O marco aos voluntários de 32
Alexandre Simão
Anelize Vergara
Embora presente nos núcleos familiares dos voluntários da “Revolução”, que atuavam como guardiões da memória, após a morte destes, o marco material já
não possui a mesma imagem simbólica no âmbito social.
Chega-se a tal conclusão, ao observarmos o estado atual em que se encontra o local, bem como as respostas obtidas ao realizarmos entrevistas com as
pessoas que transitavam em frente ao marco. Ao questionarmos a respeito do significado do monumento, percebemos que a maioria das pessoas
desconheciam não só o significado, como muitas vezes acabavam por não notá-lo. Há então, uma perda da memória relativa ao evento na sociedade
assisense. Poucas pessoas sabiam o significado da data de 09 de julho, tanto o fato histórico que representa, quanto sua importância na cidade, onde, nem
mesmo a administração pública preocupa-se em manter a manutenção do local e da memória nele inserida.
Atualmente o marco analisado encontra-se em situação de abandono, em frente a um restaurante no centro da cidade ao lado do trilho da estrada de ferro
Sorocabana. Esquecido não somente dos cuidados por parte da administração pública, mas também dos cuidados e da memória de grande parte da
população do município.
Não sendo apresentado à lembrança durante o feriado de 09 de julho, os signos que este marco representa acabam por permanecer nas pessoas de maior
idade, que presenciaram sua inauguração ou tiveram parentes e amigos que o fizeram. Sendo assim, pensamos que não somente o marco em si encontra-se
em abandono, bem como sua memória.
O marco aos voluntários de 1932 na cidade de Assis foi fundado no ano de 1977, reunindo em praça pública ex-voluntários, figuras políticas e civis para
presenciar a homenagem realizada. A instituição do marco , era não somente uma homenagem da cidade aos seus ex-combatentes, como também um
mecanismo de retomada da memória construída sobre o evento. Materializava-se entre os fragmentos da memória individual dos homenageados, familiares e
amigos, que além desta causa destacavam-se por exercer certa influência no município.
Por estas imagens esta exemplificada, a importância que os cidadãos da cidade de Assis davam ao acontecimento na data de fundação do marco e sua
intenção em lembrar o papel prestado pelo município na Revolução Constitucionalista de 1932.
Fundação do Local em 1977 – Acervo pessoal Helena
R. Tucunduva
Recordações materiais das homenagens prestadas ao marido, guardadas por Dona Helena
R. Tucunduva.
Fundação do Local em 1977 – Acervo pessoal Helena
R. Tucunduva
Fundação do Local em 1977 – Acervo pessoal Helena
R. Tucunduva
Agradecemos:
A Sra. Helena R. Tucunduva e sua filha Márcia pela atenção com a qual nos recebeu e por ter cedido as imagens.
Ao Sr. David da Casa da Cultura de Assis.
A Deise da Estação Parada da Artes, pela atenção e as informações muito utéis que nos forneceu.
Enfim, a todos aqueles que participaram direta e indiretamente deste trabalho,
Muito obrigado.
Bibliografia:
CHAUÍ.Marilena. Brasil Mito fundador e sociedade autoritária, São Paulo: Ed. Perseu Abramo, 2000.
DANTAS, Arruda. Memória do Patrimônio do Assis, São Paulo: Ed. Pannartz, 1978.
LIPPI, Lúcia. As festas que a República manda guardar. In: Revista eletrônica Estudos Históricos FGV/CPDOC nº04. Rio de Janeiro: 1989.
SILVA, Leoni F. Minha Terra Assis. Assis, Tipografia Nigro, 1979.
POLLAK, Michel. Memória, esquecimento e silêncio. In: Revista eletrônica Estudos Históricos FGV/CPDOC nº03. Rio de Janeiro: 1989.
NORA,Pierre. Entre Memória e História – A problemática dos lugares. In: Revista do Programa de Estudos Pós-Graduados em História e do Departamento de História da PUC-SP. São Paulo: 1981.
Fontes Orais:
TUCUNDUVA, Helena R. Depoimento concedido no dia 26 de Novembro de 2008
TUCUNDUVA, Marcia R. Depoimento concedido no dia 27 de Novembro de 2008
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