Index GAMA RADIOSSENSITIVIDADE EM FEIJOEIRO COMUM E CAUPI Sandra da Silva Guimarães e Waldeciro Colaço Departamento de Energia Nuclear - DEN-UFPE Av. Prof. Luiz Freire, 1000 - Cidade Universitária 50740-540, Recife, PE, Brasil RESUMO A radiossensitividade gama das variedades PRINCESA e CARIOCA de feijão comum (Phaseolus vulgaris L.) e da IPA-206 de feijão caupi [Vigna unguiculata, (L.) Walp] foi avaliada. Grupos de sementes irradiadas com 100, 150, 200 e 250 Gy, em fonte de 60Co, foram comparados a um controle sem irradiação (0 Gy), em condições de casa de vegetação. As sementes de feijão comum foram infectadas com uma cultura de Rhizobium (SEMIA 4077) e as de caupi com uma cultura de Bradyrhizobium (SEMIA 6145). A radiossensitividade foi avaliada pela medida de altura de plântulas, aos 15 dias após emergência (DAE), sobrevivência e produção de matéria seca da parte aérea e raízes. Numa segunda etapa, mudas sadias e vigorosas (15 dias após plantio) foram transplantadas para sacos de plástico contendo solo e avaliadas (40-DAP) em produção de massa seca da parte aérea, raízes e nódulos. Os resultados evidenciaram redução na altura de plantas com o aumento das doses de radiação. O caupi (IPA-206) foi sensível à radiação, evidenciando redução de 75% na altura das plântulas, com o aumento das doses; para ele, a faixa ideal para induzir uma redução de 50% na altura de plântulas provenientes de sementes gamairradiadas deve estabelecer-se acima da estudada. Keywords: gamma-radiosensitivity, bean, cowpea, Rhizobium, Bradyrhizobium I. INTRODUÇÃO O feijão comum (Phaseolus vulgaris L.), uma das principais culturas para consumo humano nos países em desenvolvimento, representa alimento de social significância no Brasil [1,2]. Ao lado do seu caráter econômico o feijoeiro é mais eficiente na produção de aminoácidos essenciais que as não leguminosas ou fontes animais, com a particularidade de ser produzido predominantemente por pequenos agricultores [3,4]. No Brasil, um dos maiores produtores mundiais, a produtividade média é baixa (450-700kg.ha-1) contrastando com países desenvolvidos com valores médios de 1400kg.ha-¹ [5] Razões para a ocorrência de tal situação incluem más práticas culturais, efeitos climáticos, pragas e doenças, pobre qualidade das sementes, empobrecimento do solo [6]. As perdas de produtividade no feijão, devido às pragas, têm sido estimadas variar na faixa de 33-86% [7]. Um dos meios de obter significante aumento em produtividade é o investimento sistemático em melhoramento genético usando meios disponíveis como métodos de melhoramento convencional, melhoramento por mutação, biotecnologia [8]. A indução de mutação, como uma ferramenta auxiliar para o melhorista de plantas, tem sido usada com sucesso em programas de melhoramento [9]. Tanto os mutagênicos químicos como as radiações têm sido usadas nessa cultura [10]. Contudo, é de grande importância o estabelecimento de experimentos preliminares para escolher as doses do mutagênico a ser empregadas. Embora os dados de predição da radiossensitividade de sementes de diferentes espécies tenham sido publicados, diferenças na radiossensitividade entre genótipos dentro de uma mesma espécie têm sido informadas e em alguns casos podem ser relativamente grandes [11]. Dessa maneira para melhoristas que desejam induzir mutações, a radiossensitividade de uma variedade cultivada particular, geralmente deverá de ser determinada pela condução de experimentos preliminares de doseresposta. II. MATERIAL E MÉTODO Três experimentos preliminares foram instalados na casa de vegetação do Departamento de Energia Nuclear/Grupo de Radioagronomia - Laboratório de Microbiologia do Solo para avaliar, paralela e independentemente a radiossensitividade gama das variedades de feijoeiro comum [Phaseolus vulgaris (L.)] PRINCESA e CARIOCA e a radiossensitividade de feijão caupi [Vigna unguiculata, (L.) Walp da variedade IPA-206. Em cada um dos experimentos grupos de sementes (30 sementes/amostra) secas, viáveis, obtidas da Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA), foram mergulhadas, separadamente, numa solução de hipoclorito Index III. RESULTADOS E DISCUSSÃO Em condições de casa de vegetação, as plântulas provenientes de sementes irradiadas de feijoeiro comum, variedades Carioca e Princesa, apresentaram problemas de vigor, embora tenham mostrado, em laboratório, uma germinação da ordem de 70 a 80%. As plântulas da variedade Carioca mostraram-se mais sensíveis que as da variedade Princesa, não sobrevivendo mais que 13 dias após início da emergência. As plântulas da variedade Princesa apresentaram-se melhores, mas mesmo assim sobreviveram somente até os 35-DAP. Também, foi verificado que os tratamentos sem irradiação (0 Gy) evidenciaram comportamentos idênticos ao observado para os tratamentos com radiação gama, em termos de sobrevivência de plantas germinadas. Tal fato orientou que o efeito observado não parece ter ocorrido devido à radiossensitividade gama das variedades, mas pode ter acontecido provavelmente em resposta às temperaturas registradas na casa de vegetação que oscilaram, no período avaliado, entre 28 ± 2°C(noite) e 40 ± 3°C(dia). O feijoeiro, em especial o comum, é sensível a altas temperaturas [13]. A radiossensitividade da variedade Princesa foi avaliada, aos 17-DAP(15-DAE), pela redução na altura das plântulas provenientes de sementes irradiadas (Fig.1). Assim sendo, 10,0 8,0 Altura (cm) de sódio à 0,5% por 15 minutos, lavadas cinco vezes uma hora antes da irradiação e expostas aos raios gama de uma fonte de 60Co (Cobalt Irradiator, Radionics Laboratory, Scotch Plains, New Jersey, USA; taxa de dose 20,6 Gy.hora-¹ ). As sementes irradiadas nas doses de 100, 150, 200 e 250 Gy foram comparadas com um controle sem irradiação (0 Gy). As sementes irradiadas e não irradiadas foram semeadas em caixas de isopor (72 divisões de 25cm2 de área e 12cm de profundidade) contendo solo aluvial a 70% da capacidade máxima de retenção de umidade, determinada em laboratório. Nas unidades experimentais, preparadas como descrito, foram semeadas 30 sementes para cada bandeja com espaçamento de 5,0cm entre filas de células contendo sementes. As sementes de feijoeiro comum foram infectadas com 1,0cm3 da cultura de Rhizobium (SEMIA 4077) em todos os tratamentos; as sementes de feijão caupi foram infectadas com 1,0cm3 da cultura de Bradyrhizobium (SEMIA 6145). Irrigações alternadas com solução nutritiva [12], livre de nitrogênio, e água destilada esterilizada, foram realizadas a cada três dias, a partir da emergência e a avaliação da germinação (e sobrevivência) por contagem das plântulas foi feita diariamente. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, contando, cada experimento com seis repetições. A radiossensitividade das sementes irradiadas foi avaliada pelo acompanhamento da germinação das sementes, da sobrevivência das plantas e da altura das plantas, aos 17 dias após plantio (DAP). Em uma segunda etapa, as mudas sadias e vigorosas obtidas aos 17-DAP (ou quinze dias após emergência, 15-DAE) foram retiradas para unidades experimentais que constaram de sacos plásticos contendo 1kg do mesmo solo utilizado; nestas, individualmente, foram transplantadas as plantas de cada tratamento. Aos 42-DAP(40-DAE), dez plantas de cada tratamento foram selecionadas, ao acaso, para coleta e obtenção dos dados de massa fresca e massa seca da parte aérea, raiz e nódulo. Na coleta, as plantas foram cortadas a 1-2 cm acima do nível do substrato e suas raízes foram cuidadosamente removidas, lavadas e medidas. Os nódulos foram removidos das raízes. O material (separado em folhas, raízes e nódulos) foi colocado em sacos de papel, seco em estufa com circulação de ar (72 horas; 65ºC) e pesado. Os dados foram analisados por meio de análise de variância. Para todos os tratamentos a comparação de médias foi realizada pelo teste Tukey ao nível de 5% de probabilidade. 6,0 4,0 125% a 100% b b c bc 2,0 75% 50% 25% 0,0 0% 0 Gy 100 Gy 150 Gy 200 Gy 250 Gy Dose Figura 1. Efeito da radiação no crescimento de plântulas de feijão comum (P.vulgaris L.) variedade Princesa, provenientes de sementes irradiadas, aos 17-DAE. observou-se redução significativa na altura das plântulas com o aumento na dose de radiação em relação ao tratamento sem irradiação (0 Gy), particularmente na dose de 150 Gy, cujo valor não se mostrou significativamente diferente daquele do tratamento de 250 Gy. Considerando a altura do controle não irradiado como 100%, observa-se que as alturas das plântulas foram reduzidas para valores variando em torno de 50%, em relação ao controle, embora tenha sido observada leve estimulação na dose de 200 Gy, com valores não significativamente diferente da de 250 Gy. Estes resultados sugerem que a faixa para redução de altura de plântulas da variedade Princesa está estabelecida entre 150 e 250 Gy. O resultado obtido está em acordo com informações da literatura que recomendam para redução de 50% na altura de plântulas de P. vulgaris doses na faixa de 150-300 Gy [14]. O desenvolvimento das plantas de caupi, variedade IPA-206, foi bem melhor do que o das variedades de feijoeiro comum. As plantas não mostraram problemas de germinação e sobrevivência, evidenciando certa resistência da variedade estudada aos aumentos de temperatura observados na casa de vegetação. O caupi é considerado a principal cultura de subsistência no sertão semi-árido no Nordeste do Brasil; além de sua rusticidade, destaca-se por apresentar resistência a pragas e doenças, adaptabilidade às condições climáticas da região, pouca exigência quanto à fertilização do solo e boa produtividade, o que tem levado à sua maior difusão [15,16,17]. A radiossensitividade da variedade de caupi IPA-206 foi avaliada, aos 17-DAP, pela Index 15,00 125% a Altura (cm) 12,00 a b 100% b b 9,00 75% 6,00 50% 3,00 25% 0,00 0% -1 ) com 100 Gy e 200 Gy apresentaram-se significativamente mais elevados do que os observados para a dose de 250 Gy, mas não foram significativamente diferentes entre si, nem diferiram dos obtidos na dose de 150 Gy. Tendência de decréscimos semelhantes foi observada para os valores de matéria seca de nódulos (Fig. 5), evidenciando diminuição significativa com o aumento da dose de radiação gama. M.Seca das Raízes (g.pl redução na altura das plântulas provenientes das sementes irradiadas (Fig. 2). Assim, observa-se redução significativa na altura das plântulas com o aumento na dose de radiação em relação ao tratamento sem irradiação (0 Gy). Porém esta redução na dose de 250 Gy, embora significativamente diferente, estabeleceu-se em torno de 75%, o que indica que a faixa para atingir a redução de altura de 50% deve ser conseguida em doses mais elevadas do que as empregadas na presente avaliação. A dose recomendada como referência [14] para se obter redução de 50% na altura de plântulas de V. unguiculata, se estabelece entre 300-500 Gy, o que confirma as inferências feitas no presente trabalho. 1,50 a b 1,00 b bc c 0,50 0,00 0Gy 100 Gy 150 Gy 200 Gy 250 Gy Dose Figura 4. Matéria seca produzida nas raízes de Caupi [ V. unguiculata (L.) Walp], variedade IPA-206 proveniente de sementes irradiadas, aos 40-DAE 0 Gy 100 Gy 150 Gy 200 Gy 250 Gy Figura 2. Efeito da radiação no crescimento de plântulas de Caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp)], variedade IPA-206, proveniente de sementes irradiadas, aos 17-DAE. Considerando os parâmetros avaliados para as plantas desenvolvidas de sementes submetidas à irradiação com raios gama do 60Co, observou-se, aos 40 dias após o início da emergência (42-DAP), que a massa seca da parte aérea (Fig. 3) foi mais elevada no tratamento sem a ab M.Seca - P. Aérea (g.pl -1 ) 1,50 ab M.Seca nódulos (mg.pl -1) Dose 15 a b bc 10 bc c 5 0 0 Gy 100 Gy 150 Gy 200 Gy 250 Gy Dose Figura 5. Matéria Seca produzida nos nódulos de plantas de Caupi [V. unguiculata (L.) Walp], variedade IPA-206, proveniente de sementes irradiadas, aos 40-DAE. ab b 1,00 IV. CONCLUSÕES 0,50 0,00 0 Gy 100 Gy 150 Gy Dose 200 Gy 250 Gy Figura 3. Matéria seca produzida na parte aérea de plântulas de Caupi [Vigna unguiculata (L.) Walp], variedade IPA-206 proveniente de sementes irradiadas aos 40-DAE. irradiação (0 Gy) e significativamente diminuída na dose de 150 Gy. Nas doses de 200 Gy e 250 Gy os valores não diferiram dos obtidos no Controle não irradiado (0 Gy), nem dos encontrados para a dose de 100 Gy. A matéria seca de raízes apresentou-se maior no tratamento sem irradiação, diminuiu significativamente com o aumento das doses de radiação gama (Fig. 4). Os valores obtidos nos tratamentos As variedades Princesa (de feijoeiro comum) e IPA206 (de caupi) foram sensíveis aos efeitos da radiação gama, evidenciando redução na altura de plântulas com o aumento da dose, na faixa estudada. Para a variedade Princesa, a faixa de dose adequada para alcançar uma redução de 50% na altura de plântulas provenientes de sementes irradiadas com raios gama do 60Co, estabeleceuse entre 150 e 250 Gy. Para a IPA-206, a faixa de dose estudada levou a uma redução de 75% na altura de plântulas provenientes de sementes irradiadas com raios gama do 60 Co. A faixa de dose para proporcionar uma redução de 50% na altura de plântulas desta variedade não foi alcançada, devendo se estabelecer entre 300-400 Gy. Index AGRADECIMENTOS Os autores agradecem à Empresa Pernambucana de Pesquisa Agropecuária (IPA) pelas colaboração e sementes utilizadas nos experimentos e ao CNPq/UFPE/PIBIC pelo apoio financeiro. REFERÊNCIAS [1] DEBOUCK, D. G.; HILDALGO, R. Morfologia de la planta de frijol común (Phaseolus vulgaris L.) Guia de estudio. 2ed. Cali. CIAT, 1984.56p. [2] FAGERIA, N. K. Solos tropicais e aspectos fisiológicos das. Culturas. Brasília, EMBRAPA-CNPAF, 1984. p.297 (Documentos,18) [3] DAWSON, R, C, Potential for increasing protein production by legume nodulacion. Plant and soil. The Hague, 32:655-73, 1970. [4] EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. A EMBRAPA e o desafio alimentar dos anos 90. Brasília, 1989. 19p. ( Documentos, 2) [5] TEIXEIRA, S. M.; ROCHA, L. S. Análise sócioeconômica da produção. In: ZIMMERMAAN, M. 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Taking this into consideration the radiosensitivity of bean cultivars Carioca, Princesa (P. vulgaris L.), and IPA-206 [V. unguiculata (L.) Walp] to gamma rays from a 60Co source was evaluated. Sets of seeds (40 seeds/sample) were irradiated with 100, 150, 200, 250 Gy, and compared to a control without irradiation (0 Gy), under greenhouse conditions. Bean and cowpea seeds were respectively inoculated with a suspension of Rhizobium (SEMIA-4077) and Bradyrhizobium (SEMIA-6145) strains. The radiosensitivity was evaluated through seedling height reduction determined at 15 days after emergence (15DAE), and also through dry matter yield of above-ground part and root nodules at 40-DAE. Seedling height was significantly reduced with increased dose of radiation in relation to the control. The dose causing reduciton of 50% seedling height for P. vulgaris cultivar Princesa was set up between 150-250 Gy. Cowpea (IPA-206) was less sensitive to radiation than common bean cultivars, considering the Index dose range of radiation studied, and a 75% seedling height reduction was reached in the range of 150-250 Gy. Dry mater yield of the above-ground part, root and nodule, were inversely related to the doses. It is recommended a dose range of 300-350 Gy for mutation breeding purposes using the cowpea cultivar (IPA-206).