ENTREVISTA RUI FALCÃO, PRESIDENTE DO PT: PRIVATIZAÇÃO É COISA DO PSDB
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Polícia pra quê?
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Um roteiro para quem
vai só e quer voltar
bem acompanhado
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Surto psicótico é mais
comum do que se
imagina e ele dá sinais
LF/Mercado
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meramente ilustrativos. As áreas comuns serão entregues de acordo com as especificações do memorial descritivo do empreendimento. Por motivos técnicos
ou processos construtivos, poderão ocorrer algumas modificações quanto às dimensões e/ou layouts. Por se tratar de material impresso, as imagens podem
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Número 76
24 de fevereiro 2012
Entre....
= COLUNISTAS
20 Coluna do PCO
Paulo Cesar de Oliveira
50 Viver Melhor
Fernando Torres
66 Cantinho do Chef
Luciana Avelino
68 Correria
Flávio Moraes
80 Zoom
Márcia Queirós
e Alessandra Valente
24 Política
Guilherme Afif espera apoio
do PSDB na cidade de SP
= ARTICULISTAS
28 Segurança
Brasil está refém
das polícias?
64 Economia
Fundo imobiliário:
democratização
30 Personagem
Advogado mineiro chega
à entidade internacional
70 Lazer
Roteiro para quem
quer curtir a solteirice
34 Entrevista
Rui Falcão diz que PT não
privatiza, só faz concessão
76 Voluntariado
Recanto Feliz, a quarta
beneficiada no Viver Solidário
38 Capa
Rua Gonçalves Dias, no Santo
Agostinho: casa de aborto
84 Bate-papo
Victor Dzenk: moda
no Carnaval
52 Especial Brasil
Maués, município-ilha: vida
em torno do fruto do guaraná
86 Conexão Empresarial
Lacerda anuncia 200 milhões
de reais para a Pampulha
60 Reportagem
Surto psicótico: comum de
acontecer e ele dá sinais
90 Festas
Dani Guimarães forma
em administração
8
26 Circo eleitoreiro
Paulo Cesar de Oliveira
32 Maravilhas da Estrada Real
Olavo Machado
49 O toalete
Hermógenes Ladeira
58 É dando que se recebe
José Martins de Godoy
69 Minto, logo existo!
Fátima Rabelo
79 Crescimento compartilhado
Lázaro Luiz Gonzaga
98 Indecisão de Serra
Carlos Lindenberg
= CRÔNICA
44 Assim você me mata!
Bruno Fernandes
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Editorial
Mais do que sambar, rebolar!
Corrupção ativa, jeitinho, jatinhos, churrasco na laje,
favelas que são atrações turísticas, gente de todos os tipos
e comportamentos variados – dos mais admirados aos
mais nojentos. Oportunidades, crescimento econômico,
solidariedade, capacidade de realização, uma quantidade
de terras e climas desejados por todo o mundo. Somos
uma mistura absoluta de tudo isso aí e muito, muito mais.
E é essa receita que está fazendo o Brasil evoluir a cada dia
para se tornar um grande país – coisa que já somos desde
que nascemos. Quem sou eu ou quem é você para definir
o que é certo ou errado? O conjunto que nos forma ou as
coisas que fazemos é que resultam no que somos. E não
é possível imaginar que somos todos errados. O planeta
já vem olhando o Brasil há muito, seja pela grandeza do
solo com que fomos abençoados, seja pelo gingado que
transformou nossa economia e imagem em um país completamente diferente dos outros. Temos que nos valorizar,
meus caros. Temos de entender que essa receita é que está
nos fazendo ganhar espaço e gerar riquezas. Entenda-se
por riqueza um aspecto maior que a posse financeira. Riqueza é a capacidade de construir, movimentar-se, transformar. E tenho plena convicção de que o brasileiro faz isto
de maneira única. Não é só por causa das riquezas naturais
que estamos sendo enxergados pelo restante do mundo. É
pela nossa forma de agir, pela flexibilidade nos atos e, de
forma geral, pela falta de preconceito. Por mais que sejamos uma sociedade às vezes tradicionalista além da conta – hipócrita em muitos casos – a cabeça brasileira é de
mente aberta. Recebe o mundo, tem manifestações sociais
de todos os tipos, liberdade de expressão real – mesmo que
alguns ainda insistam em tolhê-las. Pelo que tenho lido e
visto ao longo dos anos, não há sociedade formada, há sociedades em permanentes evoluções. O nosso próprio perfil é um samba: colonizados pelos europeus, tem a maior
colônia asiática do mundo, além de ter praticamente 50%
do continente em território. O que precisamos é eliminar
os desperdícios, efetivar punições, distribuir renda por
meio de empreendedorismo e qualificação das pessoas. E
a maior arma para que possamos vencer estes desafios se
chama educação, no mínimo, capacitação. A Viver Brasil
nasceu com o objetivo de participar positivamente da sociedade, influenciar em causas e ações importantes para
a população. Este é o caminho em que acreditamos. Na
capa desta edição, uma matéria mais que atual: colocamos luz na questão do aborto, aceito em alguns lugares,
mas ilegal no Brasil. Pura hipocrisia. Em toda esquina há
uma clínica pronta para realizá-lo. E a discussão é boa,
é de ideias e crenças. Abrindo espaços para todos, uma
entrevista com o Rui Falcão, presidente do maior partido
do Brasil, o PT. Já fizemos tempos atrás com o presidente
do PSDB, Sérgio Guerra. E voltaremos a fazer antes das
eleições de outubro. Abrindo espaço e entendendo o que
pensam para o nosso país os representantes da sociedade.
Muito obrigado a todos e agora o Brasil começa para valer,
já que passamos uma das datas mais esperadas do ano, o
Carnaval. Até mais!
Gustavo Cesar de Oliveira, diretor – [email protected]
Diretor-geral
Paulo Cesar de
Oliveira
Diretores
Gustavo Cesar
de Oliveira
Paulo Cesar
Alkimim de
Oliveira
Diretor de redação Homero Dolabella
Editora-executiva Silvânia Arriel
Chefe de redação Maria Eugênia Lages
Subeditora Luciana Avelino
Editoras-adjuntas Cláudia Rezende e
Raquel Ayres
Redação Ana Elizabeth Diniz, Eliana Fonseca,
Eliane Hardy, Fernando Torres, Janaína
Oliveira, Márcia Queirós e Terezinha Moreira
Repórteres colaboradores Flávio Penna e
Sueli Cotta
Articulistas Bruno Fernandes, Eduardo Fernandez, Fátima Rabelo, Hermógenes Ladeira,
José Martins de Godoy, Lázaro Gonzaga,
Olavo Machado, Matheus Cotta, Paulo Paiva e
Wagner Gomes
Correspondentes internacionais
(Paris) Igor Tameirão
(Nova Iorque) Angelina Freitas
Estagiário Celso Filho
Revisão Maria Ignez Villela
Pauta e produção Angélica de Castro
Secretária de redação Ana Lúcia Cortez
Diretora de arte Oriádina Panicali Machado
Editor de arte Renato Luiz
Equipe de arte Adroaldo Leal, Gilberto Silva e
Luciano Cabral
Assistente de fotografia Marizeli Goulart
Fotógrafo especial Nélio Rodrigues,
Fotógrafos colaboradores Pedro Vilela, Tião
Mourão e Victor Schwaner
Superintendente de finanças Cinthia Portela
Superintendente de operações Eliana Paula
Supervisora de circulação Natália Grant
Coordenadora de marketing Isabel Borges
Gerente de eventos Gustavo Serpa
Departamento comercial (31) 3503-8888
Adélia Salazar, Alessandra Valente, Cristiana
Rey, Dária Mineiro, Hevelyne Buzatti, Lívia
Bosco, Rigléia Carvalho, Sandra Câmara e
Wander Bocelli
[email protected]
Assinaturas (31) 3503-8870
Impressão Log&Print Gráfica e Logística S.A.
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Viver Brasil é uma publicação da VB Editora e Comunicação Ltda.
São Paulo: Jacques Felix, 19 – Vila Nova Conceição - CEP: 04509-000 – São Paulo, SP – Tel.: (11) 2127-0000
Minas Gerais: Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4, Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000 – (31) 3503-8888 - www.revistaviverbrasil.com.br
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Mais uma mulher que sofre ameaça,
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A força das
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de mobilizar e lançar modismos
Luiza Estamos todos
morrendo de saudades, menos
a Luiza, que está no Canadá
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Ĩ
a arquiteta é
usuária frequente
das redes sociais
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A força das redes sociais
A Viver Brasil não perde para
as revistas nacionais, fica
emparelhada. A capa com a
matéria sobre as redes sociais,
com ênfase no Facebook,
chegou às bancas na mesma
semana que as grandes
publicações destacaram a
venda de ações do Facebook na
Bolsa de Valores. Isto mostra
que a equipe está atenta ao que
acontece e antecipa os grandes
assuntos para, nós, leitores.
Além disso, a reportagem ficou
muito interessante.
Frederico Britto
Gostei da reportagem sobre o
poder nas redes sociais. Elas
crescem a cada dia e estão
estreitando os relacionamentos
por todo o mundo.
Helena Freire
Entre Aspas
Coitadinho do Cabo Júlio e dos
demais vereadores! Na Entre
Aspas, o Cabo Júlio se diz com
pena de quem vive apenas
com o salário que recebe da
Câmara. Gostaria de conhecer
a estatística que mostrasse
quantos brasileiros vivem com
salário acima dos vereadores
de BH, e quantos vivem com o
salário abaixo de mil reais, ou
mesmo com o salário mínimo
e ainda abaixo dele. Somos
nós, que ganhamos bem
12
menos que ele, que pagamos
os salários dos vereadores para,
nem todos, defenderem os
nossos direitos, e procurarem
saber de nós, quais são
nossas necessidades ou como
gostaríamos de ver nossa
cidade. Uma frase como essa,
mereceria um processo contra
danos morais, pois o povo se
sente humilhado, ironizado,
explorado e ofendido com
declaração desse tipo. Aliás,
quanto ele estaria ganhando
como cabo? Se menos, não
há por que reclamar. Se mais,
que ele volte à corporação para
nos defender, defender nossas
vidas, nosso patrimônio.
Teria sido muito mais bonito
ele ter dito que sentia pena de
quem ganha abaixo do salário
dos vereadores, e mais bonito
ainda, se ele sentisse
de verdade!
Teresita Panadés de Castro
Tragédia de todo ano
A cada final de ano fico
estarrecida com o que
acontece no país quando
começa a chover. São sempre
os mesmos problemas
mostrados na TV e jornais,
parecem até que são repetidos.
O pior é que também falam
em liberação de recursos
para prevenção de catástrofes,
não fazem nada. Para onde vai
esse dinheiro?
Maria Eulália Pereira
Coluna Zoom
A nota sobre a banda Scarcéus
na revista Viver Brasil ficou
excelente. Gosto de saber o
que acontece na nossa Minas
Gerais nos seus diversos
aspetos, sejam políticos,
empresariais ou sociais.
Marly Mota Pereira
Mineiridade
Uma revista com ícone de
mineiridade, mas infelizmente
ela não chega aqui, em San
Cristobal de Las Casas, nos
altos de Chiapas, no México.
Magno Fernandes dos Reis
Entrevista
Achei a ministra Cármen Lúcia
Rocha, do Supremo Tribunal
Federal, muito coerente
nos seus posicionamentos,
principalmente quando fala
que é preciso transparência
no trabalho do servidor
público, incluindo os juízes. A
sociedade tem que saber, sim,
da declaração de renda deles.
Adelaide Campos
Calor nas montanhas
Adoro as reportagens de
turismo da revista Viver
Brasil. São descritivas, tão
bem escritas, que nos levam
até os lugares visitados pelo
repórter. Essa de Visconde de
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Rodovia MG–030, 8.625, torre 2, nível 4,
Vale do Sereno, Nova Lima, MG – CEP: 34.000-000
E-mail: [email protected]
Comentários sobre o conteúdo editorial da
Viver Brasil, sugestões e críticas a matérias. Cartas
e mensagens devem trazer o nome completo e o
endereço. Além do nome do autor, o e-mail também
poderá ser publicado. Por razões de espaço ou clareza,
os textos poderão ser publicados resumidamente
Data de validade
vencida
Mauá, Maringá
e Maromba,
então, está ótima,
com muitas
informações sobre
o lugar e dicas
importantes. A
minha próxima
viagem será para
lá. Parabéns a toda
equipe da revista.
Léa Carvalho
Livrei-me do
crack
Marco Aurélio
Costa foi muito
feliz em expor sua
história de vida
nas drogas e como
conseguiu sair
dela. Que sirva
de exemplo para
muitos que usam o crack.
Heleno Santos
EDIÇÕES
ANTERIORES
Lei da Sacola
Antes de mais nada quero
parabenizar a todos da revista,
gosto muito do trabalho de
vocês. Mas não é sobre um
artigo que quero falar, é que
relendo a revista nº74 me
deparei com um anúncio da
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Câmara Municipal de BH,
página 45, com três orgulhosas
citações de trabalhos
realizados: uma delas citava a
Lei da Sacola Plástica. Muito
interessante, mas tenho
notado, por onde passo, um
grande número de sacos de
lixo – plástico. Outra coisa é
que a gente sempre descobre
mais tarde pela mídia que
essas leis lindas são sempre
acompanhadas de alguma
treta, e por fim, pra que Lei da
Sacola se mais lá em cima eles
perdoaram os queimadores de
floresta?
Luiz Antônio Caetano
Lendo a matéria na
revista Viver Brasil,
nº 67, em nada me
surpreendeu. O
Morini situado à
rua Santa Catarina
é uma mistura de
preços altamente
fora da realidade,
produtos com
validade vencida
e, acima de tudo,
uma rotatividade
de funcionários
muito grande.
Isso gera uma total
falta de tempo
para um melhor
treinamento dos
funcionários
que ali atendem,
se é que existe
treinamento, pois
por duas vezes sai deste lugar à
beira de um infarto. Nota zero
em tudo. Somente em nosso
belo e lindo Brasil lugares
como esse continuam abertos e
ainda com status de lugar fino
e de bom gosto.
John Pires Barreto
Alexandrino
Para anunciar:
Tel.: (31) 3503-8888
Fax: (31) 3503-8888
Releases
[email protected]
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Leitor
Repórter
“O natural também
é uma pose.”
OSCAR WILDE
Clicada no Zoo Luján,
Argentina
Enviada por:
Tatiana Adaid
Braga
Foto: Rafael
Calanzani
14
É a sua vez de mostrar que tem
faro jornalístico. Fo to grafou uma
cena inusitada? Visitou um lugar paradisíaco e fez foto digna
de cartão-postal? Registrou um momento ím par que me rece ser compartilhado com outras pessoas? Agora
você te rá a oportunidade de mostrar
seu talen to. Envie sua foto para a re-
vista Vi ver Bra sil . As melhores
serão publicadas e você terá seu
dia como repórter fotográfico. O
endereço para en vio é: redacao@
revistaviverbrasil.com.br. As fotos deverão estar em alta resolução. No e-mail, deverão constar os dados do
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Em
Destaque
MÁRCIA QUEIRÓS
Dilvugação
Surfe
no céu
Estilista de bolsas, Mauro But,
39, surfa no céu, nas horas vagas.
Ele é o único mineiro que pratica
profissionalmente skysurf, modalidade de paraquedismo que usa
prancha. Vencedor do campeonato brasileiro ano passado, em Boituva (SP), But participa em março
de prova em Portugal. Em dezembro, disputa mundial em Dubai.
“No primeiro salto, me apaixonei. É surreal, adrenalina pura”,
descreve. Ele descobriu o skysurf
em 1994, nas Xgames, olimpíadas
de esportes radicais. Foram muitos treinos até chegar à categoria profissional. “Quanto maior a
prancha, maior as manobras. De
cabeça para baixo é ainda melhor.
Não tem sensação mais prazerosa”, garante.
18
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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Vice-presidente da Frente Parlamentar da
Desburocratização, o deputado federal Bernardo
Santana de Vasconcellos (PR-MG) afirma que
o Brasil perde competitividade em razão da alta
carga tributária e da burocracia.
No entendimento do parlamentar,
tributar o setor produtivo é
uma forma de expulsar os
investimentos. “O setor produtivo
do país hoje sangra em virtude
de uma burocracia injustificada,
sangra em virtude de uma carga
tributária que não se traduz
em serviços efetivos e não
traz retorno para a
indústria.”
POR PAULO CESAR DE OLIVEIRA
Ministro no
Conexão
Empresarial
Cara de pau total
Mesmo sabendo que hoje é uma
persona non grata no governo, o
secretário dos Transportes não
desocupa o lugar. Colocado no
governo por um acerto do ex-
-governador Aécio Neves com
o desfalecido DEM, pelo visto o
governador Anastasia vai deixar
que ele caia de podre. É o fim
da picada.
Francisco Stuckert
Recado à base aliada
Valter Campanato/ABr
A presidente Dilma avisou que
não quer saber de ministros
utilizando as estruturas dos
ministérios para beneficiar
candidatos nas eleições municipais. E também que não vai
subir em palanques onde houver mais de um candidato da
base aliada do governo. Será
que vai ser obedecida?
O ministro das Minas e Energia, senador
Edson Lobão, é o convidado do próximo Conexão
Empresarial. Promovido pela Viver Brasil, com
patrocínio da Usiminas e apoio da Anglo American, Embratel, Mascarenhas Barbosa Roscoe e
Safe Security. O ministro Lobão falará para o empresariado convidado novidades do setor e o que
o governo Dilma vem fazendo na área tão importante para o desenvolvimento.
20
Divulgação
Kassab apoia PT
Depois de idas e vindas o prefeito
de SP, Gilberto Kassab, e o seu PSD,
que nasceu grande, em que muita
gente não acreditava, deve apoiar
mesmo o candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Compromisso sustentável
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos
Deputados apresenta no Rio de Janeiro,
no dia 1º de março, o programa Cidades
Sustentáveis. A meta é propor que os
candidatos a prefeito assinem carta de
compromisso com o programa.
Meio ambiente
Passado o Carnaval, o empresário João
Doria Jr. se debruça sobre a lista de lideranças mundiais que irão participar
do 3ª Fórum Mundial de Sustentabilidade, uma iniciativa do Lide – Grupo de
Líderes Empresariais, que será realizado no final de março, em Manaus. Entre
as personalidades mundiais confirmadas, estão o ex-primeiro-ministro da
França Dominique de Villepin e a ativista ambiental e social Bianca Jagger,
ex-mulher do roqueiro Mick Jagger.
Consulta prévia
A proposta de um novo marco regulatório para emissoras de rádio e TV,
engavetada no ministério das Comunicações desde o início do
governo Dilma,
vai entrar em
consulta pública nos próximos
dias, informa o
ministro Paulo
Bernardo.
Voando alto
Não é de hoje que grifes mineiras ocupam araras pelo mundo afora. Caso da
GIG (leia-se Patrícia Schetino e Gina
Guerra)que, depois de conquistar com
seus tricôs Londres e o Oriente Médio,
agora caiu na graça das francesas. Em
edição recente, o jornal Le Monde em
matéria sobre moda brasileira elogia
“os soberbos jacquards” criados por
Gina Guerra e diz que peças da GIG agora são vendidas na butique L’Eclaireur,
uma das mais sofisticadas de Paris.
BMG preparado para crescer
Depois das aquisições dos bancos
GE (hoje Banco Cifra) e o Schalin
(banco de Crédito Varejo), o BMG
recebeu injeção de capital de 1,1
bilhão de reais e fechou o ano com
lucro líquido de 583 milhões de reais. O resultado foi 3,7%
menor do que o registrado em 2010. Apesar
do resultado, o BMG, um
dos maiores do crédito consignado no país,
conseguiu arrumar a
casa. Ao longo de 2011,
o banco investiu em no-
vos negócios e fincou os alicerces
para iniciar um período de crescimento. O BMG encerrou 2011 com
carteira mantida em balanço de 11
bilhões de reais, volume 35,7% superior ao de 2010. Para este ano,
Tião Mourão segundo o competentíssimo vice-presidente-excecutivo da instituição, Márcio Alaor de
Araújo, a expectativa
é de crescimento superior ao da geração
total de créditos, que
aumentou 18,7%.
Mantega na corda bamba
Adri Felden/Argosfoto
Por mais que o Planalto desminta que o
ministro da Fazenda, Guido Mantega, não
esteja de saída, sabe-se que o próprio Mantega já manifestou sua vontade de deixar o
governo para cuidar de sua mulher que passa por período complicado de saúde.
Master no Rio
A Viagens Master realizou ação para o
mercado carioca, onde tem uma unidade, para apresentar a sua mudança de
identidade visual. Em almoço no Porcão
Rio´s, autoridades do trade e jornalistas
conheceram a nova marca e os motivos
da alteração estratégica. O presidente Fernando Dias, com Daniel Dias,
gerente geral da operadora, e Ricardo Cavalcanti, gerente comercial do
Rio, informa que a empresa tem sido muito bem recebida pelos agentes
de viagens cariocas, que fechou o ano com crescimento de 30% e que
para 2012 esperam um resultado de igual a superior.
Posse no TJMMG
Está marcada para o dia 8 de março a posse
da nova diretoria do Tribunal de Justiça Militar.
Serão empossados o juiz coronel Osmar Duarte Marcelino (presidente), o juiz Fernando
José Armando Ribeiro e o juiz coronel James
Ferreira Santos (corregedor da Justiça Militar). A solenidade de posse será, às 17h30, na
Associação Médica de Minas Gerais.
Fotos: Divulgação
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Colaboração: Ana Cortez, Eliane Hardy, Dilke Fonseca e Flávio Penna
21
Entre
Aspas
JANAÍNA OLIVEIRA
Divulgação
“O PT saiu do
armário para o
bem do Brasil.”
Senador Aécio Neves (PSDB), sobre a
privatização dos aeroportos de
Campinas, Brasília e Guarulhos
Conforme a lua de mel da opinião
pública com o governo Dilma se
encerra e as limitações
aparecem, Aécio vai subindo sua
intensidade na ação oposicionista.”
Deputado federal Marcus Pestana,
presidente do PSDB de Minas
Nós iniciamos uma
aproximação com o governo.
Indicamos o Sávio Souza Cruz
para líder da bancada.”
Deputado Adalclever Lopes (PMDB),
falando como se (tratando-se de um dos
mais ferrenhos opositores dos tucanos)
isso fosse possível
Meu são Patrus! Segura a tua
cruz. Em novembro queremos
ver você de volta ao páreo da
cidade pra prefê.”
Da marchinha de Carnaval que clama pelo
ex-prefeito de BH e ex-ministro de
Desenvolvimento Social e Combate à
Fome, Patrus Ananias
22
ACONTECEU
Minas lidera ranking nada honroso. O estado foi
declarado o campeão em cassações de prefeitos.
Ao lado do Piauí, acumula 29 chefes do Executivo
que perderam mandatos desde a eleição de 2008. E
o pior: o motivo para o afastamento é improbidade
administrativa. A pesquisa da Confederação
Nacional dos Municípios (CNM) mostra ainda que
383 prefeitos no país deixaram o poder. O presidente
da CNM, Paulo Ziulkoski, disse que o levantamento
deve ir além de escancarar a triste realidade: “Todos
os entes da Federação precisam ser tratados da
mesma forma e sem privilégios. O que vale para o
prefeito precisa valer também para os outros”.
TWITADAS
zzz
@RachidMoamed
Ampliado meio-passe para estudantes de Belo
Horizonte.
Rachid Moamed, vereador (PDT)
zzz
@RomarioOnze
Espero que na minha próxima vinda a Brasília
tenha alguma p... pra fazer. Ou será que o ano só
vai começar depois do Carnaval?
Romário, ex-jogador e deputado federal (PSB)
VIVER Fevereiro 24 - 2012
P O L Í T I CA
Guilherme Afif espera
apoio do PSDB,
mas tem certeza da
vitória na disputa
pela prefeitura
de São Paulo
Sem perdas
Gustavo Scatena
ANA MAGALHÃES
O
vice-governador de São Paulo,
Guilherme Afif Domingos, ainda não sabe se terá o apoio do
PSDB para ser candidato à prefeitura paulistana pelo seu partido, o PSD
– fundado em parceria com Gilberto Kassab há menos de um ano. Mas
tem uma certeza: se a sua candidatura sair, ele não vai perder. “Quem disputa nunca perde.”
Afif sabe o que diz. Em seus 33
anos de vida política, esse administrador de empresas nascido em
São Paulo participou de seis disputas eleitorais. Foi eleito em duas delas: em 1986 como deputado federal
constituinte pelo PL e em 2010 como
vice de Geraldo Alckmin pelo DEM.
Porém, nas demais, não se pode dizer que perdeu. Em 1989, Afif ganhou
fama com seu jingle juntos chegaremos lá e ficou em 6º lugar na corrida
presidencial – foi melhor votado que
veteranos como Ulysses Guimarães
(PMDB) e Roberto Freire (PCdoB).
Em 2006, perdeu pela segunda vez
para Eduardo Suplicy (PT) a vaga
para o Senado, mas recebeu 8,2 milhões de votos – foi o quinto melhor
votado do país, atrás apenas de Lula,
Alckmin, Serra e do próprio Suplicy.
Afif, como se vê, é bom de voto.
O PSD ainda está se articulando
para as próximas eleições municipais, mas, segundo o Afif, a prioridade
da legenda é soltar candidato próprio
com um tucano como vice. “Candidatura própria depende de alianças
e a nossa preferencial é a do PSDB.
24
Alckmin recebeu o nosso
apoio em 2010 com forte trabalho na capital para
que fosse eleito no primeiro turno. Esperamos agora
a contrapartida”, cutuca.
Caso os tucanos não aceitem abrir mão da liderança da chapa, então o PSD
buscaria outras alianças,
afirma Afif, e só em último
caso apoiaria a chapa do
FRASE
“O governador
Alckmin
recebeu o
nosso apoio
em 2010.
Esperamos
agora a contrapartida”
Guilherme Afif
PT, encabeçada por Fernando Haddad, ex-ministro da Educação.
O vice-governador é
calmo: a incerteza sobre
seu destino e a atual falta
de apoio do PSDB parecem não lhe incomodar.
Ele fala baixo. Quando
sorri, sorri com os olhos
– olhos grandes que revelam sua origem sírio-libaVIVER Fevereiro 24 - 2012
Alexandre + Cristina Lima Fotografia
nesa. Ele concedeu essa entrevista em seu gabinete no
Palácio dos Bandeirantes, numa terça-feira em que o
assunto do dia era o PSD . É a primeira vez que Afif admite ser pré-candidato. Ele usa terno azul escuro e gravata amarela – as cores do partido que cutuca à espera
de um apoio. E diz que as prioridades para o PSD são as
eleições de 2018 – para presidente e governador.
Afif deixou o DEM no ano passado para abraçar o
PSD junto com Kassab. “O projeto do DEM se esgotou.
Cumpriu o seu papel no processo de redemocratização,
e o seu primeiro ciclo se encerrou com a posse do Lula.”
Segundo ele, o PSD (partido de centro) está no caminho
correto. “Temos pesquisa que mostra que o brasileiro é
de centro: é liberal com profunda preocupação social.
Pelo nosso estudo, 64% dos brasileiros sonham em trabalhar por conta própria, a maioria quer a redução da
maioridade penal, 84% é contra a legalização de drogas.”
Apesar de o assunto da vez ser a eleição de outubro,
o governo do estado de São Paulo tem sido alvo de críticas nas últimas semanas pelas ações militares na cracolândia e na desocupação das famílias que moravam
em Pinheirinho, região ocupada há oito anos em São
José dos Campos (97 km de São Paulo). Sobre a ação na
cracolândia, Afif defende-se dizendo que a população
apoiou a retirada dos dependentes químicos do centro.
“Aquilo era um shopping center do tráfico. É preciso
ter uma ação muito firme com criminosos hediondos”.
Sobre Pinheirinho, ele lava as mãos. “Cabe ao prefeito
(o tucano Eduardo Cury) realocar aquelas pessoas. Mas
me parece que grande parte das famílias foram realocadas. As que ficaram (no terreno no dia da desocupação) queriam gerar confronto.”
Afif começou sua carreira como empresário na área
de seguros – sua empresa, a Indiana Seguros, foi vendida há quatro anos. Em 1976, tornou-se diretor da Associação Comercial de São Paulo. Foi nessa época que
abraçou a sua principal bandeira: a luta em defesa dos
micro e pequenos empresários. Foi ele, inclusive, que
criou o Simples (sistema de tributação especial para
pequenos empreendedores) e que batalhou para que o
governo federal reduzisse a contribuição previdenciária para trabalhadores autônomos.
Na Associação Comercial conheceu Paulo Maluf
– que, em 1979, eleito governador de São Paulo, convidou Afif para ser presidente do Banco de Desenvolvimento do Estado de São Paulo (Badesp). A partir daí,
Afif ocupou diversos cargos públicos: foi secretário de
Agricultura e Abastecimento do estado (no governo
Maluf) e secretário municipal do Planejamento da capital (na gestão de Celso Pitta). Por hora, Afif aguarda
as conversas do seu partido para decidir a sua vida.
O espaço para celebrar emoções.
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VIVER Fevereiro 24 - 2012
BR 040, km 431, a 10 minutos do BH Shopping
Paulo Cesar de Oliveira
Circo eleitoreiro
O PT e o PSDB estão precisando, e com urgência, descer do palanque eleitoral de 2014. Esta disputa entre os
dois sobre privatização ou concessão de aeroportos está
ridícula e só não é hilária pela dramaticidade do assunto.
Basta, o país e todo o seu povo quer saber de soluções para
seus programas. Não quer saber se um determinado serviço que usam é privatizado ou concedido. Quer eficiência
no atendimento e qualidade nos serviços. Perguntem aí
a qualquer cidadão se ele se sente proprietário de algum
aeroporto. De alguma estatal, a Petrobras, por exemplo.
O governo não quer ser
acusado de ter aderido à
política de privatizações,
pois jura que tem feito
concessões...
Quem ousar perguntar ouvirá, com certeza, um sonoro não. O povo sabe que não é dono de nada. Que não
é dono de uma empresa como a Infraero, que em nada
ajuda na sua qualidade de vida. Que não tem condições
de fazer investimentos porque, segundo especialistas,
gasta perto de 80% de sua receita com pagamento de pessoal. De três, uma: ou a estatal arrecada pouco, ou paga
muito bem ao seu pessoal, ou é um verdadeiro cabide de
emprego. Não, é preciso ser mais honesto politicamente.
Se não podem dizer a verdade, que fiquem calados. O
povo não se importa mesmo com esse silêncio. Ele não é
mesmo seletivo em seu voto. Mas que não transformem
mera questão semântica em uma guerra política que só
terá um derrotado: o povo. Exatamente quem os ilustres
brigões juram estar defendendo. Falta condição moral
aos dois contendores para a guerra verbal. Aos tucanos
por terem se mantido em medroso silêncio nas campanhas eleitorais quando foram para o canto esconder
seu legado ao país. Legado de defesa fácil, basta ver o
sucesso das empresas privatizadas e o fracasso das que
ainda permanecem nas mãos do estado, à exceção da
Petrobras e algumas – algumas é bom frisar – de suas
26
subsidiárias. Com a telefonia privatizada o país tem mais
de 240 milhões de linhas habilitadas e nosso minério explorado pela iniciativa privada ajuda segurar a economia
nacional. Aos petistas falta a condição moral por terem
feito, sim, o que satanizaram. Num momento de lucidez
repassaram os aeroportos ao setor privado, abrindo a
perspectiva de que, enfim, poderemos ter mais conforto
e segurança para voar.
E olha que, em 2011, foram 180 milhões de passageiros a se espremerem em aeroportos que mais parecem
estações rodoviárias. Gente que voou por necessidade
profissional, pessoal ou simplesmente por lazer e que, ao
chegar ao aeroporto, não perguntou se ele é particular,
do governo, privatizado ou concedido. Reclamou, usou e
viajou com a sensação de que não existe quem cuide realmente do país. É exatamente isto que precisa acontecer.
Cuidem do país. Deixem de lado esta discussão estéril,
típica de quem não tem o que falar. Deixem de demagogia do tipo “nosso patrimônio foi construído com o suor
e sangue do povo” e por isso não pode ser vendido. Discutam como controlar, como regular e fazer valer regras
de funcionamento do que foi privatizado, concedido ou
qualquer outro nome que se queira dar à transferência
dos serviços ao setor empresarial.
O lucro não é crime, crime é deixar que tudo seja
feito sem controle. Deixar que o usuário fique num salão
de aeroporto sem lugar para sentar. Enfrentando longas
filas, pagando absurdos por um lanche. Isto sem falar
na falta de estrutura de transportes para que se consiga
chegar lá. Esta disputa insensata levou à suspensão dos
leilões de três importantes aeroportos – Confins, Galeão
e Manaus – previstos para este ano ainda. Simplesmente
porque o governo não quer ser acusado de ter aderido à
política de privatizações, pois jura que tem feito concessões, não privatizações. Críticas, lembram-se, faz parte
do jogo político. Ruim mesmo é deixar o país sem transporte aéreo de qualidade para passageiros e carga. Isto
sim é muito ruim e, talvez, difícil de explicar quando as
eleições chegarem.
Paulo Cesar de Oliveira, jornalista
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Vaner Casaes/Agência a Tarde/AE
S E G U RA N ÇA
MOVIMENTO de
PMs e bombeiros:
contra a Constituição
Na mão dos PMs
Movimento dos policiais militares e bombeiros por melhores
salários leva à discussão se governos e sociedade viraram reféns
JANAÍNA OLIVEIRA
E
m 2004, o juiz-coronel Laurentino Filocre, ex-presidente do Tribunal de Justiça Militar de Minas
e atualmente advogado, escreveu livro
cujo título lançava um questionamento: Polícia Militar – Segurança ou Ameaça?. Oito anos depois, já em fevereiro
de 2012, diante dos últimos acontecimentos envolvendo policiais militares
grevistas, ele responde a sua própria
pergunta: “Infelizmente, já está configurada a ameaça”.
Laurentino Filocre é do tempo em
que os policiais estudavam sociologia, economia, política, criminologia.
28
Nos destacamentos, percorriam até
300 quilômetros. Ajudavam a desenvolver cidades, preocupavam-se em
dar amparo ao menor e ao homem
do campo. Atualmente, porém, o que
vê são quebras de hierarquias, formas
agressivas de manifestação, desrespeito aos governantes e à população e,
no fim da história, nenhuma punição.
Pelo contrário. São premiados. “Hoje,
os governantes estão reféns. Amanhã,
será a sociedade. E o maior perigo de
tudo isso é a contaminação das Forças
Armadas, já em situação humilhante.”
O juiz-coronel refere-se ao motim
que começou na Bahia, onde o saldo
da violência foi de 180 mortos em 12
dias, e chegou ao Rio de Janeiro. “Uma
chantagem por causa do Carnaval”,
diz. E também a fatos de um passado que agora não parece tão distante assim. Foi em Minas, em 1997, que
nasceu o primeiro grande movimento
da categoria. Revoltados com os baixos salários, cabos, soldados, sargentos e subtenentes se aglomeraram em
frente ao Palácio da Liberdade, à época ocupado pelo governador Eduardo
Azeredo. A rebeldia acabou em confusão e troca de tiros. Atingido, o cabo
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Lucio Tavora/Agência a Tarde/AE
ções para o palanque e se utilizam da
classe para conquistar um mandato.
Cabo Júlio, por exemplo, foi o deputado federal mais bem votado após o
trágico motim de 1997. Hoje, ocupa
uma cadeira na Câmara Municipal de
Belo Horizonte. O deputado Sargento
Rodrigues é outro que pegou carona
na causa. “Não gosto de citar nomes.
Mas não concordo com a prática de
fazer campanha fardado ou usando a
patente. É preciso fazer opções e saber
separar as coisas”, lamenta Filocre.
Sim. A classe é importantíssima,
merece
ser melhor remunerada e traPOLICIAIS em Salvador: 12 dias de greve antes do Carnaval
balhar e viver em condições mais que
Valério dos Santos Oliveira perdeu a responsabilidade dos governos esta- dignas. Mas antes de pensar no bolvida. Mas os policiais ganharam um duais. Para se ter uma ideia da dispa- so, profissionais e parlamentares debom incremento no contracheque e ridade, no Distrito Federal, que tem os veriam se preocupar primeiro com a
o motim se espalhou para 17 estados. maiores salários do país, um soldado reforma das instituições. “Se não, fica
Dois anos depois, a anistia completou que ingressa na corporação ganha 4. como fazer remendos novos no pano
o presente.
056 reais. Já um policial civil em co- velho”, compara Robson Sávio. Já para
Outros grevistas também recebe- meço de carreira recebe 7.500 reais, o sociólogo Luis Flávio Sapori, profesram o perdão pelo crime que come- quatro vezes a mais que a média na- sor da PUC Minas, a principal lição
teram contra a Constituição – o artigo cional. Ainda assim, ameaçam cruzar dos episódios recentes é que a categoria está organizada, disposta a botar a
142 diz que aos militares estão proibi- os braços.
dos à sindicalização e à greve. E o reA matemática só pode resultar em boca no trombone para conseguir o
médio que deveria ser exceção virou uma bomba-relógio para os cofres es- que quer. “Todo mundo tem direito de
quase regra. “A anistia começou no taduais, que não terão dinheiro para reivindicar. O piso nacional já é impleRio e foi expandida para vários outros arcar com a conta. Mas alguns políti- mentado para os professores e o mesestados. Depois foi a vez de anistiar cos dão de ombros para o rombo – o mo pode acontecer com os policiais. O
os bombeiros. Com a vitória, os poli- que parece ser o caso do autor da PEC que tem que ser discutido é o valor”,
ciais sentem que podem infringir a lei. 300, o deputado Arnaldo Faria de Sá avalia ele, que torce para o fortaleciO resultado é aumento da violência e (PTB-SP). Outros levam as reivindica- mento das corregedorias e ouvidorias.
Diferentemente daquedo descontrole”, acusa Robson
Victor Schwaner
le 1997, hoje o estado vive
Sávio, professor da PUC Minas
águas mais calmas. Minas
e associado do Fórum Brasileinão está sob risco de greve
ro de Segurança Pública.
dos policiais. No ano passaPara ele, o que falta é codo, o governo concedeu uma
ragem. “Uma coisa é enfrenpolítica remuneratória para
tar professor, outra é enfrentar
a categoria, com reajuste de
polícia. Os governos preferem
100% escalonado até 2015.
uma relação promíscua a muO objetivo é chegar lá com
dar o sistema”, aponta. Prova
salário de 4 mil reais. Mas o
viva é a PEC de número 300 em
sonho de emplacar a integratramitação no Congresso, que
ção das polícias Militar e Ciprevê a criação de piso nacioLAURENTINO
vil – tida como fundamental
nal para bombeiros, policiais
FILOCRE: “Os
para uma segurança pública
militares e civis. Hoje, os valogovernantes
mais eficiente – parece ainda
res variam muito em cada esestão reféns”
muito distante.
tado, já que o pagamento é de
VIVER Fevereiro 24 - 2012
29
P E R S O N AG E M
Causas no mundo
Divulgação
Advogado mineiro
extrapola as fronteiras
do país, está nos
Estados Unidos e
prepara-se para
chegar à Espanha
TEREZINHA MOREIRA
E
le nasceu em Belo Horizonte, mas sua
paixão pelo direito empresarial internacional o levou a mudar para São
Paulo para montar um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, neste segmento.
Os 12 anos fora renderam-lhe um sotaque
paulista, mas não reduziu o amor de André de Almeida pelo “glorioso Galo”. Sua
família ainda vive em BH, onde uma vez
por mês o advogado aterrissa para atender
na filial de seu escritório na Savassi. Apesar
de ter se mudado para São Paulo por questões profissionais, ele já alçou voos mais
longínquos e extrapolou as fronteiras do
país. Com escritórios em São Paulo (matriz), Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Natal
e Nova Iorque, a Almeida Corporate Law
prepara-se para uma nova expansão, desta
vez, em Madri, na Espanha. O projeto será
concretizado ainda este ano.
“Outro diferencial que buscamos e que
já está em andamento é o ineditismo de advogados estrangeiros, oriundos da China e
dos Estados Unidos, trabalharem em um
escritório brasileiro, aqui e não no exterior”,
diz André de Almeida. O mineiro é um dos
sócios do Almeida Corporate Law, que tem
em seus quadros cerca de 100 advogados e
200 pessoas em todo o seu staff. Mas não é
somente o sucesso do escritório um grande motivo para comemorar. No ano passa30
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Patuscada,
há 10 anos
entre as
melhores
lembranças!
Buscamos o ineditismo de
advogados estrangeiros
trabalharem em escritório aqui”
do, ele foi indicado pela Ordem dos Advogados do Brasil
(OAB) e eleito presidente da Inter-American Bar Association (Iaba), entidade cuja função é discutir questões jurídicas no âmbito internacional, a respeito de importação,
exportação, contratos, projetos de infraestrutura.
Fundada em 1940, com sede em Washington, DC, pela
quinta vez em sua história a Iaba está sendo presidida por
um brasileiro. “Isto é motivo de muita honra, é um grande
orgulho para mim, pois ser alçado a essa posição significa
o coroamento de uma carreira”, define André de Almeida. Ele reitera que sua eleição é marcante para a advocacia
brasileira e reafirma o protagonismo político e econômico
do Brasil, no mundo. Entre outras questões, a Iaba tem voz
ativa e assento na Organização dos Estados Americanos
(OEA), além de participação política intensa na OAB.
Graduado pela PUC Minas, André de Almeida diz que
sempre gostou do direito internacional e que sempre teve
muito interesse pela política e economia mundiais. O advogado mineiro conta que já morou na Europa e nos Estados Unidos e que sua paixão pelo mundo, de maneira
geral, o fez se embrenhar pelo direito internacional. Como
em Belo Horizonte seria mais difícil consolidar sua carreira, teve de trocar a capital mineira pela paulista. “Para casar minha vida jurídica e internacional, tive de me mudar
para o maior centro internacional do país.”
O Almeida Corporate Law representa os interesses de
grandes corporações de diversos segmentos, como mineração, telefonia e alimentos nacionais e estrangeiros, atuando especialmente nas áreas de negócios internacionais,
projetos de fusão e aquisição de empresas. O escritório
participará de grandes projetos de infraestrutura por meio
das Parcerias Público-Privadas (PPPs). “Estamos envolvidos em vários projetos de rodovias, saneamento e meio
ambiente”, informa André de Almeida. Apesar do sucesso
do escritório – que em 2011 teve crescimento de 100% no
faturamento em relação ao ano anterior, com expectativa de ser repetido este ano –, ele diz que falta mão de obra
qualificada no Brasil, principalmente na área de fusões
internacionais. “A saída é treinar jovens talentos para as
competências que necessitamos.” Almeida salienta que o
atual momento econômico brasileiro é muito bom para o
segmento do direito em que atua. “Trabalho em área produtiva para o país. Se a economia vai bem, os negócios do
escritório também vão bem”, afirma.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Mondodesign MargaretMarinho | foto Xará
André de Almeida
Av. Bernardo Monteiro, 1548
Funcionários BH
Reservas 31-32139296
Serviço de manobrista
www.patuscada.com.br
Olavo Machado
Maravilhas da Estrada Real
Passado o Carnaval e agora esperando a Semana Santa, vale a pena falar de turismo e de sua importância para
a economia e para a indústria mineira. Nos últimos anos,
com a criação do Programa Estrada Real, em uma iniciativa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais,
demos passos importantes e avançamos de forma expressiva para promover nossas atrações. Doze anos depois,
duas iniciativas recentes mostram o vigor do Programa
Estrada Real como um dos principais destinos turísticos
de Minas Gerais, do Brasil e, também, responsável pela
atração de expressivo contingente de visitantes internacionais que se encantam com os atrativos oferecidos nos
mais diversos segmentos do turismo – religioso, cultural,
gastronômico e de aventura.
A votação mobilizou
quase 50 mil pessoas
que indicaram as sete
maravilhas, das quais seis
se localizam em Minas
A primeira iniciativa, concluída na virada de janeiro
para fevereiro, foi a eleição, pelo voto popular, das 7 Maravilhas da Estrada Real. Realizada pela internet, a votação mobilizou quase 50 mil pessoas que indicaram as
sete maravilhas, das quais seis se localizam em Minas: a
cachoeira do Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro;
gruta da Lapinha, em Lagoa Santa; praça Minas Gerais,
em Mariana (onde estão as igrejas barrocas de Nossa Senhora do Carmo e São Francisco); santuário do Caraça,
em Catas Altas; Teatro Municipal de Sabará, em estilo
elisabetano; Parque Nacional da Serra do Cipó, englobando os municípios de Jaboticatubas, Itambé do Mato
Dentro, Morro do Pilar e Santana do Riacho. O Santuário
Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade paulista de Aparecida do Norte, foi o sétimo ícone escolhido
pelos internautas.
A segunda iniciativa, criada para incrementar ainda
mais o circuito, é o projeto Vivendo a Estrada Real (VER),
32
fruto de parceria entre o Instituto Estrada Real e o Sesi de
Minas Gerais, entidades que integram o Sistema Fiemg. Já
em execução como projeto-piloto, a iniciativa tem o objetivo de contribuir para consolidar a Estrada Real como destino turístico. Inicialmente, o projeto está sendo implantado
em quatro municípios – Barão de Cocais, Caeté, Catas Altas
e Santa Bárbara – nos quais se encontram atrativos naturais
e histórico-culturais reconhecidos por sua exuberância: a
serra da Piedade, santuário do Caraça, sítio arqueológico
da Pedra Pintada, Bicame de Pedra, igrejas centenárias e
casarios, além de belíssimas cachoeiras e manifestações
folclóricas e culturais que fascinam os turistas.
Com este projeto, o Sistema Fiemg une as competências do Sesi e do Instituto Estrada Real em benefício
da indústria do turismo e das comunidades localizadas
ao longo da Estrada Real por meio de ações integradas,
sinérgicas e complementares: ao Sesi compete fomentar
ações de cunho cultural, social e esportivo; ao Instituto
Estrada Real cabe a responsabilidade de promover os roteiros turísticos e seus atrativos, atuando como articulador
e incentivador do crescimento socioeconômico regional
por meio da indústria do turismo. Juntos, IER e Sesi estão
formatando roteiros turísticos integrados que serão disponibilizados aos trabalhadores da indústria como opção de
lazer e férias.
Também estamos trabalhando no projeto Caminho
Religioso da Estrada Real (Crer) – De Padroeira a Padroeira, ligando Aparecida do Norte/SP à serra da Piedade,
em Caeté/MG: são 850 km de extensão, passando por
37 cidades e tendo em sua área de influência outras 48,
compreendendo mais de 250 igrejas, seis dioceses e duas
arquidioceses. E a partir de agora vamos também nos empenhar em ações voltadas para receber o turista-torcedor
que virá ao Brasil para a Copa do Mundo (2014) e para os
Jogos Olímpicos de 2016. Nossa disposição é a de continuar trabalhando para bem recepcionar os turistas que fazem da Estrada Real a sua opção preferencial para viagens
de lazer e de negócios.
Olavo Machado, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Sistema Fiemg)
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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*6)8%
*6)8%
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A partir de 5 x
Saídas: 14, 21 e 28/7
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Saídas: 14, 21 e 28/7
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Hotel Atton Vitacura
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*Inclui: Traslado + Ski Lift + Aluguel de equipamento
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*Inclui: Traslado + Ski Lift
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Hotel Atton Vitacura (3 noites)
Gran Hotel Pucon (4 noites)
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Blue Tree Fundador (4 noites)
Tres Puntas (3 noites)
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meia pensão no Valle Nevado
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Os pacotes incluem: QBTTBHFNBÏSFBJEBFWPMUBFNWPPGSFUBEPFEJSFUPQBSB4BOUJBHPt1BTTBHFNBÏSFBJEBFWPMUBFN
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Saídas em julho de 2012
10 noites
Saídas em julho de 2012
9 noites na Disney e 3 em NY
A partir de 5 x
6
Apto. quádruplo
*Parte aérea sob consulta
A partir de 5 x
6
Apto. quádruplo
*Parte aérea sob consulta
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BFSPQPSUPt$JUZUPVSFQBTTFJPEFMJNPVTJOFFN/:t$BGÏEBNBOIÍFN0SMBOEPt*OHSFTTPTFUSBOTQPSUFQBSBPTQBSRVFT
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Tarifa por pessoa. Preços e disponibilidade sujeitos à alteração sem aviso prévio. Pagamento em 5 x sem juros no cartão de
crédito ou 3% de desconto para pagamento à vista em dinheiro ou cheque. Taxas de embarque não incluídas. Os preços de
todos os pacotes são em dólares americanos convertidos para reais ao câmbio do dia na data da compra (câmbio referencial
do dia 9/2/2012: US$ 1,00 = R$ 1,83). Os valores dos pacotes Disney Espetacular e Disney & NY não incluem a parte aérea e
nenhum tipo de taxa. Lugares limitados. *Programação dos parques desses pacotes disponível na sede da empresa.
COMUNICACAO.COM.BR
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Entrevista
Rui Falcão
Presidente do PT diz que houve foi concessão de aeroportos, que Dilma
ainda tem crédito para mudar ministros se comparada a FHC e manda
recado ao prefeito de BH: não emitir opinião sobre petistas
Não à privatização
SUELI COTTA
O PT comemora seus 32 anos aderindo
às privatizações ou concessões,
como preferem os petistas, uma das
principais bandeiras contra os tucanos.
As denúncias de irregularidades no
governo Lula e agora com a presidente
Dilma Rousseff, que trocou oito dos
seus ministros, sete só no primeiro
ano de mandato, são legado que
os petistas não querem carregar.
Para o presidente nacional do PT e
deputado estadual por São Paulo,
Rui Falcão, se comparado às 95
mudanças de ministros feitas pelo expresidente Fernando Henrique Cardoso,
Dilma tem “um pouco de crédito”. Em
rápida passagem por Belo Horizonte,
ele falou das comemorações
no partido e aproveitou para
enviar um recado ao prefeito
Marcio Lacerda (PSB), que
anda às turras com o seu
vice, Roberto Carvalho
(PT): se preocupar
mais em manter a
aliança com o
PT e evitar dar
palpite sobre os
petistas.
Os 32 anos do PT, o partido de antes, o da
época da sua fundação, e o de hoje?
É uma história de lutas. O PT nasceu
fazendo democracia no Brasil, desde
as primeiras greves até a junção de
várias forças que combatiam a ditadura.
Tivemos grandes vitórias nesse período.
A campanha das diretas, a que levou a
criação da CUT, as primeiras vitórias nas
capitais depois de começarmos com a
nossa experiência em pequenas cidades
e, por fim, em um tempo muito curto
na história dos partidos, conseguimos
galgar a Presidência da República.
Primeiro com um operário e segundo
com uma mulher, quebrando todas as
tradições da política brasileira, que era
das elites. Hoje o Brasil está entre as
maiores economias do mundo. É uma
referência para os outros países e o PT
é referência para os outros partidos.
O Brasil mudou e nós junto. Mas não
mudamos de lado, continuamos com o
nosso projeto de buscar uma sociedade
igualitária, fraterna, sem qualquer tipo
de discriminação ou preconceito.
A chegada do presidente Lula ao poder
alterou a forma de pensar no partido, em
termos de aliança?
Nós começamos a mudar em 1987,
quando definimos pela primeira vez,
no quinto encontro do PT, uma política
de alianças. Foi essa definição que
abriu campo para as primeiras vitórias
expressivas nas capitais, na eleição de
1988 quando ganhamos em algumas
VIVER Fevereiro 24 - 2012
capitais como São Paulo, Porto
Alegre, a partir dessa definição, de
que o PT não podia isoladamente
vencer as eleições, principalmente
governar o Brasil. Era preciso
que tivéssemos um projeto que
abarcasse vários setores sociais e
que fosse apresentado à sociedade
e que nós acumulássemos força
com outros parceiros que tinham
semelhança conosco, como o
PC do B, o PSB, o PDT e depois
fomos ampliando esse leque
de alianças nas prefeituras, nos
governos estaduais e, finalmente, na
Presidência da República.
Qual é o preço que o PT paga por ter
ampliado as alianças? Nós vimos no
governo Lula, o Mensalão, a presidente
Dilma, com as mudanças de ministros
devido a denúncias de corrupção, o
PMDB chantageando...
Nós temos que ver a resultante disso.
Claro que nós tivemos percalços
nessa trajetória. Mas o que tem
contado é que o PT não perdeu a
sua identidade, não sacrificou o seu
projeto e nós estamos caminhando
rumo a um Brasil melhor do que
quando assumimos. As trocas
de ministros são naturais em um
regime presidencialista. Estava
vendo um estudo que nos governos
parlamentaristas as trocas de
ministros são mais frequentes do
que no regime presidencialista. E
mais, o controle do gasto público
é muito mais efetivo nos governos
presidencialistas do que nos
parlamentaristas. Se nós fizermos
balanço dos oito anos de governo
Fernando Henrique, acho que 95
ministros passaram por lá, o que
dá uma média de oito por ano.
Portanto, ainda abaixo do nosso
ranking. No ano passado foram sete,
ainda temos um pouco de crédito.
Qual o partido que seria o aliado
preferencial do PT para as eleições
municipais e para 2014?
As eleições municipais são
de reafirmação dos partidos,
VIVER Fevereiro 24 - 2012
principalmente onde há segundo
turno. Há uma tendência muito
grande de alianças diferenciadas. Em
alguns lugares nós vamos estar com
o PMDB, em outros com o PSB, em
outros vamos estar batendo chapa
com um deles ou com os dois. São
5.600 municípios e as possibilidades
são diferenciadas. Em 2014 é difícil
fazer previsão, até porque depois
de 2012 é que se vê o balanço, se
estabelece uma nova correlação de
forças ou não. Tanto PMDB, quanto
PSB estarão conosco em 2014.
Em Belo Horizonte o prefeito Marcio
Lacerda (PSB) tenta reeditar
a aliança com PT e PSDB, mas
enfrenta resistência do seu vice,
Roberto Carvalho (PT), que defende
a candidatura própria do partido. A
direção nacional vai interferir?
Nós estamos prestando muita
atenção e o processo aqui está
correndo dentro da normalidade
partidária. Formaram-se várias
chapas que vão eleger delegados
para que no encontro municipal haja
uma definição. Ou prosseguimos
na aliança que já vem desde 1993
com o PSB ou caminhamos com
candidatura própria, como tem
proposto entre outros o vice-prefeito
Roberto Carvalho. De qualquer
maneira terá um segundo momento
depois, que é saber, caso persista
a aliança do PSDB com o prefeito
Marcio Lacerda, se o PSDB ficará
ou não nessa aliança. A direção
nacional acompanha com interesse,
está presente e não fará nenhum
tipo de intervenção seja qual for o
resultado. Desde que o processo
ocorra dentro da normalidade.
O prefeito reclamou várias vezes das
críticas que vem recebendo de Roberto
Carvalho e não esconde que está difícil
manter essa parceria com o vice.
Acho que o prefeito deveria se
preocupar em manter a aliança e
não ficar emitindo opinião sobre
filiados do PT. Acho que ele faz um
bom governo. Há disposição de
Entrevista
Rui
Falcão
“Acho que o prefeito
deveria se preocupar
em manter a
aliança e não ficar
emitindo opinião
sobre filiados do PT”
Fotos: Nélio Rodrigues
35
Entrevista
Rui
Falcão
continuar a apoiá-lo, e ele deveria
situar o debate nesse prisma.
Ele está extrapolando?
Acho que ele deveria trabalhar para
manter a aliança com o PT, que é
o objetivo dele e também de uma
parcela grande dos filiados do PT.
O PMDB também quer aliança com o
PT. Seria uma alternativa?
Falei uma vez com o ex-ministro
Walfrido dos Mares Guia que seria
importante se nós pudéssemos
ampliar a aliança atual. Inclusive
dialogando com o PMDB. A minha
ideia é a de que nós pudéssemos
nos estados, sempre que possível,
manter o bloco de alianças que dá
suporte à presidente Dilma.
O presidente do PSB em Minas,
Walfrido dos Mares Guia tem dito que,
como o PSB é o que lidera a chapa à
reeleição de Lacerda, cabe a ele definir
os partidos que vão estar na aliança e
já convidou o PSDB. Isto dificulta?
Nós vamos discutir bastante essa
possibilidade quando houver
decisão do diretório municipal.
Enquanto não definir se mantém
ou não o apoio ao prefeito Marcio
Lacerda esse debate é precipitado.
“Se nós fizermos
balanço dos oito anos
de governo Fernando
Henrique, acho que
95 ministros passaram
por lá, o que dá uma
média de oito por ano.
Portanto, ainda abaixo
do nosso ranking”
36
O senhor acha que o clima está tenso,
dificultando a reedição da aliança?
As disputas no PT são sempre muito
acirradas porque as pessoas têm
convicções firmes. Mas uma coisa o
PT também tem, uma vez tomada a
decisão democrática, se estabelece a
unidade no momento seguinte.
Em São Paulo, o ex-presidente Lula se
empenha para fechar a aliança com o
prefeito Gilberto Kassab e o PSD?
Não tenho essa informação. O
diretório municipal, que conduz
esse processo, marcou encontro
para o dia 2 de junho. A decisão
sobre vice, coligações, chapa de
vereadores, coligação proporcional
ou não será realizada neste dia,
por cerca de mil delegados eleitos.
É que alguns jornais publicam
coisas com desinformação. Quem
toma as decisões são os diretórios
municipais. O Diretório Nacional
pode intervir em uma cidade
determinada que vai fazer chapa
com o DEM ou com o PSDB. Aí
sim pode intervir. Fora disso,
não há possibilidade, a não ser
que houvesse fraude ou denúncia
comprovada de vinculação do
processo de escolha dos delegados.
Você se lembra que houve debate em
Minas se o PT apoiava o Hélio Costa
(PMDB) ao governo de Minas ou
não. Em nome da eleição da Dilma
se fez aqui uma aliança deixando a
cabeça de chapa para o PMDB. Mas
agora não há uma relação direta.
Foi uma decisão acertada?
Se você faz a análise a posteriori fica
mais fácil. Você diria hoje que não.
Agora, visto com os olhos daquela
ocasião, em que não havia uma
definição ainda sobre os rumos, qual
o peso que Minas teria na decisão... e
se dizia que a nossa candidata(Dilma
Rousseff) nunca tinha disputado
uma eleição, que não ia prosperar,
que era um poste. Num momento
como este você faz concessões para
viabilizar objetivos estratégicos.
Dilma ganhou em Minas, mas perdeu
em BH. Resgatar a prefeitura seria um
caminho necessário para a reeleição
da presidente?
Às vezes as pessoas fazem esses
cálculos. Agora, por exemplo, dizem
em São Paulo que é fundamental
ganhar a prefeitura para ganhar o
governo do estado. Nós já tivemos a
prefeitura de São Paulo duas vezes
com a Luiza Erundina e com a Marta
Suplicy e não ganhamos o governo
do estado. Em outras vezes nós não
tínhamos o governo do estado e
ganhamos a eleição. Cada eleição
tem uma configuração própria,
as realidades locais são mutáveis.
É difícil fazer essa correlação. O
que nós sabemos agora, é que as
pesquisas em vários lugares onde
VIVER Fevereiro 24 - 2012
ela perdeu, a sua avaliação está
extremamente positiva. O que é um
indicador de que isso pode ter um
bom resultado eleitoral, mas não
necessariamente. A pessoa pode
considerar que a Dilma está muito
bem e preferir uma candidatura
local, de outro partido por carisma,
porque já foi prefeito. A eleição
municipal é a mais complexa.
Muitos avaliam que, se o PSDB fechar
com o PSB em Belo Horizonte, está
praticamente garantida aliança em
2014 para o governo de Minas e a
Presidência da República.
Não é o que o prefeito Marcio
Lacerda me falou. Uma das
questões que indaguei é qual seria
o comportamento dele em 2014 na
eleição presidencial e ele me disse
que seguirá a posição do partido
dele. Como o PSB, através de seu
presidente Eduardo Campos, já
deixou claro que o seu projeto em
2014 é apoiar a presidente Dilma
ou o Lula, ou seja, apoiar o PT, é
pouco provável que uma aliança na
capital leve o prefeito a não seguir a
orientação do seu partido.
Mas uma aliança do PSB com o PSDB
ao governo de Minas pode fragilizar
essa parceria?
Ele (Lacerda) não tem nenhum
compromisso conosco com o
governo do estado, até porque não
colocamos essa questão em debate,
2014 está longe. Cada dia com
a sua agonia.
O PT, na véspera de comemorar os seus
32 anos, aderiu às privatizações. Como
o partido assimila esse processo?
Nós não aderimos à privatização.
As pessoas confundem o estatuto
das concessões com privatização.
Concessão é um contrato revogável
a qualquer momento, com
prazo determinado e passível de
prorrogação ou não. Contrato
esse que estabelece que todos
os investimentos, os bens ao
final do contrato revertem para
VIVER Fevereiro 24 - 2012
a União, estados ou municípios.
A privatização é a alienação
de patrimônio, portanto, não
tem retorno. Ela é que foi feita
durante os governos tucanos, que
chamamos de privataria, foi venda
a peço de bacia das almas. Para
dar um exemplo, o aeroporto de
Guarulhos, cuja concessão exige
outorga de 16, 4 bilhões de reais
equivale a 10 bilhões de dólares.
A Vale do Rio Doce, uma entre
as quatro maiores mineradoras
do mundo, foi vendida por 3
bilhões de dólares. No primeiro
caso nós vamos deixar que uma
empresa cuide da infraestrutura,
do desembaraço de bagagem,
não permitindo o aumento das
tarifas, facilitando a vida dos que
passaram a viajar de avião. É uma
diferença muito grande. A Petrobras
estava pronta para ser privatizada.
Tinha sido repartida, estava com
seu departamento de pesquisa
desativado e nós a recuperamos. Ela
propiciou a descoberta do pré-sal,
que um passaporte para o futuro.
Entrevista
Rui
Falcão
Essas críticas dos tucanos...
Eles estão sem projeto, sem rumo e
se apegam a esse tipo de coisa para
nos atacar. Mas a população vai
entender quando comparar o que
era o Brasil antes do Lula e depois.
As denúncias envolvendo o ministro do
STF José Antônio Dias Toffoli e Gilberto
Carvalho com a advogada Christiane
Araújo de Oliveira.
Essa denúncia contra o Gilberto
Carvalho foi no ano passado. Não
há novidade. Com relação ao
ministro Toffoli, o máximo que
eu li foi que ela teve uma relação
íntima com ele e isso diz respeito à
vida privada das pessoas. Primeiro
é preciso comprovar se houve esse
tipo de relação ou não e, se houve,
diz respeito a vida delas. Não está
proibido no Brasil. Acho que essa
denúncia não tem relação com
o governo, não corresponde aos
interesses do país.
“A privatização
é a alienação de
patrimônio, portanto,
não tem retorno.
Ela é que foi feita
durante os governos
tucanos”
Fotos: Nélio Rodrigues
37
ES PEC IAL
CA PA
VINTE MINUTOS
ESTE É O TEMPO ESTIMADO POR UM SUPOSTO MÉDICO PARA
A PRÁTICA DO ABORTO EM UMA CLÍNICA CLANDESTINA
EM BAIRRO NOBRE DE BELO HORIZONTE; CRIME JÁ É A QUARTA
CAUSA DE MORTE EM MULHERES NO BRASIL
DE
I
C
N
NÚ
A
PAULO WERNER
38
00
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Elza Fiúza/ABr
FERNANDO TORRES
L
ivrar-se de uma gravidez indesejada em Belo Horizonte não é difícil para quem tem coragem e pelo
No
olho do
furacão
menos 3 mil reais no bolso. Foi o que
comprovou a reportagem da revista Vi-
ver Brasil. Nas últimas semanas, a equipe descobriu uma clínica clandestina no
bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul, onde supostos médicos fazem
aborto. Rapidez e naturalidade marcam
a negociação do procedimento, que voltou a ser discutido após a defesa de descriminalização feita pela nova ministra
da Secretaria de Política para as Mulheres, Eleonora Menicucci, poucos dias
antes da posse (veja quadro).
A Viver encontrou diferentes contatos da clínica clandestina em um fórum
na internet, localizado pelos sites de
busca. Por e-mail, o repórter se fez passar por um jovem desesperado em busca
de aborto para a namorada de 20 anos,
com seis semanas de gravidez. Uma mulher, identificada como Thaís, foi a primeira a responder e pediu um número
de celular. No dia seguinte, um homem
de voz rouca telefonou, apresentou-se
como doutor Gonzaga e anunciou:
– Olha, só vou ter horário amanhã
cedo e depois vou viajar. Vocês têm
condições de vir? A gente já faz tudo de
uma vez.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Mal assumiu a pasta da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a ministra Eleonora Menicucci já se tornou alvo de polêmica.
Poucos dias antes da posse, ela defendeu que
o aborto fosse tratado como problema de saúde pública e não como crime. A nomeação de
Eleonora gerou rebuliço na bancada evangélica – o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
chegou a chamá-la de “abortista” e dizer que
“ela devia estar em Sodoma e Gomorra”, referências às cidades bíblicas que foram destruídas pelo excesso de pecados. A Conferência
Nacional dos Bispos no Brasil (CNBB) também criticou a posição da nova ministra.
Pesa ainda sobre a opinião pública a experiência pessoal de Eleonora. Em espinhosa entrevista para a Universidade Federal
de Santa Catarina (UFSC), em 2004, ela afirmou ter feito dois abortos, na época da luta
armada, e também ter participado de um
treinamento sobre a prática na Colômbia,
no anos 1980.
Ao assumir a pasta, a ministra disse que
dará continuidade às políticas da presidente
Dilma Rousseff, que se comprometeu com a
população a não legalizar o procedimento.
“Convicção é uma coisa pessoal e hoje assumo uma posição de titularidade de uma
pasta importante. Terei muita serenidade
em levar à frente as políticas do governo no
que diz respeito a esse aspecto [aborto] e aos
projetos que existem. O debate é da sociedade civil”, declarou.
Mineira de Lavras, Eleonora também
debateu questões referentes ao aborto na
reunião do Comitê das Organizações das
Nações Unidas (ONU) para a Eliminação da
Discriminação contra as Mulheres, em Genebra, na Suíça. O tema foi um dos destaques da conferência.
39
E S P E C IA L
CAPA
Victor Schwaner
CASA ONDE são
realizados abortos e o
doutor Gonzaga:
“Eu faço
olhando o
ultrassom, antes,
durante e
depois”
REPRODUÇÃO TV RECORD
40
No diálogo, que se sucedeu, Gonzaga explicou rapidamente o procedimento:
– É bem tranquilo. O método se
chama sucção. Ela vai ficar ali, entre chegar, se trocar, fazer e ir embora, uns 20 minutos. Não vou fazer
nenhum corte, não tem sutura. Faz
e já sai andando, como se não tivesse feito nada. Não tem dieta, repouso, nada disso, é muito tranquilo. Eu
faço olhando no ultrassom, antes,
durante e depois. (...)
– E dói muito?
– Ela vai sentir uma cólica, parecida com uma cólica menstrual.
Têm pessoas que nem sentem nada.
Eu faço anestesia local. – E frisou: –
No período em que ela está, é muito
tranquilo.
Gonzaga afirmou ser ginecologista obstetra, trabalhar no interior de
São Paulo e vir para Belo Horizonte
com o único objetivo de “fazer isso”
– ele não usou a palavra aborto nenhuma vez. O valor do procedimento? Quatro mil reais, pagos à vista, em
dinheiro.
– É caro porque eu tenho que dividir para um monte de gente, pagar
para funcionário, entendeu? – justifica Gonzaga, que só aceitou passar o
endereço da clínica, depois da confirmação do aborto para o dia seguinte.
No horário marcado, às 9h da manhã, o repórter foi sozinho ao local,
uma casa aparentemente residencial na rua Gonçalves Dias. Ao toque
imediato da campainha, o portão eletrônico se abriu. Alguns degraus de
escada acima, aguardava um homem
de aproximadamente 1,70 m, cabelos
castanhos levemente grisalhos, usando jaleco branco.
– Ué, ela não veio? – perguntou.
– Ficou no carro. Eu quis vir antes
para conferir como é a clínica.
Há pouca coisa para observar. A
antessala é vazia, sem nem ao menos
uma cadeira para o acompanhante.
Na sala, apenas uma maca, um apaVIVER Fevereiro 24 - 2012
relho de ultrassom, uma cadeira e um
armário ao fundo. Gonzaga reafirma
que o aborto é simples e seguro. “Uso
uma cânula para aspirar e só acaba
quando eu tirar tudo. O ultrassom é
minha segurança. Se eu detectar um
mioma, não dá pra fazer”, garante.
Uma mulher identificada como
Aline, possível secretária, também respondeu ao e-mail da reportagem. “O
processo demora aproximadamente
30 minutos e a paciente sai andando
normal depois que está tudo realizado”, diz o texto, bastante formal. Embora a clínica seja a mesma, quem faz
o procedimento é um suposto médico apresentado como Cássio, ginecologista obstetra e atuante em BH.
E ele dá desconto. Até 11 semanas, o
procedimento custa 2,9 mil reais; de
12 a 16 semanas, 3,9 mil reais; de 16 a
20 semanas, 4,5 mil reais. Para gêmeos, o valor sobe 400 reais. O pagamento também é em dinheiro, após o
procedimento.
Alguns dias depois, Aline fez o
contato por telefone. Questionada sobre a segurança do método, ela afirma:
– É seguro, a clínica já tem mais
de dez anos. (...) Eu já fiz, estava de
13 semanas. É bem simples e ela vai
ficar menstruando uns quatro dias.
É como se fosse menstruação mesmo, não é aquele sangramento exuberante. (...) Não dói nada. É como
se ela tivesse fazendo um preventivo.
Em determinado momento, o
contato pergunta se Viviane, a namorada fictícia, já tinha certeza de que
queria tirar o bebê.
– Se chegar lá na hora e ela não
quiser realizar... a gente não pode
correr esse risco. É uma pessoa que a
gente está deixando de agendar, entendeu?
Saúde, legalização e ética
Discutir aborto no Brasil ainda é
um tabu. Pouco se fala, mas muito se
pratica. O Ministério da Saúde estima
que cerca de 1,5 milhão de mulheVIVER Fevereiro 24 - 2012
SAIBA MAIS
TIPOS DE ABORTO MAIS COMUNS
Q
Sucção : uma cânula inserida no útero despedaça e
suga o feto e a placenta. Pode ser feita nas
primeiras 12 semanas da gestação
Q
Dilatação e curetagem: o abortista dilata o colo do útero com uma cureta
de aço para desmembrar o feto e, em seguida, raspa o revestimento
uterino para recolher os resíduos
O QUE PENSA A POPULAÇÃO
78%
65%
São a favor do aborto
em caso de risco para a mãe
São favoráveis em caso de
gestação resultante de estupro
Acreditam que a decisão sobre
a interrupção da gravidez não
planejada deve ser da mulher
61%
59%
Discordam da posição da Igreja Católica
ao condenar o aborto em qualquer caso
Fonte: Pesquisa Ibope 2010
RAIO X DO ABORTO NO BRASIL
Q Há estimativas de mais de 1,5 milhão de abortos por ano
Q
A média é de 1 em cada 5 mulheres
Q
A faixa etária vai de 18 a 29 anos
Q
De cada 100 mulheres que abortam, 20 têm complicações
Q
A interrupção da gravidez clandestina é a 4ª causa de morte em mulheres
Q
Apenas 2,5% das mulheres engravidam em uma relação eventual
Q
O Norte é a região com maior número de abortos; o Sul, a menor
Fonte: Universidade de Brasília (UnB) e Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Instituto Anis)
res interrompem a gestação por ano
no país, mais do que toda a população feminina de Belo Horizonte (1,2
milhão), para efeito de comparação.
Desses casos, menos de 1% são realizados de forma legal.
Aí mora o perigo. Ao contrário do
que as clínicas clandestinas dizem, o
aborto é, sim, um procedimento arriscado, especialmente se realizado
em situações inadequadas. O risco
também cresce em proporção à idade
gestacional. “Infecções no útero – endometrite – e nas trompas – salpingite
– são a principal causa de complicações, não raro em casos avançados”,
afirma o ginecologista obstetra Marcelo Lopes Cançado, presidente da
Associação de Ginecologia Obstetrícia
de Minas. Casos de hemorragia também são comuns, devido à perfuração
do útero ou dilatação intempestiva
do colo do útero. A hemorragia pode
levar à morte, mais frequente no
41
E S P E C IA L
CAPA
Assista ao vídeo desta
matéria no nosso site. Acesse
www.revistaviverbrasil.com.br
Eduardo Rocha / RR
TELMA BIRCHAL:
“Não há motivo
racional, apenas
convicções
religiosas, de
que um embrião
seja comparado
a uma pessoa
completa”
JOÃO BATISTA
GOMES:
“O médico que
pratica o aborto
usa a profissão
para exterminar
a vida”
método de dilatação e curetagem
(veja quadro). “Procedimentos malconduzidos muitas vezes levam
a lesões intrauterinas que podem
comprometer a fertilidade futura da
mulher”, diz.
Mas, verdade seja dita: o que impede o aborto de ser legalizado no
Brasil não é a preocupação com a saúde da mulher. Indiretamente, a lei recorre a tradicionais crenças religiosas
– também contrárias ao uso de contraceptivos, diga-se de passagem. Por
extensão, o debate chega à ética médica. O Conselho Federal de Medicina defende que a vida se inicia com o
início da gestação e reprova totalmente o ato. “O médico que consente com
o aborto e o pratica usa a profissão
para exterminar a vida, quando deveria lutar por ela. A gestante pode até
ter seus motivos, mas as razões humanísticas são maiores”, diz o presidente do Conselho Regional de Medicina
de Minas Gerais, João Batista Gomes.
Esse é o principal motivo de cassação
do registro no CRM; isto é, o médico
não pode exercer a profissão nunca
mais. “Nos últimos anos, houve nove
cassações por esse motivo em Minas.”
O Código Penal também prevê
punições para o médico e para a gestante. A mãe pode ter de um a três
anos de detenção; o abortista, reclusão de um a quatro anos. “Há casos
em que o aborto acontece sem o con42
Victor Schwaner
sentimento, quando a gestante está
dopada, por exemplo. Nesse caso, a
penalidade é de três a 10 anos”, relata o delegado Luiz Carlos Ferreira,
da Superintendêcia de Investigações
e Polícia Judiciária da Polícia Civil de
Minas. A legislação brasileira permite
o procedimento em caso de estupro
e quando há risco de vida para a mãe.
“Em fetos com anomalias no encéfalo,
os pais precisam pedir permissão ao
Poder Judiciário”, informa.
Mas é muito difícil cumprir a lei.
Além da dificuldade de colher provas
concretas, o sistema conspira com a
conivência. As próprias gestantes dificilmente aceitam depor. “Já houve
casos de médicos famosos em Belo
Horizonte por fazer aborto, mas que
nunca foram presos por falta de evidências”, diz João Batista Gomes.
Se o ato está previsto como crime no código brasileiro, a discussão poderia acabar aqui. Porém, há
quem defenda que os princípios da
ética vão além da legislação. “Nem
toda lei é justa. A decisão deve ser
tomada pela mulher ou pelo casal. É
uma questão de liberdade de consciência, que deveria ser garantida
por lei”, opina o doutor em filosofia
Marcelo Pimenta Marques, da Universidade Federal de Minas Gerais.
Para ele, a sociedade é hipócrita e
age mal ao reprovar o ato. “Há mulheres morrendo e se mutilando em
clínicas ilegais. O aborto deveria ser
descriminalizado e legalizado.”
Quem admite o aborto se apega à
tese de que o feto ainda não pode ser
considerado um ser humano. “Não há
motivo racional, apenas convicções
religiosas, de que um embrião, em
seus primeiros estágios de desenvolvimento, seja comparado a uma pessoa
completa. O aborto não é uma coisa
boa, não deve ser promovido. É um
recurso em casos extremos, quando
a vida de mulheres está em jogo, seja
por motivos de saúde, econômicos
ou sociais”, pondera a filósofa Telma
Birchal, pós-doutora em Bioética pela
Universidade de Oxford (EUA) e professora do curso de filosofia da UFMG.
Para ela, em um Brasil utópico, o
ideal seria descriminalizar o aborto,
com restrições e limites. “Nos países
desenvolvidos, em geral, o procedimento é permitido até os três meses de gestação, quando o sistema
nervoso do feto ainda não está formado, portanto ele não tem sensibilidade e não sente dor”, compara.
Nesse mesmo país de fantasia, junto com a legalização restrita, haveria
uma grande política de educação e
esclarecimento dos métodos de contracepção, tanto para adolescentes
quanto para mulheres adultas. “O
aborto seria apenas a opção final, até
pela violência que representa à gestante”, conclui.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Bruno Fernandes
Ai, seu sucesso! Assim você me mata!
Michel Teló, outro que cometeu o pecado do sucesso. Porque é assim que funciona: batalhou, achou
a oportunidade e venceu? É hora de enfrentar a massa
frustrada, os sabichões injustiçados pelo destino, artistas, gênios e atletas que nunca foram.
Se tudo terminasse em piadinhas, charges mal
photoshopadas ou contrapontos fundamentados, menos mal. Humor e crítica são vitais, sarcasmo é prazer
honesto. A gente ironiza e questiona a própria família,
por que não fazer com as chamadas pessoas públicas?
O triste, e ao mesmo tempo curioso, é o ranço, são as
chispas de ódio, a perseguição, o malho autoritário e
presunçoso de quem nunca criou absolutamente nada,
mas jura em seu íntimo que poderia ter sido tão rico ou
famoso quanto os que estão vivendo seus sonhos. Gente
que se morde pelos objetivos abandonados sempre que
é obrigada a conviver com os louros da persistência.
Porque não há mérito somente em nascer com o
dom. O verdadeiro mérito é pô-lo à prova, dar a cara à
tapa, à desconfiança, às vaias. Ouvir recusas contínuas,
se expor ao desdém de quem nega oportunidades por
puro sadismo ou ignorância.
Quem tira os medíocres
do sério são estas pessoas
que transbordam
confiança na própria luz...
Cantar não é fácil, mas parece ser bem mais simples
do que encarar uma plateia. Na prática, o poeta de gaveta
não possui nada além de um hobby, porque escritor mesmo é aquele que sujeita seus versos ao julgamento público. Em termos de contribuição social, ter talento e não
externá-lo é tão relevante quanto não ter talento algum.
O talento do Michel Teló? Não vem ao caso discutir,
porque a pegação no pé do garoto pouco tem a ver com
as suas habilidades. Não existem tantos brasileiros assim aptos a julgar a simplicidade (ou não) de seus acordes, ou a aclamada penúria literária dos seus hits. Bem
44
pelo contrário. Fora a minoria que realmente entende
do assunto, a patrulha anti-Teló é formada em boa parte por pessoas que viveram seus melhores momentos
com a deliciosa cafonice enlatada e mal traduzida que
ritmou a Jovem Guarda, dançaram a cansativa Macarena ou estão neste momento compartilhando o vídeo da
tosca My Humps. O contagiante rock do AC/DC – entre
as maiores bandas de todos os tempos – segue a mesma
receita desde sempre, com letras de profundidade ginasial, contudo divertidíssimas. Porque música também é
diversão. E o Michel Teló – mesmo não sendo o autor
do refrão mais cantado do verão – fez o planeta sorrir,
descontrair, debochar de si mesmo. Merece todos os
créditos, pois se é grande proeza para os gênios, que
dirá para os desprovidos. Talvez não dure muito, mas já
fez muito mais que a maioria.
O fato é que a implicância com o paranaense não diz
respeito à sua música, mas sim à dimensão da sua conquista. É isso que incomoda. Aquela invejinha causada pela
errônea impressão de que tudo foi fácil demais, que foi apenas sorte, como se o cara não estivesse tentando desde os 12
anos de idade. Não comparando a história, os personagens
e suas aptidões, o ranço com o Teló é o mesmo que andou
perseguindo o Neymar, por exemplo, outro que parece estar
brincando de vencer na vida. Quem tira os medíocres do sério são estas pessoas que transbordam confiança na própria
luz e lutam pelos objetivos com um sorriso escancarado no
rosto, apesar das muitas dificuldades existentes, que eles
preferem ignorar em troca de uma postura positiva. E que
aparentam estar pouco se lixando para os agourentos.
Eles têm o brilho e a perseverança que aporrinham os
oráculos de boteco, CEOs do cafezinho na copa, visionários
que mudarão o mundo a partir da segunda-feira que nunca
chega. Gente que entende de tudo, mas nunca fez nada.
Pessoas que não conhecem o limite entre humor e rancor e perdem preciosas horas de trabalho caçando jeito de
compartilhar na internet suas convicções venenosas e geralmente pouco embasadas. Sinal de que não fazem direito
nem aquilo que sobrou para quem tinha tanto futuro.
Bruno Fernandes, publicitário. http://twitter.com/Brunodo12
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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Hermógenes Ladeira
O toalete
Por razões profissionais, trabalhei 30 anos no mercado de cervejas, ou meramente pessoais, o fato é que
sempre me interessei pelo segmento de bares e restaurantes. E como tenho viajado o mundo, nos últimos 50
anos conheci milhares de estabelecimentos nas mais
diferentes cidades e países. Os que merecem todos anotados em minha agenda, nome, endereço e característica.
Além do chef ou maître, quando tenho a oportunidade
de conhecê-los. Naturalmente não pretendo que minhas
avaliações sejam definitivas. Nenhuma é na vida, tão
inesperada e incerta para todos nós.
A primeira é que a localização do toalete, ou banheiro, é sempre a mesma em qualquer restaurante: no fundo, a primeira porta à esquerda. Ou à direita. O segundo
ponto em comum é a dimensão do mesmo. Diminuto em
relação ao salão, lembra os quartos de empregada nos
grandes e luxuosos apartamentos. Enquanto estes possuem de 600 a mil metros quadrados de área, o cômodo
da empregada não passa de dois por um e meio ou, máximo, dois por dois. A ventilação, quando existe, é a de um
pequeno basculante. Nada de ar-condicionado, como no
resto do imóvel. Casa grande e senzala.
Enquanto há uma grande
preocupação com as
cozinhas e o salão, os
banheiros são relegados ao
quinto nível de atenção
Enquanto, mormente hoje, há uma grande preocupação com as envidraçadas cozinhas e o salão, sempre
luxuoso, o que não significa necessariamente bom gosto,
os banheiros são relegados ao quinto nível de atenção.
A limpeza e o asseio, exigências indispensáveis em todo
estabelecimento que se preze, resumem-se a uma varrição vez ou outra. E olhe lá. Esse é um quadro geral do
segmento no Brasil. Mas em Belo Horizonte é ainda mais
lamentável. Não há um só estabelecimento que possua
instalações sanitárias condizentes com o nível de sua
cozinha ou salão.
Incomoda-me, sobretudo, quando senhoras fazem
parte de nossa mesa. É simplesmente constrangedor.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Recentemente, minha mulher é testemunha, fomos
almoçar em um antigo restaurante cujo proprietário
foi meu amigo dileto. Um italiano elegante, sempre de
blazer e gravata, que tinha justificado orgulho de seu
estabelecimento. Situado em meio a uma mata, o local
era quase frio no inverno, o que dava um charme ainda
maior à lareira sempre acesa, com as toras muito bem
cortadas. Ele servia gentil e orgulhoso um bom conhaque a cada um de nós confortavelmente instalados em
poltronas tipicamente inglesas. Que enorme decepção.
Tornou-se mais um restaurante de beira de estrada. A
lareira apagada, com pedaços de madeira de construção
nela jogados. Nada que lembrasse o passado. Ou que o
respeitasse. E o banheiro a merecer uma referência especial. Sujo. As paredes descascadas. O vaso sem tampa
e, desprendendo-se da caixa de descarga superior, uma
corda imunda, para acionamento, com um nó na ponta.
Não tive coragem de tocá-la, senão envolvendo-a com
um pedaço de papel.
Há restaurantes que colocam mesas defronte à porta do banheiro. Ou de ambos, quando há. Até hoje não
entendi a razão da localização. E olhem que a porta do
toalete se abre diretamente para o salão.
Tenho para mim que os bares e restaurantes norte-americanos são os que melhor cuidam da instalação e
cuidado com seus banheiros. São amplos, asseados e a
maioria absoluta tem ar-condicionado. Todos os acessórios estão disponíveis e alguns chegam a ser sofisticados.
Possuem papeletas de fiscalização periódica, tal como
ocorre com sua cozinha.
Se baratas percorrem o salão de vez em quando, nos
banheiros são lugar comum. E ratos também. Já assisti
cenas dramáticas. Barata sendo morta pelo garçom com
um guardanapo contra a parede. Outra, enorme, caindo
do teto sobre nossa mesa e o garçom enrolando a toalha
para matá-la. Desnecessário dizer que, em ambos os casos, o jantar não se realizou. Fiquei a imaginar o estado
da cozinha. Não me quero estender mais do que já fiz
sobre o assunto. Cabe então uma consideração final. Na
próxima vez que for a um bar ou restaurante, visite antes
o seu banheiro. Ele é o retrato da cozinha.
Hermógenes Ladeira, empresário
49
POR FERNANDO TORRES
Limpeza pós-folia
Se você emendou a boa-vida das férias de verão com o
Carnaval, está na hora de dar um tempo na farra e
desintoxicar o corpo. Nos próximos dias, aposte nos
alimentos funcionais. “Eles são essenciais para a
eliminação de toxinas inflamatórias e previnem doenças,
como câncer e obesidade”, afirma a nutricionista Fernanda
Souza, da Mundo Verde. A seguir, ela lista alguns itens para
ajudar a consertar você por dentro e por fora:
HORTELÃ
Aumenta a produção de ácido clorídrico,
que melhora a digestão. “O ideal seria
consumir o chá ou in natura 20 minutos
antes das refeições”, orienta Fernanda.
Em tempo: no mojito, ela perde o efeito
ABACAXI
O segredo está na
bromelina, enzima que auxilia
no processo digestivo e intestinal,
e tem ação expectorante e
anti-inflamatória
COGUMELOS
Contêm vitamina B9, também
conhecida como ácido fólico,
substância que acelera o processo
de desintoxicação do fígado e produz
energia. Prefira os do tipo shimeji
SUCO DE UVA ORGÂNICO +
POLPA DE CLOROFILA
A dupla, poderosa em antioxidantes,
hidrata e repõe os nutrientes perdidos
na folia. “Acrescente ao suco de uva
cubos de gelo de couve orgânica batida
com água”, ensina Fernanda
GENGIBRE
É rico nos fitoquímicos gingerol e
gingerdiona, eficientes para curar
náuseas e enjoo, graças à ação
anti-inflamatória e antioxidante.
Use-o na forma de chá ou batido
com sucos naturais
QUINOA + CHIA
Vindos dos Andes, têm todas as
proteínas e aminoácidos
necessários para a
desintoxicação. Fontes de
vitamina B (niacina e tiamina),
são fundamentais
para o funcionamento
e a manutenção do
fígado, além de
repor energia
50
SINAIS DE INTOXICAÇÃO
Fique atento aos sintomas que
podem indicar deficiência
de vitaminas, minerais e
excesso de toxinas
z Inchaço por retenção
de líquidos
z Acne e descamações
z Dor de cabeça constante
z Língua esbranquiçada
z Náuseas e diarreia
z Falhas na memória e
no raciocínio
z Suor excessivo
SARDINHA + ATUM
Eis os peixes com maior concentração
de ômega 3, substância antiinflamatória fundamental para
desintoxicar as células
BANANA
Assim como o ovo, é um clássico na
cura da ressaca. O motivo? O alto teor
de nutrientes que o álcool tirou
do seu corpo, como fibras,
vitamina B6 e potássio
ALECRIM
O chá da erva mediterrânea
facilita a circulação do sangue
no cérebro. É tiro e queda para
a dor de cabeça de porre
IMPORTANTE
Fique longe de
gorduras, açúcar
e álcool
Prefira alimentos integrais, para
repor o gasto energético
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Restaurante
Ambiente aconchegante.
Massas e pães
feitos na casa.
Victor Schwaner
As várias faces do tai chi chuan
Os 103 movimentos do tai chi chuan entraram
Muitos movimentos
na rota das pesquisas científicas. Estudos
do tai chi chuan
apontam que a arte milenar chinesa aumenta
estão relacionados
a animais.
a massa óssea, alivia a depressão e minimiza
Veja alguns:
dores articulares. Agora, também é indicada para
estimular o equilíbrio em pacientes com mal
z Cegonha que
estende as asas
de Parkinson, segundo o Instituto de Pesquisa
de Oregon (EUA). “A atividade é completa.
z Abraçar o tigre e
retornar à montanha
Ela harmoniza o corpo com a mente, atua
em todos os sistemas orgânicos e trabalha
z Serpente que
rasteja
músculos, articulações, tendões e postura”,
afirma Maristela Botelho, presidente do Instituto
Mineiro de Tai Chi e Cultura Oriental, no Sion. As aulas incluem a ginástica
terapêutica lian gong, exercícios respiratórios e, por fim, a arte marcial
interiorizada, “uma síntese de todos os movimentos anteriores”.
Fotos: Shutterstock
Adultos
hiperativos
Hiperatividade é coisa de
criança? Nada disso.
O Transtorno do Déficit de
Atenção e Hiperatividade
(TDAH) pode se estender para a
maioridade entre 30% a 50% dos
pacientes. “Os adultos hiperativos
costumam ter desinteresse por
atividades que necessitem de maior atenção, têm dificuldade em terminar
tarefas já iniciadas, compram sem pensar, não fazem planos, dependem
de outros para manter a organização ou a ordem e têm baixa autoestima”,
descreve o psiquiatra Helian Nunes. Na hora de tratar, os remédios
devem ser associados a outras terapias, como psicoeducação, ensino de
habilidades, estratégias comportamentais, relaxamento e psicanálise.
“Os sintomas melhoram em 80% dos casos”, assegura Nunes.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
aberto de quarta a sábado
das 19h as 24h
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rua maranhão,1162
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ES PEC IAL
B R AS I L
LENDAS DO
GUARANÁ
NO CORAÇÃO DA AMAZÔNIA, A VIVER BRASIL FOI DESVENDAR
VÁRIOS MISTÉRIOS QUE CERCAM MAUÉS, UM MUNICÍPIO-ILHA
QUE VIVE EM TORNO DO FRUTO DO GUARANÁ
CLÁUDIA REZENDE
P
or sorte, aquele roteiro de viagem não
chegou a tempo ao meu e-mail. Sem
ele, parti sem saber direito o que me esperava. Sabia que ia para a Amazônia, ou um
pouco mais que isso. Assim, da hora em que
peguei o avião em diante, tudo era surpresa.
Maués, no Amazonas, era o destino. E o que
é Maués? Um município-ilha, polo de produção do fruto do guaraná. Viagem de barco
para chegar. Um dia sobre as águas do Amazonas e seus afluentes, 356 quilômetros de via
fluvial. O rio que circunda a ilha é o Maués52
-Açú – o sufixo açu equivale a grande, grandeza. Dá para entender. Uma imensidão de
água. Eram as boas-vindas à Amazônia.
O barco, o Belle Amazon, três andares,
oito suítes, não seria apenas o meio de transporte de Manaus a Maués. Seria também
meu hotel nos seis dias de viagem. Era nele
o lugar das refeições, do banho, do sono, das
conversas, de fotos e de muitas experiências
e visões, como a de observar, ao lado, um dos
barcos que fazem transporte comum de passageiros. Cheio de redes no interior, para que
Fotos: Cláudia Rezende
PÔR DO SOL
na praia de
Maresia
FRUTO DO
GUARANÁ:
tradição, fonte
de renda
as pessoas descansem durante a longa jornada.
A viagem começou à noite, em
uma quinta-feira. Era véspera do primeiro dia da Festa do Guaraná, que
ocorre todos os anos em Maués – no
ano passado foi de 2 a 4 de dezembro.
A cidade tem produção anual de 371
toneladas do produto, com cerca de
4.700 hectares de plantio, conforme
o IBGE. A economia é sustentada, em
boa parte, por essa produção, o que
justifica a festa no final do ano, sempre em época de colheita, para agradecer (aos deuses, talvez?) a fartura
do que é como um ouro para os moradores da cidade. Quem quer conhecer o que é o guaraná, como ele nasce,
como é colhido e como se transforma
em tanta coisa – inclusive, no refrigerante – tem de ir mesmo é nesse período. É quando os olhos se abrem...
Ah, sim, os olhos... Essa é a melhor e mais perfeita metáfora para
o fruto do guaraná. Quando está no
ponto, o fruto vermelho estoura e
mostra o recheio. É uma bolinha
preta envolta por uma polpa branca. Parece um olho
mesmo. E é por
isso que virou
tema de tanta lenda. Belas
histórias: O
mito do guaraná, O mito
do curumim
e A lenda do
guaraná . Todas
elas são apresentadas durante os
três dias de festa e dão
uma explicação diferente
para o nascimento do fruto do guaraná, sempre tendo
como fundo os saterê-mawés,
índios que vivem no município
e que, no passado, eram maioria da
população. É uma encenação rica,
com fantasias feitas com materiais
da região – sementes, palhas, frutos,
cocos etc – e atores de companhias
locais. Há narração, efeitos especiais,
música típica. Na hora das apresentações, a multidão se cala. Aí, são os
olhos do povo que se fixam no palco.
Boca calada, olho vidrado.
Ainda no barco, tudo isso era só
expectativa, história. A viagem para
Maués, que seria de 15 a 20 horas,
acabou virando 24 horas, por causa
de imprevistos – um pequeno desvio no percurso e parada para manutenção. Na cozinha, dona Maria com
sua ajudante preparava verdadeiros banquetes – maioria deles tendo
como prato principal peixes de água
doce da região. Na manhã da sexta-feira, ainda distante do destino, a
preparação de um tambaqui foi a
atração para o grupo que estava embarcado. Quando batia o estresse do
barco, uma subida ao terraço aliviava, só de olhar a vista. Foram alguns
pôr e nascer do sol inesquecíveis.
Avistamos a cidade, mas, antes
de chegar até ela, mais uma aventura: entrar, à noite, em uma voadeira –
pequeno barco com motorzinho na
traseira – para terminar o percurso
fluvial. Dá um pouco de medo, mas
era só um pequeno trecho, deu para
segurar. Uma coisa boa da chegada foi colocar os pés no chão depois
de 24 horas sobre as águas. Era terra!
Não, era areia...
Desembarcamos, literalmente,
em uma praia. Mais uma surpresinha que a terra dos papagaios falantes – significado do termo maués
– nos preparou. A ilha é cercada por
belas praias. Descemos na de Maresia, onde foi montado o palco da festa. Mas existem outras: da Antártica,
de Vera Cruz, do Lombo e Ramalho
Jr. Natureza foi generosa por lá. Voltando ao pôr do sol, foi da praia de
Maresia que vi um dos mais belos. Eu
lá, parada, dando adeus ao sol, chega
um moço, em uma bicicleta, e fala:
“Quinze para as 6h é o melhor horário. Tem dia que é 6h15. Venho todo
53
E S P E C IA L
B RAS I L
A VIAGEM
1 hora voo BH–Brasília
2h45 voo Brasília–Manaus
Q12 horas pelo rio Amazonas
Q5 horas pelo rio Paraná do Ramos
Q4 horas pelo rio Paraná do Urariá
Q30 minutos pelo rio Maués-Açú
Q
Q
Divulgação
SÍNTESE DE MAUÉS
PRAIA de Maués, a 365
quilômetros de Manaus
dia aqui para ver o pôr do sol”. Mora lá há
mais de 20 anos e, até hoje, não se cansou
da imagem.
A passos pesados, levantando a areia
da praia de Maresia, fomos em direção
à festa. Era noite de desfile das candidatas a Rainha do Guaraná, título sonhado pelas meninas de
Maués. Dez adolescentes disputavam a coroa em trajes típicos. As fantasias eram pesadas para os corpos franzinos.
Mas fazia parte conseguir segurar todo o peso nas costas
com charme, leveza e simpatia. Venceu Suelen Lopes, 17
anos. Emocionada, fez discurso, contando a marcha até o
título e, chorando, homenageou a mãe, que morreu meses
antes. O público aplaudiu. Também houve shows, animando a plateia até o dia amanhecer.
Nessa noite, fui apresentada ao turbinado. É a bebida da
energia. Sucesso na cidade – e no restante do estado. As pessoas tomam para ficarem animadas, aguentarem a noite toda em
claro. Mas tem o lado afrodisíaco também. Diz o povo que é
um viagra natural. A composição até intimida: pó de guaraná,
amendoim, mirantã (pó energético extraído de uma planta) e
leite. É na Barraca do Índio que se encontra o líquido milagroso. Preparado na hora, batido no liquidificador. Os clientes fazem fila para comprar. Opa! Falei fila? Não fazem fila. Uma das
lições que tomei em Maués: “No Amazonas, não existe fila. Então, como a gente faz? Vai entrando no bolo até te atenderem.”
Conselho da Mônica Prestes, jornalista paranaense que mora
em Manaus. Acabei me adaptando.
Também conheci o que é o tal do bastão de guaraná – acabei trazendo dois para Minas. É o seguinte: o povo de Maués
toma muito guaraná, muito mesmo, todo dia, a maioria das
pessoas. Prensado e em forma de bastão, fica fácil guardar e
transportar o produto. Quando a pessoa vai tomar, rala um
pouquinho na língua do pirarucu – tiram a língua do peixe
e, depois de ressecada, fica igual a um ralador – e toma com
água. Dizem que o guaraná em pó é mágico, que faz bem para
tudo e seria responsável pela vitalidade e pela longevidade
da população de Maués – hoje, são oito pessoas acima de 100
anos, quatro homens e quatro mulheres, conforme o IBGE.
região do centro Amazonas,
entre os rios Tapajós e Madeira
QÁrea: 39,9 mil km²
QPopulação: 52,2 mil habitantes
QQuem nasce em Maués é: maueense
QIDH: 0,6
QPIB per capita: R$ 4.568,9
QNúmero de domicílios: 11.058
QPopulação acima de 80 anos
Homens: 296 Mulheres: 418
QOnde fica:
TRANSPORTE FLUVIAL MAUÉS-MANAUS
Calipso, PP Maués, Elizabete 3ª,
Dom Jackson, PP 2003 e PP 2002 são os
barcos responsáveis por fazer o transporte
diário dos passageiros no trecho
COMO SE FAZ O REFRIGERANTE GUARANÁ
Em Maués
1º Plantio do fruto, por produtores de Maués em suas
propriedades ou pela Fazenda Santa Helena
2º Torrefação do grão até chegar às qualidades ideais
3º Moagem do grão
4º Mistura do grão moído com solventes para se produzir
o extrato do guaraná
Em Manaus
5º Mistura do extrato a substâncias até chegar a
essência do guaraná
6º Junta a essência a aditivos. Está pronta a matériaprima dos kits
Nas fábricas
7º A essência com os aditivos é misturada a xarope e CO2
nas fábricas de refrigerante. Depois disso, o guaraná é
envasado e está pronto para ser vendido
COMO NASCEU O GUARANÁ ANTARCTICA
Assim como outros refrigerantes, teve origem
farmacêutica. A proposta era de fazer uma bebida
não alcoólica que desse energia a quem consumisse.
Daí, surgiu o Guaraná Champagne Antarctica, pelo
fato de ele ter as bolhinhas e a cor parecidas com as
da bebida francesa
Fonte: IBGE e Ambev
54
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Há pesquisas sérias sobre a associação do produto com a longa vida
das pessoas da cidade. Foi por acaso que descobriram esse fato atípico,
quando o INSS percebeu que havia
idosos demais na cidade. Acharam
que eram beneficiários-fantasma.
Foram investigar. Descobriram todos vivinhos. As instituições de pesquisa – universidades de Santa Maria
(RS) e do Amazonas, por exemplo
– quiseram saber por quê. Acabaram descobrindo o guaraná por trás
de tudo isso, associado à boa qualidade de vida, à falta de poluição e à
boa alimentação. Quem conta parte
da história é a engenheira agrônoma Míriam Frota, da Ambev, uma de
nossas anfitriãs em Maués.
O guaraná no município-ilha
faz parte da cultura, da tradição, da
alimentação e é fonte de renda. A
fábrica da Ambev na cidade é a responsável por produzir parte do segredo que envolve a fórmula do
refrigerante. É lá que se faz o extrato,
um líquido valioso. Tudo em torno
dele é revestido de uma aura de mistério. Os técnicos da Ambev falam só
parte das coisas: “Um litro de extrato gera milhares de litros de guaraná
e milhares (ou milhões?) de reais”. A
fórmula do refrigerante foi desenvolvida no início do século 20. É preservada a sete-chaves pelos guardiões,
duas pessoas da empresa, que ninguém sabe quem são, responsáveis
por manter o sigilo e a perpetuação
da receita. Quando vão deixar o posto, são escolhidos novos guardiões,
funcionários que precisam ter formação específica e boa reputação
moral entre os colegas.
Essa filial de Maués recebe o grão
dos produtores independentes ou da
fazenda Santa Helena, unidade de
1.070 hectares da Ambev, também
responsável por plantio e beneficiamento do grão do guaraná. De lá, o
extrato vai para a Arosuco Aromas e
Sucos, em Manaus, onde se produz
VIVER Fevereiro 24 - 2012
DONA MARIA e o prato com tambaqui
Fotos: Fernando Cavalcanti
TORREFAÇÃO manual do guaraná
o concentrado guaraná, outro líquido misterioso e valioso. É lá que são
produzidos os kits de guaraná distribuídos para fábricas da empresa
no Brasil inteiro e em países como
Portugal e Japão. Com eles, qualquer
fábrica pode fazer o refrigerante. A
capacidade de produção da Arosuco
é de 239 mil kits por ano, o que rende
24 milhões de hectolitros. Em 2011,
a unidade de Manaus quebrou o recorde para o mês de novembro, produzindo 30.105 kits.
Na unidade de Maués, conhecemos o senhor Vítor Nogueira, 80
anos, funcionário da empresa, um
dos primeiros. Boliviano, chegou ao
país há 51 anos. Começou a trabalhar em um posto médico de Maués
e, daí, tudo mudou. “Vim para cá e
me casei com uma maueense. Aí, fiquei aqui”, conta. Casou, também,
com o guaraná e, com a ajuda dele,
construiu família, teve sete filhos.
Ele cuida de uma parte da produção
do fruto na fazenda Santa Helena.
Duas quadras sob sua responsabilidade. Uma delas se chama Wakusese, que, em saterê-mawé, quer dizer
bem-vindo.
Na fazenda, cada quadra é de
responsabilidade de um funcionário
da empresa, para que os guaranazeiros recebam atenção especial dessa
pessoa. Nela, são feitas seleções dos
melhores guaranás para chegar aos
que vão produzir mais e com melhor
qualidade. Tem pé que consegue dar
mais de cinco quilos de guaraná. E
é atrás de plantas assim que os pesquisadores vão. A colheita ocorre somente uma vez por ano. Mudas são
usadas para o plantio na fazenda e
também são doadas aos produtores
independentes. A Ambev utiliza a
plantação da Santa Helena, dos produtores de Maués e de cidades próximas para obter o volume necessário
para sua produção anual.
No guaraná, o que se aproveita
para fazer o refrigerante é somente a
semente e o que tem no interior dela.
O restante – a casca vermelha e a polpa branca – viram adubo. A indústria
cosmética tem feito pesquisas para
aproveitar esse material. No caso da
produção do refrigerante, a torrefação é considerada o processo mais
importante. E por quê? “Tem de ficar no ponto certo da umidade. Se
ficar muito úmida, não mói, vira pasta. Se ficar muito seca, corre o risco
de queimar”, explica Carlos Eduardo
Henriques da Silva, gerente corporativo de Desenvolvimento de Refrigerantes e Não Alcoólicos da Ambev.
55
Fotos: Fernando Cavalcanti
E S P E C IA L
B RAS I L
Na fazenda, existe um maquinário para fazer o procedimento, com
controle de tempo e movimento,
mas os produtores independentes
fazem tudo na mão mesmo, em um
grande tacho com uma espécie de
enxada, que fica passando o grão de
lá para cá, de cá para lá. Até a colheita deles é diferente. Na fazenda, corta-se o cachinho de guaraná quando
60% dos olhos já estão abertos. Ficam de dois a três dias em maturação e já estão bom. Os produtores
independentes colhem um a um o
olhinho que já se abriu.
Um dos funcionários da fazenda,
Ademir de Oliveira, 36 anos, mostrou um pouco do mundo dos índios saterê-mawés para a gente. Ele
já participou (15 vezes!) do ritual da
tucandeira, pelo qual passam os meninos – e, agora, as meninas – a partir
dos 10 anos. É o rito de passagem da
infância para a vida adulta, o caminho para se tornar um guerreiro, de
se fortalecer. Para isso, o índio tem
de ficar durante um bom tempo –
uma dança inteira, uma noite inteira
– vestindo luva cheia de formigas tucandeiras dentro. Elas ficam ferroando a mão da pessoa, que sai inchada.
“Faz bem para nós, para a gente ser
bom caçador, bom pescador, ter boa
dança”, diz. E não dói? “Dói, mas a
gente se sente feliz, é bonito.”
O último dia de aventuras em
Maués foi dedicado a conhecer os
produtores locais. Teríamos de viajar uns bons 40 minutos por rio, em
cima de uma voadeira. O primeiro
deles foi Natanael Menezes, 32 anos,
e sua família. Tem 11 anos que trabalha com guaraná e possui 11 hectares
em sua propriedade. Agora, comprou
uma roçadeira para melhorar o trabalho. Em 2011, conseguiu colheita
entre 700 e 750 quilos, mais que a de
2010, que ficou em 600 quilos. Ele faz
o que se chama de plantação seriada,
ou seja, no mesmo terreno, produz
também banana, melancia, mandio56
APRESENTAÇÃO da lenda do guaraná
JOÃO ROCHA: fé em Deus e guaraná
ca e abacaxi, uma forma de aproveitar
melhor a área e de não ficar dependendo somente do guaraná.
Natanael conta que é feliz com a
vida que leva. Tem faturamento de
cerca de 18 mil reais por ano, sendo
metade, lucro. Tem realizado sonhos.
Por exemplo, acabou de comprar
uma televisão, apesar de ainda não
ter energia elétrica em casa. O próximo sonho é comprar um gerador.
Também para ter geladeira em casa e
produtos tão comuns, mas que, para
a família dele, estão distantes. “Iogurte, não pode. Leite, só em pó. Sorvete
para as crianças, só quando a gente
vai à cidade.”
Dá para perceber que o povo de
Maués é feliz, sim, apesar da vida
com muitas dificuldades, longe de
tudo, cercada por água, dependendo do transporte fluvial... No rosto de
Francisco Alves Pereira, 56 anos, isso
está escrito. Ele também é produtor
de guaraná e, por hobby, faz o bastão, todo dia, pela manhã, para matar
o tempo. Mora com a mulher. Tem
quatro filhos, dois ainda vivem com
ele. Acorda às 7 horas, toma guaraná
(todos os dias), antes de comer qualquer coisa, e vai cuidar da plantação
e dos bastões. Encerra a jornada às 17
horas e vai curtir a vida. Ver televisão
– ele, sim, tem gerador em casa – ficar
com a família. A casa, por dentro, chama a atenção. Cadê as camas? O pessoal de Maués gosta mesmo é de rede.
Último passeio em Maués: casa
do senhor João Rocha, 102 anos de
vida, desde 1956 trabalhando com
o guaraná. Só confirma a história da
longevidade ligada ao povo de Maués.
Tem duas receitas para viver tanto
tempo: muita fé em Deus e o guaraná,
que ele toma todos os dias. Seu Rocha
teve sete filhos e mora com a mulher,
Zenaide Gama Gomes, 73 anos, que
também pretende viver muito tempo,
“se for com saúde”. Para isso, tem o
guaraná na rotina diária.
O marido continua trabalhando na roça todos os dias, junto aos
filhos. No ano passado, colheram
mais de uma tonelada. Neste ano,
deve ser mais. Seu Rocha está bem
de saúde, mas não gosta de comer,
único trabalho que dá para a mulher.
“Tomo o guaraná. Já fico satisfeito”, diz. No dia 2 de fevereiro, fez 103
anos, e tem planos. “Ele quer viver
até 111 anos, se Deus quiser”, completa Zenaide.
E foi assim Maués. Nem se o e-mail com o roteiro da viagem tivesse chegado a tempo, eu iria imaginar
que aprenderia tanto, descobrir tanta coisa nova. É um Brasil diferente,
que vale a pena ser desvendado.
A repórter viajou a convite da Ambev
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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Lançamento.
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É dando que se recebe
Consta que são Francisco de Assis nunca disse a expressão é dando que se recebe. Contudo, julgo que, na
prática, a expressão prevalece. Conheci, numa grande
empresa siderúrgica estatal, um superintendente de recursos humanos, muito dedicado, comprometido, zeloso
pelo seu trabalho, que queria fazer o melhor pela empresa.
Como sempre acontece em empresas, há competições e
mesmo pessoas que gostam de interferir no trabalho de
outros, com intuito de aparecer e poder galgar posições
superiores. Essa empresa não era exceção.
Nas minhas reflexões, pensei: esse superintendente
precisa marcar gol e nós precisamos de um projeto que
seja um grande desafio. Rascunhei um pré-projeto e fui
discuti-lo com o citado técnico. Disse-lhe: a empresa vai
adquirir tecnologias de ponta e quem vai recebê-las? É
um grande desafio, pois há necessidade de pessoas de
elevada capacitação. Proponho que você forme técnicos
com mestrado. Contrate engenheiros agora no fim do
ano, mande-os para Belo Horizonte para fazer os créditos
e em seguida eles elaboram as teses em temas ligados às
novas tecnologias, já trabalhando na usina. Ele aprovou
a ideia, apresentou-a ao presidente, que deu o aval para
prosseguir. Elaborei um projeto robusto, contemplando
inicialmente a formação de 20 mestres, para obtenção de
financiamento de uma agência governamental.
Pense no próximo e
em como ajudá-lo.
Você pode receber
retornos impensáveis,
muito além
da sua compreensão
Aprovados os recursos, estávamos prontos para começar. Mas no Brasil, nem tudo são flores. Tive um colega
que dizia que aqui vivemos em picos e vales, mais nos
vales. Em outras palavras, temos microânimos e megassustos. A nossa pós-graduação foi concebida tendo como
apoio o antigo Instituto de Pesquisas Radioativas, que
era parte da UFMG. Esse instituto possuía equipamentos
e pessoal docente qualificado indispensáveis ao nosso
58
trabalho. Num simples ato, a Presidência da República
retirou o instituto da esfera da universidade. O que fazer
agora? Tínhamos um dilema, prosseguir ou cancelar o
projeto. Decidimos utilizar parte dos recursos disponíveis para contratar oito docentes estrangeiros, todos
com doutorado, e elaborar as teses na própria usina da
empresa, trabalhando na escala industrial. Assim, deu-se
início no Brasil a um inusitado programa de interação
universidade-empresa. Antes, entendia-se por essa interação a obtenção de amostras para trabalhos práticos,
de visitas de turmas de estudantes para ver instalações e
operações, de estágios para estudantes.
Nunca um programa com tal profundidade, em que
recursos financeiros eram canalizados para a universidade como pagamento pelos serviços. Este tipo de programa se alastrou pelo país, de forma que trabalhamos para
quase todas siderúrgicas. Como consequência, nosso
departamento de metalurgia já produziu perto 900 pós-graduados, mestres e doutores, sendo que mais da metade das teses foi feita dentro da indústria. Até hoje este
trabalho ainda é o paradigma na interação universidade-empresa.
Estes programas com indústrias nos deram credibilidade para vários desdobramentos, entre eles a obtenção de financiamentos internacionais para equipar
o departamento que era carente de equipamentos para
ensino e pesquisa, de assumir a Escola de Engenharia para
modernizá-la e também de lançar o movimento nacional
pela qualidade (conhecido na época como TQC), por meio
da Fundação Christiano Ottoni (que se transformou num
fenômeno nacional). Essas realizações serão objeto de futuros relatos. Tive o privilégio de liderar esses programas, o
que muito me orgulha ao fazer essas menções.
A assertiva feita no início desta página tem plena
validade. Pense no próximo e em como ajudá-lo. Você
pode receber retornos impensáveis, muito além da sua
compreensão. São gentilezas divinas, como já escrevi
em outra ocasião.
José Martins de Godoy, engenheiro pela UFMG, dr. engenheiro pela Norges
Tekniske Hogskole, ex-diretor da Escola de Engenharia da UFMG, cofundador
do INDG, instituidor e integrante do Conselho de Administração Superior da
Fundação de Desenvolvimento Gerencial
VIVER Fevereiro 24 - 2012
R E P O R TAG E M
Período
instável
Surtos psicóticos , como o que ocorreu com
o músico Vinícius Maia Carvalho, são mais
comuns do que se possa imaginar
ELIANA FONSECA
O
quebra-cabeça ainda está sem algumas peças, mas o fato é que o
músico Vinícius Maia de Carvalho, 28, um sujeito tranquilo, amado pelos familiares e amigos, estava diferente
nos dias que ficou com os pais no Espírito Santo, de férias, no final de 2011.
Estava cabisbaixo, tristonho, pensativo.
Chegou a falar que não se sentia bem.
Preocupada, a mãe providenciou a volta
para uma consulta ao médico. No meio
do caminho, teve um rompante e pediu ao pai que parasse o carro. Pulou no
rio Doce, que estava oito metros acima
do seu nível, e desapareceu. O pai ainda o viu sair do rio, gritou, mas Mainha,
como é conhecido, parece não ter ouvido. O médico e familiares trabalham
com a possibilidade de surto psicótico.
Vinícius, há oito anos, teve um quadro
depressivo grave. A possibilidade é que
o estresse causado por um momento de
mudança possa ter desencadeado o surto. A corrida agora é para que o rapaz seja
encontrado. Casos como o do músico
são mais comuns do que se pensa. O surto, perda do sentido de realidade e uma
desorganização do pensamento, tem leque amplo de desencadeadores que podem ser desde doença mental crônica
até quadros depressivos, estresse, transtorno pelo uso de drogas lícitas e ilícitas.
Foram percorridos mais de 4 mil
quilômetros e colados cerca de mil cartazes na região de Rio Casca, onde o
músico desapareceu. Mainha, descrito
pelo cunhado Leonardo Vila Real como
um sujeito sensível, de muitos amigos,
que alegrava qualquer festa de família
com sua música, pode não se lembrar
de quem é. Segundo o psiquiatra Paulo Repsold, um transtorno depressivo,
o que parece ter ocorrido com Vinícius,
pode ser tão grave que na fase da crise
há desorganização intelectual, falso juízo de realidade, inquietação, delírios. O
que preocupa é que o quadro pode durar
muito mais do que se imagina. “Um surto pode durar dias, semanas e até eventualmente meses”, afirma Repsold.
Como tudo indica que Maia estava
passando por um período de estresse,
o psiquiatra lembra que esse fato pode
ter desencadeado a crise. “O estresse
pode não só ajudar a antecipar o início
da doença como deixá-la mais grave”,
diz. Num momento de um surto, a pessoa pode se intitular como outra, não
reconhecer sua casa, tampouco sua família ou amigos, não se lembrar de sua
Arte: Paulo Werner
60
VIVER Fevereiro 24 - 2012
SAIBA MAIS
Surto psicótico
O que é:
perda do sentido de realidade e uma
desorganização do pensamento
Doenças desencadeadoras:
psicoses, esquizofrenia, transtorno
afetivo bipolar e transtornos mentais
causados por drogas lícitas e ilícitas
Sintomas de surtos psicóticos:
delírios
falso juízo de realidade
Qalucinações
Qdesorganização intelectual
Qinquietação e agitação
Q
Q
Fonte: Paulo Repsold
VIVER Fevereiro 24 - 2012
61
R E P O R TAG E M
história. Repsold explica que o tratamento de doença mental é como
qualquer outra, só que eventualmente pode levar um tempo maior. “Mas
quanto melhor for o tratamento, mais
seguro será de que essa pessoa vai ter
pouca ou nenhuma agudização.”
O cunhado do músico, o consultor
financeiro Leonardo Vila Real, diz que
o iminente é encontrar o rapaz (até o
fechamento desta edição, no dia 17 de
fevereiro, isto não havia acontecido).
A preocupação é que a crise se agrave
e Vinícius fique perdido nessa desorganização que não o deixa voltar para
casa ou se lembrar do seu nome. Vila
Real conta que, há oito anos, Vinícius
teve um quadro depressivo grave. Iniciou tratamento e foi medicado. Rapidamente recuperou-se. “Mas ele ficava
extremamente sonolento com o remédio que o deixava prostrado. Por isso,
decidiu parar de tomar.”
Para quem conviveu com surtos
psicóticos momentâneos por vários
anos, caso do pastor Paulo Senra, 47,
são crises que podem levar qualquer
pessoa à beira da insanidade. Usuário
de drogas e remédios por mais de 20
anos, ele teve alucinações, surtos de
agressividade, conversava com objetos inanimados como poste de energia
elétrica e até mesmo assistir à televisão
desligada. Foi internado diversas vezes
em clínicas psiquiátricas e hoje, mais
de uma década depois de ter parado
de consumir drogas, ainda se lembra
com horror daqueles tempos. “Já houve vezes em que as pessoas ficavam
caladas e achava que estava ouvindo o
pensamento da pessoa, tive surtos de
agressividade”, lembra.
O psicólogo Antônio Cotte afirma
que é impossível estabelecer um manual para definir quem está passando
por um período de vulnerabilidade,
como classifica o que está ocorrendo
agora com o músico Vinícius Maia. É
uma ocorrência muito mais comum e
pode ser causada por acúmulo de vivências que podem levar as pessoas ao
62
Pedro Vilela
LEONARDO VILA REAL: procura pelo músico Vinícius Maria de Carvalho
Um surto pode
durar dias,
semanas e até
eventualmente
semanas”
Paulo Repsold
André Fossati
incômodo, opressão, ansiedade, à perda de controle. Algo que pode ocorrer
com qualquer um – pode ser crise de
ansiedade no trânsito ou um verdadeiro surto ao pisar em avião.
Mas é justamente na capacidade
de discernir que há um problema é
que fará grande diferença. “O surto é
resultante de como as pessoas lidam
com sua realidade, seu dia a dia.
Quando ele ocorre, na minha perspectiva, significa que a pessoa não
conhece muito a si mesma. Ela não
tem noção de quem ela é realmente.
Porque se estou sabendo quem eu
sou e vejo um problema, vou buscar
a ajuda necessária”, observa.
Para aqueles que não conseguem discernir esse momento, não
há manual, mas, segundo o psicólogo, uma das premissas é ficar
atento ao outro, ter uma relação
dialógica. “É preciso que haja uma
conversa para que essa pessoa vulnerável possa falar de si, de sua
tristeza, alegria, do seu sentimento.
Para que ele traduza para o outro
sua percepção de si mesma. Às vezes essa pessoa não se abre, tem receios. É preciso esse conhecimento
intrapessoal para que saiba quem
ela é”, diz.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Shutterstocck
E C O N O M IA
Nova
poupança?
Fundos de investimentos imobiliários começam a ganhar corpo
no Brasil e especialistas acreditam em popularização a curto prazo
JANAÍNA OLIVEIRA
O
s fundos de investimentos
imobiliários demoraram para
pegar no Brasil. Criados por
aqui na década 90, só agora decolam. E tudo indica que é uma moda
que veio para ficar. Democráticos,
com baixos riscos e boa rentabilidade (de 0,8% a 1,2%, em média),
representam uma ótima oportunidade para aqueles investidores que
não possuem recursos suficientes
para aplicar diretamente em imóveis. “É um sucesso que já deveria
ter sido alcançado. O próximo passo é se aproximar da caderneta de
64
poupança”, diz Rita Mundim, economista e professora de Mercado de
Capitais da Fundação Dom Cabral e
do Ibmec.
Por meio do fundo imobiliário,
é possível tornar-se um dos donos
de shoppings center, hospitais, escolas, prédios comerciais, condomínios residenciais e hotéis. Gente que
jamais poderia investir passa a ter
o poder de compra e participação,
através de cotas. “Em outros países,
o mecanismo já é muito comum.
E como oferece renda, segurança e
isenção de Imposto de Renda para
os investidores, vem ganhando cada
vez mais espaço e conquistando
adeptos”, afirma Cristiano Lemos,
gerente comercial da Corval Corretora de Valores Mobiliários.
Na capital mineira, ele destaca
como pioneiro o Fundo de Investimento Imobiliário Belo Horizonte
Belverede, um empreendimento do
grupo Maio/Paranasa. São dois hotéis, Ibis e Pullman, com 216 e 280
apartamentos respectivamente, que
serão locados à francesa Accor. Para
o investidor qualificado, o valor mínimo de investimento é de 100 mil
VIVER Fevereiro 24 - 2012
reais. Mas o investidor simples só
precisa de mil reais para comprar
uma cota. A previsão é que o empreendimento esteja pronto em dezembro de 2013.
“Nada mais é que um mecanismo para democratizar, trazer maior
número de pessoas para o mercado”, justifica Jânio Valeriano, diretor de empreendimentos da Maio/
Paranasa, que desde 1998 atua na
venda de unidades no setor hoteleiro. Agora, com o lançamento do
FII Belo Horizonte Belvedere, inova. Ponto para potenciais investidores e para a empresa, que, conforme
aponta Rita Mundim, também conquista parceiros para colocar seus
empreendimentos em pé.
Se em Belo Horizonte a Maio/Paranasa estreou a modalidade, no país
já estão em funcionamento mais de
90 fundos imobiliários, com patrimônio total em torno de 6 bilhões
de reais. Impulsiona o crescimento o fato de os fundos serem rigorosamente regulados pela Comissão
de Valores Mobiliários (CVM). Outra
vantagem é a facilidade, uma vez que
o investidor não precisa se preocupar com procedimentos referentes a
certidões, escrituras ou recolhimento de ITBI. Tudo fica sob a responsabilidade do administrador. “Daí a
Fotos: Pedro Vilela
FUNDO DE
INVESTIMENTO
IMOBILIÁRIO (FII)
O que é?
Comunhão de recursos, captados por
meio de um sistema de distribuição
de valores mobiliários e destinados
à aplicação em empreendimentos
imobiliários. É constituído sob a forma
de condomínio fechado, onde o resgate
de cotas não é permitido
Quem pode investir?
Qualquer pessoa, desde que possua
recursos no montante mínimo
necessário para o investimento
Quais as vantagens?
Acesso ao mercado imobiliário, ganhos
de escala, diversificação simplificação,
possibilidade de fracionar o investimento
RITA MUNDIM: próximo à poupança
necessidade de conhecer e avaliar
qual é o empreendimento e quais
os players”, alerta Lemos. Tomando
os cuidados devidos, o investimento tem tudo para ser filé. “Ao lado do
Tesouro Direto, o fundo imobiliário
caminha para ter a popularidade da
poupança”, aposta Rita. Dona Baratinha que se cuide.
E quais os riscos?
Liquidez reduzida, redução da taxa de
ocupação imobiliária, alterações no
mercado financeiro
Qual é o rendimento?
Existe uma disposição legal obrigando
que o administrador do fundo distribua a
seus cotistas, no mínimo, 95% do lucro
eventualmente auferido
Como são feitos o resgate e a
negociação?
Por ser constituído como condomínio
fechado, não é admitido ao Fundo de
Investimento Imobiliário o resgate
de cotas. No entanto, é admitida sua
negociação em mercado
Como é a tributação?
Na rentabilidade mensal, o cotista é
isento do Imposto de Renda, desde que
não tenha mais que 10% do patrimônio
líquido do fundo. Já os ganhos de capital
sujeitam-se à incidência do Imposto de
Renda à alíquota de 20%
COMPARE OS RENDIMENTOS
QFundo
LOCAL ONDE serão
construídos os
hotéis Ibis e Pullman
Imobiliário: 0,8% a 1,2%
QPoupança:
0,6%
QAluguel em BH:
entre 0,7% e 0,9%
Fonte: CVM
VIVER Fevereiro 24 - 2012
65
POR LUCIANA AVELINO
Filé de robalo com crosta de
tomate seco e risoto vermelho
PORÇÃO: PARA 2 PESSOAS
Ingredientes
2 filés de robalo de aproximadamente 220 g cada
100 g de arroz vermelho cozido
1 cebola média picada
50 g de azeitonas verdes
150 g de tomate seco sem pele
50 ml de vinho branco seco
30 g de manteiga sem sal
20 g de farinha de rosca
150 ml de caldo de legumes
Salsa picada, azeite aromatizado
com ervas, sal e pimenta a gosto
66
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Modo de preparo:
zzz Sele (frite até dourar os dois lados)
os filés de robalo em frigideira bem quente
com um fio de azeite e coloque-os em um
tabuleiro e reserve
zzz Bata no processador ou liquidificador
100 g de tomate seco, meia cebola e a
azeitona até que vire uma pasta
zzz Em seguida, coloque a pasta sobre
o peixe, polvilhe a farinha de rosca e leve
ao forno pré-aquecido (180 graus) por 20
minutos
zzz Aqueça uma panela com azeite e
coloque o restante da cebola, refogue bem,
acrescente o vinho e deixe ferver por três
minutos
zzz Adicione o caldo de legumes, o arroz
colorido e mexa até levantar fervura
zzz Continue mexendo até reduzir pela
metade, acrescente o restante do tomate
seco cortado em tiras e a manteiga
zzz Mexa bem até que envolva todos os
ingredientes e tempere com sal e pimenta
zzz Finalize com azeite até que fique
bem cremoso, coloque salsa picadinha e
monte o risoto no meio do prato
zzz Acomode o peixe sobre o arroz,
decore o prato com salsa picada e sirva
e mais...
Dobradinha
Além do
casamento, os
chefs Fernando
Castanheira Filho,
36, e Vanessa
Margenti Galdão,
34, também
formados em
direito, são sócios
do Adore Espaço
Gastronômico, inaugurado há seis anos. O local, na Savassi,
funciona como escola de culinária em formato de confraria.
O casal ainda marca ponto sábado, às 11h, no canal de TV a
cabo BH News no Adore seu Programa de Culinária. “Além de
qualificação, oferecemos espaço planejado para aulas teóricas e
práticas”, diz Fernando. O espaço gastronômico tem hoje uma fila
de espera de 230 pessoas.
Novidade à mesa
Especializado em frutos do mar, o restaurante Atlântico,
inaugurado há cinco anos em BH, em Lourdes, passou a contar
com novo ingrediente em suas receitas: a cebola negra. O chef
Rafael Cardoso, que comanda a casa desde outubro do ano
passado, lançou o ceviche de badejo servido com a novidade.
“Concede, simultaneamente, sabores ligeiramente cítrico e suave.
Fica perfeita com saladas, risotos, suflês, carnes, peixes, molhos e
pizzas.” A produção da cebola de conserva dura cerca de 60 dias.
Brinde ao espumante
Fotos: Pedro Vilela
JOÃO PAULO GOMES
Atualmente no comando
da cozinha do restaurante
do Minas 2, no bairro
Mangabeiras, e especializado
em comida internacional,
o chef já trabalhou em
endereços gastronômicos
na Inglaterra por cinco anos.
João Paulo também cursou
culinária mediterrânea no
Instituto Cervantes, na capital
mineira.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Uma das maiores vinícolas brasileiras,
a Casa Valduga investe em ações para
ampliar a participação no mercado
mineiro em 2012. A marca registrou
crescimento de 22% em BH e a meta
é atingir 34%. Uma das estratégias é a
campanha Brinda BH que, em parceria
com 50 restaurantes da cidade, segue
até 12/3, estimulando o consumo de
espumantes. Gerente de marketing da
Casa Valduga, Fabiano Olbrisch diz que BH é um dos grandes
mercados para o consumo da bebida. Confira os restaurantes
participantes: https://www.brindabh.com.br/restaurantes.
67
CORRERIA
P O R F L ÁV I O
MORAES
O mais
velhinho
FAUJA SINGH: a barba lembra
o lendário Forest Gump
Exemplo de longevidade, o
cidadão britâncio nascido na
Índia Fauja Singh foi o primeiro
homem com mais de 100 anos
a completar uma maratona, 42
km em pouco mais de oito horas.
Conhecido como o furacão de
turbante, Singh é um homem
simples, e aponta como segredo de
sua vitalidade os hábitos saudáveis.
Nascido em 1º de abril de 1911, o
feito até parece mentira!
101 anos depois
(1/4/2012) Rola a edição mineira do Circuito Golden 4 da Asics, a
prova mais bem organizada que corri ano passado, que se destaca
por organização impecável, largada cedinho por paces de tempo,
percursos planos e hidratação farta. Indicada para quem busca bater
recorde em meia-maratona. www.asics.com.br/golden4asics
Fotos: Divulgação
O coordenador Paulo Santos
e a atleta Bruna Brandão na
13º prova da Run&Fun em SP
Run & Fun
Uma das principais
assessorias esportivas do Brasil,
também presente em São Paulo
e Rio de Janeiro, é coordenada
em Belo Horizonte por Paulo
Henrique dos Santos. Tem foco
em treinamento de atletas
amadores e em programas de
qualidade de vida aplicado em
grandes empresas.
Corrida Solidária
As principais equipes de corrida de BH fundaram a TMG (associação dos
treinadores de corrida de MG) com o objetivo de representar os corredores,
desenvolvendo ações para estabelecer regras de uso do espaço público e
buscar melhores condições de segurança para o esporte. Planejam algumas
ações sociais sincronizadas, a exemplo de uma das equipes fundadoras, a Raja
Runners, que deu show de solidariedade em 2011 sugerindo doação de cestas
básicas para os alunos que atingiam suas metas de tempo nas provas.
AGENDA
MARATONA DE TÓQUIO: conhecida
como uma das mais animadas do
mundo apesar da seriedade japonesa
Q4 de março: MARATONA DE NAPPA VALLEY, www.napavalleymarathon.org
Q11 de março: CIRCUITO ESTAÇÕES ADIDAS, PAMPULHA, 5 e 10 km
www.circuitodasestacoes.com.br
Q26 de março: MARATONA DE TÓQUIO, www.tokyo42195.org/2012
E-mail: fl[email protected]
68
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Fátima Rabelo
Minto, logo existo!
Quem nunca mentiu que atire a primeira pedra.
Mentir faz parte da natureza humana e, de um modo
geral, mentimos por questões de adaptação social. Às
vezes, simplesmente, dizer uma mentira é mais conveniente que dizer a verdade.
Se recebemos convite para um evento ao qual não
estamos dispostos a comparecer, não são raras as vezes
que aparece aquela enxaqueca ou coisa parecida. Se
ganhamos, de uma pessoa com quem não temos tanta
liberdade, um presente do qual não gostamos, fica difícil dizer que não gostamos. São mentiras que não têm
por objetivo lesar alguém, mas omitir algo para evitar
um desentendimento ou uma indelicadeza. Nessas
situações, quem mente sabe por que está mentindo e o
faz por opção, não há sofrimento nem culpa nisso.
O sujeito se vê tão pequeno
e sem importância que
cria para si um outro
completamente irreal e
inatingível. Há
supervalorização das
próprias crenças...
Mas existem outras situações em que a mentira
pode ser patológica. Quando o hábito de mentir passa
a ser uma necessidade incontrolável e se sobrepõe a
tudo, causando uma distorção da realidade, é sinal de
que a situação merece atenção. Por mentir deliberadamente, a vida de uma pessoa com esse hábito acaba por
ser afetada em todos os aspectos: no trabalho, nas relações amorosas e familiares, nas questões financeiras.
A necessidade de mentir compulsivamente está relacionada a um sentimento de inferioridade. Muitas veVIVER Fevereiro 24 - 2012
zes, essas pessoas acham que não são exatamente aquilo que poderiam ser ou aquilo que se esperam delas.
Nesses casos, esse sentimento é vivido de uma maneira
extrema e é preciso reflexão e, quase sempre, ajuda.
O sujeito se vê tão pequeno e sem importância que
cria para si um outro completamente irreal e inatingível. Há supervalorização das próprias crenças como
uma maneira de aplacar a angústia subjacente. É para
sustentar essa distorção que o ato compulsivo de mentir cria um efeito: minto, logo existo!
Os fatos que levam alguém a essa condição são
muito variados, mas a necessidade de atenção e cuidados, condição que talvez faltaram a esse indivíduo na
infância, estão entre as motivações principais.
Com mentiras sem nenhum motivo que as justifique, o pior que pode acontecer e o mais comum que
aconteça, até mesmo pelo sofrimento, pelo desgaste
causado aos familiares e às pessoas de seu vínculo afetivo é a descrença e a confirmação que dá consistência
ao sintoma: “fulano é mentiroso”, “fulano só diz mentira”, “não dá pra acreditar em fulano”...
Muitas vezes, a pessoa não se dá conta da profundidade de seu desequilíbrio – contam histórias ao
mesmo tempo em que acreditam nelas. E ela só vai
perceber que precisa buscar alguma forma de se ajudar
quando a mentira atrapalhar de verdade a sua vida,
causando perdas muitas vezes irreparáveis.
No entanto, para que alguém possa se implicar,
falar sobre seu sintoma de mentir, é preciso, antes de
tudo, que haja receptividade, uma disponibilidade
autêntica que favoreça o indivíduo para que ele possa
vir a compreender sobre sua verdade. O sintoma é o
porta-voz de uma verdade que pede para ser escutada.
Fátima Rabelo, psicóloga
69
LAZ E R
A noite vai
ser boa...
Viver Brasil foi às
ruas traçar roteiro
de paquera em
Belo Horizonte e
dá dicas de
conquista
RAQUEL AYRES
P
aquerar! É a tentativa de se aproximar de uma pessoa
de seu interesse seja para
ficar, namorar, transar e,
quem sabe, resultar em
casamento. É, uma simples olhadinha, de longe,
pode terminar mesmo,
em compromisso, amor
e tudo mais. Na verdade,
quase todo relacionamento afetivo nasce deste algo
a que chamamos paquera. Coisa de gente solteira, que, como se diz, está
na pista.
Começa na comunicação empática, o que
significa perceber bem a
outra pessoa e estabelecer
contato inicial agradável
70
Fotos Vict
or Schwan
er
VIVER Fevereiro 24 - 2012
e surpreendente. Para
isto, garotos e garotas,
atenção, atenção; nada
de atitudes antissedutoras, hein? Segundo o terapeuta Sérgio Savian,
autor de 14 livros sobre
comportamento e relacionamento, excesso de
insegurança, moralismo,
expectativas demais,
tudo isto faz com que
o pretendido se afaste.
“Os assuntos polêmicos
devem ser evitados em
um primeiro momento. Reclamar da vida ou
mostrar seu lado negro
também não convém”,
assinala Savian.
Fixar-se em alguém
só vale a pena se há reciprocidade. E insistir na
conquista de um não interessado é pura perda de
tempo. “Nem todo mundo é conquistável.
AS AMIGAS Carina Vilela e Thayanna Sena se
divertem no Café de La Musique. Solteiras,
aproveitam a liberdade sem maiores preocupações ou
intenção da paquera virar namoro
VIVER Fevereiro 24 - 2012
71
LAZ E R
ROTEIRO DA PAQUERA
Observatório
Música ao vivo com ritmos que vão do
forró ao samba e sertanejo favorecem
a paquera. Para completar o clima, uma
vista maravilhosa
Rua Senador Milton Campos, 230, Vila
da Serra - Dia quente: terça-feira
Restaurante Kei
Especializado em comida japonesa, é a
balada do meio da semana para aquecer
Rua Bárbara Heliodora, 54, Lourdes
Dia quente: quarta-feira
Pizzaria Marília
Mesas na calçada, bate-papo, pizza e
espumante gelado são os elementos
que agregam os solteiros
Rua Marília de Dirceu, 189, Lourdes
Dia quente: sábado à tarde
Dinning Club Café de La Music
Começa num happy-hour com drinques,
passa-se ao jantar, as luzes são
diminuídas e a noite pode ser esticada
até altas horas por conta dos DJs.
Caprichar na produção é a dica.
Alguns estão imersos em seu
mundo interior, há os que são extremamente exigentes. Também os
que estão ocupados, outros, apaixonados. Mas ousadia é essencial na
paquera. “Se você não tem cara de
pau nem suporta a ideia de levar um
fora, nunca vai paquerar”, diz Savan. Paquera é questão de prática e
ação. Quase um esporte.
Em Lourdes, bairro de classe
alta de Belo Horizonte, está o que
os solteiros têm chamado, carinhosamente, de Circuito Desespero.
Começa na quarta-feira, no restaurante Key, que neste dia conta com
DJ para todo mundo trançar entre
as mesas e trocar olhares ao som
do lounge . Na quinta é dia de ver
e ser visto no dinning club Cafe de
la Musique, que também aposta no
Dj e bar caprichado com variedade
72
Rua Bárbara Heliodora, 123,
Lourdes
Dia quente:
quintas à noite
ANGELA
MARÇOLA: as
mudanças de
comportamento
na hora de
paquerar estão
visíveis e causam
estranhezas
O Dádiva
Finamente decorado,
carta de vinhos
caprichada, menu apurado.
O vaivém em frente às
mesas é intenso
Rua Curitiba, 2.202, Lourdes
Dia quente: sábado à tarde
Supermercado Verde Mar
Preste atenção ao carrinho
de compras. Se contém itens
como fraldas e alimentos em
maior quantidade, esqueça.
Família à vista. Mas compras
em pequenas quantidades,
vinhos e espumantes apontam
para pessoas provavelmente
solteiras. Pode paquerar
Avenida Nossa Senhora do
Carmo, 1.900, Sion
Dia quente: sexta e sábado
de drinques. Nos sábados à tarde o
point é no quarteirão da rua Curitiba; restaurante O Dádiva, botequim
Tizé e Maria de Lourdes. Camisa
polo e salto alto, toda hora.
“Não penso em paquerar para
achar alguém para namorar, saio
para me divertir”, confessa o empresário da construção civil Marcelo Capelini, 28 anos, se divertindo
no Café de La Musique. “Eu gosto
é de desafio e de trocar ideias. Mas
aqui em Minas as meninas viram a
cara se você puxa papo”, comenta ele, que está acompanhado de
Fernanda Maia. Paquera vai, paquera vem, o rapaz diz que se pergunta o que o faz ligar para a garota
no dia seguinte. “Gosto de mulher
que sabe conversar, bem arrumada, que tem charme.”
Thayanna Sena, 22 e Carina Vi-
lela, 25, estão no mesmo barco que
Capelini. Solteiras, gostam da noite para curtir. E acreditam que paquera em boate não leva a lugar
algum. “A balada é mais azaração.
Troca de olhares por conta do visual. O cara quer pegar, levar para a
cama e amanhã nem te conhece”,
fala Thayanna. “Todos pedem telefone, mas nunca ligam. Prefiro bar
porque dá para conversar e as coisas rolam melhor”, pontua Carina.
Elas dizem que as coisas acontecem, que não adianta ter expectativas. Então, tá.
Ainda mais em tempos atuais,
em que, segundo Savian, os homens andam muito assustados,
sem coragem para iniciativas. Por
isto, as mulheres podem, sim, fazer este papel, mas com delicadeza. Por outro lado, ele acha que
VIVER Fevereiro 24 - 2012
MARK PALADINO: não se preocupa em sair
para paquerar. Gosta de conhecer pessoas
diferentes e do inusitado
Parrilla del Mercado
Um dos pioneiros da cidade quando o assunto são carnes
de corte diferenciado. É neste lugar mesmo, depois que as
famílias almoçam e ficam aqueles que querem assistir ao
futebol, que rola paquera
Rua Ouro Fino, 452, lj 14, Cruzeiro
Dia quente: domingo à tarde, a partir das 16h
Clube Chalezinho
O que se comenta é que no domingo, dia de sertanejo,
ninguém vai a passeio. Traduzindo: nada deste papo de
estou aqui pra me divertir. O objetivo é pegação.
Vai que cola, não é?
Alameda da Serra, 18, Nova Lima
Dia quente: domingo a partir das ??
Juscelino Deck Bier
Para finalizar a semana e não deixar passar nada,
nada, a tarde é na orla da lagoa da Pampulha, ouvindo uma
musiquinha. Para as mulheres,
uma delicadeza da casa: espumante.
Avenida Otacílio Negrão de Lima, 2.733, Pampulha
Dia quente: domingo à tarde
#secreto
É o nome da balada que acontece no Primo-Prima. Mesa
posta, violinista e scotch bar, luz baixa e também DJ criam
muita gente opta por não se envolver porque descobriu outras maneiras de se relacionar. “Fomos
educados para cumprir papéis de
acordo com os gêneros e qualquer
mudança de comportamento requer tempo para ser assimilada.”
Ângela Marçolla, mais de 50, segundo ela, 3 casamentos, canta em
um grupo de samba e percebe bem
tal mudança de comportamento. “Na
minha idade e situação de mulher realizada profissionalmente, o objetivo
é encontrar alguém para curtir a vida,
viajar, ir ao cinema, dançar. Mas está
complicado encontrar uma pessoa
que tenha os mesmos objetivos. Está
difícil criar vínculos.”
E não faltam modalidades de
paquera. Uma delas, que não é novidade nos Estados Unidos, mas é
pouco praticada no Brasil, é o speed
74
Victor Schwaner
atmosfera interessante para reunir público que só
entra mediante nome na lista
Rua Gonçalves Dias, 926, Funcionários
Dia quente: quinta, a partir de meia-noite
Cinco Club
Para quem ainda não atingiu a casa dos 30 anos, é ótima
pedida. As festas especiais comandadas por DJs convidados
são escolhas certeiras
Rodovia MG–030, nº 8.625, Torre 2, Vale do Sereno, shopping
Serena Mall
Dia quente: sextas-feiras
Boate naSala
Espaço consagrado na cidade, frequentado por jovens na faixa de
30 e poucos anos, com bala na agulha pra desfrutar do que um
espaço exclusivo pode oferecer. Ver e ser visto é o lema
BR–356, Ponteio Lar Shopping, Santa Lúcia
Dia quente: sábado
dating. Encontros organizados para
que pessoas solteiras de diferentes
faixas etárias se encontrem. O tetê-à-tête dura cerca de quatro minutos
e daí já se chega à conclusão se ele
e ela vão se encontrar mais. Se não,
que o próximo, ou próxima, sente-se à mesa para o blablablá. Prático,
não é? No filme Hitch – Conselheiro amoroso é possível ver um pouco como funciona. Em seu último
livro, É tudo tão simples (Agir), Danuza Leão aponta lugares inusitados
para paquerar: os supermercados às
sextas e sábado à noite e programas
infantis, onde pais e mães separados
vão para levar as crianças.
“Gosto da emoção de sair sem
conhecer ninguém, sem a preocupação sobre se vou ficar, namorar
ou qualquer coisa”, afirma o consultor em gestão Mark Paladino, 38
anos. Ele já morou em 11 países e
tem espírito bastante independente, o que talvez contribua para o selo
de solteiro convicto. Então, também
admite: “Quem se propõe a relação
não estável tem que estar sempre
disposto a ouvir um não, ao não interesse de outra parte”.
Paquerar é ou não uma arte complexa? Eu mesma estou até sem saber
o que funciona. E qual a finalidade?
Não é pra ligar no dia seguinte nem
ter expectativas. Muito menos serve
pra virar namoro... eis a questão! Mas
para todos, um roteiro de lugares da
cidade (acima e na página anterior)
em que o esporte está em alta. Vá de
um em um e tente encontrar aquele
certo alguém que vai fazer a diferença. Na sua vida, na semana ou, conforme ditam os tempos, só no dia.
Mas, quem sabe, não é?
VIVER Fevereiro 24 - 2012
VO LU N TA R IAD O
Juntas
pela vida
Recanto Feliz, que abriga 26 idosas e luta
contra as dificuldades financeiras, é a quarta
entidade beneficada do Viver Solidário
ELIANA FONSECA
A
memória é formada por poucas
peças, já que as outras se perderam no tempo. Por mais que
uma cena, um gosto, um nome lhes
venham de relance, a maioria das velhinhas da Instituição Recanto Feliz
São Francisco de Assis, não consegue
garimpar o que foi grande parte de
sua vida. A alegre Enendina, 81 anos,
se enfeita com chapéu e colares e em
um rompante pede para escrever seu
nome. Sem erros. Enquanto Esperança, 68, anda de um lado para o outro
vitimada pelo Alzheimer; irmã Maria
ainda mantém o hábito que a acompanha por mais de 20 anos, desde que
fez seus votos com a Igreja Católica.
Fran, ex-moradora de rua, pensa estar
em tratamento e sempre guarda fruta
para não passar fome quando voltar
para a antiga casa.
Completamente lúcidas, nunca se
encontraram. Somente agora é que as
26 idosas estão juntas – pela dureza da
vida e falta de condições financeiras
e estruturais da família – no que consideram seu lar. A má notícia é que o
Recanto Feliz está com dificuldades
financeiras e terá que diminuir pelo
menos seis vagas. A exigência legal é
de mais profissionais especializados e
76
outros que cuidam da rotina das abrigadas. A realidade é aperto financeiro
constante, pouca ajuda governamental, escassez de voluntários.
A presidente do Recanto, Mariza Meira Silva Lima, olha aflita para a
casa e enumera uma série de projetos de reforma e mudanças, exigência legal ou por necessidade do local,
e desabafa: “É fundamental que a sociedade se sensibilize por instituições
como essas, que venha conhecê-la e
se envolva com a nossa luta. Por isso é
tão importante um projeto como o ViFotos: Victor Schwaner
ENENDINA aos
80 anos: escrever
nome sem erro
VIVER Fevereiro 24 - 2012
IDOSAS
em atividade no
Recanto Feliz
ver Solidário”.
Quarta instituição a receber doações do projeto Viver Solidário, iniciativa da Viver Brasil com o Super Nosso
– que libera 5 mil reais em produtos
– e a empresa Valspe, com a doação
de dois computadores e uma impressora, a Recanto Feliz tem 30 anos de
existência. Nasceu bem antes, no início dos anos 1970, graças a grupo de
amigas que desejava fazer para si uma
casa-asilo para reunirem-se quando estivessem mais velhas. Quando
conseguiram concretizar o projeto, já
olhavam para os idosos que estavam
desamparados e com familiares sem
condições de custeá-los. O Recanto
VIVER Fevereiro 24 - 2012
É fundamental que a
sociedade se
sensibilize com
instituições como
essa e se envolva
com a nossa luta”
Mariza Lima
Feliz passou a ser deles. Para custeá-los, conta a tesoureira Luciana Negrão
de Lima, as idealizadoras criaram um
trabalho voluntário que resultavam
em bazar no final do ano. É uma iniciativa que dura até hoje. “Durante todo
o ano, as voluntárias produzem peças
finas de cama, mesa e banho para, ao
final do ano, serem vendidas no bazar
com toda a renda revertida para a instituição”, diz.
Mas o número de voluntárias tem
escasseado, o que pode significar uma
arrecadação irrisória no bazar. Seria
catastrófico para as finanças da instituição, já que o arrecadado é um reforço e tanto no orçamento – no final
77
VO L U NTAR IAD O
Fotos: Pedro Vilela
do ano passado, a renda chegou a 120
mil reais. Mas é pouco para uma instituição que tem, por vezes, gasto mensal por idoso de quase 2 mil reais. Há
ajuda da prefeitura de Belo Horizonte,
contribuição da aposentadoria de alguns idosos e mais algumas doações.
Como as exigências legais fracionam o número de idosos para uma
série de regras, a Recanto Feliz foi
notificada que deveria ficar com 20
pessoas ou contratar mais médico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional,
psicólogo, além de cuidadores e outros funcionários. Com o orçamento
que têm, impossível. “Fico olhando
para nossas idosas e me perguntando
como fazer com essas pessoas que já
criaram tantos vínculos nessa casa e se
sentem tão a vontade aqui?”, questiona Mariza.
Uma transferência para outra casa
poderia fragilizar ainda mais a saúde
delas. Sentadas em uma mesa para o
café da tarde, são buscadas pela mão
aquelas que ainda não perceberam
que chegou o horário do lanche. Suprem na convivência de uma com a
outra, a carência do parente que demora a vir, da saudade que sentem e
muitas vezes não conseguem identificar o motivo ou a pessoa, da delicadeza de uma saúde inspiradora de
cuidados. Os passos são curtos, o olhar
fica perdido, mas a segurança com que andam pela
instituição faz ter certeza
de que ali é a sua casa. Para
saber mais sobre o Recanto
Feliz basta acessa http://ywcabh.blogspot.com ou ligar
3383-1280.
Entrega
Em janeiro último, a costureira Maria da Conceição
Reis, 59, mais conhecida
como Maria do Sopão, e o
Projeto Novo Céu receberam doações do Viver Solidário. Foram 5 mil reais em
78
GUSTAVO CESAR DE OLIVEIRA, Karina Militão, do Novo Céu, e Adriane Perez
produtos do Super Nosso e dois computadores e uma impressora doados
pela empresa Valspe. Maria do Sopão
ficou emocionada quando viu a despensa cheia, que se reverterá em sopa
duas vezes por semana para cerca de
mil pessoas do bairro Nossa Senhora
de Fátima, em Sabará, e em almoço
todos os dias para aquele que aparecer. “É uma felicidade essa doação,
estávamos precisando, pois a dispensa
estava vazia.”
No Novo Céu, as doações de produtos de higiene pessoal, alimentação,
computadores e impressoras serão
revertidos para as 77 crianças, adolescentes e adultos com paralisia cerebral
abrigados na casa. Para o diretor-presidente da instituição, Carlos Roberto
Mirachi, ações como a do Viver Solidário possibilitam não só dar continuidade ao trabalho do Novo Céu como
melhorar a qualidade de vida de cada
acolhido. “É uma iniciativa de grande
importância para o projeto”, diz.
A gerente de marketing do Super
Nosso, Adriane Richard Perez, afirma
que a empresa se sente muito feliz em
participar do Viver Solidário porque as
ações do projeto são similares aos que
a empresa cultiva. “O Viver Solidário
é um gesto do bem em que podemos
canalizar doações para entidades e
pessoas sérias. Podemos acompanhar
isso de perto, conhecer as
pessoas. Para nós, é muito mais do que uma doação, mas um aprendizado
de vida.”
Já o presidente da Valspe, Leonardo Speziali, afirma que seria impossível à
empresa não responder a
um chamado sério e que
está ajudando a modificar
a vida de muitas pessoas
carentes. “A Valspe é uma
empresa solidária e estará
sempre em ações que considera sérias como as do
Viver Solidário”.
MARIA DA CONCEIÇÃO REIS: emoção ao ver despensa cheia
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Lázaro Luiz Gonzaga
Crescimento compartilhado
Minas Gerais revela sua posição de destaque na economia nacional, com uma participação média de 9,0%, segundo dados da Fundação João Pinheiro, ocupando o terceiro
lugar no ranking. Entretanto, é preciso avançar ainda mais.
Para isso é necessário que o governo federal inclua o estado
em seus projetos significativos, pois há muito não temos
obras de vulto, o que
deixa Minas em desvantagem em relação às outras unidades da Federação.Atendendo a uma
iniciativa do dr. Olavo
Machado, presidente
da Fiemg, e liderada
pelo nosso governador,
Antonio Anastasia, o
Sistema Fecomércio
Minas, Sesc, Senac e
Sindicatos, deputados
e senadores, outras entidades representativas
empresariais e meios
acadêmicos uniram-se
para integrar movimento suprapartidário que
exige uma atuação mais
ativa do governo federal, para que este faça
investimentos significativos no nosso estado,
voltados para a geração
de emprego e renda.
A Agenda Minas, assim denominada, e marcada pela
convergência dos esforços, reivindica ações e projetos nas
áreas de infraestrutura, melhorias na malha viária federal,
e investimentos em educação, saúde, cultura e segurança,
dentre outros. A elevação destes investimentos não apenas
injeta recursos em nossa economia como contribui para
esse crescimento. Além dessas ações, destaca-se a renegociação da dívida do estado com a União, para que o governo
estadual tenha mais fôlego para investir e dar melhores
condições para o desenvolvimento de nossa economia.
Essas ações convergem para os mesmos objetivos do Sistema Fecomércio Minas, Sesc, Senac e Sindicatos, que são os
representantes das atividades comerciais de bens, serviços
e turismo que, por sua vez, respondem por 61% do PIB miVIVER Fevereiro 24 - 2012
neiro. Conhecemos e trabalhamos essas bases, fortemente
envolvidas no desempenho da economia, como geradores
de riqueza e postos de trabalho. Sabemos ainda como tais
ações estimulam todo um crescimento que, por sua vez,
gira em um ambiente de negócios, tornando-se círculo
virtuoso que retorna ao governo, permitindo que esse cumpra o seu papel. Neste
cenário, marcado pelas
conquistas econômicas
inclusivas e sociais, com
prognósticos favoráveis
e com projeções de
crescimento na órbita
de 3,5% para 2012, esperamos que esta sensibilização por parte do
governo fortaleça ainda
mais os laços de toda a
cadeia produtiva, protegendo e impulsionando
o estado.
Temos confiança
que conseguiremos
colocar em prática esta
agenda, aprendendo
com o passado, construindo o presente e
projetando um futuro
com planos firmes e focados nos resultados. É
importante considerar,
acima de tudo, a união
dos esforços de todas as esferas, sejam elas empresariais,
sociais e governamentais, para impulsionar a agenda propositiva que alavanque o desenvolvimento que todos nós
almejamos. O que o projeto traz nas entrelinhas é o bem-estar da nossa população, o trabalho digno e de qualidade.
O setor terciário, composto pelo comércio de bens,
serviços e turismo, que atua como intermediário na cadeia
produtiva, está preparado para aproveitar todas as nuances
que possam surgir diante de uma ampliação dos investimentos federais em Minas, o que evidencia a sua principal
característica: a pró-atividade.
Lázaro Luiz Gonzaga, presidente do Sistema Fecomércio Minas, Sesc,
Senac e Sebrae-MG
79
MÁRCIA QUEIRÓS
ALESSANDRA VALENTE
Pedro Vilela
Balé na
avenida
Diretor da companhia SeráQuê?, o bailarino Rui Moreira, 49 anos,
que integrou o Grupo Corpo e as trupes paulistanas Cisne Negro e Balé da
Cidade de São Paulo, emprestou seus
passos no Carnaval belo-horizontino.
Moreira atuou como mestre-sala e criou
a coreografia da comissão de frente da
Canto da Alvorada, escola de samba que
homenageou a cantora Clara Nunes. O
samba, aliás, é paixão antiga deste paulistano radicado em Belo Horizonte desde
os anos 1980. “Na infância, desfilava na
Camisa Verde e Branco, escola do bairro
de Barra Funda, em São Paulo. Nos anos
1990, saí dois anos na Portela”, conta. No
Carnaval que passou, como grande parte
dos belo-horizontinos, poderia buscar
outra badalada folia. “Belo Horizonte não
pode ficar fora de uma das maiores festas
do planeta. Considero uma ação cidadã
desfilar aqui”, declara.
80
Luxo só
Pedro Vilela
A Kiss&Fly, disputada casa noturna de Nova
Iorque, aporta em Belo Horizonte. A filial
será aberta em outubro, em Lourdes, pela
Jump, empresa do setor de entretenimento
de luxo, representada em Minas por Marcelo
Diogo. A casa de três andares, com café
e boate e capacidade para 350 pessoas,
está em obras. Fred Mafra assina o projeto
arquitetônico, com consultoria de Rudolf
Piper, antigo promotor do lendário Studio
54, da Big Apple.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Victor Schwaner
Sucessão
jovem
Aos 20 anos, Bianca Silva
Rabelo assumiu a direção
comercial da Civil, grife
mineira de jeans e roupas
femininas. O primo Pedro
Rabelo, 22, está à frente da
área industrial. Neste mês
embarcou a trabalho para a
China. Os dois preparam-se
para seguir os negócios da
família, iniciados pelo avô
Alexandre Rabelo, que
mantém grupo de empresas
do setor de confecção.
“Crescemos em meio a roupas.
Não é difícil, temos novas
ideias e somos antenados
com tecnologia”, garante.
Nova diretora
Curitibana radicada há 15 anos
em Belo Horizonte, Silvia Matos
assumiu a direção comercial da
Rede Globo Minas, no lugar de
Edson Sabino. Aos 43 anos, ela
já conta 27 de experiência no
mercado. “Comecei muito jovem,
aos 16, na revista Claudia”, lembra
a executiva, que atuou também
em rádio e no banco Bamerindus.
Silvia é formada em administração
de empresas, tem duas pósgraduações em marketing e
trabalha há 14 anos na Globo
Minas. Profissional dedicada,
quando não está no trabalho passa
horas ao lado do filho, Lucas, 20
anos, joga tênis e curte cinema.
“Nasci para a comunicação, gosto
de onde existe gente”, diz.
Tião Mourão
Fotos: Victor Schwaner
Imagens do bem
Filho do médico Márcio de Lima Castro, um dos fundadores da
Associação Mineira de Reabilitação (AMR), o fotógrafo André Castro
e a psicóloga Marta Alencar lançam na noite de 13 de março,
na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, o livro Inclusão – Olhares e
Possibilidades (editora A e M). A obra luxuosa reúne imagens de
crianças e adolescentes assistidos pela associação em sessões de
tratamento ou em locais como parques, museus, escolas e praças.
“Nossa ideia foi provocar um olhar positivo para essas crianças”,
diz André. “Não basta construir obras para acessibilidade, é preciso
mudar o sentimento”, emenda a psicóloga, há mais de 20 anos
lidando com pacientes na entidade. A renda obtida com a venda do
livro será revertida para AMR, mantida por doações da comunidade,
que presta atendimento gratuito a jovens com deficiência.
Ação
compensatória
Responsável por vários empreendimentos
residenciais no bairro Vila da Serra,
a construtora Patrimar é uma das
empresas que integram a Associação
dos Empreendedores do bairro, que irá
custear as obras da alça que ligará a
MG–30 à BR–356. O objetivo da obra é
desafogar o trânsito do município de Nova
Lima a Belo Horizonte, proporcionando
melhor qualidade de vida aos moradores
do Vila da Serra e dos condomínios
da região. Esta é a segunda vez que a
Patrimar participa de ações para melhoria
do espaço público urbano. “No bairro
Belvedere também custeamos, junto
à associação comunitária, o plantio de
árvores e melhorias nas calçadas. As
ações do setor público não dão conta de
acompanhar o ritmo da iniciativa privada”,
diz o diretor comercial da Patrimar, Lucas
Guerra Martins.
82
Patrocínio da Brahma
Uma das maiores festas do
peão boiadeiro do país, o Pedro
Leopoldo Rodeio Show, no
município de mesmo nome,
na Região Metropolitana de
BH, contará com patrocínio
da Brahma. A marca de
cerveja, da companhia Ambev,
patrocina os maiores eventos
do gênero, como a Festa do
Peão Boiadeiro de Barretos e a
Festa do Peão de Americana,
em São Paulo. O patrocínio
demonstra a grandeza da
festa, que no ano passado teve
público recorde de 110 mil
pessoas. O evento acontecerá
entre 6 e 10 de junho.
Divulgação
Reencontro
Letícia Sabatella estrela o vídeo
institucional do hospital Mater Dei, onde
deu à luz a filha Clara, há 19 anos. A atriz
retornou a Belo Horizonte para gravações
e fez questão de rever os profissionais
que a acompanharam no hospital, onde a filha, que nasceu
prematura, permaneceu internada por quatro meses em 1993. No
vídeo, ela relata sua experiência no Mater Dei. Na foto, Letícia abraça a
ginecologista Mariza Chagas Sales, que fez o parto de Clara.
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Casório
no campo
Miss Mundo Brasil 2009, a
modelo e estudante de Jornalismo
Luciana Bertolini escolheu o Ville
Real Hotel, no distrito de Santo
Antônio do Leite, em Ouro Preto,
para a troca de alianças com o
apresentador de TV paulistano
Maurício Marchini. “O hotel é
paradisíaco e foi em Ouro Preto
que ele (Marchini) me pediu em
namoro”, diz. A cerimônia será
no dia 3 de março, às 16 horas, à
beira da piscina com cascata, com
a presença de celebridades
do eixo Rio-São Paulo.
FAÇA PARTE DESSE MOVIMENTO
Faça como estas empresas e ajude a AMR a reabilitar
crianças com deficiência motora. Quando a AMR recebe
uma doação, centenas de crianças vão cada vez mais longe.
Doe pelo 0800.727.1347 ou www.amr.org.br.
Líder em
audiência
A Rádio Alvorada FM está em
destaque na última pesquisa
divulgada pelo Ibope Easy Media.
Entre as emissoras FMs da
Região Metropolitana de BH, a
Alvorada ocupa o primeiro lugar
em audiência no horário nobre,
das 6 às 19 horas, de segunda a
sexta-feira. A pesquisa constatou
ainda o grande alcance da rádio. De
acordo com o estudo, em 30 dias, a
emissora atinge 438.510 ouvintes,
de segunda a sexta, das 6 às 19
horas. E mais: a rádio é a preferida
da classe A e está em primeiro lugar
no segmento entre os ouvintes com
nível superior.
Bate-papo com
Victor Dzenk
POR MÁRCIA QUEIRÓS
Deu
moda no
samba
Um mineiro da gema brilha
nos bastidores e na passarela
do samba. Além de desfilar na
Beija-Flor, no Rio de Janeiro,
o estilista Victor Dzenk vestiu,
neste ano, as cantoras Preta
Gil, Alinne Rosa (vocalista
da Banda Cheiro de Amor),
Alcione e Vanessa da Mata
para as folias carioca e baiana.
Victor também assinou 100
camisetas dos convidados
do camarote da governadora
do Maranhão, Roseana
Sarney, cujo estado recebeu
homenagem da Mangueira. A
criação de croquis para a folia
começou em 2008, quando
o estilista criou o vestido
da atriz Grazi Massafera,
coroada rainha do baile do
Copacabana Palace. Tomou
gosto e não parou mais. Das
temporadas de moda, passou
a reinar também no samba.
A paixão pela fantasia, aliás,
surgiu na adolescência,
quando viajava escondido da
família para curtir o Carnaval
carioca. Confira a seguir.
84
Divulgação
Como surgiu essa paixão pelo
Carnaval?
Foi na minha juventude, desde
a primeira vez que passei um
Carnaval no Rio de Janeiro. Eu
fugia de casa e ia escondido
para frequentar o Carnaval da
cidade, que naquela época já
era sucesso. Amo Carnaval,
neste ano é a vez de desfilar
de novo em um carro da BeijaFlor, junto com Alcione.
E quando começou a produzir
artistas e foliões?
Não sei dizer ao certo quando
começou, mas acredito que a
primeira experiência relevante
tenha sido vestir a rainha
mais esperada do baile do
Copacabana Palace, Grazi
Massafera, em 2008.
Produzir foliões é tão prazeroso
como compor coleções de
moda?
A diferença básica é que o
tema é outro, e geralmente se
ousa mais em recortes, brilhos,
fendas. Mas posso dizer que
adoro fazer esse trabalho.
Só neste Carnaval estou
vestindo Vanessa da Mata
representando Clara Nunes
na Portela, Alcione na BeijaFlor e Preta Gil e Alinne Rosa
na Bahia. Para Preta Gil, criei
paetês dourados, muito brilho
e renda rebordada.
Qual o seu conceito de moda?
A minha moda é aquela feita
para a mulher se sentir
elegante e sexy.
Aliás, você sempre vestiu
mulheres de sucesso?
Sim, os vestidos da grife
sempre encantam celebridades
e clientes de todo Brasil.
Também assinei os figurinos
dos filmes O Bem Amado, Uma
Professora Muito Maluquinha,
Se Eu Fosse Você II, além do
Cilada, de Bruno Mazzeo. Para
o primeiro, foi desenvolvido
um vestido especial para a
atriz Andréa Beltrão, para
o segundo um vestido para
Paola de Oliveira, que fez o
papel principal. Para o filme
Se Eu Fosse Você II foram
usados alguns vestidos para o
casamento e, no último, vários
looks foram cedidos para a
produção do filme.
Além de roupa bonita, o que
é mais importante em uma
mulher para transmitir beleza e
harmonia?
Confiança e educação.
Acredita que as mulheres estão
exagerando no culto à forma?
Eu acho que a mulher que se
cuida deve ser bem vista. Faz
bem também para saúde, mas
o exagero é sempre prejudicial.
Você foi homenageado pela
escola Porto da Pedra, em 2010.
Qual é a sensação de desfilar no
sambódromo. É mesmo o maior
espetáculo da terra?
Sem dúvida, um dos maiores. É
uma sensação inacreditável de
entusiasmo, alegria, euforia!
São minutos divinos!
VIVER Fevereiro 24 - 2012
C O N E X ÃO E M P R E SAR IAL
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1
3
Pampulha nova
Prefeito Marcio Lacerda anuncia
investimentos de 200 milhões de reais
para revitalização do local até 2014
TEREZINHA MOREIRA
O
prefeito de Belo Horizonte
Marcio Lacerda (PSB) anunciou investimentos de cerca
de 200 milhões de reais na região
da Pampulha, para sua revitalização. A previsão é de que todas as
obras previstas sejam entregues à
população até 2014. “São várias as
intervenções. A Copasa, por exemplo, irá gastar 120 milhões de reais
na rede de esgoto. Serão retirados
700 mil m3 de lixo e lama da lagoa
da Pampulha, com investimentos de 70 milhões de reais. A lagoa
também passará por processo de
despoluição e desassoreamento”,
86
disse Lacerda a uma plateia de empresários, executivos e políticos
que participaram da primeira edição do Conexão Empresarial de
2012. O evento é promovido pela
VB Comunicação, patrocinado
pela Usiminas e com apoio da Embratel, MBR, Anglo American, Safe
Security, Rádio Itatiaia e JChebly. O
menu oferecido aos convidados ficou a cargo do Flamb’art.
Lacerda relembrou o início
de sua trajetória política, que começou com a até então impensável aliança entre PT e PSDB
em torno de sua candidatura.
4
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VIVER Fevereiro 24 - 2012
Fotos: Tião Mourão
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C O N E X ÃO E M P R E SAR IAL
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1. Marcio Lacerda
2. Beatriz Góes, Marcelo Abi
Saber e PCO
3. Tiago Lacerda, Lúcio Costa,
Carlos Alberto dos Santos e
Régis Souto
4. Paulo Vasconcelos, Bruno Falci
e Sandra Câmara
5. Marcelo Abi Saber, Carlos Orsini,
Mario Guedes e Berilo Torres
6. Marcelo Matte, Joel Motta,
Ricardo Costin e Helder
Mendonça
7. Pablo Gauzzi, Cristiana Rey e
88
Jackson Câmara
8. Helder Mendonça, Eduardo
Gribel e Alexandre Gribel
9. Vitor Penido e Durleno Rezende
10. Alexandre Gribel, PCO,
Paulo Cesar Alkimim de Oliveira e
Geraldo Tavares
11. Ana Lúcia Ventorim e Ricardo
Siqueira
12. Paulo Luiz Costa, Almir
Rocha e Modesto Araujo
13. Ramon Victor César, Matheus
Cotta Carvalho e GCO
14. Matheus Cotta Carvalho e
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José Martins de Godoy
15. Leonardo Bortoletto e Paulo
Cesar Alkimim de Oliveira
16. Walfrido dos Mares Guia,
Arlindo Porto, Eduardo Lery
Vieira e PCO
17. Ricardo Costin, Vitor Vieira
Gomes, Marco Antônio Lage e
José Eduardo Lanna Valle
18. Humberto Alves Pereira Filho,
Renato Neves e Paulo Assunção
19. Roberto Fagundes, Mário
Assad e Paulo Lamac
20. PCO, João Marcos da
33
Fonseca e Carlos José de Souza
21. GCO, Cacá Moreno,
Marcio Lacerda e PCO
22. Walfrido dos Mares Guia,
Ângela Alvarenga, Durleno
Rezende e Marcio Lacerda
23. Marcio Lacerda, Lúcio
Costa e Arlindo Porto
24. José Godoy, Tarcísio Caixeta
e Bruno Falci
25. Carlos Carneiro Costa, Décio
Freire e José Afonso Bicalho
26. Pedro Borrego, Willer Pos,
Marcio Lacerda e Marcos Milo
VIVER Fevereiro 24 - 2012
Fotos: Tião Mourão
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27. Alberto Salum, PCO e Sérgio Cavalieri
28. Marcelo Abreu, Luiz Eduardo Pires,
Frederico Pimenta e Belisário Almeida
29. Marcio Lacerda, Carlos Lindenberg
e Pablo Gauzzi
30. Rubens Lessa e Marcio Lacerda
31. Ângela Alvarenga, Eduardo Vieira,
Luiz Antônio Athayde Vasconcelos e Jânio
Valeriano
32. Terezinha Moreira, Luciana Avelino e
Homero Dolabella
33. Décio Freire, Marcio Lacerda e
Ricardo Costin
34. Marcelo Abreu, Belisário Almeida,
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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43
Marcio Lacerda, Luiz Eduardo Pires e
Frederico Pimenta
35. Arlindo Porto, Carlos Carneiro Costa,
José Afonso Bicalho e Marcelo Faulhaber
36. Marco Antônio Lage e Alberto Salum
37. Renato Neves, Francisco Bessa e
Dária Mineiro
38. Túlio Ferreira e Carlos Rubens Doné
39. Walfrido dos Mares Guia e Robson Rocha
40. Jânio Valeriano e GCO
41. Luciana Avelino e Janaína Oliveira
42. Marcos Calmon e Marco Antônio Lage
43. Sergio Leonardo, Modesto Araujo e
Pablito César
“Temos tido sucesso razoável nesta
empreitada”, afirmou o prefeito, para
quem o acordo está próximo de se repetir nas eleições deste ano. Para reafirmar o sucesso desta parceria, o
prefeito citou realizações de seu governo e disse que as obras são a face mais
visível de uma administração, mas ressaltou o avanço das políticas sociais.
O foco de seu trabalho frente à PBH,
segundo ele, foi a continuidade do
trabalho de seus antecessores. Como
homem vindo da iniciativa privada,
Lacerda afirma que se inspira nesta
forma de gestão em sua administração. Para isto, criou 12 áreas de resultados, definindo prioridades e metas.
Para cada área há um gerente responsável e são realizadas reuniões periódicas para acompanhamento das obras.
Lacerda informou que foram entregues 236 obras, 143 estão em execução, 101 em processo de licitação e há,
ainda, outros 161 projetos previstos.
Seu plano é a longo prazo, vai até 2015
com investimentos de 4 bilhões de reais. No entanto, o plano estratégico foi
traçado pela atual administração para
até 2030. “Minha obsessão é ter visão
de longo prazo para preparar a cidade
a um futuro melhor.”
89
O quê 6Formatura
Onde 6Espaço L’Instant
Vai ficar registrada como um dos grandes acontecimentos sociais
da cidade a festança oferecida por Ricardo Guimarães e Cláudia para
comemorar a formatura da filha Dani em administração pela Fumec.
Show à parte, a grandiosa ambientação de Denise Magalhães. Os
bufês foram de Cantídio Lanna e do Hidemi e a produção executiva
da Nouveau. Para delírio dos convidados da Dani, desfilaram pelo
palco Alexandre Peixe, Jota Quest e, por último, a banda Jamil, que
só parou de tocar às 7 horas da manhã. Fotos: Tião Mourão
6 Marília Dayrell, Dani e
Cláudia Dayrell Guimarães
6 Dani com os pais Ricardo Guimarães 6 Lúcio Costa, Simone
e Cláudia e o irmão Flavinho Guimarães Demolina e José Saad
6 Márcio Alaor Araújo e Silvana, Ricardo
Guimarães, Flavinho Guimarães e Ricardo Janin
6 Sandra Lanna, Rafael Lanna
e Ana Carolina Marques
6 Gabriel Barros, Nathalia Oliveira,
Adriana e Eloi Oliveira
6 Letícia Martinelli, Célia e o vice-governador
Alberto Pinto Coelho e Ricardo Guimarães
6 Alex Veiga e Heloísa com a filha Paty 6 Adriana e Fábio Belizário
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6 Paulo Rossi e Letícia Bhering
6 Andrea Neves, Isabel
Santos e Ana Campos
6 Silvana e Márcio Alaor Araújo e
Cláudia Dayrell Guimarães
VIVER Fevereiro 24 - 2012
6 Nélio Brant e Patrícia
6 Flávio Pentagna Guimarães,
Flávia e Ângela Pentagna Guimarães
6 Aquiles Leonardo Diniz e Patrícia, 6 Alan Assrany, Regina Pentagna Guimarães,
Júnia e José Eduardo Lanna Valle
Cantídio Lanna, Ângela e Flávia Pentagna Guimarães
O quê 6Aniversário
Onde 6Belvedere
A empresária Bianca Braz reuniu familiares e amigos para
comemorar o seu aniversário. A festa, com pista animada por DJ,
aconteceu no salão de festas do prédio onde Bianca reside. De
Muriaé, terra natal da família Braz, vieram o prefeito da cidade, José
Braz, e a mulher Lédia, avós da aniversariante, que recebia os
convidados ao lado do noivo, Jonhson Souza. Fotos: Uarlen Valério
6 Gustavo Cesar de Oliveira, Eloy Braz, Bianca Braz,
6 Jonhson Sousa e Bianca Braz José Braz Neto, Roger Mendes e Thiago Tambasco
6 Bianca Braz com as filhas Laila e Rayla
VIVER Fevereiro 24 - 2012
6 Natan Lessa, Tereza Frauches, Carlos Henrique
Frauches e Flávia Frauches e Cláudia Guimarães
6 Daniela Maia Tambasco, Maria do
Carmo Prates e Daniela Braz Tambasco
6 Mara Silva, Bianca Braz e Simony Esteves
6 Denise Rodrigues, Cássia Lacerda, Bianca Braz,
Fernanda e Roberta Clark e Ana Rosa Alvarenga
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O quê 6Inauguração
Onde 6Pampulha
O Grupo Lider inaugurou com concorrido coquetel uma nova unidade da
Mila, a mais tradicional concessionária Volkswagen de Belo Horizonte.
Ocupando área de 19 mil metros quadrados, a unidade foi construída
em tempo recorde dentro do sistema modular, novo conceito mundial da
Volkswagen que prioriza o meio ambiente. A Mila Pampulha é a primeira
concessionária dentro dos conceitos de sustentabilidade social e a única
em Minas com certificação OKS 8000. Fotos: J. Urias
6 Nathália Guimarães,
6 Wanuza Braz, Lédia Braz,
Antônio João Teixeira e Kátia Bianca Braz, Beth e Bráulio Braz
6 Lédia e o prefeito de Muriaé,
José Braz, e Maria Vitória Braz
6 Adair Vidal, Eloy Braz, Nestor de Oliveira,
Bráulio Braz e Dilzon Melo
6 Danilo Tambasco e Adélia,
Daniela e Eric Tambasco
6 Arlindo Porto, Bráulio Braz, Dilzon Melo, Alberto
Pinto Coelho e Nestor de Oliveira
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6 Nestor de Oliveira e
Humberto Alves Pereira Filho
6 Lúcio Costa, Camila e Luiz Eduardo Costa
6 Bráulio Braz, o prefeito Marcio Lacerda, o diretor
do Grupo Lider, Danilo Tambasco, e o diretor da
Concessionária Mila, Antônio João Teixeira
6 Marcio Lacerda, Nestor de Oliveira, o vicegovernador Alberto Pinto Coelho e Renzo Braz
VIVER Fevereiro 24 - 2012
O quê 6Aniversário
Onde 6Montes Claros
6 Patrícia Piana, Letícia Turano, Theodomiro
Paulino, Ivana Andrade e Lilian Fernandes Borges
O aniversário da jovem arquiteta Sterphanie Paulino Ramos
foi comemorado pela família e os amigos em uma reunião
elegante e entrosada. Sterphanie não escondia a alegria
com a presença dos muitos amigos que foram abraçá-la
e desejar sucesso na nova etapa de sua vida este ano, em
Brasília. Fotos: Virgínio Santos
6 Sterphanie com avó Dina Paulino, a
irmã Samantha e a mãe Cláudia
6 Theodomiro Paulino, 6 A aniversariante com Leandro
Samantha e Sterphanie e Letícia Turano Oliveira
O quê 6Em ritmo
caribenho
Onde 6PIC Cidade
6 Cristiana com os pais
Edna e Roberto Aguiar
6 Fred Assis e Silvana Greice Morais
Cristiana Aguiar comemorou o aniversário recebendo ao lado do marido
Cláudio Guimarães convidados para uma animadíssima festa, temperada
com ritmos caribenhos. Para criar o clima, a boate foi transformada em
uma ilha do Caribe, um trio de marriachis recebia os convidados e dançarinos apresentavam coreografias latinas. Depois do show da banda Union
Latina, Cristiana e Cláudio abriram a pista de dança e a festa seguiu embalada por muita salsa, merengue e calipso. Fotos: Tião Mourão
6 Tânia Ferreira Penna, Patrícia
Biagioni e Ângela Orsini
6 Cláudio Guimarães e Cristiana Aguiar
6 Lílian Furman, Fernanda
6 Carlos Mesquita, Fernanda
Carneiro Costa e Patrícia Duque e Nelson Carneiro Costa
VIVER Fevereiro 24 - 2012
6 Silvério Santos, Vivian
Isaac, Ione e Jairo Isaac
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O quê 6Festa
Onde 6Nova Lima
A recém-lançada revista Viver Fashion, o mais novo produto
da VB Comunicação, marcou presença na Glamour, festa
mensal da boate Cinco Club. No evento, realizado no sábado
anterior ao Carnaval, a publicação especializada no segmento
de moda reuniu ao som da música eletrônica convidados,
profissionais e empresários da área. A nova revista terá
periodicidade quadrimestral. Fotos: Uarlen Valério
6 Joana Araújo e Tomaz Filizola
6 Camila Mielsen e Thaís Costa
6 Milena Horta e
Rodrigo Bernard
6 Sílvia Campos e Larissa de Andrade
6 GCO e Camila Vieira 6 Juliana Abrahão
O quê 6Cidadania
honorária
Onde 6Câmara
A Câmara Municipal homenageou com o título de cidadão honorário de
BH o coronel Luis Carlos Dias Martins, chefe do Gabinete Militar e
coordenador estadual de Defesa Civil de Minas. A iniciativa foi do
vereador Pablo Cesar Pablito. O governador Antonio Anastasia fez questão
de prestigiar o coronel Martins, seu ex-assessor militar na Secretaria de
Defesa Social e na vice-governadoria. Autoridades, políticos e empresários
marcaram presença na solenidade. Fotos: Uarlen Valério
6 Antonio Anastasia, vereador Alexandre Gomes,
coronel Luis Carlos Dias Martins e vereador Pablito
6 Clotilde e Paulo Paiva
6 Pedro Seixas, José Aníbal
Fonseca e Jack Corrêa
6 Salma Lima e Siomara Gomes
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6 Marco Faria e Lucas Vereza
6 Agnaldo Mascarenhas, Giovani
Aguiar, Elzira Simões e Carlos André
6 Coronel Luis Carlos Dias Martins e Cássia
com os filhos Vinicius Henrique e Luis Felipe
VIVER Fevereiro 24 - 2012
O quê 6Aniversário
Onde 6Buenos Aires
A fundadora do Conservatório de Música Lorenzo Fernandez, de Montes
Claros (MG), Marina Lorenzo Fernandez Silva, há anos residindo no Rio
de Janeiro, aproveitou cruzeiro que fez para a Argentina em companhia
dos filhos, genros e noras, sobrinhos e um grupo de amigos para celebrar
o seu aniversário. Depois dos brindes no navio, a data foi comemorada
com jantar no famoso restaurante Cabaña Las Lilas, em Puerto Madero,
um dos cartões-portais de Buenos Aires. Fotos: Fernanda Corrêa
6 Marina entre os genros e noras João Batista Silvério,
Angela Fernandez Silva, Raimundo Martins e Dilenia Martins
6 Ricardo Fernandez Silva, Ana Fernandez
Silva e Silvério e Irene Maria Martins
6 Marina e Renata Faria Dias Corrêa
6 A aniversariante Marina
Lorenzo Fernandez Silva
6 Diva Dias Corrêa e Marina
6 A aniversariante Marina Helena Lorenzo Fernandez Silva entre seus
filhos Ricardo, Irene Maria Martins, Antonieta Silva e Silvério e Eduardo
6 PCO, Marina e Paulo Alkimim
VIVER Fevereiro 24 - 2012
6 Marina entre Fernanda Corrêa
6 Marina e Luiza Lanna e Paulo Cesar Alkimim de Oliveira
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O quê 6Troféu Guará
Onde 6Buffet
Catharina
6 Úrsula Nogueira, Carlos
Rubens Doné e Valmy Matioli
6 Sérgio Bruno Zech Coelho e o prefeito
de Belo Horizonte, Marcio Lacerda
Os melhores jogadores da temporada de 2011 receberam o Troféu
Guará, o mais importante prêmio do futebol mineiro. Além da Seleção
Guará eleita por jornalistas esportivos, foram também agraciados
dirigente, craque, técnico, preparador físico do ano, jogador revelação,
além do Guará Especial. Criado pela Rádio Itatiaia, o Troféu Guará, em
sua 49ª edição, teve parceria do Banco BMG. Autoridades e personalidades mineiras marcaram presença na festa. Fotos: Tião Mourão
6 Neylor Lasmar, Cláudio
Carneiro e Rodrigo Lasmar
6 Estella Eleinreth e Cláudio Carneiro
6 Coronel Cláudia Araújo, Emanuel
Carneiro e Ilma Araújo
6 Euler Marques Andrade, PCO, Gustavo
Cesar de Oliveira e Carlos Rubens Doné
6 Robson Rocha e o governador
Antonio Anastasia
6 Álvaro Damião e Milton Naves
6 Antônio Claret recebe o
troféu de Priscila
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6 O presidente da Rádio Itatiaia, Emanuel
Carneiro, e Gilvan de Pinho Tavares
6 Antonio Anastasia
e Walter Montillo,
representando o Cruzeiro
(campeão mineiro júnior)
6 Aldo Carneiro, diretor
do Tupi (campeão
brasileiro série D), e
Manoela Duarte Lírio
6 Dailson Leitieri (time campeão
da 2ª divisão – Araxá) recebe
troféu de Renata Figueiredo
6 O presidente da
Assembleia Legislativa,
Dinis Pinheiro, e José
Maria Fialho, vicepresidente do Cruzeiro
VIVER Fevereiro 24 - 2012
O quê 6Comemoração
Onde 6Juiz de Fora
Décio Freire & Associados comemorou em concorrido evento os 10
anos de funcionamento de sua unidade de Juiz de Fora, uma das 16 filiais próprias do tradicional escritório de advocacia. Foram inauguradas
as novas instalações do escritório, ampliado para atender à crescente
demanda da região. O jornalista César Romero foi o homenageado da
noite, em reconhecimento a sua grande contribuição ao desenvolvimento da Zona da Mata mineira. Fotos: Andréa Ottoni
6 Vânia de Landa e o filho
Homero Gonçalves Neto
6 Décio Freire com
Creuza Cavalcanti França
e Ricardo Cavalcanti
6 Décio Freire, César
Romero e Jovino Campos
6 Ronaldo e Cristina Scapim Brandão
6 Vânia de Landa, César Romero
e sua mãe Maria Giovanini Corrêa
6 Lincoln Fagundes Neto e Aline
Junqueira com Fernandão Assad
VIVER Fevereiro 24  2012
6 Arnaldo Guerra, José Maria
6 César Romero, Eduardo Benjamim dos
Veiga e Ronaldo Granato Matta
Santos, Décio Freire e Jovino Campos
6 Marcelo Badaró, César Romero,
Nathália Jucá, Vanessa Ilmer e Décio Freire
6 Paulo César Magela, José Maria Veiga, Jovino
Campos e Fernandão Assad
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Carlos Lindenberg
Indecisão de Serra facilita
candidatura do PMDB em São Paulo
O ex-governador José Serra está sob pressão do
PSDB para voltar atrás e aceitar a condição de candidato à prefeitura de São Paulo. Não é pouca pressão,
não. Vem de todos os lados, a começar do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente,
conhecedor do humor do ex-governador, não vai
direto ao assunto, volteia, mas defende a tese de que
Serra é a melhor opção para o partido, não só para o
caso paulista, mas também para o nacional. É óbvio
que José Serra não quer aceitar – o ex-governador é
conhecido por ser um cabeça-dura, a despeito de suas
qualidades intelectuais e larga experiência política.
Mas também é conhecido pela sua indecisão. Como
cabeça-dura, Serra quer ser candidato mais uma vez
à Presidência da República. Mas tem se mostrado indeciso nos últimos dias quando é confrontado com a
hipótese de o PT ganhar a eleição em São Paulo por
sua causa.
Como cabeça-dura, Serra
quer ser candidato mais
uma vez à Presidência da
República. Mas tem se
mostrado indeciso nos
últimos dias...
Com efeito, ao não aceitar a candidatura que lhe é
oferecida, Serra empurra seu aliado Gilberto Kassab,
presidente do PSD e prefeito de São Paulo, para os
braços do PT. De fato, tem se intensificado nas últimas
semanas os contatos de Kassab com o futuro candidato do PT à prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad.
O acordo entre eles, pelo qual o PSD oferece o vice, só
não foi fechado porque Kassab encontrou alguma resistência no PT e com isso o PSDB ganhou tempo para
pressionar Serra, a única alternativa tucana capaz de
fazer frente a Fernando Haddad.
Diante disso e com receio de ser responsabilizado
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por uma derrota de seu partido no maior reduto tucano do país, Serra começou a dar sinais de que poderia
recuar e aceitar a candidatura. Mas, como é indeciso,
diz que não aceita, para depois emitir sinais de que
poderia aceitar, sob condições. Foi assim também em
2006 quando o PSDB teve que optar por Geraldo Alckmin porque Serra dizia de manhã que não seria candidato e à noite voltava atrás e sinalizava que poderia
vir a sê-lo. Essa agonia – Aécio, Fernando Henrique e
Tassos Jereissati que o digam – durou mais de uma semana, até que a troika tucana resolveu optar por Alckmin para enfrentar Lula, sendo derrotado. Na disputa
contra Dilma, em 2010, Serra segurou Aécio até o fim,
para no final também perder a eleição.
A candidatura de Serra agora, à prefeitura de São
Paulo tem dois ganhos para o PSDB. Em primeiro lugar, oferece alternativa de vitória para o partido em
sua principal base eleitoral. Com efeito, Serra é o único
nome capaz de oferecer alguma resistência a Fernando Haddad, numa campanha que terá Lula como seu
principal fiador – pelo menos é o que indicam as pesquisas, a despeito da entrada em cena do candidato
do PMDB, Gabriel Chalita. Em segundo, ao disputar a
prefeitura, perdendo ou ganhando, Serra abre a possibilidade de Aécio ser o candidato do PSDB à sucessão
de Dilma, notadamente se conseguir eleger-se, já que
não se imagina Serra renunciando pela segunda vez a
prefeitura de São Paulo. E com isso, o partido poderia
ser pacificado, o que não acontecerá se Serra continuar
insistindo em ser candidato em 2014 e se mantiver a
disposição de não disputar a prefeitura de São Paulo. Não foi por outra razão que ainda recentemente
o ex-presidente Fernando Henrique manifestou sua
opinião de que Aécio é o candidato óbvio do PSDB à
Presidência da República. Pode ser. Se for, Aécio poderá, no entanto, contar com a vingança de Serra na
campanha de 2014. O tucano paulista é daqueles que
guardam ódio na geladeira, na definição de Tancredo,
avô de Aécio.
Carlos Lindenberg, jornalista
VIVER Fevereiro 24 - 2012
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