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É FÁCIL SER PASTOR PARA AQUELES QUE...!
É fácil ser pastor para aqueles que não são verdadeiramente chamados pelo
Senhor! Para aqueles que não sofrem pelo Evangelho, pela Igreja, pela Verdade! É fácil
ser pastor para aqueles que não se esmeram no ensino da Palavra para a manejar bem
(1 Tm 5.17;2 Tm 2.15)! É fácil para aqueles que o ministério é um “complemento
salarial” e não sua missão como de um soldado que deseja satisfazer aquele que o
arregimentou, que batalha conforme as normas do Evangelho e planta para a glória de
Deus (2 Tm 2.4)! Para aqueles que são impostores, que enganam e são enganados
(2Tm 3.13)! É fácil para aqueles que usurpam da igreja seus recursos e não o sustento
digno de um verdadeiro ministro, que são dominadores e desejam ser bajulados o
tempo todo pela igreja (1Pe 5.2)! Para aqueles ministros que agem politicamente
correto, que nunca tratam os problemas reais da igreja, para não perder o “emprego”
ou as regalias que adquiriu! É fácil para aqueles que só pensam em si mesmos e nos
benefícios momentâneos para suas famílias enquanto estão pastoreando em algum
campo que proporciona essa situação! Para aqueles que vivem ociosamente a semana
toda e no domingo pregam sermões superficiais recheados de piadas sem graça e
desprovido de exposição bíblica! Pastores que durante a semana toma leite e no
domingo querem produzir puro creme! O Dr. Augustos Nicodemus acertadamente
disse que ministros que não foram chamados por Deus é a raiz de todos os males na
igrejas locais e nos concílios eclesiásticos!1
O ministério fiel é luta, sofrimento, altruísmo para aqueles que são
verdadeiramente chamados! Esses participam dos sofrimentos de Cristo, mesmo
sendo co-participantes da glória que há de ser revelada (1 Pe 5.1)! Os pastores
vocacionados pastoreiam voluntariamente, mesmo quando a igreja não o reconhece e
não o sustenta para desenvolver melhor o seu trabalho sem maiores preocupações (1
Co 9. 6-9; 1 Pe 5.2)! O ministro fiel se esmera na Palavra não por obrigação, mas
porque ama estudar e conhecer a Deus para instruir o rebanho (At 20.27)! Cuida de si
mesmo antes de cuidar do rebanho (At 20.28)! O pastor que segue o Supremo Pastor
tem consciência que seu dom é para edificar os crentes para que sejam
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LOPES, Augustus Nicodemus, Interpretando a Carta de Tiago, Cultura Cristã, 2006. p. 122
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progressivamente semelhantes a Cristo e não para ter admiradores (Ef 4. 11-16)! O
ministro fiel protege o rebanho dos lobos, combate o bom combate e quando está
próximo de sua partida, guarda seguramente a fé, e aguarda ansiosamente a coroa
que lhe esta guardada (At 20.29; 2 Tm 4. 6-8)! O pastor vocacionado nunca se
envergonha do Evangelho porque é o poder de Deus e sabe que o Senhor é fiel para
guardar o seu deposito até o fim (Rm 1.6); 1 Tm 1. 12)!
O ministro verdadeiramente vocacionado tem sua vida construída sob a
Escritura, porém, interpreta o seu tempo adequadamente e aplica o ensino do texto
bíblico a realidade de suas ovelhas! Falando sobre a importância da pregação dos
pastores, John Stott afirmou: o sermão que o pastor prega deve ser uma ponte entre
dois mundos: o texto antigo e o ouvinte contemporâneo. O pastor precisa conhecer
esses dois mundos: tanto o texto quanto seus ouvintes.2 Uma ovelha instruída desejará
acima de qualquer coisa que seu pastor se dedique ao estudo fiel das Escrituras,
porque terá sempre nos estudos e mensagens dominicais, alimento solido!
Um pastor genuíno não molda seu ministério ou sermões ao gosto dos
ouvintes, mas a ordem do Supremo Pastor (2 Tm 4.1-2). O fiel ministro sempre corre
risco de não ser aceito e também de ser confrontado com a própria mensagem, como
afirmou Ralph Lewis:
Mas um ministério significativo requer mais do que
arriscar nossos sermões. Pode significar riscos para nós mesmos.
Significa colocar-nos no banco da igreja com nosso povo,
admitindo nossa condição humana a nós mesmos e a eles, e
pregar com a convicção de que todos somos “cooperadores de
Deus.3
Porque existem igrejas fracas? A causa principal é o ministro preguiçoso atrás
do púlpito! Não digo fraqueza da igreja com relação a números apenas, porque isso
pode ser enganoso, mas com relação a vida de piedade dos membros! John Stott disse:
Nossa adoração é fraca porque nossos conhecimentos de
Deus são fracos, e nossos conhecimentos de Deus são fracos
porque a nossa pregação é fraca. Quando, porém, a Palavra de
Deus é exposta na sua plenitude e a congregação começa a ter um
vislumbre da glória do Deus vivo, todos se curvam em reverente
temor solene e admiração jubilosa diante do seu trono. É a
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LOPES, Hernandes Dias Lopes, De: Pastor A: Pastor, HAGNOS, 2010, p.46
LEWIS, Ralph Lewis com Gregg Lewis, Pregação Indutiva, 2003, Cultura Cristã, p. 28
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pregação que realiza isso – a proclamação da Palavra de Deus no
poder do Espírito de Deus. É por isso que a pregação é
incomparável e insubstituível.4
O pregador precisa ser fiel exegeticamente a Escritura, como disse Stuart
Olyott na mesma perspectiva afirmou:
Pecamos quando pregamos aquilo que achamos que as Escrituras
afirmam, e não pregamos o seu verdadeiro significado. Também
pecamos quando pregamos os pensamentos que a Palavra
desperta em nosso intelecto e não aquilo que a Palavra realmente
declara. Um arauto é um traidor, se não transmite exatamente o
que o Rei diz. Quem ousará colocar-se diante de uma congregação
e proclamar: Assim diz o Senhor”, afirmando em seguida, no nome
do Senhor, aquilo que Ele não disse? Precisamos enfatizar
novamente: na pregação, não existe nada – nada mesmo – que
seja mais importante do que a exatidão exegética.5
O Reverendo Hernandes Dias Lopes fala sobre o tipo de pastores que a igreja
precisa:
Precisamos de pastores que amem Deus mais do que seu sucesso
pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e
tragam alimento a intimidade de Deus para o povo. Precisamos de
pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam
exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que
deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho.
Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não”
quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a
maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao
pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou
sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares.
Precisamos de homens quebrantados e não de astros
ensimesmados.6
Muitos pastores serão condenados eternamente no inferno por sua
infidelidade e impiedade, por adorarem seu próprio ventre, por nunca terem se
rendido aos pés de Cristo (Mt 7. 15-23; Fl 3.19)! Por isso Tiago disse que os mestres
passarão por maior juízo (3.1): Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres,
sabendo que havemos de receber maior juízo. O ministério traz consigo grande
responsabilidade para aquele que o exerce! Como bem colocou o grande pastor de
Kidderminster Richard Baxter (1615-1691): Deus não faz acepção de pessoas. Ele não
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STOTT, John Stott, Eu Creio na Pregação, São Paulo, Editora Vida, 2003, p. 89
OLYOTT, Stuart Olyott, Pregação Pura e Simples, Editora FIEL, 2008
6
LOPES, Hernandes Dias Lopes, De: Pastor A: Pastor, HAGNOS, 2010
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me salva por causa do meu colarinho clerical, nem por causa da minha vocação
ministerial. Uma santa vocação não salvará um homem que não é santo. 7
O Dr. Carson diz que é importante honrar aqueles ministros que se dedicam a
escrever livros, artigos, dar treinamento pastoral! Contudo, muitos destes não creem
no poder da Palavra: ...É possível escrever comentários sem lembrar constantemente
que Deus mesmo está presente e se revela mais uma vez ao seu povo, por meio da
Palavra.8 Mais adiante ele afirma que o pastor acadêmico precisa sair dos seus portões
eclesiásticos e se envolver na cultura através de um contato pessoal e não teórico,
influenciando intelectualmente e evangelizando:
Se você é um acadêmico, precisa colocar-se em situações em
que, por assim dizer, toma de vez em quando o seu lugar nas
tropas da linha de frente. Isso significa engajamento no
mundo exterior em um nível pessoal, em um nível intelectual
e cultural; significa trabalhar e servir a igreja local; significa
engajar-se na evangelização...9
Eu sei que os ministros fiéis não se sentirão ofendidos com esse artigo, mas os
ministros infiéis, construirão várias críticas e desculpas para continuarem na
infidelidade e comodidade que vivem! Para os últimos não tenho nenhum
compromisso ou temor em ofender, porque se sentirem ofendidos pelas exigências
das Escrituras, não a ofensa não foi produzida por mim, mas pelo Bom Pastor! Nesse
caso, o problema não é comigo, com o algum conselho, igreja ou concílios, é com
Deus! Cada um de nós prestará conta diante do Supremo Pastor, e não existirá
justificativa para negligência pastoral!
Ser pastor conforme a Bíblia exige, é muito difícil, somente pela graça e poder
do Espírito Santo podemos exercer progressivamente o nosso ministério de forma fiel!
Por isso, o verdadeiro vocacionado tem alvo, que é agradar o Supremo Pastor, o
glorificar e se sente sempre devedor! Sabe que sua coroa de glória imarcescível será
entregue no final da caminhada (1 Pe 5.4)!
Que Ele ajude a todo pastor verdadeiramente chamado, a ser o que deve
buscar ser, para a glória dele! A Ele toda a glória, amém!
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BAXTER, Richard Baxter, O Pastor Aprovado, PES, 1996,p.59
CARSON, D. A. Carson & John Piper, O Pastor como Mestre e o Mestre como Pastor, FIEL, 2011, p.96
9
CARSON, 2011, p. 96
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Márcio Willian Chaveiro
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