JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Nº 163 - MAI-JUN - 2014 NOTICIÁRIO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE OFTALMOLOGIA RECONHECIDA DE UTILIDADE PÚBLICA PELA LEI Nº 936 DE 15/09/1959 Sol, mar e imersão na oftalmologia D urante o XVIII Congresso Internacional, oftalmologistas de todo o país e do exterior desfrutam da hospitalidade carioca, aliando às atividades científicas, um programa social típico da cidade, com muita alegria e humor. 23 a 26 de julho de 2014 - Windsor Barra Hotel - Rio de Janeiro - RJ Dias 23, 24, 25 e 26 de julho Dificuldades não devem prejudicar trabalho do médico, afirma Marcus Safady Mais de 170 horas de atividades científicas abrangendo praticamente todos os temas da especialidade. E ainda: Fórum de Residentes, II Encontro Nacional de Ligas Acadêmicas de Oftalmologia, Cursos da SBAO e muito mais... Para o presidente da SBO, apesar das recentes mudanças na legislação federal confirmar o descaso do Governo com a situação real da saúde no Brasil, os médicos, mas do que nunca, devem buscar exercer seu trabalho da melhor maneira possível. Às críticas de que tudo é intriga da “elite branca”, os médicos devem responder com competência profissional, ética e dedicação ao paciente, “ocupando um espaço que governo nenhum pode tirar de nós”. EDITORIAL PÁGINA 2 Dia 24 de julho - Quinta-feira 18:45 - Cerimônia Oficial de Abertura do XVIII Congresso Internacional Entrega do 42º Prêmio Varilux Homenagem ao “Médico Oftalmologista” Homenagem “Personalidades SBO 2014” Após a Cerimônia Oficial de Abertura, Coquetel de Botequim e Happy Hour “SBO Você É Show 3” Breve história da fundação do Hospital São Geraldo, da Universidade Federal de Minas Nassim Calixto é o autor do depoimento sobre a fundação do Hospital São Geraldo, publicado na seção Tempo e Memória. Professor emérito da UFMG, onde, ingressou como estudante em 1947, prefere o título de Profes- Prof. Nassim Calixto, entrou sor de Clínica Médica para a Faculdade de Medicina da UFMG em 1947 Oftalmológica da Faculdade de Medicina da UFMG, onde continua a presPÁGINAS 8 E 9 tar trabalho voluntário. Dia 25 de julho - Sexta-feira 19:00 - Coquetel 20:00 - Stand-up comedy “Lente de Aumento” - Leandro Hassum Leandro Hassum na stand-up comedy “Lente de Aumento” Homenagem ao “Médico Oftalmologista” Homenagem “Personalidades SBO 2014” PÁGINA 3 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 2 “Visão Social” atende 172, entre crianças, jovens e adultos, na Escola de Música e Cidadania Parceria da Unimed-Rio com o Lions Club e Agência do Bem, com apoio da Essilor e Ótica Teles, sob a coordenação de Sérgio Fernandes, ex-presidente da SBO, a ação “Visão Social” realizou uma campanha na Escola de Música e Cidadania, unidade Cidade de Deus (RJ), com o objetivo de detectar problemas de visão. Foram atendidas 172 pessoas, entre crianças, jovens e adultos. PÁGINA 7 Marcus Safady* Tudo é intriga da “elite branca” Fotos divulgação Ladeando o banner institucional do Instituto Ver e Viver, Sérgio Fernandes e Marcos Reis, técnico que preparou parte dos óculos distribuídos Ricardo Reis, cooperado da Unimed, realiza exame de fundo de olho em um dos adultos examinados na ação, que se estendeu por três dias Instituto Ver e Viver implementa parcerias com Lions Clubs Além das parcerias com as prefeituras de inúmeras cidades, o Instituto Ver e Viver está implementado as parcerias com a ONG Lions Clubs, presente em mais de 500 cidades no Brasil e comunidades, realizando campanhas de acuidade visual com o objetivo de fornecer óculos a preços acessíveis para quem nunca pode ter essas facilidades. Recentemente, o Instituto promoveu uma campanha na comunidade do Pereirão, na Rua Pereira da Silva, em Laranjeiras. PÁGINA 7 Todos conhecemos o momento conturbado por que passa a saúde em nosso país. O poder público, através de suas decisões, tenta banalizar o atendimento médico, assumindo que profissionais, com uma formação desconhecida e não coomprovada pelos órgãos de fiscalização da medicina, possam cuidar de nossa população. Se isto fosse verdade, por que então o governo, de forma autoritária e ditatorial, precisou mudar a legislação federal e dar ao Ministério da Saúde o poder legal para autorizar o trabalho médico no país, passando por cima de todas nossas entidades e desrespeitando toda uma história de seriedade e compromisso com a saúde pública construida por elas. O que se conclui é que os profissionais chamados de “médicos” pelo Governo Federal não teriam condições técnicas de serem aprovados no programa Revalida. Muitas foram as tentativas de dialogar com o Governo e mostrar que esse não seria o caminho correto para melhoria da assistência médica no Brasil. Tudo em vão. Hoje vemos o programa “Mais Médicos” como a principal bandeira politica das autoridades federais e entendemos melhor a estratégia do Governo. Criou-se uma situação onde, a princípio, o problema estaria resolvido com a chegada de milhares de “médicos”, dando a impressão que tudo iria melhorar. Em marketing, essa estratégia denomina-se “cortina de fumaça”. As aparências confundem os observadores e, quando a fumaça se dissipar, a situação será exatamente a mesma. Mas aí, as eleições já terão passado. Nenhum destaque se dá aos inúmeros relatórios que mostram as calamitosas condições de saúde em nosso país. Tudo é intriga da “elite branca”, como a Presidente Dilma Rousseff chamou os que a vaiaram na abertura da Copa do Mundo e, provavelmente, considera, sem trocadilho, as críticas dos médicos brasileiros ao programa implantado de forma totalmente antidemocrática e claramente de cunho eleitoreiro. No entanto, apesar dos pesares e, talvez por causa deles, mais do que nunca nosso papel,como médicos comprometidos com a saúde da população brasileira, é continuar , cada vez mais, a exercer nosso trabalho da melhor maneira possivel. Com competência profissional, ética e dedicação ao paciente, ocupando um espaço que governo nenhum pode tirar de nós. *Presidente da SBO PÁGINA PÁGINA Confira ............................................ 2 Lançamento do livro Editorial .......................................... 2 “Toxoplasmose & Toxoplasma” ....... 6 XVIII Congresso Internacional Ações Sociais -Instituto Ver e Viver 7 da Sociedade Brasileira “Visão Social” na Escola de de Oftalmologia .............................. 3 Fique De Olho Questões tributárias ....................... 4 Fique De Olho Seguros para oftalmologistas ......... 6 Música e Cidadania ........................ 7 Tempo e Memória ........................... 8-9 Conta-Gotas ................................... 13 Filiadas À SBO .............................. 14 Congresso de Prevenção da Cegueira. 14 3 Maio - Junho - 2014 Na cerimônia de abertura, as homenagens especiais Cinco médicos e um engenheiro mecânico de formação serão homenageados dia 24 de julho C om o Hino Nacional executado pelo carioca João Daltro, especializado em violino, viola e música de câmara, que durante mais de 20 anos ocupou o cargo de lº violinista spalla da Orquestra Sinfônica Brasileira, terá início a cerimônia de abertura do XVIII Congresso Internacional da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, dia 24 de julho, às 18h45m, no Windsor Barra Hotel, sede de todas as atividades do evento. -O ponto alto da cerimônia serão as homenagens ao “Médico Oftalmologista” e às “Personalidades SBO 2014”, além da entrega do tradicional Prêmio Varilux, já na sua 42ª edição, destaca o presidente Marcus Safady, que aposta também na happy hour posterior, com direito ao “”SBO Você É Show 3" e o Coquetel de Botequim, para atrair todas as “tribos” da Oftalmologia. -Nas homenagens buscamos o equilíbrio, dosando a contribuição que cada um vem dando à nossa especialidade, tanto na área acadêmica e científica quanto na defesa dos interesses dos oftalmologistas que, como os demais médicos, enfrentam um período conturbado, agravado pelas recentes medidas governamentais. Como “Médico Oftalmologista” homenagearemos Ana Luisa Hofling de Lima, presidente da Associação Pan-Americana de Oftalmologia, professora titular de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp), especialista em córnea, doenças externas e infecções oculares; Roberto Abdalla Moura, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, vice-presidente da SBO (MG) no biênio 2011-2012, ex-professor adjunto de Oftalmologia da Baylor College of Medicine, Houston, Texas; e Osvaldo Travassos de Medeiros, vicepresidente da SBO (PB) no biênio 2011-2012, professor titular de Oftalmologia da Universidade Federal da Paraíba, especialista em refração. Na categoria “Personalidades SBO 2014”, o primeiro homenageado será Mário Heringer, médico ortopedista, formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora, eleito deputado federal por Minas em 2002, representou Minas Gerais durante três mandatos consecutivos (no Congresso Nacional dedicou-se prioritariamente na melhoria da saúde, educação, agricultura e segurança). O segundo, o cardiologista Alosio Tibiriça Miranda, formado pela UFRJ, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, na atual gestão coordenador do Departamento de Processo-Consulta, HOMENAGEM “MÉDICO OFTALMOLOGISTA” Fotos de arquivo SBO ■ Ana Luisa Hofling de Lima, presidente da Associação Pan-Americana de Oftalmologia, professora titular de Oftalmologia da Escola Paulista de Medicina (Unifesp) ■ Roberto Abdalla Moura, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo e ex-vice-presidente (MG) da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, gestão 2011-2012 ■ Osvaldo Travassos de Medeiros, professor titular de Oftalmologia da Universidade Federal da Paraíba, ex-vice-presidente (PB) da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, gestão 2011-2012 HOMENAGEM “PERSONALIDADES SBO 2014” Divulgação Divulgação ■ Mário Heringer, médico ortopedista, deputado federal por Minas Gerais, eleito pela primeira vez em 2002, com forte atuação nas áreas de saúde e educação ■ Aloisio Tibiriça Miranda, vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, conselheiro do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro além das Comissões Pró-SUS e de Saúde Complementar (COMSU). João Fernandes (João de Almeida Fernandes Filho), é o terceiro homenageado “Personalidades SBO 2014”. Com formação em Engenharia Mecânica, especialização em Engenharia de Produção e Economia, João Fernandes atua na área médica desde 2000 (Central de ■ João Fernandes, engenheiro por formação, atua na área médica desde 2000,através da Cooeso e FeCooeso representa a SBO e o CBO nas reuniões de Saúde Suplementar Convênios) e depois na Cooeso e FeCooeso. Representa a SBO e o CBO em todas as reuniões que tratam de Saúde Suplementar. Programação Social e Programa Científico completos no site www.congressosbo.com.br e no Programa Final 4 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia NÚMERO 6 Questões tributárias, contábeis e fiscais na área de Saúde Atual legislação beneficia advogados e prejudica médicos Advogados já podem ser enquadrados no Super Simples, médicos ainda aguardam definição As únicas atividades médicas inclusas no simples nacional, são laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica, serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem como ressonância magnética e serviços de próteses. Estas atividades médicas são tributadas na forma do anexo V da LC nº 128/ 2008, que só é interessante quando tem um fator r=salário (folha pagamento + encargos sociais) acima de 40%. Se for menor, estas atividades médicas para um faturamento de 15 mil reais mensal, terão uma alíquota de 17,5% sobre a emissão das notas fiscais de serviços. No dia 08/05/2014, a OAB aprovou no Senado e na Câmara, projeto de lei do Super Simples, passando a incluir a advocacia entre as categorias simplificadas para as micro e pequenas empresas (até 3,6 milhões de reais anual) e agora irá para a sanção presidencial. Para esta atividade de advocacia, a OAB conseguiu incluir no anexo IV, diferentemente do anexo V para atividade RECORTE E GUARDE médica, sendo devida uma alíquota de 4,5% para o mesmo faturamento de 15 mil reais mensal. Anexo IV não leva em consideração o fator “r”. Porque esta diferença de tratamento tributário entre estas duas profissões regulamentadas? A OAB defende a causa dos advogados informando que há milhares de advogados, principalmente em início de carreira, que se encontram em situação de arrecadação de menor porte, e necessitam de um olhar mais igualitário. A Ordem dos Advogados do Brasil colocou todo o seu peso institucional em favor desses valorosos colegas, que são os mais necessitados, observou o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcus Vinicius Furtado Coelho. A OAB acredita que os benefícios da mudança de tabela de tributação serão percebidas na rotina dos advogados, determinantes para 817 mil advogados brasileiros. Hoje são 40 mil sociedades de advogados e esperamos que com esta tributação, que aumente para 100 mil. Observamos que para os médicos tudo é muito difícil por falta de representatividade, senão vejamos. Para os advogados, a tributação federal no anexo IV para faturamento até 180 mil reais anual, será de 4,5%, já incluso o ISS e a CPP – Contribuição Previdenciária Patronal. Para os médicos, a tributação federal no anexo V para faturamento até 180 mil reais anual, será de 17,5% + 2% de ISS, estando incluso a CPP. A OAB informa que para esta aprovação do texto tem 99% de acordo entre a Câmara, Senado e Governo. O texto aprovado terá a inclusão, na tabela de tributação acima, anexo V, atividades médicas como medicina, enfermagem, odontologia, psicologia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, nutrição, vacinação, fisioterapia. Quando estiver em vigor a partir de janeiro/2015, os médicos deverão ver junto ao seu contador o melhor planejamento tributário para sua empresa. Toda atenção dos médicos do município do Rio de Janeiro deve estar voltada para a regulamentação da lei 5.739 de 16/ 05/2014, que trata dentre outros assuntos, da anistia total e parcial de auto de infração e da normatização dos critérios objetivos para a sociedade uniprofissional. Se desejar obter maiores informações a respeito, contatar o Grupo Asse. Vitor Marinho Diretor do Grupo Asse [email protected] Maio-Junho - 2013 5 6 JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia Fiocruz lança na Academia livro sobre toxoplasmose Seguros para oftalmologistas Seguro de vida, uma forma de manter o padrão de vida de seus familiares O seguro de vida deve ser visto como um gesto de carinho e amor aos nossos familiares. A experiência mostra, segundo o mercado segurador, explica Walton McComb Bizantino, da Segna Consultoria em Seguros, que a partir do momento em que as pessoas se conscientizam da importância de proteger seus filhos e cônjuges elas adquirem um seguro. É fato que o seguro de vida não substitui ninguém. Mas a questão básica do seguro é prestar uma proteção financeira no caso de uma perda, ou no caso de algum acontecimento que possa abalar a família. O seguro de vida, mais do que proteger financeiramente, permite que em horas de abalos ou tristezas, a família seja poupada de mais desconfortos e preocupações. Cada pessoa tem suas necessidades e sonhos. Por isso precisamos contratar um seguro adequado, garantindo que mesmo que não estejamos mais aqui por alguma fatalidade, tudo aquilo que planejamos se realize. Embora a vida não seja um bem que possa se medir o valor, como acontece com um automóvel, imóvel ou equipamento, a contratação de um seguro de vida, normalmente passa por uma avaliação, sobre qual o montante de recursos necessários para garantir a realização dos projetos idealizados pelo segurado. Pergunte: Quais as minhas necessidades hoje? Quem depende de mim financeiramente? Qual o montante necessário para manter o padrão de vida da família pelo menos nos próximos cinco anos. Por tais razões, não é surpresa quando nos deparamos com histórias como: “a de um bem sucedido empresário que pelo simples fato de seu pai, já falecido, ter contratado um bom seguro vida proporcionou a sua mãe recursos suficientes à manutenção do nível educacional que seu pai em vida proporcionava a ela e seus irmãos”. A atenção de seu pai a este detalhe fez toda a diferença na vida de seus filhos e esposa; e mais, fez diferença na vida dos netos que, vivendo em uma família estruturada financeiramente, estarão bem preparados para viver neste mundo tão competitivo. O investimento do segurado é compensado pela tranquilidade de que o infortúnio não mudará seus planos; é para os beneficiários, uma demonstração a mais de quão importantes são para o segurado; para a sociedade, a manutenção de famílias estruturadas financeiramente, e para o corretor de seguros, a certeza do dever cumprido. O seguro de vida não deve ser atrelado à morte, mas sim, a uma forma de manter o padrão de vida dos seus familiares, como uma preocupação que o segurado teve de não deixar sua família desamparada financeiramente. Walton McComb Bizantino E-mail: [email protected] (21) 3045-3966 / (21) 9966-13159 Organizado por Wanderley de Souza e Rubens Belfort Jr., com a colaboração de 25 renomados especialistas, a Editora Fiocruz lançou Toxoplasmose & To x o p l a s m a gondii” no dia 10 de julho, em cerimônia na Academia Nacional de Medicina, no Rio de Janeiro. O lançamento foi precedido do Simpósio “Toxoplasma e Toxoplasmos, coordenado pelos acadêmicos Rubens Belfort Jr. e Wanderley de Souza. Estruturada em 16 capítulos, a coletânea cobre praticamente todos os campos do conhecimento sobre o agente etiológico e a doença, apresentando novos aspectos, particularmente em relação à bioquímica, à interação entre o parasita e a célula hospedeira e à resposta imunológica à infecção. A obra conta com a participação de dois dos maiores especialistas mundiais no assunto, Jeffrey L. Jones e Jitender P. Dubey,que fizeram a mais ampla revisão sobre o tema, de acordo com o acadêmico José Rodrigues Coura, chefe do Laboratório de Doenças Parasitárias do Instituto Oswaldo Cruz. 7 Maio - Junho - 2014 Instituto Ver e Viver (IVV): a visão para todos Através de parcerias, IVV leva correção visual para a população Fotos divulgação 2.5 bilhões de pessoas no mundo ainda não tiveram acesso à correção visual é o que estima o Vision Impact Institute, organização dedicada a estudar os impactos socioeconômicos dos problemas relacionados à visão. Como líder no segmento de lentes corretivas o grupo Essilor lançou mundialmente o projeto 2.5 NVG (2.5 New Vision Generation) que tem por missão criar novos modelos de negócios sociais que levem acesso a essa população. O programa disponibiliza um produto exclusivo com lentes para óculos em policarbonato e resistentes à quebra, précortadas e com formatos simétricos, que se encaixam facilmente em armações específicas, possibilitando assim a entrega dos óculos logo após a consulta com o oftalmologista. No Brasil quem operacionaliza esse projeto é o Instituto Ver e Viver (IVV), que já promove há um ano campanhas com a missão de levar uma melhor qualidade de vida através da visão à população brasileira que nunca visitou um oftalmologista. “São estudantes, idosos, motoristas e trabalhadores ou seja brasileiros que atuam em diferentes setores da nossa sociedade. Só conseguimos atingir todo esse público formando parcerias diversificadas que tenham entrada em cada uma dessas esferas” diz Diana Paes, da área de expansão do projeto. Uma dessas parcerias é com a ONG Lions Clubs, que está presente em mais de 500 cidades do Brasil realizando campanhas de cuidados com a visão. “A entrega dos óculos na hora valoriza a campanha, a pessoa não precisa retornar, pois já tem sua necessidade atendida ali mesmo na ação”, elogia Pedro Aurélio Gonçalves, ex-presidente de Conselho do Lions. Em fevereiro, em parceria com a prefeitura de Mangaratiba (RJ, foram atendidas mais de 900 pessoas na praça central da cidade, a repercussão foi tão positiva que rendeu ao Instituto convites de cidades vizinhas. O IVV também já formou parcerias com várias associações de moradores que disponibilizam espaço, fazem a comunicação da campanha e juntos promoveram atendimento nas comunidades do Borel, Pereirão, Cantagalo, Pavão-Pavãozinho e Cruzada São Sebastião no Rio de Janeiro: “Estamos abertos a promover mais campanhas como essa, muitos dos moradores nunca haviam feito um exame”, ressalta Luis Bezerra, presidente da Associação de Moradores do Cantagalo. Outro modelo de campanha é com a iniciativa privada, estudos do Vision Impact Institute mostram que a correção visual pode aumentar em 20% a produtividade de um trabalhador. A Carbografite, empresa de equipamentos de proteção, mobilizou seu chão de fábrica em uma campanha de visão e se surpreendeu com o resultado: “O mais interessante é que 70% de todos os colaboradores, que passaram a ser usuários, desconheciam essa necessidade”, disse em carta de agradecimento enviada pelo seu Departamento de RH ao Instituo Ver e Viver. Se cada parceiro atinge uma parte da sociedade, a parceria médica atende a todas. Para cada campanha, o IVV vem contando com médicos e jovens residentes que ajudam a mudar para melhor a vida de muita gent., “ È uma ótima oportunidade para o residente estar em contato íntimo com a realidade do nosso país” diz Gabriel Sena, residente do Hospital Federal de Bonsucesso. A partir da esquerda, Rodrigo Silva, Diana Paes (jaleco branco), Sandra Abreu, Kelly Martins agachada, Eneida Ribas, Alexander Rossi, Marcos Reis e Paulo Silva em campanha na Comunidade do Pereirão, na Rua Pereira da Silva, em Laranjeiras, Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro (RJ) Pedro Aurélio Goçalves, ex-presidente do conselho do Lions Club e um dos moradores da comunidade do Pereirão já com seus óculos Gabriel Sena, residente do Hospital Federal d Bonsucesso, colaborador das campanhas do IVV “Visão Social”, na Escola de Música e Cidadania, na Cidade de Deus (RJ) Fotos divulgação Intitulada “Visão Social”, a UnimedRio em parceria com o Lions Club e a Agência do Bem, promoveram uma campanha na Escola de Música e Cidadania, unidade Cidade de Deus (RJ), uma das instituições apoiadas pela cooperativa. Idealizada pelo médico oftalmologista cooperado, Sérgio Fernandes, ex-presidente da Sociedade Brasileira, a iniciativa teve por objetivo tratar os participantes da Escola que apresentam problemas de visão. Sérgio Fernandes explicou que esse tipo de campanha reveste-se de especial importância porque diminui falhas na aprendizagem, uma vez que contribui para diagnosticar problemas de refração, evitando a evasão escolar. Todas as crianças diagnosticadas com dificuldades visuais receberam os óculos gratuitamente, destacou, informando que os pais e irmãos também foram contemplados. -Um total de 172 pessoas foram atendidas em três dias- 46 adultos e 34 crianças tiveram indicação para exame. Os médicos cooperados atenderam em consultório improvisado, montado na própria Escola de Música e Cidadania, informou Sérgio Fernandes, que ressaltou o fato do programa ter alcançado maiores propor- Na entrada da Escola de Música e Cidadania (EMC), Sérgio Fernandes, ex-presidente da SBO, cooperado da Unimed-RJ, idealizador da ação “Visão Social” ções com a abertura para a comunidade. A triagem foi feita previamente por voluntários do Lions Club e, além de Sérgio Fernandes, o atendimento foi realizado pelos médicos cooperados Roberto Mitrau, Ricardo Reis, Carlos Fernando Ferreira, ex-presidente da SBO, Marcus Safady e Gilberto dos Passos, presidente e tesoureiro da Sociedade no biênio 20132014. O Instituto Ver e Viver montou um estande onde era possível adquirir ócu- Numa das salas da Escola de Música e Cidadania, unidade Cidade de Deus, crianças jovens e adultos aguardam o atendimento oftalmológico realizado por cinco médicos oftalmologistas no próprio local los para longe ou para perto, logo após a receita ser prescrita. Sob a coordenação do técnico Marcos Reis, todas as medições foram feitas na hora e os óculos montados no próprio local. Para os casos mais específicos, como os das lentes progressivas (multifocais ou bifocais), as medidas foram encaminhadas para a sede da Essilor. Os modelos infantis, de diversos formatos e cores, que podiam ser escolhidos na hora pelas crianças, foram doados pela Ótica Teles. As outras armações, para adultos, foram doadas também pela empresa, ou compradas pela Unimed-Rio. Algumas foram adquiridas por Sérgio Fernandes. Além dos médicos oftalmologistas, do pessoal de apoio, a iniciativa teve a participação de Lilian Lima, representante da Essilor, Diana Paes, do Instituto Ver e Viver, e de Mariana Lima e Tiago Padilha, respectivamente analista e estagiário de sustentabilidade. JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 8 SBO Tempo e Memória João Diniz Breve história da fundação do Hospital São Geraldo Um marco na história da medicina brasileira, o Hospital São Geraldo, primeira instituição hospitalar da então Faculdade de Medicina de Bello Horizonte, foi fundado em 1920. Às vésperas do seu 90º aniversário, em 2009, prof. Nassim Calixto escreveu “História do Hospital São Geraldo (Departamento de Oftalmologia e Otorrinolaringologia”, uma “opinião pessoal de quem viveu e ainda vive como voluntário no Hospital São Geraldo”, como fez questão de destacar. O texto que publicamos abaixo, especialmente preparado para Tempo e Memória, é um breve resumo desse original, que integra o livro do centenário da Faculdade de Medicina da UFMG, fundada em 1911. Professor emérito da UFMG, com mais de 60 anos de vivência no Hospital São Geraldo, Nassim Calixto é uma referência nacional em glaucoma, subespecialidade que abraçou convidado pelo prof. Hilton Rocha, em 1953. Fotos arquivo UFMG Nossa história tem marcos expressivos que antecederam a fundação do Hospital São Geraldo. I – 04/03/1911 – Fundação da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte (12 fundadores acrescidos de Aurélio Pires* o varão mais importante de sua criação). Entre os fundadores estava Honorato Alves, responsável pelas Clinicas Oftalmológica e Otorrinolaringológica. II – Em 1915 - A diretoria da Faculdade pressentindo a falta de professores das duas áreas (parece que Honorato Alves nunca exerceu efetivamente as duas especialidades) abriu dois concursos (para as duas áreas), sendo que para a Clinica Oftalmológica o concurso foi para Professor substituto (com direito a sucessão). III –Em janeiro de 1916- Dr. Renato Brancante Machado (candidato único) conquistou a cátedra de Otorrinolaringologia em 24/01/1916, empossado em 09/07/ 1916. Instalou seu serviço em “Cômodo da policlínica da Santa Casa que lhe fora cedido por força do contrato em vigor”. IV- Em 27, 28 e 29/01/16 realizaramse as provas para Professor Substituto de Clinica Oftalmológica sendo aprovados os 3 candidatos: Dr. Linneu Silva, Professor substituto classificado em primeiro lugar. Livre docentes, os Drs. Edilberto Campos e Joaquim Santa Cecília classificados Primeiro concurso para catedrático da clínica oftalmológica foi realizado em 1916. Linneu Silva, professor substituto, foi classificado em primeiro lugar em 2º e 3º lugares, respectivamente. O professor Linneu foi empossado em 16/ 07/1916. (*) Há uma feliz coincidência entre o número do Colégio Apostólico (12) do Novo Testamento acrescido de São Paulo, apóstolo dos gentios e os 12 fundadores também acrescidos da figura ímpar de Aurélio Pires, paladino da criação de uma Faculdade de Medicina em Minas Gerais (desde 1896 ainda na antiga capital do Estado). Onde instalar a Clinica Oftalmológica? Na Santa Casa impossível pela existência de serviço similar e dirigido por Santa Cecília (desde 1914) rival de Linneu Sil- Prof. Renato B. Machado, empossado na cátedra de Otorrinolaringologia em 9 de julho de 1916. O concurso foi em 24 de janeiro de 1916 va. Seguem-se alguns trechos da aula inaugural de Linneu Silva em 1920 “Isolada num vão subterrâneo do edifício da Faculdade de Medicina vivia apartada do restante da assistência hospitalar do ensino médico, a clínica de olhos mais completando a organização dos programas exigidos que podendo satisfazer aos fins de seu futuro funcionamento – não melhor em sua eficácia que uma prótese de porcelana mantida fora do corpo e que só figurasse no vazio da órbita para os fins de composição estética em dia de festa e ainda assim sob os óculos enfumaçados de compassiva benevolência – tão mal feita era ela”. Renato Machado trabalhou até meados de 1918 quando, em agosto desse ano ele se junta a Borges da Costa e outros médicos para integrar a missão médica brasileira que se uniu aos aliados na Primeira Grande Guerra (1914-1918). Regressando em março de 1919 Renato Machado se une à Linneu Silva na luta ingente para obter local apropriado para as duas clinicas de vez que ao regressar da Europa seu serviço foi manipulado por outros médicos da Santa Casa. Em 1919 vagara um prédio próximo à Faculdade de Medicina onde o governo do estado mantinha um anexo da Diretoria de Higiene dirigida então pelo prof. Samuel Libânio. Pouco antes o presidente Arthur Bernardes recebia um pedido dramático de Linneu para instalar sua clinica oftalmológica em condições mais dignas. O presidente prometeu estudar o assunto com muito empenho. Os quatro anos em que Linneu Silva Prof. Linneu Silva,classificado em primeiro lugar na prova para professor substituto de Oftalmologia também realizada em janeiro de 1916 Trabalho do prof. Linneu no concurso para a cátedra de professor substituto de Oftalmologia da Faculdade de Medicina de Bello Horizonte viveu no porão do edifício da Faculdade de Medicina, onde funcionava exclusivamente um Ambulatório de Clínica Oftalmológica, quase lhe alquebraram a coragem de lutar. Mas a boa estrela de Linneu Silva ganhou a batalha. O Presidente do Estado e o seu Secretário do Interior, Affonso Penna Jr., fo- No início, com dificuldade para instalar a clínica oftalmológica, Linneu Silva fez um apelo dramático ao Presidente Arthur Bernardes Na Santa Casa impossível pela existência de serviço similar e dirigido por Santa Cecília (desde 1914) rival de Linneu Silva. Seguem-se alguns excertos da aula inaugural de Linneu Silva em 1920 ram sensíveis ao pedido do professor da Clínica Oftalmológica. “Olhos fitos na meta almejada – que brilhava muito longe, ouvidos surdos aos clamores dos eunuchos de acção, e sólidas perneiras contra os dentes aguçados das ameaças traiçoeiras e dia a dia approximavamos mais o nosso fim”. “E m b a r a ç o s accidentaes adestravam-nos, os passos principiantes, tropeços propositaes estimulavam-nos, sobremodo, o espírito de luta, perfídias (que as houve e bem feitas) era o tempero humorístico ao amargor das dificuldades de toda hora.” Reformado o prédio da Diretoria de 9 Maio - Junho - 2014 Conclusão da página anterior Enfermaria de mulheres do Hospital São Geraldo, antes de ser transformados em clínica exclusivamente dedicada à oftalmologia Em 1920, depois de funcionar em instalações improvisadas, Hospital São Geraldo passa a funcionar no reformado prédio da Diretoria de Higiene Higiene, pelos esforços conjugados do Governo do Estado, da Escola de Medicina, e graças a donativos e subscrições de professores da própria Escola, de médicos e pessoas da sociedade. Pela lista parcial de donativos transcrita no anexo da página 8, pode-se bem aquilatar a luta ingente que desenvolveram os dois professores, inicialmente, no sentido de obter o local apropriado para a instalação das duas clínicas e, depois, os esforços despendidos na captação de verbas e doações para adquirir os equipamentos adequados. E Linneu Silva prossegue: “A encorajar-nos, tínhamos o exemplo, confortador sobre todos, de Cícero Ferreira na creação dessa obra admirável de fé, sacrifício e tenacidade – a Faculdade de Medicina de Bello Horizonte, e a palavra serena de amizade e animação de Affonso Penna Junior esclarecido secretario do Interior e digno collaborador da obra patriótica do actual Presidente de Minas Gerais, que em contingencias amargas de realisação de nossa idea valera - nos como bemfazerjas injecções de óleo camphorado – que de eminente collapso levantavam o enfermo.” O Hospital São Geraldo foi solenemente inaugurado no dia 04 de Julho de 1920, sendo orador na solenidade o Professor Aurélio Pires. O Diretor da Faculdade de Medicina Professor Cícero Ferreira não compareceu à solenidade por estar enfermo, vindo a falecer pouco tempo depois ( 14 de Agosto de 1920 ). É a nota triste da inauguração do Hospital. Assim, se fundou a primeira instituição hospitalar da Faculdade de Medicina de Belo Horizonte, orgulho de todos aqueles que lá mourejam na esperança de manter a tradição, serviço à comunidade, extensão e pesquisa nas áreas de atuação, sem desmerecer o amor ao trabalho, mantêm-se na busca do progresso, de serviço ao próximo, da formação de novos especialistas, ideais que sangraram a vocação altruística de seus fundadores. Por que Hospital São Geraldo? A rigor não sabemos exatamente a razão do nome, mas pelas informações orais transmitidas através de pessoas da época parece que São Geraldo era o “Santo” muito falado ao tempo da inauguração. Referências: 1. PIRES, AURÉLIO – Faculdade de Medicina de Bello Horizonte (Subsídios e documentos para a história da fundação da mesma). Belo Horizonte. Imprensa Oficial. 1927 2. CAMPOS, MÁRIO MENDES – Cinqüentenário da Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais. 1911-1961. Notas – Informações – Comentários. Belo Horizonte – Minas Gerais – Brasil. 1961. 3. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Medicina. Departamento de Oftalmologia. Cinqüentenário do Hospital São Geraldo. Belo Horizonte. 1970. (Apesar de não aparecer o seu nome, este opúsculo foi escrito pelo Prof. Hilton Rocha) 4.ROCHA, H. – Sexagésimo aniversário da Faculdade de Medicina da UFMG (1911-1971). Notas – Informações – Comentários. 5. CORRÊA, E.J. e GUSMÃO, S.N.S. – 85 anos da Faculdade de Medicina da UFMG. Nassim Calixto Professor de Clínica Oftalmológica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Março - Abril - 2014 15 13 Maio - Junho - 2014 Fotos divulgação Vital Paulino, coordenador há 20 anos do Simpósio Internacional de Glaucoma da Unicamp, na abertura da edição de 2014 Francisco Lima, de Goiânia, que preside a Sociedade Brasileira de Glaucoma, desde julho do ano passado Remo Susanna Jr., professor titular da USP, elogiou a iniciativa da Unicamp para difundir os conhecimentos sobre o glaucoma Realizado de 2 em 2 anos, Simpósio Internacional de Glaucoma da Unicamp reúne mais de 500 no Hotel Maksoud Plaza em SP Nos dias 23 e 24 de maio passado, no Hotel Maksoud Plaza em São Paulo, foi realizada a edição comemorativa de 20 anos do Simpósio Internacional de Glaucoma da Unicamp, coordenado por Vital Paulino e pelos membros da comissão organizadora constituída por José Paulo Vasconcelos, Rui Schimiti, Emyr Arcier, Rodrigo Avelino, Vanessa Vidotti e Fernanda Cremasco. Com a participação de mais de 500 especialistas, o evento contou com a presença de praticamente todos os professores de glaucoma do Brasil, além de especialistas de diversos estados do país e também representantes interna- cionais, como os professores da Dalhousie University do Canadá, Balwantray Chauhan e Marcelo Nicolela, brasileiro que há´16 anos vive em Halifax. Ao término do X Simpósio Internacional, que teve ainda a participação de Francisco Lima, novo presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma, e Remo Susanna Jr., professor titular da USP, Vital Paulino afirmou que se sentia honrado em organizar um simpósio durante 20 anos e ter sempre auditórios lotados, destacando também o fato de o simpósio ter se tornado uma referência em glaucoma. No estande da SBO, divulgação do XVIII Congresso Internacional Palestra alerta para importância da prevenção Para alertar sobre os riscos do glaucoma e a importância da visita regular ao oftalmologista com o objetivo de evitar inclusive outras doenças oculares, Renata Rezende, do staff do Hospital São Vicente de Paulo (RJ), fez a palestra gratuita “Olhos: o que devemos saber ?”, no dia 22 de maio, quando também deu informações sobre vários tipos de tratamento. Aberto à comunidade, que pode esclarecer suas dúvidas, Renata Rezende falou sobre os principais problemas que acometem os olhos, tais como conjuntivite, catarata, além de glaucoma e outras doenças oculares, aproveitando para desmistificar informações disseminadas sem critério pela internet, entre as quais de que a pressão intraocular elevada sempre causa dor. Divulgação Durante o Simpósio, no estande da SBO, onde foi feita a divulgação do XVIII Congresso Internacional, secretário executivo Marcelo Diniz recepciona congressistas Roberto Pinto (PB) e Rômulo Pereira (RR) Renata Rezende durante sua palestra “Olhos: o que devemos saber?” no Hospital São Vicente de Paulo, na Usina (RJ) JBO - Jornal Brasileiro de Oftalmologia 14 EXPEDIENTE Sociedade Brasileira de Oftalmologia Rua São Salvador, 107 Laranjeiras Rio de Janeiro - RJ CEP 22231-170 Tel. (21) 3235-9220 Fax (21) 2205-2240 [email protected] http://www.sboportal.org.br DIRETORIA Biênio 2013-2014 Presidente Marcus Vinicius Abbud Safady (RJ) Vice-presidentes Elisabeto Ribeiro Goncalves (MG) Fabíola Mansur de Carvalho (BA) João Alberto Holanda de Freitas (SP) Ricardo Lima de Almeida Neves (RJ) Tania Mara Cunha Schaefer (PR) Secretário Geral André Luis Freire Portes (RJ) 1º Secretário Sérgio Henrique S. Meirelles (RJ) 2º Secretário Giovanni Colombini (RJ) Tesoureiro Gilberto dos Passos (RJ) Diretor de Cursos Arlindo José Freire Portes (RJ) Diretor de Publicações Newton Kara-Junior (SP) Diretor de Biblioteca Armando Stefano Crema (RJ) Conselho Consultivo Membros Eleitos Jacó Lavinsky (RS) Paulo Augusto de Arruda Mello (SP) Roberto Lorens Marback (BA) Conselho Fiscal Efetivos Francisco Eduardo Lopes Lima (GO) Leiria de Andrade Neto (CE) Roberto Pedrosa Galvão (PE) Suplentes Eduardo Henrique Morizot Leite (RJ) Jorge Alberto Soares de Oliveira (RJ) Mizael Augusto Pinto (RJ) JBO JORNAL BRASILEIRO DE OFTALMOLOGIA Jornalista Responsável: Eleonora Monteiro - M.T. 12574 [email protected] [email protected] Conselho Editorial: Marcus Vinicius Abbud Safady Newton Kara-Junior Arlindo Portes João Diniz Marcelo Diniz Editoração Gráfica: Sociedade Brasileira de Oftalmologia Responsável: Marco Antonio Pinto DG 25341RJ Publicidade: Responsável: João Diniz Tel.: (21) 3235-9220 E-mail: [email protected] [email protected] Contato publicitário: Westinghouse Carvalho Tel.: (11) 3726-6941 / 99274-0724 E-mail: [email protected] Publicação: Bimestral Impressão: Stamppa Grupo Gráfico Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e seu conteúdo não representa, obrigatoriamente, a opinião do JBO. 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A edição bilíngue, português-inglês, conta a história da plástica ocular desde os primórdios, ainda em 2250 a.C: o Código de Hammurabi traz a primeira referência à cirurgia plástica ocular. Os primeiros relatos documentados de procedimentos reconstrutivos em cirurgia plástica geral e ocular datam de 600 a.C, obra do médico indiano Suhruta. No livro, Eduardo Soares escreve sobre os pioneiros,ainda no século XIX, como J.F. Dieffenbach, considerado o pai da cirurgia plástica geral. Mas foi na Segunda Guerra Mundial, quando a ci- Palestra de Eduardo Soares sobre História da Cirurgia Plástica Ocular no Brasil, baseada no livro que lançou durante o XXI Congresso, distribuído gratuitamente para os congressistas Capa do livro sobre os 40 anos da cirurgia plástica ocular no Brasil, que faz referência à sessão científica realizada na SBO em 1974, origem da atual SBCPO rurgia plástica foi reconhecida como uma subespecialidade da oftalmologia, que começou o ensino e a formação de cirurgiões, escreve o autor, que destaca a importância do escocês John Clark Mustardé, palestrante de um curso pro- Grupo de ex-presidentes da SBCPO, a partir da esquerda, Suzana Matayoshi, Euripedes Mota Moura (com diploma de Sócio Honorário) e Raquel Rocha Almeida Dantas movido pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia. Durante esse curso, foi fundado o Centro de Estudos de Plástica Ocular. John Clark Mustardé esteve presente na fundação do Centro de Estudos de Plástica Ocular (Cepo), núcleo original da SBCPO, em 27 de novembro de 1974, quando lhe foi dado o título de presidente de honra. Presidida por Guilherme Herzog Neto, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Ocular homenageou também os demais ex-presidentes com uma medalha e diploma de Membro Honorário, durante o XXI Congresso, que reuniu mais de 300 oculoplásticos de 15 a 17 de maio passado. - Foi o maior congresso da subespecialidade até hoje em nosso país, o que demonstra o aumento substancial do interesse em cirurgia plástica ocular, comemorou Guilherme Herzog Neto, que não esperava mais do que 200 participantes. No Recife, cidade conhecida por suas tradições culturais, o próximo Congresso de Prevenção da Cegueira Recife, capital de Pernambuco, quarta maior em área urbana brasileira, com uma população de 3,7 milhões de habitantes, considerado o segundo pólo médico do país e o primeiro da região Norte-Nordeste, sedia o próximo Congresso de Prevenção da Cegueira. Os presidentes do evento, Afonso Medeiros e Liana Ventura, prometem que os participantes terão não só oportunidades científicas especiais, como também momentos inesquecíveis de convivência social, marcada pela hospitalidade pernambucana. Além da programação científica, estão previstos mais de 600 palestrantes nacionais e 31 internacionais, Liana Ventura destaca, dentre as novidades culturais, dois concursos: um de fotografia, com o tema “Um dia na vida do oftalmologista” e outro “Casos e prosas curiosas em Oftalmologia”. Liana Ventura destaca ainda a localização do congresso, no Centro de Convenções de Pernambuco, que se encontra “estrategicamente” localizado entre Olinda e Recife, duas cidades ricas em tradições e cultura.