Planejamento e sua relevância no âmbito escolar
Dolores Scarparo1
Vanessa Pincerato Fernandes2
Este trabalho tem como objetivo refletir sobre o planejamento educacional e sua
relevância para escola e para o professor. Tomamos como corpus teórico Marta Leandro
da Silva Planejamento escolar na perspectiva democrática (s/r) e Paula Takada (2009).
Fala se tanto de planejamento escolar, mas o que é um planejamento escolar?
Segundo Takada (2009) o planejamento da Educação na esfera das redes de ensino é um
processo vivo e não se resume ao preenchimento de quadros com planos que, sob o
pretexto de serem flexíveis, nunca são praticados como foram concebidos. Nesse
sentido, ele é o instrumento que possibilita a disseminação das políticas públicas
educacionais entre os gestores, coordenadores pedagógicos e professores.
A pesquisadora Marta Leandro da Silva em seu artigo Planejamento escolar na
perspectiva democrática afirma que a ideia de planejamento é anterior à ideia de escola,
pois, acompanha o homem em seu próprio processo de humanização, uma vez que o ato
de planejar está associado à organização de uma determinada ação. Nesse sentido, o
planejar remete à própria evolução humana e ao processo civilizatório, e, por
acompanhar o homem em sua sucessão de cada momento histórico um tipo de
planejamento é proposto em função das concepções de sociedade, homem, de educação
e de projeto de formação que se coloca para a escola e seus agentes.
É nessa percepção que o planejamento escolar está associado com intuito de
realizar, transformar, tendo como característica o caráter interativo/dialógico e flexível
fazendo mediações entre o real e o ideal.
Na compreensão de Takada (2009) para que o Planejamento Educacional tenha
implicações na qualidade da educação, enquanto mecanismo imprescindível para a
garantia do processo ensino aprendizagem ele deve ser centrado no tripé: rede, escola e
professor. No planejamento realizado na rede
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Dolores Scarparo o – aluna da Especialização em EJA/ UFMT/Cuiabá.
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Professora de Língua Inglesa na Escola Estadual 14 de Fevereiro – Pontes e Lacerda.
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Cabe à secretaria checar as avaliações sobre suas escolas, analisar problemas
como repetência e deficiência e unir esses dados a documentos para definir
metas e prioridades. Com base nisso, a equipe pensa em como montar uma
estrutura que permita às escolas desenvolver seus projetos. Não adianta
planejar uma série de novas atividades se a secretaria não comprar os
materiais necessários, prever programas de capacitação docente e horário
para o planejamento. (TAKADA, 2009, p.3)
Conforme Takada (2009) no âmbito escolar cabe à equipe gestora, promover
reuniões para planejar e decidir horários de aulas, períodos de prova, organização das
turmas – que não deve ter critério de segregação de "fortes" e "fracos" - e em que sala
cada uma vai ficar.
É tempo também de receber os professores novatos, integrá-los à equipe e
convidá-los para sugerir mudanças. Cabe ainda conhecer os novos espaços da
escola - como uma quadra ou um laboratório de Ciências, que podem ser
usados por todos e precisam ter uma agenda de funcionamento. O diretor
definir junto com a equipe os projetos institucionais a serem realizados no
ano letivo, bem como as maneiras de fomentar a participação da comunidade
na escola. E ao coordenador montar um cronograma para que seja possível os
professores se organizarem por série e disciplina, levando em consideração as
avaliações do ano anterior. A integração é a palavra-chave. Se a rede
determinou que o ensino de Ciências deve ser melhorado, é hora de a equipe
escolar pensar em como fará isso. (TAKADA, 2009, p.5)
Por fim, o foco do planejamento tem por finalidade fazer algo vir à tona, fazer
acontecer, concretizar, mas para que isso aconteça é necessário o trabalho didático, que
abarque a esfera do professor, que tem como tarefa inicial, o estudo dos resultados da
avaliação realizada no fim do ano anterior, feito em parceria com o coordenador
pedagógico. Nesse contexto, para Takada (2009):
A equipe dá atenção aos pontos que concentraram dificuldades de
aprendizagem e a estratégias que funcionaram ou não. É hora, então, de
escolher os objetivos gerais e os conteúdos correspondentes para pensar os
projetos e as sequências didáticas. Outra tarefa é distribuir os conteúdos de
ensino e aprendizagem a ser trabalhados no período. Ao colocá-los lado a
lado, por série, fica fácil ver se estão coerentes com os critérios de
diversidade e continuidade. Isso é feito coletivamente para que o currículo
tenha uma organização coerente. Sabendo-se o que já foi visto e o que ainda
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precisa ser tratado, evitam-se repetições e omissões. Sem a troca, um
estudante corre o risco de participar por anos de projetos distintos com
conteúdos parecidos. (TAKADA, 2009, p.7).
Nesse ínterim, nota-se a importância do tripé rede, escola e professor para um
planejamento efetivo que garanta a aprendizagem, mas nesse planejamento evidência-se
a importância da figura do professor, uma vez que o planejamento funciona como um
norte que indica o caminho e a direção a seguir. É por meio do planejamento que se
alcança segurança e experiência para prever resultados, preparando-se para os possíveis
percalços que poderá ocorrer a partir da sua prática em sala, consequentemente
podemos afirmar que o planejamento está articulado com o plano da escola, o plano de
ensino e o plano de aulas.
Por isso, o professor precisa analisar de maneira individual, bem como na
coletividade a sua prática para contribuir de forma democrática onde todos tenham
participação nas decisões e responsabilidades, interagindo constantemente durante todo
o processo de ensino aprendizagem.
Conforme Guimarães (2009) O professor que não faz um planejamento maleável
corre o risco de não alcançar seus objetivos, os alunos são a referência para a elaboração
de um plano. É preciso acompanhar o desenvolvimento deles, o plano é uma previsão,
sujeita a erros. Daí a importância em mudar. Nessa concepção o planejamento escolar é
processo vivo, por isso tem que ser contínuo e reflexivo. Portanto, a importância de um
planejamento escolar pautado na flexibilidade, permite alterações, adaptações a
situações novas que surgirem no cotidiano escolar, com vistas a romper a alienação e
reprodução de práticas escolares fundadas nos velhos paradigmas e dogmas.
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Referências bibliográficas:
DARSIE. Marta Maria Pontin. SILVA. Marta Andreia Estancare Pinheiro.
Planejamento de ensino e avaliação na educação de jovens na EJA. Cuiabá, 2015
GUIMARÃES, Arthur. O planejamento deve ser flexível.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/planejamento-flexivel427866.shtml
Acesso em: 10 de outubro de 15
SILVA, Marta Leandro. Planejamento escolar na perspectiva democrática.
Disponível em:
https://www.ufpe.br/ceadmoodle/file.php/1/coord_ped/sala_3/arquivos/Planejamento_E
scolar_na_perspectiva_democratica.pdf
Acesso em: 10 de outubro de 15
TAKADA, Paula. Planejamento: a engrenagem da boa educação.
Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/formacao/planejamento-escolar427804.shtml
Acesso em: 10 de outubro de 15
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