racionalidade ter se transformado em instrumento técnico de controle dos homens, em instrumento técnico de controle da natureza, a autoridade agora passa a ser a ciência o conhecimento técnico que delimitam quais são os objetivos que devem ser buscados pela humanidade. Segundo Silva (1997), a ciência garantiu o triunfo da instrumentalidade dominadora e instaurou outra fonte de dominação, 90 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF a própria razão. Desse modo, os indivíduos passam a alienar a sua própria liberdade. De acordo com o imperativo da razão instrumental sobre o mundo, a própria categoria do sujeito iluminista, soberano e autônomo é sacrificado quando a razão se transforma em instrumento técnico de controle do mundo. 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer desse trabalho problematizamos a primazia razão. Conforme Horkheimer (2002), a razão objetiva deveria ter a primazia sobre a razão subjetiva, pois se trata de uma instancia soberana da mente. O que Horkheimer chama de eclipse da razão é o fato de que no mundo moderno, a primazia é dada para a razão subjetiva e instrumental, que provoca a depreciação do sujeito autônomo como previa o Iluminismo Ocidental. Nesse sentido, esse sujeito contemporâneo tem se submetido ao processo de dominação, adaptação e conformação a razão formalizada. A diferença de acordo Horkheimer (2002),”reside no fato de que a humanidade moderna se submete a esse processo não como uma criança que tem uma confiança natural na autoridade, mas como um adulto que desiste da individualidade já adquirida”. (p. 104). A esse respeito, Giroux, (1983, p. 12, apud SILVA e COLONTONIO, 2011) salienta que, (...) a crise da razão acontece quando a sociedade se torna mais racionalizada porque, sob tais circunstâncias históricas, a razão perde sua faculdade crítica por exigência da harmonia social e, assim, torna-se um instrumento da sociedade existente. Como resultado, a razão como “insight” e crítica, transforma-se em seu oposto, isto é, irracionalidade. (p.39). Assim, de acordo com Silva (1997), compreendemos que ao longo dos tempos e dos processos históricos, os sujeitos se transfiguraram de dominadores em dominados. A confiança incondicional na razão e no progresso ilimitado enfraqueceu a visão crítica da racionalidade, e a razão tornou-se absoluta por meio de seus aspectos mais eficazes a formalização e a instrumentalização. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 91 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ADORNO, T. Educação e emancipação. 4. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2006. ADORNO, T. HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1985 BUENO, S. F. Pedagogia sem sujeito: qualidade total e neoliberalismo na educação. São Paulo: Annablume/Fapesp, 2003. HORKHEIMER, M. Eclipse da razão. 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Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE AS TEORIAS DA APRENDIZAGEM DE GARDNER, PIAGET, VYGOTSKY E WALLON E O OLHAR PSICOPEDAGÓGIO SOBRE AS PRÁTICAS EDUCACIONAIS Flávia Maia GARCIA1 Luciana da SILVA2 Rodrigo M. de Melo DIEGUES3 Helena Maria da Silva SANTOS4 1 Graduada em Pedagogia Instituto Educacional de Garça (IESG) – Garça, SP. 2 Graduada em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas de Garça (FAHU/ACEG) – Garça, SP. 3 Graduado em Pedagogia pela Faculdade de Ciências Humanas de Garça (FAHU/ACEG) – Garça, SP- Email: [email protected]. 4 Docente do curso de Psicologia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça (FAEF/ACEG) - Garça/SP. – email: [email protected] RESUMO O tema deste artigo orbita em torno do conceito de aprendizagem e suas dificuldades e o olhar psicopedagógico sobre esta problemática, a fim de, compreendê-la e abrir novos horizontes para possíveis intervenções. Inicialmente traremos à tona o pensamento de Gardner sobre a aprendizagem onde aborda as múltiplas inteligências realçando o meio escolar como propulsor para seu desenvolvimento nos educandos. Não obstante, o tripé Educacional, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 93 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA formado por Piaget, Vygotsky e Wallon, destaca a aprendizagem como capacidade inerente ao desenvolvimento cognitivo através da interação/sujeito/meio e a afetividade. Ambos contribuíram à psicopedagogia, sendo esta, ferramenta para entender as dificuldades de aprendizagem e suas possíveis causas. Palavras - chave: aprendizagem, dificuldades de aprendizagem, educação. ABSTRACT The theme of this article revolves around the concept of learning and its difficulties and the look on Psychology this problem, in order to understand it and open new horizons for possible interventions. Initially we will bring to the fore the Gardner thought about learning where addresses the multiple intelligences enhancing middle school as propellant its development in students. Nevertheless, the Educational, Tripod formed by Piaget, Vygotsky and Wallon, highlights how learning ability nherent in the cognitive development through the interaction/subject/middle and affectivity . Both contributed to the Psycho-pedagogy, being this, tool to understand the learning difficulties and their possible causes. Keywords: learning, learning disabilities, education. INTRODUÇÃO Neste trabalho procuramos elencar alguns conceitos importantes das teorias educacionais, destacando Gardner e o tríplice educacional: Piaget, Vygotsky e Wallon e a contribuição das teorias dos mesmos para a fundamentação psicopedagógica e para a prática educativa. Com base em pesquisas de artigos, foi possível observar inúmeros trabalhos que convergem em um mesmo tema: aprendizagem e intervenção para a superação das dificuldades inerentes à aprendizagem. Na figura 1-A (quadro comparativo) segue resumidamente as teorias em questão, excetuando a de Gardner que será abordada logo depois do quadro comparativo: 94 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Fonte: ROQUE, Walkiria (2010) 1.A APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DE GARDNER Inicialmente, iremos abordar a teoria de Gardner em que, nos seus trabalhos procura as fontes construtoras. Ao observar essas fontes de informações sobre o desenvolvimento, acabou reunindo uma grande quantidade delas, teorizando nas sete inteligências, sendo elas: Linguística: características dos poetas- localizada no centro de Broca; Lógico-matemática: à capacidade lógica e matemáticalocalizada no centro de Broca; Espacial: capaz de se locomover e se localizar, dominar um mundo espacial- localiza-se no hemisfério direito do cérebro; Musical: dominar elementos da música- localizase no hemisfério direito do cérebro; Corporal-cinestésica: utilizar a mensagem corporal para resolução de problemas- localiza-se no hemisfério esquerdo do cérebro; Inteligência interpessoal: capacidade de compreender outras pessoas- localiza-se nos lobos frontais e Inteligência intrapessoal: capacidade de autocontrole para operar efetivamente na vida- localiza-se nos lobos frontais. Para Gardner o propósito da escola deveria ser centrada no aluno, além de, o de desenvolver essas inteligências e ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. Ele se preocupa com a criança que não atingem a meta desejada e consequentemente são consideradas como não se tem talento algum. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 95 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Neste modelo os professores seriam liberados para fazer aquilo que deveriam fazer: ensinar o assunto de sua maneira, e o coordenador assegurar que a equação aluno-avaliação-currículocomunidade estivesse adequadamente equilibrada. A inteligência para ele é a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente. Essa capacidade permite às pessoas abordar soluções e atingir objetivos. A inteligência é um potencial biopsicológico. O fato de um individuo ser ou não considerado inteligente e em que os aspectos, é um produto de sua herança genética e de suas propriedades psicológicas, variando de seus poderes cognitivos às suas disposição de personalidade, sendo assim, o talento é sinal de um potencial biopsicológico precoce. As crianças possuem necessidades diferentes para cada fase, respondem a diferentes formas de informação cultural e assimilam conteúdos com diferentes estruturas motivacionais e cognitivas, logo os tipos de regimes educacionais planejados pelos professores precisam levar em conta esses fatores de desenvolvimento. 2.A APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA DE PIAGET Na teoria Piagetiana, o individuo em contato com o objeto desenvolve sua capacidade cognitiva construindo seu conhecimento, postula que ao se deparar com algo novo o individuo tenta remetêlo a qualquer coisa que já conheça. Em sua teoria, Piaget nomeou assimilação, isto é, reconhecer alguma coisa como diferente do que se conhece. A partir deste reconhecimento, do contato com a novidade, da experimentação, o indivíduo refina seus conhecimentos e incorpora uma nova informação, ou seja, acontece a assimilação, a acomodação e o conhecimento na sua estrutura cognitiva torna a desiquilibrar-se, o que proporciona a criação de um novo conhecimento. A função do professor, neste ponto de vista, é desiquilibrar a estrutura do conhecimento ou o esquema mental no aluno oferecer desafios e oportunidade para novas aprendizagens. Não obstante, é necessário oferecer um mecanismo contínuo de 96 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF sondagem aos conhecimentos prévios dos alunos, para uma possível intervenção auxiliando o aluno no seu desenvolvimento. Piaget, também formulou também os chamados Estágios de Desenvolvimento, determinando o nível maturacional da criança e suas apropriações de acordo com a fase de seu desenvolvimento: Segue a tabela resumindo as características presentes do desenvolvimento em cada fase: 3.A APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA DE VYGOTSKY Resumidamente a aprendizagem sob a ótica de Vygostsky, tem como palavra chave Interação social no qual o desenvolvimento do indivíduo ocorre através da relação com o meio social em que vive. O conceito de mediação simbólica trata do conceito de intermediação, da relação homem-mundo e acontece por meio de duas formas: Uso de ferramentas: objetos criados no mundo pelo homem para interferir no meio em que vive. Toda a ação do homem é cultura e alarga possibilidades. Signos e símbolos: são representações, onde demandam abstrações elaboradas, entre elas a comunicação. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 97 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A linguagem como instrumento do pensamento, tem duas funções: · Comunicação: expressão e intercambio social; · Categorização: Classificação e conceituação do mundo (inteligência prática). Vygotsky, em suas pesquisas teoriza a zona de desenvolvimento proximal, tendo dois conceitos: O conhecimento real e potencial. O conhecimento real é o que o aluno sabe, o que domina. Já o conhecimento potencial é aquele que se pode dominar com a mediação do outro, sendo este mais experiente. A distância entre o conhecimento real e potencial é chamada de desenvolvimento proximal, onde o professor deve atuar para promover o desenvolvimento do aluno no seu aspecto cognitivo. 4.A APRENDIZAGEM SOB A ÓTICA DA TEORIA DE WALLON A perspectiva da aprendizagem de Wallon defende a ideia da compreensão d criança completa, concreta e contextualizada vista no seu aspecto integral, respeitando as especificidades de cada uma. Segundo ele são quatro os campos funcionais que visualizam a criança de modo integral: a) Manifestação afetiva/relação; que é a relação d criança com o meio que ela está inserida; b) O movimento: sinal de vida psíquica, deslumbrada em duas dimensões: a) expressiva- base das emoções de expressão; b) instrumental- ação direta sobre o meio físico. c) A inteligência: 1º momento: sincretismo, ou seja, misturar as coisas, confusão, o indivíduo não separa a qualidade do objeto. Com a experiência da criança sobre o mundo ocorrem progressivas diferenciações, o que proporciona o ampliar de seu repertorio de categorizações. 2º momento: pensamento categorial, ou seja, conceitual e acontece na idade escolar, possibilitando o pesar real por meio de diferenças e classificações. d) A construção do eu como pessoa: o indivíduo constrói consciência de si. Nesta situação, mamãe e bebê são vistos como um todo, que representa para Wallon alto grau de sociabilidade- ela e outro, para depois o indivíduo perceber-se enquanto único, o que 98 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF nomeia processo de individuação. Esse processo é caracterizado em duas formas: imitação do outro (maneira de ter o outro como referencia); Negação do outro (perceber o limite e o outro). Vale lembrar que segundo Wallon a relação destes quatro campos funcionais não é harmoniosa, mas permeada por conflitos. 5.A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOPEDAGOGIA PARA COMPREENSÃO DOS PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM Ao elencar os aspectos importantes destas teorias, é importante ressaltar que estes teóricos e muito outros pesquisadores, têm contribuído de maneira relevante para compreender os fracassos escolares. Desta forma, a psicopedagogia ajuda a compreender os problemas inerentes à aprendizagem e entender as possíveis dificuldades situadas neste movimento e promover situações que possam contribuir para a resolução da problemática. A psicopedagogia, como ciência que estuda possibilidades de intervenção nas dificuldades escolares, é um avanço na prática docente, pois ela permite o professor entender e se orientar da melhor maneira de como agir diante de situações problemas encontrados no dia a dia na vida do aprendente dentro da escola. O fracasso escolar não está restrito apenas no plano biológico, são muitos os fatores que interferem na aprendizagem do aprendente, e não apenas por um fator, esteja ele na criança, no meio familiar ou escolar. São elas: · Carências afetivas; · Deficientes condições habitacionais; · Sanitárias, de higiene e nutrição; · Pobreza da estimulação precoce · Privações lúdicas e Psicomotoras; · Simbólicas e cultural; · Ambientes repressivos; · Nível elevado de ansiedade; · Relações interfamiliares · Métodos de ensinos impróprios e inadequados. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 99 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Um ambiente estimulante e encorajador em casa produz estudantes adaptáveis e dispostos a aprender, mesmo crianças com comprometimentos cognitivos. A psicopedagogia, neste sentido, vem ajudar o ensinante a intervir nestes aspectos, sob a lente de diversas áreas. O professor deve conhecer parte de cada teoria relevante ao atuar psicopedagógico, tais como: psicologia, psicanálise, filosofia, sociologia, pedagogia, neurologia, neuropedagogia entre outros. Desta forma, a psicopedagogia utiliza de diversas lentes para compreender o processo de aprender do ser humano. A epistemologia convergente criada em 1965 é considerada um método clinico destinada ao processo de diagnóstico e intervenção para diferentes faixas etárias, sendo fundamentada em três linhas teóricas: a psicanálise, a psicologia social, e a epistemologia genética, ela procura entender a contribuição dos aspectos afetivos, cognitivos e do meio sócio educacional na aprendizagem do aprendente e suas dificuldades. É nessa direção que o psicopedagogo/ ensinante precisa atuar, ou seja, propiciar condições para que o aprendente construa seu conhecimento reflexivamente e tornar-se cada vez mais autônomo em relação ao meio, interagir-se com os colegas e resolver conflitos, ser independente e curioso, usar iniciativa própria; ter confiança e habilidades para formar ideias próprias e exprimi-las com convicção. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos, portanto que, para entender a atuação psicopedagógica na prática educativa é importante, antes de tudo, compreender o que se passa com o sujeito aprendente e conhecer as teorias da aprendizagem no qual permite compreender suas dificuldades e encontrar maneiras eficazes de intervir para haurilas ou como forma preventiva. De maneira alguma a psicopedagogia é uma ciências que promete extirpar as dificuldades do aprendente como solução mágica, pelo contrário, ela possibilitará ao ensinante ferramentas para advir neste processo, procurando levar o sujeito ao domínio dos conteúdos respeitando o limite de cada um. 100 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Em suma, é necessário encontrar formas e caminhos diferentes para levar o aluno à compreensão dos conteúdos, principalmente aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem de ordem biológica, social ou psicológica. REFERÊNCIAS LIMA, Sandra Vaz de; Fatores que interferem na aprendizagem. Disponível em: http://www.webartigos.com/artigos/fatores-queinterferem-na-aprendizagem/4419/. Acesso em 28 de mar de 2014. ROQUE, Walkiria. Piaget, Vigotsky e Wallon: tripé teórico da educação, 20 nov. 2010. Disponível em: <http:// walkiriaroque.wordpress.com/2010/11/20piaget-vygotsky-e-wllontripe-teorico-da-educacao-2/. Acesso em: 30 de mar. de 2014 TRAVASSOS, Luiz Carlos Panisset. Inteligências Múltiplas. 2001. Disponível em:<http://eduep.uepb.edu.br/rbct/sumarios/pdf/ inteligencias_multiplas.pdf> A c e s s o em: 28 março 2014. VISCA, Jorge. Clinica Psicopedagogica: Epistemologia convergente. Porto alegre: Artes Médicas, 1987. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 101 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 102 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF BRINCANDO COM A MATEMÁTICA: ENSINO DA MATEMÁTICA COM JOGOS E BRINCADEIRAS CARDOSO, Daniela Uzai 1 ALMEIDA, Thaís Sanches de2 TOMÉ , Marta Fresneda 3 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected]. 1 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected]. 2 3 Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. Email: [email protected]. RESUMO Este artigo tratará do ensino de matemática na educação infantil. Seu objetivo é analisar o ensino de matemática e o uso de tecnologias na educação infantil. O método pedagógico de ensino unido com os jogos e brincadeiras e a matemática trazem um grande avanço na aprendizagem do aluno. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica e uma entrevista com uma professora da educação infantil. Este trabalho é de importância para a formação dos profissionais dessa respectiva área. Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino de Matemática. Prática Pedagógica. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 103 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article will address the teaching of mathematics in early childhood education. Its goal is to analyze the teaching of mathematics and the use of technology in early childhood education. The kingdom with fun and games pedagogical method of teaching math and bring a breakthrough in student learning. For this, a literature review and an interview with a professor of early childhood education was performed. This work is of importance to the training of professionals in this respective area. Keywords: Early Childhood Education. Teaching of Mathematics. Pedagogical Practice. INTRODUÇÃO O presente trabalho referente ao ensino da matemática na Educação Infantil, trabalhando com jogos e brincadeiras, é um meio de ensino capaz de realizar avanços na aprendizagem, para que os alunos consigam desenvolver, criar e aumentar o seu raciocínio lógico. Através dos jogos e brincadeiras, a criança se desenvolve e é como ferramenta para o ensino de aprendizagem sabendo que as brincadeiras despertam o interesse pelo aprender na criança. O objetivo deste trabalho é apresentar o ensino de matemática na Educação Infantil, relacionando a teoria com a prática pedagógica. A Educação Infantil é o primeiro nível de aprendizado para se formar uma criança, é nesta etapa em que o educando começa a se socializar e ampliar experiências com o mundo. A Matemática é de grande importância no aprendizado, pois é uma ciência que estuda as quantidades, o espaço, as relações abstratas e lógicas aplicadas aos símbolos, ou seja, a matemática está sempre em nosso cotidiano, mesmo sem perceber trabalhamos com ela em todo tempo. As brincadeiras constituem o incentivo de novas habilidades, e a busca de novas explicações, pois para a criança é mais fácil trabalhar com as situações imaginárias e hipotéticas seguindo determinadas regras, os jogos e brincadeiras são meios de felicidades, descobertas, aventuras, criam objetivos, as crianças têm mais facilidades em raciocinar através desse método. 104 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Mostraremos alguns métodos que facilitam o aprendizado da criança, através dos jogos e brincadeiras, como um processo lúdico e com muita criatividade. Este artigo é composto por dois tópicos, o primeiro é apresentado uma revisão bibliográfica sobre o ensino de matemática na Educação Infantil e o segundo, apresenta uma experiência prática de uma professora da Educação Infantil no ensino de matemática. A leitura deste texto destina-se a estudantes de pedagogia, professores e coordenadores pedagógicos que atuam na Educação Infantil e pessoas interessadas na melhoria da Educação no Brasil. 1 O PAPEL DO PROFESSOR NA UTILIZAÇÃO DOS JOGOS É necessário que o professor saiba os valores e a importância que as atividades lúdicas têm para o desenvolvimento infantil. Por essa razão, muitos professores trabalham com os jogos e brincadeiras na sala de aula, usando como um recurso pedagógico, tendo muitas vezes bons resultados. Negrine (1994, p. 38) nos aponta que o profissional que irá trabalhar com crianças, é necessário uma boa formação didático-pedagógica, pois quanto menor for à criança, mais qualificado o professor terá de ser. Para as crianças, principalmente na educação infantil, o professor é considerado um exemplo, por esse motivo, deve-se despertar a curiosidade dos alunos e juntos compartilharem os jogos e brincadeiras, assim ocasiona nas crianças novas descobertas e potencialidades. Vale ressaltar que para o professor ter uma boa formação profissional, é necessário saber o verdadeiro papel como pedagogo, pois para ensinar os conteúdos às crianças, podem ser usados os jogos e brincadeiras, como por exemplo, ensinar a matemática através dessa ação, trabalhando com o raciocínio lógico da criança. O profissional da área precisa saber a importância que o lúdico proporciona e que coloque em prática em suas metodologias, Negrine (1994, p. 41) afirma que requer um preparo profissional e planejamento consistente para atuar como pedagogo. Assim, é de fato que o desenvolvimento e a aprendizagem infantil necessitam de estímulos, e são consideradas como estímulos as atividades lúdicas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 105 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1.1 O OLHAR DAS CRIANÇAS SOBRE OS JOGOS A brincadeira é a primeira atividade na infância, pois essa ação gera descobertas, experiências, com isso, proporcionando algum aprendizado. Segundo Kishimoto (2002), o brincar, garante à criança vivenciar em um mundo imaginário, mesmo sendo um mundo que não lhe pertence e a realidade sendo outra, é preciso essa ação, para que a criança consiga adquirir um desenvolvimento. O lúdico na sala de aula, como brincadeiras em roda, cantigas, até mesmo fazendo a chamada, quantos alunos estão presentes, quantos faltaram, brincando com o calendário, a criança adquire um desejo em aprender, pois desperta a curiosidade e novas descobertas são feitas. Muitos professores na educação infantil acabam não usando o lúdico em suas aulas, achando que gera bagunça, indisciplina, mas isso não pode ocorrer, a criança precisa sim desse método educativo em suas aulas. É nessas brincadeiras que a criança se doa, da mesma forma com que aprende a andar, a falar e comer. Através desse motivo que aparece as atividades lúdicas, os jogos e brincadeiras deveriam ser reconhecidos com a sua real importância para o desenvolvimento da criança, sendo instrumento essencial para as atividades na rotina pré-escolar. Neste tópico vimos à preocupação em ensinar à matemática na educação infantil, e um dos meios mais utilizados é jogo pedagógico, o meio em que o homem vive deve ser considerado em toda ação educativa, com o propósito de adotar métodos e diretrizes que torne um sujeito atuante, ao invés de um objeto, (GUIMARÃES, 1998). Através dos jogos, é mais fácil o entendimento e o raciocínio da matemática para uma criança na educação infantil, e também é uma forma mais prazerosa para elas, pois todas as crianças vivem com os pensamentos imaginários, brincadeiras, gostam de lhe dar com essas situações. O professor deve ensinar o jogo como um recurso a mais na sala de aula, além dos outros métodos de ensino, mas também incluir essa prática. Os jogos de observação e memorização contribuem para a capacidade matemática, muitas vezes achamos que os jogos não têm nenhum objetivo, mas na verdade a maioria deles tem alguma intenção lógica. 106 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA Foi entrevistada uma professora que trabalha na Educação Infantil, sua formação é em Magistério, Ciências Sociais e Pedagogia, tem quarenta e quatro anos e há vinte e três anos que exerce a profissão como pedagoga. Na escola em que atua é ensinada a matemática desde os três anos de idade, onde os educadores trabalham com desempenho para que a criança consiga ter um bom aprendizado na matemática, ressalta que as crianças precisam aprender brincando, pois é através desse meio que despertam a curiosidade. São usadas como técnicas para o ensino da matemática os números, as formas geométricas, são diversas formas para ensinar uma criança a matemática, como por exemplo: contar quantos alunos tem na sala, quantos alunos faltaram, a idade e altura de cada um, através do calendário, são em pequenos detalhes que as crianças acabam percebendo o uso da matemática, como jogos também podemos citar jogos de dados, boliche, argolas entre outras. Nos dias de hoje, há muitos cursos para os professores terem uma boa formação na sua área, a entrevistada disse que é necessário uma boa coordenação na escola, para que incentive os professores a participarem desses eventos para que tem uma ampla informação da educação. É de mera importância o ensino da matemática na educação infantil, disse a entrevistada, pois é nesse estágio em que a criança está desenvolvendo seu processo de aprendizado, e o aprendizado lógico é necessário ser trabalhado, e como já foi comentado há várias formas de passar esse conhecimento para seu aluno. Finalizando a entrevista foi comentada a importância do uso da tecnologia na sala de aula, pois hoje é um meio de aprendizado em que a criança tem interesse em aprender, há muitos sites educativos para que o professor possa usá-los em suas aulas. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as devidas informações pesquisadas, o ensino da matemática na educação infantil é de grande importância para a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 107 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA criança e um dos meios para ocorrer esse aprendizado é com os jogos e brincadeiras, podemos dizer que, a aprendizagem acontece de maneira significativa enquanto a criança brinca, a aprendizagem é um processo de modificação no comportamento de um indivíduo. Através do lúdico, há uma grande construção do pensamento lógico argumentativo, pois brincando ou jogando, os alunos desenvolvem a sociabilidade, com isso aprendem regras, com isso a criança começa a pensar matematicamente, pois as regras dos jogos fazem com que implicam no trabalho com a dedução, com isso criam hipóteses e algumas análises para chegar ao resultado. Vale lembrar que esse aprendizado o aluno precisa do professor, mesmo que é possível ter em qualquer lugar um jeito de aprender matemática, mas é obrigação do professor transmitir esse conhecimento para seu aluno, usando qualquer método pedagógico para o ensino, lembrando que é preciso paciência e dedicação com as crianças, pois estão no momento de desenvolvimento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUIMARÃES, K. P. Abstração reflexiva e construção da noção de multiplicação, via jogos de regras. Dissertação de mestrado da faculdade de educação da UNICAMP, Campinas, 1998. KISHIMOTO, T. M. Jogos infantis: o jogo, a criança e a educação. Rio de Janeiro: Vozes, 1993. KISHIMOTO, T.M. (Org). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortiz, 2000. NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil 1: simbolismo e jogo. Porto Alegre: PRODIL, 1994. NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil 2: perspectivas psico-pedagógicas. Porto Alegre: PRODIL, 1994. 108 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONCEITOS E CONCEPÇÕES SOBRE A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Luciana Peres Antônio BONINI,1 Jaqueline Aparecida SILVA 2 Roberta Bragante MARTINS3 Walkíria Elias ROCHA4 1 Docente do curso de pedagogia da faculdade de ciências humana- FAEF – Garça/SP- Brasil. Email: [email protected] 2 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF - Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] 3 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF- Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] 4 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF- Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] RESUMO Este artigo tem por finalidade apresentar os conceitos e concepções no que diz respeito a aprendizagem de jovens e adultos (EJA). A aprendizagem deve estar inserida na vida de todos, pois ao adquirir conhecimento, as pessoas tornam-se capazes de expressar suas opiniões e argumentações sobre qualquer assunto. Levando em conta que a leitura e a escrita são instrumentos que permitem a inclusão dos indivíduos na cultura letrada, possuindo acesso a informações e ao conjunto de conhecimentos que foram escritos ao longo da história, provocando um salto de conhecimento no indivíduo que aprende a ler e a escrever, ampliando e desenvolvendo os mecanismos cerebrais que utilizamos para pensar. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 109 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: Aprendizagem de jovens e adultos, ler, escrever e conhecimento. ABSTRACT This article aims to present the concepts and conceptions regarding the learning of young people and adults (EJA). Learning should be inserted in everyone’s life, to acquire knowledge because, if people become able to express their opinions and arguments on any assunto.Levando regard to reading and writing is an instrument that allows the inclusion of individuals in literacy having access to information and to the body of knowledge that have been written throughout history, causing a jump of knowledge in the individual who learns to read and write, expanding and developing the brain mechanisms that we use to think. Keywords: Youth and adult learning, literacy and knowledge. 1.INTRODUÇÃO A Educação de Jovens e Adultos (EJA) teve início com a colonização do Brasil tendo como ideia principal a alfabetização das pessoas carentes, mesmo que no início se pensava somente em educar por interesses políticos. Houve destaque maior com Paulo Freire, mudando a ideologia daquela época. Através dele ocorreram várias mudanças até os dias atuais, tendo participação de vários pensadores que como ele contribuíram para a melhoria da EJA. O foco principal da EJA é atender as pessoas em sua totalidade, não importando a idade, cor, raça e etnia. Tem por finalidade facilitar a conclusão dos níveis educacionais, pois possui duração menor. Pretende–se com este artigo que as pessoas tenham acesso às informações necessárias referentes ao direito do público jovem e adulto a educação estendida que não foram concluídas na idade certa. 110 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 BREVE HISTÓRICOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS EJA A Educação de Jovens e Adultos (EJA) teve início desde quando o Brasil foi colonizado por Portugal. Naquela época já se pensava em alfabetização tendo como público alvo os índios que eram os primeiros habitantes do Brasil. Desse dia em diante houve maior preocupação pelos estudiosos e governantes em alfabetizar a população adulta, mas somente em 1947 que foi aprovado o plano de campanha de Educação de Adolescentes e Adultos pela UNESCO e seu principal mentor foi o educador Lourenço Filho que demonstrava sua preocupação com a Educação social agindo para que acontecesse esse movimento. (BALSANELLI, 2012) A primeira conferência internacional de Educação de adultos foi realizada na Dinamarca em 1949, com essa conferência a Educação de Jovens e Adultos teve um avanço tornando – se idealizada como educação moral. Com os traumas causados pela 2º Guerra Mundial a EJA foi deixada como segundo plano, pois as prioridades eram o resgate dos direitos humanos e a luta pela paz, voltando a ser citada em 1963, onde teve término da campanha de Educação de jovens e adultos pelo ministério da Educação e teve continuidade por Paulo Freire que teve como responsabilidade um novo programa nacional de alfabetização. (BALSANELLI, 2012). Inicialmente a alfabetização de adultos para os colonizadores, tinha com objetivo instrumentalizar a população ensinando – a a ler e a escrever. Essa concepção foi adotada para que os colonos pudessem ler o caticismo e seguir as ordens e instruções da corte, os índios pudessem ser catequizados e, mais tarde, para que os trabalhadores conseguissem cumprir as tarefas exigidas pelo Estado (LOPES E SOUZA, 2010,p.3). Com as necessidades distintas dos governantes houve a necessidade de alfabetizar as pessoas, índios, colonos e escravos com o objetivo de preparar para o trabalho. Já, homens e jovens eram preparados para forças armadas. Com o período republicano viu – se a necessidade de alfabetizar jovens e adultos pois para os governantes era importante, porque só assim ganhariam votos. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 111 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Segundo Freire apud Gadotti (1979,p.72) nos anos 40 do século passado, a Educação de adultos era entendida como uma extensão da escola formal, principalmente para a zona rural. Já na década de 50, a Educação de adultos era entendida como uma educação de base, com desenvolvimento comunitário. Com isso, surgem no final dos anos 50, duas tendências significativas na Educação de adulto: a Educação de adultos entendida como uma Educação libertadora (conscientizada) pontificada por Paulo Freire e a Educação de Adultos entendida como educação funcial(profissional)(SANTOS,2007,p.2). Na década de 70 surge o sistema MOBRAL que tinha por objetivo atender a população subdesenvolvida economicamente. Sua meta era formar um cidadão que compreendesse ordens e decifrasse determinadas informações, entendendo o que era solicitado a ele, mas não deveria ser questionador. Assim, somente a elite seria um agente transformador, que a população carente deveria obedecer, assim designando a Educação funcional, como a educação que qualificava para a mão de obra (BALSANELLI, 2012). Em 1985 foi extinto o MOBRAL, criando – se a Fundação Educar pela Nova República, baseada pelos princípios freurianos, mas também não obteve sucesso, em 1990 o Governo Federal esquece totalmente dessa modalidade de ensino, foi então que a partir de 2002 a Educação de Jovens e Adultos foi retomada pela primeira dama Ruth Cardoso (BALSANELLI, 2012). Segundo Balsenelli,(2012) o Governo Federal ordena que a EJA se torne responsabilidade dos estados e municípios, só que o fundo social FUNDEF não poderia destinar rendas para a EJA porque as rendas eram para despesas do Ensino Fundamental regular, por esse motivo as escolas deixaram a EJA de lado. Somente no Sul e no Sudeste que houve mudança no 2º ano do Governo Lula, as demais regiões continuam com uma ação educativa de pobres para os pobres. 2.2 TENDÊNCIAS E CONCEPÇÕES DA EJA A EJA é um grupo formado por pessoas com baixa ou nenhuma qualificação profissional, que praticam atividades com baixa remuneração. São na sua maioria famílias humildes que não tiveram oportunidade ou interesse em frequentar a escola regular na infância ou na fase adulta. 112 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF É composta por vítimas de desigualdade social, e muitos para complementar a renda familiar eram obrigados a abandonar os estudos (FREITAS, LACERDA, GOMES, 2008). Mas também esse público é composto por pessoas que por outros motivos como, gravidez precoce/desejada ou não, falta de condições de ensino e adaptações de inclusão, ou até mesmo pela falta de incentivo familiar e interesse pessoal. A maioria dos jovens é taxada pelo seu fraco desempenho na sala de aula, definido por todos como fracasso escolar, pois cada vez aumenta o índice de público jovem analfabeto. Os alunos da EJA têm uma leitura própria do mundo através das suas experiências e saberes adquiridos através de seus anos de vida, fazendo assim sua própria leitura do mundo. Normalmente a faixa etária dos alunos é diferenciada, concentrados em uma mesma turma cada um com sua capacidade, experiência, habilidades e raciocínio lógicos diferenciados (BALSANELLI,2012). A LDB 9394/1996 artigo 22 relata que a idade mínima para frequentar a EJA é de 15 anos para o Ensino Fundamental, e de 18 anos para o Ensino Médio, cabendo ao professor o papel de se adaptar a qualquer obstáculo que essas idades possam propor. Os professores têm mais facilidade para trabalhar com o público adulto pois já possuem independência pessoal, bagagem, esforço e o respeito que o mesmo possui pelo professor. Já para com os jovens os professores têm que ter um esforço redobrado já que os mesmos, não possuem motivação pessoal, conversam paralelamente, o fluxo intenso, e as tarefas escolares são deixadas de lado, por estarem passando por experiências que não estão maduras em suas mentes, conflitos pessoais e a responsabilidade que é muito grande para sua pouca idade. Ainda para o professor, existe um desafio maior a enfrentar, pois os convívios entre as faixas etárias podem gerar conflitos para o mesmo, pois precisa ter em mente atividades que estimulem os dois públicos tomando sempre cuidado para não gerar competição entre os mesmos, criando atividades que promovam afetividade e vínculos. Para os alunos da EJA é importante que não ocorram pré – conceitos e opiniões formadas, mas que haja compreensão, interação Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 113 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA e respeito às diferenças que a transmissão de conhecimentos ocorra simultaneamente e não com obrigatoriedade. 2.3 AS DIFERENTES ETAPAS DE APRENDIZAGEM DA EJA A aprendizagem, no indivíduo ocorre desde a fase do desenvolvimento no útero, e seu término é quando há óbito. Sendo assim, a aprendizagem está presente e em constante renovação em nossas experiências vividas, pois é demandada de acordo com os acontecimentos sociais. Devido aos acontecimentos sociais o indivíduo reconstrói o conhecimento mutuamente, tornando – se crítico de seu próprio conhecimento adquirido. Quando o indivíduo não está pronto para adquirir novos conhecimentos, torna - se um objeto fácil de manipular, sem opinião própria. Também aqueles que utilizam - se de cópias ou memorização não possuem aprendizagem, somente assimilação, utilizando quando lhe é necessário. A aprendizagem quando ocorre corretamente, gera um conhecimento reconstruído, alterando assim o conhecimento cognitivo, utilizando, suas próprias elaborações. 2.4 EJA – FAIXA ETÁRIA E TEMPO DE APRENDIZAGEM A aprendizagem ocorre quando estamos em perfeita interação com um ou mais indivíduo (Vygotsky), quando nos é oferecido competências, saberes e habilidades. Aprender, nada mais é do que o desenvolvimento do cérebro e da sua cognição (Balsanelli, 2012), não tratando – se de entendimentos de conceitos através de suas ferramentas de interpretação. Algumas pessoas e até mesmo alguns professores, acreditam que os que possuem mais idade caracterizam-se com uma dificuldade maior de aprendizagem vindo a ter uma surpresa grande no final, pois essas possuem a mesma capacidade de aprendizagem, levam um tempo maior, mas não deixam de aprender. 114 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Todas as atividades desenvolvidas necessitam de um tempo de duração adequado para que esse estímulo seja adquirido pelo aluno. Para Balsanelli não há idade para aprender, deve–se levar em consideração o tempo fora da escola onde o indivíduo deixou de ter contato com o conteúdo curricular tornando o raciocínio e aprendizagem mais lentos. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que não existe idade certa para a aprendizagem e a apropriação do conhecimento, não devemos esquecer que a idade “certa” de aprendizagem que nos é colocada desde pequenos pela sociedade seja a correta, pois durante o tempo de vida passamos por acontecimentos vindouros, onde temos que viver nossas prioridades e abandonar nossos sonhos. É importante que o indivíduo que passar por esses obstáculos, reflita seus conceitos e concepções a respeito de sua educação, pois a mesma é a base para um futuro melhor. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALSANELLI, Álice Paula. Aprendizagens de jovens e adultos: a aprendizagem a seu tempo. Disponível em: http:// www.abpp.com.br/artigos/134.pdf. Acessado em 23 de Fevereiro de 2014. FREITAS, Érico Tadeu Fraga; LACERDA, Fabrício Nelson; GOMES, Alexandre Geraldo. As concepções de educação de jovens e adultos expressas no regimento escolar da fundação de ensino de contagem. Disponível em:http://www.senept.cefetmg.br/galerias/ Arquivos_senept/anais/terca_tema6/TerxaTema6Artigo21.pdf. Acessado em 23 de Fevereiro de 2014. MILETO, Luis Fernando Monteiro. Diferentes concepções de EJA na formação e nas práticas de seus sujeitos. Disponível em: http:// w w w. s e e j a . c o m . b r / Tr a b a l h o s / 1 3 % 2 0 F o r m a % C 3 % A 7 % C3%A3o%20de%20Professores/Lu%C3%ADs%20Fernando%20 Monteiro%20Mileto_DiferentesConcep%C3%A7%C3%B5esdeEJA Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 115 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA naForma%C3%A7%C3%A3oenasPr%C3%. A1ticasdeseusSujeitos.pdf. Acessado em 23 de Fevereiro de 2014. VÓVIO, Cláudio Lemos; SILVA, Dirceu da; MENDES, Margarete Artacho de Ayra; PIERRO, Maria Clara di; ALMEIDA, Maria Izabel de; JOIA, Orlando. Educação de jovens e adultos: proposta curricular paea 1º segmento do ensino fundamental. Disponível em:http:// www.azsate.net/livros/jovens%20e%20adultos.pdf. Acessado em 23 de Fevereiro de 2014. 116 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONTRIBUIÇÃO DA LEITURA PARA A FORMAÇÃO HUMANA Fernanda Peres ANTONIO1 Ana Carolina Leandro OLIVEIRA2 Larissa Kikuti BAIA3 1 Docente do curso de pedagogia da Garça-SP-Brasil.email:[email protected] 2 Discente do curso pedagogia Garça-SP-Brasil. e-mail: [email protected] 3 Discente do curso pedagogia Garça-SP-Brasil.e-mail: [email protected] RESUMO Este artigo indaga a importância da leitura para o cidadão, tendo como objetivo expor a grande importância da leitura na formação social de um indivíduo, que ressalta por meio da leitura formar cidadãos críticos, uma condição que é indispensável para o exercício da cidadania, para que tenha consciência de todos os seus direitos e sabendo lutar por eles. Fará parte desta pesquisa, também, o mundo da leitura, o prazer e o gosto que gera ao leitor e a troca que ultimamente o ser humano vem fazendo trocando um tesouro que é a leitura pela a grande tecnologia que vem surgindo. Por fim irá ressaltar a falta que a leitura faz na vida e na formação do cidadão. Palavras-chave: Leitura; Incentivo; Hábito da leitura. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 117 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article investigates the importance of reading for citizens, aiming to expose the importance of reading in the social formation of an individual, which highlights through reading form critical citizens, a condition that is indispensable for the exercise of citizenship, that be aware of all their rights and fight for them knowing. Part of this will also research the world of reading pleasure to the reader that generates and exchanges lately humans have been doing trading a treasure that is read by the great technology that is emerging. Finally will highlight lack the reading is in the life and education of citizens. Keywords: Reading, Encouraging, Habit of reading. 1.INTRODUÇÃO É perceptível o quanto a leitura esta sendo deixada de lado nos últimos tempos, e o gosto da leitura é cada vez inexistente entre as pessoas, por isso, este trabalho discute a importância da mesma para a formação do cidadão, no que diz respeito a vocabulário, formação de opinião, ideias críticas, argumentação e até mesmo imaginação. Este tema foi escolhido por ver o quanto às pessoas deixam a leitura de lado em troca da era tecnológica que atualmente está no auge da sociedade, até mesmo crianças que não sabem ler, que não tem se quer sua oralidade formada mexem, com facilidade, em tablets, notebooks, ipods entre outros aparelhos eletrônicos. Pois mesmo sem ler eles são capazes de compreender melhor um aparelho eletrônico do que um adulto formado. Uma questão levantada acerca deste tema foi “será mesmo a leitura de suma importância para a formação do cidadão?” no decorrer da pesquisa, é esta questão que será respondida, baseandome em autores científicos e sites científicos. Esta pesquisa é de grande importância para a sociedade uma vez que vem com o objetivo de detectar a grande formadora de cidadãos, mostrando o quão insubstituível a leitura é para a aquisição e formação de novos conhecimentos. 118 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Nunca é demais lembrar que a prática da leitura é um princípio de cidadania, ou seja, leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são as suas obrigações e também pode defender os seus direitos, além de ficar aberto às conquistas de outros direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz (SILVA, 2003, p. 24). 2.É PRECISO CRIAR O HÁBITO DE LER A leitura tem extrema importância na vida de todo indivíduo, é essencial para o conhecimento de novas culturas e para a sociedade, através dela podemos resgatar lembrança, conhecer o nosso passado, fazer viva nossa grandiosa cultura, compreender textos, imagens, enriquecer o vocabulário, nos informar, argumentar e por fim tirar nossas próprias conclusões, criar nossas próprias opiniões. Ai sim, seremos reconhecidos como cidadãos críticos, cientes de seus direitos e deveres. A cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo. Quem não tem cidadania está marginalizado ou excluído da vida social e da tomada de decisões, ficando numa posição de inferioridade dentro do grupo social. (DALLARI, 1998, p. 14) Mas não é simples assim, em primeiro lugar, em algum momento da vida, a pessoa precisa ter algum contato com a leitura, pode ser em casa, no ambiente familiar, que tenha uma interação com a leitura, de forma que construa, desde criança, esse hábito que é tão necessário ou na escola. Em muitos casos o primeiro contato e o aprofundamento na leitura acontecem na escola, onde formamos os possíveis leitores do futuro. Atualmente instituições vêm cada vez mais procurando trabalhar com projetos de leitura diversificados e não só o “pegar e ler um livro” e sim como, por exemplo, uma exposição de livros, a roda da conversa que é indispensável, entre várias outra ideia de trabalhar a leitura. Silva (1998) diz que a importância e a “obrigação” do ato de ler são requisitos indispensáveis para alunos e professores. E que também é preciso levar em consideração as condições atuais e a maneira como a leitura vem sendo conduzida nas escolas. A leitura não é um papel apenas das escolas, os pais, também necessitam saber o quanto a leitura é importante na vida de seus filhos. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 119 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A leitura não é tarefa apenas da escola. É por isso também que a formação dos professores deve incluir contato com os pais, com bibliotecas de bairro e de empresa, com associações, de maneira a estabelecer intercambio entre as ações de informação e formação. (FOUCABERT, 1994, p.11). Cada leitor tem sua própria experiência, cotidiana e pessoal, que acaba tornando a leitura única, incapaz de se repetir, e sim este é o seu grande encanto, mas é preciso ler, ler para se identificar com algum tipo de texto, pois sua caracterização não é apenas o assunto ou o seu conteúdo. Para Solé (1998), a leitura é isto, compreender e interpretar textos escritos de variadas formas, na medida em que a leitura é um grande instrumento necessário para que nos manejemos com certas garantias em uma sociedade letrada. Às vezes o que aprendemos na escola são muitas coisas que são esquecidas com o passar do tempo, pois passamos a nos relaxar e deixar de lado e não as praticamos. Através da leitura rotineira, alguns conhecimentos se fixam de forma que posteriormente não serão esquecidos principalmente palavras que são desconhecidas e que futuramente enriquecem o nosso vocabulário. Dúvidas que possam surgir ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler; e talvez nem as tivéssemos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado. 3.A IMPORTÂNCIA DA LEITURA A doutora em educação Andrea Ramal (2013) chaga a dizer que no Brasil há um grande número de analfabetos funcionais, por conta da falta do hábito de ler. Segundo ela, as pessoas costumam escutar rádios ou assistir à televisão com o objetivo de obter informações, porém esses meios de comunicação nos passam apenas a informação superficial. Para obter a informação idônea, com riqueza de detalhes, precisamos ler a noticia na integra ler várias fontes confiáveis, grifar possíveis frases marcantes e por fim refletir sobre elas para se comparar uma informação com a outra, sendo assim, tiver condições de absorver apenas a verdade dos fatos. Mas será mesmo que a leitura é de suma importância na formação do cidadão? Andrea relata que a leitura não contribui apenas para o 120 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF nosso português, para a nossa escrita e vocabulário correto, mas também para a resolução de problemas matemáticos, que exigem total compreensão do que se pede. Entretanto, se paramos para pensar que todas as disciplinas escolares exigem leitura, todas as questões, exigem compreensão e não há melhor método de resolver, de solucionar essas questões, se não pela leitura e caso este aprendiz tenha o hábito de ler, terá também facilidade de interpretar, entender o que se pede ao refletir sobre o que o autor disse imaginar o que o artista queria expressa com uma obra, pois a leitura também desenvolve a imaginação. O desafio é formar praticantes da leitura e da escrita e não apenas sujeitos que possam ‘decifrar’ o sistema de escrita. É - já o disse – formar leitores que saberão escolher o material escrito adequado para buscar a solução de problemas que devem enfrentar e não alunos capazes apenas de oralizar um texto selecionado por outro. (LERNER, 2002, p.27.) No texto “redação educar”, diz que nos Estados Unidos, a Fundação Nacional de Leitura Infantil (National Children’s Reading Foundation), garante que crianças de 0 a 5 anos, para cada ano manuseando, folheando, ouvindo histórias é equivalente a cinquenta mil dólares a mais em sua renda futura. O texto diz também, que crianças que ouvem histórias desde pequenas, possuem melhor desempenho, são mais bem preparadas para estudos, mercado de trabalho e até mesmo para a vida, sendo considerado um cidadão crítico. Mas o importante não é o ato de ler apenas, não é o essencial, o essencial na verdade, é o entendimento do que se lê a reflexão que se faz o que entendeu da leitura, sendo assim trazendo para si próprio o gosto que envolve a diversidade como principio. A leitura assim entendida é a compreensão do que se vê, entendimento da realidade tal qual se mostra somada ao entendimento sutil das elaborações mentais que permeiam todas as relações humanas, o que torna a complexidade do conceito um pouco mais largo do habitual conceito de leitura como apreensão pura e simples de um texto escrito (Dall’Alba , A importância da leitura, p.52, 2002) A leitura é uma das bases da educação escolar, pois é o ambiente escolar é o principal local em que as práticas de leitura e escrita Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 121 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA são ensinadas e aprendizas formalmente. Por fim, sendo assim a escola pode ser um colaborador extremamente importante na formação do leitor. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base nas falas dos autores nomeados, e s t e presente trabalho acredita que é inegável o fato de que a leitura é de suma importância para a formação do cidadão, qualquer individuo de bom senso é capaz de concluir que apenas por meio da leitura é possível formar um cidadão crítico, formador de opinião, que não se deixa levar pela opinião alheia, pois aquele que lê, interpreta, entende é capaz de ter sua própria opinião sobre devido assunto. O que no começo do presente artigo era apenas uma questão, agora é uma afirmação que podemos fazer com toda certeza, sim, a leitura é de suma importância para a formação do cidadão. A leitura é o que proporciona cultura, tempo de relaxamento e incentivo à escrita. É fato que o ato de ler deve ser estimulado desde muito cedo, pela família e pela escola, sempre pensando em uma leitura por prazer. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA DALL’ALBA, Eduardo. A importância da leitura.2002. DALLARI, Dalmo. Direitos humanos e cidadania. São Paulo: Moderna, 1998 FREGONEZI, Durvali Emílio. O professor, a escola e a leitura. Londrina: Humanidades, 2003. FREIRE, Paulo. A importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 1993. LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2002. MOLINA, Olga. Ler para aprender: desenvolvimento de habilidades 122 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF de estudo. São Paulo: E.P.U., 1992 RAMAL, Andrea Cecília. Educação na cibercultura. Porto Alegre: Artmed, 2002. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 123 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 124 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONTRIBUIÇÕES DO CURRÍCULO ESCOLAR E DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM Rosana dos Santos de Moraes FREITAS 1 Elaine Regina MEDEIROS ² Marta Fresneda TOMÉ ³ 1 Acadêmica do cursos de bacharelado em Pedagogia da FAEF mantida pela Sociedade Cultural e Educacional de Garça S/SLTDA [email protected] ²Acadêmica do cursos de bacharelado em Pedagogia da FAEF mantida pela Sociedade Cultural e Educacional de Garça S/SLTDA [email protected] 3 Psicólogoga, Mestre em Psicologia Social,Doutora em Educação, Membro /Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Educação(CEPAE) e docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral (FAEF). E-mail para contato: [email protected] RESUMO Este artigo aborda a importância do currículo escolar e as contribuições que a família traz ao processo de escolarização de seu filho. A família tem enfrentado muitas mudanças em sua estrutura e as mesmas têm interferido no rendimento escolar da criança. O currículo escolar é desenvolvido com o objetivo de transmitir conhecimento significativo para os educandos, mas o mesmo não consegue atingir seu objetivo se não tiver o apoio dos pais. Percebemos que para uma educação de sucesso, o currículo deve Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 125 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ser elaborado pelos profissionais da educação visando qualidade dos conteúdos de maneira que contribua para a formação da personalidade do educando, onde a família entra em conjunto apoiando os filhos nos estudos e participação ativa nas decisões da escola. Palavras-chave: Educação, Escola. Família, Currículo Escolar. ABSTRACT This article discusses the importance of the school curriculum and the contributions that the family brings the enrollment process for your child. The family has faced many changes in its structure and the same has interfered with the child’s school performance. The school curriculum is developed with the aim of transmitting significant knowledge to learners, but the same can not achieve your goal if you have no parental support. We realize that for a successful education, the curriculum should be developed by education professionals seeking quality content which contributes to the formation of the personality of the student, where the family comes together to support children in their studies and active participation in decisions school. Keywords: Right to education. Early Childhood Education, Public Policies, School Curriculum. INTRODUÇÃO Neste artigo vamos abordar os princípios de currículo escolar e sobre as contribuições que um bom relacionamento entre a família e a escola pode trazer para a aprendizagem do educando. O principal objetivo deste artigo foi refletir sobre a importância que o currículo escolar educacional tem para o educando quando elaborado pensando na qualidade de ensino que será transmitida e que a participação da família, unida com a escola, favorece o rendimento da criança. O currículo escolar foi elaborado devido a necessidade de mudança nos conteúdos escolares a fim de acompanhar o desenvolvimento do mundo moderno. Este mundo contemporâneo 126 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF responsabilizou-se também pelas mudanças na estrutura familiar. Muitos são os motivos pelos quais as crianças encontram dificuldades de aprendizagem na escola, mas é certo que boa parte delas é desencadeada por problemas familiares, e é também através dela que encontramos se não totalmente, mas em grande parte a solução para os problemas escolares. 1 CURRÍCULO ESCOLAR Neste tópico será tratada a importância do currículo escolar e sua influência na educação, uma vez que o currículo educacional básico é feito com o objetivo de promover a emancipação do educando. Segundo Lewy(1979) desde a década de 1950, vem sendo empreendidos vários projetos de desenvolvimento de currículo educacional nos países em desenvolvimento, como nos desenvolvidos; isso foi necessário graças as crescentes mudanças de características dos alunos, dos novos conhecimentos, problemas e orientações do mundo contemporâneo, porém foi a partir de 1980 é que se começou a trabalhar currículo no Brasil. Vamos considerar o significado de Currículo segundo Ochs(1974 apud LEWY,1979 ) p. 7 [...] o termo ‘currículo’ é algumas vezes usado num sentido mais amplo para abranger as várias atividades educacionais por meio das quais o conteúdo é transmitido, assim como os materiais usados e os métodos empregados”. O currículo escolar é construído a partir do projeto político pedagógico da escola, um meio usado para organizar o caminho a ser traçado afim que se transmita os conhecimentos básicos ao aluno com eficiência, podemos chamar o currículo também de um plano de orientação tecnológica que contém aquilo que deve ser ensinado e como deve ser ensinado, contribuindo com a formação da identidade dos estudantes. As escolas têm a responsabilidade de formar alunos críticos e ensinar as competências necessárias para sua formação, os preparando para enfrentar o mundo lá fora com sua constante evolução. Para a elaboração de um bom currículo Lewy(1979) afirma que perguntas como essas devem ser respondias: que matérias devem ser ensinadas e qual o equilíbrio entre elas? , qual o critério usado para determinar esse equilíbrio? Qual deve ser a duração Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 127 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA do ano letivo? Que idade deve começar a ensinar diferentes matérias? Que objetivos educacionais são melhores aprendidos na escola? . Entre outras perguntas, mas sempre focando na qualidade e atendendo as necessidades e realidades do estudante. O professor é um agente que executa o plano curricular e deve sempre se preocupar com o que está sendo ensinado, o que seus alunos devem realmente aprender na sala de aula, pois é preciso transmitir aos alunos saberes acumulados pela humanidade e os novos saberes descobertos pela sociedade contemporânea. “Os indivíduos de uma sociedade serão diferentes, mas deverá haver algumas coisas comuns a serem ensinadas a todas as crianças.” (LEWY, 1979, p.43). O currículo são atividades organizadas que ocorrem em processo de ensino e aprendizado do educando com intuito de fornecer a educação necessária para a sua formação, a organização curricular proporcionará uma maior contextualização dos conteúdos, quando elaborada conscientemente respeitando seus princípios (LUCK, 2009). Vimos neste tópico que currículo é o meio empregado para organizar os passos a serem seguidos em busca de uma aprendizagem plena, sempre focando na qualidade da educação, podendo ser alterado atendendo as necessidades do educando e a velocidade da informação. Conforme Contreras (1999, apud LUCK, 2009) o currículo deve ser organizado de forma a combater o uso das disciplinas separadamente sem contextualizar, alguns projetos foram elaborados pela escola e comunidade escolar no intuito de trabalhar disciplinas e conteúdos em parceria, mas não obteve sucesso, o saber estava totalmente desorganizado, os princípios do currículo estão desorganizados, os princípios do currículo não foram levados em conta. O autor ainda relata que para elaborá-lo deve levar alguns aspectos em consideração como de organizá-lo de acordo com Diretrizes Nacionais, fazer relações com os conteúdos de mundo, sempre articulando as disciplinas. Taba (1961, apud LUCK, 2009) diz que para ter sentido o currículo deve estar de acordo com seus princípios levando em considerações os progressos de pesquisas da sociedade em que esta inserida; a relação de trabalho escolar com objetivo de atender ao educando fornecendo o que é essencial para a sua formação como indivíduo e como membro social. 128 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2 FATORES INFLUENCIADORES DA FAMÍLIA E DA ESCOLA NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM O ser humano ao longo de sua vida vem sofrendo modificações, muitas vezes por influências próprias do indivíduo, como a hereditariedade adquirida por meio dos pais, o desenvolvimento interno do organismo, o ritmo pessoal, fatores de origem nervosa. Como também, fatores ligados ao ambiente social em que este está inserido, como na família, por exemplo, onde receberá todos os cuidados necessários que influenciarão em seu desenvolvimento escolar como o afeto, cuidado, valores, atitudes, alimentação, todos esses fatores são pré-requisitos para uma aprendizagem de sucesso, a criança que sofre carência de um ou mais fatores, poderá desencadear sérios problemas relacionados à aprendizagem. (PILETTI, 1990) Nas últimas décadas a família modificou sua estrutura, cada vez mais ela tende a diminuir devido ao desenvolvimento constante da sociedade que implica na busca por mais estudo, também uma melhor condição financeira consequentemente mais trabalho fora do lar. Devido a estas circunstâncias os pais passam o dia inteiro trabalhando, enquanto seus filhos ficam aos cuidados de escolas, creches, babás ou até mesmo um membro da família, a escola passa ter uma responsabilidade maior na educação das crianças com a ausência dos pais. De acordo com Casassus(2002) o nível de formação dos pais, e o interesse desses pelo ensino dos filhos influência muito no desenvolvimento escolar de acordo com pesquisas realizadas.Casassus (2002, p. 131) ainda acrescenta que: “Parece que mais do que o tipo de família,o que reproduz mais diferenças nos resultados dos alunos são as ações realizadas pelos pais ou responsáveis”. A família é um órgão muito importante socialmente, por meio dela são inseridos valores, ética, conduta de comportamento na vida de seus membros podendo estes agir de acordo com as normalidades ditadas pela sociedade, mantendo uma certa ordem e equilíbrio social de acordo com o esquema classificatório de B. Malinowski (apud. LENHARD,1988). Além da família que apresenta às crianças os primeiros conhecimentos sobre o mundo a seu redor, sua cultura, costumes, a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 129 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA escola também tem função muito importante no processo de ensinoaprendizagem, todo conhecimento primário adquirido pela família agora na escola será aperfeiçoado e acrescentado a outros novos conhecimentos com objetivo de transformar o educando em um ser crítico, um cidadão em busca de melhorias. A escola com intuito de melhorar o rendimento dos educandos utiliza de várias estratégias como promover encontros com os pais por meio de reuniões, festa da família, também a elaboração de tarefas para serem realizadas em casa, levando os conteúdos transmitidos pelo professor para o conhecimento dos pais, na maioria das vezes não obtêm muito sucesso nas realizações de tarefas, devido ao descuido de alguns pais e até mesmo por sua ignorância em relação aos conteúdos. (CASASSUS, 2002). Alguns fatores escolares também são prejudiciais quanto ao ensino, a educação acaba reproduzindo as desigualdades que o sistema capitalista impõe,deixando de levar em conta aspectos individuais, familiares. Em sala de aula o professor autoritário que não dá liberdade de expressão ao aluno, o material didático inadequado, o desrespeito por parte da equipe escolar, tudo isso contribui para fracasso escolar. (PILETTI, 1990) De acordo com Casassus (2002) a escola que favorece as aprendizagens é aquela em que, os prédios são construídos corretamente, atendendo as necessidades dos estudantes, os materiais didáticos são adequados, deve haver muitos livros disponíveis na biblioteca, os docentes devem ter uma boa formação, a quantidade de educandos por sala deve ser mínima para obtenção eficaz do ensino, o professor tem liberdade quanto a seu trabalho, sendo responsável pelos resultados, não existe diferença entre uma criança e outra, os pais são participantes ativos. A família e a escola tanto podem ser benéficas quanto maléficas, para que de fato ocorra o sucesso escolar, são necessárias parcerias entre ambas as partes. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi apresentar uma revisão bibliográfica sobre currículo escolar e as contribuições da família ao processo de escolarização do aluno. Não houve dificuldade para a elaboração 130 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF deste artigo, encontramos muitos materiais didáticos relacionados ao tema. Considera-se, portanto que, o currículo escolar é o passo a passo a ser percorrido pela escola buscando uma aprendizagem plena e significativa para a criança preparando-a de maneira crítica para a realidade do mundo e que a presença dos pais no ambiente escolar, pode contribuir para um bom processo de formação e desenvolvimento da criança. Para que o currículo escolar cumpra seu objetivo em conjunto com a família e escola, trabalhando juntos; influenciarão na educação dos educandos/filhos e proporcionarão com mais eficiência e eficácia um crescimento intelectual, emocional e afetivo da criança. Este trabalho contribuirá para o aperfeiçoamento de professores e futuros pedagogos, pois dispõe de informações necessárias, que poderão servir de subsídios em ambiente escolar, podendo favorecer um relacionamento de parceria entre as duas instituições tão fundamentais para a vida do ser humano que é a escola e a família. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PILETTI, Nelson. Psicologia Educacional. 8ed. São Paulo: Ática S/A, 1990. CASASSUS, Juan. A escola e a Desigualdade: O contexto familiar. Brasília: Plano, 2002. LENHARD, Rudolf. Sociologia Geral: A família. 7ed. São Paulo: Pioneira, 1988. LEWY, Arieh. Avaliação de Currículo. São Paulo: Editora Pedagógica Universitária, 1979. LUCK, Heloisa, Dimensões da Gestão Escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo, 2009. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 131 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 132 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CURRÍCULO E A LITERATURA INFANTIL: NOVAS SENSIBILIDADES SOBRE O PROCESSO DE APRENDER CARRENHO, Silvanira Migliorini1 KIMURA, Marcia Regina de Souza1 VEGAS, Dirce Aparecida Izidoro1 TOMÉ, Marta Fresneda2 1 Discentes do curso de Pedagogia- Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral-FAEF- Garça/ SP. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected]. 2 Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Educação, Membro/ Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Educação (CEPAE) e Docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral-FAEF. E-mail para contato: [email protected]. RESUMO Este artigo objetiva tecer algumas considerações sobre a organização do currículo nas escolas e o trabalho com a literatura para crianças da educação infantil. Ressaltam-se como aspectos fundamentais a prática educativa do professor e a estrutura curricular refletindo sobre a mesma. Nesse sentido, buscar-se-á uma definição para o currículo escolar, enfatizando que a prática educacional deve ser de acordo coma realidade da escola, destacando a literatura infantil como recurso no processo de ensino- aprendizagem e o despertar da imaginação. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 133 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA PALAVRAS-CHAVE: Currículo. Educação Infantil. Escola. Literatura. ABSTRACT This paper aims to present some considerations on the organization of the curriculum in schools and working with literature for children in early childhood education. Are highlighted as key aspects of teacher education practice and curriculum reflecting on it. In this sense, a definition for the school curriculum shall be sought, emphasizing that educational practice should be in accordance with the reality of the school, highlighting children’s literature as a resource in teaching and learning process in the wake of imagination. KEYWORDS: Early Childhood Education. Curriculum. School. Literature. INTRODUÇÃO A escola busca por meio do currículo escolar criar condições educativas que ampliem a qualidade do ensino e atenda as necessidades educacionais dos educandos. O currículo organiza os conteúdos e o procedimento de ensino, é guiado por questões políticas, sociológicas e epistemológicas, é ele que define as metas que a escola almeja alcançar. Para isso, buscar-se-á por meio da pesquisa bibliográfica deliberar alguns conceitos de currículo, ressaltando o importante papel da escola na formação do gosto pela literatura infantil e, consequentemente, pelo hábito de leitura. O currículo configura ferramenta necessária para a escola e a literatura infantil é talvez o mais importante legado que a educação infantil pode proporcionar a seus educandos. No primeiro tópico relataremos os conceitos de currículo segundo autores renomados do assunto, no segundo tópico referiremos à literatura infantil e suas contribuições para o desenvolvimento infantil. Para tanto, fazer-se-á um estudo detalhado sobre esses assuntos descrevendo-os. 134 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 1. CONCEPÇÕES DE CURRÍCULOS E SUA IMPORTÂNCIA PARA A PRÁTICA EDUCATIVA A concepção de currículo vem sendo muito discutida por educadores nos últimos anos, com o objetivo de resolver a questão sobre como seu entendimento influencia as práticas escolares. Rule (1973) analisou as pesquisas sobre currículo nos Estados Unidos e encontrou duas definições sendo a primeira que o currículo é entendido como guia de aprendizagem do aluno, a escola usa o currículo para atingir determinados objetivos. Na segunda é visto como conteúdo de educação, pois, os planos de ensino refletem a herança cultural dos conteúdos que os educandos devem aprender. O currículo é entendido historicamente como um conjunto de conteúdos programáticos da escola. Embora essa visão ainda esteja presente nos dias de hoje, na escola é considerada precária do ponto de vista da prática curricular, por desconsiderar a complexidade do processo educativo. (BRASIL, 2008). De acordo com Santos (2009), o currículo é como um campo de atividades que envolvem múltiplos sujeitos em diferentes instâncias, cada um com tarefas específicas. Assim, as práticas curriculares são como um conjunto de propostas emitidas pelo governo, é por meio da “leitura” realizada destes discursos pela escola, através de seus sujeitos, que o currículo é organizado. Portanto, a palavra currículo é associada a diferentes sentidos sendo entendida de acordo com a concepção de educação e as influências teóricas presentes. Neste paradigma consideram–se os fatores sociológicos, econômicos, políticos e culturais na contribuição para concepção de currículo agregando-o ao conjunto de esforços pedagógicos desenvolvidos com intenções educativas. (BRASIL, 2008). Destaca–se, também, neste documento o currículo oculto que envolve dominantemente atitudes e valores com a finalidade de indicar efeitos alcançados na escola, e por não serem explícitos de forma clara nos planos e nas propostas podem não ser percebido pela comunidade escolar. Segundo o documento Indagações sobre currículo (BRASIL, 2008), o currículo escolar deve ser organizado de maneira que possa atender as expectativas de um público em um determinado tempo e espaço, reconhecendo o papel dos educandos sobre o currículo e deste sobre Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 135 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA os educandos, para isso, é fundamental que os educadores repensem as coerências das estruturas curriculares. Segundo Libâneo e Oliveira (2003) cabe a escola a tarefa de elaborar o seu currículo. Hoje, ela faz parte de um conjunto da comunidade em que ambas, configuram um sistema aberto, em que os objetivos e formas de trabalho da comunidade se refletem na escola, ou seja, na elaboração do currículo. De acordo com Zeichner (1993, p.21), “a prática de todo o professor é o resultado de uma ou outra teoria, quer ela seja reconhecida quer não”. A reflexão pode trazer à superfície as teorias e a prática do professor para análise crítica e discussão. Essa reflexão que o professor faz não deve ser apenas solitária, mas, caminhar para a discussão com seus pares e em conjunto com as pesquisas realizadas na Universidade. Isso não significa que o professor deve aceitar o que é produzido na Universidade sem questionamento, pois o professor também cria teorias e práticas no espaço escolar, mas que deve haver um diálogo entre esses dois espaços de produção de conhecimento. Brandão (1986, p.07) afirma que, [...] ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. Em relação aos aspectos sociais, defende-se o professor como um intelectual transformador que deve fazer a ligação de sua disciplina com os aspectos sociais, econômicos, políticos, históricos e culturais. Entende-se que o professor deve estar sempre em busca de conhecimentos não só referentes à sua área de ensino, mas também das outras áreas. Ressalta-se que não basta o professor ter um conhecimento erudito, mas que esse conhecimento esteja à disposição de uma construção social justa e igualitária. Para Giroux (1992), ao se considerar os professores como intelectuais transformadores, tornase possível esclarecer e recuperar a noção básica de que toda a atividade humana envolve alguma forma de pensamento. Isto é, 136 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF qualquer atividade por mais rotineira que seja, depende em alguma medida do funcionamento da inteligência. Esta é uma questão crucial, porque ao se argumentar que o uso da mente é uma parte básica de toda atividade humana, nós dignificamos a capacidade do homem de integrar pensamento e prática e, ao fazer isso, desvelamos o núcleo daquilo que significa considerar os professores como professor reflexivo. Giroux (1992, p.21,22) utiliza a concepção teórica defendida por Antônio Gramsci, na qual “todos os homens e mulheres são intelectuais, mas nem todos funcionam na sociedade como tais”, tendo como base a natureza política do trabalho intelectual, define quatro categorias: 1) intelectuais transformadores (desenvolve uma postura crítica e transformadora da sociedade); 2) intelectuais críticos (fazem críticas as desigualdades sociais, mas não se reconhecem fazendo parte de nenhuma formação social); 3) intelectuais adaptados (reproduzem os discurso e práticas da classe dominante, mas não estão conscientes disso); 4) intelectuais hegemônicos (defendem conscientemente os interesses das classes dominantes). O Professor como um intelectual transformador reconhece que sua prática depende não só da sala de aula e de seus conhecimentos, mas também da organização escolar e da estrutura social como um todo, além disso, coloca-se em uma postura transformadora da sociedade, reconhecendo-se como agente social. Saviani (1998) relata que o currículo deve ser elaborado a partir das experiências educativas e culturais da comunidade escolar, o que significa resgatar a identidade cultural de seus membros. E que o processo educacional não é homogêneo, ele existe diferente em mundos diferentes. O currículo é tudo que a escola faz, é o conjunto das atividades nucleares desenvolvidas pela escola. Segundo Santos (2009), alguns obstáculos à aprendizagem do professor em uma prática investigativa estão relacionados ao entendimento dos termos como ensino reflexivo e prático reflexivo. A utilização desses termos sem a especificação dos sentidos apropriados cria a ilusão de desenvolvimento docente que mantém de forma mais sutil a posição subserviente do professor no processo educativo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 137 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 2. CONTRIBUIÇÕES DA LITERATURA INFANTIL PARA A FORMAÇÃO SOCIAL E A IMAGINAÇÃO DOS EDUCANDOS A literatura infantil tem um papel fundamental na aprendizagem das crianças. É por meio da leitura que a criança tem a oportunidade de desenvolver a sua imaginação, criatividade e autonomia para pensar. De acordo com Sousa (2010), o uso cotidiano e sistemático em situações de leitura e de escrita em seu universo cultural marca desde a mais tenra idade as explorações das crianças com relação à escrita e à leitura, e neste processo elas vão criando sentidos e se tornando “naturalmente” usuárias da linguagem escrita capaz de abranger as diferentes práticas de produção de textos orais e escritos e as diferentes possibilidades de leitura produzidas e reproduzidas pelos diversos grupos sociais. Magnani (1989) enfatiza a necessidade de se trabalhar a leitura com os educandos visando despertar o gosto e o prazer de ler, e acrescenta que algumas práticas mesmo apresentando algumas vantagens em relação à leitura não favorece a eficiência esperada diante da necessidade de instigar a curiosidade do educando. Neste sentido Rego relata que: A criação e descobertas não ocorrem situações descontextualizadas, é importante que a criança tenha contato com diferentes modelos e a oportunidade de oportunizar a língua escrita através do seu uso real, contextualizando mesmo antes de ler e escrever convencionalmente (REGO, 1988, p. 51) Nesta perspectiva o autor ressalta que o contato que a criança tem com o meio familiar diante as situações de linguagem oral e escrita é determinante no sucesso escolar. Neste sentido, cabe ao professor levar estas situações informais para a sala de aula dando à literatura infantil lugar de destaque. Rego (1988) destaca que é importante os professores pensarem na organização da sala para que todos os educandos possam ver os livros que está lendo e a leitura deve acontecer de forma literal , possibilitando espaço para que as crianças exponham, questionem, como forma de compartilhar a leitura. 138 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Neste contexto, verifica-se a necessidade de uma prática educativa coerente, apresentando–se de maneira construtiva e colaborativa em busca da formação crítica do educando. Além do mais, ao ouvir uma história as crianças podem viajar pelo mundo da fantasia, conhecer heróis, fadas, bruxas, príncipes, princesas e até vilões. Porém, é importante que as crianças possam tocar os livros, folheá-los e se deliciar com suas figuras coloridas. Este ato possibilita que a criança crie uma história paralela à história verdadeira desenvolvendo plenamente a imaginação, além de ir se familiarizando com a leitura. Para Coelho (2000, p.196), “conhecer imagens, levar as crianças a verem realmente os seres e coisas com que precisam interagir na vida, é sem dúvida, uma das metas da educação”, pois a imagem fala tanto quanto a palavra. [...] torna-se claro que a formação do pequeno leitor deve começar bem cedo e prosseguir em gradativo aprofundamento até o final de seu ciclo de estudo na escola. É de notar, ainda, que a escola está sendo entendida, atualmente, como o grande espaço de iniciação à vida e que a cada um cumpre viver em seu meio social. Dessa iniciação depende que o convívio essencial do educando com o livro (ou a leitura) possa continuar fecundo pela a vida afora. (COELHO, 2000. p11) A autora enfatiza o importante trabalho da escola e o uso que se faz do livro no interior da mesma, sem falar do importante papel do professor, pois, são as pequenas atitudes que possibilita que os educandos desenvolvam o hábito de leitura ou o repúdio pela mesma. Portanto, é importante instigar a leitura desde cedo dentro da escola e fora dela, pois, um simples ato de contar história para a criança dormir pode desenvolver o gosto pela leitura e provavelmente será uma adulta com o hábito de ler. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir de uma nova abordagem no processo de ensino e aprendizagem, advindo de uma visão crítica, surge um novo conceito de educação que traz para a realidade da sala de aula uma nova maneira de pensar o ambiente escolar, a fim de colaborar para o Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 139 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA pleno desenvolvimento do indivíduo. Um ambiente mais estimulador, criativo que possa levar as crianças a obter em um maior significado nos conteúdos educacionais e se enxergarem no processo, como parte integrante e ativa do mesmo. O professor crítico, consciente das dificuldades enfrentadas no meio educacional, engaja-se socialmente na busca de condições para uma educação com qualidade social. Porém, além de defender o engajamento do professor na luta social, defende-se que o professor deve ter acesso e permitir a apropriação do conhecimento sistematizado que foi elaborado ao longo da história humana. Evidentemente, essa nova forma de organização escolar exige uma grande postura por parte dos educadores buscando cada vez mais aprimorar as suas práticas em busca de uma educação de qualidade. A pesquisa mostrou-se relevante, pois trouxe informações importantes a respeito da organização escolar e da literatura infantil. Este trabalho, futuramente poderá servir para a ampliação da pesquisa aos estudantes do curso de Pedagogia e aos educadores que buscam ampliarem as suas práticas pedagógicas. Por ser um tema relevante aconselham-se novas pesquisas relacionadas ao assunto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRANDÃO, C. O que é Educação. São Paulo: Brasiliense, 1985 (Coleção primeiros passos). BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Indagações sobre currículo: Educandos e educadores, Currículo e Cultura Brasília: MEC, 2008. COELHO, N N. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. São Paulo: Moderna, 2002. GIROUX, H. A. Escola crítica e política cultural. 3ª ed. Trad. Dagmar M. L. Zibas. São Paulo: Cortez: Autores Associados, 1992. (Coleção polêmicas do nosso tempo; 20). LIBÂNEO, J.C; OLIVEIRA, J.F de (Orgs). Educação escolar: Políticas, 140 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Estrutura e Organização. São Paulo: Cortez, 2003. MAGNANI, M do R M., Leitura e formação do gosto (Por uma pedagogia do desafio e do desejo). São Paulo: FDE, 1984. REGO, L.L.B. Literatura Infantil: Uma Nova Perspectiva da Alfabetização na Pré-escola. São Paulo: FTD, 1988. RULE, I. Curriculum. Tese de doutorado. New York University, 1973. SANTOS, A R de J. Currículo, Conhecimento e Cultura Escolar. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. SAVIANI, D. A Nova lei de Educação (LDB): Trajetória, Limites e Perspectivas. Campinas: Autores Associados, 2004. SOUZA, A A A. Literatura infantil na escola e literatura em sala de aula. São Paulo. Autores Associados, 2010. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 141 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 142 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CURRÍCULO E DIDÁTICA: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DO CURRÍCULO NA PRÁTICA PEDAGÓGICA Náyra Cristina do AMARAL ¹ Renato Nogueira BELINTANI. ² Rita de Cássia VALENTE. ³ Marta Fresneda TOMÉ4 1 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] ²Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] ³ Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail:[email protected] 4 Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. Email: [email protected]. RESUMO O artigo apresenta uma pesquisa bibliográfica sobre o conceito de currículo no Brasil, objetiva analisar a influência do mesmo diante dos métodos e estratégias de ensino. A metodologia utilizada refere-se à pesquisa qualitativa, da qual foi utilizada a revisão bibliográfica para a coleta de dados. O trabalho está organizado em dois tópicos que abrangem a conceituação de currículo e a sua relação com a didática. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 143 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: Currículo. Didática. Educação. ABSTRACT The article presents a literature review on the concept of curriculum in Brazil, aims to analyze the influence of the same on the methods and teaching strategies. The methodology refers to qualitative research, which the literature review was used to collect data. The paper is organized into two topics covering the conceptualization of curriculum and its relationship to teaching. Keywords: Curriculum. Didactic. Education. INTRODUÇÃO O presente trabalho apresenta uma pesquisa bibliográfica com o intuito de analisar o conceito de currículo no Brasil, além de verificar qual a sua influência diante dos métodos, técnicas e estratégias de ensino, utilizados na prática pedagógica da escola. A metodologia utilizada nesta pesquisa contempla a investigação qualitativa, da qual se utilizará a revisão bibliográfica para a coleta de dados. O tema abordado é relevante, visto que o conceito de currículo é amplo e relativamente novo, ademais o currículo funciona como um norte para a educação. Sendo assim, torna-se necessário estudá-lo para que possamos compreendê-lo cada vez melhor, adequando-o à realidade escolar brasileira. Os resultados obtidos durante o trabalho serão apresentados em dois tópicos, o primeiro referente ao conceito de currículo e o segundo há uma análise sobre a influência do currículo em relação às práticas utilizadas no âmbito escolar. 1 CONCEITUAÇÃO DE CURRÍCULO: DIFERENTES CONCEPÇÕES O conceito de currículo, no Brasil, é relativamente novo, já que somente a partir da década de 1980, com a reabertura política, começou a ser considerado e estudado no país. Ainda hoje, não há uma definição única sobre tal termo, o que se tem é uma aproximação ao conceito de currículo. Grundy (1987 apud SACRISTÁN, 2000) 144 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF acredita que o currículo não é um conceito, é uma construção cultural que permite maior organização das práticas educativas. Na elaboração do currículo escolar devem-se considerar fatores determinantes para a sua construção, o principal deles é a política, que pode caracterizar a educação como preparação para o mercado de trabalho ou como ferramenta para a transformação social. O currículo de cada escola deve ser pensado de forma a valorizar e considerar a cultura local, a economia, os valores e as crenças existentes no contexto em que a instituição está inserida. Por esta razão, o currículo não pode ser considerado estático. Sacristán (2000) afirma que “quando definimos o currículo estamos descrevendo a concretização da própria escola e a forma particular de enfocá-la num momento histórico e social determinado, para um nível ou modalidade de educação.” (SACRISTÁN, 2000, p.15). No Brasil não existe um Sistema Nacional de Educação, pois o país é uma República Federativa, sendo assim para nortear e aproximar os currículos em todos os estados brasileiros são utilizadas as Diretrizes Curriculares Nacionais. Para averiguar se todas as unidades federativas estão definindo seus currículos de acordo com a lei o governo realiza avaliações externas, como por exemplo, a Provinha Brasil e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), para analisar o nível de conhecimento dos estudantes. Neste caso, o Estado passa a ser um fiscalizador do desempenho das escolas assinalando assim o modelo de gestão gerencialista que objetiva a prestação de contas à sociedade e o cumprimento de metas, visto que o financiamento escolar está atrelado aos resultados que as instituições de ensino apresentam nas avaliações externas. Quando pensamos em currículo, geralmente, o que nos vêm à cabeça são os conteúdos tradicionais de ensino, como, a matemática, a língua portuguesa, a história, a geografia, etc. Tais disciplinas são necessárias à construção do saber, no entanto, como alega Paro (2007): As questões relacionadas com a ética, a política, a arte, o cuidado pessoal, o uso do corpo e tantos outros temas relacionados ao viver bem das pessoas e grupos não podem constituir apenas “temas transversais” a compor versões escritas de currículos, mas transformar-se em temas centrais na prática diária das escolas. (PARO, 2007, p. 113-114). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 145 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA De acordo com a teoria crítica do currículo, o mesmo deve organizar conteúdos e procedimentos de ensino considerando as questões sociológicas, políticas e epistemológicas. Ademais, o currículo interfere na produção de personalidades sociais e individuais, define o modelo de sociedade existente e possui diferentes objetivos em cada instituição de ensino. O currículo deve relacionar-se com a estrutura social, com a cultura, com o poder, com a ideologia e com o controle social, ou seja, a teoria crítica defende que por meio do currículo torna-se possível trabalhar em favor das classes oprimidas, levando-os a identificar os problemas, questioná-los e lutar para resolvê-los. Paro (2011) acredita que ao falar de currículo é imprescindível associar conteúdos e formas de ensinar, nessa perspectiva o educador não pode ser apenas um mero transmissor de conteúdos, mas deve buscar a melhor maneira de ensinar e provocar no educando a vontade de aprender. Para que o educador desperte em seus educandos o desejo de saber cada vez mais, ele precisa trabalhar de forma didática levando em conta os diferentes métodos de ensino e as diferentes estratégias utilizadas na aplicação do currículo e na construção do conhecimento. Percebe-se que o currículo é indispensável à educação, e por este motivo é preciso que os professores busquem aplicá-lo de maneira didática e dinâmica para que os estudantes possam perceber a importância do ensino e da aprendizagem. Portanto, torna-se relevante discutir sobre os diferentes métodos e estratégias de ensino relacionando-os com os aspectos do currículo escolar. 2 A IMPORTÂNCIA DO CURRÍCULO NA DIDÁTICA ESCOLAR Atualmente, as instituições escolares estão buscando melhorar sua didática em sala de aula no intuíto de ensinar e desenvolver de forma eficiente e prazeroza diversas habilidades em seus educandos. Nesse sentido, os currículos têm grande relevância no âmbito escolar, visto que a partir desse procedimento, o educador norteará quais serão seus métodos e suas técnicas para aprimorar a aprendizagem. O currículo educacional reflete o que a escola quer ensinar aos seus educandos, reflete sobre como será o ensino e os conteúdos 146 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ministrados em sala de aula e como é a educação historicamente. A organização curricular norteia a didática, uma vez que é por intemédio dessa organização que é revista a prática escolar e o que está sendo inserido na sociedade e no educando. Ao elaborar sua aula, o pedagogo precisa estar atento ao currículo escolar, isto é, verificar as questões sociológicas, políticas e epistemológicas em que o currículo está inserido para que possa organizar os conteúdos e procedimentos de ensino de acordo com as normas educacionais. Vale ressaltar, que os conteúdos de determinada disciplina devem conduzir este estudante a ter uma postura crítica e consciente. De acordo com Coimbra (2006, p.3): A estruturação curricular passa a ter um formato mais globalizante baseada em eixos temáticos, estreitamente articulados com problemáticas sociais do cotidiano, mas sem deixar de levar em consideração os conteúdos sistematizados, funcionando como substratos científicos para compreensão crítica da realidade e para sua transformação. A didática e o currículo ocupam um papel importante na sociedade escolar, visto que ambos fazem com que a educação tenha uma abordagem mais sociológica, política e social. O currículo proporciona aos professores um norte sobre o que ensinar aos seus educandos em cada uma das áreas do conhecimento. Enquanto a didática oferece ao educador diversos métodos e estratégias de ensino. Segundo Libâneo (1994, p.52): O objeto de estudo da didática é o processo de ensino. [...]. Processo de ensino que, considerado no seu conjunto, inclui: os conteúdos dos programas e dos livros didáticos, os métodos e formas organizativas do ensino, as atividades do professor e dos alunos e as diretrizes que regulam e orientam esse processo. O pedagogo ao elaborar suas aulas deve-se atentar aos procedimentos metodológicos utilizados, às técnicas de ensino adequadas à faixa etária, compreender os diferentes processos de ensino e aprendizagem, a organização do tempo, o planejamento, estratégias, a avaliação dos alunos, os conteúdos e os métodos. Todas estas etapas são fundamentais para que aconteça a didática, que é Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 147 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA “o como ensinar” em sala de aula. A didática tem como objetivo orientar educadores para que seu trabalho em sala de aula seja significativo. Esses procedimentos auxiliam o professor na organização do trabalho e compreende diversos processos de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, o currículo esta interligado à didática, pois ambos são de grande importância para a educação, visto que o currículo abrange a cultura local, política, econômica e social da comunidade, com o objetivo de organizar as práticas educativas. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste artigo foi apresentar e analisar o conceito de currículo escolar e sua influência nos métodos, técnicas e estratégias de ensino utilizados na prática pedagógica educacional. Para realização deste trabalho acadêmico foi utilizada a pesquisa qualitativa em sites, revistas científicas e livros. A principal dificuldade para sua realização foi integrar e relacionar os seguintes temas: currículos, métodos, técnicas e estratégias de ensino. No primeiro tópico foi apresentada uma breve síntese sobre o conceito de currículo e suas diferentes concepções. Já no segundo tópico foi relatada a importância dos currículos na didática escolar e suas contribuições. Nesse sentido, foi possível perceber que a estrutura curricular é imprescindível no âmbito escolar, visto que a partir dos currículos o educador norteará sua prática em sala de aula. É importante destacar que a escola tem diversas ferramentas educacionais que promovem uma atuação dinâmica, eficaz e coerente diante da sociedade. Por isso, os profissionais da educação devem utilizar os currículos, métodos, técnicas e estratégias de ensino da melhor forma possível no intuíto de oferecer à população um ensino com qualidade social. Assim, o presente trabalho acadêmico teve como finalidade contribuir para a concientização e o conhecimento sobre a didática e os currículos de ensino, com o propósito de apontar as principais funções desses instrumentos educacionais para o trabalho desenvolvido em sala de aula. 148 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COIMBRA, Ivanê Dantas. Educação Contemporânea e currículo escolar: alguns desafios. Candombá – Revista Virtual, v. 2, n. 2, p. 67-71, jul – dez 2006. Disponível em: www.fja.edu.br. Acesso em 15 de março de 2014. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: teoria da instrução e do ensino. In_____.Didática.São Paulo:Cortez,1994. PARO, V. H. Gestão escolar, democracia e qualidade do ensino. São Paulo: Ática, 2007. ______. O currículo do ensino fundamental como tema de política pública: a cultura como conteúdo central. Disponível em: http:// www.scielo.br/pdf/ensaio/v19n72/a03v19n72.pdf. Acesso em: 15 de março de 2014. SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática, 3ª ed, Porto Alegre: ArtMed, 2000. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 149 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 150 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CURRÍCULO: UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL Milena Fonseca PAGLIARIN1 Estela Inácio PEREIRA2 Renata Maria FERREIRA3 Marta Fresneda TOMÉ4 1 Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected] 3 Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected] 4 Docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF. Email: [email protected] RESUMO O objetivo deste artigo é apresentar uma revisão bibliográfica sobre currículo e a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil, para relacionar a pratica no ambiente escolar. O primeiro tópico trata-se de relacionar o currículo com a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil e no segundo tópico o histórico de jogos e brincadeiras. Este trabalho traz reflexões importantes sobre currículo e a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil destinado a estudantes, profissionais da área educacional. Palavras chaves: Jogos e brincadeiras. Currículo. Educação Infantil. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 151 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The aim of this paper is to present a review of curriculum and the importance of games and play in early childhood education, relate to the practice in the school environment. The first topic is in the curriculum relate to the importance of games and play in kindergarten and second topic historical games and activities. This work brings important insights about curriculum and the importance of games and play in early childhood education for students, professionals in the education field. Keywords: Games and jokes. Curriculum. Child Education. INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo apresentar uma revisão bibliográfica sobre o que é currículo e a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil, para relacionar a prática no ambiente escolar. O currículo é o um dos elementos mais importantes de uma escola, pois é por meio dele que irá se notar a organização, desenvolvimento e criatividade dos professores e educando. De acordo com o RCNEI (1998), para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. Este artigo é de interesse social, pois contribuirá para uma definição melhor dos conceitos abordados. Para isso foram realizadas pesquisas no “Google acadêmico”, “Scielo” procurando artigos relacionados, utilizando como palavras de busca os termos “currículo” e a “importância de jogos e brincadeiras na educação infantil”. Também foram realizadas revisões bibliográficas em livros, do acervo da biblioteca da faculdade FAEF – Garça. 1. CURRÍCULO ESCOLAR Neste tópico será apresentado o que é currículo e a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil. 152 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Propomos uma análise da realidade escolar atual, tal como se dá o processo educacional e a relação que se deve estabelecer entre responsabilidade social e o papel da escola, pois o currículo nos “[...] níveis de educação obrigatória pretende refletir o esquema socializador formativo e cultural que a instituição escolar tem.” (SACRISTAN, 2000, p. 45). É necessário esclarecer o conceito de currículo e só assim relacionar com jogos e brincadeiras na educação infantil. Grundy (1987) apud Sacristan (2000, p14 ) analisa-o da seguinte forma: O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural. Isto é, não se trata de um conceito abstrato que tenha algum tipo de existência fora e previamente à experiência humana. É, antes, um modo de organizar uma série de práticas educativas. O currículo não pode ser considerado apenas um documento didático, pois é o elo principal para uma escola de sucesso. Para isso durante sua elaboração é necessário um olhar crítico sobre os alunos que se tem na escola. É o fator principal para a elaboração de currículo de melhor nível e mais ajustados a realidade de ensino. Segundo Sacristán (2000) a prática a que se refere o currículo, no entanto, é uma realidade prévia muito bem estabelecida através de comportamentos didáticos, políticos, administrativos, econômicos, etc., atrás dos quais se encobrem muitos pressupostos, teorias parciais, esquemas de racionalidade, crenças, valores, etc., que condicionam a teorização sobre o currículo. É necessária uma certa prudência inicial frente a qualquer colocação ingênua de índole pedagógica que se apresente como capaz de reger a prática curricular ou, simplesmente, de racionalizá-la. No Brasil a educação infantil passou a ser organizada pela educação a partir de 1996 com a LDBEN. Em 1998 uma primeira iniciativa de currículo para a educação infantil foi pensada por pesquisadores contratados pelo MEC e apresentada no documento RCNEI (1998). De acordo com o RCNEI (1998) para que as crianças possam exercer sua capacidade de criar é imprescindível que haja riqueza e diversidade nas experiências que lhes são oferecidas nas instituições, sejam elas mais voltadas às brincadeiras ou às aprendizagens que ocorrem por meio de uma intervenção direta. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 153 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A brincadeira é uma linguagem infantil que mantém um vínculo essencial com aquilo que é o “não-brincar”. Se a brincadeira é uma ação que ocorre no plano da imaginação isto implica que aquele que brinca tenha o domínio da linguagem simbólica. Isto quer dizer que é preciso haver consciência da diferença existente entre a brincadeira e a realidade imediata que lhe forneceu conteúdo para realizar-se. Nesse sentido, para brincar é preciso apropriar-se de elementos da realidade imediata de tal forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade. Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada. Posteriormente, as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (1998) expõem que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos norteadores as interações e a brincadeira e garantir experiências que: - Promovam o conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança; - Favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários gêneros e formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical; - Ampliem a confiança e a participação das crianças nas atividades individuais e coletivas; - Possibilitem situações de aprendizagem mediadas para a elaboração da autonomia das crianças na ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-estar; - Possibilitem vivências éticas e estéticas com outras crianças e grupos culturais, que alarguem seus padrões de referência e de identidades no diálogo e conhecimento da diversidade; - Incentivem a curiosidade, a exploração, o encantamento, o questionamento, a indagação e o conhecimento das crianças em relação ao mundo físico e social, ao tempo e à natureza; - Promovam o relacionamento e a interação das crianças com diversificadas manifestações de música, artes plásticas e gráficas, cinema, fotografia, dança, teatro, poesia e literatura; - Promovam a interação, o cuidado, a preservação e o conhecimento da biodiversidade e da sustentabilidade da vida na Terra, assim como o não desperdício dos recursos naturais; - Propiciem a interação e o conhecimento pelas crianças das manifestações e tradições culturais brasileiras; 154 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF As creches e pré-escolas, na elaboração da proposta curricular, de acordo com suas características, identidade institucional, escolhas coletivas particularidades pedagógicas, estabelecerão modos de integração dessas experiências. Por fim, podemos pautar o currículo à tradição cultural, a reflexão do contexto social, pois esse mecanismo de aprendizagem distribui o conhecimento concreto, real e crítico aos alunos da educação infantil. 2. HISTÓRICO DE JOGOS E BRINCADEIRAS Neste tópico será apresentado o percurso histórico de construção dos jogos e brincadeiras para compreender como essa prática lúdica tornou-se a pedagogia da educação infantil. Na idade média as crianças eram vistas como adultos em miniaturas, não haviam estágios a vida era relativamente igual em todas as fases de idade, as crianças trabalhavam juntamente com os adultos. Segundo Kishimoto (2011), durante a Idade Média, o jogo era visto como algo baldio, não era relacionado com o lúdico, por sua associação ao jogo de azar. O jogo serviu para divulgar princípios de moral, ética e conteúdos de história, geografia e outros, a partir do Renascimento, o período de “compulsão lúdica”. O renascimento vê a brincadeira como conduta livre que favorece o desenvolvimento da inteligência e facilita o estudo. Ao entender necessidades infantis, o jogo infantil torna-se forma adequada para aprendizagem de conteúdos escolares. (KISHIMOTO, 2011, p. 31). O Renascimento começou na Itália, no século XIV, estendeu-se por toda Europa durante dois séculos, a partir do Renascimento o movimento cultural que distinguiu a fase de trajetória dos apegos e das tradições medievais para um mundo totalmente renovado ,começa a estabelecer nova concepção da infância: “[...] a criança possui valor positivo de uma natureza boa, que expressa espontaneamente por meio de jogo, perspectiva que irá fixar-se com o Romantismo.” (KISHIMOTO, 2011, p. 33). O Romantismo caracteriza a imaginação e a criatividade de forma ilimitada de cada indivíduo e nessa fase que o jogo é aceito como Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 155 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA comportamento natural da criança.Começa haver um entendimento de que toda criança necessita de brincar ,que os jogos e brincadeiras contribuem para seu desenvolvimento ,que o modo de brincar da criança esta relacionado ao meio em que ela esta inserida. Existem inúmeros especificações de jogos, eles se diferem de acordo com os valores atribuídos, pois existem culturas diferentes ,existem regras diferentes e objetos que os caracterizam. Para diferenciar o jogo de brincadeira suponhamos que a criança tenha um brinquedo ela poderá fazer uso deste com ausência de regras ,ele poderá brincar da maneira que preferir sem restrições Kishimoto ( 2011). Neste contexto do brincar é possível observar o comportamento da criança, como ela reage em relação às outras crianças, qual sua atitude mediante ao brinquedo, seu modo de organiza-los, se ela demonstra atitudes carinhosas ou agressivas. A criança desde que nasce está inserida no universo da brincadeira, isso faz com que a criança tenha a imagem associada ao brinquedo, isso faz com que as brincadeiras da infância se eternizam e se restauram a cada nova geração. Para Kishimoto (1999), os jogos e brincadeiras habituais na infância perpetuam a cultura popular, proclamam a produção espiritual de um povo em uma determinada época histórica, são transmitidos, sobretudo, pela oralidade e sempre estão em alteração, incorporando as criações anônimas de geração para geração. Atrelados ao folclore, possuem as características de anonimato, tradicionalismo, transmissão oral, conservação, mudança e universalidade. As brincadeiras habituais, enquanto manifestações espontâneas da cultura popular, possuem a função de eternizar a cultura infantil e desenvolver formas de convívio social. Em seu estudo, demonstra a imagem da criança e os jogos tradicionais no Brasil. Indígenas, portugueses e africanos, três raças e culturas diferentes, determinaram os jogos das crianças brasileiras. O jogo apresenta significados distintos por sua vez pode variar desde o movimento que a criança realiza desde seu nascimento até atividades mais complexas como jogos tradicionais que são desenvolvidos ao longo de sua vida. A partir do século XIX que os jogos começam a serem estudados cientificamente, surgem interessados na área da Psicologia 156 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ,Pedagogia e Medicina em relação a importância dos jogos e brincadeiras e a sua contribuição para o desenvolvimento da criança, surgiram várias teorias tentando explicitar o seu significado ,a seguir será relacionado as principais concepções de atividades lúdicas. A Teoria do recreio, de Schiller (1875),sustentava que o jogo servia para recrear-se, sendo esta sua finalidade intrínseca. Na Teoria do descanso, de Lazarus (1883),o jogo é visto como atividade que serve para descansar e para restabelecer as energias consumidas nas atividades sérias ou úteis. Na teoria do excesso de energia do Spencer (1897),o jogo tem como função a descarga do excesso de energia excedente .Portanto ,sua característica seria de provocar cartase. Na Teoria da antecipação funcional de Groos (1902), o jogo é visto como um pré-exercício de funções necessárias a vida adulta. Na Teoria da recapitulação, de Stanley Hall (1906),o jogo é visto como forma de recapitular gerações passadas,caracterizando a função atávica da atividade lúdica.(SANTOS,2000,p.17) Se fossemos analisar individualmente cada uma delas é possível observar que elas se divergem, mas até nos dias atuais os jogos tem múltiplas facetas e os jogos são de extrema importância para o desenvolvimento infantil , o que na antiguidade era algo dispensável hoje tornou-se de grande importância ,visto como algo presente diariamente na prática pedagógica na educação infantil. Para Sawaya (2009), No final do século XX no Brasil a brincadeira passou a ser compreendida com prática Pedagógica na Educação Infantil , é possível perceber que a educação infantil sofreu várias evoluções, mas ainda não era algo essencial para o desenvolvimento social, durante um longo período cultivou a educação infantil como compensatória ou assistencial. Nesta fase as mães que trabalhavam deixavam seu filhos apenas com o intuito assistencial, a maior preocupação era em relação a alimentação o cuidar No Brasil, o direito à educação das crianças de 0 a 6 anos foi conquistado em 1988 com a Constituição Federal, após 20 anos de ditadura era preciso fazer algo ligado ao momento atual da redemocratização do país, creches e pré- escolas tornaram-se direito da criança e dever do Estado ou município. Em 1990 foi promulgado o ECA (Estatuto da criança e do adolescente), este foi um marco da década de 90 que veio reafirmar os direitos da criança e do adolescente. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 157 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Em 1996 com sancão da Lei de Diretrizes e Bases da educação fica explicito que toda criança tem direito a ter vaga garantida na escola pública, as creches são de responsabilidade do setor educacional, a presença do professor com nível superior passou a ser indispensável neste ambiente educacional. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.(LEI 9394/96 ,art.29). Em 1998 o MEC criou o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil ,que auxilia o professor da educação infantil no elaboração do plano de aula. A Educação infantil esta em constante evolução os jogos e brincadeiras se tornaram indispensável para o desenvolvimento infantil,temos vários estudos científicos que comprovam que o cuidar ,educar e brincar caminham juntos na educação infantil. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste artigo foi fazer uma revisão bibliográfica sobre o que é currículo e a importância de jogos e brincadeiras na educação infantil. Deixando claro algumas dúvidas a respeito da sua importância. Aprendemos que o currículo é um dos elementos mais importantes da escola, e que para haja o pleno desenvolvimento cognitivo da criança é fundamental o uso de jogos e brincadeiras, foi feito um levantamento histórico do surgimento de jogos e brincadeiras para que haja uma compreensão melhor de como ocorreu a evolução desde do seu surgimento até os dias atuais. Com tudo isso este artigo apresenta elementos significativos sobre currículo e a importância dos jogos e brincadeiras na educação infantil. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. MEC Ministério da Educação e Cultura. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. 158 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF _______. RCNEI - Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília: MEC, 1998. KISHIMOTO.T.M. Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3.ed. São Paulo:Cortez,1999. SACRISTÁN, J. Gimeno. O currículo uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000. SANTOS.Santa Maria Pires. Brinquedoteca a criança, o adulto e o lúdico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. SAWAYA,Cristiane Maria Franzine. O brincar e a afetividade na prática pedagógica de professores de educação infantil. Campinas: PUC Campinas, 2009. Dissertação de mestrado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 159 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 160 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: VOLTANDO AOS ESTUDOS Luciana Peres Antonio BONINI,1 Ana Carolina Leandro OLIVEIRA2 Larissa Kikuti BAIA3 1 Docente do curso de pedagogia Garça-SP-Brasil. e-mail: [email protected] 2 Discente do curso pedagogia Garça-SP-Brasil. e-mail: [email protected] 3 Discente do curso pedagogia Garça-SP-Brasil. e-mail: [email protected] RESUMO Este artigo foi elaborado objetivando a erradicação das dúvidas em relação aos motivos pelos quais os indivíduos abandonam a escola e anos depois regressam através do EJA (Educação de Jovens e Adultos). A educação de jovens e adultos é um meio de incluir o indivíduo na sociedade crítica e cheia de argumentos que vivemos hoje e que está sendo muito procurado atualmente por aqueles que não terminaram os estudos e os que não tiveram a oportunidade de frequentar uma escola, pois o mercado de trabalho hoje exige escolaridade e para aqueles que não possuem está cada dia mais difícil arrumar um emprego. Palavras chave: EJA, evasão escolar, a importância dos estudos. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 161 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article was prepared aiming at the eradication of doubts regarding the reasons why individuals leave school years and then return through the EJA (Youth and Adults). The education of youth and adults is a way to include the individual in society criticizes and full of arguments which we live today and that you are currently very sought after by those who have not completed their studies and who did not have the opportunity to attend school because the job market today requires schooling and for those who do not own is increasingly difficult to get a job. Keywords: EJA, truancy, the importance of studies. 1.INTRODUÇÃO Atualmente, os estudos estão sendo cada vez mais valorizados, porém, com o intuito de sanar algumas necessidades ou consequências de alguns empecilhos as pessoas se vêem obrigadas a abandonar a escola. Em muitos casos a evasão ocorre até mesmo antes da alfabetização. Pesquisas apontam que o Brasil possui um alto índice de evasão escolar se comparada aos países vizinhos. O presente artigo tem como objetivo explicitar os inúmeros motivos que fazem o indivíduo sair da escola e também os motivos que os fazem sentir necessidade de retornar à escola e recuperar o tempo parado por meio da EJA. É de suma importância que detectemos os motivos pelos quais os alunos deixam a escola e voltam anos depois pela EJA, para que, se possível, sanar o problema ou adaptar uma solução a ele. 2.CAUSAS DO ABANDONO ESCOLAR A taxa de evasão escolar no Brasil está cada vez mais alta, segundo o MEC em 2012, a taxa de abandono escolar atingiu 24,3%. E o índice se torna ainda mais grave quando se compara com os países vizinhos, como, por exemplo, o Chile onde a taxa de evasão é de 2,6%, Argentina 6,2% e Uruguai 4,8%. 162 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O artigo MOTIVOS DA EVASÃO ESCOLAR diz que entre 1,6 milhão de alunos do ensino básico que abandonaram a escola no ano passado, mais de 1,5 milhão cursava a rede pública, tanto no nível fundamental (762 mil) quanto no médio (760 mil). As causas destas ações são inúmeras como, por exemplo, a falta de interesse dos pais e alunos pela educação, seja pela baixa qualidade ou por desconhecimento do impacto potencial que a educação causa no cidadão. Outros motivos: dificuldade de acesso à escola, necessidade de trabalho e geração de renda, gravidez na adolescência, falta de interesse, porém os motivos variam de acordo com a localidade. 3.É HORA DE VOLTAR PARA A ESCOLA Alguns anos após a evasão escolar o indivíduo se vê presente em uma sociedade crítica, onde é preciso argumentar, ter sua própria opinião ou até mesmo precisa de um diploma por exigência de um currículo. A necessidade de manutenção do emprego, o temor cada vez mais crescente da substituição por outro individuo mais competente ou mais ajustado e a introjeção dos novos discursos empresariais por grande parte da classe-quevive-do-trabalho são alguns dos fatores que conduzem à expansão da busca pelo desenvolvimento eficiente e eficaz do oficio, ao desdobramento flexível e dinâmico e a uma constante atualização e aprimoramento intelectual e emocional. Estes são dados que certamente têm fomentado o aumento da competitividade, não somente interempresarial, mas interpessoal e fortemente individualizante, transformando notoriamente o espectro das relações de trabalho e das relações sociais em sua amplitude, (FIDALGO; FIDALGO, 2007, p.26). Entretanto, nesta hora ele já passou alguns anos fora da escola não se encaixando mais na faixa etária da série em que parou. Neste momento o indivíduo deve recorrer a EJA (educação de jovens e adultos). Neste caso a EJA vem com o objetivo de recuperar o tempo que este aluno passou fora da escola, ensinando-lhe os devidos conteúdos das séries que o mesmo deixou de frequentar. “Suprir a escolarização regular para adolescentes e adultos que não a tenham seguido o concluído na idade própria e proporcionar mediante repetida volta Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 163 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA à escola, estudo de aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o ensino regular no todo ou em parte.” (Alair Miranda, 2003, p.135). A EJA irá desenvolver juntamente com o aprendiz sua comunicação interpessoal, suas habilidades intelectuais para que possa trabalhar sua capacidade crítica, a capacidade de integração nos grupos sociais e culturais, sendo assim formando um cidadão crítico ciente de seus direitos e deveres. 4.EXIGÊNCIAS DO MERCADO DE TRABALHO O que percebemos atualmente é a exigência eficaz do mercado de trabalho principalmente em relação à escolaridade, o atual mercado de trabalho exige aperfeiçoamento e mão de obra qualificada. A força de trabalho no país em que vivemos no ponto de vista da escolaridade, se encontra ainda em uma posição muito baixa e atrasada em relação a outros países vizinhos, em média o trabalhador brasileiro possui apenas cinco anos de escolaridade. Antigamente era fácil arrumar emprego, por isso muitas pessoas desistiam da escola muito cedo para trabalharem e o trabalho desta época era trabalho pesado, mas como eram muitas vezes obrigados pelos próprios pais ou porque passavam por necessidades tinham que enfrentar e pegar no pesado para garantir uma qualidade de vida, que para muitos ainda era difícil. Hoje as normas do trabalho face ao processo de transformação da sociedade, através das novas tecnologias que são muitas, trazem como prioridade a transformação do trabalho e o surgimento de novas profissões. Esse processo acaba eliminando, gradativamente, profissões, que no passado, foram muito prestigiadas. Não é difícil dar exemplo de profissões que sucumbiram à avalanche tecnológica. Por exemplo, onde está a profissão de ferroviário? Ela praticamente acabou com o fim das ferrovias. Quem vai às cidades do interior do tem a chance de visitar antigas estações ferroviárias vê que estão todas praticamente abandonadas. E o que acontece com os eleitores, que entregam o leite cedinho pela manhã, nas portas das casas, nas grandes cidades. O fim dos leiteiros veio quando a garrafa de vidro ou o latão de leite foram substituídos por uma nova embalagem, o saquinho de plástico, na década de 1970. (OLIVEIRA, 2006, p.11). 164 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem por sua finalidade resgatar um tempo, em que por algum motivo, os adultos e os jovens não puderam estar numa sala de aula para poder terminar seus estudos. Como o mercado de trabalho tem as suas exigências o objetivo é incluí-los no contexto sociocultural e econômico e contribuir para que uma parte desses alunos possam conseguir qualificação e crescimento profissional, a fim de atuar no mercado de trabalho. Libâneo destaca (2002, p.84) “local de trabalho ideal, com o salário ideal, virá um dia, leve em consideração seus dons industriais, personalidade, preferências e afinidades, informações dos pais e de outras pessoas”. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo é resultado de uma revisão bibliográfica de sites científicos e autores idôneos. Em suma, o importante é que pensemos no conceito de educação para jovens e adultos; fome de ler e vontade de aprender eles já possuem, só que de uma maneira mais ampla, característica de quem já tem uma experiência de vida e que necessita bem mais que a própria escrita e leituras convencionais, necessitam acima de tudo ler as entrelinhas impostas pela problemática de ser e estar plenamente exercendo a cidadania. Ao fim do mesmo é inegável que são inúmeros os motivos pelos quais um aprendiz deixa a escola por tempo indeterminado. Sendo assim, vimos a importância extrema da EJA que é destinada apenas a este público, tendo total estrutura para recebê-los. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIDALGO, Nara L. R. & FIDALGO, Fernando. Refluxos Sociais da Lógica de Competências: o processo de individualização em foco. In: FIDALGO, Nara L. R., FIDALGO, Fernando, OLIVEIRA, M. A. M. (orgs). Educação Profissional e a Lógica das Competências. Petrópolis: Vozes, 2007 Evasão Escolar. Disponível em <http://www.brasil.gov.br/educacao/ 2013/11/mec-cria-grupo-para-examinar-causa-de-evasao-escolar> Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 165 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Acesso em 18/03/2014 LIBÂNEO, José Carlos. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 2ªed. São Paulo: Cortez, 2005. Motivações Escolares. Disponível em <http://www.cps.fgv.br/ ibrecps/rede/finais/Etapa3esq_MotivacoesEscolares_ sumario_principal_anexo-Andre_FIM.pdf> Acesso em 18/03/2014 MIRANDA, Alair dos Anjos Silva de. Educação de Jovens e Adultos no Estado do Amazonas-Manaus: EDUA, 2003. OLIVEIRA, Marco Antônio. O novo mercado de trabalho: guia para sobreviventes. 3ªed. Rio de Janeiro: SENAC, 2006 166 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EDUCAÇÃO INFANTIL E GESTÃO ESCOLAR: SENTIDOS PARA O ENCONTRO NA PRÁTICA SOCIAL Marta Fresneda TOMÉ 1 1 Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Educação, Membro/ Pesquisadora do Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Educação (CEPAE) e docente das faculdades mantidas pela Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG). Contato: [email protected]. RESUMO A gestão escolar da educação infantil configura-se como um campo ainda pouco explorado pelos pesquisadores da educação. Este texto apresenta uma revisão bibliográfica dos percursos de construção dos pensamentos em educação infantil e gestão escolar no Brasil. A abordagem teórica que contextualizou a análise empreendida foi a Pedagogia Histórico Crítica e a técnica de Análise de Conteúdo foi o instrumento utilizado na investigação. A importância deste trabalho encontra-se na necessidade de desvendar as especificidades desses dois campos para instrumentalizar futuras pesquisas com os sentidos que emergem dessa prática social oficialmente materializada há mais de duas décadas. Um sentido do encontro desses dois campos que emergiu no presente estudo confirma a contribuição da gestão democrática para a construção da democratização da educação infantil com qualidade social no país. Palavras-chave: educação infantil; gestão escolar; gestão democrática. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 167 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The school management of early childhood education appears as a field still unexplored by researchers of education. This paper presents a review of the construction of pathways thinking in early childhood education and school management in Brazil. The theoretical approach that contextualized the analysis has been the Historical Critical Pedagogy and the technique of content analysis was the instrument used in research. The importance of this work lies in the need to reveal the specifics of these two fields in order to organize future research directions that emerge from this social practice officially materialized for more than two decades. A sense of the meeting of these two camps that emerged in the present study confirms the contribution of democratic management for the construction of the democratization of education for children with social quality in the country. Keywords: early childhood education; school management; democratic management. INTRODUÇÃO Após a Constituição de 1988 a educação escolar foi proclamada como um direito de toda criança desde o seu nascimento. A partir de então, os sistemas de ensino tiveram até o ano de 2000 para integrarem as instituições coletivas de atendimento à infância menor de seis anos à lógica de organização do trabalho educacional (LDBEN, 1996, art. 89). Mais de uma década após essa integração o que se observou, na maior parte dos casos, foi a desconsideração da especificidade desses estabelecimentos, o que resultou na imposição do modus operandi do ensino fundamental, anos iniciais, à educação infantil. (TOMÉ, 2005). Nesse contexto, o presente artigo objetiva mostrar como o percurso de organização das instituições de educação infantil as tornou mais permeáveis à nova lógica de gestão escolar presente nas políticas educacionais do Ministério da Educação, fazendo com que essas escolas enfrentem conjunturas que se caracterizam por um hibridismo entre as lógicas democrática e gerencial para a organização do seu trabalho. 168 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Para iluminar este trabalho o referencial teórico utilizado foi o da Pedagogia Histórico Crítica e o corpus de investigação configurouse em estudos da arte e históricos sobre a educação infantil e a gestão escolar no Brasil, avaliados por meio da técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1995). A apresentação dos resultados encontrados organizou-se em três tópicos. No primeiro é apresentada a especificidade do trabalho pedagógico na educação infantil, a partir do processo de construção do pensamento científico sobre esse campo no Brasil. Na segunda parte é mostrado o recente percurso de construção do pensamento em gestão da escola e a influência das políticas educacionais em sua prática social, principalmente, após a reforma educacional da década de 1990. No último tópico, são sintetizados os sentidos que emergiram do encontro entre os pensamentos em educação infantil e gestão escolar, especialmente, após a integração dessas instituições à educação básica. A relevância social deste trabalho justifica-se pela quase inexistente produção de pesquisas que relacionam os campos da gestão escolar e da educação infantil e, também, pela necessidade de ampliar os conhecimentos específicos para a formação dos educadores que atuam na gestão de creches e pré-escolas brasileiras, conforme já constatado em estudo anterior realizado por Kramer (2005). Além disso, desvelar as relações entre gestão escolar e educação infantil pode contribuir com as reflexões quanto às políticas propostas pelo novo Plano Nacional de Educação para esse nível da Educação Básica. 1 A ESPECIFICIDADE DA EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO ESCOLAR A educação de crianças menores de seis anos em ambiente escolar é bastante recente na sociedade. No Brasil, até o século XVIII, não existia sequer instituições coletivas de atendimento à infância, isso porque as funções de socialização e educação eram compreendidas como restritas ao âmbito familiar. O pensamento de que era necessário educar o ser humano nos primeiros anos de vida nasceu juntamente com o sentimento de infância, que, como Ariès (1996) revelou, não existia até a Idade Média, pois a sociedade compreendia a criança como um adulto em miniatura, que não necessitava de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 169 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA qualquer atenção especial para inserir-se na vida social. No Brasil, Trindade (1999) explicou ainda que, até o século XIX, a mortalidade infantil era tão elevada, que no imaginário social os bebês eram idealizados como anjos, para minimizar a repercussão de suas mortes. Somente no século XX essa realidade começou a mudar, pois a criança passou a ser compreendida como a “chave do futuro” para uma nação desenvolvida e pacífica, conforme Rizzini (1997) constatou. Além disso, o processo de urbanização e a entrada da mulher no mercado de trabalho gerou a necessidade da criação de espaços onde as crianças pequenas pudessem ficar enquanto suas mães trabalhavam. (KUHLMANN JÚNIOR, 2000). As primeiras tentativas de organização e expansão do número de estabelecimentos para atender as crianças de três a seis anos, em caráter educacional, foram promovidas por escolanovistas como Lourenço Filho, Fernando de Azevedo e Almeida Júnior, que buscaram instalar classes de jardins de infância anexas a grupos escolares. (KISHIMOTO, 1990, p. 62). Kishimoto (1990) afirmou, ainda, que embora pouco expressiva2, a expansão das instituições públicas de educação infantil ocorreu aliada à força do movimento da Escola Nova. “Ao propagarem a metodologia de expoentes do movimento como Montessori, Decroly, Dewey, Kilpatrick e outros, os jardins de infância e as escolas maternais recebem aplausos do escolanovismo brasileiro.” (p. 62). Apesar desse movimento inicial de aproximação dos estabelecimentos de atendimento à infância menor de seis anos com a educação pública, foi somente na década de 1970, que a educação infantil começou a ser mais intensamente investigada pelos cientistas educacionais brasileiros. Um grupo de pesquisadores liderados pela psicóloga Ana Maria Poppovic, que teve a preocupação de investigar o desenvolvimento infantil e suas relações com a alfabetização no início da escolarização. Desse modo, as instituições pré-escolares foram as mais estudadas e os conhecimentos científicos produzidos perpassaram os movimentos em defesa dos programas de educação compensatória. Dois pressupostos teóricos embasavam esse pensamento: · As influências ambientais exercem papel relevante e determinador no desenvolvimento intelectual do indivíduo; 170 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF · Os primeiros anos de vida constituem-se na etapa mais importante desse desenvolvimento. (CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 14). Esses fundamentos sobre a importância do ambiente para o desenvolvimento cognitivo da criança, posteriormente, embasaram as investigações de Maria Clotilde Rossetti-Ferreira que demonstrou como a relação mãe-bebê, nos primeiros anos de vida, era importante para o desenvolvimento emocional e intelectual da criança. O baixo nível sócio-econômico que pressionou a mulher das camadas populares a trabalhar fora do lar, exigiu que fossem encontrados adultos substitutos para cuidar dessa criança e, desse modo, minimizar os prejuízos causados pela separação da mãe. “É por essa via que a creche entra em cena, como uma necessidade não desejada que é preciso ser aperfeiçoada, através de um modelo de intervenção interativo, chamado de “substituto materno”.” (CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 14). No final da década de 1970 e início de 1980 uma nova concepção de educação infantil tratou conjuntamente dos atendimentos em creche e pré-escola. Nessa linha de pesquisa, liderada por Maria Malta Campos e Sonia Kramer, observou-se um posicionamento político-ideológico fundamentado em bases sócio-históricas, em defesa das mulheres trabalhadoras e mães de crianças pequenas. (CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 15). Com a intensificação do processo de reabertura política do país, o texto publicado por Saviani em 1982, “Educação e Marginalidade na América Latina”, apresentou uma crítica sobre os interesses dominantes na organização do atendimento à infância nos países subdesenvolvidos do continente americano. Com isso, Saviani (apud CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 16) mostrou que os programas compensatórios contornavam o problema ao invés de atacá-lo de frente. Esse raciocínio teve aderência nos movimentos sociais da época, que começaram a defender a educação infantil (desde o nascimento da criança) em instituições coletivas como complementar a educação familiar. Desse modo, o direito da criança e da mulher trabalhadora de acesso à educação infantil configurou-se como bandeira de luta desses movimentos sociais. Em meados na década de 1980, Fúlvia Rosemberg empreendeu Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 171 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA uma crítica à concepção de que a educação infantil, em creches e pré-escolas, deveria ser destinada apenas às crianças das camadas mais pobres da população, como defendido pelo Estado e organizações multilaterais (Unesco e Unicef), pois, assim, esses estabelecimentos estariam promovendo uma educação para a subordinação. A educação infantil de qualidade seria encarada, então, como um direito de toda criança, independentemente de sua classe social. Essa indagação inspirou a pesquisa promovida por Zilma de Oliveira e Maria Clotilde Rossetti-Ferreira em três instituições de educação infantil com diferentes modelos de gestão, no município de São Paulo. Ou seja, uma creche construída e gerida pela prefeitura, outra construída pela prefeitura e administrada por uma entidade não-governamental e a última construída por entidades de caridade e mantida com subsídios da prefeitura. Os resultados apontaram para condições de educação e cuidado bastante diferentes nas três entidades, o que motivou uma revisão dos pressupostos do grupo de pesquisa de Rossetti-Ferreira sobre o modelo materno substituto proposto às creches. A partir de então, duas características marcaram as pesquisas da segunda metade da década de 1980: “[...] a análise das políticas públicas que incidem sobre a faixa etária de 0 a 6 anos e o uso de dados históricos sobre esse atendimento no país.” (CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 17). Os estudos sobre as políticas públicas constataram a expansão exorbitante do número de instituições de educação infantil, com um baixo investimento do Estado brasileiro, o que sucateou esse atendimento. As pesquisadoras mais representativas dessa linha de investigação foram Fúlvia Rosemberg, Sonia Kramer e Miriam Abramovay, que reforçaram a defesa do caráter de educação e cuidado desses estabelecimentos. (CAMPOS; HADDAD, 1992, p. 17). Quanto à linha da pesquisa histórica, os trabalhos fundamentaram a crítica ao modelo de organização das instituições de educação infantil da época a partir da construção histórica e social das concepções de infância e educação, estabelecidas pelas classes hegemônicas do país sobre a criança pobre. Os pesquisadores que se destacaram nessa linha foram: Tizuko Kishimoto e Moysés Kuhlmann Júnior. Em um balanço crítico sobre essa produção das décadas de 1970 e 1980, Campos e Haddad (1992) mostraram que 172 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF [...] o conhecimento de práticas modernas de cuidado e educação da criança pequena ficou em segundo plano, sendo pouco debatidas e aprofundadas questões relacionadas à qualidade do atendimento aos currículos adotados explícita ou implicitamente, ao tipo de formação dos educadores e técnicos, à organização interna dos serviços existentes, ou seja, questões que incidem sobre a natureza das experiências vividas pelas crianças nas creches e préescolas. Por outro lado, o esforço de compreender criticamente os contextos históricos e políticos, que forjavam as políticas sociais para a infância, permitiu a construção de um consenso a respeito de posições básicas, fundamentais para uma revisita aos teóricos do desenvolvimento infantil. (p. 18-9). No início da década de 1990, Rocha (1998, p. 96) mostrou que a preocupação dos pesquisadores voltou-se, então, para as relações travadas no interior das instituições de educação infantil. A ampliação do número de creches e pré-escolas públicas mobilizou os cientistas da educação para a análise de temas como a formação de professores, a prática pedagógica na educação infantil e a organização das instituições com atendimento em período integral. A pesquisadora notou, ainda, um afastamento das questões relacionadas às políticas educacionais e uma maior aproximação com estudos que avaliavam experiências regionais e locais, “[...] chegando a apresentar proposições quanto ao atendimento da demanda, qualidade e formas de gestão, numa participação cada vez mais crescente do conjunto dos pais na definição destes aspectos.” (ROCHA, 1998, p. 97). A pesquisadora mostrou que na temática sobre formação de professores, os profissionais que trabalham em creches são os com menor nível de escolarização o que influência a prática pedagógica nessas instituições, que desconsideram a criança como elemento central na construção de suas propostas pedagógicas. Além disso, são, também, mais permeáveis a modelos educativos exportados de realidades diversas. Quanto à prática pedagógica, o jogo e a brincadeira foram considerados como os elementos mais favoráveis para a construção de relações entre crianças e entre criança e adulto, que propiciam um ambiente educativo em creches e pré-escolas. Além disso, alguns estudos apontaram para a importância de se criar estratégias para dar voz à criança, chamando a atenção para as práticas autoritárias frequentes nessas escolas, que têm buscado mais a disciplina dos corpos infantis do que a educação para a emancipação. A pesquisadora concluiu que estava em andamento no país a construção teórica de uma nova disciplina, a Pedagogia da Educação Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 173 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Infantil, que concebia a educação e o cuidado das crianças pequenas “[...] do ponto de vista histórico, antropológico e sociológico, psicológico, linguístico, médico e nutricional. [...]” (ROCHA, 1998, p. 159). Não se constituía em objetivo dessa disciplina a fragmentação do conhecimento sobre os processos de aprendizagem da criança pequena em especialidades, mas a consolidação de uma “Pedagogia que contemple todas as dimensões do humano e a diversidade sociocultural que as constituem, evitando a exacerbação da imposição cultural, em detrimento da criação e recriação da produção humana a ser conduzida pela criança.” (ROCHA, 1998, p. 160). A construção teórica dessa disciplina vem sendo incentivada e elaborada, principalmente, pelo grupo de pesquisadores liderado pela professora da Unicamp, Ana Lúcia Goulart de Faria. No final da década de 1990 a reforma educacional anunciada na LDBEN (1996) e nos Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (1998) chamaram a atenção dos pesquisadores desse campo para a qualidade da educação infantil. Campos, Füllgraf e Wiggers (2006) constataram que os critérios mais utilizados pelos cientistas brasileiros para avaliar a qualidade do atendimento das instituições de educação infantil foram: os profissionais da educação infantil e sua formação (inicial e em serviço), as propostas pedagógicas e o currículo para educação infantil, as condições de funcionamento e práticas educativas no cotidiano das instituições e as relações com as famílias e concluíram que: [...] Velhas concepções, preconceitos provenientes de uma história de colonização e escravidão que ainda marca o presente, rotinas e práticas herdadas de tradições assistencialistas, convivem e resistem às propostas mais generosas que presidiram as novas diretrizes legais, baseadas em uma visão da criança como sujeito de direitos, orientada pelos conhecimentos da Psicologia do Desenvolvimento e informada pelas noções de respeito à diversidade. No atual cenário da educação infantil no Brasil, destaca-se que os marcos legais estão postos e sua divulgação e adoção encontram-se em andamento, ainda que de forma desigual nos diversos contextos do país. (CAMPOS, FÜLLGRAF; WIGGERS 2006, p. 117). Assim, o quadro geral que emergiu desses estudos apontam para uma “situação dinâmica, mas ainda contraditória, revelando que é grande a distância entre as metas legais e a situação vivida pela maioria de crianças e adultos no cotidiano das instituições de 174 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF educação infantil.” (CAMPOS, FÜLLGRAF; WIGGERS, 2006, p. 87-8). A partir dessa breve contextualização, foi possível apreender que ao longo da história social do país a organização das instituições coletivas de atendimento à criança menor de seis anos atendeu mais as demandas dos grupos hegemônicos do que as da população usuária. Com isso, as condições materiais concretas dessas escolas, atualmente, encontram-se distantes do ideal pensado pelos pesquisadores desse campo. A função social das escolas de educação infantil, defendida no meio científico, é a de valorização da cultura da infância. Para isso, faz-se necessária a construção de um atendimento com qualidade social, o que significa colocar a criança como elemento central da proposta pedagógica das escolas de educação infantil e promover a democratização das relações no seu interior, através da ampliação da participação dos pais e comunidade nos processos decisórios, objetivando a promoção da emancipação da comunidade educativa. 2 PERCURSOS DO PENSAMENTO EM GESTÃO ESCOLAR NO BRASIL A teoria em gestão escolar, desde as primeiras sistematizações publicadas no país, esteve relacionada ao pensamento em gestão da educação, que, de acordo com Sander (2007), caracterizou-se pela influência dos meios políticos, econômicos, científicos e culturais do país, pela adoção acrítica a modelos internacionais, com consequente maior valorização da dimensão econômica do que da humana e pela inseparabilidade da política e administração na vida das instituições escolares públicas. Até a década de 1930, a maior parte das publicações sobre a organização educacional “[...] eram memórias, relatórios e descrições de caráter subjetivo, normativo, assistemático e legalista”. (LOURENÇO FILHO, 1963 apud SANDER, 2007, p. 21), o que permitiu constatar que, até então, a teoria sobre a gestão da escola não tinha sido sistematizada pelos intelectuais brasileiros. Machado (2007) explicou, ainda, que a teoria da gestão escolar, em seu começo, foi marcada pela interdisciplinaridade em sua composição, isso porque os “pioneiros da Administração Escolar” eram educadores com experiência no fazer da gestão pública da Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 175 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA educação e formação intelectual variada. Os pensadores que mais contribuíram à teoria da administração escolar nessa fase de organização do conhecimento foram: Antônio Carneiro Leão, Anísio Spinola Teixeira, José Querino Ribeiro e Manuel Bergström Lourenço Filho. Esses educadores fundamentados, principalmente, nas Teorias Clássicas da Administração de empresas, contribuíram para a delimitação do campo de investigação da administração escolar, que foi definido no I Simpósio Brasileiro de Administração Escolar realizado, em fevereiro de 1961, na Universidade de São Paulo, da seguinte forma: A administração escolar supõe uma filosofia e uma política diretoras préestabelecidas; consiste no complexo de processos criadores de condições adequadas às atividades dos grupos que operam na escola em divisão de trabalho; visa à unidade e economia da ação, bem como o progresso do empreendimento. O complexo de processos engloba atividades específicas – planejamento, organização, assistência à execução (gerência), avaliação dos resultados (medidas), prestação de contas (relatório) – e se aplica a todos os setores da empresa – pessoal, material, serviços e financiamento. (ANPAE, 1961 apud SANDER, 2007, p. 35, grifos nossos). Mais tarde, no final da década de 1970, com a efervescência política presente no país, que exigiu a democratização das instituições públicas, o pensamento em gestão escolar contrapôs-se ao enfoque empresarial defendido pelo Estado ditatorial. Com isso, ensaiou uma perspectiva sociocultural, concebida “[...] a partir da intersecção de contribuições conceituais e analíticas das ciências sociais aplicadas, mais afinadas com a cultura brasileira e a própria idiossincrasia brasileira e latino-americana.” (SANDER, 2007, p. 49). Desse modo, na década de 1980, a discussão teórica sobre a gestão da escola passou a contrapor o tecnicismo à especificidade da educação. Sander (2007) resumiu as contribuições dos principais pesquisadores da área neste período: [...] Sander (1983; 1984; 1990) enuncia o confronto entre o paradigma positivista de administração do consenso e o paradigma interacionista de administração do conflito e seus esforços superadores de mediação dialógica. Arroyo (1983, p. 122-129) concebe o paradigma de administração da educação como processo político em oposição ao processo tecnológico. Wittmann (1983) propõe o paradigma de administração da educação como prática social 176 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF transformadora para fazer frente ao autoritarismo burocrático. Frigotto (1984) dá forma ao paradigma do ato educativo como prática política e social que se opõe à concepção da educação como fator de produção econômica. Finalmente, Cury (1983; 1985) e Gadotti (1983, p. 38-45) defendem um paradigma de administração como processo democrático em oposição à administração burocrática. (SANDER, 2007, p. 64). A partir de então, a concepção democrática de gestão escolar tornou-se a mais defendida pelos pesquisadores desse campo. Félix, em 1984, publicou a obra “Administração escolar: um problema educativo ou empresarial?”3 e mostrou como a escola não tem função autônoma na sociedade, pois está inserida em um contexto econômico, político e social que a determina. No Brasil, “a administração escolar tem que ser compreendida no quadro das relações entre a estrutura econômica e a superestrutura jurídicopolítica e cultural como elemento de mediação entre as exigências do capital em relação à educação das diferentes classes sociais.” (p. 93). Desse modo, na perspectiva empresarial, que privilegia as racionalidades técnica e econômica, a gestão da escola serve aos interesses da classe hegemônica para a formação de mão de obra ao capitalismo e manutenção da desigualdade entre as classes sociais. Nesse contexto de discussão, em 1986, Paro, em “Administração Escolar: introdução crítica”, posicionou-se contra a aplicação da lógica empresarial no contexto escolar, pois o trabalho educativo tem uma especificidade que é contrária a essa lógica capitalista, assim “[...] o aluno é, não apenas o beneficiário dos serviços que ela [escola] presta, mas também participante de sua elaboração.” (p. 126)4. Para o autor, seria possível construir uma administração escolar para a transformação social levando-se em conta a especificidade do fazer pedagógico, a busca da emancipação social da comunidade escolar, a administração participativa, a gestão colegiada e a luta pela melhoria das condições concretas de funcionamento da escola pública. Desse modo, na década de 1980, o pensamento em gestão escolar refletiu o movimento da sociedade, de luta pela democratização do país, promovendo a politização da administração da escola na perspectiva da gestão democrática que foi, assim como o direito à educação infantil, promulgada na Carta Magna de 1988 como princípio para a administração das instituições escolares públicas brasileiras. (CF, 1988, art. 206). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 177 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Na década de 1990 um novo contexto marcou a administração pública. As crises econômica e estrutural do Estado brasileiro foram as justificativas para o lançamento do “Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado” (1995) pelo governo federal, que reformulou a administração das instituições públicas do país. Esse documento justificou suas propostas responsabilizando a administração pública burocrática hierarquizada pela ineficiência do Estado em atender as demandas da sociedade civil e, então, apresentou um novo modelo de administração pública: É preciso, agora, dar um salto adiante, no sentido de uma administração pública que chamaria de “gerencial”, baseada em conceitos atuais de administração e eficiência, voltada para o controle dos resultados e descentralizada para poder chegar ao cidadão, que, numa sociedade democrática, é quem dá legitimidade às instituições e que, portanto, se torna “cliente privilegiado” dos serviços prestados pelo Estado. (BRASIL, 1995, p. 7). Com isso, a Nova Gestão Pública caracterizou-se pela adoção do modelo da administração empresarial fundamentado na Teoria da Qualidade Total. Assim, a gestão das instituições públicas foi caracterizada no texto da Reforma da seguinte maneira: Na administração pública gerencial a estratégia volta-se (1) para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade, (2) para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados, e (3) para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados. Adicionalmente, pratica-se a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há a possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. No plano da estrutura organizacional, a descentralização e a redução dos níveis hierárquicos tornamse essenciais. Em suma, afirma-se que a administração pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins). (Ibid., p. 16). Esse novo modelo de gestão foi introduzido no contexto escolar através da última reforma educacional que ocorreu em duas fases. Na primeira, durante o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, houve a introdução da lógica gerencial na legislação específica como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 178 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF (LDBEN), de 1996, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), em 1997, os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (RCNEI), de 1998, as Diretrizes para a formação de professores (1999) e o Plano Nacional de Educação (2001). Na segunda fase, que transcorreu no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Estado buscou a concretização da Nova Gestão Pública através do Plano de Desenvolvimento da Educação (2007); formação da comunidade escolar com os programas: Pró-Gestão (2001), Pró-Conselho (2005), Pró-Infantil (2005), Pradime (2006), Pró-Funcionário (2007) e, por fim, com o aumento progressivo do aporte financeiro para a educação, através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (2007), do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos para a rede escolar pública de educação infantil (PróInfância), em 2007, do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), que entrou em vigor na educação infantil em 2008, e do Piso salarial para os profissionais da educação, em 2008. A partir desse cenário da política educacional, Machado (2000), fundamentada na teoria da Pedagogia Histórico Crítica, empreendeu uma análise do estado da teoria em gestão escolar em meados dos anos de 1990 e constatou que, [...] decorrida mais de uma década daqueles escritos de Saviani, parece-me oportuno retomar aquela ideia aplicando-a à administração escolar e perguntar: Para que lado pende, hoje, a “vara da administração”? Para o lado do participacionismo seria a resposta mais rápida. Entretanto, a meu ver, mais que pender para um lado, a “vara da administração” acha-se retorcida por “modismos”, por “aventuras administrativas” patrocinadas pelas instâncias oficiais, pelas descontinuidades da política educacional. É até possível que a “vara” não esteja “torta” para lado nenhum, mas apenas tombada junto ao chão, retorcida... Apenas?! (MACHADO, 2000, p. 78). Com isso, mostrou que a mobilização política, provocada pela redemocratização do país na década de 1980, gerou um “modismo” em torno da gestão democrática, promulgada na educação pela Constituição de 1988, e, além disso, a responsabilização da administração escolar tradicional, fundamentada na Teoria Geral da Administração, pelos percalços da educação. Esse movimento do conhecimento em gestão Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 179 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA escolar provocou o esvaziamento das pesquisas teóricas nesse campo e, na prática escolar o que ocorreu foi Em síntese, uma profusão de comissões, colegiados e conselhos; não importa a denominação que tenham recebido, mas quase todos microcolegiados discutidores de microproblemas, dando aos seus membros a sensação de participação... quantas vezes ilusória? Do mesmo modo que a centralização e a verticalização das decisões resultaram no enfraquecimento, na falta de autonomia da unidade escolar, a departamentalização excessiva, a horizontalidade burocratizada redundaram na morosidade, na falta de decisão, nesse “parece que vai mas não vai” da escola. Isso equivale a dizer que resultaram no mesmo enfraquecimento e falta de autonomia. (MACHADO, 2000, p. 79). Com essa crítica à gestão democrática, a pesquisadora propôs uma reflexão que ambicionou a inflexão da “vara da administração escolar”, para, então, encontrar o seu “ponto correto”. Nesse sentido, mostrou que o primeiro passo seria a investigação da prática social da gestão democrática no interior das escolas, com o objetivo de encontrar meios para conquistar maior autonomia para essa instituição. Também Pereira e Andrade (2005), em um levantamento sobre a produção teórica e prática da administração da educação, no período de 1983 até 1996, mostraram que foi a perspectiva política que introduziu maior profundidade às reflexões teóricas desse campo. A análise assegurou que a gestão escolar no Brasil ainda se configura como um campo teórico a ser construído, daí a necessidade de investimento na pesquisa teórica desse campo. Um estudo da arte sobre a produção científica de 1991 a 1997 em gestão da educação, coordenado por Lauro Carlos Wittmann e Regina Vinhais Gracindo (2001), demonstrou ainda que as categorias de análise mais utilizadas, nesse período, para a investigação da gestão escolar foram: 1) democratização e autonomia; 2) organização do trabalho escolar; 3) função e papel do gestor e a 4) gestão pedagógica. (PAZETO; WITTMANN, 2001, p. 263-264). Maia (2008), que também investigou o percurso teórico dessas pesquisas na década de 1990, constatou o uso dos termos “administração” e “gestão” nas publicações científicas desse campo com significações diferentes, “o primeiro foi associado às formas antidemocráticas de trabalho, ao individualismo, à hierarquia e à 180 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF centralização das decisões; ao segundo designou-se a possibilidade de horizontalidade das relações, da coletividade, da participação e da descentralização das ações no sistema educacional e nas unidades escolares.” (MAIA, 2008, p. 40). No início do século XXI, Souza (2006) buscou compreender o perfil da gestão escolar e explicou que nas escolas públicas do país a administração tem seguido a direção do alargamento da democratização da política escolar, “[...] mas há ainda forte presença do patrimonialismo e do controle político institucional sobre as escolas e seus dirigentes” [...] (SOUZA, 2006, s. p.). Além disso, mostrou que nas escolas onde o cargo de diretor fora preenchido através do processo de eleição a comunidade escolar mostrou-se mais ativa na construção coletiva de seu projeto pedagógico, sugerindo uma educação política mais intensa nas escolas cujas relações configuram-se como democráticas. Por fim, em projeto de pesquisa ainda em andamento sobre o estado da pesquisa em gestão escolar no Brasil, Martins (2009) encontrou as seguintes categorias de análise nas produções desse campo na primeira década do século XXI: 1) espaços e canais de participação intraescolar; 2) relações e práticas intraescolares; 3) políticas, programas e projetos governamentais e nãogovernamentais e 4) teorias e conceitos. Com tudo isso, foi possível compreender que o campo da gestão escolar encontra-se em construção em meio ao embate de duas lógicas contraditórias: a da gestão gerencial, imposta pelo Estado, e a da gestão democrática defendida pelos educadores e pesquisadores brasileiros. O caminho apontado pelos investigadores da gestão escolar para a consolidação da gestão democrática encontra-se no aperfeiçoamento das investigações no nível meso da escola, ou seja, das relações entre seus atores e deles com as políticas educacionais públicas. CONSIDERAÇÕES FINAIS A contextualização dos percursos de construção dos pensamentos em educação infantil e gestão escolar revelou que esses dois campos se aproximaram pelas mãos dos educadores que lutaram para a democratização da educação no país. Além disso, mostrou que a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 181 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA prática social no interior das instituições de educação infantil e a experiência em gestão da escola pública antecederam a produção teórica elaborada pelos cientistas desses campos da educação. Historicamente os estabelecimentos de atendimento à criança pequena tiveram sua organização marcada pelo assistencialismo e educação compensatória, promovidos por organismos internacionais e grupos hegemônicos da sociedade, que defendem um atendimento de baixo custo nessas instituições. Desse modo, com a integração da educação infantil à Educação Básica, na década de 1990, essas escolas tornaram-se mais permeáveis às políticas do Ministério da Educação, conforme descrito em pesquisa anterior realizada por Machado (2005). Como resultado desse processo, constatou-se que, apesar de oficialmente ser um direito de toda criança desde a Constituição de 1988, a educação infantil não está democratizada no país5 e, além disso, a condição material de funcionamento dessas escolas encontra-se em desvantagem em relação à dos demais níveis da Educação Básica. Uma característica marcante na gestão da escola pública de Educação Básica, desde a reforma educacional da década de 1990, é a vivência de um hibridismo em sua prática social, caracterizada pela coexistência das lógicas gerencial e democrática no interior das relações da comunidade escolar, promovida, em grande parte, pelo embate entre as lógicas defendidas pelo Estado e pelos educadores e pesquisadores. A gestão democrática caracterizada pela valorização da autonomia da comunidade educacional, pela construção coletiva do regimento escolar e do projeto pedagógico institucional e pelo fortalecimento dos processos de participação, caracteriza-se como importante instrumento para a construção de uma educação infantil pública com qualidade social no país. É nesse sentido os pesquisadores da educação encontram um vasto campo ainda inexplorado nas escolas desse nível da Educação Básica. A gestão democrática da instituição de educação infantil objetiva a construção de relações colaborativas nos diferentes níveis da administração pública, de modo a contribuir para a função social dessas escolas de valorização da infância e sua cultura. Para isso, torna-se necessária a democratização do direito à educação infantil e ações para atender as demandas sociais e educacionais das crianças 182 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e suas famílias, principalmente as mais pobres, com o intuito de promover a emancipação social de toda a comunidade educativa. REFERÊNCIAS ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. Tradução: Dora Flaksman. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. BRASIL. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, DF: Câmara da Reforma do Estado, 1995. CAMPOS, Maria Malta; FÜLLGRAF, Jordete; WIGGERS, Verena. A qualidade da educação infantil brasileira: alguns resultados de pesquisa. Cad. Pesqui., São Paulo, abr. 2006, v.36, n.127, p.87-128. CAMPOS, Maria Malta; HADDAD, Lenira. Educação infantil: crescendo e aparecendo. Cad. Pesq. São Paulo, fev. 1992, n. 80, p. 11-20. FELIX, Maria de Fátima Costa. Administração Escolar: problema educativo ou empresarial? 4. ed. São Paulo: Cortez, 1989. KISHIMOTO, Tisuko Morchida. A pré-escola na República. 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Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 183 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA pés e as asas. Educ. Foco., Juiz de Fora, MG, ago. 2005, v. 9, n. 1-2, p. 85-102. MAIA, Graziela Zambão Abdian. As publicações da ANPAE e a trajetória do conhecimento em administração da educação no Brasil. RBPAE, Porto Alegre, RS, jan. 2008, v. 24, n.1, p. 31-50. MARTINS, Ângela Maria. (Coord.). Estado da arte: gestão, autonomia escolar e órgãos colegiados (2000/2008). 2009. Disponível em: < http://www.fcc.org.br/novidades/arquivos/estado_da_arte.pdf>. Acesso em 20 jun. 2010. PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. 2. ed. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1987. RIZZINI, Irene. O século perdido: raízes históricas das políticas públicas para a infância no Brasil. Rio de Janeiro: Petrobrás, Ministério da Cultura, USU Ed. Universitária, 1997. ROCHA, Eloísa Acires Candal. 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Universidade Estadual Paulista, Marília, 2011. 184 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF TRINDADE, Judite Maria Barboza. O abandono de crianças ou a negação do óbvio. Rev. Bras.Histór. São Paulo, v. 19, n. 37, 1999, p. 35-58. NOTAS Em 1941, em São Paulo apenas 37 jardins de infância eram mantidos pelo Estado, enquanto 277 pertenciam à rede privada. (KISHIMOTO, 1990, p. 62). 3 Neste artigo utilizou-se da quarta edição de FELIX, Maria de Fátima Costa. Administração Escolar: um problema educativo ou empresarial? São Paulo: Cortez, 1989. 4 Neste artigo utilizou-se da segunda edição de PARO, Vitor Henrique. Administração escolar: introdução crítica. São Paulo: Cortez, Autores Associados, 1987. 5 No Brasil, apenas 18% das crianças com até três anos e 80% das com idades entre quatro e cinco anos são atendidas em creches e pré-escolas, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD (2010). 2 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 185 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 186 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF EMILIA FERREIRO E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A EDUCAÇÃO Caroline Silva PELEGRINI1 Daiana Scarpinelli FRANCISCO2 Milene Suelen Francisco de ABREU3 Joice Ribeiro Machado da SILVA4 1 Discente do curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. 2 Discente do curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] e-mail: [email protected] 3 Discente do curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] 4 Docente do curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. e-mail: [email protected] RESUMO Este artigo científico fundamenta-se nos estudos desenvolvidos por Emilia Ferreiro a respeito dos processos de aprendizagem da leitura e da escrita. Tem como objetivo principal fazer uma reflexão sobre a importância de suas pesquisas, bem como seus resultados, para a educação de um modo geral, repercutindo inclusive no Brasil onde influenciou até mesmo as normas do governo, que são regidas pelos Parâmetros Nacionais Curriculares. Palavras-chave: Emilia Ferreiro, processos de aprendizagem da escrita, construtivismo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 187 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article is based on scientific studies developed by Emilia Ferreiro regarding learning processes of literacy. Aims to make a reflection about the importance of their research, as well as their results, for education in General, reverberating in Brazil where even influenced the Government’s standards, which are governed by the National Curricular Parameters. Keywords: Emilia Ferreiro, learning processes of writing, constructivism. 1.INTRODUÇÃO Os resultados das pesquisas científicas desenvolvidas por Emilia Ferreiro fazem um contraste com os métodos tradicionais de alfabetização inicial. Para a psicolinguista, o processo de alfabetização não é um processo mecânico, como é comum nos métodos tradicionais. A utilização de técnicas de memorização, junção de silabas simples, ou a cópia fiel de códigos gráficos transcritos pelo professor não representam nenhuma significação para a criança. Esse processo não faz nenhuma ligação com a criança que aprende e a descontextualiza totalmente do seu processo de aprendizagem. Emilia Ferreiro faz justamente o oposto, coloca a criança como ponto principal e a conceitua de forma ativa, como parte essencial durante a construção do seu processo de aprendizagem. A autora considera também que a aprendizagem e o desenvolvimento da alfabetização se dão em um ambiente social, quebrando desta forma o paradigma de que esse processo é concebido unicamente dentro das quatro paredes da escola. Assim sendo, ela considera ainda que o desenvolvimento da leitura e da escrita começa muito antes da escolarização. Segundo Ferreiro (1985, p. 17) se pensarmos que a criança aprende só quando é submetida a um ensino sistemático, e que a sua ignorância está garantida até que receba tal tipo de ensino, nada poderemos enxergar. É com esse pensamento construtivista que Emilia Ferreiro propõe uma “revolução conceitual”, mudando, desta forma, completamente 188 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF o foco dos educadores, outrora centrado no “como se ensina” e deslocando agora para o “como se aprende”. 3.DESENVOLVIMENTO Dados Biográficos: Emilia Beatriz María Ferreiro Schavi nasceu em 1936 na Argentina. Doutorou-se na Universidade de Genebra, sob orientação de Jean Piaget, inclusive dando continuidade em seu trabalho de epistemologia genética (trabalho voltado para o desenvolvimento natural da criança), pesquisando sobre a escrita, um campo que, até então, ainda não havia sido explorado por Piaget, seu mestre. Em 1974, ela desenvolve na Universidade de Buenos Aires vários experimentos com crianças, expondo suas conclusões no livro Psicogênese da Língua Escrita, elaborado em parceria com a pedagoga Ana Teberosky, tendo sua primeira publicação em 1979. Suas pesquisas acerca dos processos de alfabetização realizaramse, em sua maioria, na Argentina, sua terra natal, e no México, país que a acolheu. Atualmente Emilia Ferreiro reside na Cidade do México onde atua como professora titular do Centro de Investigações e Estudos Avançados (CINVESTAV) no Instituto Politécnico Nacional, além de estar à frente do site www.chicosyescritores.org, em que os alunos publicam seus próprios textos escritos em parceria com grandes autores. As investigações de Emilia Ferreiro e suas contribuições para a educação Os estudos realizados por Emilia Ferreiro têm como objetivo a investigação sobre os meios de aprendizado da criança, na compreensão da leitura e da escrita, ou seja, de que forma a criança aprende. Dessa forma ela tira a criança do lugar de mero receptor passivo de conteúdos e a coloca no eixo central, levando em consideração todo o processo de construção do conhecimento – dando origem ao termo construtivismo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 189 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O construtivismo foi uma expressão adotada por Emilia Ferreiro para a sua teoria a respeito do processo mental pelo qual a criança aprende a ler e escrever. Muitas vezes esse termo é utilizado de forma errônea, sendo colocado como método de ensino. Emilia Ferreiro por sua vez, não criou novos métodos pedagógicos, tampouco uma solução pronta para o ensino, mas sim o resultado de suas pesquisas científicas com base em seus estudos sobre os processos de aprendizagens, fazendo, dessa forma, uma reflexão sobre a prática escolar da alfabetização tradicional. As formas tradicionais de alfabetização baseiam-se unicamente na junção de silabas simples e na memorização e decifração de seus sons como, por exemplo, bebê, babá, zazá..., que não fazem assimilação nenhuma, ou seja, não está ligado a nada dentro de seu universo. Dessa forma, exclui-se a participação da criança no processo de construção de seu conhecimento, descontextualizando-a e dificultando o entendimento do verdadeiro sentido da leitura e da escrita. Essas formas tradicionais focam apenas no conteúdo a ser passado, desprezando o fato de que cada crianças traz consigo algo relevante sobre a escrita, antes mesmo de entrar na escola. Emilia Ferreiro critica veementemente o uso da cartilha que reforça ainda mais esse método, trazendo sempre textos prontos e, muitas vezes, desinteressantes dentro de um universo artificial. Para Ferreiro (1985) a forma mais clara das explorações que as crianças realizam para compreender a natureza da escrita são as suas produções espontâneas, entendendo como tal as que não são resultado de uma cópia. Tais escritas chamadas como “garatujas” são resultantes do ato de fazer como se estivesse realmente escrevendo, e tem que ser levada em consideração, partindo do principio que, desta maneira, a criança construiu algo de acordo com as suas percepções, o que não significa que esteja correto do modo cientifico, mas sim a forma como ela o enxergou. As práticas tradicionais costumam levar em consideração apenas os aspectos gráficos, deixando de lado todo o processo de construção da escrita. Os processos gráficos são caracterizados pela qualidade do traço e suas distribuições espaciais, já os aspectos construtivos 190 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF valoriza “o que se quis representar” e os meios utilizados pela criança para diferenciar suas representações. Segundo Ferreiro (1985, p.17), “saber” quer dizer ter construído alguma concepção que explica certo conjunto de fenômenos ou de objetos da realidade, porém se esse “saber” coincide ou não com o “saber” socialmente válido, isto é outro problema. Dentro do contexto do construtivismo, o processo de desenvolvimento da aprendizagem da leitura e da escrita na criança é algo lento e gradativo, seguindo uma linha de evolução, passando por etapas com avanços e recuos até obter dominação do código lingüístico. O sucesso no desenvolvimento desse processo se dá principalmente pelo respeito à individualidade na evolução do processo de cada criança e também pela compreensão de que um desempenho mais lento não significa que a criança seja menos inteligente ou menos dedicada do que as outras crianças. Emilia Ferreiro em seu livro “Reflexões sobre Alfabetização” ressalta essa afirmação: Como outros sistemas de escritas, o sistema alfabético é o produto do esforço coletivo para representar o que se quer simbolizar: a linguagem. Como toda representação, baseia-se em uma construção mental que cria suas próprias regras [...]. Escrever não é transformar o que se ouve em formas gráficas, assim como ler também não equivale a reproduzir com a boca o que o olho reconhece visualmente [...]. Não é surpreendente, portanto, que sua aprendizagem suponha um grande esforço por parte das crianças, além de um grande período de tempo e muitas dificuldades. (FERREIRO, 1985, P. 55) Emilia Ferreiro em seu livro “Psicogênese da Língua Escrita” (escrito em parceria com Ana Teberosky), pressupõe ainda que a criança passa por quatro níveis evolutivos durante seu processo de aprendizagem da escrita, sendo estes: 1. Primeiramente a criança não faz distinção entre a escrita e o que ela representa, ou seja, a criança escreve de modo representativo ao objeto. “O desenho pode ser interpretado, o texto serve para ler o que o desenho representa. Neste caso, como em muitos outros, a expectativa é a de que o texto corresponda ao desenho, o objeto representado em um também o está no outro” (FERREIRO; TEBEROSKY, 1985, p. 73). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 191 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA A transição deste nível se dá de forma progressiva. A partir daí, a criança começa a ter a percepção de que a escrita é formada por símbolos e estes, por sua vez, não representam o objeto. No entanto, a criança ainda não consegue relacionar qual símbolo deverá ser utilizado para descrever o objeto, fará o uso de símbolos já conhecidos, por exemplo, as letras do seu nome. 2. A partir do nível anterior e com o estímulo da escola, a criança começa a relacionar o sistema da escrita ao som. É por este meio que a criança faz uma associação entre a quantidade de letras e quantidade de silabas da palavra. A princípio sua preocupação está ligada a quantidade de letras e não com o tipo de letra que deverá ser utilizado, esta etapa do processo se caracteriza como segundo nível. 3. O próximo nível é caracterizado pela percepção da criança de que cada letra representa um som diferente. Porém ela ainda faz uma mistura da lógica do nível anterior, transitando ora em sílaba, ora em fonema. 4. O ultimo nível se dá quando a criança tem, enfim, o domínio de que cada letra pode representar um fonema característico. Partindo deste princípio construtivista de aprendizagem gradual, onde cada avanço depende da assimilação e de uma reorganização interna, é que a pesquisadora ilustra como criança constrói seus sistemas interpretativos, podendo compreender o ensino recebido, e não apenas fazer uma cópia de um modelo externo. Emilia Ferreiro também se posiciona de forma enfática em relação a polêmica sobre qual seria a idade ideal para que a criança tenha acesso à escrita. A autora se coloca contra a idéia de que deve ser função dos adultos decidirem qual o melhor momento para que essa aprendizagem seja iniciada. Ela rejeita as duas posições antagônicas existentes acerca dessa polêmica, tanto do ponto de vista que este aprendizado não deve ocorrer antes do primeiro grau levando ao desaparecendo de todo sinal de língua escrita dentro da sala de aula e que o lápis serve unicamente como instrumento de desenho, como também do ponto de vista em que a criança deve iniciar esta aprendizagem antes do primeiro grau e transformando a sala de aula da pré-escola semelhando à do primeiro grau com exercícios de coordenação motora e reconhecimento e cópia de letras. 192 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF É necessário compreender que a criança inicia seu processo de aprendizagem da escrita muito antes da escola. Levando em consideração que a escrita faz parte da “paisagem urbana”, e que o ato de ler e escrever estão presentes no cotidiano dos adultos alfabetizados, é considerável que uma criança de 5 anos, em geral, já fazem a distinção o que é desenho e o que não é desenho e que, portanto, nenhuma criança urbana de 6 anos inicia o primeiro grau completamente ignorante a respeito da linguagem escrita. Não se trata de mantê-las assepticamente isoladas da linguagem escrita. Também não se trata de ensinar-lhes nas classes pré-escolares o modo de sonorizar as letras, nem de introduzir exercícios de repetição escritos e de repetição em coro. É necessário imaginação pedagógica para dar às crianças oportunidades ricas e variadas de interagir com a linguagem escrita. É necessário formação psicológica para compreender as respostas e as perguntas das crianças. É necessário entender que a aprendizagem da linguagem escrita é muito mais que a aprendizagem da linguagem escrita é muito mais que a aprendizagem de um código de transcrição: é a construção de um sistema de representação. (FERREIRO, 1985, P. 102) Esse trecho de seu livro “Reflexões sobre Alfabetização”, evidencia o pensamento construtivista da autora, levando em consideração toda a aprendizagem que a criança carrega antes mesmo da alfabetização no primeiro grau e propõe seus pensamentos como uma forma de contribuição e auxilio na busca de respostas em torno da problemática: deve-se ou não ensinar a ler e a escrever na pré-escola? Desta forma, Emilia Ferreiro considera a necessidade de recolocar o problema do lugar da escrita na pré-escola. A Repercussão dos seus conceitos no Brasil No Brasil, a veiculação de seus livros se deu a partir de meados dos anos 80 causando um grande impacto, a ponto de influenciar as próprias normas do governo, regidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais. Seu livro mais conhecido, Psicogênese da Língua Escrita, foi editado no Brasil por volta de 1984, e ganhou rapidamente uma importância fundamental nos meios pedagógicos, mudando completamente o modo de visão dos profissionais da educação acerca da alfabetização. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 193 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA No Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual de Educação, criou um Laboratório de Alfabetização tomando por base as suas descobertas. Nos dias atuais, várias diretrizes oficiais do Ministério da Educação derivam do construtivismo, demonstrando quão grandiosa é a sua importância na prática educacional do nosso país. 4.CONSIDERAÇÕES FINAIS É inegável a importância das pesquisas desenvolvidas pela psicolinguista Emilia Ferreiro na concepção dos mecanismos da alfabetização. Partindo do ponto de vista que nos dias atuais ainda existam práticas pedagógicas que fazem a criança acreditar que o conhecimento é algo que somente os outros possuem e que esse conhecimento só será adquirido por ela através dos outros, excluindo, dessa forma, totalmente sua participação na construção do conhecimento, leva-nos a acreditar que este seja um dos fatores agravantes do fracasso escolar. Emilia Ferreiro, através de suas investigações, trouxe a tona àquilo que nenhuma outra prática pedagógica havia trazido antes: as concepções das crianças sobre o sistema de escrita. Desta forma, ela coloca a criança no centro, como foco principal e não mais como coadjuvante no processo de construção da aprendizagem. Do que foi dito fica claro, do nosso ponto de vista, que as mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão, nem com novos materiais didáticos. É preciso mudar os pontos por onde nós fazemos passar o eixo central das nossas discussões [...]. (FERREIRO, 1985, p.40) Esse trecho reforça o que os estudos realizados pela autora promovem: uma revolução conceitual. É necessário mudar completamente o ângulo a que se via a alfabetização, despertando um repensar sob a óptica do construtivismo. 194 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FERREIRO, Emilia. Reflexões sobre Alfabetização. Tradução de Horacio Gonzáles. et. al. São Paulo: Cortez, 1985. FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da Língua Escrita. Tradução de Diana M. Linchestein. et. al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 195 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 196 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ENSINO DE MATEMÁTICA POR MEIO DOS JOGOS E AS CONTRIBUIÇÕES TEÓRICAS DE VYGOTSKY Amanda CORREIA 1 Gabriele Aparecida ALVES2 Renato Cristiano MEDEIROS3 Joice Ribeiro Machado da SILVA 4 1 Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça (FAEF/ACEG) – Garça –SP –Brasil. E-mail: [email protected] 2 Acadêmica do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça (FAEF/ACEG) – Garça –SP –Brasil. 3 Acadêmico do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça (FAEF/ACEG) – Garça –SP –Brasil. 4 Docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça (FAEF/ACEG) – Garça –SP –Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo tem por objetivo apresentar uma análise das contribuições de Vygotsky no que diz respeito ao ensino e aprendizagem de matemática na educação infantil, pode mais ser tratada meramente como uma codificação e sim com significado para a criança. Também relata a importância do papel do professor em buscar métodos para realizar uma atividade cultural complexa que se dá pela apropriação do sujeito através do convívio social. Palavras-chave: Ensino; Matemática; Educação Infantil. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 197 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article aims to present an analysis of Vygotsky’s contributions with regard to the teaching and learning of mathematics in early childhood education, where it can no longer be treated merely as a codification and yes it has the same meaning for the child. Also reports the importance of the role of the teacher and seek methods to perform a complex cultural activity that is only appropriate for the subject through social interaction. Keywords: Education; Mathematics; Early Childhood Education. 1. INTRODUÇÃO O presente estudo mostra a concepção de aprendizagem que nossas crianças têm nas instituições escolares. Podemos dizer que a criança sempre tem uma história prévia sobre conhecimentos matemáticos, uma bagagem cultural, que a acompanha quando a mesma entra na escola. Assim, por exemplo, ela começa a aprender aritmética na escola, mas muito tempo antes já teve alguma experiência com quantidades. Vem daí a necessidade de reconverter a linguagem reflexiva, por meio de uma confirmação interior, um extremo que necessita refutar-se constantemente que uma vez alcançado o limite de si mesmo não veja surgir positividade que a contradiz, senão o vazio em que vai desaparecer e a esse vazio deve dirigir-se. A matemática na educação infantil objetiva preencher a lacuna das concepções de inteligência expressões utilizadas como: Inteligência Múltipla, Inteligência Emocional, Inteligência Artificial e Inteligência Criadora em diferentes contextos. As reflexões, análises e sugestões que abordaremos compõem um quadro de estudiosos, professores e especialistas sobre questões fundamentais referentes à aquisição dos conceitos de quantidades e suas múltiplas aplicações na vida cotidiana de nossas crianças e suas consequências pedagógicas. Abordaremos dois aspectos importante sendo o primeiro, relacionado com o respeito pela criança, o conhecimento sobre o 198 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF desenvolvimento de sua inteligência, as relações com o meio e a importância dada ao trabalho dos professores. E o segundo aspecto está relacionado com a finalidade dos processos educacionais utilizados, embora os temas abordados ainda possam ser mais expandidos. 2.1. TEORIA DE VYGOTSHY Para Moreira (2009), a teoria do pesquisador Vygotsky, propõe que o desenvolvimento cognitivo se dá por meio da interação social, em que, no mínimo, duas pessoas estão envolvidas ativamente trocando experiência e ideias, gerando novas experiências e conhecimento. Sob essa visão, a aprendizagem é uma experiência social, mediada pela utilização de instrumento e signos. Um signo, de acordo com a teoria de Vygotsky, é algo que significa alguma coisa, como a linguagem falada e a escrita. Nesse sentido, a aprendizagem é uma experiência social de interação pela linguagem e pela ação. Sendo a interação social a origem e motor da aprendizagem e do desenvolvimento intelectual. Por exemplo, o ato de indicar um objeto para uma criança, pode não ter nenhum significado. Mas quando a criança aponta para um objeto no intuito de alcançá-lo, e alguém o pega para dar à criança ocorre a interação e o ato de apontar começa a ter significado. Ela começar a compreender o significado socialmente compartilhado de apontar para um objeto. Para ocorrer à aprendizagem, a interação social deve acontecer dentro da zona de desenvolvimento proximal. Essa zona é o nível que começa com o real estágio de desenvolvimento da criança até o seu grau potencial de desenvolvimento (MOREIRA, 2009). Para Vygotsky a zona de desenvolvimento próxima é entendida como distância entre o nível de desenvolvimento atual, determinado pela solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução de problemas sob orientação de adultos ou em colaboração com pares mais capazes. Para o autor a aprendizagem na sala de aula é resultado de atividades que proporcionam interação, cooperação social, atividades instrumentais e práticas. Ele enfoca que as atividades em sala de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 199 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA aula devam ser colaborativas, possibilitando que o aluno vá além do que seria capaz sozinho. Nesse sentido, o professor deve mediar à aprendizagem utilizando estratégias que levem o aluno a tornar-se independente, preparandoos para um espaço de diálogo e interação. Essa teoria permite trabalhar com grupos e técnicas para motivar, facilitar a aprendizagem e diminuir a sensação de solidão do aluno. Além de permitir que ele construa seu conhecimento em grupo com participação ativa e a cooperação de todos os envolvidos, oferece oportunidades para discussão, reflexão e o encorajamento para arriscar e descobrir em grupo. Possibilita criar ambientes de participação, colaboração e que seja desafiador. Considera o aluno inserido em uma sociedade e facilita a interação dos indivíduos. Essa teoria mostra-se adequada para atividades colaborativas e troca de ideias. 2.2. VYGOSTKY E MATEMÁTICA Diversos estudiosos e as avaliações externas mostram que o ensino de matemática no Brasil vai muito mal, já que a qualidade da nossa educação como um todo está mais que sofrível. Além de todos os problemas mais estruturais, como por exemplo, a falta de condições de trabalho, a inadequação dos currículos, a desvalorização da docência, etc., existem questões mais específicas, relativas à formação dos professores para lidar com cada área de conhecimento e de lacunas na capacidade de professores e psicólogos para resolver e analisar problemas de matemática resolvidos pelas crianças. Tais profissionais têm como parte da sua função justamente ensinar a resolver problemas e avaliar em que grau os estudantes conseguiram evoluir em relação ao domínio das competências de cálculo e raciocínio lógico, mas nem sempre conseguem desenvolver um trabalho adequado A linguagem Matemática, por ser simbólica, se caracteriza por alto grau de generalização e abstração e, por esta razão, se constitui num poderoso instrumento de inferência e criação do conhecimento. Ela envolve a “tradução” da linguagem natural para uma linguagem universal formalizada, permitindo a abstração do essencial das relações matemáticas envolvidas, bem como o aumento do rigor 200 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF gerado pelo significado estrito dos termos. É esse alto nível de formalização da linguagem matemática que possibilita a sua função de converter os conceitos matemáticos em objetos mais facilmente manipuláveis, possibilitando inferência até mesmo de conceitos tidos como impossíveis de compreensão e conscientização. O ensino da Matemática deve potencializar o exercício de atividades realizadas pelos próprios alunos, em contraste com o ensino excessivamente verbal, que não se baseia na manipulação e na ação. Se aceita, ademais, nesta tendência, que uma vez construídos os significados, os alunos poderão, eles próprios, traduzir esse conhecimento em linguagem simbólica, a partir de situações em que ela seja necessária. Segundo Rocha (2009), o ensino da matemática esteve por muito tempo, vinculado a simples memorização de regras e fórmulas. Dessa maneira, seu estudo, muitas vezes considerado desmotivador, foi adquirindo uma forma pouco apreciada por estudantes. No entanto, sabe-se da importância da Matemática para a vida humana, pois ela faz parte do cotidiano de todos se humano e principalmente das crianças, e quanto mais se estuda a mesma mais se vê quanto ela é importante e fundamental na vida de todo ser humano. De acordo com Tezani (2006) a matemática está presente em tudo, desde o nascimento da criança a matemática é usada no seu cotidiano. A interação é o melhor caminho para se aprender e adquirir conhecimentos, e neste caso o professor é um facilitador, um agente do aprender; o conteúdo proposto para essas crianças se tem através de jogos e brincadeiras, na qual estejam inseridos neste contexto formas e números, para o uso do raciocínio matemático, a criança possa desvendar a matemática através da forma lúdica. As atividades a serem desenvolvidas com os pequenos devem ser e estar inseridas no dia-a-dia. As brincadeiras podem possibilitar para as crianças uma grande aprendizagem e conhecimento matemático através de jogos e brincadeiras. O professor pode utilizar os jogos para ensinar: tamanho, altura, tempo e espaço. Dessa forma as crianças brincam e aprendem ao mesmo tempo. O professor pode usar brincadeiras e ações cotidianas para o Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 201 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ensino e aprendizagem dessas crianças, através de brincadeiras como: pega-pega, esconde-esconde, jogos de tabuleiro, cantigas, etc. Os números são usados para brincar, pois dessa forma, fica mais fácil para as crianças aprenderem e ter interesse. Para o educador ensinar e atrair a atenção dos pequenos para desenvolver as atividades de matemática, o lúdico é a melhor maneira. Além disso, as crianças aprendem a estudar em grupos e trabalhar em equipe. Um exemplo de uma brincadeira é o brechó que leva as crianças a exercitar e desenvolver o raciocínio lógico, capacidade de cálculo, noção de troco, e contribui para realidade da criança, pois desperta o interesse pela matemática. Ao desenvolvê-la desde o princípio em que pediremos aos alunos que tragam de suas casas ou de seus avós objetos antigos, roupas e brinquedos velhos e que os mesmos estejam em bom estado de conservação. Em seguida pediremos pra que organizem os mesmos em uma banca e coloquem seus respectivos preços. Após esta etapa pediremos para que dois alunos simulem o papel de comprador e vendedor para que possamos começar a brincar e desenvolver a atividade. O aluno que será o comprador terá o montante de R$100,00 em suas mãos distribuídos em notas de R$ 2, 5, 10, 20 e 50 e fará a escolha de quais produtos ele poderá comprar com o dinheiro que possui. O aluno que fará o vendedor também fará o cálculo da compra para ver se existe a necessidade de voltar troco ou se está faltando dinheiro. Se esta atividade for desenvolvida no 1º, 2º e 3º ano, a mesma será avaliada no decorrer de todo o processo pelo desempenho lógico, e o método de contagem. Se for desenvolvida no 4º e 5º ano pode-se acrescentar a porcentagem. Essa atividade contribui para o ensino aprendizagem das crianças. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Mediante o estudo exposto, podemos dizer que a prática do ensino de matemática na educação infantil é muito importante, uma vez que tem um resultado prático para a formação. Vimos que cabe a escola, e principalmente aos professores proporcionar aos alunos práticas constantes e significativas. Outro ponto importante e relevante é a qualidade de ensino, decorrente de procedimentos adequados aos objetivos e finalidades com as quais as crianças possam compreender aquilo que estão 202 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF aprendendo e em que o mesmo se encaixa em seu cotidiano. É importante frisar que não haja somente a compreensão dos métodos, mas sim que o mesmo possibilite a construção do significado, por meio da articulação entre as informações presentes. Concluímos que é preciso ocorrer na escola uma concepção do ensino de matemática voltada para a interação, em que a prática de ensino se estabeleça por meio de uma ponte entre os conteúdos no caso matemática e a criança, tendo como resultado a legítima interação, o diálogo e a construção do significado. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COLL, C.; TEBEROSKY, A. Aprendendo matemática: conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental de 1a a 4a série. São Paulo: Ática, 2000. MOREIRA, M. A. Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo, 1995. ROCHA,M. S. P. de M. L. da. Atividade lúdica: a criança de 8 anos e o ensino fundamental. In: Psicologia Escolar e Educacional. (impr.), Campinas, v.13, n. 2, dez 2009. disponível em < http:// www . scielo.br/scielo.php?script=sci_attex&pid=S14138557009000200002&ing=pt&nrm=isso> Acesso em 13 março de 2014. TEZANI, T. C. R; MARRACH, S. A. A; CORDEIRO, A. P; O lúdico e a educação. In: Educação em Revista, Marília, v.7, n.1/2,2006. VALENTE, W. R. Uma História da Matemática Escolar no Brasil, 17301930. São Paulo: Annablune, 1999. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 203 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 204 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF FAZENDO ARTE NA MATEMÁTICA: UM ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DE JOGOS E BRINCADEIRAS NA APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA SOARES, Thaís Cristina1 TOMÉ, Marta Fresneda 1 2 Discente do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected]. 2 Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente da FAEF. E-mail: [email protected] RESUMO Este artigo retratará sobre a matemática na Educação Infantil, também iremos analisar o ensino da matemática e o uso de jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica e uma entrevista com um profissional da Educação Infantil. Este trabalho trás contribuições para a formação dos profissionais da educação infantil. Este texto apresenta uma síntese das revisões bibliográficas e sua relação com a prática na educação infantil. Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino de Matemática. Pratica Pedagógica. Jogos e Brincadeiras. Profissionalismo ABSTRACT TSE article will portray on mathematics in early childhood education, we will also review the teaching of mathematics and the Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 205 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA use of games and play in early childhood education. To this end a literature review and an interview with a professional early childhood education was performed. This work back contributions to the training of early childhood professionals. This paper presents a summary of the literature review and its relationship to practice in early childhood education. Keywords: Early Childhood Education. Teaching of Mathematics. Pedagogical Practice. Games and Play. Professionalism INTRODUÇÃO A matemática tem sido um grande problema para a educação brasileira. Sabemos que o Brasil fica entre os últimos colocados em relação à matemática nas avaliações internacionais. O objetivo do presente trabalho é ajudar os profissionais da Educação Infantil a estimular o ensino da matemática com o uso de jogos e brincadeiras, sabemos que a Educação Infantil tem uma necessidade grande de usar o lúdico, por isso o objetivo do trabalho é ver de que forma os jogos e as brincadeiras podem incentivar e auxiliar as crianças a aprenderem a matemática. A leitura deste texto destina-se a estudantes de Pedagogia, professores e coordenadores pedagógicos que atuam na Educação Infantil e pessoas interessadas na melhoria da educação no Brasil. 1 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Este tópico retratará sobre a influência de jogos e brincadeiras na aprendizagem da matemática, será tratado sobre as formas, mais adequadas de ensinar a matemática por meio do lúdico. Os principais autores que foram utilizados para o desenvolvimento do trabalho são os seguintes: VYGOTSKY (1984), CUNHA (1994), KISHIMOTO (1994), BRASIL (1998), PEREIRA(2002),KISHIMOTO (2003). A principal função da matemática é fazer com que os alunos se comuniquem com os números. Na Educação Infantil a matemática deve atender as necessidades da própria criança para construir seus conhecimentos e conhecer o mundo existente. 206 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Vygotsky (1984) nos aponta que pelo ato de brincar a criança constrói a sua própria personalidade, ajuda nas suas ações, no seu viver com o outro. Brasil (1998) mostra que a ação de brincar com o outro ensina as crianças regras, conhecimento troca de lições e aprendizagem, a importância que tem das crianças conviver com o outro, ele também nos aponta que a brincadeira tem que ser do interesse da criança, pois se ela não se demonstrar interessada ela não vai prestar atenção. Outro autor que nós apontará a importância de jogos e brincadeiras na Educação Infantil será Cunha (1994), ele nos mostra que o lúdico pode ajudar no desenvolvimento da criança. Temos três conceitos para atividades lúdicas: a brincadeira, o brinquedo e o jogo. Hoje, conhecemos melhor a mente infantil e sabemos que é através dos jogos e brincadeiras que a criança se apropria e desenvolve seu conhecimento intelectual. Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) é por meio da atividade lúdica que a criança adquire autoconfiança, aprende a fazer suas próprias escolhas e começam a assumir pequenas responsabilidades. Cabe a nós mostrar ás crianças quanto importante são as brincadeiras no desenvolvimento da mesma, na brincadeira a criança adquire a liberdade de se expressar, sugerir temas , ou seja, ao se envolver na brincadeira, ela começa a utilizar linguagens adequadas , adquire experiência e aprendem costumes culturais. Sabemos que a criança somente irá prestar atenção em qualquer atividade que seja se for de seu interesse , por isso é dever do professor desenvolver atividades que sejam do interesse do seu educando, pois assim ele estará contribuindo para o desenvolvimento intelectual do mesmo. 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA Segundo a profissional da Educação Infantil que foi entrevistada para o desenvolvimento deste trabalho, jogos e brincadeiras são uma das principais maneiras que ela utiliza para ensinar a matemática. Essa profissional tem a formação em Magistério, com especialização em pré-escola e atua na área de Pedagogia há dez Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 207 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA anos, sua idade atual é cinqüenta anos , segundo ela nunca foi tão fácil, mas ao mesmo tempo tão difícil ensinar crianças como está sendo nos dias atuais, pois hoje em dia, as crianças são espertas e, mais inteligentes, porém são, mas hiperativas e inquietas. A matemática é ensinada no seu ambiente de trabalho para crianças que tem a partir de dois anos de idade. Ainda segundo a profissional entrevistada, os métodos e as técnicas utilizadas por ela são: os jogos, brincadeiras, histórias e músicas educativas, isso faz com que a criança memorize melhor. Questionou-se muito a professora sobre o fato de que o governo nem sempre manda os materias necessários para desenvolver as atividades dentro da sala de aula, que a maior atenção que é dada pelos superiores é no ano de política, pois segundo ela, nesse ano não falta nenhum material, e nos anos seguintes que não têm política os profissionais tem que dar um jeito de desenvolver as atividades com o material disponível, ainda segundo a profissional, tudo não passa de um interesse político. Sabendo que a Educação Infantil é a principal fase da vida da criança teria que ter maior interesse por parte do governo brasileiro. A profissional entrevistada nos relatou que já passou filmes para as crianças em desenhos, esses desenhos tinham muitos números, que várias crianças de sua sala uma semana após terem assistido ao filme aprenderam a contar, a até mesmo começaram a desenhar os números. A professora também disse que os seus alunos são muito estimulados pelos pais em casa, então dessa forma, facilita o aprendizado e o desenvolvimento da criança, segundo a professora o incentivo também é uma maneira muito forte de estimular o desenvolvimento intelectual da criança. Segundo Vygotsky (1994), por meio do ato de brincar cria-se uma situação de transição entre a ação da criança com objetos concretos e suas ações com o significado de brincar, isso faz parte do aprendizado. Como a professora também disse é brincando que a criança aprende além de aprender a matemática ela aprende inúmeras coisas, entre elas o contato com o outro, que também é algo muito importante nessa fase da vida das crianças. Segundo Kishimoto (2003) os jogos tradicionais de um povo 208 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF distinto e antigo como os da Grécia Oriental era de brincar de amarelinha, jogo de pedrinha e empinar pipa. Sendo assim pensemos, a amarelinha utiliza números, é preciso contar, dessa forma brincando ela aprenderá a matemática . Apesar de ter conseguido uma evolução significativa nos itens avaliados pelo Programa Internacional de Avaliação de Estudante (Pisa), o Brasil ainda está nas posições mais baixas do ranking. Entre os 65 país comparados, o Brasil ficou em 58° lugar. No entanto, desde 2003, o Brasil conseguiu os maiores ganhos no desempenho em matemática,saindo dos 356 pontos naquele ano e chegando 391 em 2012, segundo os dados divulgados. Existem vários tipos de brincadeiras que despertam o interesse das crianças, principalmente no contexto da matemática. Elas podem ser evidenciadas pelos adultos por meio de perguntas, observações e formulação de proposta, um bom exemplo disso são as cantigas, dança da cadeira, quebra-cabeça,dominó. As brincadeiras permitem que a criança trabalhe em grupos, se estruturem ,estabeleçam relações ricas de trocas, e aprendam a lidar com regras, indexando que podem ganhar ou perder. (BRASIL,1998). Observamos que o lúdico é muito importante no desenvolvimento da criança, por isso essa fase não pode ser tirada da mesma, os jogos e as brincadeiras permitem que a criança tenha o contato com o outro, também podemos observar juntamente com a profissional entrevistada que o jogos,cânticos, historias educativas, permitem que a criança memorize e tenha mas facilidade em aprender a matemática, essa é a melhor forma de ensinar. CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste trabalho foi investigar o estudo da matemática na Educação Infantil com jogos e brincadeiras, na presente busca procuramos encontrar a maneira, mas fácil que as crianças poderiam ter de aprender a matemática. A maior dificuldade encontrada para realizar este trabalho foi encontrar livros que falavam sobre o tema escolhido, também encontrou-se dificuldade em achar um profissional que realmente ensinasse a matemática dentro da sala de aula, pois sabemos que nem todos os profissionais colocam em prática essa ação. A fase escolar mas importante da vida do ser humano é a Educação Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 209 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Infantil, pois é a partir dessa fase que começa o desenvolvimento intelectual. Esse desenvolvimento vai crescendo a cada dia, a cada nova coisa que o ser humano vai aprendendo. Podemos afirmar que o professor é uma das pessoas mais importantes da vida da criança, não só por estar ali para ensinar, mas também porque as crianças muitas vezes passam mais tempo com o professor do que com os pais, então é de dentro da escola que a criança tem mais incentivo e atenção. Foi possível identificar a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil, a criança ao entrar em contato com algo novo, ela mergulha em um mundo imaginário que pertence somente a ela, através dos jogos e das brincadeiras, ela interagi, se diverti, se socializa, estimula toda a sua criatividade e ajuda do seu desenvolvimento completo. Também pudemos observar que a maioria das coisas que deveriam ser feitas em sala de aula, ficam somente na teoria, nem sempre são postas em prática, como deveriam ser, lembrando que a fase, mas importante da vida escolar de um ser humano é a Educação Infantil, por isso não deve ser tirada das crianças, é preciso que as escolas tenham profissionais capacitados e dedicados a ensinar. Observamos que na escola em que foi realizada a pesquisa, a professora se dedica ao aprendizado dos seus educandos. Gostaríamos de deixar claro que esse foi apenas o primeiro passo deste trabalho, iremos levar adiante essa pesquisa, pois é um assunto muito importante que precisa ser muito bem esclarecido em nossa sociedade, é preciso se dedicar ao máximo em relação ás nossas crianças, fique claro que toda criança precisa ser estimulada para que possa se desenvolver intelectualmente. Sabemos que é nosso dever desenvolver várias pesquisar para melhorar o desempenho da educação no Brasil, a educação em nosso país está em uma situação precária. Cada criança aprende de uma forma diferente, mas através da entrevista da profissional colaboradora e das pesquisas realizadas para o desenvolvimento do presente trabalho, chegamos á conclusão de que a forma mais utilizada por todos os profissionais da Educação Infantil para se ensinar a matemática é por meio do lúdico, lúdico ensina as crianças a ter contato com o outro, criar regras, 210 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF responsabilidades, ensinar as crianças a ter contato com os números, conhecer o significado de cada um. Já sabemos que tudo na vida depende da matemática, sendo assim podemos dizer que a criança tem que ser alfabetizadas na idade certa para que dessa forma esteja sempre acompanhando os amigos de sala. Por isso também é importante a colaboração dos pais para que as crianças sejam matriculadas na escola na idade certa. Dessa forma , podemos dizer que desde os primeiros meses de vida já começamos aprender a matemática por meio do lúdico , por meio de tudo que vemos e tocamos, cada olhar cada explicação é indispensável na vida das crianças. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. 3° volume. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF,1998. CUNHA, N.H.S. Brinquedo, Desafio e Descoberta: Subsídios para Utilização e Confecção de Brinquedo. Rio de Janeiro: Fae, 1994. KISHIMOTO, T.M. Jogo, Brinquedo, Brincadeira e a Educação. 6. Ed. São Paulo: CORTEZ,1994. KISHIMOTO, T.M. O Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 2003. VYGOTSKY. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 211 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 212 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF GUY BROUSSEAU E SUAS CONCEPÇÕES SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA ESCOLA REGULAR Francielle de Cássia MORENO 1 Larissa Carvalho dos Santos de OLIVEIRA 2 Joice Ribeiro Machado da SILVA ³ 1 Acadêmicos do curso de Pedagogia da FAEF – Garça –SP –[email protected] 2 Acadêmicos do curso de Pedagogia da FAEF – Garça –SP –[email protected] ³Docente da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral de Garça. [email protected] RESUMO Este artigo tem o objetivo de discutir a teoria de Guy Brousseau, que aborda as situações didáticas da disciplina de matemática mostrando que não se devem ensinar apenas cálculos, mas o professor deve garantir condições didáticas necessárias para se ensinar bem como a relação entre aluno, professor e conhecimento. Além disso, mostra qual e o método, mas eficaz de trabalhar a matemática na concepção de (GURGEL, 2009) discutimos sobre os benefícios da transposição didática e a importância do erro no processo de construção de conhecimento matemático. Para elaboração deste artigo foi realizada pesquisa bibliográfica, em artigos disponíveis na internet. Palavras-chave: Teorias das Situações Didáticas; Transposição didática; Construção do Conhecimento. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 213 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article aims to discuss the theory of Guy Brousseau, which addresses the didactic situations the discipline of mathematics showing that calculations should not only teach, but the teacher must ensure educational conditions necessary for teaching as well as the relationship between student, teacher and knowledge. Furthermore, it shows that the method, but effective work in designing mathematics (GURGEL, 2009) discussed the benefits and importance of didactic transposition error in the construction of mathematical knowledge process. To this writing literature search was performed in articles available on the internet. Keywords: Theory of Didactic Situations; Didactic transposition; Construction of Knowledge. INTRODUÇÃO Guy Brousseau, filho de um soldado francês, nascido em 4 de fevereiro de 1933, em Taza, no Marrocos começou a dar aulas no Ensino Fundamental numa aldeia da região de Lot et Garonne, em 1953 e lecionava para crianças de 5 a 14 anos na única classe da escola local. Neste mesmo ano, casou-se com Nadine Labeque, esta veio se tornar sua parceira de trabalho. Ao final da década de 60, depois de se formar em Matemática, ele passou a lecionar na Universidade de Bordeaux, onde hoje é diretor do Laboratório de Didática das Ciências e das Tecnologias e professor emérito. Em 1991, tornou-se docente do Instituto Normal Superior local. Recebeu o título de doutor honoris causa das universidades de Montreal (Canadá), Genebra (Suíça) e Córdoba (Espanha). Seus estudos têm grande influência nos parâmetros do ensino público francês. Em 2003, foi o primeiro ganhador do prêmio Felix Klein do Comitê Internacional do Ensino da Matemática (GURGEL, 2009). Lecionar para uma turma multisseriada com alunos com idades entre 5 e 14 anos era o desafio desse educador francês em 1953. Com base nessa experiência, surgiram as primeiras reflexões sobre como as crianças aprendem matemática e os métodos de ensino mais eficazes. Atualmente, sua teoria é considerada uma referência 214 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF na área e sua contribuição mais célebre é a Teoria das Situações Didáticas, investigando as relações entre alunos, professores e conhecimentos, atribuindo um papel ativo aos estudantes na busca pelo saber e considerando o erro como parte importante desse processo. A Teoria das Situações Didáticas apresenta o conceito da transposição didática na disciplina, que caracteriza-se pelo movimento de adaptação dos conhecimentos dos pesquisadores e cientistas para permitir que seja ensinado na escola, isso exige que se pense nas necessidades dos alunos. O problema é que muitas transposições são degradações da matemática, e acabam impedindo os alunos de realmente se apropriar do saber matemático, dessa forma, o conceito matemático vira uma verdade elementar e fica desprovido de valor e sentido. Um exemplo de deturpação ocorre com o ensino do sinal de igual, ele deveria expressar uma equivalência, seja de medidas, seja de objetos (é o caso de a = b). Mas, no Ensino Fundamental, o sentido que ele adquire é do resultado de uma operação. Quando o professora apresenta a expressão “3 + 4 =”, as crianças correm para realizar a soma porque foi ensinado dessa forma. Falta fazer algumas perguntas fundamentais: “O que se pode fazer com o 7 para que ele se iguale a alguma coisa?”. Dificilmente os alunos dirão “se tenho 3, com mais 4 chego a 7”. Também não afirmarão, digamos, que 7 = 7, o que lhes parece uma idiotice, mas indica a compreensão do significado do sinal. (GURGEL, 2009). O fato é que os alunos não o entendem, o mesmo acontece com o ensino do sinal de igual em aritmética. Mais do que a aquisição dos conteúdos matemáticos, Brousseau defende que o aprendizado e sua forma de raciocinar, própria da disciplina, ajuda a construir relações de igualdade (GURGEL, 2009). Atualmente, há consenso de que a matemática é importante para o meio social pois não é possível viver sem a Matemática, é possível sim viver sem os saberes institucionais, visto que como afirma Ambrósio apud Rodrigues (2005) “Isto nos conduz a atribuir à matemática o caráter de uma atividade inerente ao saber humano, praticada com plena espontaneidade, resultante de seu ambiente sociocultural e consequentemente determinada pela realidade material na qual o indivíduo está inserido”. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 215 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Segundo Brousseau a escola não incorporou as mudanças ocorridas na sociedade, pois para muitas pessoas, a educação ainda é a reprodução de uma cultura antiga. Assim, há um conflito entre as necessidades atuais e a conservação do que as pessoas consideram como suas tradições. O acesso à Matemática nas instituições ainda se dá por meio do cálculo e existe uma dicotomia já que atualmente, ninguém mais utiliza os métodos de cálculo manual que foram eficazes no passado. O objetivo da Matemática escolar é garantir que todos possam aprender a disciplina, apropriando-se de seus principais saberes e, principalmente, da construção do raciocínio. Para argumentar adequadamente, por exemplo, você precisa do saber matemático. Ele permite, entre outras coisas, discutir se algo é verdadeiro ou falso, o que é valioso para o cidadão estabelecer com os demais membros de uma sociedade uma relação de igualdade, questionando e exigindo uma prestação de contas. O professor não pode garantir que todos os estudantes possam, de fato, compreender e utilizar a Matemática. O que ele pode e deve garantir são as condições didáticas necessárias para que os estudantes aprendam. Brousseau (2009), defende que o fundamental é entrar na cultura matemática, ou seja, a linguagem e o jeito de fazer a disciplina. Isso deve ser feito à moda dos matemáticos, que utilizam essa ciência para expressar uma forma de pensar, e não apenas por meio da repetição de conteúdos que os alunos não compreendem como ocorre na escola. O problema principal é que, se o professor informa de antemão aquilo que deseja ouvir, os alunos não constroem o conhecimento e não falam por si próprios, apenas citam e repetem o docente. Há estudantes que se apropriam do que ele fala e avançam, mas a maioria só consegue se lembrar do que o professor disse. DESENVOLVIMENTO A Teoria das Situações Didáticas consiste em garantir condições para a construção do conhecimento matemáticos organizados em função dos saberes próprios da disciplina. Nesse enfoque, existem três tipos de situações que me interessam: 1) aquelas que promovem a tomadas de decisões, ou melhor, que colocam os alunos em ação; 216 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 2) as que permitem formular idéias e colocá-las a prova, e por fim, 3) os debates, momento em que o grupo discute estratégias de resolução, avaliando quais as opções mais adequadas. Uma situação didática é uma relação entre os alunos, o professor e o conhecimento, planejada pelo docente para que todos se apropriem, de maneira significativa, de um saber específico da área. Assim, o estudante aplica o que sabe na resolução de um desafio, faz aproximações e explicita os procedimentos e raciocínios utilizados. É uma simulação do trabalho de um matemático, que cria instrumentos para resolver um problema. Alguns professores pensam agir assim apenas lançando perguntas para serem respondidas. Os conhecimentos que os alunos já possuem podem encaminhar ou não a solução do problema, aliás, é para validar ou refutar as idéias deles que as situações didáticas são propostas. De início, cada um dá um passo, utilizando o que sabe para formular hipóteses de resolução. Quando não dá certo, o estudante elimina os conhecimentos inadequados para aquela situação e começa e pensar em outras possibilidades. O professor pode auxiliar nesse processo mostrando a importância de saber realizar perguntas para aprender. Para fazer matemática ou qualquer pesquisa é necessário elaborar boas questões e depois respondê-las. Na maioria das escolas, em nenhum momento os alunos têm disponibilidade de perguntar o professor, este deve deixar de lado à parte do tradicionalismo, e pensar que só ele e o centro das atenções, mas deve deixar que seus alunos questionem, tirem duvidas. Não iniciando essa prática com a turma, o professor não cumpre seu papel e ensinar tudo a todos, em todos os canais, não somente para o aprendizado, mas para a construção do conhecimento. As questões podem ser abertas, mas não demais, só o suficiente para que os alunos vejam o que é útil ou não para a resolução (BROUSSEAU, 2009). TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA E A VALORIZAÇÃO DO ERRO Os erros são necessários para que o estudante avance. Enquanto ele não tiver cometido o erro nem visto alguém fazê-lo, não pode saber se a forma como ele imaginou a resolução é, de fato, um erro, Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 217 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ou, ao contrário, se funciona. O importante é que ele se coloque em ação: na primeira vez, dá errado, na segunda, ele erra de novo, mas, na terceira, pode conseguir resolver o desafio. Os erros devem ser encarados como parte do processo de construção do conhecimento, algo que dá solidez ao conhecimento, que o estabelece verdadeiramente. O aluno enfrenta uma situação real: ele fez algo errado. Se não se importar com isso, não aprende nada. Porém, se ele se pergunta o que aconteceu para ter errado e se propõe a investigar, pode avançar. É necessário que os alunos vejam o erro como algo que faz parte de qualquer trabalho e por isso devem assumi-lo para superá-lo. Outro aspecto que o autor destaca é que não se devem condenar os exemplos, ao contrário, devemos usá-los. A crítica se relaciona a utilização de exercícios similares para que os alunos aprendam a resolver determinado tipo de problema, visto que, por trás dessa repetição automática, há um obstáculo: o professor ensina o exemplo e depois quer que os alunos o reconheçam. Dessa forma, substitui-se a compreensão da resolução de um problema por uma analogia, e não se ensina um método de testar essa hipótese de semelhança, já que é o professor quem a indica, assim, os alunos não colocam em questão a validade do que fazem, só reproduzem. Para que estes assimilem de fato, é preciso que vejam os riscos dos erros em que podem cair, reflitam sobre o processo e sobre suas hipóteses. É preciso apresentar contraexemplos, ou seja, problemas que questionem as associações que estabeleceram, para que sigam atentos. A formação dos professores da área deve ser focada no saber matemático e em como ensiná-lo, é isso que proporciona legitimidade à atuação profissional. Um professor sem esse conhecimento é como um médico que não entende de biologia, entretanto, os professores não costumam ter acesso a isso na universidade, até hoje, aprendem um texto e uma maneira de recitá-lo, como se fazer um problema fosse dar uma demonstração dele. Fazer matemática não é reconstituir um problema, e sim, reinventá-lo de alguma maneira, colocando os alunos em condição de reconhecê-lo, saber como funciona e resolvê-lo. (BROUSSEAU, 2009). 218 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONSIDERAÇÕESFINAIS Guy Brousseau ressalta em sua teoria a importância de se trabalhar matemática de forma que os alunos não pensem se tratar apenas de cálculos, e que serão substituídos pelas tecnologias e por isso sem serventia para a vida social. Buscar trabalhar a matemática como fazem os matemáticos, elaborando perguntas, hipóteses e por fim, soluções. Não pensar a matemática como algo estático, sem reflexão e com objetivo apenas no resultado e sim ver o erro como mola propulsora para o avanço, e não como algo negativo, pois é através do erro que compreendemos em que mudar para acertar. É fundamental que o professor ofereça condições favoráveis de aprendizagem, sem exemplos repetitivos, com atividades significativas que levem o aluno a refletir, a pensar e a questionar. O professor de matemática precisa dominar não somente os saberes, mas dominar também como ensinar e trabalhar a matemática, ou seja, o processo, compreendendo dessa maneira, a disciplina como ciência que faz parte da vida de todos os indivíduos da sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARROS, Rafael José Alves do Rego; SOUZA, Joseane Maria da Silva; NASCIMENTO, Monica Dias do; JÓFILI, Zélia. As Teorias de Guy Brousseau e Gerard Vergnaud como auxílio em uma Intervenção Matemática. IV Colóquio Internacional Educação e Contemporaneidade (ISSN 1982-3657). Disponível: http:// www.educonufs.com.br/ivcoloquio/cdcoloquio/eixo_06/E6-43.pdf. Acesso em: 08 de abril de 2014. BROUSSEAU, Guy. Introdução ao Estudo das Situações Didáticas: Conteúdos e Métodos de Ensino. São Paulo, Ática, 2009. GURGEL,Thais. Guy Brousseau. A cultura matemática é um instrumento para a cidadania. Disponível: http:// www.novaescola.com/matematica/fundamentos/culturamatematica-instrumento-para-cidadania. Acesso em: 13 março 2014. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 219 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA RODRIGUES, Luciano Lima. A matemática ensinada na escola e a sua relação com o cotidiano. Disponível: http://www.ucb.br/sites/ 100/103/TCC/12005/LucianoLimaRodrigues.pdf. Acesso em: 08 de abril de 2014. 220 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF INCLUSAO ESCOLAR: ASPECTOS SOBRE ESCOLA INCLUSIVA Fernanda Antonio PERES1 Analice Pereira de OLIVEIRA 2 Franciele de Cássia Cristina MORENO3 3 1 Docente do curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. Email:[email protected] 2 Discente do Curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. Email:[email protected] Discente do Curso de Pedagogia da FAEF – Garça – SP – Brasil. E-mail: [email protected] RESUMO O presente artigo demonstra debates globais em busca da melhoria da educação inclusiva de educandos com necessidades educacionais especiais. Embora vários professores concordam com a imensa necessidade de ampliação, a qualidade das perspectivas educativas de todas as instituições de educação para os discentes: crianças, jovens e adultos, ainda não há uma universalização das áreas educacionais famílias e sociedade, cujos direitos ainda são violados na prática. Muitos educadores estão a favor da criação de escolas inclusivas, educadores especializados com salas adaptadas para essa modalidade de ensino. Mostra a grande barreira e uma luta incessante pela cidadania e acredita que a educação especial precisa analisar os princípios e seus problemas. Na Declaração de Salamanca observa-se a proposta de educação inclusiva com objetivos específicos para indivíduos com NEE. Vários obstáculos e problemas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 221 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA são comprovados e precisa ser controlados. Unir forças por meio da integração, cooperação, companheirismo e família atuando na área educacional como processo contínuo para enfrentar as diversidades. Palavras-chave: educação, inclusão, integração, reabilitação. ABSTRACT This article demonstrates global debates towards improving inclusive education of learners with special educational needs . Although many teachers agree with the overwhelming need to increase the quality of the educational prospects for all institutions of education for learners : children, youth and adults , there is still no universal educational areas of families and society , whose rights are still violated in practice. Many educators are in favor of the creation of specialized educators inclusive schools with rooms adapted for this type of education . Shows the great barrier and an incessant struggle for citizenship and believes that special education needs to analyze the principles and problems . In Salamanca Statement shows the proposal for inclusive education with specific goals for individuals with special needs. Various obstacles and problems are proven and needs to be controlled . Joining forces through integration , cooperation , fellowship and working in education as a continuous process to address the diversities family. Keywords : education, inclusion , integration , rehabilitation. 1.INTRODUÇÃO A Educação Especial é a educação escolar proposta preferencialmente na rede regular de ensino para educandos portadores de necessidades educacionais especiais (Art. 58 da LD.EN). Inclusão garante a todos o acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade. Integrar o educando na classe e prepará-lo para ser alfabetizado frequentando a classe comum são uns desafios constantes. Os países se uniram em 1.948 em prol dos direitos da pessoa com NEE. Todos os seguimentos na área educacional buscam soluções para dar suporte pedagógico e fazerem desse assunto um projeto da 222 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF escola. A inclusão de portadores de deficiência seja ela qual for: auditiva, visual, física e intelectual ganha espaço em meados de 1990. Os direitos humanos são históricos reconhecidos á dignidade humana, a igualdade de direitos, a liberdade de pensamento e de livre escolha para todos os seres humanos e estão protegidos por lei. Porém, os direitos a cidadania têm sido desrespeitados principalmente com as pessoas com NEE em decorrência da má informação e preconceitos. Nesse período de tecnologia tem se pesquisado propostas inclusivas, para dar apoio na prática e no convívio social integrado. Acordos e direitos com formulação e implementação de políticas públicas inclusivas para integrar o individuo com NEE tem mudado diversas áreas públicas educacionais nacionais e internacionais. De acordo om a Declaração de Salamanca os Princípios, Política e Prática para as Necessidades Educativas Especiais favorece o princípio de integrar e garantir escolas para todos orientando e apoiando organizações e governos para que deem suportes e condições de educação independente das condições físicas, sociais, intelectuais, emocionais, linguísticas ou quaisquer outras. 2. EDUCAÇÃO PARA TODOS De acordo com a Conferência Mundial sobre educação para todos garante aos cidadãos portadores de deficiência o acesso à educação como meio integrante do sistema educacional independente do tipo de deficiência que possuam. O grande obstáculo das instituições de ensino é construir condições para atender bem a diversidade dos educandos sendo que alguns merecem atenção especial e suporte pedagógico. Com o aluno incluso o ensino aprendizagem é a mesma, mas os meios com que esse aluno aprende são diferentes e os métodos usados são diversos. Para adequar educação especial em todas as suas fases e mobilizar toda a rede pública e os meios necessários para que essa modalidade aconteça, deve-se flexibilizar os currículos escolares fazendo adequações, avaliação pedagógica e estabelecer ações conjuntas Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 223 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA com todos seguimentos de ensino em todos os níveis. Direcionar atividades para que o educando com necessidades educacionais especiais resolva sempre refletindo, sendo critico e consciente. Não é o educando que se adapta à escola e sim, a escola que tem que se adaptar para recebê-los. Promover a formação de pedagogos especializados que ao perceber nos indivíduos suas diferenças, dificuldades e habilidades façam uso de bons método para favorecer o ensino e a aprendizagem.. A avaliação deve ser contínua com todos os alunos que apresentam NEE com o objetivo de identificar barreiras que impeçam ou dificultam o aprendizado. É primordial garantir e preservar a dignidade e á busca pela identidade e cidadania. A igualdade e a desigualdade continuam a ter relação imediata ou mediata com o trabalho. Mas seja para o trabalho, seja para a multiformidade de inserções sócio-politico-culturais, aqueles que se virem privados do saber básico, dos conhecimentos aplicados e das atualizações requeridas, podem se ver excluídas das antigas e novas oportunidades do mercado de trabalho e vulneráveis a novas formas de desigualdades. Se as múltiplas modalidades de trabalho informal, o subemprego, o desemprego estrutural, as mudanças no processo de produção e o aumento do setor de serviços geram uma grande instabilidade e insegurança para todos os que se vêem desprovidos de bens tão básicos, como por exemplo, a escrita e a leitura. (Parecer nº 11/2.000 – CEB/CNE) 2.1. INCLUSAO SOCIAL COM CRIANÇAS ESPECIAIS O Conselho Tutelar é o órgão que se preocupa e garante os direitos do educando com NEE. Em nossa atualidade, ser pai e mãe vem se tornando uma tarefa difícil e com a união de pais, associações, escolas, professores abrem-se inúmeras possibilidades para ajudar as crianças garantindo um futuro promissor. Para reabilitar o educando com NEE cabe ao profissional munirse de recursos e apoio especializados que favoreçam ao aluno meio para aprender. Os pais ainda não estão preparados para essa deficiência ou não acreditam que o filho é especial, por isso os profissionais devem valorizar o conhecimento prévio dos mesmos apoiar as famílias e dar orientações e suporte, pois muitos deles não aceitam a condição do filho ou acham impossível o filho aprender. 224 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Muitos se negam a buscar informações por uma educação acessível que se adapte a criança com NEE. Em parceria com médicos, terapeutas, pais, clínicas, salas de recursos e muito positivismo as crianças com NEE podem alcançar grandes progressos na sua reabilitação. A instituição também oferece grandes chances para que pais, projetos pedagógicos, conselho de escola possam participar, compartilhar e acompanhar o desempenho do aluno. Essa cooperação de seres humanos deve-se ter inicio desde a educação infantil e que pode variar de acordo com municípios e estados do Brasil, mas sempre para o bem comum do educando. O progresso dessas escolas com inclusão tem enfrentado barreiras. Para melhorar o ensino-aprendizagem dos alunos com NEE tem que incluir a eliminação de barreiras de ambientes externo e interno. Favorecer a língua brasileira de sinais (libras) do código braile, confecção de lápis adaptado e até software ajuda a flexibilizar o currículo dando chances iguais para todos aprenderem . A luta para descobrir o método e material correto para ajudar esses indivíduos é uma busca constante. A grande parceira no processo de inclusão é a tecnologia trabalhando em conjunto com professores e especialista para ampliar os conhecimentos juntamente com um educador auxiliar. A redução do número de alunos da classe com inclusão é uma proposta a ser cumprida e primordial para a educação inclusiva acontecer. Segundo Sueli Alves (Nova Escola, ano XXVI, nº 224-Agosto 2.011), conseguir junto á Secretaria de Educação a diminuição do número de alunos na sala e um educador auxiliar é um apoio fundamental. Esses recursos permitem atender não só os alunos com NEE, mas também toda a classe de maneira mais efetiva. 2.2. PROCESSO EDUCACIONAL E FAMILIA Nota-se que para a sociedade inclusiva progredir a família deve colaborar e estar presente em todas as fases. Apoiar os direitos dos filhos com NEE e lutar para melhorar as condições de vida dos mesmos. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 225 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Os pais são os principais associados no tocante às necessidades educacionais especiais de seus filhos, e a eles deveria competir na medida do possível a escolha do tipo de educação que desejam ser dada aos seus filhos (Declaração de Salamanca, Art. 60, p.43). É fundamental auxiliar e explicar para a família as adaptações curriculares que não são definidas pela deficiência, e sim pelo conhecimento prévio do aluno para não gerar frustrações e exclusões no futuro do aluno e familiares. O diálogo ainda é a melhor maneira para amenizar a preocupação e resistência dos pais. A família deve estar unida com a escola e fazer uma aliança com todos os seguimentos envolvidos nessa reabilitação. Os pais sentem-se inseguros, tristes e incapazes diante dos filhos e pela situação, que geram essas dificuldades. Contudo, tem que adaptar e aprender a lidar com uma nova situação que ainda é obscura e incerta. Sendo assim,entram os profissionais para informar com precisão aos pais todas as dificuldades e cooperando para que se tornem confiantes no desenvolvimento dos filhos com NEE. Para alcançar com êxito o processo de reabilitação os alunos com NEE devem ter a vida ativa na cultura, esporte e lazer. Fazer com que eles se relacionem, interajam e enfrentem situações do cotidiano formando seu círculo de amizade e adquirindo novas experiências . Fazer com que os indivíduos com necessidade educacionais especiais tenham uma qualidade de vida valorizada e fazer todas as coisas próprias de cada idade é lutar pela sua cidadania. Familiares não estão sozinhos nessa batalha o mundo atual oferece oportunidades variadas e a tecnologia a favor para o desenvolvimento de todo ser humano e de recursos infinitos . 3.CONSIDERAÇÕES FINAIS Como podemos observar os grandes obstáculos e desafios são colocados em evidência todos os dias em nossa vida. Para extinguir essas barreiras não depende só dos educadores e de leis que estão no papel, mas da boa vontade de inúmeras ações de governantes ,adaptações curriculares para garantir o funcionamento de escolas, 226 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF materiais e profissionais capacitados para atender essa diversidade de ensino. Com toda essa mudança e apoio é possível reverter o fracasso escolar evidente em nossa educação e o preconceito. O professor tem que ter formação contínua. Não é colocando o aluno com NEE em salas regulares que vai obter um avanço na educação e sim dando suporte necessário e criando possibilidade para que ele interaja, reflita, levantando hipóteses e vivendo socialmente com outros indivíduos. Buscar um ensino de qualidade que valorize a diversidade de educandos em nossos dias. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: Pontos e contrapontos, Rosangela Gavioli Prieto; Valéria Amorim Arantes, organejadora – São Paulo: Summus, 2006. Parecer CNE/CEB 17/2001- Homologado. Despacho do Ministro em 15/08/2001, publicado no Diário Oficial da União de 17/08/2001, Seção 1, p. 46. PAULA, Ana Rita de. A hora e a vez da família em uma sociedade inclusiva/ Ana Rita de Paula, Carmem Martini. Brasília: Ministério da Educação. Secretaria da Educação Especial. 2007. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 227 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 228 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO EM RECLUSOS DE UNIDADES SOCIOEDUCATIVAS Fabiana Oliveira KOGA1 1 Mestre em Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, São Paulo , Brasil. RESUMO A identificação de crianças/adolescentes com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação tem promovido infindáveis discussões no ambiente escolar. No entanto, quando correlações são estabelecidas com Unidades Socioeducativas para Menores Reclusos, torna-se um desafio de grandes proporções. Desta forma, pretendese discutir por que essas crianças/adolescentes estão tendo seus potenciais negados primeiro pela Escola e posteriormente, durante o processo de reclusão, pelas Unidades Socioeducativas. Finalmente, discutir o porquê de professores, assistentes sociais e equipes diretivas não terem tomado por base as habilidades e potenciais dessas crianças/adolescentes infratores como uma importante oportunidade de inclusão novamente na sociedade. Palavras-chave: Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação. Unidades Socioeducativas. Menores infratores. ABSTRACT The identification of children / adolescents with indicators High Skills or giftedness has promoted endless discussions in the school Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 229 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA environment. However, when correlations are established for Socioeducational Units Lower Prisoners becomes a challenge of big proportions. Thus, we intend to discuss why these children / adolescents are having their potential first denied by the School and later, during the process by lower prisoners, the Socio-Educational Units. Finally, discuss why teachers, social workers and management teams have not taken based on the skills and potential of these children / adolescent offenders as an important opportunity of inclusion in society. Keywords: Indicators of Giftedness and High Ability. SocioEducational Units. Child offenders. INTRODUÇÃO Olhar o mundo com o olhar destes menores é enxergar o quanto o mundo pode ser cruel (SOUZA, 2005). Refletir sobre os Indicadores de Altas Habilidades no Sistema Escolar tem sido um grande desafio para a Educação. No entanto, quando o foco é modificado para Unidades Socioeducativas para Menores Reclusos, torna-se um desafio ainda maior. Então, como falar de inclusão destes indivíduos, por meio de suas habilidades, em uma sociedade que os exclui diariamente? Com efeito, antes de iniciarem as atividades criminosas que resultaram na internação nas Unidades Socioeducativas, essas crianças/adolescentes frequentaram a Escola regular, em busca de uma identidade e espaço social que lhes proporcionassem integração e conhecimento. Múltiplas hipóteses podem ser apresentadas. Entretanto, sabe-se que a Escola está inserida na sociedade e, assim, reproduz e reflete tudo que concerne a esse universo social. A Escola reproduz as relações de poder, divisão de classes, cultura, ideologias, concepções, enfim, tudo que, fora dela, acontece por meio das relações. À vista disso, acabou promovendo, de algum modo, a exclusão destas crianças/adolescentes com Indicadores de Altas habilidades ou Superdotação, no momento em que elas buscavam uma chance de alcançar um futuro diferente do vivido diariamente. 230 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Crianças vindas de famílias pobres são, em geral, as que tem menos êxito, se avaliadas através dos procedimentos convencionais de medida e as mais difíceis de ensinar através dos métodos tradicionais. Elas são as que tem menos poder na escola, são as menos capazes de fazer valer suas reivindicações ou para insistir que suas necessidades sejam satisfeitas, mas são, por outro lado, as que mais dependem da escola para obter sua educação. (CONNELL, 2004, p. 11). Adjunto ao contexto social, as crianças/adolescentes podem se evadir da Escola por conta de sua Alta Habilidade mal compreendida ou porque lhe negaram o direito de demonstrar todo o seu potencial. Consequentemente, tudo isso provoca na vida delas uma sensação de desamparo, por ser aquele ambiente desconhecido e sem sentido sob a perspectiva do conhecimento. E, também, por não ter sido permitido existir socialmente. Enfim, um lugar que não possibilita acolhida e identificação, ou mesmo exercício de suas habilidades, dando-lhes oportunidade para expor ideias, potenciais, opiniões e enriquecer seus conhecimentos, tão fundamentais ao aprimoramento pessoal. Entretanto, a falta de estímulo e motivação são ainda mais degradantes, porque as crianças/adolescentes com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação são criativas, nada convencionais, possuem uma habilidade acima da média, ora em uma área do conhecimento, ora em outras dimensões. Elas não se identificam com o método tradicional de ensino. Dessa forma costumam atrair a atenção de seus colegas e professores com seu jeito questionador, buscando o porquê das coisas. Algumas possuem um traço forte de liderança, sociabilização e compromisso com a tarefa, podendo, em alguns casos, até mesmo se destacar em áreas artísticas (FLEITH, 2007). Então, ao se deparem com uma Escola que as excluem ora por conta de suas condições sociais, ora por suas habilidades, essas crianças/adolescentes, com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação, buscam seu lugar em outra esfera da sociedade. Muitas se evadem da Escola e se encontram no mundo do Crime, onde supõem ter suas potencialidades valorizadas e desenvolvidas, além de se sentirem úteis e importantes nesse meio. Essas habilidades são liderança, motivação, aprendizagem, condições físicas, criatividade, artes e planejamento, entre outras. Sendo assim, percebe-se que aquilo que a Escola não soube aproveitar outros agentes oportunistas – o Crime, por exemplo – souberam. Quando Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 231 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA uma habilidade não é aproveitada para construir coisas novas e contribuir para o progresso pessoal e social, ela pode ser desviada para a delinquência (SOUZA, 2005). Então, inescapável se torna uma pergunta neste momento: Por que toda esta capacidade superior não foi aproveitada pela Escola, permitindo que fosse desviada para o Crime? Essa discussão norteia esse texto que toma por base o estudo científico realizado por Souza (2005), cuja proposta foi investigar Indicadores de Altas Habilidades entre os reclusos do Centro de Atendimento Socioeducativo do Município de Santo Ângelo – RS. Em contrapartida, torna-se importante, também, uma discussão simultânea do porquê dessas crianças/adolescente com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação terem sua potencialidade negada antes e durante a reclusão nas Unidades Socioeducativas. E até mesmo discutir o porquê de professores, assistentes sociais e pessoas afins não tomarem por base as habilidades e potencialidades dessas crianças/adolescentes infratores como uma ferramenta para incluí-las na sociedade novamente, dando-lhes perspectiva de futuro naquilo que elas sabem fazer e que têm muita potencialidade. RECONHECIMENTO DOS INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES OU SUPERDOTAÇÃO NA ESCOLA A identificação da criança/adolescente com Indicadores de Altas Habilidadesou Superdotação é feita, atual e inicialmente, por seus professores por meio de instrumentos como questionários elaborados por Freitas e Perez (2012) e destinados para o uso escolar. Material este composto de vários instrumentos e explicações prévias referentes a Altas Habilidades ou Superdotação, e que apoiam o professor em uma investigação preliminar. Ou o material publicado pelo Ministério da Educação e Secretaria de Educação Especial, organizado pelas pesquisadoras Fleith (2007) e Virgolim (2007), que traz uma gama de explicações referentes ao tema, bem como formas de observação dos indicadores como sugestões de processos de intervenção para enriquecimento em sala de aula, além de outras informações disponibilizadas no site do CONBRASD (Conselho Brasileiro de Superdotação). Sendo assim, o professor como agente precursor da identificação, 232 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF segundo Freitas e Perez (2012), poderá realizar sua observação preliminar, de maneira simples e de acordo com suas possibilidades. O seu olhar é de extrema importância, por estar presente diariamente no convívio social das crianças/adolescentes. Mas, para que ele possa ter um aporte teórico, faz-se necessário conhecer os três anéis de Renzulli (1984) ou as definições de Bahia e Piske (2013), por exemplo. De acordo estes autores, os seguintes aspectos poderão ser observados: 1 – Alguma (s) Habilidade (s) acima da média (algo que o aluno faça na esfera de um adulto); 2 – Envolvimento com tarefa (concentra-se, a tal ponto, que não se desvia em hipótese alguma); 3 – Criatividade (facilidade para gerar ideias e respostas variadas para uma mesma situação) e originalidade, levando em conta detalhes durante a elaboração de algo, como habilidade de correlação. Posteriormente, o reconhecimento poderá se convergir mais detalhadamente como, por exemplo, o professor pensar se em sua sala de aula existe algum aluno com vocabulário avançado para a idade; se necessita de pouca motivação para dar continuidade a um trabalho; se demonstra grande curiosidade sobre muitas coisas; se demonstra autoconfiança tanto no relacionamento com colegas de sua idade e até mesmo com adultos; e se tenta selecionar temas relacionados a sua habilidade em atividades ou projetos em sala de aula (ALENCAR; FLEITH, 2001). Porém, ainda há outros aspectos que podem ser observados, de acordo com Winner (1998), como atenção, memória extraordinária, preferências por novidades, desenvolvimento físico precoce, aprendizagem com instrução mínima, curiosidade e energia acentuadas, percepção meta-cognitiva, interesse obsessivo, fascínio por leitura e números, destaque em raciocínio lógico, aspectos sociais e senso de humor excelente. Reconhecer a existência dessa criança/adolescente com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação em sala de aula é propiciar-lhe oportunidade de desenvolvimento pleno. O professor que consegue trabalhar sob essa perspectiva, atua na e para a diversidade, e se apoia no enriquecimento para todos, evita possíveis Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 233 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA evasões, desmotivações, segregações, desvios comportamentais, entre outros. Negar la diferencia es no reconocer la diversidad com la pretención de imponer la uniformidad. Es negación de la autonomía, es poner en tel de juicio la realidad y socovar el edifício de la certeza. La intolerancia en definitiva, significa rechazar la duda que enriquece el deseo de descubrimiento (RENDO; VEJA, 2006, p. 25-26). Ainda assim, inúmeras crianças/adolescentes com Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação estão na Escola à espera de assistência, mesmo com toda discussão sendo realizada por parte do governo, de educadores e até de alguns cursos de formação. A cada dia uma criança/adolescente com Altas Habilidades ou Superdotação pode estar desistindo de se dedicar à Escola e até trocá-la pelas ruas, em decorrência da falta de acolhimento e o desamparo promovido pela circunstância. Outros fatores também corroboram para a evasão e desestímulo, como a segregação imposta todos os dias por um conteúdo homogêneo, avaliações padronizadas, curriculum tradicional e ainda o contexto social reproduzido pela Escola por meio de ações voltadas à competição e modelos padrão (CONNELL, 2004). Logo, o professor torna-se fundamental por ser a pessoa mais próxima desses alunos. E para eles, a premissa de possibilidades educacionais um pouco mais flexíveis, de acordo com o que cada um precisa na medida de sua necessidade. CRIANÇAS/ADOLESCENTES COM INDICADORES DE ALTAS HABILIDADES REVELADAS NO SISTEMA SOCIOEDUCATIVO Ao ingressar em uma Unidade Socioeducativa, crianças/adolescentes abdicam da convivência com pessoas de seu entorno e interrompem um futuro de estudo, de trabalho, bem como da própria liberdade. Muitos deles são oriundos das mais variadas situações de delitos como tráfico, roubo, sequestro, latrocínio, homicídio, entre outros. Mas, o que tem em comum é um dia terem frequentado a Escola regular. Contudo, ao adentrarem na Unidade Socioeducativa, um novo regime de regras se lhes impõe: não formem grupos; vivam sozinhos 234 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF e independentes; sigam fielmente as regras da Unidade; e disponham do mais adequado comportamento (SOUZA, 2005). Mas que relação podem ter os Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação com Unidades Socioeducativas de reclusão? De acordo com Souza (2005), ao pesquisar 49 alunos reclusos do Centro de Atendimento Socioeducativo do Município de Santo Ângelo – RS, cinco deles possuíam Indicadores de Altas Habilidades ou Superdotação e haviam frequentado Escolas de Ensino Estadual regular. Ainda, todos demonstraram gostar de várias matérias propostas pela escola como português, matemática, inglês, ciências, geografia e educação física. Entretanto, quando adentraram na Unidade Socioeducativa, as preferências se alteraram para matérias envolvendo mais motricidade como educação física, educação artística e oficina de bordado. Comumente, todos concordavam que estudar é importante, mas não era do que eles mais gostavam. A dinâmica da rotina imposta pela Unidade Socioeducativa era uma insatisfação maior por parte deles, por conta da atitude repressora advindas de penalidades impostas. A maioria dessas entidades atua segundo a lógica do mercado, a partir de articulação de atores ditos ‘plurais’, não se coloca a questão da mudança do modelo vigente, ou a luta contra as formas geradoras de exclusão, atua-se apenas sobre seus resultados. Elas não tem o mínimo interesse em trabalhar com entidades politizadas, que exercem a militância em favor dos direitos sociais e buscam transformações sociais. (GOHN, 2001, p. 94). Ademais, nenhum dos cinco internos demonstraram identificar suas habilidades até então, exceto um deles que a identificou antes de adentrar à Unidade. Ele foi reconhecido no grupo criativoprodutivo, mais precisamente no desenho. Grupo esse difícil de ser identificado pelo meio acadêmico, e certamente passaria despercebido pelos testes psicométricos. O participante dava indicativos de uma essência questionadora, imaginativa, criativa e dispersiva. No entanto, há casos nos quais outras características podem apresentar incidência mais alta de problemas como dislexia em leitura, em comparação com a população normal (WINNER, 1998). As circunstâncias evidenciam um histórico de delinquência por parte deles, fato que se sobrepõe e gera, na sociedade sensacionalista, evidências por meio do estigma de ser impensável Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 235 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA uma pessoa com tais potencialidades se encontrar em estado de reclusão. Para que isso mude, segundo Souza (2005), necessário se faz informação e formação por parte da equipe que atua nessas Unidades Socioeducativas. Se a Escola e a sociedade não lhes oferecem uma oportunidade de mudança, essas Unidades são criadas para esse fim e não para lhes aumentar agressividade e delinquência. CONCLUSÃO A delinquência no Brasil e nas Unidades de Reclusão para Menores Infratores são vistas como problemas insolúveis pelo governo. Para este lá se encontram os piores, os irrecuperáveis, os não-talentosos, aqueles que estão à margem da sociedade. No entanto, em muitas pesquisas há evidências de que se houvesse efetiva mudança na Educação, haveria maior chance de mudança de cenário nas Unidades Socioeducativas. Qual a pessoa que gostaria de ir à Escola e, chegando lá, ser não aquele que detém uma infinita gama de conhecimento prévio advindo de sua origem, mas aquele que tumultua, aparentemente não aprende, só anda sujo e até mesmo não tem o que comer porque o pai abandonou a família, deixando os filhos à mercê da sorte com a mãe? Como no relato de Patto (1996), que constatou a deficiência de Ângela e tantos outros casos pesquisados, foram produzidos pela falta de preparo de médicos, meio escolar, entre outros que se negaram a olhá-la como um ser social, com potencial para aprender se tivesse havido acolhida e mediação para obtenção de conhecimento. Também, há uma forte amarra que impede a Escola de flexibilizar ações, de tornar-se mais acolhedora, de pensar no conhecimento como foco principal, de investir em enriquecimento para todos os tipos de habilidade. Com base no pensamento de Bueno (2003), a Escola forma o aluno a partir do modelo empresarial que adestra para o trabalho. Se isso não ocorrer, passa a ser vista como uma instituição incompetente e produtora de problemas sociais. À vista disso, a Escola teme e passa a preferir homogeneizar e segregar para não sofrer repressão do poder público. 236 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Entretanto, se o foco se volta para as Altas Habilidades ou Superdotação de crianças/adolescentes reclusos, não há nenhuma perspectiva à vista para a Escola. Afinal, para que identificar uma possível Alta Habilidade ou Superdotação? Na verdade, faltam ações para superação do estigma e do medo, voltadas para essas crianças/ adolescentes infratoras. Por meio do enriquecimento para todos e a partir da identificação das Altas Habilidades ou Superdotação, conforme Alonso, Rensulli e Benito (2003), poderia haver chance de recuperação desses indivíduos em estado de reclusão. Dessa forma, haveria uma maior perspectiva para que estas crianças/adolescentes encontrassem mais significado na Escola e, por consequência, na sociedade. Encontrassem mais razão para seguir explorando, praticando, descobrindo, criando e exercitando suas potencialidades em busca da inclusão social, por efeito, da integridade e dignidade humanas. REFERÊNCIAS ALENCAR, E. M. L. S.; FLEITH, D. S. Superdotados: determinantes, educação e ajustamentos. 2. ed. São Paulo: EPU, 2001. ALONSO, J. A.; RENSULLI, J. S.; BENITO, H. Manual internacional de superdotados: manual para profesores y padres. Madrid: EOS, 2003. BAHIA, S.; PISKE, F. H. R. Criatividade na escola: o desenvolvimento de potencialidades, altas habilidades/superdotação (AH/SD) e talentos. Coordenação de Fernanda Hellen Ribeiro Piske. Curitiba: Juruá, 2013. BUENO, J. G. S. Pedagogia sem sujeito: qualidade total e neoliberalismo na educação. São Paulo: Fapesp, 2003. CONNELL, R.W. Pobreza e educação. In: GENTILI, P. (Org.). Pedagogia da exclusão: crítica ao neoliberalismo em educação. 11. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2004. FLEITH, D. S. (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial, 2007. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 237 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA FREITAS, S. N.; PEREZ, S. G. P. B. Altas habilidades/superdotação: atendimento especializado. 2. ed. Marília: ABPEE, 2012. GOHN, M. G. Educação, trabalho e lutas sociais. In: GENTILI, P.; FRIGOTTO, G. (Org.). A cidadania negada: políticas de exclusão na educação e no trabalho. São Paulo: Cortez, 2001. PATTO, M. H.S. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: T.A.Queroz, 1996. RENDO, A. D.; VEJA, V. Una escuela en y para la diversidad: el entramado de la diversidad. Buenos Aires: AIQUE, 2006. RENZULLI, J. S. The triad/revolving door system: a research based approach to identification and programming for gifted and talented. Gifted Child Quarterly, v. 28, p. 163-171, 1984. SOUZA, M. L. L. Indicadores de Altas Habilidades entre os reclusos do Centro de Atendimento sócio-educativo no município de Santo Ângelo – RS <disponível em: http://cascavel.cpd.ufsm.br/tede >. Santa Maria: UFSM, 2005. VIRGOLIM, A. M. R. Altas habilidades/superdotação: encorajando potencialidades. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Especial, 2007. WINNER, E. Crianças superdotadas: mitos e realidades. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes médicas, 1998. 238 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL COM O USO DA TECNOLOGIA: OS GAMES ENSINAM A CONTAR Fernanda Vaqueiro da SILVA1 Marta Fresneda TOMÉ2 1 Discente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. E-mail: [email protected] Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente do curso de Pedagogia da Faculdade de Ensino Superior e Formação Integral – FAEF, Garça, SP. Email: [email protected]. ² RESUMO Este artigo tratará do ensino de matemática com o uso da tecnologia, para crianças da educação infantil. Seu objetivo é mostrar a importância da matemática na educação infantil e como pode ser eficiente o uso da tecnologia nas aulas de matemática. Para isso foi realizada uma revisão bibliográfica e uma entrevista com um professor que atua nessa área. Este trabalho traz uma proposta de contribuição da tecnologia para o ensino de matemática. Este texto apresenta uma síntese das revisões bibliográficas e sua relação com a prática pedagógica. Palavras-chave: Educação Infantil. Ensino de Matemática. Tecnologia. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 239 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT This article will address the teaching of mathematics with the use of technology for children in early childhood education. Your goal is to show the importance of mathematics in early childhood education and how it can be efficient use of technology in mathematics classes. To this end a literature review and an interview with a teacher who works in this area was performed. This paper presents a proposal for a contribution of technology for teaching mathematics. This paper presents a summary of the literature review and its relationship to pedagogical practice. Keywords: Childhood education. Teaching of Mathematics. Technology. “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo da Vinci) INTRODUÇÃO O presente artigo tratará do ensino de matemática com o uso da tecnologia para crianças da educação infantil e tem por objetivo mostrar a importância da matemática na educação infantil e como pode ser eficiente o uso da tecnologia para a aprendizagem de crianças pequenas. A educação infantil é considerada umas das fases mais importantes do desenvolvimento humano, na qual a criança exercita as capacidades motoras e cognitivas, portanto o ensino de matemática na educação infantil é importante para o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático do ser humano, além de que tudo na vida exige a presença de números, o que torna a matemática ainda mais usual. A utilização de objetos tecnológicos proporcionam a facilidade de entendimento e o aumento do interesse da criança, porém, para que haja um bom resultado o professor deve estar apto a esse tipo de ensino, especializando-se e buscando conhecimento tecnológico para que seja possível aplicar esse tipo de material. 240 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Esta é uma pesquisa qualitativa que utiliza como técnicas a revisão bibliográfica e o questionário. A leitura deste texto destinase a estudantes de pedagogia, professores e coordenadores pedagógicos que atuam na Educação Infantil e também pessoas interessadas na melhoria da educação do Brasil. Primeiro é apresentado uma revisão bibliográfica sobre o ensino de matemática, depois é apresentado uma experiência prática de uma professora da educação infantil no ensino da matemática. 1. A MATEMÁTICA E A TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL Este tópico tratará dos seguintes temas: “O Pensamento Matemático da Criança”, “Avanço Tecnológico”, “A emergência do uso das tecnologias na Educação infantil” e “Objetos de Aprendizagem”. Os principais autores que citados serão: BERCHT (2005); BRITO (2011); CARVALHO (2004); CARDOSO (2008); FERREIRA (2011); FERREIRA(2005); LOPES (2011); RANGEL (2005); SANTOS (2011) e VIDAL (2014). 1.1 O PENSAMENTO MATEMÁTICO DA CRIANÇA Segundo Carvalho e Pirola (2004), a matemática faz parte do cotidiano da criança, ela não constrói o número fora do contexto geral do pensamento de seu cotidiano, muito antes de entrar na escola ela está permanentemente em contato com a cultura recebendo várias informações, ao tentar organizá-las pensa matematicamente. Você deve estar se perguntando como uma criança pensa matematicamente, não é? Pois bem, o pensamento matemático pode acontecer a todo o momento e de várias maneiras: quando a criança brinca, joga, conversa, sempre que houver uma situação que a faça pensar sobre fatos e situações problemas que devem ser solucionados, pensar matematicamente em relação à solução para um problema, relacionase à capacidade de juntar e retirar objetos descobrindo que o mesmo tem suas propriedades, forma, cor, tamanho e etc. Ao utilizar atividades que lhes oferecem esse tipo problema, a criança constrói noções matemáticas desenvolvendo suas habilidades perceptivas – Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 241 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA motoras necessárias. Esse deve ser o ponto de partida para o Trabalho com a Matemática na Educação Infantil (CARVALHO; PIROLA,2004). Para Kamii apud Cardoso (2008), o ensino do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas em todas as espécies de relações. Segundo Rangel apud Cardoso (2008), é somente agindo intensamente sobre os objetos em atividades como quantificar coleções, significativas para ela, que a criança poderá ir progressivamente construindo a estrutura do número que é a base para todo o conhecimento lógico-matemático. De acordo com Cardoso (2008), nestas atividades cotidianas o professor, como principal mediador e facilitador do conhecimento da criança tem por dever intervir e propor atividades adequadas que possibilitem o confronto entre as crianças e suas hipóteses, para que isso aconteça é necessário que ele conheça o pensamento de seus alunos. 1.2 AVANÇO TECNOLÓGICO De acordo com Carvalho e Pirola (2004), com o avanço tecnológico, novos sistemas de informação e produção estão surgindo e com eles à necessidade de exigências de profissionais qualificados e bem preparados para tomar frente aos novos desafios e decisões, com competência e autonomia, essas exigências se fazem presente em fábricas, empresas e em diversos setores da área de trabalho. Esse processo de mudança prioriza o conhecimento para a atuação profissional mais autônoma, portanto a escola como local de ensino também deverá sofrer mudanças em seu processo educativo. Ressaltam, também, que a Educação Infantil, em especial, deverá inserir uma concepção de educação voltada para a construção do conhecimento elaborado pela criança, e tendo o professor como seu facilitador e principal mediador, assim proporcionando o desenvolvimento de seus pensamentos críticos sobre sua realidade social e tornando-a mais independente e autônoma. Portanto, é possível afirmar, que na Educação Infantil a Matemática tem extrema importância para o desenvolvimento pleno das potencialidades da criança tanto no seu convívio social e pessoal, quanto para o desenvolvimento de seu raciocínio lógico e de sua 242 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF criatividade, não sendo diferente a Tecnologia que nos dias de hoje faz parte do cotidiano da criança e também pode servir de estímulo para o seu aprendizado (CARVALHO; PIROLA, 2004). 1.3 A EMERGÊNCIA DO USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL A ideia de utilizar computadores para ensinar crianças a se tornarem melhores pensadores surge como algo novo e permeado ainda de alguns mistérios, pelo fato de que os docentes não reconhecem, ainda em sua maioria, como essas tecnologias podem ser usadas para facilitar o trabalho de ressignificação de conceitos, que é o papel da escola. (BRITO; FERREIRA; LOPES; SANTOS, 2011). Entretanto, o sistema educacional, está distante de fazer valer a inserção tecnológica no processo de ensino aprendizagem, quando a preocupação ainda é com os conteúdos tradicionais impostos pelo próprio sistema governamental. A escola (enquanto meio social) ainda não se deu conta que a utilização didática das novas tecnologias da informação e da comunicação favorece o processo pedagógico da proposta curricular no mundo novo, tornando a aprendizagem uma atividade prazerosa. (BRITO; FERREIRA; LOPES; SANTOS, 2011). O fato que mais preocupa é que o acesso às informações hoje está por toda parte, sendo transmitida pelos diversos meios de comunicação, não tem mais como a escola se fechar, se distanciar dessas mudanças, sendo assim o desafio na verdade é: Como orientar o aluno para saber o que fazer com que essas informações, que venham a ser internalizadas em vez de conhecimento e como fazer para saber aplicar este conhecimento de forma responsável na prática cotidiana? (BRITO; FERREIRA; LOPES; SANTOS, 2011). De acordo com Brito; Ferreira; Lopes e Santos (2011), dentro desse sistema de aprendizagem, é preciso ter cuidado com o uso de novas tecnologias e a ansiedade de inseri-las no dia-a-dia pode tornarse algo desvinculado daquilo que é a proposta propriamente dita. Porém, trazendo a Educação Infantil para o mundo contemporâneo, ressaltam que o uso das novas tecnologias deve considerar que as crianças apesar da pouca idade já estão expostas a essas novas tecnologias e como tal, necessitam dominá-las para interagir em seu meio social e a escola não pode ficar à margem desse processo. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 243 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA 1.3 OBJETOS DE APRENDIZAGEM Para Ferreira; Rangel e Bertch (2005), o uso da tecnologia como um agente trouxe inúmeros desafios, entre eles está a implementação de técnicas que possibilitem formas de projetar, desenvolver e distribuir material educacional para todos os que quiserem aprender. Por outro lado, afirmam que a construção dos objetos de aprendizagem baseados na computação gráfica e jogos educativos proporcionarão condições promissoras para a investigação da mediação digital sobre o processo de construção do conhecimento matemático da criança. Ressaltam, também, que esses objetos de aprendizagem têm se mostrado práticos, econômicos e fortes candidatos a liderar as alternativas de escolha para esta área, devido ao seu potencial de reusabilidade, generalidade, adaptalidade e escalabilidade. Por meio dessas informações, fomos à busca de alguns softwares educacionais, para mostrar mais a fundo como funcionam. Mostraremos abaixo imagens e o passo a passo desses softwares que são muito interessantes e eficazes, uma forma divertida de aprender a contar e desenvolver seu raciocínio lógico. Jogo da Contagem: 244 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF A figura 1, cedida pela professora Liduina Vidal, é recomendada para crianças da Educação Infantil e tem por seu objetivo estimular o raciocínio e a percepção do aluno, em que o mesmo deve observar a imagem feita Tuxpaint e contar os peixes de acordo com suas cores. Jogo Geométrico: A figura 2, também, cedida pela professora Liduina Vidal, é feita no Tuxpaint, e tem por objetivo estimular os alunos da educação infantil a fazer correspondência entre os iguais notando as formar geométricas. Ressalta-se também que esta atividade pode ser adaptada para o uso de conceitos de tamanho, adição e subtração, pertence e não pertence, direita e esquerda, em cima e embaixo. Neste tópico vimos que o uso da tecnologia serve de grande auxílio para o ensino de matemática na educação infantil, além de estimular os alunos, torna a aula mais divertida e interessante. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 245 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Porém, os materiais tecnológicos se fazem pouco presentes na sala de aula, pois a maioria dos docentes evita e se recusam a fazer uso desses materiais preferindo o uso de materiais rudimentares. É necessário uma transformação na educação em que os docentes devem ir à busca de novos conhecimentos para que possam adaptarse ao uso de materiais tecnológicos que está em alta nos dias atuais. A educação assim como os educadores tem como dever atualizarse e acompanhar o desenvolvimento tecnológico o qual se tornou essencial. 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA Foi realizado um questionário para levantamento de informações e conhecimentos sobre a prática pedagógica em relação à matemática. Quem respondeu nosso questionário foi uma professora que atua em uma creche com crianças de 0 a 5 anos, ela é especializada na área da educação infantil e atua há 12 anos. A entrevistada aponta que o ensino da matemática é iniciado logo nos primeiros anos (berçário) e ressalta a importância deste conteúdo. Questionamos então, sobre a frequência e necessidade do uso da tecnologia, em resposta, informou o pouco uso dessas tecnologias, porém, sem deixar de ressaltar a importância quanto ao uso da tecnologia na educação infantil. A entrevistada relata que o uso da tecnologia em sala de aula contribui quanto ao ensino combinado entre matemática e cores, facilitando também a elaboração de aulas para desenvolvimento do raciocínio lógico. Por fim, a entrevistada demonstra preocupação quanto ao rápido avanço tecnológico e o difícil acompanhamento do mesmo, e como consequência, o aumento na dificuldade quanto à absorção do conhecimento tecnológico, mas sem deixar de apoiar este avanço, pois o mesmo auxilia na busca de informação e aprendizagem. Essa entrevista foi uma grande contribuição para a conclusão do nosso artigo, pois a entrevistada pôde nos trazer informações sobre necessidade do uso tecnologia na educação infantil que aumenta cada vez mais nos dias atuais. 246 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo teve por objetivo mostrar as possibilidades de uma aliança entre a matemática e a tecnologia para o desenvolvimento e aplicação da educação infantil. Uma dentre as dificuldades encontradas para realizar este trabalho foi localizar material específico, o qual trata de ambos os assuntos simultaneamente, matemática e tecnologia na educação infantil. A tecnologia é um grande estímulo na educação infantil, pois as crianças dos dias de hoje manuseiam perfeitamente os aparelhos tecnológicos. Com o uso da tecnologia os professores terão maior chance de sucesso em suas aulas, pois seria unir o útil ao agradável. Tratando-se de educação matemática, a tecnologia pode contribuir muito por meio dos jogos educativos, pois enquanto a criança brinca, ela está trabalhando a mente com relação à lógica e números, tamanhos e formas. Infelizmente entre os docentes a falta de reconhecimento quanto o uso da tecnologia é grande, poucos estão dispostos a adquirir novos conhecimentos e mudarem sua forma de lecionar, adaptando objetos tecnológicos em suas aulas, segundo a revisão bibliográfica feita. Este artigo trouxe contribuições para a reflexão crítica, quanto ao uso da tecnologia no ensino de matemática da educação infantil. Somente com o debate fundamentado cientificamente é possível pensar em uma transformação na educação brasileira que contribua para construção de uma cidadania e uma autonomia da nossa sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERCHT, Magda; FERREIRA, Luís F.; RANGEL, Ana Cristina. A educação matemática e a construção do número pela criança mediada pela tecnologia digital. Disponível em: <www.lume.ufrgs.br/bistream/ handle/10183/4803/000504819.PDF?sequence=1> Acesso em 09 de março de 2014. BRITO, Poliana V.G.; FERREIRA, Paula J. S.; LOPES, Alzeni F.; SANTOS, Édina Maria B.R. O desafio do uso das tics na educação infantil. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 247 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Revista Pandora Brasil. Disponível em: <http:// revistapandorabrasil.com/revista_pandora/filosofia_34/alzeni.pdf> Acesso em: 09 de março de 2014. CARVALHO, Ana Maria L.B.; PIROLA, Nelson Antonio. O ensino da matemática na educação infantil e as concepções norteadoras da prática docente. Disponível em: http://www.sbem.com.br/files/ viii/pdf/01/CC03047505810.pdf> Acesso em: 16 de março de 2014. CARDOSO, Edina S. A construção do conhecimento lógico – matemático: explorando as situações cotidianas. Blogspot: Linguagens da infância. Disponível em: <http:// cibersludicos.blogspot.com.br/2008/07/construo-do-conhecimentolgico.html> Acesso em: 16 de março de 2014. VIDAL, Liduina. Software livre na educação. Disponível em: <https:/ /softwarelivrenaeducacao.wordpress.com/tag/educacao> Acesso em: 22 de março de 2014. 248 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: RECICLAGEM, JOGOS E BRINCADEIRAS MARTINS, Ana Caroline1 OLIVEIRA, Thamara Reis Picolott 2 TOMÉ, Marta Fresneda³ 3 1 Discentes do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected] 2 Discentes do curso de Pedagogia da FAEF. E-mail: [email protected] Orientadora, Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora em Administração da Educação e docente da FAEF. E-mail: [email protected] RESUMO O presente artigo irá expor uma análise das principais importâncias do lúdico e do uso de materiais recicláveis como facilitadores do ensino e aprendizagem na educação infantil, para crianças de zero a cinco anos. Destacando sua importância e necessidade para o meio social, deste modo é necessário respeitar a cultura que o aluno já traz consigo, identificar o conhecimento que já possui, para que possa trabalhar em conjunto, família e escola. Indagados por meio de autores, pesquisadores, que contribuíram para os avanços do ensino, de forma clara, objetiva e prazerosa. Para isso foi realizada pesquisa bibliográfica e uma entrevista com um profissional da educação infantil. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 249 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: Educação infantil. Ensino de matemática. Prática pedagógica. ABSTRACT This article will expose an analysis of major amounts of playfulness and the use of recyclable materials as a facilitator of learning and teaching in early childhood education for children from birth to five years. Highlighting its importance and necessity for the social environment, thus it is necessary to respect the culture that the student already carries, identify the knowledge you already have, so you can work together, family and school. Asked by authors, researchers who contributed to the advancement of education, objectively and clearly pleasurable. For this literature review and an interview with a professional early childhood education was performed. Keywords: Early childhood education. Teaching math. Pedagogical practices. INTRODUÇÃO A matemática vem sendo a grande ‘vilã’ do ensino até hoje, desde a educação básica até o ensino superior. O seu estudo é criticado por muitos especialistas em educação, sua forma de ser vista e trabalhada é muito fria, sem história e sem sentido. O estudo buscará analisar a implantação dos jogos e brincadeiras através da utilização de materiais recicláveis na educação infantil de zero a cinco anos, valorizando o conhecimento da prática pedagógica. Este artigo tem por objetivo fazer uma reflexão da situação educacional do ensino da matemática na educação infantil. Para isso, realizou-se uma análise em documentos relacionados ao ensino da matemática para crianças de zero a cinco anos, e uma entrevista com um professor da educação infantil, explorando a arte de reciclar. Os dados foram indagados por pesquisa de documentos, baseados em autores como, Piaget (1989) e Inhelder (1973). O presente artigo tem por objetivo apresentar uma síntese das revisões bibliográficas e sua relação com a prática na educação infantil. 250 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 1- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SOBRE O ENSINO DA MATEMÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL O presente artigo tem como objetivo analisar a atribuição das atividades lúdicas para o desenvolvimento da matemática na educação infantil. Descrever as principais atividades que auxiliam no desenvolvimento sócio-motor, identificando as principais técnicas que garantem o desenvolvimento físico, psíquico e social da criança, segundo: Inhelder (1973), Piaget (1975,1989), Vigotsky (1984), Negrime (1994), Kamii Housman (2002). “É brincando, jogando que a criança revela seu estado cognitivo, visual, auditivo, tátil, motor, seu modo de aprender e de entrar em relação cognitiva com o mundo de eventos, pessoas, coisas e símbolos” (VIGOTSKY 1984). Tanto Vigotsky (1984) como Piaget (1975) concordam que o desenvolvimento não é linear, mas evolutivo, nesse trajeto a imaginação se desenvolve. Negrime (1994) sustenta que as contribuições das atividades lúdicas contribuem poderosamente no desenvolvimento integral e no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrinsecamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade. Essas qualidades inseparáveis: sendo a afetividade a que constitui a energia necessária para a progressão psíquica, moral, intelectual, e motriz da criança. Brincar é sinônimo de aprender, pois o brincar e o jogar geram um espaço para pensar sendo que a criança avança no raciocínio, desenvolve o pensamento, estabelece contatos sociais, compreende o meio, satisfaz desejos, desenvolve habilidades, conhecimentos e criatividade. As integrações que o brincar e o jogo oportunizem a favorecer a superação do egocentrismo, desenvolvendo a solidariedade e a empatia, introduzem especialmente no compartilhamento de jogos e brinquedos, novos sentidos para a posse e o consumo. Vigotsky (1984) relata que o brinquedo ajudará a desenvolver uma diferenciação entre a ação e o significado. A criança, com o seu evoluir, passa já ao ambiente concreto que a rodeia. O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender. Na brincadeira reside a base daquilo que mais tarde, permitirá a criança aprendizagens mais elaboradas. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 251 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA O lúdico por meio da reciclagem torna-se assim uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades da matemática no processo ensino-aprendizagem, o estabelecimento da autonomia, das habilidades de descentrar e de coordenar diferentes pontos de vista, da capacidade de estabelecer relações, elaborarem ideias e resolver problemas. Segundo Piaget (1989), mudar a si mesmo para adaptar-se ao meio deverá ser sempre por meio do lúdico, pois brincando a criança constrói seu próprio mundo; o mundo que querem e gostam; e os brinquedos são ferramentas que contribuem para esta construção, pois proporcionam a criança demonstrar e criar fantasias de suas vivências e experiências. As brincadeiras sugeridas através dos materiais recicláveis não são as únicas para conseguirmos que as crianças construam seus conhecimentos matemáticos, mas com certeza, a partir delas, o professor tem a oportunidade de elaborar inúmeras possibilidades de atividades lúdicas, que exploram um trabalho com relação à matemática. A Contagem dos números 1 a 10, dando ênfase ao número 10 visualizando em cartaz exposto os numerais, identificando e contando oralmente até 10, os alunos pularam 10 caixinhas de papelão redecoradas pelos próprios alunos. Sendo assim podemos concluir que através do auxílio de materiais pedagógicos criados e reciclados pelos próprios alunos com o auxilio do educador as atividades lúdicas auxiliam o educador na formação de valores sociais, psíquico motor entre outros benefícios para a criança, pois proporciona a ela prazer, criatividade, coordenação motora para o seu melhor desenvolvimento, além de conscientizar a criança que reciclar é uma forma de preservar a natureza. E ao educador traz maiores benefícios em sala de aula e fora dela também, pois a aula se torna mais atrativa e dinâmica fazendo com que o aluno tenha mais interesse e mais facilidade em desenvolver suas atividades em sala de aula e até mesmo socialmente. 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA De acordo com a profissional da Educação Infantil que foi entrevistada para uma melhor compreensão do assunto desenvolvido 252 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF neste trabalho, jogos e brincadeiras são facilitadores na aprendizagem de matemática, pois o lúdico já faz parte da realidade social da criança. Em sua profissão atual, diretora do departamento de pedagogia, segundo a mesma atua no campo aproximadamente vinte e oito anos, dos seus cinquenta e dois anos de idade. Para a entrevistada, a matemática é fundamental desde o nascer da criança, e em seu âmbito de trabalho também é aplicado no maternal e no berçário. O seu método de ensino é baseado no sócioconstrutivista com visão interacionista, empenhadas em explicar o desenvolvimento da inteligência humana determinadas pelas ações mútuas entre o indivíduo e o meio, onde o papel do professor é atuar como facilitador da aprendizagem, respeitando a cultura adquirida por meio do meio social. Em seu exemplo de administração os professores são capacitados a ensinar a matemática na educação infantil, pois a matemática se faz necessária desde o nascimento, ou seja em toda a vida. Sua sugestão para a melhoria da matemática na educação infantil, é trabalhar os conteúdos de forma lúdica, com diversidade de suporte pedagógico, por meio dos próprios brinquedos confeccionados pelos alunos, pois durante a confecção dos brinquedos o aluno terá noção de quantidade e da importância de reaproveitar os materiais que iriam ser descartados de forma irregular na natureza. Podemos observar, juntamente com a profissional da educação, que o lúdico é algo que já faz parte da cultura da criança, além de auxiliar como um facilitador na sua interação social com o meio, visto que a vida não seria possível sem a matemática na sociedade contemporânea. Visando proporcionar a ela uma aprendizagem mais fácil e divertida. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos constatar por meio da pesquisa realizada, o quanto é importante a matemática na educação infantil de zero a cinco anos com o uso dos jogos lúdicos e com o uso de materiais recicláveis entre outros. A maior dificuldade encontrada durante a realização deste Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 253 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA trabalho foi encontrar um profissional que soubesse explicar com clareza o uso da matemática em seu âmbito de trabalho sobre o tema escolhido. Também observamos a escassez de materiais pedagógicos auxiliadores no dia a dia da rotina escolar, dando ênfase aos materiais recicláveis. São poucas as escolas da educação infantil que buscam alternativas diferenciadas para o ensino e aprendizagem da matemática, pois usam a lousa como facilitador de aprendizado de ambas as partes, tornando o ensino acomodado. De acordo com D’Ambrosio (1996), “a matemática que se ensina nas escolas hoje é morta, por mais que se diga que ela está viva, que está se produzindo mais matemática nestes últimos anos, e continua morta.” Para que essa opinião mude é preciso buscar novos meios de entretenimento para prender a atenção do aluno, e fazer com que ele aprenda de forma mais fácil e divertida. Os jogos recicláveis, além de terem baixo custo, ensinam a criança que reciclar é uma forma de preservar a natureza, e servem também de mediador entre família e escola, pois pais, educandos e professores podem confeccionar os materiais de auxílio pedagógico. Dessa forma, podemos concluir que é fundamental empenhar-se ao máximo aos nossos alunos propondo aos mesmos atividades diversificadas, pois o estímulo é fundamental para o desenvolvimento do seu intelecto. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS D’AMBRÓSIO, U. Educação Matemática da teoria a prática. 22ª Campinas: Papirus, 1996. KAMII, C. & HOUSMAN, L. B. Crianças pequenas reinventam a aritmética: implicações da teoria de Piaget. 2ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. NEGRINE, A. Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre, RS: Propil,1994. PIAGET, J. A Formação do símbolo na criança: imitação, jogo e 254 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF sonho, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. PIAGET, J. INHELDER, B. A Psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1989. VIGOTSKY, L.S. A Formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 255 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 256 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF O ENSINO E APRENDIZAGEM NAS PRISÕES Luciana Peres Antonio BONINI 1 Camila Castro Marcelino MARTINS Caroline Aparecida JACINTO 3 Maria Lúcia Ferreira de SOUZA 1 2 4 Docente do curso de Pedagogia FAEF-Garça-SP-Brasil E-mail: [email protected] 2 Discente do curso de Pedagogia FAEF-Garça-SP-Brasil E-mail: [email protected] 3 Discente do curso de Pedagogia FAEF-Garça-SP-Brasil E-mail: [email protected] Discente do curso de Pedagogia FAEF-Garça-SP-Brasil E-mail: [email protected] 4 RESUMO Este artigo tem como temática central, a função de educar jovens e adultos que se encontram no âmbito de prisões e socializações, pois a sociedade atual tem uma preocupação muito grande no sentido de buscar o processo de socialização das pessoas que se encontram privadas de liberdade no sistema prisional. Juntamente com esses benefícios, os detentos se tornarão mais aptos. Nesse artigo serão debatidos conceitos para que eles saiam capazes de ter um bom aprendizado, e adotarem uma vida melhor , para que independente do que tenham feito, não sejam capazes de cometer os mesmos erros novamente. Ressaltamos que grande parte dos presidiários não tem uma educação completa, seja por falta de condições ou problemas pessoais, sendo assim, temos como foco proporcionar a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 257 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA eles a busca pelo ensino-aprendizagem, desta maneira, além de estarem buscando uma boa educação, começarão a ver a comunidade de outra forma, aperfeiçoando assim um conceito diferente em uma sociedade em que terá novas oportunidades, para sim poderem estar inseridos com muito mais oportunidades no mercado de trabalho. Palavras-chave: Ensino, Aprendizagem, Prisões. ABSTRACT This article has as its central theme , the formation of educating young people and adults who are under arrest and socialization , because the current society has a very big concern in order to pursue the process of socialization of people who are deprived of freedom in prison system . Along with these benefits , detainees become more fit , because this article is discussed concepts they leave able to have a good learning , and adopt a better life, so that regardless of what they have done, are not capable of making the same errors again. We emphasize that most inmates do not have a complete education, either for lack of personal problems or conditions, so we have to be focused on giving them the quest for teaching and learning in this way , and are seeking a good education again begin to see the community in another way and thus perfecting a different concept in a society that will have new opportunities to yes can be inserted with more opportunities in the job market. . Keyboard: Teaching and. Learning, Prisons INTRODUÇÃO Há na sociedade atual uma preocupação muito grande no sentido de contribuir para o processo de socialização das pessoas que se encontram privadas de liberdade no sistema prisional. A educação proporcionada aos detentos pelo sistema de Educação de Jovens e Adultos (EJA) constitui como alternativa de integração e reinserção no mercado de trabalho, e não só isso, a educação pode proporcionar aos detentos uma forma de encarar a situação de estar privado de sua liberdade como uma chance de mudar de vida e atitude perante a sociedade. 258 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF As pessoas encarceradas, assim como todos os demais seres humanos, têm o direito à educação. A educação é um papel fundamental para os detentos tanto em regime fechado ou aberto, pois é através dela que eles terão uma oportunidade para dar continuidade a seus estudos e conseguirem arrumar um emprego assim que estiverem em liberdade. A educação no sistema prisional vem trazer uma maneira de educar e ensinar aos detentos o estudo que eles não tiveram fora do sistema seja por motivo de dificuldade ou falta de interesse, por isso que esse tipo de educação em um ambiente diferenciado tem que priorizar o aprendizado em todas as suas formas. Segundo o Conselho Nacional de Educação (CNE) foi diagnosticado que apenas um em cada dez detentos, se integra com as atividades educacionais que são apresentadas nas prisões. A maior parte da população dos presídios não concluiu o ensino fundamental, são muito poucos, os que possuem o conhecimento do ensino médio, sendo que a mesma proporção é analfabeta, infelizmente a falta de conhecimento dos detentos no processo de escolaridade tende a ser do sexo masculino com idade entre 18 a 34 anos. 1.UMA BREVE HISTÓRIA DA EJA Segundo Porcaro, no Brasil Colônia a educação de jovens e adultos não era vista como uma necessidade básica, e sim, apenas para fins religiosos. Já no Brasil Império começou a se ver a necessidade de alfabetizar os adultos, onde deram início às reformas educacionais. Segundo Porcaro Rosa Cristina (Apud. Cunha, 1999) José Bento da Cunha Figueiredo foi quem redigiu um relatório mostrando que 200 mil alunos eram frequentadores de aulas noturnas, assim por um longo período, foi a forma das escolas de formação de jovens e adultos funcionarem no País de acordo com a autora (1999), deram uma importância maior para que pudesse ser inserido no mercado de trabalho ou ter o direito de votos. Em 1947 com a criação da UNESCO, o governo lança a primeira campanha de educação de adultos, com a intenção de alfabetizar os adultos no período de três meses, com isso surge uma discussão sobre a educação dos mesmos no País. A situação dos analfabetos no Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 259 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Brasil era identificada como uma causa e não um efeito do precário desenvolvimento brasileiro e os mesmos ainda era julgados como incapazes, e colocados à menoridade econômica, política e juridicamente, não podendo participar de votações sendo considerados inatos socialmente (CUNHA, 1999). Em uma reforma que resultou em mudanças de iniciativas Públicas da educação de jovens e adultos, surgiu uma pedagogia de alfabetização de adultos com Paulo Freire, e um novo campo de visão para o analfabetismo de adultos no Brasil, a questão do desenvolvimento social ainda era diretamente ligada à educação no país, por não haver uma estrutura social igualitária. Porcaro diz que Paulo Freire tem uma visão diferenciada de educação e alfabetização, para o mesmo a alfabetização é a propriedade de técnicas para escrever e ler em frente do homem sobre o todo, termos conscientes para que resulte num caráter, com isso Paulo Freire foi reconhecido em todo país, por seu empenho sobre a educação popular com ênfase na educação de adultos. Porcaro relata como a EJA foi se transformando ao longo dos anos em 1967 com o governo no controle da alfabetização de adultos, surge o MOBRAL, com a LDB 5692/71 inseriu o ensino supletivo sendo consagrado um capítulo somente para a EJA estipulando que passaria a ser um compromisso do estado à faixa etária dos sete (7) aos quatorzes (14) anos que a educação de adultos era um direito de todos os cidadãos. Já em 1974 o MEC sugere a colocação do centro de estudos supletivos, já nos anos 90 a EJA passou a ter o desafio de estabelecer políticas e metodologia criativas sobre a universalização de ensino fundamental de qualidade, com o surgimento da nova LDB 9334/96 nomeou em seu artigo 3° estabelece a ideia de que todas as pessoas independentes de sua classe social o direito de frequentar a escola. Na década de 90 o governo passa para os municípios a tarefa de garantir a escolaridade na EJA e começa a surgir Fóruns de debates e iniciativas com os Fóruns, já em 1967 a EJA passa a ser registrada no Boletim da Ação Educativa que interage a agenda dos Fóruns e relatório dos ENEJAs, de 1999 a 2000 os Fóruns junto com o conselho nacional de educação juntam-se para a discussão das diretrizes curriculares para a EJA, juntamente a Secretaria Erradicação do Analfabetismo constitui a Comissão Nacional de Alfabetização solicitando aos Fóruns uma representação, o mesmo 260 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF vem sendo os mediadores da EJA, colaborando para alteração e aprofundamento do que vem a ser a EJA no Brasil (SOARES, 2004). Foi com a ajuda de Paulo Freire em suas organizações de processo seletivo que foi concluído com sucesso o desenvolvimento da EJA. 2.A EJA NAS PRISOES A educação é um elemento que cabe ao Estado não há ONGS que se possam transferir a responsabilidade de ensino por programas de alfabetização ou similar, para que isso ocorra o Estado por sua vez deve garantir esse processo como um direito, mas, nem sempre consegue por não possuir mecanismos para garantir o mesmo, e isso fica bem mais visível e claro quando vemos o número alarmante de pessoas vivendo sem a mínima condição de vida dentro dos presídios e a situação que a maioria se encontra. Os dados sobre a população carcerária até o ano de 2.009 é de uma população de 470 mil pessoas, em homens e mulheres, ao observar o perfil dessa população percebemos que 66% das pessoas encarceradas não completaram o ensino fundamental e que 11,8% são analfabetos (SCARFO,2010). Mas como promover a educação em um ambiente tão diferenciado de ensino? E qual a maneira correta de fazer com que os detentos olhem para isso como forma de aprendizado, e não de apenas um apelo jurídico para que se diminua a pena? Para compreender melhor essa pergunta temos que entender que o próprio fato dito de estar preso, já é um agravante que dificulta a aprendizagem, pois o detento perde sua autonomia e sua vida totalmente administrada pelo sistema e isso pode gerar certa impassibilidade deixando de mostrar que a educação deveria projetar uma consciência de aprender fazer e até mesmo projetar uma nova realidade pro futuro (AGUIAR,2008). Outro problema são as condições em que se encontram o sistema prisional brasileiro, no qual afeta diretamente a população carcerária ( superlotação, falta de espaços adequados, falta de funcionários qualificados e valorizados) e o próprio sistema deixa em segundo plano os atendimentos que garantem uma vida digna para essa população (AGUIAR,2009). Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 261 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Sem que sejam levados em consideração todos esses pontos a educação nas prisões não conseguirá dar continuidade ao processo de reinserção social do preso (AGUIAR, 2009) 3.OS BENEFICIOS DA ALFABETIZAÇÃO AOS DETENTOS Um dos pontos do processo de socialização do detento é a acessibilidade à educação. A alfabetização, o ensino escolar e o desenvolvimento técnico são dados mínimos indispensáveis para que inclua o preso em sociedade e seja bem sucedida, sendo assim passam a estabelecer que o ensino fundamental é obrigatório para os detentos, oferecem o ensino conhecedor em nível de introdução e aprimoramento, dentro deles estão: · Cursos particularizados oferecidos em convênio e institutos compartilhados ou reservados; · Biblioteca em todo estabelecimento prisional; Para as pessoas que exercem pena em regime entreaberto, oferecem ótima conduta e já desempenharam 1/6 da pena, nos casos de suspeitos primários e, 1/4 nos casos dos presidiários reincidentes é dado o direito de diligenciar uma autorização para frequentar um curso conhecedor do 2º grau ou da educação superior fora da prisão, desde que essas localidades estejam inseridas na mesma região em que o preso se encontra. Quando os detentos saem do presídio com o período de sua pena completada ele exerce um amadurecimento no qual se destaca no meio da sociedade, sendo assim com uma melhoria em sua vida se ele não tinha uma boa conduta em seu meio ele passa a ter uma ótima conduta desde o momento que no presídio ele se destaque em sua aprendizagem, começando assim a ver o mundo de outra forma e adotando ricas experiências. Outros benefícios que o detento tem é que quanto maior a frequência de aulas ele tiver, o período de sua pena ira diminuindo, pois isso faz com que ele esteja alcançando os seus objetivos e aperfeiçoando seus conhecimentos. Com seus objetivos alcançados automaticamente o seu nome é limpo para garantir novamente os seus direitos de cidadão. Quando o detento está cumprindo sua pena em regime semiaberto 262 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ele é apto para desenvolver voluntariamente serviços para a comunidade onde vive podendo cursar cursos profissionalizantes e até mesmo faculdade mas tudo isso com a aprovação do juiz. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que, quando se trata de educação de jovens e adultos em prisões, adotamos uma preocupação muito grande, pois o próprio fato de estarmos presos, já é uma complexa barreira que dificulta a aprendizagem, porque se trata de pessoas que perderam o direito como cidadão, e assim não dão tanta a importância para os estudos. Esse processo pode gerar certa impaciência de aprender e o detento passa a perder a sua liberdade e sua vida, o que era fácil na vida do crime passa a ser difícil, por motivos de que sua vida passa a ser administrada por um sistema. Sabemos que a aprendizagem gera em nós muito conhecimento e nos garante uma nova realidade de futuro e passamos a ser sujeitos com autonomia assim nosso principal objetivo nesse artigo, foi mostrar que após esses detentos estarem qualificados em seu ensinoaprendizado demonstraram ver com outros olhos a sociedade, fazendo assim com que ela tenha um outro significado pra eles. Então esses detentos passam a ser sujeitos melhores e capazes de ser inseridos em um bom emprego na sociedade onde vivem, fazendo assim que diminua os crimes da população e trazendo para a comunidade muitos benefícios e tranquilidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS SOARES, Leôncio. Formação de educadores: a habilitação em EJA nos cursos de a EJA nas prisões. 2008/2009. Projeto (Doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, 2008. AGUIAR, Alexandre et al. Manual do educador de orientações gerais do Pro jovem Urbano: unidades prisionais. Presidência da República. Secretária-geral da Presidência da República. Secretaria Nacional de Juventude. Coordenação Nacional do PROJOVEM Urbano. Brasília: 2009. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 263 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA AGUIAR, Alexandre. Diversidade do público da educação de jovens e adultos: Pedagogia. In: SOARES, Leôncio et al. (org.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. XV ENDIPE, Belo Horizonte: Autêntica, 2010. ______. Balanço e desafios das políticas públicas de educação de jovens e adultos no Brasil. In: SOARES, Leôncio et al (org.). Convergências e tensões no campo da formação e do trabalho docente. XV ENDIPE, Belo Horizonte: Autêntica, 2010. CUNHA, Conceição Maria da. Introdução – discutindo conceitos básicos. In: SEED-MEC Salto para o futuro – Educação de jovens e adultos. Brasília, 1999. Disponível em: http://www.guiadedireitos.org/ index.php?option=com_content&view=article&id=953&Itemid=205. Acesso em: 19/março/2014. Disponível em: http://www.guiadedireitos.org/ index.php?option=com_content&view=article&id=951&Itemid=204. Acesso em: 19/março/2014. Educação em prisões na América Latina: direito, liberdade e cidadania. Brasília: UNESCO, OEI,AECID, novembro de 2009. SOARES, Leôncio José Gomes; SIMÕES, Fernanda Maurício. A formação inicial do educador de jovens e adultos. Educação e Realidade, Porto Alegre: INEP, v. 29, n. 2, p. 25-39, 2005. SCARFO, F. O Papel (ou responsabilidade) da sociedade cível na garantia dos direitos educativos das pessoas encarceradas. In: Yamamoto, A. Gonçalves, E. Graciano, M. [et all]. Educação em Prisões São Paulo: cereja discute 2010. P. 24-27. SOARES, Leôncio José Gomes. A educação de jovens e adultos: momentos históricos e desafios atuais. Revista Presença Pedagógica, v.2, nº11, Dimensão, set/out 1996. SOARES, Leôncio José Gomes. O surgimento dos Fóruns de EJA no Brasil: articular, socializar e intervir. In: RAAAB, alfabetização e Cidadania – políticas Públicas e EJA. Revista de EJA, n.17, maio de 2004. 264 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF ______. O surgimento dos Fóruns de EJA no Brasil: articular, socializar e intervir. In: Revista de Educação de Jovens e Adultos, Coleção Alfabetização e Cidadania – Políticas Públicas e EJA, n. 17, São Paulo, RAAAB, maio de 2004. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 265 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 266 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF PESPECTIVA DE LINGUAGEM, LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Fernanda Peres ANTONIO1 Jaqueline Aparecida SILVA 2 Roberta Bragante MARTINS3 Walkíria Elias ROCHA4 1 Docente do curso de pedagogia da faculdade de ciências humana- FAEF – Garça/SP- Brasil. Email: [email protected] 2 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF - Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] 3 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF- Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] 4 Acadêmica do curso de pedagogia FAEF- Garça/SP - Brasil.Email: [email protected] RESUMO O presente artigo irá mostrar alguns conceitos e concepções do desenvolvimento da criança na Educação Infantil no que se refere à alfabetização e letramento. A linguagem tanto oral como escrita, é um instrumento que permite a participação das pessoas na cultura letrada e proporciona o acesso não só à informações, mas também ao conjunto de conhecimentos que foi escrito ao longo da história. A aprendizagem provoca um salto de qualidade no desenvolvimento da inteligência de quem aprende a ler e a escrever, já que esse aprendizado amplia e desenvolve os mecanismos cerebrais que usamos ao pensar. Isso acontece porque a escrita é um instrumento cultural complexo. Esse artigo vem apresentar os conceitos sobre Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 267 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA alfabetização e letramento que as crianças partem desde pequenas ao conhecimento de novas palavras junto ao meio escolar. Palavras-chave: Educação Infantil, Linguagem Oral e Escrita, Crianças. ABSTRACT This article will show some concepts and principles of child development in Early Childhood Education with regard to literacy and literacy. The language both oral and written, is an instrument that allows people to participate in literacy and provides access not only to information, but also to the body of knowledge that has been written throughout history. Learning causes a qualitative leap in the development of intelligence who learns to read and write, since this learning you celebrate expands and develops the mechanisms we use to think. This is because writing is a complex cultural instrument. This paper presents the concepts of literacy and literacy that children run from small to knowledge of new words with the school environment. Keywords: Childhood Education, Oral and Written Language, Children. 1.INTRODUÇÃO A linguagem sempre é dialógica, social, ela sempre está inserida em um contexto, não pode ser considerada individual. A língua não existe como objeto isolado, acabado, é construída pela interação entre no mínimo dois interlocutores, que como seres sócias produzem seus discursos. A linguagem sempre está em renovação, sempre falamos e escrevemos para alguém, e sempre é contextual. Para saber o significado da linguagem oral e escrita devemos saber o contexto, pois se não souber o contexto das palavras, não saberei o significado. O ensino não se realiza a partir de uma língua estática, pronta, sem vida, mas ocorre na atividade da própria língua em seu uso nas relações sociais. 268 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Devemos ensinar a língua oral e a usar a língua oral. Ensinar usando e dando sentindo às palavras, ensinar como signos, ensinar o porquê é importante saber ler e escrever. A linguagem é enunciação, as pessoas não trocam letras, palavras, orações,elas trocam enunciados, portanto a linguagem não é código, linguagem é sistema de codificação. A linguagem e escrita é cultura e foi inventada pelo o homem. 2.DESENVOLVIMENTO 2.1 CONCEITO DE LETRAMENTO A linguagem oral e escrita faz parte do ser humano, tudo ao nosso redor gira em torno da oralidade que é a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na memória humana. Ao irmos ao mercado, açougue ou até mesmo entre amigos em uma roda de conversa, nessas nossas ações simples e cotidianas utilizamos a língua oral e escrita para adquirir conhecimento ou transmitir conhecimento. Neste contexto é importante que dominemos a língua oral e escrita, para que nos tornemos cidadãos críticos, inclusos na sociedade. Para possuir melhor entendimento da linguagem oral e escrita é necessário que as crianças desde pequenas sejam alfabetizadas e letradas e não somente alfabetizadas que na realidade é o aprendizado do alfabeto como um código de comunicação, a alfabetização então é uma regra criada por quem inventou a escrita para que o leitor decifre o que está escrito, e assim saber usa lá corretamente. (GARCIA, 2011). Letrar perpassa a perspectiva de alfabetizar, na realidade é ensinar a ler e escrever em um contexto onde a leitura e a escrita tenham sentido e façam parte da vida do aluno (SOARES,2003). No Brasil o conceito letramento é interligado com o conceito de alfabetização, gerando uma confusão entre os termos e suas especificidades, dessa forma o letramento é considerado como um pré – requisito da alfabetização ou a própria alfabetização é considerada como parte integral do letramento (MORAIS, 2010). É preciso realçar que existem significados e especialidades distintas a esses dois termos. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 269 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA [...] a alfabetização desenvolve – se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e escrita, isto é, através de atividades de letramento e, este, por sua vez só se pode desenvolver no contexto da e por meio da aprendizagem das relações fonema – grafema, isto é em dependência da alfabetização [...] (MORAIS, 2010, p.2). Segundo Morais,(2010) alfabetizar não é letrar, consiste em finalidades especificas nas praticas socias de leitura e escrita nos diversificados contextos. De acordo com Garcia, (2011) percebe-se que a utilização do letramento em praticas sociais vem crescendo que sujeitos que não sabem ler nem escrever, são analfabetos de certa forma são letrados, quando em praticas sociais utilizando da leitura e da escrita consegue se comunicar. A designação de letrado de acordo com Garcia,(2011) seria sujeito que embora não tenha frequentado a escola e não tenha aprendido ler nem escrever, utiliza e compreende estratégias de uma cultura que possui letramento. Então pode se dizer que um sujeito ser letrado, não necessariamente precisa frequentar a escola e ser alfabetizado, mas ele deve exercitar a leitura do mundo no seu dia a dia, se tornando um cidadão participativo na comunidade, em associações, clubes, instituições, igreja e assim por diante. (GARCIA, 2011). Uma pessoa letrada escreve uma carta, com o auxílio de um outro indivíduo alfabetizado, ao ditar o texto para o escribo analfabeto produz seu próprio texto, que possui suas particularidade, demonstrando que conhece determinadas formas de estrutura e funções da escrita.(GARCIA, 2011). O aluno precisa estar atento e saber fazer uso de atividades de leitura e escrita. Para fazer parte do universo do letramento é importante que o sujeito tenha o hábito de ler um jornal frequentar revistarias e livrarias e ao mesmo tempo apropriar – se da escrita (SOARES, 2003). 2.2 CONCEITO DE ALFABETIZAÇÃO Aprender a escrever não é só o fato de pegar no lápis ou imitação, aprender a escrever é ter uma função intelectual. Quando se escreve, são exercitadas a atenção,a memória e a inteligência. 270 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Muitas vezes as crianças aprendem as letras, sílabas e as palavras sem sentido, não entendem o que está escrito, pois houve a assimilação e não o aprendizado. A escrita é um instrumento cultural muito complexo, às vezes as palavras que se escrevem diferente da fala complicam as crianças, fazendo com que escrevam de maneira que falam e quanto mais elas vivenciarem o campo das palavras, irão aprender sem ter, que ter tanto esforço ao ensinar. É preciso saber a razão do ler e escrever cabe aos professores desde o início usar a escrita junto com as crianças em situações verdadeiras de produção textual para uma determinada destinação. As crianças dizem o que desejam escrever e o professor redige o texto, já que nesse momento da vida da criança ela ainda não adquiriu autonomia. Quando começam a emitir a fala, é que o professor deve intervir para explorar a sua fala e ensinar a criança a falar corretamente. Toda literatura é feita pela experiência social, com as falas das crianças percebemos se as crianças estão formando relações. Ler é um processo de encontrar sentido, pois apropriamos da cultura através da leitura. Quanto mais leituras e atividades as crianças conhecerem, outras culturas, mais elas terão imaginação, pois ler para crianças não é juntar sílabas, é compreender. Por esse motivo que leituras obrigatórias têm maior chance de dar errado, pois a leitura deve ser levada ao aluno de forma que seja pessoal para ele. É importante que o professor não obrigue leituras, mas que as apresente com sentido e motivação para que sejam parte do projeto pessoal do aluno. 2.3 DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ORAL E ESCRITA EM CRIANÇAS DE 0 A 5 ANOS Ao falarmos sobre a leitura que utiliza o código linguístico, é necessário lembrar que desde muito novas as crianças aprendem a fazer leituras que utilizam códigos de representação para a formação do pequeno leitor, exemplo: a leitura de imagens que podem ser por rótulos, expressões e gestos. Assim, cabe ao professor ensinar a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 271 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA escrita junto com as crianças em situações verdadeiras de produção textual para uma determinada destinação, tal como afirma Vygotsky(1988). 2.4 SUGESTÕES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA É necessário que as crianças desde pequenas tenham um bom estudo, que possam ser alfabetizadas e letradas, para que assim dominem a leitura e a escrita compreendendo – as no contexto social em que vivem. Pensando dessa maneira descrevemos algumas sugestões para a prática pedagógica. Não devemos confundir os termos alfabetizar e letrar, pois eles têm significados distintos (MORAIS, 2010). Jamais desenvolver uma prática alfabetizadora espontânea, somente com material escrito esperando da criança compreensão (MORAIS, 2010). Considerar a leitura e a escrita neutra, como se a utilização dos mesmo no contexto social não fosse feita com frequência, de modo que a escola fosse apenas uma agência de letramento(MORAIS, 2010). O trabalho com diferentes gêneros textuais pautados de variados suportes de leitura e escrita devem fazer parte do material didático do professor em substituição das cartilhas de alfabetização tradicionais. (MORAIS, 2010). Oferecer para o aluno acesso a cultura letrada com diferentes formas de recursos comunicativos, desenvolvendo no educando o conhecimento (MORAIS, 2010). As experiências das crianças que fazem parte da sua cultura, que são trazidos de casa conforme sua vivência com a oralidade do grupo familiar não deve ser apagado ou esquecido, pois é um conhecimento real da criança, que deve ser trabalhado pelo educador para poder se transformar em conhecimento formal transmitido pela escola (MORAIS, 2010). O professor deve ser um mediador do saber, trabalhar com as funções psicológicas superiores do educando para que o mesmo se desenvolva automaticamente. Se trabalhado com o educando com diferentes formas de aprendizagem significativas o mesmo refletirá sobre o uso e a função social da escrita em seu cotidiano, conseguindo interagir 272 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF com a mesma em usos reais nas diferentes situações comunicativas, conseguindo escrever com o auxílio do sistema alfabético e ortográfico desenvolvendo as habilidades textuais, produzindo textos e percebendo que cada tipo de texto possui um gênero, uma estrutura e uma organização diferenciada e entendendo cada finalidade. É indispensável para uma boa prática pedagógica e sociolinguístico do sistema alfabético e ortográfico (MORAIS, 2010). 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS No berçário dirigimos nossas ações para ensinar a criança a falar, nos anos seguintes, queremos que ela aprenda a ficar quieta, ensinamos a andar, e nos anos seguintes queremos que fiquem sentadas. É necessário ampliar nosso repertório para assim ampliar ao máximo o acesso das crianças á cultura. É necessário que conheçamos o ritmo de cada criança, o modo como prendem e administram seu tempo. Devemos envolver profundamente as crianças nas experiências que propomos a elas. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAKHTIN, M(2003). Estéticas da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes. GARCIA, Luciana Soares da Silva. Alfabetizar letrando. Disponível em http://www.cefaprocaceres.com.br/index.php?option= com_content&view=article&id=521:alfabetizarletrando&catid=26:pedagogia&Itemid=134. Acessado em 09 de Fevereiro de 2014. MORAIS, Georgyanna Andréa Silva. Alfabetizar letrando: desafios da prática pedagógica alfabetizadora. 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Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF UMA ABORDAGEM SOBRE GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA BRASILEIRA FREITAS, Rosana dos Santos de Moraes1 SOUZA, Margarethe Costa Barbosa de2 TOMÉ, Marta Fresneda3 1 Acadêmica do cursos de bacharelado em Pedagogia da FAEF mantida pela Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG) [email protected] 2 Acadêmica do cursos de bacharelado em Pedagogia da FAEF mantida pela Associação Cultural e Educacional de Garça (ACEG) [email protected] 3 Orientadora, psicóloga, Mestre em Psicologia social, Doutora em Educação, Docente da FAEF-SCEG RESUMO A gestão democrática no âmbito escolar busca em um de seus princípios a inserção de toda a comunidade local no processo educacional, sendo de grande relevância a participação destes nas atividades desenvolvidas pela escola, uma vez que esperam, os ideais de uma sociedade que clama por um ensino de qualidade. Este trabalho pretende subsidiar informação sobre a prática da gestão democrática na escola e a associação de pais e mestres (APM). Palavras-chaves: Gestão democrática. Associação de pais e professores. Educação Básica. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 275 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ABSTRACT The democratic administration in the school extent looks for in one of their beginnings the whole local community’s insert in the education process, being of great relevance the participation of these in the activities developed by the school, once they wait, the ideals of a society that shouts for a quality teaching. This work intends to subsidize information on the practice of the democratic administration in the school and the parents’ association and masters (APM). Keywords: Democratic administration. Parents association and teachers. Basic Education. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como princípio discorrer sobre a gestão escolar e a Associação de Pais e Mestres (APM) , porque é de fundamental, sua importância para garantir o alcance dos objetivos educacionais, pois é através da participação que se constrói a autonomia. A gestão escolar é uma maneira de organizar o funcionamento da escola em relação aos aspectos administrativos, políticos, culturais e pedagógicos, sua finalidade é dar transparência nas suas ações e atos, essa nova forma de administrar a educação mostra um fazer crítico e coletivo. Para elaborar este artigo realizamos uma busca por informações na biblioteca da instituição Faef e também pela internet. Encontramos muitos materiais, que foram de primeiro momento selecionados pela professora orientadora. Também foi aplicado um questionário-entrevista em uma escola, sendo este respondido pelo diretor responsável. Este artigo foi dividido em duas partes, a primeira se trata a questão da democracia no ambiente escolar e também a respeito da Associação de Pais e Mestres. A segunda, apresenta um relato de experiência. Este assunto é de grande importância para professores e estudante de pedagogia já que uma vez inserido no meio escolar ele terá a oportunidade de usar este conhecimento, atuando na gestão 276 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF democrática da escola podendo influenciar os demais membros da comunidade escolar em benefício da instituição. 1 A GESTÃO DEMOCRÁTICA EM ESCOLA PÚBLICA A gestão democrática é o espaço de autonomia que se constrói no dia-a-dia escolar por meio dos objetivos coletivos.Para que isto aconteça é fundamental que a escola tenha o seu espaço respeitado pelos princípios da lei de gestão democrática (MEC,2004). Também é fundamental que o cidadão tenha o seu espaço de autonomia para o exercício da cidadania, pois assim se sentirá participante do processo, e sua contribuição será consciente nas decisões, pois este espaço faz parte de suas vidas, a forma de usar este espaço é o reflexo de sua cidadania. Na escola democrática o trabalho é envolvido por todos, os agentes do processo de educação, é de grande relevância, a participação da comunidade local neste processo, pois expressam seus anseios, questionamentos contribuindo para o progresso educacional. Ao participarem das atividades escolares a comunidade se sente integrante da escola e adquire um sentimento de que a escola de alguma forma também pertence a ela (MEC,2004). Então A escola pública deveria de fato pertencer aos cidadãos já que representa a voz da sociedade, porém não é bem assim que acontece. No Brasil uma tradição patrimonialista, em que a escola enquanto instituição pertence ao governo, e este sentimento de que a escola pertence ao governo acaba por camuflar a gestão democrática (MEC,2004). Com a Constituição de 1988 acontece uma contribuição dos sistemas de ensino e como consequência surge então a necessidade de autonomia da escola, daí a criação de conselhos com certa autonomia para o exercício democrático por meio do coletivo (MEC,2004). O conselho escolar é um fator importante para a gestão democrática, ele representa a escola e expressa a vontade da comunidade local, tem como finalidade alcançar os objetivos educionais, por meio dele a comunidade revela seus anseios. Para acontecer a gestão democrática na escola pública a LDB(1996) determina algumas normas como, por exemplo, a Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 277 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA participação da comunidade local no conselho escolar e a presença de profissionais da educação nos projetos pedagógicos (MEC,2004). Além do conselho escolar existem também, no âmbito escolar, algumas entidades que contribuem para a gestão democrática e melhor desenvolvimento no processo educacional, como por exemplo, as associações de pais e mestres (APM), conselhos deliberativos, caixas escolares. Conforme Luck (2009) esses órgãos são unidades executadas sem fins lucrativos que buscam a integração escola-família-comunidade fornecendo assistência à escola contribuindo assim para que os objetivos educacionais sejam alcançados. Porém a participação da comunidade em todos os momentos não acontece de fato, pois ocorre um envolvimento superficial dos membros destes órgãos, sendo a resposta final dada pela direção.Diante desta situação em que estas entidades não têm poder de decisão, a democracia ocorre parcialmente dentro das escolas. Diferente do que diz o Ministério da Educação brasileira , que esta situação é favorável para o desenvolvimento e a democracia da escola, uma vez que a questão pedagógica e administrativa fica a cargo do conselho escolar tomar a decisão e quanto às entidades executoras de ,à escola ficaria apenas a função de realizar as tarefas (MEC, 2004). 1.1 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES A associação de pais e mestres(APM) é uma instituição que tem como finalidade colaborar para que os objetivos educacionais possam ser alcançados. No entanto para que isso aconteça de forma produtiva é indispensável a presença de pais, professores, diretores, núcleo de apoio técnico pedagógico e administrativo e comunidade em seu quadro de membros (ESTATUTO PADRÃO APM,2013). Procura representar os anseios da comunidade e levantar recursos materiais e financeiros para utilizar na manutenção do prédio da escola e demais necessidades sociais, econômicas e etc ( ESTATUTO PADRÃO APM,2013). A APM por meio de seu plano anual de trabalho, inserido no plano escolar, através das atividades propostas, procura integrar pais, 278 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF professores, alunos, afim de reforçar os objetivos educacionais. Esta interação possibilita aos pais receberem informações sobre o processo de ensino de seus filhos e aos professores informações sobre a vida familiar de seus alunos, podendo de alguma forma contribuir para o processo de ensino aprendizagem (ESTATUTO PADRÃO APM,2013). Todos os associados para realizarem suas tarefas com afinco e responsabilidade deverão conhecer bem o estatuto da APM e também a proposta pedagógica de ensino da instituição assim durante as assembleias poderão dar sugestões, receber informação e apresentarem novas pessoas da comunidade para o quadro de membros (ESTATUTO PADRÃO APM,2013). Seu trabalho é social, educativo sem fins lucrativos e tem como parâmetro princípios educacionais do Estado. Conforme o Ministério da Educação: As associações de pais e mestres, caixa escolar, grêmios, estudantes e outras organizações (ONGs) são importantes, fundamentais até, para promover a mobilização de pais, estudantes e dos setores da sociedade comprometidos com a escola, como canais de representação de suas categorias nos conselhos escolares e, também, para gestão de recursos. Mas não pode substituir o poder, a institucionalidade da escola. (MEC, 2004, p.56-57). Sua administração é composta de assembleia geral, conselho deliberativo, diretoria executiva e conselho fiscal (ESTATUTO PADRÃO APM,2013). A APM procura anexar nos quadros de aviso da escola seu plano de trabalho com as atividades a serem desenvolvidas e informações que julga necessário(ESTATUTO PADRÃO APM,2013). 2 RELATO DE EXPERIÊNCIA A entrevista foi realizada com a gestora de uma unidade escolar, sua formação profissional é ampla, abrange licenciatura em pedagogia, letras e francês.Tem como experiência profissional 25(vinte e cinco) anos em sala de aula, atuando como pedagoga, e nos ultimos 20(vinte) anos tem atuado como gestora.Com base no questionário proposto, à entrevistada relata que Gestão democrática é uma gestão participativa, onde o projeto político pedagógico da Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 279 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA escola é alaborada não só pela equipe gestora da unidade escolar, mas também com a participação do corpo docente, discente, enfim de toda a comunidade a quem a escola serve. A proposta pedagógica da escola deve refletir os anseios da comunidade escolar. Sua elaboração deve ser realizada de forma colegiada. Não deve ser um documento definitivo, mas sempre quando de sua execução contar com momento de reflexão para adequações, supressões e inclusões. Em suma a proposta pedagógica deve em sua elaboração contemplar: elaboração conjunta, tendo em vista os interesses da comunidade a que serve, execução e avaliação para possíveis reorientações. A Associação de Pais e Mestres é uma instituição auxiliar das escolas, que tem como finalidade colaborar no processo educacional na assistência as escolas e na interação família-escola-comunidade. A APM, entidade com objetivos sociais e educativos, não terá caráter político, racial ou religioso e nem finalidades lucrativas. Seus membros são eleitos no início do ano letivo. Sua composição é feita de pais, professores, funcionários, de acordo com o estatuto vigente, por um mandato de um ano. As reuniões são, ordinariamente, pelo menos uma vez cada semestre.Os problemas encontrados para aplicar a gestão democrática são: - dificuldades para elaboração do trabalho colegiado com o envolvimento de todos os segmentos da comunidade escolar. - grande rotatividade e falta de professores. 2.1 ANÁLISE DA ENTREVISTA A gestora da instituição nos atendeu atenciosamente, respondendo o questionário/entrevista, devidamente. Segundo a gestora a democracia não ocorre de fato por falta do envolvimento da comunidade escolar. Compreede-se que a gestão democrática é um processo complexo, e que exige de todos os envolvidos neste processo ações sólidas que garantam a concretização das ações de um trabalho coletivo. Segundo Demerval Saviani, gestão democrática é complexa,polêmica e política, esta política esta relacionada com a política Educacional, conforme relata: 280 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF quando mais se falou de democracia no interior da escola,menos democracia foi a escola; e de como, quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada como a construção de uma ordem democrática (SAVIANI,1995,sp) . A postura da diretora é democrática os envolvidos se sentem a vontade para expor suas opiniões e ideias, direcionando os resultados para o objetivo final, um ensino de qualidade. Voltada para a necessidade dos educandos em conformidade com os desejos da comunidade escolar. CONSIDERAÇÕES FINAIS Podemos observar a necessidade de ampliar os esforços na construção de escolas cada vez mais democráticas, rompendo com a prática da escola tradicional. Identificamos que a democracia atravessa todos os princípios da educação democrática, a comunidade escolar como um todo deve decidir e compartilhar todos os problemas e mudanças da instituição. Podemos observar que a questão da democracia é muito discutida.Porém só se efetivará de verdade quando toda essa teoria for colocada em prática. Não houve dificuldade para a elaboração deste artigo, encontramos muitos materiais didáticos relacionados ao tema.Este trabalho contribuirá para o aperfeiçoamento de professores e futuros pedagogos, podendo por meio deste conhecimento adquirido participar democraticamente das atividades realizadas na escola, influenciando alunos demais professores, pais, toda a comunidade por uma sociedade melhor. De fato para que a democracia possa acontecer realmente na escola é necessário que haja uma parceria com a comunidade, percebemos dentro das escolas que este trabalho que envolve pais, professores e comunidade é falho, quando faz-se uma reunião para convidar os pais ou comunidade não é realizado anteriormente um trabalho que desenvolva esta motivação.Geralmente manda-se o convite um (1), ou (2) dois dias antes das reuniões, impedindo estes de participarem devido à falta de disponibilidade de tempo. Portanto falta uma organização e um trabalho bem desenvolvido e direcionado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 281 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Este trabalho poderia ser desenvolvido nas reuniões de pais, festa da família ou nas demais atividades desenvolvidos pela escola no decorrer do ano. A presença da Gestão Democrática no âmbito escolar é de grande relevância uma vez que abre espaço para que a voz da sociedade através de representabilidade argumente os anseios , expectativas da comunidade, com objetivo de transformar a sociedade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL, Conselhos Escolares: Conselho Escolar, Gestão Democrática da Educação e Escolha do Diretor. Brasília: MEC,2004. _________. Conselhos Escolares: Uma Estratégia de Gestão Democrática da Educação Publica.Brasília:MEC,2004. ESTATUTO PADRÃO: Associação de pais e mestres.Disponível e m : < h t t p s : / / w w w. g o o g l e . c o m . b r / u r l ? s a = t & r c t = j & q = &esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&ved=OCEwQFjAD&url= http%3A%2F%2Fxa.yimg.com%2FKq%2Fgroups%2F17235409%2F716867 058%2Fname%2F03%2BEstatuto%2Bpadrao%2Bda%2BAPM%2Bquadro%2Bresu mo%2Blegisla%25C3%25A7%25C3%25A3o.pdf%ei=WLw8UvG BpKC9gT9woDoDw&usg=AFQjCNFj5ha6BJCfRjZK44omSmCLhWvh0w&bv m=bv.52434380,d.dmg > Acesso em 17 de Setembro de 2013. LUCK, Heloísa. Dimensões da Gestão Escolar e suas competências. Curitiba: Editora Positivo,2009. SAVIANI,Demerval. Escola e Democracia.35ed.Campinas,2002. 282 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES A PARTIR DE ALGUMAS INQUIETAÇÕES DE FREIRE, PAPERT E NÓVOA Rodrigo Yoshio TAMAE1 1 Doutorando pelo PPGE - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp Presidente Prudente-SP Docente dos cursos de Administração e Turismo da FAEF e-mail: [email protected] RESUMO Percebe-se que há um grande entrave no desenvolvimento social causado pela incapacidade das escolas tradicionais na missão de formar cidadãos dotados de habilidades críticas ao mesmo tempo em que se percebe um discurso dicotômico que posiciona o professor como elemento-chave neste contexto. Neste sentido, julga-se necessário refletir a respeito da formação de professores a partir das considerações e inquietações de importantes autores como Paulo Freire, Seymour Papert e António Nóvoa que destacam os problemas políticos, sociais e racionais ligados ao processo de formação de professores, bem como relatar o que seria, na visão destes autores, a nova escola ou a refundação da escola, capaz de mudar o cenário educacional e acadêmico, bem como de transformar a escola e o professor em agentes capazes de despertar e desenvolver, no indivíduo, suas verdadeiras competências e interesses a respeito do próprio aprendizado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 283 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Palavras-chave: Formação de professores. Política na educação. Papel do professor. Profissional reflexivo e Nova escola. ABSTRACT One realizes that there is a major impediment to social development caused by the inability of traditional schools in the mission of forming citizens with critical skills at the same time that they notice a dichotomous discourse that positions the teacher as a key element in this context. In this way, it is necessary to reflect about regarding graduation of teachers starting on the point of view, considerations and concerns of major authors such as Paulo Freire, Seymour Papert and Antonio Nóvoa that highlight political, social and rational issues related to teacher graduation process and how to report what would be, in the view of these authors, the new school or the refounding of the school, able to change the educational and academic setting as well to transform schools and teachers into agents able to awaken and develop the individual, their true skills and interests about their own learning. Keywords: Graduation of teachers. Politics in education. Teacher attributes. Reflective practitioner and New School. INTRODUÇÃO A Constituição Federal (BRASIL, 1988), em seu Art. 6º, afirma que a educação consiste em um dos direitos sociais do cidadão brasileiro. O Art. 205º diz que a “educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, que será promovida com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. No entanto, mais do que um direito, Mandela (2003) considera que “Education is the most powerful weapon we can use to change the world - Educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo”. Apesar disso, não se pode esquecer de considerar que o sistema tradicional de educação utilizado no Brasil (e também em outros países) não tem mostrado eficiência no processo de formação 284 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF cidadãos críticos e nem mesmo no desenvolvimento de habilidades intelectuais básicas (como a interpretação textual, escrita ou transcrição de ideias), bastando para isso, verificar a qualidade dos alunos que chegam ao nível superior, o que representa um grave problema para o desenvolvimento social. Dewey (PENAFORTE, 2001) destaca que o impacto de um processo educacional incapaz de produzir pessoas dotadas do hábito de aprender por toda a vida termina por roubar delas sua capacidade potencial de lidar com situações desconhecidas. Dewey ainda questiona a respeito de qual é a vantagem de ganhar “pacotes de conhecimentos” nas mais diversas áreas, de adquirir capacidade para ler e escrever, se nesse processo o indivíduo perde sua própria alma, perde sua apreciação das coisas importantes, dos valores aos quais essas coisas são relativas; se ele perde o desejo de aplicar o que aprendeu e, acima de tudo, perde a habilidade de extrair significado de suas futuras experiências (quando ocorrerem). Deve-se considerar ainda que, a cada nova geração, os jovens apresentam novos padrões comportamentais, diferentes características de consumo de informação e de tecnologia. Por isso, a professora Loriza Lacerda de Almeida, do campus da Unesp de Bauru, durante o evento “Práticas Pedagógicas”2 alerta para as mudanças que ocorrem dentro da sala de aula e que o professor deve compreender as mudanças de geração dos alunos, pois, vivemos um momento de ruptura comportamental, onde novos costumes, atitudes e objetivos exigem maior flexibilidade e que devemos aproveitar tal oportunidade para construir uma nova sociabilidade e cultura. Para tanto, considera-se necessário refletir a respeito da formação do docente e na qualidade de suas práticas, fazendo-se necessário compreender o processo de formação e do desenvolvimento dos saberes docentes. Nóvoa (1999), nos adverte que o papel do professor na construção, do que ele chama de “Sociedade do futuro” esta impregnada de uma dicotomia discursiva, pois, há uma notória diferença entre a realidade discursiva e a realidade prática. Os professores são vistos com desconfiança, acusados de serem profissionais medíocres e possuírem formação deficiente, ao mesmo tempo em que estes mesmos professores são considerados elementos essenciais para a melhoria da qualidade de Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 285 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA ensino e crescimento social e cultural em momento oportuno, tanto pela sociedade como pela classe política. Assim, considerando os diferentes paradigmas de formação de professores e seus enfoques alternativos para o desenvolvimento de teorias ou práticas tornar-se necessário apresentar as razões que possam definir o docente como profissional que possui interesse e capacidade para provocar a reconstrução do conhecimento experiencial que os alunos adquirem durante sua vida prévia e paralela à escola. Por isso, este trabalho tem por objetivo geral provocar uma discussão a respeito da temática formação de professores sob a ótica de importantes autores, bem como seus impactos políticos e sociais. Para isso, desdobra-se nos seguintes objetivos específicos: Definir o escopo da formação de professores, posicionar a formação de professores, bem como o papel dos professores sob o aspecto político, apresentar a visão mercantil a respeito do “mercado” da educação e, por fim, apresentar (em tom de sugestão) as inquietações de renomados pesquisadores a respeito da escola do futuro. 1. REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DE PROFESSORES No Dicionário Escolar de Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras, o termo “formação” refere-se ao “ato ou efeito de formar; o processo de educação, de instrução: a formação profissional”. Para Santiago e Batista Neto (2011), a formação de professores é uma atividade eminentemente humana, inscrita no campo da educação como uma categoria teórica, uma área de pesquisa, conteúdo da política educacional e uma prática pedagógica. É, portanto, uma atividade complexa, multirreferencial, intencional e institucionalizada. Logo, o processo de formação de professores deve proporcionar, em primeiro lugar, situações que viabilizem a reflexão com a plena ciência de condições sociais, culturais, ideológicas, políticas e, até mesmo, corporativas. Portanto, pode-se afirmar que a formação de professores é um tema bastante amplo, uma atividade humana, de certa forma teórica, uma área de pesquisa, dependente de processos políticos e de práticas pedagógicas, que tem despertado o interesse do governo, 286 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF pesquisadores, gestores e professores, mobilizada em mostrar a relevância social que a envolve, fazendo surgir abordagens diversas e ações de diferentes naturezas. Desta forma, nota-se um grande interesse social pelo professor e pela qualidade de sua formação, sem esquecer a necessidade de definição de políticas públicas, adoção de metodologias contemporâneas e da promoção de quebra de paradigmas para atingir este fim. Como critica Nóvoa (1999), há uma retórica abundante sobre o papel fundamental do professor na construção da sociedade do futuro, onde políticos e intelectuais procuram, entre outras coisas em seus discursos, dignificar os professores pela valorização da profissão docente, por uma maior autonomia profissional e por uma melhor imagem social. Ele destaca a importância do professor nos desafios futuros e o papel de organizações internacionais no que diz respeito a trazer os professores como atores principais deste cenário, pois estes tornam-se alvo de atenção política e de opinião pública quando não há respostas para os problemas socais em geral. Sob o enfoque acadêmico, para Sacristán e Gomez (1998) o fato de o ensino ser, em primeiro lugar, um processo de transmissão de conhecimentos e de aquisição da cultura pública acumulada pela humanidade, o professor é concebido como um especialista nas diferentes disciplinas que compõem a cultura e sua formação estará vinculada estreitamente ao domínio dessas disciplinas cujos conteúdos deve transmitir. Entre as décadas de 1980 e 1990, alerta Nóvoa (1999), sobre a relevância do desenvolvimento do campo de pesquisas na área da pedagogia e ciências da educação, para o fato desta comunidade científica-educacional manter-se em função dos professores e que legitima-se sobre uma reflexão a respeito dos professores, provocando a “deslegitimação” destes mesmos professores como produtores de saberes e se assumem autoridades científicas no campo educativo, uma vez que a profissionalização dos professores esta dependente da possibilidade de construir um saber pedagógico que não seja puramente instrumental3. A respeito disso, pode-se verificar no relatório da OECD (Organisation for Economic Co-operation and Development), Education Policy Analysis (1998) onde são apresentadas três páginas que concluem que “a centralidade dos professores nem sempre é Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 287 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA devidamente reconhecida no plano político”. Assim, especialistas internacionais dedicam atenção aos domínios da formação inicial e continuada, levando a uma concepção escolarizada de formação de professores que se consolida em um “mercado de formação” (no sentido mercantil) ao mesmo tempo que se dilui o sentido da reflexão experimental e da partilha dos saberes profissionais. O Holmes Group em seu relatório Tomorrow´s Schools of Education (1995, p.1) escreveu “Muitas pessoas e instituições dedicam-se à formação de professores apenas e unicamente por se tratar de um mercado rentável. A formação de professores e de educadores é um grande negócio numa nação que emprega mais de três milhões de educadores. Os dólares cintilam nos olhos daqueles que andam a procura de boas oportunidades de mercado”. Nóvoa (1999) também destaca que, na Europa, os quatro milhões de professores constituem um “mercado” altamente cobiçado, a ponto do ministro da educação nacional do governo socialista francês afirmar ser necessário inserir vagarosamente no sistema de ensino o espírito de empresa e de inovação, considerando que a educação será o grande mercado do século XXI. Desta forma, este mercado tem trazido para a formação de professores um conjunto de instituições e grupos científicos que nunca haviam demonstrado interesse neste campo, resultando na pobreza da maioria dos programas de formação de professores. A este respeito ele cita o desabafo de um renomado professor português para uma plateia de universitários da área das ciências da educação: “Vocês domesticaram-nos! Não temos mais espaço, nem legitimidade para lançar dinâmicas pedagógicas novas”. Freire (Freire e Papert, 1995) afirma que em tempos remotos as pessoas faziam coisas e já possuíam a noção de saber “como fazer” mesmo sem terem dado nomes as coisas e nem mesmo desenvolvido a escrita. Portanto, começamos a saber que sabíamos tempos antes de dizer que sabíamos. Aprendemos antes de ensinar e foi exatamente a constatação de que aprendíamos sem ensino que nos ensinou a ensinar. Desta forma, ela ressalta que o problema em questão é corrigir o equívocos deste processo de “escolarização” ou “academização” que, para ele, não são erros didáticos ou metodológicos, mas sim, erros políticos. 288 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF Como descreve Hans Vonk (1991, p.143) “Nas sociedades atuais, os burocratas definem vários problemas sociais e educacionais numa perspectiva gerencial e não numa perspectiva de conteúdo”, referindo-se ao excesso dos discursos em torno da missão dos professores que tendem a esconder a pobreza das políticas. Neste contexto, Papert (Freire e Papert, 1995) insiste que vivemos um período de reforma curricular, de mudança no processo de administração escolar, onde de um modo geral, devemos ignorar as características históricas gerais, como a burocracia, porque a burocracia possui seus próprios interesses e não esta aberta ao diálogo a respeito do que seria melhor para as crianças e para a educação. Em tom irônico, mas carregado com uma boa dose de humor, Papert em debate com Paulo Freire (Freire e Papert, 1995) faz crítica a este saber instrumental ao contar a seguinte história: uma garotinha pergunta à professora “professora, o que eu aprendi hoje?” e a professora, surpresa, responde com outra pergunta “Por que você pergunta isso?” e, então, a garotinha conclui “todos os dias quando chego em casa, meu pai me pergunta o que eu aprendi na escola hoje e nunca sei o que responder”. Freire afirma que tal história tem muito a ver com a forma como ele pensa a respeito do ensino ou mais precisamente de como o ensino deveria ser, contrariando o sistema tradicional, como uma pedagogia da curiosidade e não da resposta. Papert é ainda mais incisivo ao dizer que “paramos de aprender quando ingressamos na escola” e que não há um equilíbrio entre o aprendizado e o ensino, onde o ensino tem sido muito mais valorizado do que o potencial de aprendizado do indivíduo. A este respeito, em tom crítico e ao mesmo tempo sugerindo (e desejando) uma mudança urgente, Papert (Freire e Papert, 1995) diz que o processo de aprendizado ocorre em três estágios: O Primeiro estágio corresponde ao período em que a criança nasce e começa a aprender pelo ato de explorar, onde a influência dos pais ainda é pequena; O Segundo estágio começa quando o individuo ingressa na escola e, então deixa de aprender e passa a ser ensinado, sufocando o instinto de curiosidade natural da criança; e o Terceiro estágio ocorre justamente após o individuo (normalmente uma pessoa crítica e criativa) “sobreviver” ao Segundo estágio que, por um motivo ou outro, o leva de volta ao Primeiro estágio ao se deparar com um ato ou necessidade experimental que não pode ser ensinado. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 289 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Quanto aos problemas do segundo estágio, pode-se estabelecer uma relação com a afirmação de Nóvoa (1999) quando ele considera a universidade como uma instituição conservadora que reproduz a dicotomia teoria/prática e conhecimento/ação, apesar dos discursos de inovação, mudança, professor reflexivo, pesquisa-ação, entre outros, de tal forma que leva os pesquisadores a saberem o que os professores sabem, mas não diz como os professores devem desenvolver aquilo que já sabem. No cenário atual, em pleno século XXI, a crítica de Nóvoa (1999) é bem pertinente a respeito da atitude dos pais ao exigirem que os professores assegurem aquilo que eles próprios já se demitiram há tempos ou mesmo a respeito dos empresários que se queixam sobre as competências que os alunos desenvolvem e que mais tarde não valorizam ou utilizam. Para ele, fica claro que há “excesso de futuro” como forma de justificar a “pobreza do presente” ao citar Antonio Vieira no século XVII, que dizia “há elementos da história do futuro que podem ser trazidos para o debate”. Em sua conclusão, Nóvoa (1999) julga ser necessário que exista um resgate social da profissão docente e a definição de políticas educativas coerentes. Para ele é impossível imaginar alguma mudança que não passe pela formação de professores, tornando-se necessário construir lógicas de formação que valorizem a experiência como aluno, como aluno-mestre, como estagiários, como professor iniciante, como professor titular e até como professor reformado. No tocante aos programas de formação, julga que a lacuna consiste na falta de integrar estas dimensões no cotidiano da profissão docente, fazendo com que elas sejam parte essencial da definição de cada um como professor. Freire (Freire e Papert, 1995) classifica o estado atual da escola como “péssima”, mas para ele a questão não consiste em acabar com a escola, mas sim, mudá-la, tornando-a um ser tão atual quanto a tecnologia, colocando a escola a altura do seu tempo. Seguindo esta proposta, Papert sugere que o adoção das TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação) na educação tem como principal papel contornar o Segundo estágio, pois permitirá ao aluno ser capaz de rejeitar a opressão (do modelo tradicional de ensino) e se manter dentro de um senso de curiosidade que tinha desde que era pequeno, ressaltando a escola como o local onde as pessoas devem ir e se 290 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF encontrar para aprender, lembrando que nunca as TIC poderão substituir a escola. Por isso, exalta que o papel dos educadores é encontrar um novo caminho, buscar novas maneiras de lidar com as crianças, por meio de uma tríplice aliança: adulto-criança-saber. Como constata Freire (Freire e Papert, 1995), uma das razões da criação da escola, e que só ficou clara recentemente (para ele), foi que na experiência do Primeiro estágio a pessoa não chega a sistematizar o conhecimento de modo a assegurar a continuidade do processo de busca pelo novo conhecimento. Assim, ele diz que uma das tarefas centrais da escola é proporcionar “o conhecimento do conhecimento já existente” e a “produção do conhecimento ainda não existente”. Ele acredita que o Primeiro estagio com o uso das novas tecnologias pode acelerar a apreensão do conhecimento, mas não necessariamente acelerar a razão de ser do conhecimento. Nesta ótica, convém citar Santos (1998): O essencial é saber que, entre as possibilidades que o mundo oferece em cada momento, muitas ainda não foram realizadas. Uma análise que pretenda ajudar a enfrentar o futuro deve partir desse fato muito simples: não se pode analisar uma situação apenas a partir do que existe. A análise de uma situação exige que consideremos também o que não existe, mas que pode existir. Não basta nos fixarmos apenas no que não existe, sob o risco de sermos voluntaristas. É indispensável tomar como referência aqueles elementos de construção do novo oferecidos pela história do presente e ainda não utilizados. Freire (Freire e Papert, 1995) questiona como trabalhar a promoção necessária do conhecimento, do saber comum para o conhecimento metodicamente científico e rigoroso sem a organização de um entidade destinada a isso. Então, Papert propõe uma nova escola, um lugar onde as pessoas possam se encontrar com outras que tenham o mesmo nível de conhecimento delas, onde as crianças possam entender a razão de ser (aquilo que a escola atual não pode dar a elas), o que elas poderão descobrir sozinhas, mas de maneira muito menos estruturada. Para Freire, a escola deve desafiar a curiosidade epistemológica do aluno para incentiva-lo a descobrir a razão de ser dos fatos, dos objetos, do conhecimento e não fazer o que ela esta fazendo atualmente, o que poderá ajudar a própria escola porque o aluno vai para lá sabendo muita coisa que ela não aprende na escola. Isso facilitaria também a vida do professor, o Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 291 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA que lhe permitiria dizer: Olhe, todas estas coisas que você já sabe tem uma explicação cientifica da qual irei falar agora. Ivan Illich (1973) escreveu a sua obra Sociedade sem Escolas a utopia que conquistou muitos, de uma ou de outra maneira, e sabemos que as nossas sociedades serão, (ainda) por muitos anos, sociedades com escolas ao mesmo tempo em que sabemos também que as escolas que temos não nos servem mais. Nesta mesma ótica, Nóvoa (1999) diz que a “Refundação da escola” tem muitos caminhos, mas que todos passam pelos professores e que a escola seja recriada como espaço de formação individual e de cidadania democrática. Para isso é imprescindível que os professores sejam capazes de refletir sobre a sua própria profissão e encontrar modelos de formação e de trabalho que lhes permitam não só afirmar a importância dos aspectos pessoais e organizacionais na vida docente, mas também consolidar as dimensões coletivas da profissão. Nóvoa (1999) diz que “a paixão pelo futuro” é uma boa fachada publicitária, mas que (no campo da educação) representa um déficit do presente, considerando o pensamento educacional marcado pelo conformismo é importante pensar o futuro dos professores sem esquecer o presente e sem calar a indignação pelo estado atual das coisas. Finaliza Nóvoa (1999) parafraseando Louis Althusser: O futuro (ainda) demora muito tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho se propôs a apresentar uma revisão bibliográfica com base na reflexão sobre a formação de professores de uma forma introdutória e aberta, levando-se em consideração os aspectos políticos, sociais e metodológicos, de tal forma que fosse possível perceber alguns elementos que compõem, caracterizam, limitam e influenciam os programas de formação de professores, ressaltando que tal processo não deve ser apenas instrumental. Nota-se que a tentativa de formatar o processo de formação de professores sistematicamente, acabou por produzir o sistema tradicional (e atual) de ensino, como um saber docente caracterizado como um produto-fim, posicionando o professor com um agente de caráter extremamente técnico, como um ser subserviente, destinado a seguir mecanismos altamente formais e engessados dentro de uma 292 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF estrutura altamente hierarquizada, mesmo sendo considerado o professor como o único agente capaz de promover mudanças de ordem social e educacional. A partir deste cenário catastrófico, este trabalho destaca a conversa entre Paulo Freire e Symour Papert (Freire e Papert, 1995), quando estes debatiam sobre a necessidade de uma reforma emergente para aquilo que eles chamaram de uma Nova escola, de mesmo modo, considera o trabalho de Nóvoa (1999), que faz severas críticas quanto as dicotomias do sistema educacional onde ele diz que há um excesso de futuro que busca justificar a pobreza do presente. A necessidade de transformações sociais sempre demandam uma nova educação (ou uma nova escola) que tem como desafio a formação docente, isso porque, como bem disse Nóvoa (1999), atualmente, os professores são vistos com desconfiança e acusados de serem profissionais medíocres e que possuem formação deficiente. A partir desta ótica, buscou-se comentar certos aspectos inerentes as racionalidades técnica e prática, de forma crítica, sustentada por autores consagrados, destacando a relevância do professor como profissional que reflete na e sobre sua própria prática. Enquanto o racionalismo técnico baseia-se no “treinamento/ adestramento de habilidades” previamente definidos e executados por um professor categorizado como mero “executor/reprodutor” de saberes para ser capaz apenas em lidar com situações previsíveis, o profissional prático considera que os problemas são dinâmicos e carecem ser resolvidos por meio de uma orientação de esclarecimento de situações complexas, onde o profissional apresenta-se flexível e aberto para uma interação prática, onde a reflexão na e sobre as ações se constituem como melhor instrumento de aprendizagem significativa, pois, leva o docente a entender as razões e racionalidades associadas com as diferentes práticas e a tomar decisões com base nas necessidades de seus alunos, exercendo um papel ativo na formulação de propósitos e assumindo uma postura de liderança. Assim, deve-se considerar o pensamento filosófico de John Dewey (1959) para melhor compreender o profissional reflexivo, o que pode ser friamente sintetizado pela afirmação de que o objetivo da educação é habilitar os indivíduos a dar continuidade ao seu próprio Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 293 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA processo educacional a partir das suas experiências e da reorganização e reconstrução destas experiências. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABL. Dicionário Escolar de Língua Portuguesa. Academia Brasileira de Letras. 2.ed. São Paulo:Companhia Nacional Editora, 2008. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicao.htm>. Acesso em: 25 Jan. 2013. DEWEY, J. Democracia e Educação Introdução à Filosofia da Educação. 3. ed. Tradução de Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. 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O Professor como Intelectual na Sociedade Contemporânea. In: Conferência de Abertura do IX Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, Águas de Lindóia-SP. 1998. VONK, Hans. Some Trends in the Development of Curriculum for the Professional preparation of teachers in Europe. British Journal of Educational Studies, v.39, n.2, p.117-137, 1991. NOTAS 2 O evento “Práticas Pedagógicas” aconteceu na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), no campus da Unesp de Botucatu em 24 de Maio de 2013. 3 Em relação ao racionalismo técnico onde o professor é um mero técnico que executa o ensino dentro de um processo lógico obedecendo uma rede hierárquica. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 295 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 296 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF XVII MANUAL DE PUBLICAÇÕES DO SIMPÓSIO DA FAEF QUEM SERIAMENTE ESTUDA NO NÍVEL SUPERIOR FAZ PESQUISA... QUEM PESQUISA QUER PUBLICAR 1. Por que quem estuda nível superior deve fazer pesquisa? Porque o ensino superior visa à formação de um profissional liberal e este profissional somente será liberal e autônomo se aprendeu a pesquisar de forma sistemática e científica e se adquiriu este hábito permanentemente em sua vida. 2. E se o universitário não realizar pesquisa, em sua formação superior, será um profissional fracassado? Certamente, primeiro porque não saberá atualizar seus conhecimentos na área profissional e ficará ultrapassado, pois as ciências e as tecnologias evoluem a cada dia e quem não sabe pesquisar não saberá se atualizar, e depois porque não saberá resolver problemas novos na sua área profissional, devendo assim ser comandado e monitorado, ou seja, poderá exercer cargos mais baixos onde seus superiores comandem suas ações profissionais. Resumindo: terá o diploma de nível superior mas exercerá apenas as funções de nível técnico, por absoluta incompetência. 3. Onde posso publicar minhas pesquisas? Uma das opções é nos Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF realizados anualmente. 4. O que é “Anais dos Simpósios de Ciências Aplicadas da FAEF”? A FAEF realiza anualmente o “Simpósio de Ciências Aplicadas”, durante o primeiro semestre de cada ano, tratando-se de um evento Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 297 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA científico, devidamente planejado, visando à apresentação de trabalhos científicos de toda comunidade acadêmica: professores e alunos. Os trabalhos aceitos pela Comissão Científica são apresentados oralmente ou em painéis e são publicados nos ANAIS de cada simpósio. 5. Como devo apresentar os trabalhos realizados para serem aprovados e publicados? De acordo com as Normas para Publicação nos “Simpósios de Ciências Aplicadas” descritas abaixo: 1. Encaminhamento: os trabalhos para apreciação, devem ser identificados como para “Simpósio” (especificar a área de conhecimento – Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Florestal, Medicina Veterinária, Pedagogia, Psicologia, Turismo e Sistemas de Informação) e poderão ser enviados pela Internet, no endereço [email protected] (atentando para o tamanho do arquivo que não deverá ultrapassar 3 Mb, já inclusos tabelas e gráficos) ou via correio em CD (devidamente identificado), gravado em editor de texto Word for Windows, para o endereço: Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420, via de acesso à Garça km 1, Campus Rosa Dourada – caixa postal 61, CEP 17400-000, Garça/SP. Os textos devem apresentar as seguintes especificações: página A4, fonte Times New Roman, corpo 12, entrelinhas 1,5, com 3cm de margem superior, inferior, esquerda e direita. Os trabalhos devem conter de 6 a 15 páginas, incluindo as referências bibliográficas. 2. Informar endereço completo, telefone e e-mail para contato futuro. 3. Serão aceitos trabalhos escritos nos seguintes idiomas: espanhol, inglês e português. 4. Apresentação dos trabalhos: 4.1. Título e Identificação do(s) autor(es) 4.1.1 Título completo do artigo em LETRA MAIÚSCULA: em negrito, centralizado e fonte tamanho 12. 4.1.2 Nome completo do(s) autor(es) (por extenso e apenas o SOBRENOME EM MAIÚSCULA): alinhado à direita, fonte tamanho 12, com indicação para nota de rodapé. 298 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 4.1.3 Na nota de rodapé, deve constar filiação científica, na seguinte ordem: Departamento, Instituto ou Faculdade, Universidade – SIGLA – CIDADE/ESTADO – PAÍS e endereço eletrônico, fonte tamanho 10. 4.1.4 Entre o título e os dados de identificação do(s) autor(es), deve existir espaço de uma linha. 4.1.5 Todos os subtítulos devem estar alinhados à esquerda, em CAIXA ALTA, negrito e fonte tamanho 12. 4.2. Resumo e Abstract RESUMO de, no máximo, 100 palavras e de três a cinco palavraschave (termos ou expressões que identifiquem o conteúdo do trabalho). O título, o resumo e as palavras-chaves deverão ser no idioma do texto. O corpo do texto pertencente ao resumo deve estar em espaçamento entre linhas simples e fonte tamanho 10. A seguir, deve constar o ABSTRACT e Keywords, nos mesmos moldes do resumo. 4.3. Corpo do texto: 4.3.1 Subitens destacados em negrito, no mesmo corpo do texto, alinhados à esquerda. 4.3.2 Texto contendo, sempre que possível: a) INTRODUÇÃO (com exposição de objetivos e metodologia); b) DESENVOLVIMENTO (com subtítulo derivado do título; corpo do texto com as reflexões ou ainda Material e Métodos, Resultados e Discussão), c) CONCLUSÃO ou CONSIDERAÇÕES FINAIS e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. Obs: Os artigos que, por preferência do autor, não tenham a estrutura contida neste item não serão excluídos. 4.3.3 Todo o corpo do texto deve estar em espaçamento 1,5, contendo sempre o espaço de uma linha entre os subtítulos e o texto. 4.3.4 Notas de rodapé devem ser, na medida do possível, incluídas no corpo do texto. 4.3.5 Tabelas e gráficos deverão ser numerados, sequencialmente, em algarismos arábicos e encabeçados por seus respectivos títulos. 4.3.6 Fotografias e ilustrações poderão ser coloridas e deverão ser inseridas no corpo do texto, numeradas, sequencialmente, e com legendas. 4.3.7 Referências no corpo do texto deverão ser feitas pelo sobrenome do autor, entre parênteses e separado por vírgula da data de publicação e da(s) página(s) utilizada(s) tanto para citação direta como indireta.Ex: (SILVA, 1984, p. 123). Caso o nome do autor esteja citado no texto, deverá ser acrescentada a data e paginação entre parênteses. Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 299 Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF SOCIEDADE C U LTURAL E EDUCACIONAL DE G ARÇA Por exemplo, “Silva (1984, p. 123) aponta...”. As citações de diversas obras de um mesmo autor, publicadas no mesmo ano, deverão ser discriminadas por letras minúsculas em ordem alfabética, após a data, sem espaçamento (SILVA, 1984a; 1984b). Quando a obra tiver até três autores, estes deverão ser separados por ponto e vírgula (SILVA; SOUZA, 1987). No caso de três ou mais, indica-se o primeiro, seguido da expressão “et al”. (SILVA et al., 1986). As citações literais, com mais de três linhas devem seguir este modelo, estando o texto entre linhas simples, com fonte tamanho 11, entre aspas e seguida da referência do autor, com nome, data e página referente” (SILVA, 1987, p.82). 4.3.8 Vale ressaltar que, “as citações literais com no máximo três linhas deverão estar entre aspas, como parte do texto, seguidas de sua referência”. 4.3.9 Anexos e/ou Apêndices serão incluídos somente quando imprescindíveis à compreensão do texto. 4.4. Referências bibliográficas: 4.4.1 As referências bibliográficas deverão ser arroladas no final do trabalho, pela ordem alfabética do sobrenome do(s) autor(es), obedecendo às normas da ABNT (NBR 6023, de agosto de 2002). Ex: LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1986. 4.4.2 Para referência de segunda mão, um autor citado pelo autor do texto siga o exemplo: (LAKATOS apud SEVERINO, 1990, p. 25). 5. Os trabalhos de alunos e de orientandos deverão, antes de serem encaminhados, receber a aprovação dos professores em cujas disciplinas, práticas ou estágios eles foram elaborados; ou de seus orientadores de projetos de iniciação científica ou de trabalhos de conclusão de curso. 6. Serão publicados os trabalhos aprovados e recomendados por pareceristas das áreas correspondentes, que constituem a Comissão Científica do Simpósio. 7. É vedada a reprodução dos trabalhos em outras publicações eletrônicas. 8. Os trabalhos que não estiverem de acordo com estas normas de formatação serão devolvidos ao(s) autor(es); podendo ser refeitos e apresentados em outra oportunidade, mediante os critérios 5 e 6. 300 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 S OCIEDADE CU LTURAL E E DUCACIONAL DE G ARÇA Anais do XVII Simpósio de Ciências Aplicadas da FAEF 9. Os casos não previstos por estas Normas serão resolvidos pela Comissão Científica do Simpósio. 10. Os dados e conceitos emitidos nos trabalhos, bem como a exatidão das referências bibliográficas, são de inteira responsabilidade de seus autores. Garça, 3 de março de 2014. COMISSÃO CIENTÍFICA DO SIMPÓSIO DE CIÊNCIAS APLICADAS DA FAEF. Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros km 420 Via de acesso a Garça, km 1, CEP 17400-000, Garça/SP www.grupofaef.edu.br / [email protected] (14) 3407-8000 Garça/SP: Editora FAEF, 2014. Vol 05 (07 vols.) - ISSN 1676-6814 301