Mercado Violbass: uma nova opção Kênio Alcanfôr* E stamos falando do violbass acústico, um instrumento da família das cordas friccionadas que veio para ocupar o espaço de uma oitava entre o violoncelo e a viola. Embora tenha um som muito próximo da nota mais grave do violoncelo, o Dó (65,4 Hz), e a nota mais grave da viola, o Dó (130,8 Hz), o violbass pode ter sua nota mais grave em Fá (87,31 Hz); ou seja, a uma quarta do mesmo, com um som grave, aveludado e forte, no mesmo volume do violoncelo (www.violbassacustico.com.br). O violbass, apesar de ter a sonoridade similar a dos instrumentos já existentes, apresenta algumas alterações que o tornam mais versátil e prático, a começar pela mudança das cravelhas tradicionais por tarraxas. Isso permite muito mais conforto na afinação do instrumento, pois a utilização de microafinadores no estandarte prejudica a sonoridade do instrumento, sem contar que o estandarte deve ser curto não cabendo o uso dos microafinadores. Outro ponto é o formato do corpo que permite o alcance das posições mais agudas com menor esforço por parte do músico. A versatilidade Em testes, já foi constatado que qualquer violinista ou violista pode tocar o violbass de primeira vez, sem nenhuma dificuldade. Afinado em quintas Fá-Dó-Sol-Ré, pode executar partituras em Sib na clave de Sol, embora soe uma oitava abaixo. Assim, utiliza as partituras para sax tenor em Sib sendo que suas notas em quintas serão Sol-Ré-Lá-Mi como as do violino, o que torna extremamente fácil a execução por um violinista, ou partituras na clave de Fá na terceira linha, sem contar que seu braço é praticamente igual ao do violino, o que facilita quanto à afinação. A utilização No que concerne a solo, é um instrumento que se aproxima do timbre do fagote e em certas posições a trompa (YouTube: ViolBass Acustico). Com um som melancólico e grave, se enquadra muito bem nas músicas românticas regionais como nas músicas clássicas no andamento de Adágio de uma maneira geral. Na formação de grupos musicais e até orquestra, ele assume muito bem o espaço entre o violoncelo e a viola, ensejando a formação de contrabaixo, violoncelo, violbass, viola e violino, onde teremos cinco instrumentos de timbres distintos, reforçando os graves da orquestração - o que não acontece na formação do primeiro e segundo violinos (instrumentos de mesmo timbre executando tons diferentes). Praticidade Trata-se de um instrumento portátil de som grave, fácil de ser transportado e ocupando bem menos espaço físico na formação de conjuntos ou orquestras. Pode ser facilmente executado por profissionais do violino ou da viola sem qualquer processo de adaptação, sem 24 contar que seu uso elimina a condição de segundo violino que nunca foi valorizada tanto quanto a do primeiro violino. Para as composições já existentes, basta transpor a viola para as partituras do segundo violino e transpor as partituras da viola para o violbass. No caso de composições novas, há maior liberdade para estruturação dos graves, onde o compositor terá mais recursos de harmonia para orquestrar os sons graves, deixando os timbres mais densos e fortes. Um instrumento do século XXI Embora tenha as características básicas dos instrumentos da família das cordas friccionadas oriunda do século XVIII, o violbass proporciona aos músicos a versatilidade de ser utilizado tanto no clássico como no popular com maior intimidade cultural no momento em que se ajusta muito bem tanto na música cantada como na instrumental, com um som capaz de reproduzir o jazz, o blues, a bossa nova, a música sertaneja de raiz, a seresta, a música gospel, com um som único-grave, suave e robusto. Sua utilidade vai do Barroco às músicas modernas, indistintamente! * Kênio Alcanfôr é o brasileiro inventor do violbass. Contato: [email protected] Mais informações: www.violbassacustico.com.br