JC&Cia Gerência
Editor // Vinicius Medeiros
B-8 • Jornal do Commercio • Terça-feira, 1º de setembro de 2015
DIVULGAÇÃO
MERCADO TRANSACIONAL
Fusões e aquisições
movimentam
R$ 134 bilhões
Sua Franquia
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Marta Borges, da
TTR, revela que
Estados Unidos e
Reino Unido são
os principais
compradores
Mais crédito para
empreendedores de
favelas pacificadas
Segundo analistas, desvalorização do real
e nova regulamentação para os serviços de
saúde devem aumentar o interesse de
investidos estrangeiros no Brasil
» NAIRA SALES
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N
o mês de julho o mercado transacional brasileiro registrou 67 operações que movimentaram aproximadamente R$ 26,4
bilhões, entre anunciadas e concluídas, tendo em conta as transações com valor divulgado, segundo o Relatório Mensal Transactional Track Record ( TTR). Se
comparado ao mesmo período
do ano anterior houve uma redução de aproximandamente
26,4% no número de transações.
O valor total movimentado em
julho foi impulsionado pelo
anuncio da aquisição dos ativos
de geração de energia realizada
pela TerraForm Global no valor
de R$ 13,4bilhões. No acumulado do ano foram registradas 528
transações que movimentaram
aproximadamente R$ 134 bilhões. Neste ritmo o ano poderia
terminar com números próximos aos apresentados em anos
anteriores.
Segundo a analsita de pesquisa e inteligência de negócios
da TTR, Marta Borges, um dos
destaques do mercado de Fusões e Aquisições é que apesar
da redução do número de operações as empresas estrangeiras
seguem interessadas pelo Brasil.
“Os Estados Unidos, que sempre
foi um grande investidor do mercado brasileiro, realizou 57 operações de compra de empresas
brasileiras e ativos entre janeiro
e julho deste ano, frente as 50 registradas no mesmo período do
ano passado”, revela.
Entre janeiro e julho, o Reino
Unido, o segundo maior comprador estrangeiro, realizou 11
operações de investimento,
frente as nove transações no
mesmo período no ano passado, e França, o terceiro colocado,
realizou 10 transações entre janeiro e julho deste ano, frente as
11 operações realizadas no mesmo período de 2014.
“Em 2015 já registramos mais
de 200 pontenciais oportunidades de compra e venda de empresas, mais de 100 pontenciais
oportunidades de compra e venda de ativos, mais de 80 empre-
sas que buscam sócio investidor
e mais de 60 alianças estratégicas realizadas somente no mercado brasileiro”, completa.
Segundo ela, é difícil definir
um setor como mais relevante,
porém,os segmentos básicos –
como a indústrias alimentar e os
serviços de saúde - sofreram menos com a estagnação da economia. “Também monitoramos os
subsetores: financeiro e seguros;
petróleo e gás; imobiliário e construção; energia elétrica; transporte, logística e aviação; e saúde,
higiene e estética. Todos registraram, entre janeiro e julho, o maior
número de pontenciais oportunidades negócios”, afirma.
“Cabe destacar também que
o mercado deve ver várias operações no segmento de saúde
com a lei aprovada neste ano
que permite a participação direta ou indireta, inclusive o controle, de empresas ou de capital
estrangeiro na assistência à saúde no Brasil”, ressalta.
Para ela, o mercado brasileiro
deverá manter os números registrados nos últimos meses e
podemos esperar uma grande
quantidade de operações anunciadas nos últimos meses do
ano. “Muitas empresas estão esperando o melhor momento para anunciar suas operações antes do fim do ano o que pode
não ocorrer, sendo elas obrigadas por questões estratégicas a
divulgarem seus acordos antes
de dezembro”, complementa.
Na visão do coordenador do
curso de Ciências Econômicas
do Centro Universitário Newton
Paiva, de Belo Horizonte, Leonardo Bastos, o setor de fusões e
aquisições tem se mantido
aquecido basicamente por dois
motivos. “O primeiro é a ação
dos grandes players, que tem se
aproveitado para se consolidar
no mercado como a aquisição
das operações do HSBC pelo
Bradesco. Outra provêm da incapacidade do governo de realização de investimentos em infraestrutura, possibilitando as
ações da iniciativa privada como a aquisição de ativos de geração de energia”, ressalta.
Segundo ele, em ambos movimentos citados, é pouco pro-
vável que fusões e aquisições
desaqueçam, em virtude das
grandes oportunidades que estão aparecendo. Há de se destacar a consolidação de operações
que estavam paradas, como a finalização da aquisição realizada
pela empresa Lactalis do Brasil,
subsidiária da italiana Parmalat,
da totalidade do capital social da
Elebat Alimentos detentora da
divisão de lácteos da BRF. “O segundo motivo para o mercado
se manter aquecido é o setor de
internet e tecnologia, ao qual
passa imune a crise por se tratar
de uma demanda global e não
somente local. Neste, é certo
que o volume de transações continue apresentando valores altos”, comenta Bastos.
De acordo com gerente da
Divisão de Finanças Corporativas, M&A e Governança Corporativa da Crowe Horwath, Francisco D’Orto Neto, o calendário
econômico de 2015 está repleto
de eventos caóticos, ou seja,
acontecimentos sem uma ordenação prévia que atenda a uma
programação ou planejamento
de fluxos de capitais que estejam alinhados com o equilíbrio
da oferta e da demanda. “E é
exatamente nesse desequilíbrio
que as oportunidades se abrigam. O volume expressivo reflete o reposicionamento de alguns setores em função, principalmente dos fluxos de caixa e
demanda de mercado (maior
competitividade, reposicionamento de preços e volume), e os
empresários tendem a ser resistentes às mudanças e perdem
agilidade para os ajustes necessários ao equacionamento de
matrizes produtivas mais eficientes”, explica. “Sempre atentos, investidores capitalistas
e/ou empreendedores empresariais conseguem identificar
com uma certa agilidade as
oportunidades de aquisição ou
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fusão para satisfazer estratégias
de longo prazo, como por exemplo: ganho de mercado, fusão
com vistas a absorção de sinergias e oportunidades de diversificação de risco de portfólios,
como é o caso do investidor capitalista”, exemplifica.
Segundo ele, ainda no caso
brasileiro, os M&As funcionam
como um importante estabilizador das crises que ocorrem no
setor empresarial. “Esses agentes atuam como fomentadores
de capital e também como gestores para se atingir o estado da
arte na direção estratégica dos
negócios e aculturamento das
práticas de geração de valor para
os acionistas, ou seja, ganho de
eficiência”, ressalta.
Ainda segundo Neto, as informações apresentadas sobre as
atividades de M&A em sua forma ampla reflete um importante reposicionamento estratégico
de capitais e de mercado frente a
uma economia que está sofrendo fortes ajustes estruturais inclusive cambial. “E, de forma
mais especifica, incentivando
investimentos em setores como,
por exemplo, o de TI e de serviços, que são fortes geradores de
caixa e produtividade.”
Na visão do diretor da empresa Direto Contabilidade, Gestão
e Consultoria, Silvinei Toffanin, o
cenário de instabilidade política
e econômica, com elevação da
taxa de juros e pressão inflacionária, diminui o interesse de empresas brasileiras por novos investimentos. “Mas, por outro lado, a desvalorização do Real frente a moeda americana faz com
que os fundos e grandes empresas estrangeiras passem a olhar
para o Brasil com maior interesse. O risco de uma forte retração
nesse segmento é o de o Brasil
perder o grau de investimento
que inviabilizaria novos investimentos no país.”, avalia Toffanin.
Crise favorece busca
por oportunidades
De janeiro a julho deste ano
foram registradas 73 transações
envolvendo fundos de venture
capital, que movimentaram
aproximadamente R$ 894,3m,
tendo em conta as transações
que tiveram seu valor divulgado. A empresas que atuam no
segmento de tecnologia e internet foram as que mais atraíram
o interesse destes fundos.
Na visão do advogado e sócio
do escritório Neumann Gaudêncio McNaughton Advogados, Charles William McNaughton, com a forte crise econômica que o país enfrenta, ele
tem observado, a partir do contato com os clientes, que o mercado de fusões e aquisições
apresenta desafios e incertezas,
de um lado, e oportunidades,
do outro. “Do ponto de vista negativo, a falta de previsibilidade
no cenário econômico dificulta
o planejamento, gera insegurança e acarretando atrasos em
investimentos. Os rumores da
criação de novos tributos e au-
mento de carga tributária, que
são ora desmentidos, ora retomados, o risco da perda de grau
de investimento, entre outras
incertezas, prejudicam o ambiente de negócios no país, afetando o mercado de fusões e
aquisições”.
“Por outro lado, a crise favorece aqueles que buscam oportunidades atraentes. Seja pelo
valor do câmbio, que pode estimular investimentos estrangeiros no país, seja por preços de
aquisições interessantes. Investidores e empresas estratégicas
não se fecharam totalmente a
novas aquisições. No mais, por
maior que seja a crise, o Brasil é
um país com instituições consolidadas, um regime democrático forte, recursos naturais
abundantes e um mercado consumidor vasto. Esses fatores,
certamente, não são desprezíveis e contribuem, positivamente, para o mercado de fusões e aquisições”, comenta e
avalia McNaughton.
Para estimular a abertura de franquias e a expansão
das redes já existentes em comunidades pacificadas do
Rio de Janeiro, a seccional fluminense da Associação
Brasileira de Franchising (ABF-Rio) e Agência Estadual
de Fomento (AgeRio) assinam hoje, no Palácio Guanabara, parceria para a emissão de cartas de crédito – no
valor de no máximo R$ 15 mil – para o financiamento de
unidades franqueadas. A taxa de juros é de 3% ao ano e o
cliente deve ter fiador ou aval. A operação é realizada
mediante análise de crédito do tomador e da viabilidade
do negócio. As marcas devem ter seu produto formatado
e convênio assinado com a AgeRio.
Presidente da ABF-Rio, Beto Filho (foto) diz que o ambiente econômico das comunidades carentes é inquestionável, o que casa perfeitamente com o universo do
franchising. Dados do Instituto Data Favela apontam
que, no Brasil, moram nesses locais 12 milhões de pessoas, com um potencial de consumo de R$ 64 bilhões.
"Ao oferecer um negócio pronto, uma marca conhecida
e intensa capacitação, o franchising é uma ótima porta
de entrada para o empreendedor iniciante. Até porque,
o índice de mortalidade de franquias, na casa dos 4%, é
bastante interior a taxa de pequenos negócios isolados”,
afirma Beto. "A ABF-Rio é uma grande parceira.
Nossa união contribui com a formalização e geração
de mais empregos”, completa o presidente da AgeRio,
Domingos Vargas, acrescentando que, inicialmente, a
linha de crédito totaliza R$ 1,5 milhão.
BALANÇO
O faturamento do franchising brasileiro atingiu R$ 63,885 bilhões no
primeiro semestre de 2015, anunciou, na semana passada, a
Associação Brasileira de Franchising. O resultado representa
elevação de 11,2% quando comparado a igual período do ano
passado. Em relação ao segundo trimestre, as redes que compõem o
setor tiveram vendas totais de R$ 32,537 bilhões, alta de 13,1% em
relação aos R$ 28,774 bilhões obtidos em 2014. Os dados, que fazem
parte da Pesquisa Trimestral de Desempenho do Franchising,
mostram ainda que houve crescimento de 3,1% na abertura de lojas
e de 1,2% no fechamento de unidades franqueadas de abril a junho.
Hoje, o mercado brasileiro conta com 131.269 pontos de venda.
DESTAQUES
De acordo com o estudo, todos os 11 segmentos classificados pela ABF
ampliaram o faturamento no segundo trimestre de 2015, com destaque
para Esporte, Saúde, Beleza e Lazer, cujo faturamento saltou de R$
9,311 bilhões para R$ 11,505 bilhões, alta de 24% no período. Outro
crescimento expressivo foi verificado no setor de Hotelaria e Turismo,
que viu sua receita líquida avançar de R$ 4,265 bilhões para R$ 4,901
bilhões, elevação de 15% no intervalo analisado. Ainda segundo o
levantamento, a Região Sudeste respondeu por 59% das vendas da
indústria do franchising no primeiro semestre de 2015, seguida pelo Sul
(16%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (8%) e Norte (4%).
PARCERIA
O Ortobom firmou parceria com o Rock in Rio 2015. Pelo acordo, a
rede de colchões instalará na Cidade do Rock, localizado na Barra da
Tijuca, um espaço para promover uma experiência de marca e
oferecer um momento de descanso ao público presente no festival de
música. No espaço, que terá cerca de 80 metros quadrados, os
visitantes terão à disposição colchões para dar uma relaxada, além
de receberem um fone de ouvido que tocará músicas relaxantes.
EXPANSÃO
O Subway inaugurou uma franquia no Aeroporto Internacional Tom
Jobim/Galeão, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A loja fica na praça
de alimentação do Terminal 2 e gera grande expectativa na rede de
fast-food, uma vez que, por conta da Olimpíada, a previsão do fluxo
de passageiros no Galeão é de 1,5 milhão de pessoas no ano que
vem. Com 1,9 mil pontos de vendas espalhados no País, a marca já
abriu, até julho de 2015, 20 restaurantes no estado do Rio de Janeiro,
onde administra 208 operações. A expectativa do Subway é chegar a
246 unidades no mercado fluminense até o final de 2015.
C U R TA
Treinamento: especializada em seguros, a San Martin Franchising
lançou sua universidade corporativa. Chamada UniSan, a instituição
atenderá aos mais de 150 franqueados da rede, oferecendo cursos de
Técnicas de Vendas, Previdência, Seguros de Automóvel e Seguro de
Vida e Benefícios, entre outros. As aulas são online e têm, em média,
duração de 15 a 25 minutos.
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Fusões e aquisições movimentam R$ 134 bilhões