Anais do
I SEMINÁRIO FLORESTAL DO SUDOESTE DA BAHIA Recursos Florestais para o Semi-árido
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FICHA CATALOGRÁFICA
S474a Seminário Florestal do Sudoeste da Bahia (1. : 2009 : Vitória da
Conquista, BA)
Anais do I Seminário Florestal do Sudoeste da Bahia / Valdemiro
Conceição Júnior (org.). – Vitória da Conquista: Edições UESB, 2010.
1 CD ROM: il.; color.
Vários colaboradores.
Tema: Recursos florestais para o semi-árido.
ISSN: 2236 - 2746
1. Silvicultura – Semi-árido nordestino – Congressos.
2. Recursos florestais – Sudoeste da Bahia - Congressos.
3. Produção florestal – Desenvolvimento econômico – Sudoeste
da Bahia – Congressos. I. Conceição Júnior, Valdemiro. II.
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. III.T.
CDD: 634.95098142
Elinei Carvalho Santana – CRB-5/1026
Bibliotecária – UESB - Campus de Vitória da Conquista-BA
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Cordenador:
Valdemiro Conceição Júnior
Professores colaboradores:
Alessandro de Paula
Daise Cardoso de Souza Bernadino
Gilmar Correia Silva
Rita de Cássia Antunes Lima de Paula
Discentes colaboradores:
Adilson Almeida dos Santos
Alcides Pereira Santos Neto
Andressa Mota Rios Barreto
Cássio Maggi Sailvia Maciel
Deborah Santos Moreira
Gileno Brito de Azevedo
Giovanni Correia Vieira
Helane França Silva
Higaro Gobira
Iury Costa Oliveira
José Alvim Pinto Júnior
Lais Caetano de Oliveira
Lais Ribeiro Lima Lacerda
Lorena de Cassia Souza Caires da Silva
Mabel Oliveira Santos
Mariana de Carvalho Aguiar Ribas
Mauricio santos souza
Regileide Santana Franco Candido
Roger Luiz da Silva Almeida Filho
Valdereis Correia Souza
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APRESENTAÇÃO
A crescente exigência dos mercados por novos padrões de qualidade para os bens
produzidos, a preocupação com a conservação dos recursos naturais e com a autosustentabilidade da produção agrícola, colocam o conhecimento do meio ambiente, a
geração e a transferência de conhecimentos, como fatores estratégicos para um
desempenho competitivo das atividades envolvendo os recursos florestais. Assim, a
importância técnico-científica do Seminário focado nos aspectos silviculturais da região do
semi-árido têm como base a difusão e sistematização do conhecimento dos elementos que
constituem esse ecossistema, bem como, suas espécies, solo, sistemas de manejo e
conservação, além da adequação de sistemas de produção e exploração dos recursos como
potencial econômico.
O presente evento teve como proposta a realização palestras, mesas-redondas e minicursos, além da apresentação de trabalhos em painéis e oral na área de abrangência da
silvicultura voltada para condições do semi-árido. O evento proporcionará a troca de
experiências e a integração de diferentes Instituições de ensino, além da comunidade do
entorno, através da exposição, discussão e atualização da situação de manejo, produção e
conservação dos recursos advindos da região semi-árida, tão escassamente discutida
considerando sua importante relevância para realidade de diversas Para comunidades, nos
seus aspectos sociais, ambientais ou econômicos.
O evento foi realizado com foco no fortalecimento e desenvolvimento da Região
Sudoeste da Bahia, a partir do incremento da produção florestal. Espera-se que ao final
deste os participantes estejam preparados para elaborar e executar projetos florestais, tão
necessários para a consolidação da Cadeia produtiva da madeira.
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OBJETIVOS
Objetivo Geral
Discutir temas atuais e perspectivas para o setor florestal da região do semi-árido
nordestino, considerando aspectos sociais, ambientais e técnicos. As inovações trazidas
pelos técnicos e pesquisadores do setor florestal e sua disseminação para estudantes e
produtores certamente assegurarão ganhos contínuos de competitividade da silvicultura e
perspectivas na adequação de manejo e conservação de seus recursos.
Objetivos específicos
- Promover o intercâmbio técnico-científico entre estudantes, profissionais e
instituições que atuam na área florestal;
- Debater questões essenciais ligadas ao desenvolvimento do setor florestal,
especialmente a silvicultura do semi-árido; - Divulgar resultados de pesquisa e inovações
tecnológicas;
- Discutir perspectivas para o manejo e conservação dos recursos do semi-árido;
- Realizar um evento regional capaz de inserir a discussão sobre a produção florestal
nos processos de desenvolvimento da Região Sudoeste da Bahia
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SUMÁRIO
ATENÇÃO: Todo conteúdo e formatação dos
resumos é de responsabilidade de seus autores.
A educação ambiental na zona rural do município de Vitória da Conquista – Bahia
Daniel Amorim Vieira Aleixo, Renan Rodrigues Souza, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito, Valdemiro Conceição Júnior......................................................................................................................Página 11
Antagonismo in vitro de Trichoderma spp. á Pestalotiopsis sp., agente causal de
mancha foliar em Macadamia integrifólia.
Gileno Brito de Azevedo, Poliana Coqueiro Dias, Quelmo Silva de Novaes..................... Página 14
Ataque de Lampetis nigerrima (Kerremans) (Coleoptera: Buprestidae) e poda de
correção na produção de eucalipto
Janaína De Nadai; Norivaldo dos Anjos........................................................................................................ Página 19
Atributos físicos do solo da reserva florestal do Poço Escuro/BA
Risely Ferraz de Almeida, Diego Queiroz de Sousa, Carlos Henrique Farias Amorim,
Luciana Gomes Castro.................................................................................................................................................. Página 24
Atuação do Recicluesb frente às problemáticas ambientais da região Sudoeste da
Bahia
Mary Anne Assis Lopes de Oliveira, Alcides Pereira Santos Neto, Siléia Oliveira
Guimarães............................................................................................................................................................................... Página 30
Avaliação da germinação de sementes de Adenanthera pavonina l. em diferentes
tratamentos para a quebra de dormência
João Paulo Silva, Juliano Lima Correia, Alex Pimentel Cesar, Rita de Cassia Antunes de
Paula........................................................................................................................................................................................... Página 34
Avaliação da sanidade de sementes de pata-de-vaca (Bauhinia forficata Link.)
Glauce Taís de Oliveira Sousa, Gileno Brito de Azevedo, Jamille da Silva Amorim,
Quelmo Silva de Novaes.............................................................................................................................................. Página 38
Biometria e germinabilidade de sementes de Caesalpinia ferrea Mart. Ex Tul
(Caesalpiniaceae)
Arlete da Silva Bandeira, Kátia Dias Carvalho, Simone Vieira, Débora Leonardo dos
Santos.......................................................................................................................................................................................... Página 42
Características químicas do solo da reserva florestal Poço Escuro/BA
Risely Ferraz de Almeida, Vinícius Santos Sousa, Carlos Henrique Farias Amorim,
Luciana Gomes Castro.................................................................................................................................................. Página 47
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Características químicas dos solos do município de Barra da Estiva – Bahia
Dilson Sousa Rocha Júnior; Helane França Silva; Daíse Cardoso de Souza Bernardino;
Carlos Henriques Farias Amorim......................................................................................................................... Página 51
Caracterização biométrica das sementes de Spondias tuberosa arruda (umbu)
Kátia Dias Carvalho, Arlete da Silva Bandeira, Rita de Cássia Silva Carneiro, Débora
Leonardo dos Santos....................................................................................................................................................... Página 56
Caracterização do comércio madeireiro na cidade de Seabra – BA
Poliana Coqueiro Dias, Alcides Pereira Santos Neto, Mariana de Carvalho Aguiar Ribas,
Giovanni Correia Vieira ............................................................................................................................................. Página 60
Caracterização do consumo de lenha no Polo Cerâmico de Ibiassucê-BA
Gileno Brito de Azevedo, Glauce Taís de Oliveira Sousa, Gilmar Correia
Silva.............................................................................................................................................................................................. Página 63
Caracterização macroscópica da madeira de Neoxythece elegans (A.DC.) Aubret
Pedro Henrique Alcântara, Diego Oliveira Rocha, Lucas Moreno Sousa Nolasco, Gilmar
Correia Silva.......................................................................................................................................................................... Página 66
Comercialização de produtos madeireiros no município de Barra do Choça – BA
Mariana de Carvalho Aguiar Ribas, Alcides Pereira Santos Neto, Giovanni Correia
Vieira, Gilmar Correia Silva..................................................................................................................................... Página 69
Consumo familiar em diferentes classes sociais do município de Vitória da Conquista
– Bahia
Mary Anne Assis Lopes de Oliveira, Andrêssa Mota Rios Barreto, Anne Mota Vinhas, Laís
Caetano de Oliveira......................................................................................................................................................... Página 73
Desenvolvimento sustentável, senso crítico e habilidade de pensamento: a filosofia
ambiental
Déborah Santos Moreira, Alcides Pereira Santos Neto, Siléia Oliveira
Guimarães............................................................................................................................................................................... Página 76
Estoque de serrapilheira como bioindicador em Mata de Cipó e plantio de eucaliptos
Alcides Pereira Santos Neto, Heloísa Cintra Pinto, Ana Carolina Dantas Moreira,
Marayana Prado Pinheiro.......................................................................................................................................... Página 79
Estudo de serrapilheira em dois fragmentos de caatinga com diferentes graus de
degradação no município de Seabra, BA
Lais Ribeiro Lima Lacerda, Élen Vilaronga De Jesus, Alcides Pereira Santos Neto,
Aguiberto Ranulfo Amaral.......................................................................................................................................... Página 82
Frações oxidáveis do carbono orgânico de um planossolo sobre dois manejos
florestais
Giovanni Correia Vieira, Alcides Pereira Neto, Marcos Gervasio Pereira², Arcângelo
Loss............................................................................................................................................................................................... Página 85
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Geração de resíduos e obtenção da matéria-prima no setor madeireira: o caso do
município de Seabra, BA
Poliana Coqueiro Dias, Alcides Pereira Santos Neto, Mariana de Carvalho Aguiar Ribas,
Giovanni Correia Vieira.............................................................................................................................................. Página 89
Gestão ambiental e universidade: o caso dos cursos promovidos pelo projeto
Recicluesb, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Andrêssa Mota Rios Barreto, Alcides Pereira Santos Neto, Anne Mota Vinhas, Laís
Caetano de Oliveira......................................................................................................................................................... Página 92
Identificação e quantificação das espécies arbóreas do campus da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia- Vitória da Conquista Bahia
Warlei Souza Campos, Flavia Maria Silva Brito, Theotônio Ângelo de Oliveira, Nayane
Ameral Santos....................................................................................................................................................................... Página 95
Impactos da utilização da madeira nativa na industrialização de produtos florestais
Mabel de Oliveira Santos, Regileide Santana Franco Cândido, Raoni Sousa
Botelho,Gilmar Correia Silva............................................................................... ................................................ Página 99
Impactos gerados pela atividade ceramista e consumo de lenha nos municípios de
Piatã e Abaíra
Edmar de Souza Araújo, Juliana Gomes Messias, Elton Rodrigo Pereira Veiga, Gilmar
Correia Silva....................................................................................................................................................................... Página 103
Levantamento da arborização urbana do bairro Santa Rita, município de Poções,
Bahia
Catia Dias do Carmo, Danusia Valeria Porto da Cunha, João Paulo
Silva........................................................................................................................................................................................... Página 107
Manejo e conservação dos recursos naturais em comunidades quilombolas na microregião de Vitória da Conquista
Adilson Almeida dos Santos, Laís Ribeiro Lima Lacerda, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito, Valdemiro Conceição Júnior.................................................................................................................. Página 111
Matéria-prima e resíduos na industrialização de produtos madeireiros no município
de Barra do Choça – BA
Giovanni Correia Vieira, Mariana de Carvalho Aguiar Ribas, Alcides Pereira Neto,
Gilmar Correia Silva................................................................................................................................................... Página 114
Matéria-prima florestal em olarias nos municípios de Piatã e Abaíra na Chapada
Diamantina – Bahia
Edmar de Souza Araújo, Magno Pacheco Fraga, Diego Oliveira Rocha, Gilmar Correia
Silva........................................................................................................................................................................................... Página 117
Matéria-prima, setor florestal e resíduo na indústria madeireira do município de
Planalto – BA
Mariana de Carvalho Aguiar Ribas, Giovanni Correia Vieira, Alcides Pereira Neto,
Gilmar Correia Silva................................................................................................................................................... Página 121
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Morfologia de Lampetis nigerrima (Kerremans, 1897) (Coleoptera: Buprestidae)
Janaína De Nadai; Norivaldo dos Anjos........................................................................................................ Página 126
O uso dos recursos naturais na zona rural do território de Vitória da Conquista –
Bahia
Jusciária Aragão Vieira, Samilla Joana Santos de Deus, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito, Valdemiro Conceição Júnior................................................................................................................... Página 131
Ocorrência de antracnose em mudas de teca (Tectona grandis) no estado de Mato
Grosso
Marina Nunes Rondon, Solange Maria Bonaldo..................................................................................... Página 135
Ocorrência de Nasutitermes sp. (Isoptera – Termitidae) em Pterogyne nitens tull.,
(Leguminosae – Caesalpinioideae) em Vitória da Conquista – BA
Poliana Coqueiro Dias, Rita de Cássia Antunes Lima de Paula................................................. Página 139
Os estudantes de engenharia florestal da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
e o consumo consciente - a importância da educação ambiental para a formação do
consumidor
Siléia Oliveira Guimarães, Helane França Silva, Alcides Pereira Santos Neto, Daíse
Cardoso de Souza Bernardino............................................................................................................................... Página 143
Percepção ambiental na área do entorno do parque urbano Lagoa das Bateias,
Vitória da Conquista/BA
Lícia Priscila Azevedo; Mariana Lemos Santana; Mariana de Carvalho Aguiar
Ribas.......................................................................................................................................................................................... Página 147
Praga da seringueira, Tapuruia felisbertoi Lane (Coleoptera: Cerambycidae) em
plantios comerciais no município de Sinop-MT
Ronaldo Augusto Dreher Ferrare, Janaína De Nadai, Jacqueline Jesus N. da Silva, Bianca
J. Fruet Dacroce ............................................................................................................................................................. Página 151
Presença de cupim de montículo e custos de remoção do cupinzeiro em plantios de
teca
Ronaldo Augusto Dreher Ferrari, Janaína De Nadai, Evandro Mauro Tibola, Fábio
Ferreira de Azevedo...................................................................................................................................................... Página 155
Qualidade sanitária de sementes de madeira nova (Pterogyne nitens Tull.)
Jamille da Silva Amorim, Gileno Brito de Azevedo, Glauce Taís de Oliveira Sousa,
Quelmo Silva de Novaes............................................................................................................................................ Página 160
Quantificação de lipídios, proteínas e carboidratos em sementes de angico vermelho
(Anadenanthera peregrina)
Helane França Silva; Warlei Souza Campos; Daíse Cardoso de Souza Bernardino;
Eduardo Euclydes de Lima e Borges........................................................................................................... Página 164
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Superação da dormência tegumentar de sementes de surucucu por meio de imersão
em acido sulfúrico
Isaac Santos da Luz, Sylvana Naomi Matsumoto; Lucialdo Oliveira D’arede, Jerffson
Lucas Santos....................................................................................................................................................................... Página 168
OBS: Os resumos estão apresentados de acordo o título em
ordem alfabética. O conteúdo e a formatação de cada
resumo é de responsabilidade de seus autores.
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A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE
VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA
Daniel Amorim Vieira Aleixo1, Renan Rodrigues Souza1, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito2, Valdemiro Conceição Júnior3
Discente do curso de Engenharia Agronômica da UESB, Vitória da Conquista1;
Engenheira Agrônoma, UESB, Vitória da Conquista2; Docente do Departamento de
Fitotecnia e Zootecnia da UESB, Vitória da Conquista3
E-mails: [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
RESUMO
Este trabalho discute os níveis de educação ambiental de produtores em comunidades
rurais do município de Vitória da Conquista Bahia, desenvolvendo um estudo baseado na
metodologia descrita, bem como através de comparações do grau de educação ambiental
existente nas regiões da Caatinga, Mata e Mata de Cipó. Desta forma, foi possível a
obtenção de informações em relação ao modo de exploração da agricultura local, com o
que nota-se que na maioria dos casos essas práticas não condizem com os princípios
propostos pela educação ambiental, visto que ainda são realizada queimadas, derrubada de
mata nativa e na maioria das propriedades não tem presença da reserva legal.
Palavras-chave: Agricultura, Educação ambiental, Práticas agrícolas
INTRODUÇÃO
A partir do final da década de 1980 e início da de 1990 surgiram grandes
preocupações e ações no sentido de fortalecer a educação ambiental. A partir disso, houve
uma conscientização de que os recursos do planeta Terra são finitos e limitados, a
constatação de que os sistemas naturais são frágeis e interdependentes e a gravidade dos
problemas ambientais (ANDRADE, 2003),
Extremamente integrada ao contexto atual, a Educação Ambiental, em sua
definição mais modesta, visa o desenvolvimento de novas formas de relação dos homens
entre si e com a natureza, a preservação dos recursos naturais e a redução das
desigualdades sociais em prol de uma sociedade mais justa e sustentável (SOARES, 2007).
Dessa forma, o método mais eficaz de conscientizar as pessoas da importância de preservar
o meio em que vivem é através da educação ambiental, utilizando formas de educar e de
agir coletivamente em prol de um objetivo, buscando soluções para os problemas da
sociedade.
O município de Vitória da Conquista possui sua população rural distribuída em
284 povoados, e está localizado em uma região de transição entre a Mata Atlântica e a
Caatinga, com altitude variando de 857 a 950 (PMVC, 2008) metros acima do nível do mar
e pluviosidade variando de 500 a 1000 mm/ano, aproximadamente. Esta grande
diversidade ambiental gera realidades diferentes de disponibilidade dos recursos naturais e,
conseqüentemente, das formas de exploração das atividades agrícolas bem como da
consciência ambiental por parte dos produtores.
O presente trabalho tem por objetivo discutir através de um estudo comparativo
entre os distritos do município as ações/grau de educação ambiental.
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MATERIAIS E MÉTODOS
Foram realizadas, entre os meses de março a outubro de 2009, visitas de campo aos
distritos do município de Vitória da Conquista - Ba, para o levantamento de dados e
leituras de paisagem, tendo por base a metodologia Análise Diagnóstico de Sistemas
Agrários, sistematizada por Garcia Filho (1999).
Nessas visitas foram aplicados 160 questionários pré-estruturados individualmente
a agricultores familiares com a finalidade de observar algumas práticas e características
dos sistemas de produção dos entrevistados, tais como a realização de queimadas, o uso da
terra, a preocupação com os recursos naturais disponíveis e as ações desenvolvidas neles.
Foram identificadas três realidades ambientais distintas, sendo possível a criação de
tipologias para uma melhor análise dos dados coletados. Na região da Caatinga foram
amostradas as localidades de José Gonçalves e Bate Pé; na região da mata de cipó
Cercadinho, Dantilândia, Inhobim e Veredinha; e na mata úmida, Capinal.
Após este procedimento inicial, utilizando-se de planilhas de Excel as informações
foram tabuladas e analisadas quantitativa e qualitativamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A realização de queimadas no preparo do solo para a agricultura é uma técnica
antiga e da forma que é realizada não condiz com ações ambientalmente corretas. Por ser
uma técnica comumente passada de geração após geração, por obter resposta rápida e ser
de baixo custo em relação às outras técnicas agrícolas, continua sendo ainda realizada por
43% dos entrevistados, sendo que 75% destes estão situados na região da caatinga. Do
ponto de vista agrícola, o ato de queimar áreas para o desenvolvimento da agricultura é
uma ação totalmente negativa, uma vez que o solo perde nutrientes, além de exterminar
todos os microrganismos presentes no mesmo que garante a fertilidade, dessa forma, a fina
camada da superfície fica empobrecida e ao decorrer de consecutivos plantios a situação se
agrava gradativamente resultando na infertilidade (FREITAS, 2009) .
Outro dado importante é a utilização de lenha com diversas finalidades, sendo a
principal delas a utilização na cozinha, aumentando assim o grau de desmatamento. Na
região da caatinga 13% dos que responderam ao questionário realizam derrubadas de mata
nativa. Já na região da mata não existe praticamente o desmatamento, pois menos de 1%
dos que ainda possuem mata em sua propriedade estão nesta região, o mesmo acontece na
mata de cipó, onde apenas 8% realiza essa prática. Além da utilização no consumo
doméstico o desmatamento é praticado para aquisição de madeiras para construção de
cercas, comercialização, e no preparo do solo para a agricultura, caracterizando assim um
contexto marcado pela degradação permanente do ambiente e do seu ecossistema.
Devido à concentração das chuvas em apenas algumas épocas do ano, 32% dos
agricultores entrevistados na região da caatinga realizam o plantio nos períodos chuvosos e
deixam o solo em repouso nas épocas de estiagens. Por outro lado, o solo em repouso sob
essas condições não indica exatamente uma prática de educação ambiental, pois ficará
descoberto e exposto a condições desfavoráveis tais como, ventos, sol e mesmo chuvas
fora de época, podendo causar erosão, perdas de nutrientes e da vida microbiana do solo.
Dos entrevistados na região da mata, onde as chuvas são mais freqüentes e em
maior quantidade em relação à caatinga e mata de cipó, apenas 3% deixam o solo em
repouso, sendo que os demais não realizam essa prática considerando que o plantio pode
ser efetuado durante todo o ano. Para produzir bem, a terra, assim como os seres humanos,
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precisa de descanso. A prática do pousio não é usada dentre a grande maioria (PEREIRA et
al., 2005).
Segundo Assis (2008), a micro fauna presente no solo também pode sofrer uma
grave redução pelo uso de agrotóxicos (pesticidas e herbicidas), comprometendo o
funcionamento normal do ecossistema. Na região estudada os maiores índices de uso estão
na mata, com 44% e na mata de cipó com 46%. Esse fato não condiz com o percentual de
entrevistados sobre o acesso a algum tipo de assistência técnica prestada por órgãos e
instituições públicas existentes no município, como a UESB, EBDA e PMVC. Destes, 5%
estão na região da mata, 35% na mata de cipó e 60% na região da caatinga.
Nota-se assim na maioria dos casos o maior uso de agrotóxicos nas localidades que
não receberam assistência técnica. Entretanto pode-se observar que a utilização é feita sem
o devido acompanhamento técnico para orientação da dosagem correta, devolução e
tríplice lavagem das embalagens, bem como não foi notado a utilização de Equipamentos
de Proteção Individual – EPI.
CONCLUSÃO
Diante dos dados obtidos observa-se que a realização de algumas práticas, tais
como o uso de queimadas, a utilização de agrotóxicos, aparentemente da forma incorreta,
demonstram a existência de um menor grau de educação ambiental nos distritos aos quais
densenvolveu-se a pesquisa. Observa-se também, nas três regiões, a necessidade de um
programa de educação ambiental que conscientize para realização de práticas mais
ambientalmente corretas.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, L. A. de; Gestão e Conservação de Recursos Naturais: Uma abordagem
técnica dos seus desafios e concepções. Agropecuária Técnica, CCA-UFPB, Areia – PB,
2003.
ASSIS, K. M. S. Agrotóxicos: a agressão a saúde humana e ao meio. Faculdade de
Filosofia Dom Aureliano Matos (FAFIDAM), Universidade Federal do Ceará, Limoeiro do
Norte – Ceará, 2009.
FREITAS,
E.de;
Queimadas.
Disponível
em<http://www.alunosonline.com.br/geografia/queimada > Acesso em: 19 de outubro de
2009.
GARCIA FILHO, D. P. Análise e Diagnóstico de Sistemas Agrários - Guia
Metodológico. INCRA/FAO, 1999.65 p.
PEREIRA, E. D. G. et al.; Desenvolvimento Local e Manejo da Caatinga no
Assentamento Hipólito, em Mossoró/RN, Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia, Rio Grande do Norte, 2005.
PMVC - Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, Caracterização municipal. Vitória
da Conquista, BA, 2008
SOARES, N. B.; Educação Ambiental no Meio Rural: Estudo das Práticas Ambientais
da Escola Dario Vitorino Chagas – Comunidade Rural do Umbu - Cacequi/RS.
Universidade Federal de Santa Maria; Centro de Ciências Rurais; Curso de Pós-Graduação
em Educação Ambiental - Monografia de Especialização, Santa Maria, RS, 2007.
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ANTAGONISMO in vitro DE Trichoderma spp. À Pestalotiopsis sp.,
AGENTE CAUSAL DE MANCHA FOLIAR EM Macadamia integrifolia.
Gileno Brito de Azevedo¹, Poliana Coqueiro Dias ², Quelmo Silva de Novaes ³
Graduando em Engenharia florestal pela UESB, 2Mestranda em Silvicultura clonal,
Universidade Federal de Viçosa – Viçosa-MG, 3Departamento de Fitotecnia e Zootecnia,
UESB - Vitória da Conquista-BA. E-mail: [email protected]
1
RESUMO
A macadâmia (Macadamia integlifolia), ainda pouco cultivada no Brasil, tem como
principais produtores: São Paulo, Espírito e Bahia. No Brasil, ainda não há relatos de
Pestalotiopsis sp. em cultivos de macadâmia, no entanto, alguns autores já descrevem esse
fungo como agente patogênico em algumas culturas, inclusive na cultura do eucalipto.
Com este trabalho, objetivou-se iniciar estudos que visam o controle alternativo para
Pestalotiopsis sp., avaliando-se o efeito antagonista in vitro de Trichoderma spp. à
Pestalotiopsis sp.. Foram utilizadas quatro espécies de Trichoderma (T. viride, T. virens, T.
stromaticum e T. harzianum) e um isolado de Pestalotiopsis sp. coletado em uma árvore de
macadâmia localizada na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Vitória da
Conquista-BA. Todos os fungos foram isolados em BDA, do qual, retirou-se discos de 7
mm de diâmetro dos antagonistas, separadamente, e de Pestalotiopsis sp.,com os quais fezse o pareamento de colônias em placas contendo BDA. As placas foram colocadas em
BOD a 25 ± 1ºC, com fotoperíodo de 12 h e avaliadas de 2 em 2 dias, até o 6º dia, quando
as placas estavam totalmente tomadas pelo antagonista. Os isolados de Trichoderma spp.
demonstraram efeito significativo na inibição do crescimento micelial de Pestalotiopsis
sp., sendo que os fungos T.virens e T. stromaticum apresentaram maior e menor
antagonismo à Pestalotiopsis sp., respectivamente.
Palavras-chave: Controle biológico; doenças fúngicas; manchas foliares
INTRODUÇÃO
A macadâmia (Macadamia integrifolia) é uma planta arbórea de clima subtropical,
pertencente à família botânica Proteaceae, e é apreciada principalmente pelas suas nozes. É
originária da Austrália, onde é encontrada em florestas naturais. No Brasil, foi introduzida em
1931, entretanto, o cultivo comercial foi modesto e só a partir do final da década de 90, com a
estabilização econômica, a cultura consolidou-se e vem apresentando perspectivas de
crescimento. Atualmente, estima-se uma área de aproximadamente 6.000 ha plantados, com
produção anual de 3.200 toneladas de noz em casca, sendo que os principais Estados
produtores são: São Paulo (33%), Espírito Santo (31%) e Bahia (18%). Nos últimos anos, esta
fruteira vem sendo considerada como alternativa de investimento ou como fonte de
diversificação de renda na propriedade. Isto, em função de o mercado externo apresentar
demanda crescente pelo produto e pelo fato de as processadoras e exportadoras brasileiras
encontrarem-se consolidadas neste mercado. Além disso, há um imenso mercado interno
inexplorado, que pode ser fator de incremento no agronegócio nacional (PIMENTEL, 2007).
A produtividade de várias culturas, seja ela agrícola ou florestal, se torna prejudicada
pela ação dos patógenos que agem afetando a sua produtividade, qualidade e muitas vezes
devastando totalmente ou parcialmente a cultura. Fungos do gênero Pestalotiopsis são muito
freqüentes, porém são poucos citados na literatura. Para alguns autores, são considerados como
oportunistas ou secundários, porém podem ser relevantes em alguma fase do desenvolvimento
das plantas. Já foram relatados em viveiros de mudas de eucalipto (FILHO, 2008), causando
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manchas foliares em palmeiras ornamentais (RUSSOMANNO et al., 2007), e podridão no
caule de goiabeira (CARDOSO, 2002). Batista et al. (2007) relatou o fungo em 13 espécies
arbóreas, com um nível de ocorrência de 100% na área estudada. Mesquita (2006) relatou
Pestalotiopsis sp. como manchador de madeiras em Eucalyptus grandis, durante o processo de
secagem da madeira.
O manejo integrado de doenças em plantas contempla varias medidas para reduzir a
severidade e manter o potencial produtivo das culturas agronômicas. Dentre essas medidas
destaca-se o controle biológico, o qual utiliza microrganismos antagônicos, como o fungo do
gênero Trichoderma. O uso do controle biológico em substituição ao químico é dependente da
disponibilidade e da efetividade dos agentes de controle, bem como dos produtos comerciais
contendo estes microorganismos. Entretanto, até o momento, são poucos os produtos
biológicos disponíveis no mercado para essa modalidade de controle. Além disso, a maioria
não é devidamente registrada para uso em escala comercial (LOPES, 2001).
Segundo Chet et al. (1997), o sucesso no uso de Trichoderma no biocontrole de
fitopatógenos é devido a sua alta capacidade reprodutiva, capacidade de sobreviver em
condições desfavoráveis, eficiência na mobilização e absorção de nutrientes, capacidade de
modificar a rizosfera (pela produção de ácidos orgânicos), altamente agressivos contra
fungos fitopatogênicos e eficiência como promotor no desenvolvimento de plantas. Os
mecanismos de ação pelos quais o Trichoderma pode atuar são: antibiose,
hiperparasitismo, competição e também em alguns casos através de promoção de
crescimento (MELO, 1996). O controle biológico, com o uso de fungos antagonistas, tem
sido utilizado com êxito em algumas culturas, como uma alternativa ao controle químico.
Com este trabalho objetivou-se avaliar o efeito antagonista in vitro de Trichoderma spp. ao
fungo Pestalotiopsis sp., em condições de laboratório.
MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi realizado no Laboratório de Fitopatologia, Departamento de
Fitotecnia e Zootecnia, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus
de Vitória da Conquista, BA. Como antagonistas, utilizou-se os fungos Trichoderma viride
(TVD), T. virens (TVN), T. harzianum (TH) e T. stromaticum (TS).
O isolado de Pestalotiopsis sp. foi obtido, no campus da UESB, em plantas de
Macadamia integrifolia com manchas foliares, e posteriormente transferido para placas
contendo BDA, o qual foi repicado para a manutenção do isolado sempre viável e
patogênico.
Para avaliar o antagonismo de Tricoderma spp. contra o isolado de Pestalotiopsis sp.
realizou- se o confronto direto através do pareamento de colônias em placas de Petri, onde
cada fungo antagonista foi utilizado contra o isolado de Pestalotiopsis sp.. Retirou-se
discos de sete milímetros de diâmetro das colônias dos fungos antagonistas contidas em
placas com BDA, separadamente, e colocou-se a três cm da borda em placas de Petri de
nove cm de diâmetro, contendo BDA. Eqüidistante do fungo antagonista e da outra
extremidade da placa foi colocado um segundo disco de igual tamanho, contendo o
Pestalotiopsis sp., formando assim, o pareamento das colônias. Como testemunha, usou-se
o patógeno cultivado isoladamente, colocando-se um disco de micélio no centro de cada
placa.O delineamento experiental foi inteiramente casualizado, com 05 repetições. As
placas foram mantidas em BOD a 25 ± 1ºC e fotoperíodo de 12 horas.
As avaliações foram realizadas de dois em dois dias, sendo as colônias dos fungos
medidas com uma régua milimetrada pela parte superior da placa. As avaliações foram
encerradas no sexto dia, pois as placas já estavam completamente tomadas pelos fungos.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
O pareamento das espécies de Trichoderma spp. com os isolados de Pestalotiopsis
sp. demonstrou efeito antagônico significativo do primeiro sobre o crescimento micelial do
segundo. As colônias de Pestalotiopsis sp. quando pareadas com Trichoderma spp.
apresentaram tamanho médio bem menor quando comparado com a cultura pura de
Pestalotioppsis sp.. Esses valores foram mais significativos a partir do 4º dia, conforme
pode ser observado na figura 1.
Figura 1. Tamanho médio das colônias de Pestalotiopsis sp. sozinhas (P) quando
pareadas com Trichoderma viride (P x TVD), T.virens (P x TVN), T. harsianum (P
x TH) e T. stromaticum (P x TS).
Os percentuais de inibição estão apresentados na Tabela 1. Pode-se observar que
isolados de T. virens e T. viride foram os que apresentaram maior antagonismo à
Pestalotiopsis sp., em relação à inibição do crescimento micelial.
Tabela 1 - Inibição do crescimento micelial de isolados de Pestalotiopsis sp., pareados
com espécies de Trichoderma spp. após 2, 4 e 6 dias.
Pestalotiopsis sp.
Antagonistas
2 dias
4 dias
6 dias
Diâmetro
(mm)
%
inibição
Diâmetro
(mm)
%
inibição
Diâmetro
(mm)
%
inibição
Sem antagonista
32,2 a
0
59,8 a
0
90 a
0
T. stromaticum
30,1ab
32,3
47,9 b
63,4
48,9 b
82
T. harzianum
31,4 ab
23,3
48,7 b
65,5
43,8 bc
87
T. viride
26,5 b
12,6
36,2 c
35,8
38,2 cd
70,5
T. virens
28,2 ab
4,9
35,1 c
33,7
32,4 d
71,2
Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem estatisticamente, pelo teste de
Tukei, a 5% de probabilidade.
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Também se observou que no 6º dia a colônia de Pestalotiopsis sp estava toda
colonizada por Trichoderma, com exceção do T. stromaticum, ou seja, este último não
apresentou hiperparasitismo. A total colonização se deve ao alto potencial de
hiperparasitismo das espécies de Trichoderma, fato este que não tem ocorrido com o T.
stromaticum. Condições de temperatura e umidade podem está associada à esta
característica.
Embora Santos et al. (2008) não revelou quais foram as espécies de Trichoderma
utilizadas em sua pesquisa, também foi observado a capacidade de Trichoderma spp. em
causar redução no crescimento micelial de Pestalotiopsis sp. Silva (2008), utilizando os
mesmos antagonistas para Phytophthora citrophthora obteve maior hiperparasitismo com
T. stromaticum, diferindo dos resultados encontrados neste trabalho
Os resultados obtidos apontam um grande potencial de controle de Pestalotiopsis sp.
da Macadamia integrifolia utilizando-se espécies de Trichoderma. O antagonismo
observado in vitro aponta para um possível sucesso no controle in vivo.
CONCLUSÃO
Todas as espécies de Trichoderma mostraram efeito antagônico sobre o isolado de
Pestalotiopsis sp., embora nas condições que o estudo foi realizado, tenha sido as espécies
T. virens e T. viride que apresentaram maior taxa de inibição.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ATAQUE DE Lampetis nigerrima (KERREMANS) (COLEOPTERA:
BUPRESTIDAE) E PODA DE CORREÇÃO NA PRODUÇÃO DE
EUCALIPTO
Janaína De Nadai1; Norivaldo dos Anjos2
1
Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop; 2 Universidade Federal de Viçosa, Viçosa
e-mails: [email protected]; [email protected]
RESUMO: Objetivou-se avaliar os efeitos do ataque de L. nigerrima sobre eucaliptos com
três meses de idade e da poda de correção do crescimento, aplicada cinco meses depois do
ataque. O experimento foi conduzido em plantação de híbridos de eucaliptos clonados
(Eucalyptus grandis vs E. urophylla), no município de Grão Mogol, MG, utilizando-se um
delineamento em blocos casualizados, com quatro repetições de 100 árvores por
tratamento. Os tratamentos consistiram em “Árvores não atacadas por L. nigerrima e não
podadas”; “Árvores atacadas por L. nigerrima e que receberam poda de correção” e em
“Árvores atacadas pelo besouro e que não receberam poda de correção”. O crescimento das
árvores foi avaliado até os 32 meses de idade. Observou-se que árvores não atacadas por
besouros de L. nigerrima e não podadas apresentaram, 29 meses após o ataque do besouro,
volume de madeira maior do que árvores atacadas e não podadas. A poda de correção fez
diminuir as perdas em crescimento e aumentar a qualidade dos fustes de árvores atacadas
em comparação com aquelas sem poda. O ataque de L. nigerrima a plantios de eucalipto
prejudicou a produção de madeira.
Palavras-chave: Eucalipto, entomologia, besouro desfolhador, poda, madeira
ABSTRACT: This work deals to the effect of tree damage by Lampetis nigerrima
(Kerremans, 1897) and the correction pruning on the tree development under field
conditions. Activities was conducted in a commercial eucalypt plantation of cloned hybrid
(Eucalyptus grandis vs E. urophylla), in the Grão Mogol, Minas Gerais. A randomized
experimental 4-block design was used; each experimental unity had 100 trees randomly
marked. Treatments were “Trees damaged by beetles, but receiving a correction pruning 5
months latter”; “Damaged, but not pruned trees” and “Trees with no damage and no
pruning” (=Control). Trees’ growing were evaluated 29 months after insect outbreak and
two years after tree pruning. As results, we found control trees got higher wood production
than damaged trees. Correction pruning improved the wood production in relation to that
observed on damaged/not pruned trees. It is concluded that L. nigerrima beetle is capable
to cause significant losses to the wood production in which control is merited.
Key-words: Forest entomology, leaf eating beetle, eucalypt, tree pruning
INTRODUÇÃO
O ataque de insetos desfolhadores a plantações florestais resulta, entre outras
conseqüências, na diminuição da área foliar, implicando em reduções na taxa fotossintética
(SHEPHERD 1994). Como a produção de madeira depende da fotossíntese ocorrente nas
folhas, qualquer fator que altere a extensão da área foliar nas árvores pode afetar a
produção do material lenhoso (CEULEMANS & SAUGIER, 1991).
Entre os principais besouros desfolhadores de eucaliptais no Brasil, destacam-se os
da família Buprestidae, que atacam as folhas novas, roem os galhos tenros e decepam o
ponteiro principal de árvores em plantações comerciais (ANJOS & MAJER, 2003 e DE
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NADAI, 2005). Apenas um inseto adulto é capaz de destruir o ramo principal de uma
árvore de até dois metros de altura (RIBEIRO et al., 2001). Entre os vários buprestídeos de
interesse florestal no Brasil, os do gênero Lampetis vem alcançando posição de destaque
em plantações comerciais de eucalipto (RIBEIRO et al., 2001, ANJOS & MAJER, 2003 e
DE NADA,I 2005). Lampetis nigerrima (Kerremans, 1897), ou besouro “Cai-cai-depintas-brancas”, é uma destas espécies destacadas como importantes para a
eucaliptocultura brasileira. Ataques de Lampetis nigerrima em plantações comerciais de
eucaliptos foram registrados por Anjos & Majer (2003), Anjos et al. (2004), De Nadai et
al. (2004) e De Nadai (2005). As conseqüências do ataque de L. nigerrima às árvores de
eucalipto ainda são mal conhecidas limitando a tomada de decisão em casos de surtos.
Algumas técnicas de manejo, como adubação e poda controlada ou desrama
artificial, são empregadas como forma de melhorar a produtividade da cultura do eucalipto
(PIRES et al., 2000; SCHNEIDER, 1993) e poderiam ser usadas para auxiliar na
recuperação de árvores danificadas pelo ataque de insetos-praga. No presente estudo
objetivou-se avaliar os efeitos do ataque de L. nigerrima e da poda de correção em cultivos
comerciais de clones eucalipto sobre a produção de madeira com casca.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado em um povoamento de clone de Eucalyptus grandis vs E.
urophylla localizado no município de Grão Mogol, MG, com espaçamento 3 x 3 m. Nos
arredores do referido povoamento haviam culturas antigas de eucalipto, pastagens e
fragmentos nativos da região. O local foi utilizado devido à ocorrência de um surto
populacional do besouro Cai-cai-de-pintas-brancas [Lampetis nigerrima (KERREMANS,
1897)], quando as plantas tinham três meses de idade. Antes e após este surto não houve
registro de outro surto de insetos desfolhadores no local.
Foram utilizadas 1200 árvores em delineamento experimental de blocos
casualizados, com três tratamentos e quatro repetições e 100 árvores por unidade
experimental. Como bordadura, foram utilizadas as dez primeiras árvores a partir da
margem do talhão. Os tratamentos avaliados foram: T1 = árvores não atacadas pelo
besouro L. nigerrima e não podadas (testemunha); T2 = árvores atacadas pelo besouro L.
nigerrima e que receberam poda de correção (com poda) e T3 = árvores atacadas pelo
besouro L. nigerrima e que não receberam poda de correção (sem poda).
A poda de correção foi realizada cinco meses após o surto, coincidindo com a época
mais fria do ano, sendo aplicada na porção da copa onde aconteceu o ataque dos besouros.
Com uso de serrote, foram retirados apenas os galhos anormalmente grossos e retidos na
base da árvore e os fustes secundários que se desenvolveram pela dominância de galhos
laterais, deixando-se somente um fuste dominante, de maneira a interferir o mínimo
possível na arquitetura da copa. As coletas de dados ocorreram aos 5, 17, 23 e 29 meses
após o surto, nas idades de 8, 20, 26 e 32 meses, respectivamente. O diâmetro foi obtido a
partir da leitura da circunferência a altura do peito, medida a 1,30 m do terreno. A
produção volumétrica de madeira em pé com casca por hectare foi calculada à partir da
fórmula: Vcc = (π (DAP2/10000))/4xHxFF, utilizando fator de forma 0,46.
Foram ajustadas equações de regressão, através do modelo Logístico, utilizando-se
o software CURVE EXPERT 1.3 (HYAMS 2001), para estimar volume de madeira com
casca por hectare em função da idade. Para avaliar diferenças entre as equações geradas
para cada tratamento, foi aplicado o Teste L&O, proposto por Leite & Oliveira (2002), em
nível de 1% de probabilidade.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
As equações ajustadas para estimar o volume de madeira com casca (Vcc), em
função da idade em meses (I), de árvores de eucalipto híbrido (clone de Eucalyptus grandis
vs E. urophylla), em local de ocorrência de ataque por Lampetis nigerrima (Kerremans,
1897) foram Vcc=117,07375(1+452,55966e-0,22964781I)-1; Vcc=113,67369(1+472,02889e0,23074128I -1
) ; e Vcc=111,0383(1+463,65245e-0,2274755I)-1 para os tratamentos testemunha;
atacadas e que receberam poda de correção e árvores atacadas e que não receberam poda
de correção, respectivamente. À partir das equações foi possível estimar a produção de
volume de madeira com casca (Figura 1).
Figura 1. Curvas de crescimento em volume de madeira com casca (Vcc), em função da
idade (I), de árvores de eucalipto híbrido em local de ocorrência de ataque por Lampetis
nigerrima (Kerremans, 1897). Grão Mogol, MG.
Os resultados obtidos ao aplicar o teste L&O, em nível de 1% de probabilidade,
demonstram que houve alteração prejudicial do ataque do besouro desfolhador sobre a taxa
de crescimento em volume de madeira com casca, em plantios de clone de eucalipto dos 8
aos 32 meses de idade. Para cada uma dessas variáveis, o teste L&O indicou diferença
significativa ao correlacionar Testemunhas vs Atacadas e submetidas à poda de correção
(T2 vs T1); Testemunhas vs Atacadas e sem poda (T1 vs T3); e Atacadas e submetidas à
poda de correção e Atacadas sem poda (T2 vs T3).
Pode-se perceber que existe uma grande tendência de distanciamento entre as
curvas de crescimento volumétrico das árvores nos três tratamentos analisados, à medida
que avança a idade das árvores. Esta constatação está de acordo com aquela apontada por
Mendes (2004), que estudando as consequências do ataque de Costalimaita ferruginea
(Coleoptera: Chrysomelidae) constatou efeitos adversos altamente relevantes no
crescimento das árvores de eucalipto, principalmente em relação ao crescimento das
árvores que perderam o ponteiro principal.
Para Anjos & Majer (2003), a perda em altura a partir do ataque de besouros
desfolhadores no primeiro ano de idade nunca será recuperada por ser esta a fase de
desenvolvimento da árvore que determina seu potencial de crescimento. Isto ficou muito
bem evidenciado no presente trabalho, uma vez que o ataque do besouro desfolhador não
permitiu que, com o aumento da idade em árvores atacadas e não podadas, fosse possível
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recuperar a produção volumétrica perdida, em relação às árvores testemunhas. Além de
aproximar árvores atacadas às testemunhas em termos de volume, é possível sugerir que a
poda utilizada neste trabalho, assim como acontece com a desrama artificial (PIRES et al.,
2000), melhorou substancialmente a qualidade da madeira podendo ser adotada no manejo
de povoamento de eucaliptos.
O potencial nocivo de insetos do gênero Lampetis, como o aqui demonstrado para
L. nigerrima, já havia sido sugerido como importante por Ribeiro et al. (2001) em
eucaliptos no Brasil. As constatações do presente trabalho apresentam-se de acordo,
também, com aquelas registradas por Fernandes (2004), ao investigar a repercussão
produtiva em sistema agroflorestal decorrente do ataque do besouro desfolhador
Metaxyonycha angusta (PERTY, 1832) (Coleoptera: Chrysomelidae), cujas injúrias são
predominantemente localizadas nas extremidades dos ramos laterais e na extremidade
superior da copa de eucaliptos jovens. Semelhante ratificação dos resultados aqui obtidos
pode ser encontrada nos trabalhos de Mendes (2004).
CONCLUSÃO
O ataque do besouro desfolhador Lampetis nigerrima (KERREMANS, 1897)
(Coleoptera: Buprestidae) prejudicou a produção de madeira, em plantações comerciais
clonadas do híbrido Eucalyptus grandis vs E. urophylla, em até 32 meses de idade. A poda
de correção quando aplicada aos cinco meses após o ataque deste besouro desfolhador,
permite reduzir as perdas no volume de madeira produzida até os 32 meses de idade.
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Santa
Maria:
SHEPHERD, R.F. Management strategies for forest defoliators in British Columbia.
Forest Ecology and Management, v.68, p.303-304, 1994.
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ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO
DA RESERVA FLORESTAL DO POÇO ESCURO/BA
Risely Ferraz de Almeida1, Diego Queiroz de Sousa1, Carlos Henrique Farias Amorim2,
Luciana Gomes Castro2
1
Graduando do curso de Agronomia da UESB, Vitória da Conquista/BA;
2
Professor Adjunto da UESB/DEAS, Vitória da Conquista/BA
e-mails: [email protected], [email protected], [email protected],
[email protected]
RESUMO: Estudos de caracterização geoespacial da granulometria da camada superficial
de solo e espessura do horizonte orgânico da Reserva do Poço Escuro, município de
Vitória da Conquista/BA, foram realizados por meio da coleta de material em 68 locais,
distribuídos aleatoriamente, em uma área de 17 ha. Análises físicas da textura e
enquadramento da classe textural foram realizadas no Laboratório de Física do Solo da
UESB, enquanto medidas diretas da espessura de material orgânico foram efetuadas
diretamente no local. As variáveis foram avaliadas por quantitativo de classe e
espacializadas pela técnica krigagem. Concluiu-se que a reserva possui solo
predominantemente arenoso, com influencia de urbanismo e a manutenção da Reserva se
dá pela reciclagem de nutrientes oriundos das maiores profundidades do solo.
Palavras-chave: física do solo; granulometria; matéria orgânica.
ABSTRACT: Studies of geoespacial characterization of the particle-size of the soil
surface and thickness of the organic horizon of the Reserva do Poço Escuro, of the city
Vitória da Conquista/BA, had been carried through by means of the collection of 68 places,
distributed randomly, in 17 ha. Physical analyses of the particle-size and textural classe
had been carried through in the Laboratório de Física do Solo da UESB, while measured
direct of the thickness of organic material had been effected directly in the place. The
variable had been evaluated by quantitative of classroom and presented in the map by with
use of the krigagem technique. It was concluded that the Reserve is had soil with sand
predominantly therefore influences of urbanism. The reserve if keeps for the recycling of
nutrients brought of deep layers of the soil.
Key-words: soil physics; particle size; organic residue.
INTRODUÇÃO
A Reserva do Poço Escuro é uma área, protegida por Lei (Vitória da Conquista,
1999), com 17 hectares de Mata Ciliar, situada na Serra do Periperi, perímetro urbano do
Município de Vitória da Conquista, Sudoeste da Bahia, que abriga a nascente do Rio
Verruga, afluente do Rio Pardo, e a única mata remanescente na zona urbana caracterizada
por um bioma próprio de cobertura vegetal típica de transição entre a Mata Atlântica e a
Caatinga, localmente conhecida como Mata de Cipó (FAM, 2009; LOUREIRO, 2008).
O Poço Escuro, assim como é conhecido, oferece momentos de tranqüilidade em
ambientes para contemplação da natureza, aliado alta diversidade biológica (vegetal e
animal) e a beleza da paisagem natural. Fatos que atraem visitas da comunidade em geral e
a curiosidade de pesquisadores, estudantes do entorno e região (OLIVEIRA et al., 2006;
SILVA, 2007).
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A busca de alternativas que garantam a proteção é uma prioridade dos educadores,
pesquisadores, ambientalistas e políticos locais. Neste contexto, a mata urbana torna-se um
referencial para o processo de conscientização da comunidade do entorno da reserva
quanto ao seu valor ambiental, histórico e cultural. Portanto, objetivou-se avaliar a
variabilidade de alguns atributos físico-químicos da superfície do solo da Reserva do Poço
Escuro.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Reserva do Poço Escuro, em uma área de 17 ha. Esta se
localiza na região central do município de Vitória da Conquista/BA, entre as coordenadas
14º50’S e 14º50’W. Efetuaram-se análises físicas da superfície do solo que foram
confrontadas com o levantamento exploratório de variações de altitude na Reserva. A
amostragem de solo nas camadas de 0-10 cm e de 10-20 cm, foram georreferenciadas por
meio do aparelho GPS Garmin Etrex HCx, seguindo um caminhamento aleatório desde a
porção superior até a mais inferior das encostas da Reserva, percorrendo toda sua extensão,
totalizando 34 unidades experimentais e 68 amostras. Em cada local amostrado também foi
medida e registrada a altura do horizonte orgânico, também chamado de serrapilheira, com
auxílio de régua. Para fins de construção de condições de contorno para o mapeamento
foram utilizadas as coordenadas do entorno do Poço Escuro obtidas pelo programa
“Google Earth” (2009), disponível gratuitamente na Internet.
A granulometria foi avaliada segundo o método da pipeta (GEE & OR, 2002) e a
classe textural caracterizada conforme recomendação da Sociedade Brasileira de Ciência
do Solo - SBCS para condições brasileiras (SANTOS et al., 2005). Estas foram
confrontadas com o registro da altitude que se encontravam.
Os dados foram avaliados por quantitativo de classe e krigagem para interpolação de
níveis e apresentação gráfica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Reserva do Poço Escuro possui relevo ondulado (8-20 %) a fortemente ondulado
(20 a 45 %) que abriga a nascente difusa do rio Verruga, caracterizada pela captação de
água translocada interna e lateralmente pelo perfil do solo, transformando-se em dois veios
de água que acabam se juntando a medida que o terreno adquire uma redução de sua
largura pela conformação do relevo local (Figura 1).
N
Figura 1. Perímetro e conformação altimétrica da Reserva do Poço Escuro.
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O solo apresentou textura arenosa nas duas camadas estudadas (0 a 10 cm e de 10 a
20 cm), alto desvio padrão e coeficiente de variação para a argila e silte e baixo para a areia
em ambas as camadas de solo. Os valores brutos de argila, silte e areia não tiveram
variação granulométrica até 20 cm de profundidade.
Tabela 1. Caracterização granulométrica do solo do Poço Escuro.
Granulometria (%)
Variável
Média
Desv. Pad.
Coef. Var.
Argila
14.5
Camada de 0-10 cm
Silte
16.1
Areia
69.4
7.3
10.4
13.1
6.2
9.7
11.0
0,50
0,65
0,19
0,44
0,65
0,16
Argila
14.1
Camada de 10-20 cm
Silte
Areia
15.0
70.9
A concentração de áreas mais arenosas situa-se na porção superior do relevo pela presença
de grande quantidade de material de origem de difícil intemperismo e em alguns locais
individualizados da porção leste e inferior sul, provavelmente pela contribuição de
depósito de entulho urbano e/ou assoreamento (Figura 1).
90
85
80
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
85
80
75
70
65
60
55
50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
14.84
14.84
14.835
14.835
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.875
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.875
Figura 1. Avaliação espacial granulométrica da areia (%) presente na Reserva do Poço
Escuro, nas camadas de 0 a 10 cm (direita) e de 10 a 20 cm (esquerda).
A concentração de silte e de argila tiveram comportamentos semelhantes em profundidade,
porém em localização inversa da areia (Figura 2). Ressalta-se que estas duas classes de
tamanho de partículas tiveram os maiores valores para coeficiente de variação, ou seja, os
valores obtidos para argila variaram em torno de 50 % em relação as suas médias na
camada de 0 a 10 cm e 45 % para a camada de 10 a 20 cm, enquanto o silte variou mais
(65 %) nas duas camadas estudadas.
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Silte
Argila
N
32
30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
42
40
38
36
34
32
30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
14.84
14.84
14.835
14.835
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.84
40.875
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.875
40.87
40.875
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
40
38
36
34
32
30
28
26
24
22
20
18
16
14
12
10
8
6
4
2
0
14.84
40.845
14.84
14.835
14.835
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.875
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
Figura 2. Avaliação espacial granulométrica (%) do silte e argila presente na Reserva do
Poço Escuro, nas camadas de 0 a 10 cm (superior) e de 10 a 20 cm (inferior).
A classe textural predominante foi a franco arenosa, seguida da areia franca, compostas
com um mínimo de 45 % e 70 % de areia, respectivamente, o que pode ser observado
também na tabela 1.
14,7
2,9
23,5
Areia
franca
11,4
2,9
25,7
Areia
franca
60,0
58,8
a
b
Figura 3. Distribuição da classe textural nas camadas de 0 a 10 cm (a) e de 10 a 20 cm (a).
Apesar da falta de nutrientes presente em textura arenosa predominantemente
formada por minerais tectossilicatados tipo quartzo, a Reserva possui um elevado potencial
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de formação e depósito de material orgânico sobre a superfície do solo, facilmente
visualizado pela figura 3, provavelmente pela reciclagem de nutrientes oriundos de maiores
profundidades do solo, uma vez que a estrutura cristalina do mineral quartzo é basicamente
formada pelos elementos oxigênio, silício e alumínio, não considerados essenciais às
plantas. Este fato ressalta a importância de manutenção da floresta para a preservação das
características naturais do recurso solo.
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
14.84
N
14.835
40.84
40.845
40.85
40.855
40.86
40.865
40.87
40.875
Figura 3. Avaliação espacial da espessura do horizonte orgânico (cm) da Reserva do Poço
Escuro.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a textura predominante é a arenosa oriunda de características do
material de origem aliada a depósitos de resíduos minerais urbanos de elevada resistência.
REFERÊNCIAS
GEE, G. & OR, D. Paticle-Size Analysis. In: Methods of Soil Analysis - Part 4: Physical
Methods, Madison: Soil Science Society of America. 2002. p. 255-289.
FUNDO CONQUISTENSE DE APOIO AO MEIO AMBIENTE (FAM). Poço Escuro.
http://www.semmapmvc.com.br/interface/conteudo_local.asp?cod=62.
Acessado
em
outubro de 2009.
LOUREIRO, A.L.C.; SILVA, S.L.C.; SILVA, D.C. Parque Municipal da Serra do Periperi:
uma contribuição à Unidade de Conservação. Enciclopédia Biosfera: Instituto Construir e
Conhecer: Goiânia N.05, 2008. 9 pp.
OLIVEIRA, M.F.S.; OLIVEIRA, O.J.R.; BARTHOLO, R. Da Representação Simbólica
ao Princípio da Responsabilidade: Linguagem Fotográfica e Educação Ambiental. II
Encontro da ANPPAS, Brasília-DF, 2006.
SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G. et al. Manual de descrição e coleta de solo
no campo. 5ª Ed. Viçosa: SBCS. 2005. 100p.
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SILVA, I.S. A Serra do Periperi impactada pela ação humana. Monografia do Curso de
Especialização em Ciências Ambientais da UESB. Vitória da Conquista: UESB, 2007
VITÓRIA DA CONQUISTA. Decreto Municipal n.º 9.480/99. Vitória da Conquista, BA.
1999.
AGRADECIMENTOS
À Prefeitura do Município de Vitória da Conquista pela colaboração quanto a liberação da
área para o presente estudo.
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ATUAÇÃO DO RECICLUESB FRENTE ÀS PROBLEMÁTICAS
AMBIENTAIS DA REGIÃO SUDOESTE DA BAHIA
Mary Anne Assis Lopes de Oliveira¹, Alcides Pereira Santos Neto², Siléia Oliveira
Guimarães³
¹Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários – Proex, Estrada do Bem Querer, Km 4 – Caixa Postal 95, mestre em
Desenvolvimento Sustentável. ²Estudante de Engenharia Florestal, ex-bolsista de extensão
da UESB, Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – Proex, Estrada do Bem
Querer, Km 4 – Caixa Postal 95.
³Estudante de Engenharia Florestal.
RESUMO
O projeto Gestão Ambiental e Cidadania/RECICLUESB é uma atividade extensionista de
caráter contínuo, cujo enfoque é dado à temática meio ambiente e desenvolvimento
sustentável, com atuação no Município de Vitória da Conquista – junto à comunidade
acadêmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, professores e alunos da rede
pública de ensino, representantes de entidades, associações de bairros, e demais
interessados – com vistas à geração de multiplicadores, sensibilizados, conscientes e
atuantes, principalmente, no que diz respeito ao descarte adequado do lixo e o estímulo
para a não geração e a minimização de resíduos. Com mais de três anos de existência, o
RECICLUESB tem contribuído para o desenvolvimento sustentável regional.
PALAVRAS-CHAVE
Desenvolvimento sustentável, meio ambiente, reciclagem.
ENVIRONMENTAL ACTION PROJECT MANAGEMENT AND CITIZENSHIP RECICLUESB PROMOTION OF SUSTAINABLE DEVELOPMENT IN REGIONAL
ABSTRACT
The project Environmental Management and Citizenship / RECICLUESB is a continuous
activity extensionista of character, whose thematic focus is given to environment and
sustainable development, with activities in the city of Vitoria da Conquista - with the
academic community at the State University of Southwest Bahia, teachers students and the
public network of education, representatives of organizations, associations of districts, and
other stakeholders - in order to generate multiplier, aware, conscious and engaged mainly
in regard to the proper disposal of garbage and encouragement for not and minimization of
waste generation. With more than three years of existence, the RECICLUESB has
contributed to regional sustainable development.
KEYWORDS
Sustainable development, environment, recycling.
INTRODUÇÃO
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De acordo com Loureiro (2003), a questão ambiental constitui uma das mais importantes
dimensões de atenção e análise por parte dos múltiplos segmentos, grupos e classes sociais
que compõem a sociedade contemporânea.
Para o autor, por diferentes motivações e necessidades, praticamente todo sujeito
individual e coletivo menciona e reconhece o ambiente como dimensão indissociável da
vida humana e base para a manutenção e perpetuação da vida na Terra.
Atentos a essas reflexões e conscientes da capacidade da extensão universitária em
contribuir significativamente para a discussão e o apontamento de alternativas e soluções
que atendam às necessidades e às demandas da sociedade, surge, em caráter contínuo, o
projeto Gestão Ambiental e Cidadania.
A proposta expressa-se, assim, na responsabilidade da Universidade Estadual do Sudoeste
da Bahia em estar sinalizada para com os problemas sócio-ambientais vivenciados pela
comunidade, contribuindo para que a relação indivíduo-natureza seja consciente,
responsável e atuante. Tudo isso a partir de uma sensibilização contínua com os seguintes
objetivos: buscar indicadores de políticas corretas para as questões ambientais e da
sustentabilidade econômica e social; propor alternativas referentes à eliminação de
desperdícios e à triagem de resíduos sólidos na fonte; articular ações de incentivo à
reutilização e à reciclagem de materiais, entre outros.
DESENVOLVIMENTO
Para promover o processo de conscientização ambiental junto ao público diverso –
professores e alunos da rede pública, acadêmicos e egressos, representantes da sociedade
civil e de entidades variadas –, o projeto empregou como metodologia a realização de
oficinas e palestras, apresentação de banner e painel, distribuição de material informativo
e exposição de material reciclado, entrevistas concedidas à mídia televisiva e aplicação de
questionário sobre a temática ambiental.
No ano de 2006 várias atividades foram realizadas, entre elas Oficinas de Reciclagem de
Papel e Confecção de Caixas, executadas no Centro de Cultura Camilo de Jesus Lima, em
três etapas (25 a 27 de julho; 11 a 13 de dezembro e 18 a 20 de dezembro). A Creche Bem
Querer também foi beneficiada com oficinas de reaproveitamento de papel (09 e 16 de
outubro de 2006).
Ainda durante o ano de 2006, o projeto Gestão Ambiental e Cidadania/RECICLUESB
realizou palestras e oficinas nos eventos: Semana de Agronomia (12 a 15 de novembro);
Semana do Biólogo da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (29 de novembro a 03
de dezembro); II Congresso Brasileiro de Medicina e Arte (apresentação de banner); Expo
Brasil 2006 e outros.
Também deve ser considerado como resultado do Projeto a sensibilização promovida junto
à administração da UESB quanto à necessidade da aquisição de coletores de resíduos
sólidos, os quais, no ano de2006, foram distribuídos no Campus de Vitória da Conquista.
Além disso, houve uma eficaz sensibilização do quadro técnico dos três campi da Uesb por
meio da distribuição de calendários educativos.
O ano de 2007 também foi marcado por muitas ações promovidas pelo Projeto, o que
reafirmou a relevância do mesmo para a consolidação do desenvolvimento sustentável
regional. Merece destaque a produção de marcas-texto em papel reciclado para ser
distribuído junto ao X Congresso de Pesquisa e Extensão /CONPEX da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia/UESB. Nesta ocasião estabeleceu-se parceria com o projeto
Juventude Cidadã de Vitória da Conquista.
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FIGURA 1: Realização de Oficina para confecção de caixas com papel reciclado.
No mês de março de 2008 foi realizada oficina de reciclagem durante a Semana do
Calouro no campus de Jequié. Em maio do mesmo ano foi a vez da Escola Poliana receber
oficinas de papietagem, ocasião que envolveu alunos, professores e comunidade escolar.
Ainda em maio no campus de Jequié, ocorreu outra oficina, desta vez de papietagem.
A Semana Nacional do Meio Ambiente em Vitória da Conquista no mês de junho foi
marcada com uma grande oficina de papietagem em Praça pública, envolvendo alunos da
Escola Fernando Spínola. A Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista foi parceira
nessa ação.
A associação de Moradores do Bairro Vila América foi também beneficiada com a mesma
oficina, assim como os calouros do curso de Engenharia Florestal no campus de Vitória da
Conquista (agosto de 2008).
FIGURA 2: jarros artesanais produzidos em oficina do projeto Gestão Ambiental e
Cidadania/RECICLUESB.
CONCLUSÕES
As diversas ações do projeto Gestão Ambiental e Cidadania/RECICLUESB promovem um
processo de sensibilização e intervenção ambiental – junto aos professores e alunos da rede
pública de ensino e a comunidade interna e externa da UESB. Assim, aspectos como o
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tratamento adequado aos resíduos sólidos, o incentivo à reciclagem de materiais, os
cuidados com a água e outros são enfatizados.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. GONÇALVES, P. A Reciclagem Integradora dos Aspectos Ambientais, Sociais e
Econômicos. Rio de Janeiro: Fase, 2003.
2. LOUREIRO, C. F. B. O Movimento Ambientalista e o Pensamento Crítico: uma
abordagem política. Rio de Janeiro: Quartel Editora & Comunicação Ltda, 2003.
3. MEDINA, N. M.; SANTOS, E. da C. Educação
participativa de formação. Petrópolis: Vozes, 2001.
Ambiental: uma metodologia
4. VIDAL, José Walter Batista. In LEITE, Joaquina Lacerda. Problemas-Chave do Meio
Ambiente. Salvador: Instituto de Geociências da UFBA, Espaço Cultural
EXPOGEO,1995.
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AVALIAÇÃO DA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Adenanthera
pavonina L. EM DIFERENTES TRATAMENTOS PARA A QUEBRA
DE DORMENCIA
João Paulo Silva1, Juliano Lima Correia1, Alex Pimentel Cesar1, Rita de Cassia Antunes de
Paula2.
1
Graduandos do Curso de Engenharia Florestal – UESB, 2Docente do DFZ – UESB.
[email protected], [email protected], [email protected],
[email protected].
RESUMO: Neste trabalho, objetivou-se avaliar o desempenho de diferentes tratamentos
para a quebra de dormência na germinação de sementes de Adenanthera pavonina L. Para
o tratamento 01 foi feito a imersão das sementes em água por 1 hora. Para o tratamento 02
foi feito a escarificação das sementes com lixa. E o tratamento 03 foi feito a escarificação
com lixa e imersão em água por 1 hora. Tendo como testemunha sementes sem nenhum
tratamento. As sementes foram postas pra germinar em papel filtro sobre placas de Petri e
levadas a câmara de germinação a temperatura de 30° C. O experimento foi acompanhado
diariamente por um período de oito dias. Após 08 dias de acompanhamento, os tratamentos
T02 e T03 apresentaram melhor desempenho com 100 % de sementes germinadas, tendo
os demais tratamentos 0,0% germinação nesse período.
PALAVRAS-CHAVE: Germinação; quebra de dormência; sementes.
INTRODUÇÃO
Adenanthera pavonina L., espécie pertencente à família Fabaceae, subfamília
Mimosoideae, conhecida popularmente como tento-vermelho, carolina ou olho-dedragão é
uma leguminosa arbórea, originária da Índia e Malásia, encontrada em todo o litoral
brasileiro. Sua utilização estende-se desde fins ornamentais, arborização de ruas e praças,
para sombreamento, artesanato etc. Árvore semidecídua, de 15-20 metros de altura, possui
um crescimento rápido, sendo um bom dossel para plantas herbáceas, arbustivas e
trepadeiras que não toleram altas intensidades luminosas, segundo revisões de Fonseca &
Perez (2001). O tronco caracteriza-se por possuir uma casca parda e lisa enquanto que a
ramagem é longa e esparsa formando copa aberta. As inflorescências de pedúnculos
longos, axilares ou terminais, em racemos curtos, com flores amarelas, formadas
principalmente em março-abril. Os frutos são vagens estreitas, achatadas, marrons,
espiraladas quando se abrem, expondo as sementes globosas, achatadas, duras, vermelhobrilhantes. As sementes apresentam o tamanho médio de 10x12mm, e podem variar de
tonalidade, tamanho e formato.
Segundo Cardoso et al. (2005) as sementes de A. pavonina apresentam dormência
em razão da impermeabilidade do tegumento à água e, para superação dessa dormência, é
necessária a aplicação de tratamento pré-germinativo. Apresentam em média, 89% de
germinação e velocidade de germinação de 0 a 180 dias (FONSECA & PEREZ, 2001). A
temperatura e o substrato são dois fatores importantes que afetam o comportamento
germinativo das sementes (ALVES et al., 2002).
Santos et al. (2004), em sua revisão, observaram que espécies florestais tropicais
com sementes duras representam problemas para os viveiristas porque os tegumentos duros
e impermeáveis restringem a entrada de água e oxigênio e oferecem alta resistência física
ao crescimento do embrião. Esse processo retarda a germinação das sementes,
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submetendo-as por longo tempo à exposição a fatores adversos no solo. Essa
impermeabilidade do tegumento pode ser superada escarificando as sementes com ácido
sulfúrico, solventes orgânicos como álcool, acetona ou éter, ou escarificação mecânica
(BRUNO et al., 2001).
Os objetivos deste trabalho foram determinar o melhor tratamento para a quebra de
dormência, bem como avaliar a velocidade de germinação das sementes de A. pavonina em
condições de laboratório.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este experimento foi realizado no laboratório de silvicultura da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, no período de 29/06/2009 a 06/07/2009.
Foram coletadas sementes de A. pavonina que apresentavam frutos maduros. Estas
sementes foram provenientes de árvores do campus da UESB, diretamente colhidas da
planta. Após a coleta, as sementes foram lavadas e imersas em solução 70% de hipoclorito
de sódio para evitar a proliferação de fungos. Em sequencia, foram secas, divididas em 04
lotes de 30 sementes e expostas aos seguintes tratamentos: T01 – Imersão em água por 1
hora, T02 – Escarificação com lixa; T03 – Escarificação com lixa e imersão em água por 1
hora e T4 a testemunha. Para cada tratamento houve 03 repetições sendo 10 sementes para
cada repetição. Após a exposição aos tratamentos as sementes foram colocadas em placas
de Petri forradas com papel filtro, este umidecido e posteriormente colocadas para
germinar em câmara de germinação a uma temperatura de 30° graus centígrados.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na tabela 01 encontram-se os valores da germinação total e a quantidade de
sementes germinadas nos diferentes tratamentos no período de oito dias.
TABELA 01 – Valores da germinação total e a quantidade de sementes germinadas nos
diferentes tratamentos no período de oito dias.
Quantidade de sementes germinadas
Repetições/Tratamentos Testemunha
T01
T02
T03
0,0
0,0
10,0
10,0
R01
0,0
0,0
10,0
10,0
R02
0,0
0,0
10,0
10,0
R03
Total (%)
0,0
0,0
100,0
100,0
Os dados apresentados na tabela acima, mostram que não ocorreu germinação
daquelas sementes que não foram escarificadas e as que ficaram imersas na água por 1
hora. Por outro lado, os tratamentos T02 e T03 (escarificação com lixa e escarificação com
lixa e imersão em água por 1 hora respectivamente) obtiveram uma maior germinação que
os demais tratamentos. Tal resultado provavelmente deve-se ao fato de que a escarificação
feita nestes dois tratamentos favoreceu a entrada de água, permitindo a quebra de
dormência das sementes. Santos et al. (2004) obteve uma maior germinação de sementes
de chicá (Sterculia foetida L.) quando da escarificação mecânica em relação a outros
tratamentos submetidos às sementes desta espécie.
Na tabela 02 encontram-se os valores do tempo de germinação para cada tratamento
no período de oito dias.
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TABELA 02 - Valores do tempo de germinação para cada tratamento no período de oito
dias.
Quantidade de sementes germinadas
Tempo (dias)
Testemunha
T01
T02
T03
0,0
0,0
0,0
0,0
0–2
0,0
0,0
26,0
12,0
3–4
0,0
0,0
30,0
21,0
5–6
0,0
0,0
30,0
30,0
7–8
Total (%)
0,0
0,0
100,0
100,0
Os resultados apresentados mostram que sementes desta espécie florestal, nestas
condições, tiveram início a germinação a partir do terceiro dia que foi posta para germinar.
O tempo de germinação no tratamento T02 foi menor que nos demais tratamentos e
germinou uma quantidade maior de sementes num período menor de tempo. O tratamento
T03 também demonstrou um bom desempenho, com 100% de germinação, mas com uma
velocidade de germinação menor que o tratamento T02. Tal fato provavelmente se explica
devido ao tempo de imersão em água, o que provocou uma maior embebição da semente
fazendo com que a mesma ficasse mais túrgida em relação às demais, favorecendo assim,
os mecanismos existentes na realização da germinação. Kissmann et. al (2008) para
estudos com sementes de A. pavonina L. em escarificação com ácido sulfúrico e
semeadura sobre papel em placa de Petri, dentre outros tratamentos, observaram que o
valor de D50 (tempo em dias para alcançar 50% de germinação) foi maior que em outros
tratamentos.
CONCLUSÕES
Os tratamentos T02 e T03 (escarificação com lixa e escarificação com lixa e
imersão em água por 1 hora respectivamente) se mostraram eficientes para a quebra
de dormência das sementes de A. pavonina L. com 100% de germinação no período
de oito dias, nestas condições.
O tratamento T02 (escarificação com lixa) foi o que apresentou maior velocidade
de germinação para sementes de A. pavonina L.
O tratamento T02 (escarificação com lixa) é o melhor para a quebra de dormência
de sementes de A. pavonina L.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
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pavonina
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Acesso em: 18 jun. 2009.
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AVALIAÇÃO DA SANIDADE DE SEMENTES DE PATA-DE-VACA
(Bauhinia forficata Link.)
Glauce Taís de Oliveira Sousa¹, Gileno Brito de Azevedo¹, Jamille da Silva Amorim¹,
Quelmo Silva de Novaes2
¹ Graduandos em Engenharia florestal pela Universidade Estadual do Sudoeste da BahiaUESB. Vitória da Conquista-BA.
² Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB - Vitória da Conquista-BA.
E-mails: ¹ [email protected][email protected]; ¹
[email protected][email protected]
RESUMO: A Bauhinia forficata apresenta características ideais para o paisagismo urbano,
recuperação de áreas degradadas, além de ser utilizada na medicina popular. No entanto, há
carência de estudos científicos relacionados à espécie. O objetivo deste trabalho foi avaliar
a qualidade sanitária das sementes de B. forficata coletadas em árvores da arborização
urbana da cidade de Vitória da Conquista-BA. A avaliação da sanidade foi feita utilizandose o “Blotter-test”, acondicionando-se 100 sementes de B. forficata em 04 placas de Petri
de 150mm, contendo duas folhas de papel filtro em cada uma delas, as quais foram
umedecidas com quatro mililitros de água esterilizada. Em seguida, as placas foram
incubadas em B.O.D. com temperatura de 25 ± 1 ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por um
período de 7 dias. A qualidade sanitária foi avaliada pela identificação dos
microorganismos associados às sementes, bem como pela porcentagem de ocorrência
destes. Os fungos encontrados nas sementes foram Aspergillus niger, Penicillium sp.,
Curvularia sp., Aspergillus sp., Cladosporium sp. e Alternaria sp., sendo que A. niger e
Penicillium sp. foram os que apresentaram maior incidência, 24% e 23% respectivamente.
Palavras-chave: qualidade sanitária; arborização urbana; fungos.
INTRODUÇÃO
A Bauhinia forficata Link pertence à família Leguminosae, subfamília
Caesalpinoideae. É uma espécie nativa da América do Sul distribuída na Argentina,
Paraguai, Uruguai, Bolívia e Brasil. Neste último, se distribui nos Estados de Alagoas,
Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Santa
Catarina e São Paulo (VAZ & TOZZI 2005). É conhecida popularmente por pata-de-vaca
ou unha-de-vaca, pois apresenta folha fendida no meio, formando dois lobos ou folíolos,
que a assemelham a uma pata de bovino. Seus frutos são legumes - ou vagens - achatados e
deiscentes (LORENZI & MATOS 2002). Possui porte médio, até 10 metros de altura,
presença de folhas grandes, copa de largura moderada e flores com bom aspecto visual.
A pata-de-vaca apresenta boas características paisagísticas, sendo por isso,
amplamente utilizada na arborização urbana. É uma espécie de rápido crescimento e
recomendada para plantios mistos destinados a recuperação de áreas degradadas. É
também largamente utilizada na medicina popular como diurético e em casos de diabetes,
visto que possui propriedades hipogliceminantes, comprovada através de diversas
pesquisas na área farmacológica.
A observação acurada da época ideal para a colheita das sementes é uma tarefa
imprescindível, pois o grau de maturação fisiológica e sanidade das sementes são fatores
limitantes para se obter uma boa germinação (POPINIGIS, 1977). A interferência dos
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patógenos associados às sementes pode promover a redução da população de plantas, a
debilitação das mesmas e o desenvolvimento de epidemias (MENTEN, 1991). O teste de
sanidade tem como objetivo determinar a condição sanitária de um lote de sementes,
fornecendo informações para programas de certificação, serviços de vigilância vegetal,
tratamento de sementes, melhoramento de plantas e outros (MACHADO, 2000). Sendo
assim o teste de sanidade é de fundamental importância tanto nos programas de quarentena
quanto no sistema de produção de semente melhorada. Esses testes devem fornecer
informações confiáveis acerca da qualidade sanitária da semente destinada à semeadura ou
aos serviços de quarentena (HENNING, 2004).
Na área florestal brasileira, poucos estudos têm sido feitos sobre a transmissão de
fungos por sementes (SANTOS et al., 2000). A crescente importância, em diversas áreas,
sobre a pata-de-vaca torna necessário que estudos sobre detecção de patógenos em
sementes sejam conduzidos a fim de garantir a sanidade e a identificação de patógenos
associados às suas sementes. Desta forma, este trabalho teve como objetivo avaliar a
qualidade sanitária de sementes de B. forficata.
MATERIAL E MÉTODOS
Os frutos de B. forficata foram coletados, antes da deiscência, direto em plantas da
arborização urbana do município de Vitória da Conquista, BA. O teste de sanidade foi
realizado no Laboratório de Fitopatologia, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB no campus da referida cidade.
Primeiramente, os frutos foram beneficiados para a obtenção de sementes, gerando
um lote de onde se retirou 100 sementes, que foram submetidas a um pré-tratamento para
desinfecção em solução de hipoclorito de sódio a 1% por um minuto e solução de álcool
70% por um minuto, e em seguida lavadas em água destilada e secas em papel toalha,
sendo essas operações realizadas em câmara de fluxo laminar.
A avaliação da sanidade foi feita utilizando-se o “Blotter-test”, acondicionando-se
100 sementes de B. forficata em 04 placas de Petri de 150mm, contendo duas folhas de
papel filtro em cada uma delas, as quis foram umedecidas com quatro mililitros de água
esterilizada. Em seguida, as placas foram incubadas em B.O.D. com temperatura de 25 ± 1
ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por um período de 7 dias.
As avaliações foram feitas utilizando-se microscópio estereoscópico, com o qual se
analisou cada semente, para verificar a presença de estruturas fúngica e, quando
necessário, foram feitas lâminas para observação em microscópio óptico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação sanitária das sementes de B. forficata detectaram-se cinco gêneros de
fungos. As espécies encontradas e suas respectivas incidências estão dispostas na Tabela 1.
A maior porcentagem de infecção se deu pelos fungos dos gêneros Aspergillus e
Penicillium que, segundo citação de Seneme et al. (2006), podem afetar a germinação,
causar perda dos constituintes químicos essenciais e diminuir o crescimento das plântulas.
O Aspergillus niger tem sua patogenicidade confirmada por Mital (1983), sendo prejudicial
à germinação e ao desenvolvimento das plântulas de Cedrus deodora. Estes fatos foram
constatados também em sementes e plântulas de Eucalyptus (hibrido) (MITAL & WANG,
1986). Já Munjal & Sharma (1976) constataram Aspergillus niger e Penicillium sp.
causando danos de pré-emergência em espécies de Pinus.
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Tabela 1. Incidência de fungos (%) associadosàs sementes de frutos de
Bauhinia forficata em Vitória da Conquista-BA. (2009).
FUNGOS
INCIDÊNCIA (%)
Aspergillus Níger
Penicillium sp.
Curvularia sp.
Aspergillus sp.
Cladosporium sp.
Alternaria sp.
24
23
10
9
5
2
Segundo Carneiro (1986), Curvularia sp. e Alternaria sp. são patógenos de várias
culturas e causam podridão de sementes, desfolhamento e curvatura de ponteiros em
mudas de espécies florestais. Santos et al (2001), além desses fungos, também observou
Cladosporium sp. associado às sementes de canafístula, timbaúva, coração-de-negro e
pata-de-vaca.
Seneme et al. (2006) detectou os fungos Trichothecium sp., Aspergillus sp.,
Cladosporium sp., Coletotrichum sp., Fusarium sp., Penicillium sp. e Rhizopus sp. em
sementes de Bauhinia variegata, porém não exerceram efeitos na germinação e vigor das
sementes. Para B. forficata, devido à quantidade e incidência de fungos nas sementes, é
necessário a realização de trabalhos para verificar a patogenicidade e os efeitos dos fungos
encontrados na germinação e vigor das sementes.
CONCLUSÃO
Os fungos Aspergillus niger, Aspergillus sp., Penicillium sp., Curvularia sp.,
Cladosporium sp. e Alternaria sp. foram encontrados associados às sementes de Bauhinia.
forficata.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Brasileira, v.11, p.557-566, 1986.
HENNING, A. A. Patologia e tratamento de sementes: Noções gerais. Londrina:
Embrapa Soja, 2004, 51 p. (Embrapa Soja, Documentos 235).
LORENZI, H. & MATOS, F.J.A. Plantas medicinais no Brasil: nativas e exóticas
cultivadas. Nova Odessa, Instituto Plantarum. 2002.
MACHADO, J. da C. Tratamento de sementes no controle de doenças. Lavras:
LAPS/UFLA/FAEPE, 2000. 138p.
MENTEN, J.O.M. Patógenos em sementes: detecção, danos e controle químico.
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MITTAL, R.K. Studies on the mycoflora and its control on the seeds of some Forest trees:
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POPINIGIS, F. Fisiologia de sementes. Brasília: AGIPLAN, 1977. 289p.
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FITOPATOLOGIA, 23.; REUNIÃO DE CONTROLE BIOLOGICO DE DOENÇAS DE
PLANTAS, 6., 2000, Campinas. Programa e resumos. Campinas: Grupo Paulista de
Fitopatologia / Instituto Biológico, 2000. p.221.
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BIOMETRIA E GEMINABILIDADE DE SEMENTES DE Caesalpinia
ferrea Mart. ex Tul (CAESALPINIACEAE)
Arlete da Silva Bandeira1, Kátia Dias Carvalho2, Simone Vieira3, Débora Leonardo dos
Santos4.
1,2,3
Graduanda do Curso de Engenharia Agronômica da UESB, Vitória da Conquista,
BA; 4Professora Adjunta do DCN da UESB, Vitória da Conquista, BA.
E-mails: [email protected]; [email protected]
RESUMO: Sementes de Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul., conhecida como pau-ferro
foram caracterizadas biométrica e fisiologicamente. As sementes foram retiradas de frutos
maduros coletados de matrizes selecionadas no Campus da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista - BA. O experimento foi conduzido no
Laboratório de Biodiversidade do Semi-árido - LABISA. Após o beneficiamento, o lote de
sementes foi avaliado através de medidas de comprimento, largura e espessura,
determinando o teor de umidade, peso de mil sementes e quantidade média de sementes
por quilo. A qualidade fisiológica foi avaliada através da porcentagem e velocidade de
germinação em sementes intactas e escarificadas. Os testes de germinação foram realizados
em caixas tipo Gerbox transparentes utilizando como substrato vermiculita e mantidas à
25ºC. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado. O tamanho médio das
sementes foi de 9,9 mm de comprimento, 6,9 mm de largura e 4,0 mm de espessura.
Sementes intactas tiveram porcentagem de germinação de 3,75 e as sementes escarificadas
81,25%. A escarificação mecânica favoreceu a porcentagem e a velocidade de germinação.
Palavras-chave: Caesalpinia ferrea; biometria; dormência; sementes.
BIOMETRIC AND GERMINATION OF SEEDS OF Caesalpinia ferrea
Mart. ex Tul (CAESALPINIACEAE)
Abstract - Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul., known as ironwood was characterized
physiologically and biometrics. The seeds were removed from ripe fruits collected from
selected matrices of the University Estadual of the Sudoeste of the Bahia, Vitória da
Conquista - BA. The experiment was conducted at the Laboratory of Biodiversity in the
Semi-arid – LABISA. After processing, the seed lot was assessed through measurements of
length, width and thickness determining the moisture content, thousand seed weight and
average amount of seeds per pound. The physiological quality was evaluated by the
percentage and speed of germination in intact seeds and scarified. Germination tests were
performed in gerbox transparent using as vermiculite and kept at 25 ºC. The experimental
design was completely randomized. The average size of seeds was 9.9 mm length, 6.9 mm
width and 4.0 mm thickness. Intact seeds had germination of 3.75 and 81.25% scarified
seeds. Mechanical scarification favored the percentage and germination rate.
Key-words: Caesalpinia ferrea; biometrics; dormancy; seeds.
INTRODUÇÃO
Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul., popularmente conhecida como pau-ferro, pertence
à família Caesalpiniaceae, é uma árvore de grande porte, atingindo cerca 30 metros de
altura, nativa do Brasil com ocorrência na caatinga nordestina. Possui manchas claras nos
troncos, folíolos pequenos, flores amarelas e legumes lisos, duros e aromáticos (RIZZINI,
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1995). É uma espécie de relevante importância econômica, ecológica e medicinal, com
múltiplos usos: as folhas servem para forragem; a madeira muita pesada é aplicada na
construção civil, obras externas e marcenaria; pode ser também utilizada para recuperação
de áreas degradadas e paisagismo. Na medicina natural a madeira é anticatarral e
cicatrizante; a casca é desobstruente; as raízes são debrífugas e antidiarréicas; os frutos têm
propriedades béquicas e antidiabéticas (TIGRE, 1976; DUCKE, 1979; PIO CORREIA,
1984; LORENZI, 1998; BRAGA, 2001).
A caracterização biométrica de sementes pode fornecer importantes informações à
cerca de diferenças entre espécies do mesmo gênero no campo, como ocorre com
Hymenaea courbaril, que tem sementes cerca de duas vezes mais pesadas que as de H.
parvifolia (CARPANEZZINI & MARQUES, 1981). Durante o amadurecimento, as
sementes desenvolvem-se até atingirem a dimensão característica para a espécie, mas
devido às influências ambientais durante a maturação das sementes e da variabilidade
genética entre as matrizes, ocorre variação individual dentro da mesma espécie
(TURNBULL, 1975). A biometria de sementes constitui um instrumento importante para
detectar a variabilidade dentro de populações de uma mesma espécie e está relacionada a
características de estabelecimento e de disseminação de plântulas, além de ser utilizadas
para distinguir espécies pioneiras e não pioneiras em florestas tropicais (BASKIN &
BASKIN, 1998).
Muitas sementes de espécies tropicais, embora sendo viáveis e tendo todas as
condições consideradas adequadas, deixam de germinar. Isso ocorre porque seus
tegumentos duros e impermeáveis impedem a entrada de água e oxigênio, oferecendo alta
resistência física ao desenvolvimento do embrião. Assim, a dormência passa a ser um
contratempo quando as sementes são usadas para cultivo de mudas, em virtude do longo
tempo que leva para ocorrer à germinação, ficando as mesmas sujeitas às condições
adversas (BORGES et al., 1982). A escarificação mecânica é um tratamento eficiente no
rompimento ou abrasão do tegumento da semente, tornando-o permeável, permitindo a
germinação. É uma técnica freqüentemente utilizada e constitui a opção mais prática entre
os procedimentos utilizados para superação da dormência tegumentar. Além de ser um
método de baixo custo, simples e segura, é eficaz para promover uma germinação
acelerada e uniforme. No entanto, deve ser efetuada com muito cuidado para evitar que a
escarificação excessiva possa causar danos ao tegumento e diminuir a germinação
(MCDONALD & COPELAND, 1997).
O objetivo do presente trabalho foi avaliar as características biométricas e a
germinabilidade em sementes de Caesalpinia ferrea, com a finalidade de caracterizar o
lote de sementes utilizadas no projeto.
MATERIAL E MÉTODOS
Frutos maduros de pau-ferro (Caesalpinia férrea Mart. ex Tul.) foram coletados de
matrizes existentes no campus da UESB. Após a coleta, os frutos ficaram armazenados em
ambiente natural, no LABISA, onde os experimentos foram conduzidos. Para a remoção
das sementes foi necessário quebrar os frutos com auxílio de martelo, após o
beneficiamento as sementes foram armazenadas em vidros âmbar na geladeira. Foram
determinados comprimento, largura e a espessura de 100 sementes, com auxilio de
paquímetro digital. A determinação do grau de umidade foi realizada em quatro repetições
de 25 sementes, adotando-se o método de estufa a 105°C, durante 24 horas, conforme
Brasil (1992). O peso de mil foi determinado utilizando-se oito repetições de 100
sementes. Os testes de germinação foram realizados com sementes intactas e escarificadas
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com lixa número 4, até o desgaste do tegumento, no lado oposto à micrópila, atritando o
tegumento sem ferir o embrião. Após a escarificação, as sementes foram semeadas em
caixas tipo Gerbox (11 cm x 11 cm) transparentes, o substrato utilizado foi vermiculita,
previamente esterilizada em estufa a 200C°. A umidade do substrato foi mantida com regas
a cada dois dias. O experimento foi conduzido em câmara de germinação tipo BOD
regulada para temperatura constante de 25ºC e luz branca continua. Os testes de
germinação foram conduzidos em delineamento inteiramente casualizado com dois
tratamentos e quatro repetições de 20 sementes.
A germinabilidade foi avaliada através da percentagem, tempo médio e freqüência
relativa de germinação. O acompanhamento da germinação foi diário, sendo consideradas
germinadas as sementes que apresentaram protusão radicular, o experimento foi finalizado
quando a germinação permaneceu nula por três dias seguidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O lote de sementes de Caesalpinia férrea Mart. ex Tul., coletada no Campus da
UESB em abril de 2009 apresentou teor de umidade de 7,22% e o tamanho das sementes
variou de 8,0 a 11,5 mm de comprimento; 4,0 a 9,1 mm de largura e 3,0 a 5,7 mm de
espessura (Figura 1), sendo que a maioria das sementes apresentou comprimento variando
entre 9,2 a 10,3 mm; largura de 5,8 a 7,9 mm e espessura de 3,6 a 5,7mm. O tamanho
médio das sementes em comprimento, largura e espessura foram 9,9 ±0,6 mm, 6,9 ±0,7
mm e 4,0 ±0,6 mm respectivamente, a massa média de mil sementes foi 183,1±0,18, o que
permite calcular que um quilograma de pau ferro pode conter 5.461 sementes.
40
80
35
70
30
25
20
15
10
B
60
50
Quantidade de sementes
90
Quantidade de sementes
Quantidade de sementes
A
45
60
50
40
30
20
40
30
20
10
5
10
0
0
8,0 - 8,5
8,6 - 9,1
9,2 - 9,7
9,8 - 10,3 10,4 - 10,9 11,0 - 11,5
Comprimento (mm)
0
4,0 - 4,5
4,6 - 5,1
5,2 - 5,7
5,8 - 6,3
6,4 - 7,9
8.0 - 8,5
8,6 - 9,1
Largura (mm)
3,0 - 3,5
3,6 - 4,1
4,2 - 5,7
Espessura (mm)
C
Figura 1. Comprimento (A), largura (B) e espessura (C) de Caesalpinia
ferrea.
A porcentagem de germinação das sementes intactas foi muito baixa (3,75) e das
sementes escarificadas mecanicamente atingiu 81,25% em 13 dias (Figura 2A). A baixa
germinação das sementes ocorre devido a um baixo ganho de água durante a embebição,
uma vez que as sementes de pau-ferro apresentam dormência tegumentar, indicando que
naturalmente poucas sementes germinam logo após a dispersão, e que de alguma maneira o
tegumento deve ser rompido para que ocorra a emergência das plântulas. As sementes com
tegumento impermeável à água que apresentam resistência a germinação, torna-se
indesejável ao manejo agrícola, mas o mesmo é reconhecidamente importante por proteger
a semente das oscilações de temperatura, umidade e da incidência de microorganismos. A
dormência é um processo que impede a germinação em condições desfavoráveis a seu
desenvolvimento, implicando num mecanismo satisfatório à perpetuação das espécies em
seu habitat natural (MOHAMED - YASSEEN et al, 1994).
As sementes intactas iniciaram a germinação no terceiro dia, mas poucas sementes
germinaram. As escarificadas iniciaram a germinação no quinto dia, atingindo o pico
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máximo no sétimo dia e decrescendo lentamente ate o décimo dia. O polígono de
freqüência apresentado na figura 2B, mostra uma distribuição unimodal para as sementes
escarificadas e polimodal para as sementes intactas, indicando que a escarificação promove
a uniformidade da distribuição das germinações, concentrando a maioria no início do
experimento, enquanto que as intactas germinam irregularmente. Na agricultura a
sincronização da germinação é importante para o crescimento homogêneo das plantas,
enquanto que na natureza a distribuição irregular da germinação pode representar uma
vantagem, pois muitas sementes permanecem no banco de sementes do solo e podem
germinar em épocas mais favoráveis para o estabelecimento das plântulas.
A
B
100
100
Frequencia relativa (%)
Germinação (%)
80
60
40
80
60
40
20
20
0
0
0
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Tempo (dias)
9
10
11
12
1
2
3
4
5
13
6
7
8
9
10
11
12
13
Tempo (dias)
Figura 2. Porcentagem de germinação (A) e Polígonos de freqüência relativa (B) da germinação de
sementes de Caesalpinia ferrea escarificadas mecanicamente (▲) n=3 e intactas (■) n=65.
Grus et al. (1984), através da lixação, obteve um alto porcentual de germinação em
um menor período de tempo, para sementes de Caesalpinia leiostachya. Resultados
semelhantes foram obtidos por Barbosa et al. (1996), ao utilizarem a escarificação
mecânica com lixa para superação de dormência de três espécies leguminosas. Entretanto,
Antônio et al. (1985) indicam a escarificação manual com lixa somente para pouca
quantidade de sementes, visto tratar-se de sementes pequenas, de casca dura e escorregadia
e recomendam o uso do método equivalente mecanizado, quando a quantidade de sementes
a ser beneficiada fosse grande.
CONCLUSÃO
O lote de sementes estudado apresentou sementes com tamanho médio de
comprimento, largura e espessura de 9,9 ±0,6 mm, 6,9 ±0,7 mm e 4,0 ±0,6 mm,
respectivamente. O teor de umidade de 7,22 confirmou que as sementes são ortodoxas.
Para avaliar o vigor e viabilidade das sementes através da porcentagem de germinação, é
recomendada a utilização de tratamento para quebra da dormência. A escarificação
mecânica foi um tratamento eficaz na quebra de dormência, favorecendo a porcentagem e a
velocidade de germinação.
REFERÊNCIAS
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Quebra de Dormência em Sementes de Galactia spp. Campo Grande: EmbrapaCNPGC, 1985. 5p. (Comunicado Técnico nº 29).
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CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO SOLO
DA RESERVA FLORESTAL DO POÇO ESCURO/BA
Risely Ferraz de Almeida1, Vinícius Santos Sousa1, Carlos Henrique Farias Amorim2,
Luciana Gomes Castro2
1
Graduando do curso de Agronomia da UESB, Vitória da Conquista/BA;
2
Professor Adjunto da UESB/DEAS, Vitória da Conquista/BA
e-mails: [email protected], [email protected]
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar os atributos químicos da camada
superficial e as quantidades de matéria orgânica da Reserva do Poço Escuro, município de
Vitória da Conquista/BA. A área foi dividida em três parcelas nas quais foram coletadas 68
amostras, distribuídas aleatoriamente, as amostras foram homogeneizadas em amostras
compostas. As mesmas foram analisadas no Laboratório de Química do Solo da
Universidade Estadual da Bahia/UESB. Concluiu-se que a reserva possui o solo infértil,
apresentando teores altos de alumínio, porém a ação de toxidez deste não afeta a floresta,
graças a ação da material orgânica que tem a habilidade em formar complexos estáveis do
Al.
Palavras-chave: química do solo; reserva; matéria orgânica.
ABSTRACT: The objective of this study was to evaluate the chemical properties of the
surface layer and the quantities of organic material in the Poço escuro reserve, located in of
Vitoria da Conquista / BA. The area was divided into three portions in which 68 samples
were collected, randomly distributed, the samples were homogenized in composite
samples. The samples were analyzed at the Laboratory of Soil Chemistry at UESB. It was
concluded that the reservation has the soil infertile, with high levels of aluminum, but the
action of this toxicity does not affect the forest, through the action of organic material that
has the ability to form stable complexes of Aluminum
Key-words: soil physics; reserve; organic residue.
INTRODUÇÃO
A fertilidade do solo é capacidade da manutenção de nutrientes para a planta
através da absorção dos elementos essenciais. O pH é um dos fatores que altera a
disponibilidade de elementos como Cálcio, Magnésio e fósforo do solo-planta alem de
tornar disponível o Alumínio que é altamente tóxico para a planta. Segundo
MALAVOLTA (1985).
Localizada no perímetro urbano do município de Vitória da Conquista, Sudoeste da
Bahia, a Reserva do Poço Escuro possui uma área protegida por Lei (Vitória da Conquista,
1999), com 17 hectares de Mata Ciliar, abriga a nascente do Rio Verruga, afluente do Rio
Pardo, e a única mata remanescente na zona urbana caracterizada por um bioma próprio de
cobertura vegetal típica de transição entre a Mata Atlântica e a Caatinga, localmente
conhecida como Mata de Cipó (FAM, 2009; LOUREIRO, 2008).
Devido a sua beleza da paisagem natural e diversidade biológica (vegetal e animal) o
local oferece momentos de tranqüilidade e contemplação da natureza. Fatos que atraem,
além da comunidade, a atenção de estudantes e pesquisadores do entorno e região
(OLIVEIRA et al., 2006; SILVA, 2007).
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A crescente mobilização de pesquisadores, ambientalistas, órgão de proteção e
políticos locais, buscando alternativas que garantam a proteção da reserva, uma vez que
esta possui valore ambientais, histórico e cultural. Desta forma, o presente trabalho tem o
objetivo de apresentar algumas características químicas, macro e micronutrientes, pH e
matéria orgânica, da superfície do solo da Reserva do Poço Escuro.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado na Reserva do Poço Escuro, em uma área de 17 ha. Esta se
localiza na região central do município de Vitória da Conquista/BA, entre as coordenadas
14º50’S e 14º50’W. Efetuaram-se análises físicas da superfície do solo que foram
confrontadas com o levantamento exploratório de variações de altitude na Reserva. A
amostragem de solo nas camadas de 0-10 cm e de 10-20 cm, foram georreferenciadas por
meio do aparelho GPS Garmin Etrex HCx, seguindo um caminhamento aleatório desde a
porção superior até a mais inferior das encostas da Reserva, percorrendo toda sua extensão,
totalizando 34 unidades experimentais e 68 amostras. Em cada local amostrado também foi
medida e registrada a altura do horizonte orgânico, também chamado de serrapilheira, com
auxílio de régua.
As análises químicas foram realizadas no Laboratório de Química do Solo, da
Universidade do Sudoeste da Bahia/UESB, Vitória da Conquista. As amostras foram
divididas em três grupos, levando em consideração as características do local, cada um foi
homogeneizado em amostras compostas –A1, A2 eA3-, e foram feitas as determinações do
pH (SMP), Ca, Mg e Al (KCl) e K, P e H (N/C) todas as metodologias preconizadas pela
EMBRAPA.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados das análises químicas de ambas as do solo encontrados na Tabela 1
permitem determinar que o solo da Reserva Poço Escuro tenha caráter álico, uma vez que
os valores de alumínio representam mais de 50% da CTC efetiva do solo. No entanto as
plantas não apresentavam sintomas de intoxicação.
A matéria orgânica tem acentuado efeito sobre a fertilidade do solo. Sendo fonte de
nutrientes, principalmente N, S e P, além de possuir cargas elétricas de superfície e
contribuir para a capacidade de troca de cátions, 20 a 70% na maioria dos solos tropicais
(Meurer, 2006). Esta exerce tamanha função no solo da Reserva, pois o solo apresenta
baixos teores de bases, cálcio, magnésio, aliados os altos teores de alumínio e íons de
hidrogênio, conferindo valores bastante elevados de acidez, ou seja, pH baixo. Foi
observado que o fósforo apresentou concentrações médias, valores superiores aos solos
brasileiros que são pobre neste nutriente, provavelmente por ação da matéria orgênica.
Evidenciando que as substancias húmicas tem a habilidade em formar complexos estáveis
do Al com os grupos funcionais que contem oxigênio, como fenóis, ácidos carboxílicos
(Vance et al, 1995; Cambry,2004).
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Tabela 1: Valores dos atributos químicos do Solo da Reserva do Poço Escuro, Vitória da
Conquista - BA.
Características Químicas
A1
A2
A3
pH (SMP)
4,7
4,6
4,3
9
8
10
0,14
0,12
0,1
0,7
0,7
0,6
Magnésio (cmolc.dm )
0,5
0,5
0,6
Alumínio (cmolc.dm-3)
2,8
3,4
4
16,8
18,5
24,5
1,34
1,32
1,3
4,14
4,72
5,3
CTC (cmolc.dm )
17,94
19,82
25,8
Saturação por bases (%)
7,47
6,66
5,04
Saturação por alumínio (%)
67,63
72,03
75,47
6,82
6,59
6,92
Fósforo (mgc.dm-3)
-3
Potássio (cmolc.dm )
-3
Cálcio (cmolc.dm )
-3
-3
Al + H (cmocc.dm )
-3
Soma das bases (cmolc.dm )
-3
CTCe (cmolc.dm )
-3
-3
Matéria ongânica (g.dm )
O solo da Reserva apresentou índice de bases trocáveis (%V) baixos,
caracterizando-o como distrófico e também valores baixos de Ca e Mg, elementos que
possuem relação direta com o alumínio e o pH do solo, geralmente solo ácidos apresentam
baixos teores destes elementos. De acordo a soma das bases à fertilidade das as três
amostras apresenta um solo infértil, com baixa disponibilidade de elementos essenciais à
planta. Na Figura 1 é possível observar que mais de 70% das cargas positivas do solo é
preenchida por cátions de hidrogênio e mais de 15% de cátions de alumínio, caracterizado
com uma acidez total ou parcial muito alta, o que limita muito a disponibilidade de
nutrientes às plantas.
A1
A2
A3
2,5%
3,5%
2,8%
3,9%
0,8%
Potássio
15,5%
0,6%
76,9%
Hidrogênio
2,3%
2,3%
17,2%
15,6%
Alumínio
Cálcio
0,4%
76,2%
Magnésio
Hidrogênio
Potássio
Alumínio
Cálcio
79,5%
Magnésio
Hidrogênio
Potássio
Alumínio
Cálcio
Figura 1. Distribuição dos elementos H, K, Al, Ca e Mg. (%) nas três amostras compostas.
CONCLUSÃO
Concluiu-se que o solo do Poço-Escuro é distrófico, apresenta grande quantidade de
alumínio, álico, todavia encontra-se imobilizado por ação da matéria orgânica, que confere
a esse solo uma CTC alta. Portanto o que mantém a nutrição das plantas nesse solo é a
reciclagem das plantas.
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Magnésio
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http://www.semmapmvc.com.br/interface/conteudo_local.asp?cod=62.
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VITÓRIA DA CONQUISTA. Decreto Municipal n.º 9.480/99. Vitória da Conquista, BA.
1999.
MEURER, EGON JOSÉ. Fundamentos de Química do Solo 3ª Ed.,
Evangraf, 2006. p. 70 – 72.
Porto Alegre:
AGRADECIMENTOS
À Prefeitura do Município de Vitória da Conquista pela colaboração quanto a liberação da
área para o presente estudo.
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CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DOS SOLOS DO MUNICÍPIO
DE BARRA DA ESTIVA – BAHIA
Dilson Sousa Rocha Júnior(1); Helane França Silva(2); Daíse Cardoso de Souza
Bernardino(3) e Carlos Henriques Farias Amorim(4)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Curso de Engenharia Florestal. Estrada do Bem
Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email: [email protected]
(2)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Curso de Engenharia Florestal. Estrada do Bem
Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email: [email protected]
(3)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia. Estrada do
Bem Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email: [email protected]
(4)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Departamento de Engenharia Agrícola e Solos.
Estrada do Bem Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email: [email protected]
(1)
RESUMO
Com o objetivo de caracterizar quimicamente os solos do município de Barra da Estiva,
Bahia, visando diagnosticar a situação em que se encontram e oferecer subsídios que
possibilitem a recomendação de manejo mais adequado dos mesmos, foram utilizadas 252
amostras de horizontes superficiais de solos do município e encaminhadas ao Laboratório
de Solos do Departamento de Engenharia Agrícola e Solos da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia, as quais foram avaliadas as seguintes características: pH, acidez
potencial (H + Al), alumínio trocável (Al3+), Cálcio (Ca2+) e Magnésio (Mg2+) trocáveis,
potássio (K+) e fósforo (P) disponíveis, CTC efetiva (t) e a pH 7,0 (T), soma de bases (SB),
saturação por bases (V) e saturação por alumínio (m). Os resultados foram avaliados por
meio das seguintes medidas descritivas: média, mediana, desvio padrão, valores máximos e
mínimos e coeficiente de variação. Após a análise dos dados, concluiu-se que predominam
na área estudada solos com reação de média acidez. Apresentaram baixa saturação por
bases (V) e por alumínio (m), médio teor de fósforo, cálcio, CTC efetiva (t) e soma de
bases (SB), e alto teor de potássio, magnésio, alumínio, CTC a pH 7 (T) e acidez potencial
(H + Al). Diferentes graus de variabilidade foram verificados nas propriedades químicas
consideradas.
PALAVRAS-CHAVE
Fertilidade, reação do solo, acidez do solo
SOILS CHEMICAL CHARACTERISTCS FROM
BARRA DA ESTIVA – BAHIA
ABSTRACT
The purpose of this study was the soils chemical characterization from Barra da Estiva,
Bahia, intending to diagnose the real situation that they are found and to present some
support that make possible a correct management recommendation for its soils, it was used
252 samples from soils surface horizons from that city and they were sent to the
Laboratório de Solos of the Departamento de Engenharia Agrícola e Solos from
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. It was valued the following characteristics:
pH, potential acidity (H + Al), changeable aluminum (Al3+), interchangeable bases (Ca2+ e
Mg2+), available potassium (K+), available phosphorus (P), effective CTC (t) and at pH 7
(T), bases sum (SB), base saturation (V) and aluminum saturation (m). The results were
appraised by the following measures: average, median, standard deviation, maximum
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values and minimal values and variation coefficient. After the data analysis, it was deduced
that in the studied area predominates soils medium acidity reaction. The samples revealed
low base saturation (V) and calcium, medium percentage of bases sum (SB), and high
percentage of, phosphorus, potassium, magnesium, aluminum, CTC at pH 7 (T), aluminum
saturation (m) and potential acidity (H + Al). Different variability rates were checked in
the observed chemical properties.
KEYWORDS
Fertility, soil reaction, soil acidity.
INTRODUÇÃO
A fertilidade do solo caracteriza-se por apresentar boas características físicas e
fornecer às plantas os nutrientes que dele são absorvidos em quantidades razoáveis,
convenientemente balanceadas. (MACIEL, 1983).
No estado da Bahia predominam solos ácidos e de baixa fertilidade, cujo
aproveitamento racional, com médios a altos rendimentos, só é conseguido com o emprego
de corretivos e fertilizantes, em quantidades adequadas e variáveis conforme as exigências
específicas de cada cultura e tipo de solo (CORRÊA & MORAES FILHO, 2001).
Segundo Brady (1989) a acidez é um processo natural, característico de solos onde
a ação do intemperismo é mais intensa, sendo comum em todas as regiões onde a
precipitação é suficientemente elevada para lixiviar quantidades apreciáveis de bases
trocáveis do solo.
Para Quaggio (2000), o comportamento diferencial entre culturas quanto ao grau de
tolerância às condições de acidez do solo e resposta à calagem deve ser considerado
quando se pretende racionalizar o uso de corretivos de acidez, uma vez que a dose mais
econômica de calcário depende fundamentalmente da magnitude de respostas das culturas
à prática.
Geralmente, a perda da potencialidade produtiva do solo ocorre devido à baixa
disponibilidade de nutrientes no solo e à elevada concentração de alumínio em solução. A
presença de alumínio tóxico em níveis elevados provoca menor crescimento e
engrossamento das raízes (TAYLOR, 1988).
A adoção de certo modelo de recomendação da necessidade e da dosagem de
calcário é inerente às características do solo da região, aliado aos princípios adotados pelos
pesquisadores, para eleger o procedimento que mais se adapta às condições de acidez do
local (NOLLA & ANGHINONI, 2004).
A calagem, além de elevar o pH do solo, neutraliza ou reduz os efeitos tóxicos do
alumínio e manganês, fornecem os nutrientes cálcio e magnésio para as plantas, e ainda,
propicia melhor estruturação dos solos e maior desenvolvimento radicular, o que favorece
a disponibilidade e absorção dos outros nutrientes e a maior resistência ao estresse hídrico
(CORRÊA & MORAES FILHO, 2001).
Objetivou-se, com este trabalho, caracterizar quimicamente os solos de Barra da
Estiva, Bahia, visando diagnosticar a situação em que se encontram e oferecer subsídios
que possibilitem a recomendação de manejo mais adequado do mesmo.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente trabalho foi conduzido no município de Barra da Estiva com área de
1.401,979 km², situado a 13°14’ de latitude Sul e 41°02’ de longitude Oeste, região
fisiográfica da Chapada Diamantina (SILVA & AZEVEDO, 2000).
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Foram utilizadas 252 amostras coletadas aleatoriamente, de horizontes superficiais
de solos do município de Barra da Estiva – BA, e encaminhadas ao Laboratório de Solos
do Departamento de Engenharia Agrícola e Solos da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, onde, depois de secas ao ar e classificadas em peneira com malha de 2 mm de
diâmetro, foram analisadas quimicamente.
Os métodos e técnicas empregados na extração e determinação dos elementos de
interesse no estudo, foram desenvolvidas segundo padrões da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária – EMBRAPA (1979).
Para proceder a extração dos macronutrientes foi utilizado um erlenmeyer de 125
ml, onde foi adicionado 10 cm³ de terra fina seca ao ar (TFSA) e 100 ml de solução
extratora, agitando-se por cinco minutos e deixando-a em repouso por uma noite.
A partir disso, foi avaliada a acidez ativa: com auxílio do potenciômetro com
eletrodo combinado esta foi determinada através do pH na suspensão solo-água na
proporção 1:2,5; também foram determinados cálcio (Ca2+), magnésio (Mg2+) e alumínio
trocáveis (Al3+) os quais foram extraídos com solução de KCl 1 mol/l, sendo determinados
por complexação com EDTA dissódico 0,0125 mol/l e titulação com NaOH 0,025 mol/l,
respectivamente; o potássio (K+) e fósforo disponíveis (P) que foram extraídos por solução
Mehlich 1 e procedida à leitura em fotometro de chama e fotocalorímetro,
respectivamente; e o pH SMP o qual foi determinado segundo Raij & Quaggio (1983).
Para análise de solos foram adicionados, então, em frasco plástico de 50 ml, 10 cm3 de
TFSA, 25 ml de solução de CaCl2 0,01 mol/l e 5 ml da solução-tampão SMP, agitando-se
por 15 minutos a 220 rpm em agitador orbital horizontal, após o repouso de uma hora,
procedeu-se a leitura em potenciômetro com eletrodo combinado.
O comportamento das variáveis do solo foi avaliado por meio das seguintes
medidas descritivas: média, mediana, desvio padrão, valores máximos e mínimos e
coeficiente de variação. Avaliou-se também a distribuição de frequência para
acompanhamento gráfico das distribuições das amostras frente aos seus teores.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados químicos dos solos foram comparados segundo padrões de
classificação descritas por Maciel (1983).
Na Tabela 1 é apresentado o resumo das medidas descritivas dos macronutrientes P,
K, Ca, Mg, da acidez ativa e trocável, pH, soma de bases trocáveis (SB), capacidade de
troca catiônica efetiva (t) e potencial (T), e saturação de bases (V) e de alumínio (m).
De acordo com os valores, mínimo (3,30) e máximo (8,20), de pH (Tabela 1),
constatou-se que as amostras de solo apresentaram reação variando de acidez elevada a
elevada alcalinidade. No entanto, de acordo com os valores da média e mediana,
predominam na área estudada, solos com reação de média acidez, quanto a classificação
química de Maciel (1983).
Em relação aos teores de P, foram considerados altos, em relação ao valor médio.
Os teores de K nas amostras de solo variaram de 0,02 a 2,10 cmolc/dm3 (Tabela 1),
sendo classificado como de muito baixo a muito alto. Entretando, a partir dos valores da
média e mediana, o teor de K foi considerado alto e médio, respectivamente.
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Tabela 1 – Dados descritivos das propriedades químicas de 252 amostras de solo do
município de Barra da Estiva - BA.
pH
Medida
Média
P
K+
Ca2+
Mg2+
Al3+
H+
SB
t
T
(H2O) mg/dm3 _______________ cmolc/dm3 _______________
5,25
V
m
___ % ___
16,80
0,30
1,88
1,08
1,16
5,89
3,27
4,42
10,31 35,68 28,59
Mediana 5,10
5,00
0,24
1,60
0,90
0,60
4,85
2,96
4,02
8,87
33,08 18,73
D.P.
29,36
0,25
1,46
0,71
1,45
3,77
2,21
1,90
4,55
22,90 28,05
Máximo 8,20
170,00
2,10
8,20
5,80
7,10
21,00 13,66 13,66 29,16 89,73 88,77
Mínimo
3,30
1,00
0,02
0,10
0,20
0,00
0,90
C.V. %
14,15
174,77
82,21
77,58 65,25 125,21 64,01 67,57 43,06 44,07 64,18 98,10
0,74
0,34
1,57
3,84
3,26
0,00
D.P. = Desvio Padrão; C.V. = Coeficiente de Variação
Os teores de cálcio trocável foram considerados como baixos e os de magnésio
apresentaram nível bom para os solos avaliados, conforme a classificação descrita por
Maciel (1983), embora tenha ocorrido uma grande amplitude de variação, como pode ser
observado pelos valores máximo e mínimo (Tabela 1).
Mediante os valores mínimo (0,00 cmolc/dm3) e máximo (7,10 cmolc/dm3) de Al,
foram classificados de baixo a alto os seus teores. De acordo a média dos solos analisados,
o teor de Al foi considerado alto, evidenciando a necessidade da correção da acidez antes
da implantação das culturas.
Para a CTC a pH 7, foi classificada como alta, mediante valor médio. A
característica soma de bases (SB) foi classificada como média, apresentando uma saturação
por bases classificada como baixa, reforçando a necessidade da prática da calagem nos
solos analisados.
CONCLUSÃO
A partir dos dados obtidos na área estudada, é possível afirmar quanto à
classificação química, a predominâcia de solos com reação de média a elevada acidez,
indicando presença de alumínio e deficiência de bases trocáveis. Para tanto, faz-se
necessário a utilização adequada de calcário, a fim de neutralizar o alumínio, elevar o pH,
fornecer cálcio e magnésio e melhorar as disponibilidades dos nutrientes essenciais ao bom
desenvolvimento vegetal.
Com isso, é evidente a grande importância do conhecimento da variabilidade das
propriedades químicas do solo, principalmente para definir o manejo mais adequado a ser
utilizado na área de estudo.
REFERÊNCIAS
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Brasileira de Ciência do Solo, v.6, p.89-93, 1982.
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Janeiro: Embrapa-SNLCS, 1979. 255p.
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Faculdade de Agronomia e Zootecnia Manoel Carlos Gonçalves, 1983. 26p.
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Brasil. Revista Ciências Exatas e Naturais. Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
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CARACTERIZAÇÃO BIOMÉTRICA DAS SEMENTES DE Spondias
tuberosa arruda (umbu)
Kátia Dias Carvalho1, Arlete da Silva Bandeira 1, Rita de Cássia Silva Carneiro2, Débora
Leonardo dos Santos3.
1
Graduanda do Curso de Engenharia Agronômica da UESB, Vitória da Conquista, BA;
2
Engenheira Agrônoma, mestranda em Agronomia pela UESB, área de concentração em
Fitotecnia, Vitória da Conquista, BA;
3
Professora Adjunta do DCN da UESB, Vitória da Conquista, BA.
e-mails:
[email protected]
[email protected]
RESUMO: Uma das principais características do semi-árido nordestino é a escassez de
recursos naturais assim como de água. No entanto algumas plantas conseguem sobreviver e
produzir em diversas áreas dessa região, entre estas se encontra o umbuzeiro, (Spondias
tuberosa Arruda), frutífera nativa de grande importância socioeconômico e ambiental. O
objetivo deste trabalho foi a caracterização biométrica das sementes de umbu no intuito de
subsidiar futuros trabalhos relacionados à espécie. Determinou-se medidas de
comprimento, largura, espessura, teor de umidade, peso de mil e número de sementes/kg.
O comprimento variou de 1,94 a 2,92; a largura de 1,25 a 2,28 e a espessura de 0,53 a 1,89;
sendo que a media foi de 2,34, 1,75 e 1,44cm para comprimento, largura e espessura
respectivamente. O peso de mil sementes foi de 2105,4 g, um quilograma contem 474,97
sementes e o teor de umidade foi de 6,81%.
Palavras-chave: umbu; sementes; biometria;
ABSTRACT: One of the main features of the semi-arid region is the scarcity of natural
resources like water. However some plants can survive and produce in various parts of the
region, among these is the umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda), native fruit of major
socio-economic and environmental. The objective of this study was to characterize
biometric seeds of unripe (Spondias tuberosa Arruda) in order to support future work
related to the species. Determined measures of length, width, thickness, moisture content,
weight of thousand and the number of seeds per kg. The length ranged from 1.94 to 2.92,
the width of 1:25 to 2:28 and thickness of 0.53 to 1.89, while the average was 2.34, 1.75
and 1.44cm in length, width and thickness respectively. The thousand seed weight was
2105.4 g, the number of seeds / kg was 474.97, and the moisture content is 6.81%.
Word-keys: umbu, seed, biometrics
INTRODUÇÃO
Uma das principais características do semi-árido nordestino é a escassez de recursos
naturais assim como de água. No entanto algumas plantas conseguem sobreviver e
produzir em diversas áreas dessa região, entre estas se encontra o umbuzeiro, (Spondias
tuberosa Arruda), frutífera nativa de grande importância socioeconômico e ambiental. Essa
xerófila pertence à família Anacardiaceae e seus frutos são fonte de alimentação para os
habitantes e animais da caatinga. Ainda durante a florada as flores alimentam inúmeras
abelhas e vespas que habitam na região. Todavia, a ocorrência de plântulas de imbuzeiro é
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pouco registrada o que põem em risco a sobrevivência desta planta e a sua contribuição
para a região. (CAVALCANTI, 2006).
Segundo Oliveira e Pereira, (1984) o conhecimento da morfologia das sementes é
imprescindível para a identificação e certificação do material empregado nas análises de
sementes. Além disso, esses conhecimentos podem auxiliar na conservação da fauna e da
flora e colaborar nos estudos de sucessão ecológica e regeneração dos ecossistemas
(BELTRATI, 1994). A caracterização biométrica de sementes pode ser fonte para
diferenciar espécies de mesmo gênero e até mesmo variedades diferentes.
Na natureza, diversos fatores contribuem para a variabilidade da forma e tamanho de
frutos e sementes (AMARO et al., 2006). Vários autores ressaltam a importância dos
caracteres estruturais externos e internos dos diásporos vegetais, uma vez que o tamanho
dessas estruturas é indispensável para que se possa conhecer melhor determinada espécie
(RAVEN et al., 1996).
O objetivo deste trabalho foi a caracterização biométrica das sementes de umbu
(Spondias tuberosa Arruda) no intuito de subsidiar futuros trabalhos relacionados à
espécie.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Biodiversidade do Semi-árido LABISA,
na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. As sementes utilizadas no trabalho foram
provenientes de frutos maduros coletados no chão ou na parte aérea da árvore, em
fevereiro de 2009 na zona rural de Caraíbas. A coleta foi manual, aleatória e de varias
matrizes. Em seguida os frutos foram postos num balde com água para fermentação, e
retirados a polpa para extração das sementes. Após isso foram secadas ao sol e levadas ao
laboratório, onde foram armazenas em vasilhas plásticas na geladeira.
Biometria das sementes: Foram utilizadas 100 sementes. O comprimento, a largura e
a espessura das sementes foram determinados com auxílio de um paquímetro digital com
precisão 0,1; sendo o comprimento medido do ápice até a base, e a largura e espessura
medidas na linha mediana da semente, conforme metodologia de Ferreira et al., (2001), os
resultados foram expressos em cm.
Determinação do Peso de mil sementes: Foram retiradas aleatoriamente oito amostras
de 100 sementes cada. Logo após calculou-se a média das amostras e o peso/Kg.
Determinação do Grau de umidade: Segundo BRASIL (1992), utilizando 4 amostras
com 20 sementes secas em estufa à 105ºC por 24 horas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As sementes de umbu apresentaram valores médios para comprimento, largura e
espessura, de 2,34; 1,75 e 1,44 cm, respectivamente (Tabela1). Sendo que o comprimento
variou de 1,94 a 2,92, a largura de 1,25 a 2,28 e a espessura de 0,53 a 1,89. Em
comprimento, a maior parte das sementes se encontra no intervalo de 2,11 a 2,4; em
largura de 1,71 a 1,9; e em espessura no intervalo de 1,31 a 1,6.(Figura1). Resultados
semelhantes foram encontrados por Amaral et.al., (2007) em sementes da mesma espécie.
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A
30
Frequencia (%)
25
20
15
10
5
0
Comprimento (cm)
B
30
Frequencia (%)
25
20
15
10
5
0
Largura (cm)
C
35
Frequencia (%)
30
25
20
15
10
5
0
Espessura (cm)
Figura 1. Comprimento (A), largura (B) e espessura (C) de sementes de Spondias tuberosa.
O peso de mil sementes foi de 2105,4 g, e o número de sementes/kg foi de 474,97,
sendo que o desvio padrão foi de 10,38g. Já o teor de umidade foi de 6,81% com desvio
padrão de 1,76%, como indicado na Tabela 1.
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Tabela 1. Valores médios e desvio padrão de algumas características de Spondias
tuberosa Arruda
Característica
Massa de 100 sementes(g)
Peso de mil (g)
Nº de sementes/kg
Teor de umidade
Comprimento
Largura
Espessura
Media
210,54
2105,4
474,97
6,81
2,34
1,75
1,44
Desvio Padrão
10,38
1,76
0,21
0,19
0,18
CONCLUSÃO
As sementes de umbu apresentam comprimento de 2,34; 1,75 de largura e 1,44cm de
espessura. Sendo que o peso de mil sementes foi de 2105,4g; o número de sementes/kg foi
de 474,97; o peso médio de cada semente é de 2,10 g e o teor de umidade é de 6,81%, que
mostra que a semente é ortodoxa, podendo ser armazenada.
REFERÊNCIAS
AMARAL, V.B.; SOUZA, S.C.A.; MORAIS, F.; BARBOSA, C.M.; SALES, H.R.;
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In: VIII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL, Caxambu-MG. Anais..., Minas
Gerais: 2007.
AMARO, M. S.; FILHO, S M.; GUIMARAES, S. M.; TEÓFILO, E. M. Morfologia de
frutos, sementes e de plântulas de janaguba (Himatanthus drasticus (Mart.) Plumel. –
Apocynaceae). Pelotas, Brasil. Revista Brasileira de Sementes, v.28, 2006.
BELTRATI, C.M. Morfologia e anatomia de sementes In: CURSO DE PÓSGRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS, ÁREA DE BIOLOGIA VEGETAL.
Apostila. Rio Claro: Departamento de Botânica / Instituto de Biociências / UNESP, 1994.
112p.
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Brasília: SNDA/DNDV/CLAV, 1992. 362p
CAVALCANTI, N. de B.; RESENDE, G.M.; DRUMOND, M.A. Período de Dormência
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OLIVEIRA, E.C.; PEREIRA, T.S. Myrtaceae: morfologia da germinação de algumas
espécies. In: CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA, 2., 1984. Porto Alegre.
Anais... Porto Alegre: SBB, p.501-520
RAVEN, P.H; EVERT, R.F.; EICHHORN, S.E. Biologia vegetal. 6.ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan S/A, 2001. 928p
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CARACTERIZAÇÃO DO COMÉRCIO MADEIREIRO NA CIDADE
DE SEABRA – BA
Poliana Coqueiro Dias¹, Alcides Pereira Santos Neto², Mariana de Carvalho Aguiar Ribas²,
Giovanni Correia Vieira²
¹Mestranda em Ciência Florestal, UFV, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n Campus
Universitário, CEP: 36570-000, VIÇOSA – MG. ²Discente do Curso de Engenharia
Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória da Conquista – BA.
RESUMO: O presente trabalho apresenta o perfil da comercialização dos produtos
madeireiros do município de Seabra, localizado na região da Chapada Diamantina, no
estado da Bahia. A cidade apresenta pleno desenvolvimento econômico e social, fazendose necessários a utilização de materiais cuja origem é a árvore. Por meio da aplicação de
questionários, percebeu-se um elevado número de funcionários, em relação ao início da
atividade comercial, assim como uma a comercialização de diversas espécies, oriundas
principalmente do estado do Pará. Evidencia-se a necessidade de utilização de florestas
plantadas e manejadas adequadamente, para que se minimize impacto às florestas nativas.
As empresas mostram-se interessadas em consumir madeiras originadas de plantios
homogêneos, alegando, entretanto, ausência de orientação para realizarem tal atividade.
ABSTRACT: This paper presents the profile of the marketing of wood products in the city
of Seabra, located in the Chapada Diamantina, in Bahia state. The city has full economic
and social development, making it necessary the use of materials whose origin is the tree.
Through questionnaires, we noticed a large number of employees at the start of
commercial activity, as well as the marketing of various species, mostly from the state of
Pará This study highlights the need for use of planted forests and appropriately managed,
so that they minimize impact to native forests. The companies express an interest in
consuming timber originating from homogeneous stands, saying, however, no guidance to
carry out such activity.
Palavras-chave: Setor madeireiro; Comercialização de produtos madeireiros;
Industrialização de produtos florestais.
INTRODUÇÃO
O setor florestal possui uma grande importância como fornecedor de energia ou
matéria-prima para a indústria da construção civil e de transformação, apresentando no
Brasil, características mais singulares em razão do país contar com recursos florestais
abundantes (BUAINAIN & BATALHA, 2007). Assim, o consumo de madeira para uso
industrial no Brasil passou de 66 milhões de metros cúbicos (m³), em 1990, para 156
milhões de m³, em 2006. Carvalho et al. (2006) consideram que as principais
características da indústria madeireira brasileira são: grande número de pequenas unidades
de produção, localização geográfica bastante descentralizada, as tecnologias e
equipamentos utilizados são nacionais, geralmente remunera atributos de qualidade e têm
baixos investimentos anuais, além de possuir carência de mão-de-obra qualificada.
O objetivo deste trabalho foi realizar um diagnóstico sobre perfil do setor
madeireiro da cidade de Seabra - Bahia, baseado na comercialização dos produtos de
origem madeireira através da identificação e descrição dos pontos comerciais registrados e
em atividade no ano de 2008.
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As informações referentes ao diagnóstico da atividade comercial de madeiras foram
levantadas no município de Seabra – BA. Localizada no centro do estado da Bahia e às
margens de importante rodovia federal (BR-242), a cidade de Seabra consolidou-se como o
mais importante centro regional da Chapada Diamantina, tornando-se sede das
representações locais dos órgãos governamentais. O município conta também com a
maioria dos estabelecimentos prestadores de serviços, industriais, comerciais e financeiros
da região.
O presente estudo foi realizado em seis empresas regularizadas e cadastradas na
atividade que envolve a comercialização de produtos madeireiros seja na transformação
primária, secundária ou no beneficiamento e produção de peças para diferentes finalidades.
Os dados foram obtidos por meio de entrevista e preenchimento de um questionário
sistemático, o qual possuía um conjunto de dados referentes aos processos e procedimentos
adotados pela empresa, bem como, a sua movimentação visando à comercialização dos
produtos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com os dados obtidos através dos questionários sistemáticos preenchidos junto aos
proprietários ou responsáveis pelos pontos comerciais, pode-se observar uma expansão na
geração de empregos diretos associados ao mercado madeireiro, onde no início da
atividade havia, em média, três funcionários, e atualmente há, em média, 16 funcionários o
que corresponde um aumento de 400% no número de funcionários.
Nos estabelecimentos madeireiros estudados, 50% trabalham com madeira serrada
e 50% com movelaria, sendo que os produtos comercializados compõem-se de produtos
com alto valor agregado (portas, janelas, caixotes, etc.) sendo comercializados em 100%
dos pontos comerciais. A madeira serrada para construção civil é utilizada em 66,66% dos
estabelecimentos consultados, os compensados são utilizados em 50% dos
estabelecimentos, já os laminados são comercializados em menos pontos comerciais
(33,33%). Quanto à origem destes produtos verificou-se que a madeira serrada,
compensados e os laminados são advindos 100% do Estado do Pará, já os produtos com
alto valor agregado (portas, janelas, caixotes, etc.) 50% vem Estado do Pará e 50% da
Bahia. Devido a grande distância existente entre os pontos comerciais e o local de origem
da matéria-prima o custo com transporte acaba onerando o custo final dos produtos para os
consumidores. Em 100% dos pontos comerciais a matéria-prima é transportada via
transporte rodoviário, sendo que 70% dos estabelecimentos alugam veículos para efetuar o
transporte da madeira e em 30% a madeira é transportada por veículos das próprias
empresas.
De acordo com os estabelecimentos entrevistados os consumidores dos produtos
finais são a construção civil, marcenarias e varejo, sendo que 50% dos produtos
comercializados são destinados ao consumo dos moradores da própria cidade e os 50%
restantes são vendidos para os consumidores da região. Dentre os itens que preocupam os
comerciantes estão a oferta de matéria-prima, custo da matéria-prima e defeito no produto
comercializado. No entanto, com a intenção de oferecer produtos de melhor qualidade para
os consumidores 66,66% dos comerciantes pretendem investir com a utilização de recursos
próprios na melhoria da qualidade de seus produtos principalmente, na compra de
equipamentos que conferem melhor acabamento.
O custo médio do m³ da madeira, incluindo o valor do frete, para o consumidor
final em Seabra é de R$ 230,00. O consumo de madeira em 2008 nos estabelecimentos
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consultados somou 993m³ e segundo 66,66% dos comerciantes se houvesse maior
disponibilidade de madeira, as mesmas seriam vendidas. O consumo previsto até o final de
2009, não supera àquele obtido no ano anterior, e para os proprietários, a maior dificuldade
está relacionada à obtenção da matéria-prima e em virtude da regularização da
documentação para a compra e transporte, a fiscalização, necessidade de mão-de-obra,
preço, acesso e distância da origem. De acordo com 66,66% dos entrevistados em épocas
mais chuvosas (novembro a dezembro) a oferta de matéria-prima é menor devido as
dificuldades de transporte e corte da madeira no local de origem.
Há um equilíbrio na entrada e saída do produto, seja de madeira serrada ou de
produtos industrializados. Estes últimos referem-se principalmente à produção de portas,
esquadrias, caixetas, móveis, laminados, treliças e materiais para construção civil. Para
tanto, foi verificado a presença de um setor de transformação secundária e acabamento,
com a presença de equipamentos como serra circular, torno, lixadeira, furadeira, utilizando
fonte de energia fornecida pela companhia elétrica do Estado.
Dentre as espécies florestais comercializadas estão roxinho (Peltogyne sp.), copaíba
(Copaifera sp.), guajará (Neoxythece sp.), angelim (Dinizia sp.), madeira nova (Pterogyne
nitens), jatobá (Hymenaea courbaril), maçaranduba (Manilkara sp.), eucalipto (Eucalyptus
sp.), pinus (Pinus sp.) e madeira mista (composta por espécies de menor valor comercial e
com propriedades físicas inferiores as demais). O pinus e o eucalipto são utilizados apenas
na composição de laminados e compensados, não sendo utilizados para fins de construção
civil. Pode-se observar que as espécies nativas estão sendo utilizadas em maior quantidade.
A relação custo/benefício é considerada significativa apenas para aquelas espécies nativas
de maior valor em função de suas propriedades tecnológicas e consequente diversidade de
usos e aplicações. Os principais critérios observados na estocagem da matéria-prima estão
relacionados diretamente à limitação de capital e a presença de defeitos que ocorrem na
madeira entre o transporte e o armazenamento. Quanto à comercialização dos produtos,
regulam os preços em função da lei da procura e oferta e utilizam-se dos meios de
comunicação para realizar propaganda.
CONCLUSÃO
O setor de comercialização de produtos de madeira no município de Seabra, tem
como fatores limitantes à sua expansão e incremento de seus produtos, a falta de
fornecimento de matéria-prima de origem local e a falta de informação sobre as
propriedades tecnológicas e possibilidades de utilização da madeira proveniente de
florestas plantadas, bem como, seu manejo e adequação das condições de armazenamento.
REFERÊNCIAS
BUAINAIN, A. M. & BATALHA, M. O. Cadeia produtiva de madeira. Brasília: IICA:
MAPA/SPA, 2007. 84p.
CARVALHO, R. M. M. A.; SOARES, T. S.; VALVERDE, S. R. Setor florestal é destaque
na economia brasileira. Revista da madeira. Curitiba, n.95, 2006.
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CARACTERIZAÇÃO DO CONSUMO DE LENHA NO POLO
CERÂMICO DE IBIASSUCÊ-BA
Gileno Brito de Azevedo1, Glauce Taís de Oliveira Sousa2, Gilmar Correia Silva3
1,2,3
UESB, Vitória da Conquista
e-mails: [email protected]
RESUMO: Ibiassucê, município localizado na região Sudoeste da Bahia, limitando com
os municípios de Caetité, Caculé, Lagoa Real e Rio do Antônio e área de 384 km² vive a
mesma realidade da Caatinga, onde o uso da terra é principalmente para a agricultura e
pecuária, nas quais as áreas são desmatadas para a extração de madeira e lenha. O tipo de
vegetação predominante em Ibiassucê é a caatinga, com presença de algumas áreas que
apresentam transição da caatinga com o cerrado. No município, juntamente com seus
vizinhos Caculé e Caetité, são mais de 200 estabelecimentos que usam a lenha como fonte
de energia para fabricar seus produtos. Só em Ibiassucê, são 11 cerâmicas que utilizam
lenha, e isso, exige uma alta demanda pelo produto com um intenso consumo, para um
município de área geográfica pequena. A realização deste estudo objetivou caracterizar o
consumo de lenha pelo Pólo Cerâmico do município de Ibiassucê-BA. Para tanto, foi
verificada a demanda de lenha pelo Pólo Cerâmico do município; a origem da lenha
consumida; e a produção nos fornos.
Palavras-chave: Madeira; Lenha; Cerâmica.
INTRODUÇÃO
A prática extrativista de produtos florestais, principalmente madeira foi
aumentando a medida que foram surgindo novas atividades econômicas que necessitavam
de madeira, como é o caso da produção de açúcar, das locomotivas a lenha, das cerâmicas,
das siderúrgicas e dentre outras. Conforme Goldemberg & Villanueva (2003), a causa mais
importante do corte das árvores é a necessidade de tornar acessível uma maior quantidade
de terras para a agricultura e pecuária, seguido do uso das árvores para uso comercial pelos
usuários urbanos e industriais, como as cerâmicas e siderúrgicas. Em conseqüência destas
práticas, que pouco se preocupavam com a preservação dos recursos naturais, não há mais
florestas nativa heterogênea suficiente para atender a demanda de madeira e lenha para
todas as finalidades de interesse do homem. Como efeito, a sociedade exige pressa, para
que se plantem árvores de crescimento rápido e que possa ser colhidas o mais rápido
possível (em torno de 6 ou 7 anos de idade) e que possam ser utilizadas imediatamente.
A preferência para atender essa demanda tem sido principalmente por Eucaliptus e
Pinus. Mas há autores, que se manifestam contra esse tipo de prática silvicultural. Quanto
menos se produzem por unidade de tempo e por área plantada, mais áreas rurais serão
exigidas, culminando com desmatamentos e destruição de ecossistemas (DE PAULA
&ALVES, 1997). No semi-árido, a área de cobertura florestal varia de 30 a 50%, e as
terras usadas para fins agrícolas representam apenas de 5 a 10%. As demais terras são
transformadas em pastagens naturais ou vegetação rasteira. No Brasil, de acordo com SÁ
(2006), o Nordeste concentra-se os casos mais graves de degradação ambiental. 70% dessa
região é composta pelo bioma Caatinga (LEAL et al, 2003) e esse bioma tem um potencial
econômico pouco valorizado e encontra-se ameaçado pela exploração extrativista, de
forma irracional, desde o processo de ocupação local, com mais de três séculos de uso
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inadequado da terra, transformando a Caatinga em um dos biomas mais degradados do
Brasil. A Caatinga, com vegetação de rara biodiversidade, vem sustentando a economia da
região Nordeste ao longo dos anos por meio de duas vertentes: a) pelo fornecimento de
energia, onde 33% da matriz energética é obtida de lenha por meio não sustentável, e b)
pelo fornecimento de uma série de produtos florestais não madeireiros.
Ibiassucê, município localizado na região Sudoeste da Bahia, limitando com os
municípios de Caetité, Caculé, Lagoa Real e Rio do Antonio e área de 384 km² vive a
mesma realidade da Caatinga, onde o uso da terra é principalmente para a agricultura e
pecuária, nas quais as áreas são desmatadas para a extração de madeira e lenha. Utilizamse estas áreas durante algum tempo com a agricultura de subsistência e depois as
transformam em pastagens, ou então as usam diretamente para a implantação de pastos,
onde geralmente alguns anos depois passam a terem como cobertura vegetal as “capoeiras”
ou matas secundárias.
O tipo de vegetação predominante em Ibiassucê é a caatinga, com presença de
algumas áreas que apresentam transição da caatinga com o cerrado. No município,
juntamente com seus vizinhos Caculé e Caetité, são mais de 200 estabelecimentos que
usam a lenha como fonte de energia para fabricar seus produtos. Só em Ibiassucê, são 11
cerâmicas que utilizam lenha, e isso, exige uma alta demanda pelo produto com um intenso
consumo, para um município de área geográfica pequena. Segundo dados do Censo
Agropecuário 2006 (IBGE, 2006) no município, no mesmo ano, havia somente 28% de
áreas cobertas por matas e florestas, enquanto que as pastagens chegavam a 36%. Ainda
em 2006, a produção de lenha chegou à ordem de 120 mil m³, que foi consumida nos
estabelecimentos domésticos e pelos estabelecimentos que utilizam a lenha na fabricação
de seus produtos, principalmente as cerâmicas. A realização deste estudo teve como
objetivo caracterizar quantitativa e qualitativamente o consumo de lenha pelo Pólo
Cerâmico do município de Ibiassucê-BA.
MATERIAIS E MÉTODOS
A área de estudos foi o Pólo Cerâmico localizado no município de Ibiassucê,
constituído de 11 cerâmicas, cujos produtos principais são telhas e blocos. Esse município
possui uma área geográfica de aproximadamente 384 km2, localizado na Região Sudoeste
da Bahia.
Inicialmente foi verificado junto ao órgão competente de registro, o endereço de
cada uma das cerâmicas, com a finalidade de não deixar nenhum estabelecimento de
estudo sem ser visitado. Em seguida foi realizada uma visita a cada uma das cerâmicas,
onde foi entregue uma cópia do projeto, explicado a importância do mesmo tanto para os
ceramistas quanto para o desenvolvimento da região. Também foi agendada uma data para
entrevista com o objetivo de observar em loco e para realizar a coleta de dados.
A coleta de dados foi realizada por aplicação de um questionário sistemático,
preenchido por um entrevistador mediante as informações prestadas pelos ceramistas. O
questionário foi composto de questões visando caracterizar quantitativamente e
qualitativamente o consumo de lenha na área de estudo, principalmente quanto a sua
origem.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A média de empregos diretos nos estabelecimentos visitados é de 33,78, sendo o
número mínimo de 15 e o máximo de 72 empregados. A atuação na linha de produção
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concentra-se em dois tipos de produtos, quais sejam: telhas e cerâmicas. No primeiro, a
média é de 214.000 unidades e a segunda, de 141.429 unidades, com tempo médio entre o
enchimento e esvaziamento dos fornos de quatro a oito dias, não havendo estoque de lenha
para produção, sendo, portanto, a aquisição da lenha feita de acordo a necessidade de
consumo.
Para atender a produção, o consumo anual de lenha é de 14.040m3, ressaltando que
uma das onze cerâmicas não apresentou este dado, e que 39% são oriundas de florestas
plantadas pelos próprios ceramistas.
93% informaram que a lenha consumida é proveniente de floresta plantada, oriunda
de municípios como Lagoa Real, Licínio de Almeida, Vitória da Conquista e Barra do
Choça, sendo as duas últimas principalmente de cultivos de café e eucalipto. 7%
representam, portanto, madeiras de florestas nativas, tais como jurema, tatarena, sete
cascas, joão danta e jurema preta, oriundas dos municípios de Lagoa Real, Caculé, Guajerú
e Licínio de Almeida.
Com relação à preocupação com a escassez da matéria-prima e/ou incremento de
produção através de florestas manejadas, observou-se que a ausência de informações
técnicas e presença de assistência, são fatores significativos que interferem no
planejamento e operação dos estabelecimentos.
A aquisição da lenha é basicamente voltada para a demanda imediata na região,
sem perspectivas para incremento da mesma, especialmente por limitação existente na
aquisição da matéria-prima.
Os dados apresentados neste trabalho devem ser considerados com uma margem de
erro, considerando que nem todas as informações prestadas pelos proprietários, podem
corresponder à 100% da realidade.
CONCLUSÃO
- A atividade é responsável pela geração direta de empregos no município,
responsável pelo sustento de famílias de baixa renda;
- O consumo médio anual de lenha está em torno de 14.040 m3, oriundas de
diferentes municípios circunvizinhos;
- 39% da lenha consumida é proveniente de florestas do próprio ceramista;
- A maior parte da matéria-prima é oriunda de florestas plantadas;
- A ausência de planejamento, falta de assistência técnica interferem diretamente
nas operações e produção das cerâmicas.
REFERÊNCIAS
Censo Agropecuário 2006 - Resultados Preliminares. Disponível em: <http:
www.ibge.gov.br/cidadesat/xtras/perfilwindowat.php?codmun=291200>. Acesso em 16 out
2008.
DE PAULA, J.E. & ALVES, J.L.H. Madeiras Nativas. Anatomia, dendrologia,
dendrometria, produção e uso. Fundação Mokiti Okada. Brasília-DF. 1997.
GOLDEMBERG, J. & VILLANUEVA, L. D. Energia, meio ambiente & desenvolvimento,
São Paulo, 2° Edição rev., Editora da Universidade de São Paulo, 226p, 2003.
LEAL, I. R., TABARELLI, M., & SILVA, J. M. C. (ed.). Ecologia e conservação da
caatinga. Vol. 1. Recife, Editora Universitária UFPE. 2003
SÁ, I.B. Ambiente: Teoria e Prática. 2º Reimpressão . Rio de Janeiro, 2006.
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CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA DA MADEIRA DE
Neoxythece elegans (A.DC.) Aubret
Pedro Henrique Alcântara1, Diego Oliveira Rocha1, Lucas Moreno Sousa Nolasco1,
Gilmar Correia Silva1
1
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected]
RESUMO: Para o entendimento do comportamento tecnológico da madeira, em suas
inúmeras aplicações, é fundamental a aquisição de conhecimento sobre as suas
propriedades mecânicas, físicas, químicas e, principalmente, anatômicas. A estrutura
anatômica do xilema secundário das gimnospermas e das angiospermas é rica em detalhes
que muitas vezes revelam características que as tornam absolutamente inconfundíveis. A
observação macroscópica do cerne do xilema secundário é uma técnica eficiente, rápida e
que não utiliza equipamentos de custo elevado. O objetivo do presente trabalho foi
caracterizar a madeira de Neoxythece elegans através da descrição da macroscópica.
Palavras-chave: Anatomia da madeira; Descrição macroscópica; Neoxythece elegans.
INTRODUÇÃO
Os estudos anatômicos de madeiras têm sido realizados na sua grande maioria,
como respaldo e subsídio à taxonomia e em pequena escala relacionados com a fisiologia e
ecologia. Em alguns casos, são puramente anatômicos, ou seja, sem correlacionar as
características anatômicas com as funções biológicas e o uso adequado da madeira
(BURGER & RICHTER, 1991). Atualmente a madeira tem grande valor comercial no
setor moveleiro, com isso é de fundamental importância o estudo de novas espécies que
apresentem as características potenciais para geração de um produto de qualidade.
Zenid & Ceccantini (2007), citam que a identificação de uma árvore depende,
portanto, da disponibilidade dessas características morfológicas. Porém, a presença dos
órgãos reprodutores da árvore é efêmera, o que dificulta, por exemplo, a sua identificação
nos trabalhos de inventário florestal. No processo de extração e de transformação da árvore
em madeira serrada, obviamente, as características morfológicas do vegetal, necessárias
para a identificação, são eliminadas. É nesse contexto que anatomia de madeiras tem
demonstrado ser uma excelente ferramenta alternativa para se obter uma identificação
científica de uma madeira ou árvore, com bom grau de confiabilidade.
A madeira de Neoxythece elegans, popularmente conhecida como guajará-pedra,
abiurana, caramurí, maparajuba do igapó, é uma das principais madeiras utilizadas na
comercialização de produtos industrializados no município de Vitória da Conquista e
região. Pertencente à família Sapotaceae e originária da Região Amazônica, apresenta
como principal atrativo, a durabilidade natural, tonalidade comercial atrativa e resistência
mecânica, o que permite sua utilização como material estrutural e voltado para produção de
peças para uso externo. As características anatômicas da madeira influenciam na qualidade
final do produto, como, por exemplo, nos desenhos, em propriedades ocasionadas durante
e depois do processamento e no acabamento. Deste modo, com o conhecimento correto da
espécie é possível um melhor aproveitamento da madeira com a utilização de técnicas
adequadas e específicas(MARCHIORE, 1984).
A identificação microscópica é um processo preciso, porém apresenta certa
demanda de tempo, onde se confecciona uma lâmina histológica e observa-se a estrutura da
madeira minuciosamente avaliando a estrutura anatômica da madeira. Já a identificação
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macroscópica é um método rápido e seguro, o qual permite a identificação da maioria das
madeiras comerciais, sendo realizada com vista desarmada ou com auxílio de uma lupa
conta-fios (10x), sob a superfície polida nas três seções de corte (MUNIZ & CORADIN,
1992). Assim, o objetivo desse trabalho foi caracterizar a madeira de N. elegans através da
descrição da macroscópica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram utilizadas cinco amostras de madeira da espécie N. elegans, com dimensões
nominais de 5 x 2,5 x 10 cm (largura, espessura e comprimento), provenientes de
diferentes serrarias do município de Vitória da Conquista.
Para a observação da estrutura da madeira fez-se uso, quando necessário, de lupa
profissional de 10 vezes de aumento com escala milimétrica. A análise macroscópica teve
como base as Normas de Procedimento para Identificação de Madeiras do IPT.
Das amostras retiraram-se lascas de madeira no sentido longitudinal, tangencial e
radial para a observação de características como cor e brilho. O brilho foi observado no
plano longitudinal e radial, constatando o contraste com a luz. Ainda no plano longitudinal
identificaram-se os desenhos produzidos pela presença de elementos constituintes do
lenho, anéis de crescimento, agentes biológicos, grã, entre outros. Para a definição da
inclinação da grã, realizou-se a abertura da amostra, no sentido longitudinal.
No corte transversal, detectou-se a resistência ao corte manual, com o auxilio de
estilete. Verificou-se a textura, analisando a dimensão dos poros e visibilidade do
parênquima. Para esta etapa, foi utilizada a lupa, que confirmaria ou não as observações
feitas a vista desarmada.
A massa específica da madeira foi definida através da comparação de pesos com
uma amostra de água de mesmo volume, apenas com o auxilio das mãos. Ainda no plano
transversal observou-se a visibilidade dos anéis de crescimento, a existência ou não de
parênquima, classificando-o de acordo com sua disposição. Da mesma forma realizaram-se
as observações de raios e poros. Os raios foram classificados segundo sua visibilidade,
largura e frequência. Os poros, segundo sua visibilidade, agrupamento e distribuição no
lenho.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir das características gerais da madeira de N. elegans foi observada a cor do
cerne, cuja coloração observada em superfície longitudinal foi classificada como castanho
amarelado a castanho rosado. O contraste de luz no plano longitudinal verificou que os
raios apresentaram brilho moderado tendendo a acentuado. Com relação ao odor, este foi
definido de forma muito moderada a indistinta, não sendo considerado como perceptível.
Para determinar a grã, foi realizada a comprovação nas cinco amostras, sendo
definidas como direita. A textura observada foi média a fina.
A resistência ao corte manual foi considerada grande no plano transversal, podendo
ser considerada como dura. A massa específica, porém, foi considerada como média.
Quanto a visibilidade dos vasos, foi possível observá-los com vista desarmada,
classificados como distintos a olho nu, com diâmetro médio e numerosos.
Com relação à distribuição dos poros, observaram-se os mesmos de forma difusa no lenho,
dispersos de forma aproximadamente uniforme, agrupados de forma diagonal e/ou radial,
dispostos de forma paralela aos raios ou de forma intermediária entre radial e tangencial. A
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maioria dos vasos foram múltiplos e poucos solitários. Apresentaram ainda, obstrução
parcial por tilos.
A espécie apresentou parênquima axial pouco contrastado, visível apenas sob lente
de aumento de 10 vezes, em finíssimas linhas, sinuosas, aproximadas, regularmente
espaçadas e reticuladas.
Os raios parenquimáticos, feixes de células alongados, formados por células
dispostas horizontalmente, orientados do centro para a periferia da árvore, foram vistos
somente com lente de aumento de 10 vezes, como linhas muito finas e frequentes. Quanto
a presença de estratificação, causada pela ocorrência de ordenação dos elementos celulares,
observando-se a seção tangencial percebeu-se a ocorrência de listras horizontais
As camadas de crescimento podem ser mais ou menos demarcadas, ocorrendo
concentricamente nos troncos. Elas demarcam os inícios e as paradas do crescimento das
árvores que são determinados pelas condições ambientais. Para N. elegans foi classificada
sem o auxílio de lupa como indistintas. Todavia observaram-se zonas tangenciais mais
escuras.
CONCLUSÕES
A análise dos resultados obtidos no presente estudo permite concluir que a espécie
apresentara características semelhantes àquelas madeiras comumente classificadas como
potenciais para o mercado moveleiro e da construção civil, especialmente por apresentar
características organolépticas aceitáveis, padrão de cor uniforme, grã direita indicando
maior homogeneidade na sua estrutura mecânica, além da densidade com elevada
resistência ao corte manual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BURGER, L.M. & RICHTER, H.G. Anatomia da Madeira, Editora Nobel, São Paulo
1991.154p.
CORADIN, V.T.R.; MUNIZ, G.I.B. Normas e procedimentos em estudos de anatomia
da madeira: I – Angiospermae, II- Gimnospermae. Brasília. IBAMA, DIRPED, LPF.
19p. 1992. (Série Técnica, 15).
MARCHIORI, J.N.C. Anatomia descritiva da madeira de B Neoxythece elegans. Ciência
e Natura, Santa Maria, v. 9, p. 113-120, 1987.
ZENID, G.J. & CECCANTINI, G.C.T. Identificação Macroscópica de Madeiras. IPT INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO. São
Paulo: IPT, 2007.
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COMERCIALIZAÇÃO DE PRODUTOS MADEIREIROS NO
MUNICÍPIO DE BARRA DO CHOÇA - BA
Mariana de Carvalho Aguiar Ribas1, Alcides Pereira Santos Neto1, Giovanni Correia
Vieira1, Gilmar Correia Silva2
1
Discente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória
da Conquista - BA
2
Docente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04,
Vitória da Conquista – BA.
e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
RESUMO: No Brasil o setor florestal tem se expandido devido à grande demanda, porém
a escassez de matéria-prima que não seja proveniente da mata nativa dificulta o processo
de maior ampliação do setor madeireiro. O município de Barra do Choça caracteriza-se por
sua economia baseada principalmente na cultura cafeeira. Em alguns casos tem-se o
consorcio do café com a grevílea (Grevillea robusta), assim, depois do eucalipto
(Eucalyptus sp.), a grevílea é a espécie mais utilizada na região destinada principalmente
para construção civil e confecção de móveis. Os dados foram obtidos através de
questionários aplicados com os donos dos estabelecimentos que trabalham no setor
madeireiro do município. O consumo de madeira para o ano de 2009 tende a ser menor em
relação ao de 2008, devido a dificuldade de se obter a matéria-prima, além de outros
fatores avaliados.
Palavras-chave: Produtos florestais; Comercialização; Matéria-prima florestal.
INTRODUÇÃO
No Brasil, o setor florestal contribui com uma parcela importante para a economia,
gerando produtos para consumo direto ou para exportação, agregando para economia,
recursos provenientes de impostos, além de postos de emprego e renda, atuando também
na conservação e preservação dos recursos naturais (LADEIRA, 2002).
Contudo, as estimativas sobre o consumo interno de madeira no Brasil revelam o
caráter predominantemente imediatista da exploração florestal já que 300 milhões de m3 de
madeira são consumidos anualmente no país, nos quais 110 milhões provêm de florestas
plantadas e 190 milhões, de florestas nativas. Nota-se com esses dados que as florestas
nativas têm sofrido grandes impactos devido a esse caráter imediatista (TONELLO et al.,
2009).
A importância de saber sobre o perfil da atividade comercial dos produtos
madeireiros de uma região baseia-se na expansão do crescimento do setor florestal que
proporcionam o surgimento de vários segmentos no seu entorno.
Esse trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico do setor madeireiro do
município de Barra do Choça- BA, baseado na comercialização dos produtos de origem
madeireira através da identificação e descrição dos pontos comerciais em atividade no ano
de 2008.
MATERIAL E MÉTODOS
Área de Estudo
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O município de Barra do Choça fica a leste da cidade de Vitória da Conquista,
localizado no Planalto Sul Baiano, mais precisamente sobre a Serra Geral. O município faz
parte da região de clima Tropical Sub-úmido, representando uma área de transição entre o
clima úmido, localizado à leste, e o clima semi-árido, localizado a oeste. Sua economia é
centrada na lavoura cafeeira, que corresponde a 83% da atividade econômica do município
e da ocupação da mão-de-obra (PREFEITURA MUNICIPAL DE BARRA DO CHOÇA,
2009).
Coleta de Dados
O levantamento das informações referentes ao diagnóstico da atividade comercial
de madeiras foi realizado em outubro de 2009. Para o levantamento dessas informações
entrevistou-se os proprietários de oito empresas (serrarias, madeireiras, movelaria,
marcenarias), aplicando-se um questionário contendo questões abordando desde a
caracterização da matéria-prima (origem, transporte), caracterização do processo industrial
(planejamento da produção), caracterização da comercialização (produtos comercializados
e o destino do produto final), e também, informações gerais do mercado madeireiro na
região.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A partir dos dados coletados notou-se que, a maioria dos estabelecimentos que
trabalham no setor madeireiro no município de Barra do Choça estão relacionados
principalmente com a atividade da marcenaria, seguido pelas madeireiras, observando-se
apenas a presença de uma serraria e uma movelaria no município. A marcenaria é o
trabalho de transformação da madeira em um objeto útil ou então decorativo
(WIKIPÉDIA, 2009).
O recurso humano existente nos estabelecimentos é muito restrito numericamente,
sendo que na maior parte do tempo, a mesma pessoa que trabalha no setor administrativo,
trabalha também, no setor industrial e no processamento da madeira. Verificou-se que não
ocorrem mudanças desde a abertura dos estabelecimentos, quanto ao quantitativo de
pessoal contratado devido, principalmente, demanda de serviços e atividades ligadas ao
setor.
Nos estabelecimentos avaliados, a espécie mais trabalhada é o eucalipto
(Eucalyptus sp.) proveniente principalmente da região de Vitória da Conquista, seguido da
grevílea (Grevillea robusta). Isso pode ser compreendido com a análise da figura 1, onde
foi feito o somatório da freqüência de cada individuo, obtendo assim a participação
percentual de cada espécie utilizada. Portanto, as espécies mais utilizadas em termos de
freqüência foi o eucalipto com 25%, seguido da grevílea com 20%. Resultado semelhante
foi encontrado num trabalho realizado na cidade de Londrina- PR, onde 37,5% era
proveniente de Eucalipto e 22,5% grevílea( IPARDES, 1993). O uso de Eucalipto pode ser
explicado devido aos projetos de reflorestamento que vêem sendo executados em áreas
degradadas da região. E a utilização da grevílea pode ser elucidada devido ao consórcio
existente entre grevílea e café, sendo este a principal atividade econômica da região. O
jatobá (Hymenaea courbaril) e jequitibá (Cariniana sp.), também aparecem com relativa
importância, 15% e 10% respectivamente, seguidos por: vinhático, angelim.
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Espécies mais utilizadas no
munícipio de Barra do Choça5%
5% Bahia
5%
5%
5%
5%
10% 15%
Eucalipto
Grevilea
25%
Jatobá
Jequiiiba
Oiti
20%
Maçaranduba
Vinhático
Figura 1 – Espécies mais utilizadas no município de Barra do Choça- Bahia
A Figura 2 ilustra o consumo de madeira em 2008 e o consumo esperado para o ano
de 2009.
400
312,5 m3
300
234,5m
200
3
100
0
Consumo total de madeira em 2008
Consumo esperado de madeira
para 2009
Figura 2. Consumo de madeira em 2008 e o consumo esperado para o ano de 2009 no
município de Barra do Choça – BA.
Pode-se prever com a análise da Figura 2 que o consumo de madeira esperado para
o ano de 2009 teve um decréscimo significativo, isto decorre principalmente do previsto
fechamento da única serraria existente na cidade. Porém nos outros estabelecimentos, notase um avanço no setor, embora um fator limitante para o desenvolvimento do mesmo é
principalmente em virtude da dificuldade de obtenção da madeira que é um fator
preocupante na região, já que essa juntamente com a necessidade de mão-de-obra
qualificada e florestas com baixo volume de madeira constituem em um problema no
trabalho com madeira. Dificuldades essas também mencionadas em estudo do Plano
Nacional de Conservação e Desenvolvimento Florestal (s/d), Santos & Hummel (1987) citado
por Hummel et al. (1994), onde as principais dificuldades citadas foram: mão de obra,
dificuldade de ampliar o suprimento de matéria prima, falta de integração floresta indústria,
baixo aproveitamento de resíduos e subprodutos, falta de modernização, equipamentos
obsoletos, matéria prima de baixa qualidade, baixo rendimento de madeira serrada entre outros.
A qualidade da tora processada influencia as operações de desdobro gerando
madeira serrada com defeitos, principalmente empenamento, rachadura e broca,
especialmente devido ao processo de secagem e estocagem. A estocagem inadequada das
toras resulta em perdas devido aos danos causados por insetos e por rachaduras. Após um
período de estocagem típica, de várias semanas a um mês, aproximadamente 15% do volume
de madeira é danificado por insetos. O rachamento das toras, devido à secagem não uniforme
entre o centro e as extremidades do tronco durante a estocagem, também causa perda de
madeira em algumas espécies diminuindo seu rendimento (VIDAL et al., 1997).
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O processo de industrialização é limitado também, devido à ausência de
capacitação da mão-de-obra qualificada. Em relação a mão-de-obra, Gonçalves (2000)
mostra que a pouca qualificação desta acarreta sérios entraves na produção, tais como queda na
eficiência na entrada e na saída, baixa eficácia, e por isso é sem duvida alguma um fator
limitante já que a utilização de mão de obra com falta de qualificação gera altos índices de
desperdício afetando a lucratividade. Não ocorre a estocagem de madeira pelos
estabelecimentos, percebendo-se certa preocupação dos entrevistados em relação a oferta
da matéria-prima menor no período de chuvas devido as condições das estradas e a
dificuldade de colheita no campo. Sendo o principal destino dos produtos a confecção de
móveis e a construção civil e na comercialização da madeira serrada.
Quanto à expansão da atividade, não foi verificado possibilidades por parte dos
proprietários, o desejo de investir no negócio ou de inovar a produção, devido
principalmente, a falta de matéria-prima e custos decorrentes.
CONCLUSÕES
- Não existe planejamento quanto à expansão na comercialização dos produtos
florestais;
- As espécies mais utilizadas nas madeireiras são Eucalipto e grevílea.
- A principal finalidade da comercialização é na construção civil e confecção de
moveis.
- Fator limitante no desenvolvimento do setor na região é a dificuldade em obter a
matéria - prima.
REFERÊNCIAS
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Reflexão. Revista da Universidade do Amazonas, série Ciências Tecnológicas, nº especial
Manaus/AM, v 2,p 107-113, jan-dez 2000.
HUMMEL, A. C. et al. Diagnóstico do Subsetor Madeireiro do Estado do Amazonas. Série
Estudos Setoriais. Ed. SEBRAE, Manaus/AM, 1994.
IPARDES. Instituto Paranaense de desenvolvimento Economico e Social. Cobertura Vegetal e
consumo de Madeira, lenha e carvão nas microregioes de Londrina, Maringá e Paranavaí:
subsidio pra uma politica florestal no estado do Paraná / Instituto Paranaense de
desenvolvimento Economico e Social. Curitiba: IPARDES, 1993. 44p.
LADEIRA, H. Quatro décadas de Engenharia Floresta no Brasil. Viçosa: Sociedade de
Investigações Florestais, 2002. 207p.
PREFEITURA
MUNICIPAL
DE
BARRA
DO
CHOÇA.
Disponível
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destaque econômico do setor florestal brasileiro. Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP.
VIDAL, E.; GERWING, J.; BARRETO, P.; AMARAL, P.; JOHNS, J. Redução de
Desperdício na Produção de Madeira na Amazônia. Série Amazônia 5. Belém/PA, Imazon,
20p., 199
REVISTA DA MADEIRA. Brasil Começa a Marcar Presença. Ano 3, nº 19, 1994.
WIKIPÉDIA. Marcenaria. Acesso em: 12 de out. de 09 Disponivel em: <
http://pt.wikipedia.org/wiki/Marcenaria
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CONSUMO FAMILIAR EM DIFERENTES CLASSES SOCIAIS DO
MUNICÍPIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA - BAHIA
Mary Anne Assis Lopes de Oliveira¹, Andrêssa Mota Rios Barreto², Anne Mota Vinhas³,
Laís Caetano de Oliveira4,
²Mestre em Desenvolvimento Sustentável Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – Proex, Estrada do Bem
Querer, Km 4 – Caixa Postal 95. ¹Estudantes do curso de Engenharia Florestal, UESB.
[email protected], [email protected], [email protected] ,
[email protected]
RESUMO: Este trabalho foi realizado entre os meses de maio e julho de 2009 no
município de Vitória da Conquista, Sudoeste baiano e caracteriza os resíduos domésticos
gerados por duas classes sociais distintas (média e baixa renda) da cidade de Vitória da
Conquista, assim como apontar a percepção dos mesmos sobre coleta seletiva. Entrevistouse um total de 36(trinta e seis) pessoas, escolhendo como amostra uma rua de cada bairro e
para a obtenção dos dados, aplicou-se um questionário constituído por 12 (doze) tópicos.
Percebe-se também que entre os moradores com renda mais baixa fazem menos coletas
seletivas, além de consumirem mais lixo orgânico, diferentemente daquelas classes com
maior renda familiar.
Palavras-chave: Geração de resíduos; Coleta Seletiva; Consumo sustentável.
ABSTRACT: This study was conducted between May and July 2009 in Vitória da
Conquista, Bahia Southwest and features domestic waste generated by two different social
classes (low and middle income) from the city of Vitoria da Conquista, as well as point to
their perception about collection. We interviewed a total of 36 (thirty six) people, choosing
to sample a street in each neighborhood and to obtaining the data, we applied a
questionnaire consisting of twelve (12) topics. It is also evident that among residents with
lower income are less selective samples, and consume more organic waste, unlike those
classes with higher family income.
INTRODUÇÃO
A criação das cidades e a crescente ampliação das áreas urbanas têm contribuído
para o crescimento de impactos ambientais negativos. No ambiente urbano, determinados
aspectos culturais como o consumo de produtos industrializados influencia diretamente no
meio ambiente (VIOLA, 1987). A problemática dos resíduos sólidos gera bastante
polêmica e preocupação, todavia pode também gerar oportunidades de emprego,
sustentabilidade ambiental e econômica. O lixo doméstico, por sua vez, merece atenção
especial, fazendo-se necessário compreender o que se produz e qual a visão dos residentes
acerca do lixo.
É neste contexto que nasce o presente estudo, o qual visa caracterizar os resíduos
domésticos gerados por duas classes sociais distintas (média e baixa renda) da cidade de
Vitória da Conquista, assim como apontar a percepção dos mesmos sobre coleta seletiva.
MATERIAL E MÉTODOS
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O presente trabalho foi realizado entre os meses de maio e julho de 2009, no
município de Vitória da Conquista, Sudoeste baiano. Para definir as populações
analisadas, utilizou-se o critério de renda por residência, separando dois grupos aqui
definidos como moradores de bairro de classe média (média de quatro salários mínimos) e
classe baixa (média de dois salários mínimos).
Para obtenção dos dados, aplicou-se um questionário constituído por 12 (doze)
tópicos: número de moradores por residência; a casa é própria ou não; sexo do
entrevistado; renda familiar (em salários mínimos); profissão do entrevistado (a); como
analisa questões relativas ao consumo sustentável; existência de coleta seletiva na
residência do entrevistado (a); se considera que há desperdício no consumo (alimento)
doméstico do entrevistado; quem é o responsável pela administração (preparo) dos
alimentos para consumo; qual a percepção sobre o lixo; quanto a casa gera de lixo por dia
(Kg); qual o resíduo (alimento) descartado com mais freqüência (orgânico ou industrial).
Entrevistou-se um total de 36 pessoas, escolhendo como amostra uma rua de cada bairro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Há poucas diferenças acerca da percepção do lixo nas diferentes classes sociais
estudadas. No que tange a coleta seletiva, na classe média 70% dos entrevistados declaram
realizá-la, enquanto na classe baixa 85,5 realizam coleta seletiva. Os dados, quando
comparados com médias brasileiras, chamam atenção, sendo maiores. Isto pode ser
decorrente da existência de cooperativas de reciclagem existentes no município de Vitória
da Conquista. A coleta seletiva que separa o lixo reciclável (vidro, agulhas, latas,
madeiras) ganha cada vez mais espaço entre os mais variados segmentos sociais. O lixo,
visto como resíduo desprezado, passa a ser considerado matéria-prima, podendo ser
transformado e reutilizado pela população.
Das residências com maior renda, 77 % analisam as questões relativas a o consumo
sustentável como significativas, 7% consideram não significativas, e o restante não opinou.
Tais dados não são semelhantes quando se analisa a outra classe: 85,5 % acreditam ser
significativas, e 9% não significativa, sendo 5,5% indiferentes. Tais dados corroboram com
as respostas obtidas a partir do questionamento “de que forma você vê o lixo”, uma vez
que para 100% dos entrevistados da classe média e 95,5% da classe baixa o lixo é visto
como reutilizável, reaproveitável ou reciclável, e apenas 4,5% da classe baixa são
indiferentes.
No entanto, percebem-se maiores diferenças quando se analisa as quantidades e
origem do lixo. Antes, vale informar que as residências de classe média possuem cerca de
três moradores por residência, enquanto a classe baixa tem média de cinco moradores. As
primeiras declaram como resíduo (alimento) descartado com mais freqüência o industrial
(57%), seguido pelo orgânico (43%); enquanto na classe baixa 100% dos resíduos são
principalmente orgânicos. Em termos quantitativos, esta última classe gera menos lixo
(0,360 Kg/pessoa), enquanto a classe média produz 67,9% a mais (0,530 Kg/pessoa) em
relação a classe baixa.
Os resíduos domésticos possuem um potencial muito grande para a reciclagem, pois
contém em sua composição muita matéria orgânica compostável, além de substâncias que
possuem mercado comprador, tais como: papel e papelão, metais ferrosos e não ferrosos,
plásticos e vidros.
CONCLUSÃO
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As diferenças acerca da produção de lixo ficam evidentes ao analisar as duas classes,
como o a quantidade maior de lixo industrializado e maior produção de lixo por pessoa. No
entanto, a percepção a respeito da coleta seletiva e do reaproveitamento de lixo é bastante
similar entre as classes analisas, as quais demonstram interesse em práticas ecologicamente
corretas.
Para tornar o lixo um aliado da humanidade, não bastam apenas políticas públicas. É
preciso sensibilizar cada cidadão, no sentido de reduzir o consumo desenfreado, reutilizar e
reciclar os resíduos gerados.
REFERÊNCIAS
DEL RIO, V. Cidade da mente, cidade real: percepção ambiental e revitalização na área
portuária do Rio de Janeiro. In: Percepção Ambiental: a experiência brasileira. São
Carlos: Studio Nobel: Universidade Federal de São Carlos, 1999, p. 21.
VIOLA, E. et al. Ecologia e Política no Brasil. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo: IUPERJ,
1987. p. 57.
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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, SENSO CRÍTICO E
HABILIDADE DE PENSAMENTO: A FILOSOFIA AMBIENTAL
Déborah Santos Moreira*, Alcides Pereira Santos Neto*, Siléia Oliveira Guimarães*
*Discente do Curso de Engenharia Florestal, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia,
Vitória da Conquista – BA
RESUMO: Atualmente, torna-se cada vez mais necessário o envolvimento das mais
variadas formas de pensamento e atitudes na busca do desenvolvimento sustentável. A
filosofia mostra-se como importante ferramenta. Sua disseminação deve envolver diversos
segmentos sociais: de professores a alunos, leigos a técnicos, crianças a adultos, enfim,
toda a comunidade. O presente estudo visa relacionar os benefícios da filosofia no debate
de questões de ordem ambiental. Têm-se um enfoque no filósofo Martin Buber, o qual
contribui com a filosofia do diálogo entre ser humano e natureza. Assim, o homem deve
aprender sobre o seu meio para saber interpretá-lo e utilizar de maneira sustentável dos
recursos naturais. A filosofia ambiental, encontra-se em crescimento no Brasil, assim o
presente trabalho vem contribuir também como acervo para esta área. Pesquisas posteriores
são sugeridas, à proporção que se espera o envolvimento e engajamento principalmente do
meio pedagógico.
Palavras-chave: Desenvolvimento sustentável. Filosofia. Comunicação e Meio ambiente.
ABSTRACT: Currently, it is increasingly necessary to involve a variety of ways of
thinking and attitudes in the pursuit of sustainable development. The philosophy shows
itself as an important tool. Its spread to involve various segments of society: teachers to
students, lay the technical, children to adults, in short, the whole community. This study
aims to relate the benefits of philosophy in the discussion of environmental considerations.
There has been a focus on the philosopher Martin Buber, which contributes to the
philosophy of dialogue between humans and nature. Thus, man must learn about their
environment to learn to interpret it and sustainably use natural resources. The
environmental philosophy, is growing in Brazil, so this work contributes as well as the
acquis in this area. Further research is suggested, as we expected the involvement and
engagement primarily through the teaching.
INTRODUÇÃO
A filosofia na condição de instrumento racional do ser humano tem contribuição direta
na resolução de diversas problemáticas sociais, uma vez que leva o indivíduo à reflexão de
si e do seu meio. As questões de ordem ambiental, aliadas a filosofia, representam
importante alternativa para a busca do desenvolvimento sustentável. Assim, surge à
“Filosofia Ambiental”, a qual se ocupa em promover o progresso a partir da reflexão e do
bom senso.
Segundo LOUREIRO (2003), a temática ambiental constitui uma das mais
importantes dimensões de atenção e análise por parte dos múltiplos segmentos, grupos e
classes sociais que compõem a sociedade contemporânea.
De acordo com BOFF (1999), para que se possa cuidar do planeta é preciso que todos
passem por uma alfabetização ecológica capaz de rever os hábitos do consumo,
desenvolvendo a ética do cuidado, fazendo-se necessário o binômio senso crítico e
reflexão, mecanismos estes que embasam a filosofia.
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Este trabalho tem como objetivo apresentar a filosofia como ferramenta eficaz para a
promoção do desenvolvimento sustentável, sobretudo na ótica do filósofo Martin Buber.
MATERIAL E MÉTODOS
Realizou-se revisão de literatura acerca dos fundamentos da filosofia ambiental e da
vida de Martin Buber. Grande parte do acervo foi consultado na biblioteca da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, campus da cidade de Vitória da Conquista, Bahia.
Procurou-se contextualizar este trabalho a partir de pesquisas atualizadas e observação
da realidade global e local. Além disto, profissionais e estudantes de áreas diversas como
ciências humanas e engenharias participam da execução deste resumo expandido.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A história da humanidade é marcada pelas dificuldades e desafios, desde o seu
surgimento a cinco milhões de anos. De acordo com BARROS (2001), a sobrevivência
estava intrinsecamente relacionada ao ambiente. O conhecimento ambiental era
extremamente necessário para a proteção contra ataques da natureza e aproveitamento de
suas riquezas. Este conhecimento foi passado de geração para geração, acrescido de novas
descobertas, inspirações artísticas, míticas e religiosas, na construção de valores internos e
perenes.
O Ministério da Educação orienta que a temática ambiental, seja introduzida em todas
as disciplinas do ensino básico, caracterizando-a como tema transversal. No entanto, a
aplicação da filosofia não deve restringir-se apenas às salas de aula. A discussão de
questões ambientais pode representar uma forma instigante de socialização da filosofia.
Diversos filósofos e sociólogos pensaram a respeito das problemáticas ambientais,
chegando-se as suas raízes e propondo soluções. Entre este grupo de pensadores, o
vanguardista Martin Buber (1878 – 1965) contribui com a “Filosofia do Diálogo”, a qual
afirma a necessidade de uma comunicação inteligente entre ser humano e os recursos
bióticos e abióticos.
Martin Buber nasceu em Jerusalém. Era filósofo, escritor e pedagogo, judeu de origem
austríaca, e de inspiração sionista. Suas pesquisas se aprofundaram em estudo sobre o
diálogo interpessoal e com a natureza (BUBER, 2006).
FIGURA 01: Martin Buber
Segundo Buber, quando uma árvore é observada, acontece o contato do ser humano
com a natureza, no processo exclusivo da força utilizada, transformando o valor do isso em
fator emotivo, podendo então surgir o valor da conservação.
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Buber cita ainda o exemplo do homem que tem poder para domar os animais, e este,
por sua vez, sabe discernir as manifestações de ternura recebida. A natureza pode ser vista
pelo homem com dotes espirituais, tentado corresponder e ser correspondido.
Desta forma, o filósofo propõe o diálogo como forma de desenvolver a afetividade e
reciprocidade humana, e a harmonia com a natureza.
CONCLUSÃO
O combate às problemáticas ambientais exige o envolvimento e integração de diversas
áreas do conhecimento. A filosofia representa importante ferramenta para a promoção do
desenvolvimento sustentável, uma vez que estimula o ser humano a formular conjuntos de
idéias e atitudes conscientes.
O filósofo Martin Buber tem relevante contribuição para a filosofia ambiental,
propondo um diálogo entre ser humano/natureza capaz de observar as especificidades de
cada membro envolvido, pautado no bom senso.
REFERÊNCIAS
BARROS, M. I. M. S. A educação no contexto do desenvolvimento sustentável. In:
OLIVEIRO, M. F. S.; OLIVEIRA, O. J. R. De olho na mata: fotografia, educação
ambiental e sustentabilidade. Vitória da Conquista: Brasil, 2001. p. 89-101.
BOFF, L. Ecologia grito da terra grito dos povos. SP: Ática, 1999. p. 51.
BUBER, M. EU e TU, Introdução e tradução de Neuton Aquiles Von Zuben. 10ª ed.
Centauro: São Paulo, 2006. p. 45-53.
LOUREIRO, C. F. B. O movimento ambentalista e o pensamento crítico: uma
abordagem política. Rio de Janeiro: Quartel Editora & e Comunicação Ltda, 2003.
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ESTOQUE DE SERRAPILHEIRA COMO BIOINDICADOR EM
MATA DE CIPÓ E PLANTIO DE EUCALIPTOS.
Alcides Pereira Santos Neto¹, Heloísa Cintra Pinto¹, Ana Carolina Dantas Moreira¹,
Marayana Prado Pinheiro²
¹
Discente do Curso de Engenharia Florestal, Laboratório de Ecologia da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Estrada do Bem Querer, km 04, Vitória da
Conquista – BA.
²Bióloga, especialista em Biologia de Florestas Tropicais e mestre em Desenvolvimento e
Meio Ambiente.
RESUMO: A serrapilheira é um componente florestal imprescindível no equilíbrio de
qualquer bioma. Ela constitui-se de matéria orgânica de origem vegetal e animal que é
depositada sobre o solo, sob diferentes estágios de decomposição, representando assim,
uma forma de entrada e posterior incremento da matéria orgânica do solo.Por meio de
coletas aleatórias, percebeu-se que a floresta nativa apresenta maior estoque e diversidade
de frações de serrapilheira. A fração cascas e ramos é a principal constituinte da
serrapilheira de mata de cipó, enquanto as folhas prevalecem no plantio de eucalipto. A
presença de subosque no eucaliptal parece melhorar as condições de estocagem de
serrapilheira, surgindo como relevante componente neste sistema. Assim, nota-se que a
diversidade de espécies melhora as condições da floresta.
Palavras-chave: Serrapilheira. Indicador Biológico. Mata de cipó. Eucalipto.
ABSTRACT: The litter is an essential component of forestry in the balance of any biome.
It is made up of organic matter of plant and animal that is on the soil under different stages
of decomposition, thus representing a form of entry and subsequent increase in organic
matter solo.Por means of random samples, we noticed that the native forest is more stock
and variety of litter fractions. The fraction of bark and branches is the main constituent of
litter of forest vines, while the leaves prevail in eucalyptus. The presence of the plantation
understory seems to improve the conditions of storage of litter, emerging as important
component in this system. Thus, it is noted that the species diversity improves the
conditions of the fores
INTRODUÇÃO
A serrapilheira é formada por folhas, caules, ramos, frutos, flores e outras partes da
planta, bem como restos de animais e material fecal. Uma vez depositada sobre o solo ela é
submetida a um processo de decomposição com a liberação eventual dos elementos
minerais que compõem os tecidos orgânicos (GOLLEY, 1975).
Os principais mecanismos responsáveis pela transferência de nutrientes da biomassa
de espécies arbóreas para o solo são a lavagem da vegetação pela chuva, que extrai
substâncias minerais e orgânicas das estruturas da parte aérea, e a decomposição da
biomassa morta, que inclui a serrapilheira, troncos e galhos caídos e raízes mortas
(SANCHEZ, 1976; GONZALEZ & GALLARDO, 1986). Desta forma, a quantidade e
diversidade da composição de serrapilheira em um determinado sistema é indicativo
biológico, merecendo estudo apurado.
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Bioindicadores são empregados para monitorar alterações ambientais (KLUMPP, 2001)
e, por serem capazes de determinar o grau de degradação ou recuperação de um
ecossistema, podem ser utilizados na comparação de diferentes sistemas de revegetação.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo realizar avaliação e inferências do estoque e
composição de serrapilheira em Floresta Estacional Latifoliada Caducifólia não-Espinhosa
(Mata de Cipó) e plantio de eucalipto, na cidade de Vitória da Conquista.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido durante os meses de abril a julho de 2009, em um fragmento
de Floresta Estacional Latifoliada Caducifólia não-Espinhosa (Mata de Cipó), no
município de Vitória da Conquista (40° 48’W; 14° 53), Sudoeste da Bahia, cuja altitude
média é de 915m e plantio de Eucalyptus spp, cujo espaçamento é de 3m x 3m.
Primeiramente, demarcou-se em cada sistema uma área de 50m x 100m (5.000m²).
Para a amostragem da serrapilheira lançou-se, aleatoriamente 10 bambolês com área
se 0,328 m² cada, coletando o material ali contido.
Através de cálculos, estimou-se a quantidade de serrapilheira por hectare em cada
sistema, e também a porcentagem da composição de folhas, ramos e cascas, material
reprodutivo (frutos, sementes e flores) e restos (solos, excrementos de animais e resíduos)
contida neste total, realizando-se a triagem destes materiais.
O material coletado em cada sistema foi misturado e levado para estufa de ventilação
forçada de ar a 65°C até atingir massa constante.
Submeteu-se os dados obtidos a análise de normalidade (Lilliefors, 5%) e de
homogeneidade de variância do erro (Cochran, 5%).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Houve diferenças entre a quantidade de serrapilheira estocada nos dois sistemas
estudados, sobretudo na proporção de cada uma das frações.
No sistema florestal nativo há maior estoque de serrapilehira, além frações mais
eqüitativas em relação a uma floresta com predominância de espécies exóticas e ou/
homogêneos. Para Vital et al. (2004), é mediante a produção de serapilheira que ocorre
parte do processo de retorno de matéria orgânica e de nutrientes para o solo florestal, sendo
ela considerada o meio mais importante de transferência de elementos essenciais da
vegetação (nutrientes) para o solo. Assim, a mata de cipó sugere um ambiente com maior
equilíbrio ecológico.
A floresta nativa apresentou um total de 4,75 t/ha de serrapilheira, enquanto a sistema
exótico 3,56 t/ha. O total obtido na mata de cipó é representado principalmente pela fração
ramos e cascas (48,4%), seguido pela fração folha (36,2%), material reprodutivo (9,3%) e
restos (6,1%). Ao analisar o estoque de serrapilheira em Mata Atlântica, GAMARODRIGUES et al. (1997) encontraram valores próximos (total de 5,3 /ha), e com
proporções de frações semelhantes.
Das 3,56 t/ha estocadas de serrapilheira no plantio de eucalipto, 45,8% é constituído da
fração folha, enquanto 36,3% é representada por ramos e cascas, seguida por 14,3% de
material reprodutivo (flor, fruto, casca) e 3,6% de restos. GAMA-RODRIGUES (1997), ao
analisar plantio de eucaliptos, encontrou /um estoque médio de 2,5 t/ha. A diferença pode
ser explicada pelo fato de que o plantio estudado neste trabalho apresenta subosque
bastante desenvolvido, contribuindo assim para uma maior deposição e acúmulo do
material.
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O conhecimento da estrutura de tais comunidades pode ser utilizado como um
indicador do funcionamento do subsistema do solo, fornecendo informações sobre o grau
de degradação ou recuperação de uma área (LAVELLE & KOHLMANN, 1984).
CONCLUSÃO
A floresta nativa apresenta maior estoque e diversidade de frações de serrapilheira, o
que indica um ambiente mais equilibrado ecologicamente em relação ao sistema exótico. A
fração cascas e ramos é a principal constituinte da serrapilheira de mata de cipó, enquanto
as folhas prevalecem no plantio de eucalipto.
REFERÊNCIAS
CARAMORI, P. H.; ANDROCIOLO FILHO, A.; BAGGIO, A. J. Arborização do cafezal
com Grevílea robusta no norte do estado do Paraná. Arquivos de Biologia e Tecnologia.,
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ESTUDO DE SERRAPILHEIRA EM DOIS FRAGMENTOS DE
CAATINGA COM DIFERENTES GRAUS DE DEGRADAÇÃO NO
MUNICÍPIO DE SEABRA, BA
LAIS RIBEIRO LIMA LACERDA*, ÉLEN VILARONGA DE JESUS *, ALCIDES
PEREIRA SANTOS NETO*, AGUIBERTO RANULFO AMARAL*
*
Discente do Curso de Engenharia Florestal, Laboratório de Ecologia da Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Estrada do Bem Querer, km 04, Vitória da
Conquista – BA.
RESUMO: A serrapilheira é formada por folhas, caules, ramos, frutos, flores e outras
partes da planta, bem como restos de animais e material fecal. Uma vez depositada sobre o
solo ela é submetida a um processo de decomposição com a liberação eventual dos
elementos minerais que compõem os tecidos orgânicos. A Caatinga representa área de
atenção no que diz respeito a sua degradação, o que ressalta a necessidade de estudos neste
relevante bioma. O estudo da serrapilheira do bioma agrega valor às ciências florestais e
possibilita várias inferências. Percebeu-se que a área mais degradada apresenta menor
estoque de serrapilheira.
Assim, a quantidade do material parece ser proporcional ao nível de conservação e
equilíbrio da área florestal.
Palavras-chave: Serrapilheira. Caatinga. Antropização.
ABSTRACT: The litter consists of leaves, stems, branches, fruit, flowers and other plant
and animal remains and fecal material. Once deposited on the soil it undergoes a
decomposition process with the eventual release of mineral elements that make up tissues.
The Caatinga is the area of focus in regard to their degradation, which emphasizes the need
for relevant studies in this biome. The study of the biome litter adds value to forest science
and allows several inferences. It was noticed that the area has less deteriorating stock of
litter. Thus, the amount of material appears to be proportional to the level of conservation
and balance of the forest area.
INTRODUÇÃO
A caatinga constitui-se na cobertura vegetal típica do semi-árido nordestino. É uma
mistura de ervas, arbustos e árvores de pequeno porte, de folhas caducas e pequenas,
tortuosas, espinhentas e de elevada resistência às secas. Nas caatingas também são
encontradas algumas espécies arbóreas e arbustivas de folhas perenes (Mendes, 1992). A
serrapilheira é um componente florestal imprescindível no equilíbrio de qualquer bioma.
Os principais mecanismos responsáveis pela transferência de nutrientes da biomassa
de espécies arbóreas para o solo são a lavagem da vegetação pela chuva, que extrai
substâncias minerais e orgânicas das estruturas da parte aérea, e a decomposição da
biomassa morta, que inclui a serrapilheira, troncos e galhos caídos e raízes mortas
(SANCHEZ, 1976; GONZALEZ & GALLARDO, 1986).
O estudo qualitativo e quantitativo da serrapilheira é importante para a compreensão
do funcionamento dos ecossistemas florestais. De acordo com CÉSAR (1991) a qualidade
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do sítio florestal é a soma total de todos os fatores que afetam a capacidade produtiva do
local, incluindo os fatores climáticos, edáficos e biológicos.
A ciclagem de nutrientes em florestas pode ser analisada através da
compartimentalização da biomassa acumulada nos diferentes estratos e a quantificação das
taxas de nutrientes que se movimentam entre seus compartimentos, através da produção de
serrapilheira, sua decomposição, lixiviação e outros.
Esta pesquisa tem como objetivo realizar avaliações e inferências do estoque e
frações de serrapilheira em duas áreas com diferentes níveis de degradação da Mata de
Caatinga.
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido durante os meses junho e julho de 2009, em dois fragmentos
de mata de caatinga, no município de Seabra, Centroeste da Bahia. A primeira área é pouco
antropizada, possuindo uma maior diversidade e densidade florestal em relação à segunda
área, notória a degradação. Primeiramente, demarcou-se uma área de 50m x 50m (2.500
m²) dentro de cada um dos sistemas.
Para a amostragem da serrapilheira lançou-se aleatoriamente 5 bambolês com área se
0,328 m² cada.
Através de cálculos, estimou-se a quantidade de serrapilheira por hectare em cada
sistema, e também a porcentagem da composição de folhas, ramos e cascas, material
reprodutivo (frutos, sementes e flores) e restos (solos, excrementos de animais e resíduos)
contida neste total, realizando-se a triagem destes materiais.
O material coletado em cada sistema foi misturado e levado para estufa de ventilação
forçada de ar a 65°C até atingir massa constante.
Submeteu-se os dados obtidos a análise de normalidade (Lilliefors, 5%) e de
homogeneidade de variância do erro (Cochran, 5%). Quando necessário, os dados foram
transformados em Ln. Por fim, realizaram-se comparações e inferências com os resultados
obtidos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estado de equilíbrio de um determinado sistema é atingido quando as taxas de adição
e de perdas se equivalem (ADDISCOT, 1992). Houve diferenças entre a quantidade de
serrapilheira estocada nas duas áreas.
No sistema florestal com menor degradação há maior estoque de serrapilehira, além
frações mais equivalentes em relação a uma floresta com níveis mais altos de degradação.
De acordo com Vital et al. (2004), é mediante a produção de serapilheira que ocorre parte
do processo de retorno de matéria orgânica e de nutrientes para o solo florestal, sendo ela
considerada o meio mais importante de transferência de elementos essenciais da vegetação
(nutrientes) para o solo.
A área com menor nível de antropização apresentou um total de 3,78 t/ha de
serrapilheira estocada, enquanto a floresta mais antropizada totalizou 1,55 t/ha. O total
obtido na primeira área é represento principalmente pela fração ramos e cascas (43,6%),
seguido pela fração folha (22,8%), material reprodutivo (18,2%) e restos (15,4%). Ao
analisar o estoque de serrapilheira na área mais antropizada, chega-se a 42,5% de folhas,
29,8% de cascas e ramos, 23, 3% de restos (incluindo excrementos e material não
identificado) e 4,4% de materiais reprodutivos. A menor quantidade se serrapilheira
encontrada na área mais antropizada é decorrente, sobretudo, da baixa densidade vegetal.
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Outro destaque consiste no fato de que a porcentagem da fração restos é considerável, o
que é justificado pela presença de animais na área, como caprinos e bovinos.
O conhecimento da estrutura de tais comunidades pode ser utilizado como um
indicador do funcionamento do subsistema do solo, fornecendo informações sobre o grau
de degradação ou recuperação de uma área (LAVELLE & KOHLMANN, 1984).
CONCLUSÃO
A área de caatinga mais antropizada apresenta menor estoque de serrapilheira e é
representada principalmente pela fração folha, possuindo também considerável nível de
excrementos. Por sua vez, a área menos antropizada possui mais serrapilheira acumulada,
sendo os ramos e galhos seus principais representantes. Desta forma, a quantidade de
serrapilheira parece ser proporcional ao nível de conservação e equilíbrio da área florestal.
REFERÊNCIAS
GAMA-RODRIGUES, A. C. da. Ciclagem de nutrientes por espécies florestais em
povoamentos puros e mistos, em solo de Mabuleiro da Bahia, Brasil. Viçosa, UFV,
1997, 107p. (Tese de Doutorado).
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tradução de Eurípides Malavolta. São Paulo: EPU. Ed. da Universidade de São Paulo,
1975. 256p.
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FRAÇÕES OXIDÁVEIS DO CARBONO ORGÂNICO DE UM
PLANOSSOLO SOBRE DOIS MANEJOS FLORESTAIS
Giovanni Correia Vieira1, Alcides Pereira Neto1, Marcos Gervasio Pereira², Arcângelo
Loss².
1
UESB, Vitória da Conquista – BA
²UFRRJ, Departamento de Solos, Seropédica – RJ
e-mail: [email protected]; [email protected]
RESUMO: O fracionamento do carbono orgânico total (COT) do solo pode contribuir no
entendimento da dinâmica da matéria orgânica em áreas sob manejos florestais distintos. O
objetivo desse trabalho foi avaliar o grau de oxidação do carbono orgânico de um
planossolo háplico sobre dois manejos florestais no município de Seropédica- RJ. Uma
área reflorestada com Floresta Ombrófila Densa, em estádio secundário, e outra área com
Eucalyptus urophylla. O clima segundo Köppen, é tropical chuvoso (As) com estação seca
no inverno. Possui temperatura e precipitação média dos últimos dez anos,
respectivamente, 25 °C e 1.279,91 mm (Estação Meteorológica da PESAGRO Seropédica- RJ). A área reflorestada com Eucalyptus urophylla apresentou maior teor de
carbono orgânico que a Floresta Ombrófila Densa, em estádio secundário.
Palavras chave: matéria orgânica; carbono orgânico; fertilidade do solo.
INTRODUÇÃO
A matéria orgânica é de fundamental importância na manutenção e equilíbrio dos
processos químicos, físicos e biológicos nos solos. Ela contribui para a biodiversidade dos
organismos no solo, atuando como reservatório de nutrientes e criando um ambiente mais
favorável a vida. Melhora a estrutura aumentando a taxa de infiltração e formação dos
agregados, reduzindo a compactação e erosão. Os agregados resultam do rearranjo das
partículas, floculação e cimentação. Esses processos são mediados pelo C orgânico do
solo, biota, ponte iônica, argila e carbonatos, sendo o C agente de ligação e núcleo na
formação dos agregados (Bronick & Lal, 2005). Segundo Roscoe & Machado (2002),
desequilíbrios na sua quantidade, qualidade e taxas de decomposição podem provocar
degradação.
Com o objetivo de avaliar diferentes frações de oxidação do carbono do solo, Chan
et al. (2001) modificou o método clássico de determinação do C desenvolvido por
Walkley & Black (1934). No método clássico, o C era determinado pela utilização de uma
única concentração de ácido sulfúrico (12 mol L-1) e, com a modificação proposta por
Chan et al. (2001), foi possível separar quatro frações com graus decrescentes de oxidação,
por meio da utilização de quantidades crescentes de ácido sulfúrico. Um entrave ao uso
dessa metodologia é a dificuldade de se comparar os valores obtidos com os determinados
pelos métodos descritos por Blair et al. (1995) e Shang & Tiessen (1997), pois é evidente
que, com a mudança nas concentrações de ácidos e dos oxidantes, determinadas formas de
carbono, antes não afetadas, serão oxidadas pela solução oxidante proposta por Chan et al.
(2001).
MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi realizado no município de Seropédica- RJ em duas áreas reflorestada:
uma área com Eucalyptus urophylla e outra com Floresta Ombrófila Densa secundária
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(com idade de 80 anos, aproximadamente). O clima segundo Köppen, tropical chuvoso
(As) com estação seca no inverno. Possui temperatura e precipitação média dos últimos
dez anos, respectivamente, 25 °C e 1.279,91 mm (Estação Meteorológica da PESAGRO Seropédica- RJ). Possui Planossolo Háplico distrófico (Embrapa, 2006).
Foram coletadas em cada área três amostras compostas de dez simples, nas
profundidades de 0 – 0,05 e 0,05 – 0,10m. Foram quantificados os teores de carbono
orgânico total (COT) do solo segundo (Yeomans & Bremner, 1988) e realizado o
fracionamento do carbono por graus de oxidação (Chan et al., 2001; Freitas et al., 2004).
Amostras de 0,5 g de solo foram acondicionadas em erlenmeyer de 250 mL, onde
adicionaram-se 10 mL K2Cr2O7,0,167 mol L-1 e quantidades de H2SO4, correspondentes às
concentrações de 3, 6, 9 e 12 mol L-1. A oxidação foi realizada sem fonte externa de calor e
a titulação dos extratos foi feita com uma solução de Fe(NH4)2(SO4)2.6H2O 0,5 mol L-1,
utilizando-se como indicador a fenantrolina. O fracionamento do carbono produziu quatro
frações, com graus decrescentes de oxidação:
-Fração 1(F1): C oxidado por K2Cr2O7 em meio ácido de 3 mol L-1 de H2SO4;
-Fração 2 (F2): diferença do C oxidado por K2Cr2O7 em meio ácido com 6 e 3 mol L-1 de
H2SO4;
-Fração 3 (F3): diferença do C oxidado por K2Cr2O7 em meio ácido com 9 e 6 mol L-1 de
H2SO4;
-Fração 4 (F4): diferença do C oxidado por K2Cr2O7 em meio ácido com 12 e 9 mol L-1 de
H2SO4.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, sendo
realizadas análises estatísticas entre as áreas, com 6 repetições. Os dados obtidos foram
submetidos ao teste de Lilliefors (normalidade dos dados) e testes de Cochran e Bartlett
(homogeneidade de variâncias).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A área com Eucalyptus urophylla apresentou maior teor de carbono orgânico total
nas duas profundidades estudadas quando comparada com F. Ombrófila Densa secundária.
Esse comportamento pode ser em função da maior quantidade de serrapilheira nesse
sistema, gerado pelo desenvolvimento acelerado dessa espécie. Outra hipótese é que essa
área foi mais degradada, o que levou a uma perda maior da fertilidade, com isso perdeu a
diversidade dos microorganismos que realiza a decomposição dos compostos orgânicos.
Entretanto, a área com F. Ombrófila Densa secundária, tende a possuir compostos
orgânicos de maior qualidade devido à maior biodiversidade e equilíbrio do sistema.
A fração F1(lábil) é a que representa a maior parte do COT nas duas profundidades
estudadas, principalmente na profundidade de 0-5 cm. Geralmente as florestas possuem
esse comportamento, devido à grande quantidade de resíduos vegetais resultantes da
cobertura da floresta. Segundo Blair et al. (1995); Chan et al. (2001), áreas onde possui boa
quantidade matéria orgânica vindo de resíduos vegetais possui esse comportamento. A F.
Ombrófila Densa secundaria apresentou um maior valor para as frações F2 e F3, na
profundidade de 0,05 – 0,10m. Segundo Stevenson (1994), isso pode ocorrer devido ao
acúmulo de compostos orgânicos mais estáveis e de peso molecular alto, gerados pela
decomposição e humificação da matéria orgânica.
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Frações oxidáveis de carbono (g kg-1)
Áreas avaliadas
0 - 0,05m
Eucalyptus urophylla
F1
14,38(61%)
F2
3,50(15%)
F3
4,80(20%)
F4
COT
1,00(4%) 23,68
F. Ombrófila Densa secundaria
10,34(62%)
2,5(15%)
2,9(18%)
0,9(5%)
16,64
0,05 - 0,10m
Eucalyptus urophylla
3,50(27%)
2,30(18%)
4,00(31%) 3,00(24%) 12,80
F. Ombrófila Densa secundaria
1,50(18%)
2,60(30%)
2,90(34%) 1,50(18%)
8,50
CONCLUSÕES
- A área com Eucalyptus urophylla apresentou maior carbono orgânico que a área
de F. Ombrófila Densa secundária;
- A fração F1 apresentou maior teor de carbono orgânico total;
- A camada de 0 - 0,05m apresentou maior carbono orgânico total que a de 0,05 –
0,10m;
- A fração F2 e F3, na camada 0,05 – 0,10m da F. Ombrófila Densa secundária
apresentou maior valor que a fração F1.
REFERÊNCIAS
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of oxidation, and the development of a carbon management index for agricultural systems.
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2001.
EMBRAPA. Sistema brasileiro de classificação de solos. 2ª Edição. Rio de Janeiro,
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agregados em diferentes sistemas de adubação. In: FERTBIO, 2004, Lages. Anais... Lages:
UDESC/SBCS, 2004. CD-ROM.
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YEOMANS, J.C. & BREMNER, J. M. A rapid and precise method for routine
determination of organic carbon in soil. Commun. in Soil Sci. Plant Anal., 19:1467-1476,
1988
AGRADECIMENTO
À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) pela oportunidade de
estágio no Departamento de Solos, na pessoa do Prof. Dr.º Marcos Gervasio Pereira.
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GERAÇÃO DE RESÍDUOS E OBTENÇÃO DA MATÉRIA-PRIMA
NO SETOR MADEIREIRA: O CASO DO MUNICÍPIO DE SEABRA
Poliana Coqueiro Dias¹, Alcides Pereira Santos Neto², Mariana de Carvalho Aguiar Ribas²,
Giovanni Correia Vieira²
¹Mestranda em Ciência Florestal, UFV, Avenida Peter Henry Rolfs, s/n Campus
Universitário, CEP: 36570-000, VIÇOSA – MG.
²
Discente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória
da Conquista – BA.
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação da comercialização dos produtos
madeireiros no município de Seabra – BA com potenciais de impactos gerados pela
utilização de florestas nativas e a caracterizar a geração dos resíduos do processamento ou
beneficiamento dos produtos com base nos aspectos legais da política ambiental do
município. Assim, foram realizadas visitas nos pontos comerciais cadastrado no órgão
público municipal responsável pelo licenciamento destes estabelecimentos e foram
coletadas informações através de entrevistas e a partir de questionários aplicados aos
proprietários e/ou responsáveis pelo local. Foram observados os aspectos relacionados à
obtenção da matéria-prima e a utilização de seus resíduos, bem como, a sua destinação
final além de verificar a presença ou não de práticas relacionadas a práticas ambientais no
local. De acordo com os resultados, foi possível concluir que o consumo de espécies de
florestas nativas agregam valor aos produtos embora não haja grandes expansões em
função de fatores como a distância. Também pôde-se averiguar que os resíduos geralmente
não agregam valor aos produtos.
Palavras chave: Comercialização de produtos madeireiros, Impactos ambientais, Resíduo
madeireiro.
ABSTRACT: The purpose of this study was to evaluate the marketing of wood products
in the city of Seabra - BA with potential impacts arising from the use of native forests and
characterize the generation of waste processing or processing of products based on the
legal aspects of policy environmental council. Thus, visits were made in commercial
locations registered with local public agency responsible for licensing of such
establishments, information was collected through interviews and from questionnaires to
the owners and / or responsible for the site. We observed the aspects related to the
acquisition of raw materials and the use of waste materials, as well as their final destination
in addition to verifying the presence or absence of practices related to environmental
practices on site. According to the results, we concluded that the consumption of species of
native forests add value to products but there are no major expansions in terms of factors
such as distance. It was possible to verify that the waste does not generally add value to
products.
INTRODUÇÃO
Os aspectos legais para comercialização e industrialização dos produtos madeireiros devem
seguir padrões de conformidade ambiental que são estipulados principalmente quando na
fase de seu licenciamento. As legislações locais, também são parâmetros para execução
plena dessas atividades, uma vez que os resíduos gerados, quando não são bem destinados,
potencialmente são causadores de impactos ambientais locais ou regionais (MARTINE et
al., 1993). Em muitas empresas de base florestal, os resíduos dos processos produtivos,
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principalmente de serrarias, por serem materiais sólidos e que não sofreram severos
tratamentos químicos capazes de causar impacto ambiental no ecossistema, tem a
possibilidade de serem aproveitados com sucesso, tanto na devolução de parte dos
nutrientes retirados do povoamento por ocasião da colheita, como no reaproveitamento do
material na criação de novos produtos (FRUMHOLF, 1995).
Percebendo a necessidade de obter o padrão de consumo e origem da matéria-prima e a
destinação dos resíduos gerados pelos estabelecimentos que atuam na comercialização de
produtos madeireiros no município de Seabra – BA, este trabalho teve como objetivo,
discutir sobre o potencial do impacto gerado nas florestas de origem da matéria-prima e a
destinação dos resíduos no processamento ou beneficiamento dos produtos e relacioná-los
com os aspectos legais da política ambiental do município.
MATERIAL E MÉTODOS
As informações referentes à obtenção da matéria-prima e geração de resíduos na
comercialização de produtos madeireiros foram levantadas na cidade de Seabra – BA
localizada no centro do estado da Bahia e às margens de importante rodovia federal (BR242), a cidade de Seabra consolidou-se como o mais importante centro regional da
Chapada Diamantina, tornando-se sede das representações locais dos órgãos
governamentais. O município conta também com a maioria dos estabelecimentos
prestadores de serviços, industriais, comerciais e financeiros.
O presente estudo foi realizado em 6 empresas regularizadas e cadastradas na atividade que
envolve a comercialização de produtos madeireiros seja na transformação primária,
secundária ou no beneficiamento e produção de peças para diferentes finalidades. Os dados
foram obtidos por meio de entrevista e preenchimento de um questionário sistemático, o
qual possuía um conjunto de dados referentes aos processos e procedimentos adotados pela
empresa, bem como, a sua movimentação visando à comercialização dos produtos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação ao tipo de matéria-prima, verificou-se que 90% são provenientes de florestas
nativas, sendo que 85% vêm do estado do Pará e 15% da Bahia. Considerando a aquisição
anual de 975m3 de madeira e considerando-se ainda os dados de exploração nos estados de
origem, poderia-se inferir sobre a participação de Seabra no processo de exploração
florestal. Entretanto, a ausência ou dados não oficiais poderia incidir em suposições
errôneas. Porém, é possível verificar que pelo valor médio apresentado, o município possui
uma participação não muito significativa e esse parâmetro está associado, especialmente à
distância da origem que onera os custos com transporte e a regularização com documentos
para justificar sua procedência. Outro fator averiguado foi a ausência do interesse
comercial pelas espécies de floresta plantada, que tem ainda uma pequena participação,
cerca de 10%. Comparando com outros municípios de outras regiões, pode-se considerar
um valor extremamente baixo, visto as possibilidades e qualidade do material dessas
espécies.
Os principais órgãos ambientais que realizam a fiscalização anual são: IBAMA, Secretaria
Estadual de Meio Ambiente SEMA e o setor responsável da Prefeitura Municipal. O papel
destes órgãos de acordo com os proprietários está pautado em processos de licenciamento e
fiscalização do cumprimento de condicionantes, além de observar o consumo de madeira
proveniente das origens já citadas para fins de controle do desmatamento ilegal.
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Na cidade de Seabra ainda não existe uma legislação ambiental municipal em vigor, assim
a produção e destinação de resíduos sólidos de empreendimentos é responsabilidade do
proprietário, o que implica em destinos variáveis para os resíduos, sendo comumente
praticado no município o abandono em lixões, reuso e reciclagem dos mesmos. Quanto à
geração de resíduos foi possível observar que o destino deste subproduto dos processos de
beneficiamento da madeira nos estabelecimentos é voltado para o descarte em lixões em
50% das empresas consultadas, são vendidos para abastecer fornos da região por 33,33%
dos locais entrevistados e doados para produtores rurais por 16,66% dos entrevistados.
Assim, parte significativa dos resíduos é vendida para outros setores comerciais para
utilização do material em fornos e ainda há locais que descartam totalmente o material
como rejeito. Associado a este aspecto, embora o cumprimento de condicionantes seja um
fator determinante para funcionamento da atividade, não foi verificado a adoção de plano
de gerenciamento de resíduos sólidos, bem como, a adoção de critérios que considerem
fatores ambientais no processo de produção.
De acordo com os dados coletados 428 Kg de resíduos são gerados mensalmente pelo setor
madeireiro de Seabra. Destes 300kg (70%) são aproveitados e 128 Kg (30%) são
descartados em lixões. Pode-se perceber que os estabelecimentos que geram maior
quantidade de resíduos realizam o aproveitamento, principalmente para abastecer fornos
locais, enquanto os menores produtores descartam os resíduos em lixões.
CONCLUSÕES
A utilização de espécies de florestas nativas influencia na baixa expansão do comércio
madeireiro em função da distância de origem, o que teoricamente, gera uma participação
relativamente menor na atividade de sua exploração. Os resíduos gerados dos processos
não incrementam a produção e, em sua maioria, é repassado para outros setores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRUMHOLF, P. C. Conserving wildlife in tropical forests managed for timber.
Bioscience, 1995, n.45, p.456-464
MARTINI, A., ROSA, N., UHL, C. Espécies Madeireiras: Primeira Tentativa de
Avaliar a Resistência aos Impactos da Exploração.Ciência Hoje, 1993, n.16, p.11-13.
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GESTÃO AMBIENTAL E UNIVERSIDADE: O CASO DOS CURSOS
PROMOVIDOS PELO PROJETO RECICLUESB, DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA
Andrêssa Mota Rios Barreto², Alcides Pereira Santos Neto², Anne Mota Vinhas²,
Laís Caetano de Oliveira².
²Estudantes do curso de Engenharia Florestal, UESB. [email protected],
[email protected], [email protected] e [email protected]
RESUMO:Este trabalho relata as contribuições sócio-ambientais do projeto de extensão
Gestão Ambiental e Cidadania, focalizando os cursos realizados nos anos de 2008 e 2009
na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e ministrados pelos professores desta
instituição. Em termos de quantidade de participantes, totalizaram-se 125, sendo 30 no
curso intitulado Percepção Ambiental, 50 em Legislação Ambiental, 30 em Identificação
Macroscópica de Madeiras e 15 em Programas Computacionais Voltados ao Meio
Ambiente. As ações demonstram a relevância do Projeto na região, o qual desempenha
papel na formação de indivíduos conscientes.
Palavras-chave: Geração de resíduos. Coleta Seletiva. Consumo sustentável.
ABSTRACT: This paper describes the social and environmental contributions of the
extension project Environmental Management and citizenship, focusing on the courses
taken in the years 2008 and 2009 at the University of Southwest Bahia and taught by
teachers of this institution. In terms of number of participants amounted to 125, with 30 in
the course entitled Environmental Perception, 50 in Environmental Law, 30 in
Macroscopic Identification of Wood and 15 Computer Oriented Programs in the
Environment. The actions demonstrate the relevance of the project in the region, which
plays a role in the formation of conscious individuals.
INTRODUÇÃO
O projeto Gestão Ambiental e Cidadania (RECICLUESB) é uma atividade
extensionista de caráter contínuo, cujo enfoque é dado à temática meio ambiente e
desenvolvimento sustentável, com atuação no município de Vitória da Conquista, junto à
comunidade acadêmica da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, professores e
alunos da rede pública de ensino, representantes de entidades, associações de bairros, e
demais interessados. Nesta perspectiva, acontece a geração de multiplicadores
sensibilizados, conscientes e atuantes, principalmente, no que diz respeito ao descarte
adequado do lixo e o estímulo para a não geração e a minimização de resíduos.
A extensão universitária é uma ferramenta de grande importância, como política
pública, para ser usada como inserção social, aproximando a academia das comunidades
que a envolve. Das diversas ações promovidas pelo Projeto, destaca-se a realização de
cursos com temáticas ambientais voltados à comunidade como um todo, aproximando
muitos segmentos sociais da Universidade. O presente trabalho destaca quatro destes
cursos: Percepção Ambiental, Legislação Ambiental, Identificação Macroscópicos de
Madeiras e Programas Computacionais Voltados ao Meio Ambiente.
Assim, este trabalho objetiva relatar as contribuições sócio-ambientais do projeto de
extensão Gestão Ambiental e Cidadania, focalizando os cursos de capacitação promovidos
junto à sociedade em geral.
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MATERIAL E MÉTODOS
Os cursos, realizados nos anos de 2008 e 2009, foram promovidos pelo projeto de
extensão denominado Gestão Ambiental e Cidadania (RECICLUESB), pertencente a PróReitoria de Extensão e Assuntos Comunitários – Proex da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia (UESB), localizada na Estrada do Bem Querer, Km 4, município de
Vitória da Conquista Bahia. Estudantes de graduação em Engenharia Florestal e Ciências
Biológicas, além de funcionários e docentes da Universidade, envolveram-se na
organização de cada curso.
Os quatro cursos oferecidos possuíam carga-horária variando entre quatro e 8 horas,
sendo ministrado por docentes da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
Tendo como público alvo a sociedade em geral, os cursos e respectivos ministrantes,
datas, local e público alvo são os seguintes:
A. Percepção Ambiental – Professor Doutor em Ecologia e Recursos Naturais
Alessandro de Paula, realizado em agosto de 2008, no Centro de Extensão da
UESB.
B. Legislação Ambiental – Professora Mestre em Ciências Florestais, Daíse Cardoso
Bernardino, realizado em novembro de 2008, no Centro de Extensão da UESB.
C. Identificação Macroscópica de Madeira – Professor Mestra em Ciências Florestais
e Ambientais, Gilmar Correia Silva, realizado em abril de 2009, no Laboratório de
Ecologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.
D. Programas Computacionais Voltados ao Meio Ambiente – Professor Doutor em
Ciências Florestais Luis Carlos Freiras,, realizado em junho de 2009, no
Laboratório de Geoprocessamentos da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia.
Realizou-se a divulgação dos cursos por meio de cartazes, além da divulgação de
toda a programação no site da Universidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ações direcionadas ao uso sustentável dos recursos naturais mostram relevância cada
vez maior, uma vez que à medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na
natureza para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos
quanto ao uso do espaço e dos recursos. De acordo com Loureiro (2003), a questão
ambiental constitui uma das mais importantes dimensões de atenção e análise por parte dos
múltiplos segmentos, grupos e classes sociais que compõem a sociedade contemporânea.
Os resultados alcançados pelo Projeto, através dos cursos oferecidos, traduzem-se na
formação de uma sociedade mais consciente do seu papel como protagonista na promoção
do desenvolvimento sustentável.
Em termos de quantidade de participantes, totalizaram-se 125, sendo 30 no curso
intitulado Percepção Ambiental, 50 em Legislação Ambiental, 30 em Identificação
Macroscópica de Madeiras e 15 em Programas Computacionais Voltados ao Meio
Ambiente. Observou-se a grande participação de educadores da rede de Ensino Básico,
sobretudo nos dois primeiros cursos. A presença de pessoas de cidades vizinhas também,
chama atenção o sucesso alcançado pelos cursos.
A extensão universitária é uma forma de interação existente entre a universidade e a
sociedade e seus diversos setores. Funciona como uma via de duas mãos, em que a
Universidade leva conhecimentos e/ou assistência à comunidade, e recebe dela influxos
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positivos como retroalimentação tais como suas reais necessidades, seus anseios,
aspirações e também aprendendo com o saber dessas comunidades.
CONCLUSÃO
A universidade, através da Extensão, influencia e também é influenciada pela
comunidade, ou seja, possibilita uma troca de valores entre a universidade e o meio.
Assim, os conhecimentos ligados à temática ambiental não se traduzem em privilégio
apenas da minoria que é aprovada no vestibular, mas difundido pela comunidade,
consoante os próprios interesses dessa mesma comunidade.
REFERÊNCIAS
LOUREIRO, C. F. B. O Movimento Ambientalista e o Pensamento Crítico: uma
abordagem política. Rio de Janeiro: Quartel Editora & Comunicação Ltda, 2003. p.35.
PROEXT. Programa de Extensão Universitária Trabalha Inclusão Social MEC /
PROEXT, Brasília, DF. 2005 . p. 24.
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IDENTIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS
DO CAMPUS DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA
BAHIA- VITÓRIA DA CONQUISTA BAHIA
Warlei Souza Campos¹, Flavia Maria Silva Brito², Theotônio Ângelo de Oliveira³, Nayane
Ameral Santos4
1
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- Vitória da Conquista-BA - Estudante do
Curso de Engenharia Florestal - [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected];
²Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - Vitória da Conquista - BA
RESUMO: O campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em Vitória da
Conquista situa-se em uma área de 278 ha. Sua estrutura física soma um total de 22.311 m²
de salas de aulas, laboratórios, biblioteca, auditórios, módulos administrativos e
acadêmicos e ginásio de esportes, além de jardins e áreas arborizadas. Estas áreas são
utilizadas constantemente por estudantes em aulas práticas do curso de Engenharia
Florestal. Para auxiliar a realização destas aulas, objetivou-se então realizar um inventário
das árvores do campus, fazendo-se a identificação e quantificação dessas espécies. No
levantamento, foram inventariadas 354 árvores, dessas, 47,4% são nativas e 48,5 exóticas e
4,1% não foram identificadas. A espécie Ficus benjamina L. popularmente conhecida
como fícus, foi a que apresentou maior ocorrência, com 65 indivíduos, seguida da
Caesalpinia. peltophoroides Benth. com 59 indivíduos. Essas espécies estão distribuídas
em 24 famílias caracterizando uma grande diversidade no local.
Palavras-chave: inventário florestal; arborização; planejamento
1. INTRODUÇÃO
A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar ao meio urbano, tem
um papel muito importante no restabelecimento da relação entre o homem e o meio
natural, garantindo uma melhor qualidade de vida. Nas últimas décadas, foram realizados
trabalhos científicos abordando a preocupação com a arborização urbana, dessa forma
produzindo novos conhecimentos a respeito do comportamento das árvores nesse
ambiente. Grey & Deneke (1978), definem a arborização urbana como o conjunto de
árvores que se desenvolvem em áreas públicas e privadas em uma cidade, visando o bem
estar sócio-ambiental, fisiológico e econômico da sociedade local. Fernandes (2002)
ressalta que a vegetação urbana desempenha funções muito importantes sob vários
aspectos: proporcionam bem estar psicológico ao homem, melhor efeito estético, sombra
aos pedestres e veículos, direcionam o vento, amortecem o som, amenizando a poluição
sonora, reduzem o impacto da água de chuva e seu escorrimento superficial, auxiliam
também na diminuição da temperatura, pois, absorvem os raios solares e refrescam o
ambiente pela grande quantidade de água transpirada pelas folhas, melhoram a qualidade
do ar, preservam a fauna silvestre. Dessa forma faz-se necessário um bom planejamento da
arborização urbana levando em consideração todas as condicionantes técnicas tais como,
condições do ambiente, características das espécies, largura das calçadas e rua, fiação aérea
e subterrânea, asfaltamentos, diversificação das espécies além do plantio e manejo das
espécies.
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Moura et al. (1997), realizou um levantamento da arborização no campus da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, e foram registradas 212 árvores,
pertencentes a 16 famílias e 37 espécies dessas onze são leguminosas que constituíram a
predominância dessa arborização. Paiva et al. (2002) conclui que no canteiro central da
Universidade Federal de Lavras - MG, existem 46 espécies de árvores que foram plantadas
aleatoriamente com objetivo de embelezamento e uso em aulas práticas. Com o presente
trabalho objetivou-se fazer a identificação e quantificação das espécies arbóreas
localizadas no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia em Vitória da
Conquista BA, para auxiliar a realização de aulas práticas.
2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Descrição da área de estudos
Esse trabalho foi realizado no campus da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia, localizado na Estrada do Bem-querer, Km 04 - Bairro Universitário, Vitória da
Conquista, situada no sudoeste da Bahia. Localizada a 14º 50'19"S e 44º 50'19"W, a uma
altitude de 921 metros, o clima é semi-árido e considerado ameno em função da altitude, a
precipitação varia de 700 a 1100 mm anuais e a temperatura média anual é de 21 ºC.
De acordo com a prefeitura de campi da Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia o campus de Vitória da Conquista situa-se em uma área de 278 ha. Sua estrutura
física soma um total de 22.311 m² de salas de aulas, laboratórios, biblioteca, auditórios,
módulos administrativos e acadêmicos e ginásio de esportes. Para fins do levantamento da
arborização existente a área de estudo foi subdividida em blocos de observação delimitados
por módulos, esses módulos correspondem a: 1) Módulo I e II; 2) Módulo Biblioteca; 3)
Módulo Luizão; 4) Módulo laboratórios.
2.2. Levantamento de dados
Realizou-se um inventário florestal 100%. Foram avaliadas todas as árvores com
DAP acima de 10 cm e as árvores bifurcadas com essa mesma medida logo abaixo da
primeira bifurcação (caso não atinja 1,30 m) que estavam situadas ao longo dos passeios
ou em canteiros centrais dos referidos módulos. Nesse levantamento foram coletados dados
morfológicos das espécies tais como; aspecto geral (hábito), tronco, raízes, ramificações,
folhas, flores, frutos, sementes. As espécies foram fotografadas e as que por ventura não
foram identificadas no local conforme Tabela 1 foram coletadas exsicatas e estas levadas
ao herbário deste campus para posterior identificação.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
No inventário, foram avaliadas 354 árvores, dessas, 47,4% são nativas e 48,5
exóticas e 4.1% não identificadas. A espécie, Ficus benjamina popularmente conhecida
como fícus, foi a que apresentou maior ocorrência, com 65 indivíduos, seguida da
Caesalpinia. peltophoroides com 59 indivíduos. Na Tabela 1 são apresentados os nomes
comuns, científico, família, origem e o número de indivíduos de cada espécie arbórea
localizada nos módulos do campus da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em
Vitória da Conquista - BA.
TABELA 1- Espécies arbóreas presentes no campus da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia. Vitória da Conquista. BA
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Nome comum
Nome científico
Familia
Origem
Ficus
Ficus Benjamina
Moraceae
Exótica
Nº de
indivíduos
65
Sibipiruna
Caesalpinia. peltophoroides
Caesalpinaceae
Brasil
59
Casuarina
Casuarina equisetifolia
Casuarinaceae
Exótica
23
Palmeira Imperial
Roystonia regia
Palmae
Exótica
21
Madeira nova
Pterogyne nitens
Caesalpinaceae
Brasil
20
Oiti
Licani tomentosa
Rosaceae
Brasil
16
Pata de vaca
Bauhinia forficata
Caesalpinaceae
Brasil
11
Sombreiro
Clitoria fairchildiana
Fabaceae
Brasil
10
Ipê-amarelo
Tabebuia serratifolia
Bignoniaceae
Brasil
9
Flamboyant
Delonix regia
Fabaceae
Exótica
8
Ipê-roxo
Tabebuia impetiginosa
Bignoniaceae
Brasil
8
Boguevilhe
Bougainvillea sp.
Nyctaginaceae
Brasil
8
Palmerinha
Dypsis lutescens
Arecaceae
Exótica
8
Murta
Murraya paniculata
Rutacea
Exótica
6
Jacarandá mimoso
Jacaranda mimosifolia
Bignoniaceae
Exótica
5
Pau-Ferro
Caesalpinia ferrea
Caesalpinioideae
Brasil
5
Bisnagueira
Spathodea campanulata
Bignoneaceae
Exótica
5
Sete cascas
Astronium fraxinifolium
Anacardiaceae
Brasil
4
Cassia
Cassia grandis
Fabacea
Brasil
4
Manga
Mangifera indica
Anacardiaceae
Exótica
3
Pau-brasil
Caesalpinia echinata
Fabaceae
Brasil
3
Quaresmeira
Tibouchina granulosa
Melastomataceae
Brasil
3
Castanheiro
Terminalia catappa
Combretaceae
Exótica
3
Macadâmia
Macadamea integrifolia
Proteaceae
Exótica
3
Monguba
Pachira aquatica
Bombacaceae
Exótica
3
Cedro Australiano
Toona ciliata
Miliaceae
Exótica
3
Salgueiro colunar
Salix nigra
Salicaceae
Exótica
3
Tento -carolina
Adenanthera pavolina
Fabaceae
Exótica
3
Jacarandá da baía
Dalbergia nigra
Fabaceae
Brasil
2
Tamarindo
Tamarindus indica
Fabaceae
Exótica
2
Nespera
Eriobotrya japônica
Rosaceae
Exótica
2
Algaroba
Prosopis juliflora
Mimosaceae
Brasil
2
Acácia
Acacia mangium
Mimosaceae
Exótica
1
Pinheiro-do- Parana
Araucaria angustifolia
Araucariaceae
Brasil
1
Cipreste
Cupressus sp.
Cupressaceae
Exótica
1
Abacate
Persea americana .
Lauraceae
Exótica
1
Jaca
Artocarpus interglifolia
Moraceae
Brasil
1
Amora
Norus nigra
Moraceae
Exótica
1
Chuva de ouro
Cassia fistula
Caesalpinaceae
Exótica
1
Bico de papagaio
Euphorbia pulcherrima
Euforbiacea
Exótica
1
Espirradeira
Chorisia speciosa
Malvaceae
Brasil
1
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Nome comum
Nome científico
Familia
Origem
Boleira
Joanesia princeps
Euphorbiaceae
Brasil
Nº de
indivíduos
1
Não Identificada
Myrtaceae sp
Myrtaceae
-
2
Não Identificada
Prosops sp
Prosops
-
3
Não Identificadas
Palmae
Palmae
-
3
Não Identificadas
-
-
-
6
4. CONCLUSÃO
Com a realização deste trabalho, concluiu-se que existem 354 indivíduos arbóreos
com DAP acima de 10 cm, distribuídos em 42 espécies identificadas e em 24 famílias. O
que caracteriza uma grande diversidade de espécies. A identificação e quantificação dessas
árvores facilitarão um novo planejamento para o plantio de novas árvores, que poderão ser
utilizadas em aulas práticas e no embelezamento do campus.
5. REFERÊNCIAS
FERNANDES Kathia,D.F.S. Arborização Urbana. Boletim Acadêmico.
Arborização Urbana. UNESP/FCAV/FUNEP.Jaboticabal, SP – 2002.69p
Serie
GREY, G.; DENEKE, F. J. Urban forestry. New York: Wiley,1978. 279 p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, v.1, 1992. 352p.
LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas
arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, v.2, 1998. 352p
LUIS, D.K.; IMANÂ, J.C.; ELIAS, J.P. Levantamento da arborização do campus da
Universidade de Brasília. Cerne, v. 11, n. 2, p. 127-136, abr./jun. 2005.
MILANO, M. S. Arborização urbana. Curitiba: UFPR, 1995. 120 p (Apostila)
MOURA, F. A. E.; OLIVEIRA, R. T.; MAGALHÃES, L. M.S.; SOBRINHO, J. A.
Mapeamento, identificação botânica e caracterização plástica das árvores do campus da
UFRRJ/quadra dos alojamentos. Revista Floresta e Ambiente, v. 4, 1997.60p
PAIVA, P. D. de O. et al. Identificação e caracterização das espécies arbóreas do canteiro
central da Universidade Federal de Lavras/MG. Ciênc. agrotec., v. 28, n. 3, p. 515-519,
maio/jun. 2004.
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IMPACTOS DA UTILIZAÇÃO DA MADEIRA NATIVA NA
INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS FLORESTAIS
Mabel de Oliveira Santos1, Regileide Santana Franco Cândido1, Raoni Sousa
Botelho1,Gilmar Correia Silva2
1
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]
RESUMO: Este trabalho foi desenvolvido com base em informações prestadas por
estabelecimentos que utilizam a madeira como matéria-prima na industrialização de seus
produtos comercializados no município de Vitória da Conquista – BA. Foi verificado que a
grande maioria da matéria-prima, cerca de 88%, é oriunda da exploração de florestas
nativas das regiões norte ou sul do país, e apenas 12% proveniente de plantios de eucalipto
ou pinus. Sendo assim, percebe-se que os impactos ambientais oriundos da exploração,
industrialização e comercialização de produtos madeiráveis quando não manejados
tecnicamente, tendem a reduzir gradativamente a fonte principal de matéria-prima,
interferindo diretamente na dinâmica ambiental, econômica e social de uma região. Assim,
objetivo deste trabalho, foi avaliar os potenciais impactos causados e limitações de
mercado em função da utilização maciça de espécies nativas no município.
Palavras-chave: Floresta nativa; Industrialização de produtos florestais; Impactos.
INTRODUÇÃO
O método que tradicionalmente se explora as florestas nativas é economicamente
rentável, não considerando os princípios de sustentabilidade da produção florestal. Os
impactos da utilização da madeira e de produtos madeiráveis, tanto nos ecossistemas
quanto para a sociedade, devem ser levados em consideração, sejam eles positivos ou
negativos. Sendo positivos, saber explorá-lo de maneira eficaz, sendo negativos, procurar
utilizá-lo de maneira sustentável promovendo a redução dos impactos em função da
exploração, tais como, a compactação do solo, alteração das características físicas,
dificultando a regeneração natural da floresta.
Carvalho et al. (2006) consideram que as principais características da indústria
madeireira brasileira são: grande número de pequenas unidades de produção, localização
geográfica bastante descentralizada, as tecnologias e equipamentos utilizados são
nacionais, geralmente remunera atributos de qualidade e têm baixos investimentos anuais,
além de possuir carência de mão-de-obra qualificada.
O setor florestal tem uma grande importância como fornecedor de energia ou
matéria-prima para a indústria da construção civil e de transformação, apresentando no
Brasil, características mais singulares em razão do país contar com recursos florestais
abundantes (BUAINAIN & BATALHA, 2007). Assim, o consumo de madeira para uso
industrial no Brasil passou de 66 milhões de metros cúbicos (m³), em 1990, para 156
milhões de m³, em 2006.
Este trabalho tem como objetivo analisar os impactos gerados pela utilização da
madeira nativa na industrialização e a comercialização de produtos florestais no município
de Vitória da Conquista - BA, analisando os impactos positivos e negativos gerados.
1
Discente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória da Conquista – BA.
Docente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória da Conquista – BA.
2
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MATERIAIS E MÉTODOS
O presente trabalho foi realizado no município de Vitória da Conquista -BA, região
que possui um clima tropical de altitude, amenizado pela altitude elevada (mais de 1.000
metros) predominantemente, sendo uma das cidades mais frias do Norte/Nordeste do país
registrando temperaturas inferiores a 7°C em vários dias do ano.
Possui um relevo geralmente pouco acidentado na parte mais elevada, suavemente
ondulada, com pequenas elevações de topos arredondados. Seus vales são largos,
desproporcionais aos finos cursos d'água que aí correm, de fundo chato e com cabeceiras
em forma de anfiteatro. Ocorrem no platô elevações geralmente de encostas suaves
(embora existam aquelas com encostas íngremes), que podem atingir 1.000m ou mais. A
vegetação da região é caracterizada por apresentar diferentes faixas:
Faixa A - Caatinga ou cobertura acatingada - Vegetação típica de áreas com deficiências
hídricas acentuadas, incompatíveis com a cafeicultura. Seus solos são em geral rasos,
pedregosos
e
acidentados.
Faixa B - Carrasco, também conhecido como "campos gerais” ou cerrado - É uma
vegetação baixa, mais aberta, típica de terra muito pobre e seca. Encontra-se em solos
arenosos.
Faixa C - Mata de Cipó. Esta cobertura parece ser a predominante no platô. Vem em geral
logo abaixo do carrasco. É uma vegetação alta, fechada com muitas lianas, ou cipós,
epífitas (orquídeas) e musgos (barba de mono). Encontram-se muitas madeiras de lei, como
pau-de-leite, jacarandá, angico, etc. Também farinha-seca, ipê (pau-d'arco) são frequentes.
Faixa D - Mata-de-Larga. É mais baixa e mais aberta que a de Cipó. Apresenta muita
samambaia, sapé, capim Andrequicé e muitas leguminosas. São também encontradas
muitas palmeiras, planta que falta na Mata-de-Cipó. As áreas de Mata-de-Larga são mais
úmidas.
Faixas E e F - Mata Fria e Mata Fluvial Úmida - São as vegetações que aparecem nas
bordas e nas escarpas sudeste do platô, logo depois da Mata-de-Larga. São áreas úmidas
que estão sob influência das correntes aéreas frias e úmidas vindas do oceano. A mata não
apresenta praticamente nenhuma madeira de lei. Predomina a madeira
branca."(MEDEIROS, Ruy H. A., 1996 ).
A comercialização de produtos madeireiros é voltada especialmente para
construção civil na região, cuja demanda apresenta-se em uma curva positiva a pelo menos
alguns anos. O município não apresenta unidade de produção comercial para desdobro
primário da madeira, sendo obtidas peças oriundas das regiões norte e sul, na sua grande
maioria, onde se procede o processamento secundário e acabamento de peças.
Neste estudo foram levantadas informações através da aplicação de alguns
instrumentos, tais como:
- Aplicação de Questionários: este caracteriza como técnica de pesquisa direta,
onde foi utilizado como um tipo de observação.
- Entrevista: realizada com proprietários das madeireiras, sendo fundamental para
a compreensão do processo de utilização e industrialização dos produtos florestais.
- Levantamento Bibliográfico: foi realizada uma pesquisa buscando material
bibliográfico que caracterizasse a atividade comercial envolvendo a utilização de madeira
como matéria-prima
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Foram coletadas informações referentes às empresas do setor florestal, com a
intenção de se analisar os procedimentos e identificar os impactos causados pela utilização
de espécies nativas na comercialização de produtos industrializados. 14 pontos comerciais
cadastrados na Prefeitura Municipal, cujas atividades envolvem a comercialização de
produtos madeireiros, seja na transformação primária, secundária ou no beneficiamento e
produção de peças para diversos fins foram analisadas.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A comercialização dos produtos madeireiros em Vitória da Conquista tem como
base a utilização de matéria-prima oriunda de florestas nativas, cujas espécies apresentam
maior valor comercial. Esta representa cerca de 88%, enquanto 12% são oriundas de
plantios de eucaliptos ou pinus, provenientes da própria região ou do sul do país.
Considerando a aquisição média anual de 1.760,04m3 de madeira e ainda os dados de
exploração nos estados de origem, pode-se inferir sobre a participação do Município de
Vitória da Conquista no processo de exploração florestal no país.
Um fator averiguado foi a ausência do interesse comercial pelas espécies de floresta
plantada, que tem ainda uma pequena participação. Comparando com outros municípios de
outras regiões, pode-se considerar um valor extremamente baixo, visto as possibilidades e
qualidade do material dessas espécies. O maior entrave observado refere-se ao
conhecimento das propriedades tecnológicas de espécies como o eucalipto.
Por outro lado, a centralização na utilização de espécies nativas oriundas de outras
regiões, interferem na expansão da atividade comercial, uma vez que se faz necessário o
transporte a longas distâncias, interferindo no custo final, na qualidade da madeira, e
também na regularização junto a órgãos fiscalizadores. Estes têm o papel pautado em
processos de licenciamento e fiscalização, além de observar o consumo de madeira e a sua
origem.
A Tabela 1 apresenta os impactos potenciais gerados pela utilização de espécies
nativas, sem a utilização de técnicas de manejo adequado, na comercialização de produtos
madeireiros pelo município.
Tabela 1. Impactos potenciais gerados pela utilização de espécies nativas sem manejo
adequado.
Impactos Potenciais Negativos
Comprometimento da diversidade de espécies da
fauna e da flora
Redução da capacidade produtiva das florestas
Alteração na qualidade de vida da população do
entorno
Predisposição à queimadas
Erosão e empobrecimento do solo
Alteração na qualidade do ar e das águas
Impactos Potenciais Positivos
Geração de empregos
Obtenção de matéria-prima pré-industrializada
reduzindo custo com energia
Redução de área para estocagem
Maior valor do produto comercializado
Comercialização de acordo com a demanda da
região
Manutenção das áreas na região de destino
Os impactos ambientais oriundos da exploração, industrialização e comercialização
de produtos madeiráveis quando não manejados tecnicamente, tendem a reduzir
gradativamente a fonte principal de matéria-prima, interferindo diretamente na dinâmica
ambiental, econômica e social de uma região. Em princípio, a perspectiva no incremento
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da atividade em Vitória da Conquista, depende atualmente, de acordo com a maioria dos
proprietários, de um pólo florestal, associada a uma assistência técnica que propicie a
industrialização de uma madeira de qualidade, capaz de satisfazer as demandas da região.
CONCLUSÃO
A utilização de madeiras nativas no município de Vitória da Conquista, voltada
para a industrialização e comercialização dos seus produtos, teve como fator limitante a
carência de matéria-prima de origem local, a falta de informação sobre o manejo adequado
para as condições de armazenamento, a utilização e propriedades tecnológicas de madeiras
provenientes de florestas plantadas.
REFERÊNCIAS
BUAINAIN, A. M.; BATALHA, M. O. Cadeia produtiva de madeira. Brasília: IICA:
MAPA/SPA, 2007. 84p.
CARVALHO, R. M. M. A.; SOARES, T. S.; VALVERDE, S. R. Setor florestal é destaque
na economia brasileira. Revista da madeira. Curitiba, n.95, 2006.
GOMES, F. P.; GARCIA, C. H. Estatística aplicada a experimentos agronômicos e
florestais: exposição com exemplos e orientações para uso de aplicativos. Piracicaba:
FEALQ, 2002. 309p.
MARTINS, S. S et al. Impactos da exploração madeireira em florestas nativas sobre alguns
atributos físicos do solo. Revista Árvore. Viçosa, v.22, n.1, p.69-76, 1998
MEDEIROS, R. H. Notas Críticas ao livro "O Município da Vitória"de Tranquilino
Torres. Vitória da Conquista: Museu Regional; UESB, 1996. 87p.
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IMPACTOS GERADOS PELA ATIVIDADE CERAMISTA E
CONSUMO DE LENHA NOS MUNICÍPIOS DE PIATÃ E ABAÍRA
Edmar de Souza Araújo1, Juliana Gomes Messias2, Elton Rodrigo Pereira Veiga3,
Gilmar Correia Silva4
1,2,3,4
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected]
RESUMO: O desmatamento gerado pela implantação de culturas agrícolas e outras
práticas exploratórias para atender a demandas econômicas, tem gerado grande
desequilíbrio ambiental em várias regiões do país. A atividade relacionada a fabricação de
produtos cerâmicos demanda uma grande área de florestas nativas ou exóticas. Esta
atividade é uma das principais fontes propulsoras da economia nos municípios de Piatã e
Abaíra, localizadas na região da Chapada Diamantina na Bahia. O município de Piatã e
Abaíra ficam a 24km de distância, apresentam clima e vegetação distintas, porém
assemelham-se nos impactos gerados pela atividade ceramista na região. O presente
trabalho vem a analisar os impactos ambientais gerados com o consumo de lenha para a
produção de tijolos e blocos nos município de Piatã e Abaíra.
Palavras-chave: Lenha, Impactos, Cerâmica.
INTRODUÇÃO
O município de Piatã e Abaíra estão situados na Chapada Diamantina no centro da
Bahia, onde nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio das
Contas. Compõe a unidade geológica conhecida como a serra do espinhaço. Apresenta-se
em geral como um altiplano extenso, com altitude média entre 800 e 1.200m. Os dois
pontos mais altos da Bahia estão na Chapada: o Pico do Barbado com 2.080m (o mais alto
do nordeste) e o Pico das Almas com 1.958m.
Sistemas de manejos empregados em biomas localizados na região nordeste
deveriam ser mais frequentes, a fim de reduzir possíveis impactos ambientais gerados pela
falta de um planejamento adequado de extração de madeira. Geralmente é praticado através
de desmatamentos e queimadas oriundas de práticas agrícolas, principal atividade da
região. A demanda por madeira foi aumentando à medida que foram surgindo novas
atividades econômicas no Brasil e não diferente nos municípios de Piatã e Abaíra. Essa
demanda é mais frequente e mais remota quando se refere às padarias da região, que há
décadas utilizam a madeira como principal fonte de energia, e que atualmente os olhos da
sociedade estão voltados para a fábrica de telhas e blocos. Em decorrência dessas
atividades que pouco se preocupava com a preservação de recursos naturais, as florestas
nativas heterogênea ficaram mais escassas não podendo atender a demanda de lenha para
todos os interesses.
A busca pelo desenvolvimento sustentável está diretamente ligada ao grau de
satisfação da sociedade em relação às suas expectativas. Essas expectativas são
consideradas por Flores & Nascimento (1994) como relacionadas ao estádio de
desenvolvimento sob os aspectos social, econômico, ecológico e político. A garantia da
reprodução de um sistema produtivo é manter a renovação de seus elementos constitutivos
e das funções que garantem esta renovação. A retirada de florestas e vegetações nativas
para a construção de infra-estrutura agrícola e pecuária, em geral, fraciona e reduz o espaço
dos ecossistemas naturais, provocando a diminuição considerável da fauna local. De
acordo com Alvarenga (1996) no tocante a indicadores de impactos, observa-se que alguns
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parâmetros são bastante sensíveis às alterações provocadas pelos diferentes manejos
adotados em diferentes atividades. Este trabalho teve como objetivo, analisar os impactos
ambientais gerados pelo consumo de lenha para a produção de tijolos e blocos nos
município de Piatã e Abaíra.
MATERIAIS E MÉTODOS
Coleta de dados sobre o ecossistema da região
Segundo o IBGE (2008) o município de Piatã apresenta área geográfica de
1.508,036km2 sendo que a maior parte da sua superfície é constituída por áreas íngremes
que diminui a área disponível para a técnica de plantio florestal. Já o município de Abaíra
de acordo com o IBGE (2008) apresenta área geográfica de 179, 906km² de acordo com os
dados levantados a pequena umidade da localidade é que diminui a técnica de plantio de
árvores.
Exploração madeireira na região
A atividade relacionada à extração de madeira na região da Chapada Diamantina é
constante, mesmo com todas as adversidades relacionada com o seu relevo, clima e o tipo
de vegetação. A época do ano que a região é mais propícia para a ocorrência de incêndios
florestais é no início de setembro, por causa do calor. Passada a época de incêndios, a
vegetação existente é de total destruição o que resta são cinza e pedras e algumas árvores
queimadas e mortas que resistem em ficar em pé. Justamente essas árvores que mais tarde
são extraídas para serem utilizadas para diversas formas de obtenção de energia.
Outra maneira de obtenção de madeira morta é quando a árvore por algum motivo
deixa de realizar sua atividade fisiológica e acaba morrendo. A atividade de
reflorestamento florestal na região ainda é muito pequena tanto com mudas nativas como
mudas exótica. A falta de iniciativas e incentivos fiscais a técnica de reflorestamento são
requisitos para a baixa quantidade de hectares plantados. O município de Seabra é uma das
primeiras cidades a aderir o sistema de reflorestamento com mudas exóticas na Chapada,
visando assim, atender as necessidades do fornecimento de energia para a produção de
produtos cerâmicos e atividades afins.
Dados das Cerâmicas
O trabalho foi realizado em duas unidades distintas, onde se realiza a atividades de
fabricação de produtos cerâmicos. A primeira olaria avaliada localiza-se no município de
Piatã e a segunda olaria no município de Abaíra. A coleta de dados foi realizada pela
verificação local e interpretação de dados obtidos através de questionário sistemático,
incluindo informações que fosse possível diagnosticar os impactos gerados pelo consumo
de lenha como fonte de energia para produção da cerâmica.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi verificado que nos dois municípios, a única fonte de energia utilizada na
produção de blocos e telhas de cerâmica é a madeira, classificada como lenha.
A Figura 1 apresenta as principais fontes de extração da matéria-prima nos dois
municípios desde a sua implantação.
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Figura 1. Fontes de obtenção de matéria-prima para geração de energia nas cerâmicas.
Pode-se verificar que a principal fonte de extração da matéria-prima é oriunda de
remanescentes de florestas nativas, cujo material retirado é considerado madeira morta, ou
seja, troncos e galhos mortos ou com aspecto de baixa atividade fisiológica devido à
prática de queimadas, representando, assim, 40% do total. A extração da matéria-prima
pelo corte de árvores vivas nos remanescentes representa 30%, seguida de árvores de
reflorestamento com 20% e de outras formas, como resíduos que representam 10%.
A Tabela 1 apresenta a matriz de impactos potenciais gerados pela atividade
ceramista, especialmente em relação à utilização de matéria-prima florestal na região.
Tabela 1. Impactos potenciais causadores de degradação do meio ambiente.
Impactos ambientais potenciais
Redução da diversidade de espécies da
fauna e da flora.
Contaminação dos recursos naturais.
Aumento da velocidade do vento
devido ao desmatamento.
Poluição do ar e liberação de material
particulado devido à queimada.
Erosão e empobrecimento do solo
especialmente próximo à bacia do Rio
de Contas.
Mudanças climáticas.
Contaminação das áreas e dos animais,
devido ao uso inadequado de produtos
químicos.
Medidas mitigadoras e/ou compensatórias
Praticar a conservação da paisagem natural, mantendo os principais
biótopos, considerando a necessidade de manutenção da Reserva
Legal e das demais áreas protegidas por lei.
Selecionar culturas de acordo com o princípio da vocação do local.
Utilizar práticas conservacionistas no sistema de produção e
manejo do solo.
Utilizar rotação de culturas, favorecimento do controle biológico e
integrado de pragas.
Buscar sempre assistência de profissional qualificado para
utilização de produtos.
Implantação de quebra-ventos.
Implantação de sistemas como a agrossilvivultura.
Banir a prática de queimada, especialmente em grandes áreas,
buscando sempre a orientação e autorização de órgão competente.
Adotar práticas de conservação que permitam a manutenção da
cobertura e proteção do solo contra intempéries.
Cultivos integrados e pousio.
Formação de faixas de proteção contra erosão, utilizando curvas de
nível e terraços.
Adoção do cultivo mínimo e plantio direto evitando a utilização de
máquinas pesadas.
Reflorestamento de áreas mais pobres e com alto declive.
Adubação orgânica incrementando o teor de matéria orgânica do
solo.
Planejamento e organização das áreas de produção.
Utilização de cultivares resistentes às variações climáticas.
Evitar o uso de insumos que possam contaminar as áreas de
pastoreio, assim como, produtos veterinários que produzam
resíduos potencialmente perigosos.
Utilização de métodos de controle biológico e/ou integrado de
pragas, visando a redução de agrotóxicos.
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CONCLUSÃO
É possível constatar que a utilização dos recursos florestais para atividade
ceramista, pode provocar, sem prévio planejamento e manejo das áreas, impactos negativos
ao ambiente, promovendo numa escala temporal, consequente perda da capacidade
produtiva do solo, especialmente pelas práticas de queimadas na região. Prevê-se ainda,
uma possível expansão de áreas de extração a fim de atender a demanda comercial das
cerâmicas localizadas nos dois municípios.
REFERÊNCIAS
ALVARENGA, M. I. N. Propriedades físicas, químicas e biológicas de um Latossolo
Vermelho-Escuro em diferentes ecossistemas. Lavras: UFLA, 1996. 211p. Tese
(Doutorado). Universidade Federal de Lavras, 1996.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (Rio de Janeiro, RJ). Produção da
Extração Vegetal e da Silvicultura. IBGE, 2007.
MAILHO, M.L. & CAVANAGHI, V. Gestão de Estoque no Processo de Fabricação:
Um estudo de caso na indústria de processamento de madeira. IV Congresso Nacional
de Excelência em Gestão. 2008.
SIDERSKY, P. Agricultura familiar: uma opção para o Brasil. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1994.
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LEVANTAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO BAIRRO
SANTA RITA, MUNICÍPIO DE POÇÕES, BAHIA
Catia Dias do Carmo1, Danusia Valeria Porto da Cunha1, João Paulo Silva1
1
Uesb, Vitória da Conquista
e-mails: [email protected]; [email protected];
[email protected]
RESUMO: Realizou-se inventário do tipo censo das árvores existentes no bairro Santa
Rita, município de Poções/BA, visando conhecer sua composição florística. Foram
encontrados 131 indivíduos distribuídos em dez espécies sendo que destes 58,8%
pertencem à espécie Ficus benjamina e 21,8% a espécie Licania tomentosa. Verificou-se a
maior incidência de podas do tipo topiaria sendo a mesma subsidiada pela prefeitura do
município. O vandalismo apesar de pouco significativo em termos percentuais foi
detectado na avaliação qualitativa dos indivíduos.
Palavras-chave: Arborização urbana; Inventário; podas; vandalismo.
INTRODUÇÃO
Rezende (1997) citado por Gonçalves et al. (2004) em consonância com Fiedler, et
al. (2006) descreve como vantagens da arborização urbana a melhoria na qualidade do ar;
efeito quebra-vento; absorção de poeira; aumento do prazer contemplativo, por meio da
melhoria do aspecto estético e visual; estabilidade microclimática e, por conseguinte,
conforto térmico; redução de poluição sonora; valorização de espaços; abrigo e alimento
para pássaros. Dessa forma, a arborização urbana contribui enormemente para a qualidade
de vida e o bem-estar da população, seja de um grande centro urbano ou de pequenas
cidades.
Para Pedrosa (1983) citado por Fiedler et al. (2006), o planejamento na implantação
de novas áreas arborizadas é de extrema importância, pois caso se escolha espécies de
porte compatível não há necessidade de qualquer tipo de poda de manutenção. Entretanto,
em muitas situações o planejamento urbano deixa de incluir a arborização como prática a
ser devidamente planejada, permitindo, muitas vezes, que iniciativas particulares pontuais
e desprovidas de conhecimento técnico atualizado tomem espaço com plantios irregulares
de espécies sem compatibilidade com o planejamento anterior havendo, portanto perda de
eficácia na arborização.
A avaliação da arborização é realizada por meio de inventário qualitativo,
quantitativo ou ainda qualiquantitativo com vistas à manutenção das áreas arborizadas,
prevenção de acidentes e depreciação das vias públicas e ainda visando a inclusão de novas
áreas.
Em relação à composição florística, Santos & Teixeira citados por Pires et al (2007)
coloca que a maioria das cidades brasileiras apresenta-se pouco diversificadas com
predomínio das espécies exóticas em detrimento das possibilidades de se explorar a riqueza
da flora local. Ainda segundo o mesmo autor a uniformização da vegetação nos centros
urbanos constitui um dos maiores perigos para o equilíbrio ecológico devendo ser evitada.
Objetivou-se com este trabalho conhecer a composição arbórea e arbustiva das vias
públicas do bairro Santa Rita como instrumento para seu planejamento.
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O estudo foi realizado no bairro Santa Rita no município de Poções, Bahia em
detalhe no mapa (Figura 1). A cidade possui uma área total de 962,86 km2 com 44.759
habitantes e está inserida nos biomas Caatinga e Mata (IBGE, 2009). O bairro Santa Rita
foi implantado há mais ou menos 26 anos e possui características de ocupação de padrão
médio com 95% da pavimentação já concluída e 100% da rede de esgotamento implantada.
Predominantemente residencial, o bairro possui 16 ruas apresentando lotes pequenos,
traçado irregular e ruas estreitas com ocupação da população de baixa renda (PDDU2).
Figura 01: Mapa político da cidade de Poções. Fonte IBGE modificado (2009).
O clima na região do Planalto Conquista onde a cidade está inserida é classificado
como C 1 wB’3 a’ (Tornthwait) e Bswh (Koppen), variando de semi-úmido na borda leste
a semi-árido da borda oeste da região do Planalto Conquistense, com temperatura média de
19,5 ºC (BARRETO et al., 1998 apud SOARES FILHO, 2000).
Realizou-se inventário do tipo censo nas dezesseis ruas do referido bairro entre os
meses de junho e julho de 2008.
A identificação das espécies foi realizada através de morfologia comparada, usando
bibliografia especializada e consultas a especialistas.
Observou-se a presença ou ausência de podas classificadas em: de formação,
drástica ou prática de topiaria. As podas de formação são aquelas relativas à condução da
árvore geralmente realizadas no viveiro, mas passíveis de se realizar quando do indivíduo
estabelecido na via pública. A poda drástica é bastante prejudicial ao desenvolvimento da
planta utilizada para rebaixar a copa. E temos ainda a topiaria utilizada para formação de
figuras.
A presença ou ausência de vandalismo também foi observada sendo considerado
como ato de vandalismo as seguintes práticas: injúrias ao tronco provocadas por cortes de
qualquer tipo de lâmina; presença de ramos arrancados; utilização do tronco ou galhos
como suporte para qualquer finalidade como placas de propaganda, cestas de lixo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nas ruas do bairro foram encontradas 131 árvores apresentadas na Tabela 01.
Foram encontradas ainda três mudas não identificadas e uma árvore morta excluídas do
processamento dos dados, por conta do seu não estabelecimento.
2
O Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano se encontra em processo de conclusão.
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Tabela 01: Relação das espécies encontradas no bairro.
ESPÉCIES
Nome Vulgar
N.º de ind.
%
Ficus benjamina L.
Sempre verde
77
58,8
Licania tomentosa (Benth)
Oiti
28
21,4
Ficus benjamina variegata
Ficus (branco)
10
7,6
Pachira aquatica Aubl.
Falso cacau
09
6,9
Bougainvillea sp.
Bougainvillia
02
1,5
Malpighia sp. L.
Acerola
01
0,8
Psidium guajava L.
Goiabeira
01
0,8
Bauhinia sp.
Pata de vaca
01
0,8
Eucalyptus sp.
Eucalipto
01
0,8
Senna splendida (Vog) H.S. Irtum & Barnely
Canjõao
01
0,8
Total
131
Mais de 58% dos indivíduos são da espécie F. benjamina e 21,4% da L. Tomentosa
totalizando 82% dos indivíduos encontrados pertencentes apenas a duas espécies. Os
resultados estão em consonância com os encontrados por Rocha et al. (2004) que
apresentam as espécies F. benjamina e L. tomentosa entre as três primeiras espécies mais
frequentes. Segundo o mesmo autor a espécie F. Benjamina é inadequada para a
arborização de vias públicas devido à incompatibilização com as estruturas urbanas.
Como previsto a prática de topiaria compreende a maioria das atividades de podas
no bairro (Gráfico 01) sendo subsidiada pela prefeitura. Em 22% dos indivíduos não há
vestígios de podas não significando, entretanto que a mesma não foi realizada.
Ocorência de Podas
1%
22%
Drástica
Topiaria
Formação
Inexistente
8%
70%
Gráfico 01: Ocorrência de podas em porcentagem das espécies encontradas.
O vandalismo foi detectado em 30% dos indivíduos indicando a necessidade de
interferência junto à população no sentido de conscientizar sobre a importância da
arborização urbana e sua manutenção.
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Ocorrência de Vandalismo
30%
Ausente
Exixtente
70%
Gráfico 02: Ocorrência de vandalismo em porcentagem das espécies encontradas.
CONCLUSÃO
A quantidade de espécies encontradas no levantamento e sua inadequação com as
vias públicas indicam a ocorrência de plantio indiscriminado no bairro.
O vandalismo apesar de existente não foi apontado como fator de risco à
arborização do bairro, porém deve ser combatido por meio de conscientização da
população.
A topiaria, prática mantida pela secretaria de obras do município pode ser entendida
como medida de prevenção a possíveis danos causados pelos indivíduos arbóreos.
REFERÊNCIAS
FIEDLER, N. C.; SONE, E. H.; VALE, A. T.; JUVÊNCIO; J. de F.; MINETTE. L. J.;
Avaliação dos Riscos de Acidentes em Atividades de Poda de Árvores na Arborização
Urbana do Distrito Federal. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.30, n.2, p.223-233, 2006.
GONÇALVES, S.; ROCHA, F.T. Caracterização da Arborização Urbana do Bairro de Vila
Maria Baixa Com SCIENTIAE SAÚDE. Revista Cientifica, UNINOVE – São Paulo. v.2,
p. 67-75. 2004.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm?1> Acesso em: Jul 2008.
PIRES, N. A M. T.; MELO, M da S.; OLIVEIRA, D. E de; Xavier-Santos, S. Diagnóstico
da Arborização Urbana do Município de Goiandira, Goiás. Revista Brasileira de
Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 537-539, jul. 2007 .
ROCHA, R. T., LELES, P. S. S.; NETO, S. N. O. Arborização de Vias Públicas em Nova
Iguaçu, Rio de Janeiro: O Caso dos Bairros Rancho Novo e Centro. Revista Árvore,
Viçosa-MG, v.28, n.4, p.599-607, 2004.
SOARES FILHO, A. O. Estudo Fitossociológico de Duas Florestas em Região Ecotonal
no Planalto de Vitória da Conquista. Dissertação (Mestrado) Instituto de Biociências da
Universidade de São Paulo – Departamento de Ecologia. São Paulo, 2000.
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MANEJO E CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS EM
COMUNIDADES QUILOMBOLAS NA MICRO-REGIÃO DE
VITÓRIA DA CONQUISTA
Adilson Almeida dos Santos1, Laís Ribeiro Lima Lacerda1, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito2, Valdemiro Conceição Júnior3
Discente do curso de Engenharia Florestal, UESB, Vitória da Conquista1; Engenheira
Agrônoma, UESB, Vitória da Conquista2; Docente do Departamento de Fitotecnia e Zootecnia,
UESB, Vitória da Conquista3.
e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
RESUMO
Este trabalho buscou demonstrar o manejo e conservação dos recursos naturais realizado
pelos agricultores nas comunidades remanescentes de quilombos da micro-região de
Vitória da Conquista – Bahia. Para tal, foram realizadas etapas de acordo com metodologia
descrita, como revisão de literatura, leitura de paisagem e entrevistas direcionadas a 176
agricultores remanescentes de quilombo. Dessa forma foi possível perceber que os existem
uma grande valorização das terras pelos quilombolas, tendo em vista que a terra é o
principal meio de sobrevivência destes. No entanto, é observado um manejo incorreto dos
recursos naturais sendo que estes usam de técnicas que não garantem uma conservação dos
recursos naturais.
Palavras-chave: Conservação ambiental; Quilombolas; Recursos naturais.
INTRODUÇÃO
Na micro-região de Vitória da Conquista a agricultura familiar predomina na zona
rural, sendo incluídas neste universo as comunidades remanescentes de quilombos.
Comunidades tradicionais, de acordo com a Política Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (BRASIL, 2007) são grupos
diferenciados, que se reconhecem como tais, que se organizam socialmente de formas
próprias, que ocupam e usam territórios e recursos naturais para sua reprodução cultural,
social, religiosa e econômica, utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e
transmitidos pela tradição.
Na cidade de Vitória da Conquista há uma forte presença histórico-cultural afrobrasileira, e identificadas Fundação Cultural Palmares mais de 25 comunidades
quilombolas (FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, 2009).
Este trabalho teve por objetivo fazer um diagnóstico do uso e da conservação dos
recursos naturais praticados em comunidades quilombolas na micro-região de Vitória da
Conquista.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado utilizando-se por base alguns aspectos descritos por Garcia
Filho (1999) na metodologia Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários, sendo as
informações levantadas através de questionários. No período compreendido entre março e
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agosto de 2009 foram realizadas leitura de paisagem e aplicação de 176 questionários préestruturados a agricultores de comunidades remanescentes de quilombo, como Água Doce,
Antero, Baixa Seca, Baixão, Bate-pé, Bomba, Boqueirão, Campo Formoso, Cinzento,
Corta Lote, Esconço, Furadinho, Guaribas, Lagoa de Maria Clemência, Lagoa de
Melquiades, Lajinha, Lamarão, Ribeirão dos Paneleiros, São Joaquim, Velame, e, na
micro-região de Vitória da Conquista - Bahia, que permitiram obter informações a respeito
do manejo e da conservação dos recursos naturais.
Para melhor compreensão, e complementação das informações realizadas
entrevistas com lideranças das comunidades que permitiram também conhecer um pouco
mais da história de cada local.
Os dados tabulados foram analisados em planilhas do sistema Microsoft Excel tanto
quantitativa como qualitativamente.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As comunidades quilombolas costumam conservar recursos por dependerem e
aprenderem, ao longo das gerações a lidar com a natureza. Como dependem do meio,
buscam trabalhar a propriedade em paralelo à manutenção da qualidade ambiental, muito
influenciada por serem sociedades de consumo reduzido e limitados à pequena produção
agrícola e extração de produtos. O uso dos recursos pelos quilombolas visa à necessidade
de permitir às gerações futuras a qualidade das propriedades que herdarão e terão como
principal meio de sobrevivência.
Mas isto não significa que essas populações sempre conservem o meio e os
recursos disponíveis. A categoria comunidades remanescentes de quilombos tem como
característica uma herança cultural muito forte, herdada anteriormente à herança da terra
(FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, 2009). Essa forma de aquisição de terras é a
declarada por 77% dos entrevistados. Nesta herança cultural estão presentes práticas de uso
e manejo dos recursos naturais consideradas incorretas e que certamente diminuirão a
qualidade e a quantidade dos recursos disponíveis a cada geração.
Quando perguntados se efetuam derrubada de mata nativa, apenas 22% afirmaram
fazer. Já quando tratamos no uso de lenha na propriedade 91% responderam que usam este
tipo de energia, sendo que desses, a maioria, 78% usam lenha retirada na propriedade e
22% lenha comprada. Essa utilização justifica em muito o fato da realização da derrubada
da mata nativa, assim como pela necessidade de maior quantidade de terra para produzir,
tendo em vista a exaustão do solo com o uso de determinada práticas e depois de longos
períodos produzindo. Na região 47% dos entrevistados realizam queimadas e 48% não
costumam deixar a terra em repouso.
Segundo Sampaio & Sampaio (2009), a agricultura itinerante, que depois da
derrubada e da queima, aproveitando o aumento da fertilidade do solo com as cinzas e a
pouca presença de ervas daninhas, cultiva a terra por alguns anos e depois, em nos poucos
casos em que há o abandono para o pousio, este freqüentemente mais curto que o
necessário, tem efeitos tão drásticos quanto a retirada da lenha.
No entanto, no que diz respeito à consorciação de culturas, 70% dos agricultores a
fazem, visando terras com uma maior vida produtiva, melhorando a utilização da terra, a
exploração de água e nutrientes, a proteção do solo contra erosão, além de aumentar a
eficiência no controle de predadores.
Outra informação importante diz respeito à presença de recursos hídricos na
propriedade, 37% responderam possuir, sendo que 49% estão protegidos. A preocupação
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com a conservação dos recursos hídricos aparenta-se pequena, no entanto é maior que em
outras comunidades não inseridas na categoria remanescentes de quilombos.
CONCLUSÃO
Os dados permitem perceber que da forma como são usados atualmente, os recursos
naturais das propriedades de comunidades remanescentes de quilombos estão perdendo
qualidade e quantidade, por conta de algumas práticas incorretas de uso e manejo destes
recursos. É portanto, necessário desenvolver ações que permitam unir as atuais formas de
conservação com a recuperação dos recursos existentes.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Decreto Presidencial Nº 6.040, de 7 de fevereiro de 2007. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6040.htm >. Acesso
em 17 de outubro de 2009.
FUNDAÇÃO CULTURAL
QUILOMBOLAS, 2009.
PALMARES,
MANIFESTO
PELOS
DIREITOS
GARCIA FILHO, D. P. Análise e Diagnóstico de Sistemas Agrários - Guia
Metodológico. INCRA/FAO, 1999.65 p.
SAMPAIO, E. V. S. B.; SAMPAIO, Y.; Preservação da vegetação nativa,
especialmente da caatinga: custos e responsabilidades. Universidade Federal de
Pernambuco – UFPE, 2009.
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MATÉRIA-PRIMA E RESÍDUOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE
PRODUTOS MADEIREIROS NO MUNICÍPIO DE BARRA DO
CHOÇA – BA
Giovanni Correia Vieira1, Mariana de Carvalho Aguiar Ribas1, Alcides Pereira Neto1,
Gilmar Correia Silva1
1
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected]
RESUMO: O objetivo desse trabalho foi caracterizar a matéria-prima e os resíduos
gerados pelo processamento ou beneficiamento dos produtos madeireiros comercializados
no município de Barra do Choça. Os dados foram obtidos através de entrevistas com
aplicação de questionários aos responsáveis em todas as madeireiras do município. Os
aspectos observados foram a origem da matéria prima, a finalidade da madeira e a
utilização de seus resíduos, bem como, a sua destinação final. Foi observado o consumo
médio de 312,5 m3 de madeira no ano de 2008, sendo essa, na maioria de florestas
plantadas. Também pôde-se observar um baixo aproveitamento dos resíduos gerados nos
estabelecimentos.
Palavras chave: Produtos madeireiros; Matéria-prima florestal; Resíduo madeireiro.
INTRODUÇÃO
O setor florestal é responsável pelo fornecimento de energia, matéria-prima para a
indústria de construção civil e de transformação, sendo o Brasil, um país privilegiado por
estar entre os principais detentores de recursos florestais, possuindo uma extensa área de
florestas tropicais (BUAINAIN & BATALHA, 2007). A Sociedade Brasileira de
Silvicultura estima que o consumo de madeira é de 400 milhões de m3/ano. Desse total,
100 milhões de m3/ano, referem-se ao consumo florestas plantadas para uso industrial e
300 milhões de m3/ano a florestas nativas e plantadas para diversos fins.
Acredita-se que a produção de madeira serrada deverá continuar apresentando taxas
de crescimento positivas, e que o principal responsável pelo aumento da produção de
madeira serrada deverá ser originado de florestas plantadas (eucalipto e pinus). Já a
produção de madeira serrada de florestas naturais deverá estabilizar e sequencialmente
apresentar quedas nas próximas décadas, devido a pressões ambientais, perda de
competitividade em virtude de aspectos regulatórios sobre a matéria-prima (ABIMCI,
2007).
Estima-se que no processamento de uma tora seja aproveitado apenas 35% da
madeira. Os volumes de perdas são muito grandes, mesmo em pequenas serrarias (MADY,
2000). A maioria das serrarias não aproveita os resíduos e possui baixa eficiência no
beneficiamento da madeira. Segundo Leeuwstein (2001), a Legislação Brasileira aponta a
responsabilidade das empresas na estocagem, tratamento de resíduos gerados pelos
processos de produção e descarte final, a partir de procedimentos adequados para a
conservação do meio ambiente. O planejamento correto do corte, uso de maquinários
adequados, investimentos na qualificação dos funcionários podem reduzir os desperdícios.
O aproveitamento dos resíduos, assim, pode reverter-se em lucro para a pequena e média
empresa, além de diminuir o impacto ambiental gerado por essa atividade.
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O objetivo deste trabalho foi caracterizar a matéria-prima e os resíduos gerados na
industrialização de produtos florestais no município de Barra do Choça – BA.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados foram obtidos através de observação “in loco” e aplicação de
questionários aos estabelecimentos comerciais e/ou transformação de produtos madeireiros
do município da Barra do Choça.
Foram avaliados oito estabelecimentos: 1 serraria; 1 movelaria; 2 madeireiras e 4
marcenarias. Observou-se e registrou-se os seguintes aspectos: volume médio de madeira
utilizado no ano de 2008; origem da matéria-prima; as dificuldades na obtenção de
matéria-prima; e o destino final dos resíduos gerados no processamento da madeira.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O volume médio de madeira em 2008 foi de 312,5 m3, valor considerado baixo
quando se considera o porte do município. Os motivos mais citados pelos responsáveis são:
dificuldade de documentação para obtenção da matéria-pirma, floresta com baixo volume
de madeira e o custo da madeira. Cerca de 75% da madeira vem de florestas plantadas, isso
ocorre devido aos plantios de eucaliptos em áreas degradadas próxima da cidade, ao
plantio de grevíleas no sombreamento de café na região e forte fiscalização na região pelo
IBAMA e Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Os resíduos, como mostra a Figura 1, não são reutilizados no local como
incremento da produção. Cerca de 78% são vendidos para serem queimados, 11% são
doados, 10% são descartados nos lixões da cidade. Isso ocorre pela baixa qualificação
profissional dos trabalhadores e administradores das madeireiras e a cultura da população
local. Esses resíduos podem ser utilizados de diversas formas, como: na geração de
energia, pois segundo Woods & Hall (1994) estimam em 35 EJ/ano (10GW) o potencial
energético dos resíduos da extração florestal, no mundo; em usina de compostagem para
produzir adubo orgânico; artigos doméstico, decorativo, brinquedo, uso pessoal, esportivo,
artesanato, proporcionando renda e diminuindo o desperdício da matéria-prima
(STERNARD, 2002). Opções como transformar a serragem em cilindros compactos
denominados “briquetes”, facilita o manuseio e o transporte, agregando maior valor aos
resíduos, pois substitui diretamente a lenha nos equipamentos onde esta é queimada
(LIMA, 1998).
Destino final dos resíduos
Doados para fornos
Vendidos para serem queimados
Descartado nos lixões da cidade
10%
9%
Pó é doado para baia de cavalo
10% 0% 3% 68%
Figura 1. Destinação dos resíduos gerados no processamento da madeira.
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CONCLUSÕES
- No município de Barra do Choça, foram consumidas pela indústria de
industrialização de madeira, um volume médio de 312,5 m3 no ano de 2008;
- A dificuldade na documentação para obtenção da matéria-prima, a
indisponibilidade de madeira e o seu custo, limitam o crescimento do mercado na região;
- A maioria da madeira consumida é proveniente de florestas plantadas;
- Os resíduos não são aproveitados no local do beneficiamento da madeira.
REFERÊNCIAS
ABIMCI - Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada mecanicamente.
Estudo setorial. 2007. Disponível em:<http://www.abimci.com.br>. Acessado em: 12 de
out. de 2009.
BUAINAIN, A.M. & BATALHA, M.O. Cadeia produtiva de madeira. Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Secretaria de Política Agrícola, Instituto
Interamericano de Cooperação para a Agricultura. Brasília: IICA: MAPA/ SPA.
Agronegócios, v.6 84p, 2007.
LEEUWSTEIN, J.M.Gerenciamento Ambiental, São Paulo: v. 3, n. 13, p. 52-53,
jan./fev.2001.
LIMA, C.R. de. Viabilidade econômica da produção de briquetes a partir da serragem
de Pinus sp. Trabalho apresentado no 3 Congresso Brasileiro de Planejamento Energético,
São Paulo,1998, 4p.
MADY, F.T.M. Conhecendo a madeira: informações sobre 90 espécies comerciais.
Programa de Desenvolvimento Tecnológico. Manaus: SEBRAE, 2000. 212p.
STERNADT, G. H. Pequenos objetos de madeira - POM, compostagem de serragem
de madeira. Brasília, DF: Ibama-Laboratório de Produtos Florestais, 2002.
Woods, J. & Hall, D.O. Bioenergy for Development: Technical and Environmental
Dimensions, FAO. Environment and Energy Paper 13, 1994.
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MATÉRIA-PRIMA FLORESTAL EM OLARIAS NOS MUNICÍPIOS
DE PIATÃ E ABAÍRA NA CHAPADA DIAMANTINA - BAHIA
Edmar de Souza Araújo1, Magno Pacheco Fraga2, Diego Oliveira Rocha3, Gilmar
Correia Silva4
1,2,3,4
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected]
RESUMO: A sociedade, como todo, busca espécies florestais de crescimento rápido para
suprir a falta de lenha gerada pelo espaço ocupado por atividades agropecuárias em
diversas regiões do país. Uma das alternativas é o plantio de Eucalyptus sp. que apresenta
espécies resistentes a déficits hídricos severos e solos de baixa fertilidade, entre outras
espécies também bem adaptadas a essas condições, em estudo. Entretanto, em muitos
municípios do estado da Bahia, as atividades que demandam a utilização de energia,
utilizam à matéria-prima oriunda de florestas remanescentes nativas, causando impactos e
reduzindo a capacidade produtiva dos ecossistemas. O presente trabalho teve como
objetivo realizar um diagnóstico da utilização de madeira em olarias nos municípios de
Piatã e Abaíra, localizados na Chapada Diamantina na Bahia.
Palavras-chave: Matéria-prima florestal, Olaria, Lenha.
INTRODUÇÃO
A Chapada Diamantina está situada no centro da Bahia é uma região serrana onde
nascem quase todos os rios das bacias do Paraguaçu, do Jacuípe e do Rio das Contas.
Compõe a unidade geológica conhecida como a serra do espinhaço. Apresenta-se em geral
como um altiplano extenso, com altitude média entre 800 e 1.200m. Os dois pontos mais
altos da Bahia estão na Chapada: o Pico do Barbado com 2.080m (o mais alto do nordeste)
e o Pico das Almas com 1.958m.
O município de Piatã apresenta características edafoclimáticas diferenciadas em
relação às demais cidades circunvizinhas. Seu clima tropical de altitude propicia um índice
pluviométrico considerável ao bom desenvolvimento de técnicas de plantio florestal. O
município de Abaíra apresenta vegetação variada em virtude do relevo acentuado,
predominando a caatinga, interrompida por formações de cerrado, conhecidos como gerais
ou carrascos. Em certos trechos a vegetação se adensa com características de florestas
surgindo a Mata cipó. A região, assim como as várias outras localidades vem padecendo
com o avanço desordenado do desmatamento ilegal, causada pela agricultura e pela
extração da madeira. Esta última visa atender o comércio, principalmente padarias,
consumo doméstico e mais recentemente as fábricas de cerâmica.
O fato mostrado vem constatando a urgência de medidas e soluções em relação ao
processo de desmatamento da mata nativa. Projetos relacionados à implantação de mudas
nativas e exóticas devem ser considerados, pois a principal fonte de energia desses
estabelecimentos, certamente poderá vim a desaparecer interrompendo a cadeia produtiva.
Aspecto negativo relacionado à falta de projetos e incentivos ao reflorestamento, vem a
causar vários impactos ambientais, sociais e econômicos.
Com relação ao planejamento logístico MAILHO & CAVENAGHI (2008) fazem
referência ao envolvimento e determinação do número, tamanho e localização das
instalações. Sendo que, o objetivo do planejamento é encontrar a melhor forma de
distribuir os produtos aos clientes e este planejamento gira em torno de um triângulo de
decisões de localização, de estoque e de transporte chegando ao destino final. Assim, o
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presente trabalho teve como objetivo realizar um diagnóstico da utilização de madeira
como matéria-prima em olarias, nos municípios de Piatã e Abaíra, localizados na Chapada
Diamantina na Bahia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Coleta de dados sobre o ecossistema da região
O presente trabalho foi desenvolvido utilizando-se ferramentas teóricas e
metodológicas associadas ao ecossistema da região. Os dados foram obtidos através de
entrevistas diretas e indiretas. Segundo o IBGE (2008) o município de Piatã apresenta área
geográfica de 1.508,036 km2 sendo que a maior parte da sua superfície é constituída por
áreas íngremes que diminui a área disponível para a técnica de plantio florestal. Já o
município de Abaíra de acordo com o IBGE (2008) apresenta área geográfica de 179, 906
km² de acordo com os dados levantados a pequena umidade da localidade é que diminui a
técnica de plantio de árvores.
Dados sobre o processo de exploração madeireira na região
A atividade relacionada à extração de madeira na região da Chapada Diamantina é
constante, mesmo com todas as adversidades relacionada com o seu relevo, clima e o tipo
de vegetação.
A época do ano que a região é mais propícia para a ocorrência de incêndios
florestais é no início de setembro, por causa do calor. Passada a época de incêndios, a
vegetação existente é de total destruição o que resta são cinza e pedras e algumas árvores
queimadas e mortas que resistem em ficar em pé. Justamente essas árvores que mais tarde
são extraídas para serem utilizadas para diversas formas de obtenção de energia.
Outra maneira de obtenção de madeira morta é quando a árvore por algum motivo
deixa de realizar sua atividade fisiológica e acaba morrendo. A atividade de
reflorestamento florestal na região ainda é muito pequena tanto com mudas nativas como
mudas exótica. A falta de iniciativas e incentivos fiscais a técnica de reflorestamento são
requisitos para a baixa quantidade de hectares plantados.
O município de Seabra é uma das primeiras cidades a aderir o sistema de
reflorestamento com mudas exóticas na Chapada, visando assim a atender as necessidades
do fornecimento de energia para a produção de produtos cerâmicos e outras atividades
afins.
Coleta de dados das empresas através de questionários
O trabalho foi realizado em duas unidades distintas, onde se realiza a atividades de
fabricação de produtos cerâmicos. A primeira olaria avaliada localiza-se no município de
Piatã e a segunda olaria no município de Abaíra que fica equidistante 24 km.
A coleta de dados foi mediante aplicação de um questionário, com diversos itens
necessários para realização deste estudo. Com as informações foi possível diagnosticar a
cadeia produtiva destas atividades, além de analisar a demanda de lenha necessária para a
fabricação dos produtos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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A atividade de produção de tijolos no município de Abaíra teve início no ano de
1999, com a construção do primeiro forno com capacidade de produzir mil tijolos mês, que
geralmente é consumido 2m3 de lenha por mês. No ano de 2001 foi construído mais um
forno com a mesma capacidade de produção e no ano de 2003 repetiu-se a iniciativa com a
construção de mais um forno com a mesma demanda de produção.
Com o aumento da demanda pelo produto, associado ao crescente desenvolvimento
das cidades da região, os proprietários em 2005 construíram mais um forno com
capacidade de produzir dois mil tijolos mês, consumindo em média 3m3 de lenha por mês.
E por fim, no início do ano de 2008, foi construído outro forno com a mesma demanda de
produção do último forno.
No município de Piatã, a ideia de construir uma olaria teve início na década de 80,
até mesmo com a obtenção do CMPJ da fábrica. Mas, a instalação da olaria só veio a se
concretizar no ano de 2007. A olaria possui dois fornos, sendo que cada forno produz 20
mil tijolos mês e consomem 25m3 de lenha e no mês a olaria produz 60 mil tijolos. No
primeiro ano de funcionamento da olaria eram produzidos apenas 40 mil tijolos por mês
com consumo médio de 50m3 de lenha e nos anos seguintes são queimados três fornos por
mês.
A Figura 1 mostra um comparativo entre os dois municípios na atividade da
produção de cerâmicas nos últimos anos.
Comparativo de consumo de madeira entre
as olarias de Piatã e de Abaíra nos últimos
11 anos.
2000
1000
0
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 total
Abaíra
Piatã
Figura 1. Comparação de consumo entre os dois municípios na atividade de produção de
cerâmicas.
Pela análise da Figura 1, é possível constatar que a fabricação de produtos
cerâmicos no município de Abaíra, mesmo tendo iniciado antes, apresenta característica de
produção artesanal, pela quantidade de produtos cerâmicos ou pela quantidade de matériaprima (lenha) para a queima dos fornos.
A olaria de Piatã em termos industriais ainda está abaixo da média, comparando
com uma grande olaria que produz 5 mil tijolos diários, de acordo com Diário do Grande
ABC (2007). Contudo, já apresenta requisitos de uma média empresa.
Com relação à obtenção da matéria-prima para o fornecimento de energia aos
fornos foi feito uma análise da demanda de lenha na região e observou-se que a quantidade
de produtos madeireiros utilizados pelos fornos é relativamente baixa e observa-se que a
madeira utilizada nos fornos de Abaíra é oriunda 100% da mata nativa do município. A
Figura 2 mostra a quantidade e sua origem no fornecimento de energia aos fornos da outra
olaria em questão.
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Origem da madeira utilizada na
olaria de Piatã
outros materiais queimados
Seabra (reflorestamento eucalipto)
mata nativa
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40%
madeira utilizada nos fornos
Figura 2. Produtos madeireiros e não madeireiros utilizados nos fornos para fornecimento
de energia.
Pelo fato da empresa necessitar, na grande maioria, de produtos madeireiros, houve
por parte dos seus proprietários, uma falta de planejamento em relação a reflorestamento,
onde viesse a suprir a demanda de madeira para o fornecimento de energia aos fornos. A
falta de um bom planejamento, qualquer que seja a atividade, o retorno do capital à
empresa é comprometido. Um planejamento bem feito evita que a empresa fique sem
alternativas para a falta de fornecimento da matéria-prima para produção além de saber
como buscar o cliente.
CONCLUSÃO
É possível constatar que a falta de um planejamento adequado para suas
instalações, pode acarretar possíveis problemas de produção futura. Iniciativas de
incentivos a implantação do sistema de reflorestamento com mudas nativas e exóticas,
devem ser implantadas e manejadas nas localidades. A produção nos municípios, ainda é
considerado baixo e sem planejamento adequado para expansão.
REFERÊNCIAS
DIÁRIO DO GRANDE ABC. Olarias o fim das mais antigas industrias do ABC. Disponível
em: http://blog.controversia.com.br. 2007. Acesso em: 20 set 2009.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (Rio de Janeiro, RJ). Produção da
Extração Vegetal e da Silvicultura. IBGE, 2007.
LEANDRO, P. Queimadas causam desolação entre habitantes da Chapada
Diamantina. Disponível em: http://www.coreiodabahia.com.br/parking. Acesso em set
2009.
MAILHO, M.L. & CAVANAGHI, V. Gestão de Estoque no Processo de Fabricação:
Um estudo de caso na indústria de processamento de madeira. IV Congresso Nacional
de Excelência em Gestão. 2008.
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MATÉRIA-PRIMA, SETOR FLORESTAL E RESÍDUO NA
INDÚSTRIA MADEIREIRA DO MUNICÍPIO DE PLANALTO – BA
Mariana de Carvalho Aguiar Ribas1, Giovanni Correia Vieira1, Alcides Pereira Neto1,
Gilmar Correia Silva2
1
Discente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04, Vitória
da Conquista - BA
2
Docente do Curso de Engenharia Florestal, UESB, Estrada do Bem Querer, km04,
Vitória da Conquista – BA.
e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected];
[email protected]
RESUMO: O município de Planalto, localizado próximo da cidade de Vitória da
Conquista, enfrenta problemas devido à utilização de espécies nativas da região para a
construção civil e confecção de móveis, o que torna essa situação ainda mais agravante é o
desmatamento ilegal de extensas áreas para que haja destinação da madeira para estes fins.
O presente trabalho teve como objetivo avaliar a origem da matéria-prima, a situação do
setor florestal na região e a geração de resíduos na atividade industrial de transformação da
madeira no município de Planalto – BA. Muitos municípios caracterizaram-se pela falta de
mão-de-obra qualificada, equipamentos obsoletos e alto índice de desperdício nas
indústrias de transformação da madeira. As serrarias integram grande parte deste setor, e
trabalham sem mecanismos para inserção de tecnologia no pátio de desdobro ou de
otimização da produção, o que gera um baixo rendimento no processamento da madeira.
Palavras-chave: Setor florestal; Resíduos; Industrialização da madeira.
INTRODUÇÃO
A cobertura vegetal do estado da Bahia encontra-se atualmente numa situação muito
critica, tendo em vista a devastação que as florestas vêm sofrendo ao longo dos anos
através da atividade madeireira e do avanço da fronteira agrícola, as quais são estimuladas
pelo rápido crescimento populacional.
A atividade madeireira contribui com o
desmatamento, quando não planejada, já que a maioria das madeiras, tanto madeira serrada
como para geração de energia, utilizadas são provenientes de mata nativa (CAF, 2008)
O resíduo que é gerado pela indústria madeireira é um material que constitui uma
ameaça para o meio ambiente quando é disposto de forma inadequada, porém pode ser
utilizado para fortalecer a economia de algumas cidades (FRANCESCHINI, 2004). A
questão do resíduo florestal na indústria é muito importante já que gera algumas perdas no
processo, estima-se que do volume total de uma tora, seja aproveitado cerca de 40% a
60%, significando que a cada 10 árvores cortadas, apenas 5 serão aproveitadas
comercialmente (FEITOSA, 2008).
Segundo Vianez (2008) a perda média, em serrarias, chega a 50%, ou seja, metade da
madeira vira resíduo, isso mostra que uma grande quantidade de resíduos é gerada pelo
processamento inadequado da madeira pela indústria, porém essa percentagem poderia ser
aumentada através da manutenção de maquinas e no treinamento de mão-de-obra. No
processo de desdobro de uma tora de madeira que ocorre na serraria, a geração de resíduos
é inevitável, sendo que o volume e tipos de pedaços de fragmentos gerados são
dependentes de vários fatores, então, o planejamento correto do tipo de corte, uso de serras
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e maquinário adequado, podem ser utilizados para diminuir os resíduos (CAF, 2008). A
maioria das serrarias não aproveita os resíduos, repassando-os para a utilização em fábricas
de compensados, olarias e caldeiras.
O aproveitamento de resíduos tem proporcionado uma alternativa socioeconômica às
empresas, ambientalmente adequadas ao gerenciamento de resíduos sólidos industriais
(FEITOSA, 2008). O presente trabalho teve como objetivo avaliar a origem da matériaprima, o diagnóstico do setor florestal e a geração de resíduos na atividade industrial de
transformação da madeira no município de Planalto – BA.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de estudo
O município de Planalto é cortado pela Rio-Bahia/BR 116, com uma área de
aproximadamente 815 km2. Apresenta clima variado com períodos do ano frio e chuvoso e
períodos muito quentes. A vegetação é formada pela zona da mata e a zona da caatinga. A
zona da mata apresenta vegetação alta e viçosa. Lá se encontram árvores como o jacarandá,
o cedro, a sucupira, pau-d’arco, entre outras. A Zona da Caatinga com vegetação rasteira,
arbustos e quando não chove é de difícil produtividade.
Coleta de Dados
O levantamento das informações da atividade industrial de processamento da
madeira, origem da matéria-prima e geração de resíduos foi realizado através de visita e
avaliação in loco, entrevista com os proprietários de quatro empresas do setor, aplicando-se
ainda, um questionário contendo questões desde a caracterização da matéria-prima
(origem, transporte), caracterização do processo industrial (planejamento da produção),
caracterização da comercialização (produtos comercializados, e o destino do produto final),
rendimento de madeira processada e resíduos gerados, contendo também algumas
informações gerais sobre o mercado madeireiro na região.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A matéria-prima utilizada na região é proveniente principalmente de florestas nativas
dos estados da Região Norte do Brasil (Rondônia e Pará), correspondendo a 87,5% da
origem da matéria-prima, conforme o ilustrado na Figura 1.
Origem da Matéria - Prima
80%
75%
60%
40%
20%
12,5
%
0%
Pará
Rondônia
12,5
%
Bahia
Figura 1. Origem da matéria-prima madeireira no município de Planalto – BA.
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Dados semelhantes ao da Figura 1 podem ser observados em um trabalho realizado
na cidade de Seabra, onde 85% da madeira é proveniente do Pará e 15% do estado da
Bahia. Observa-se que um pequeno percentual de madeira é oriundo do próprio estado,
onde apesar da distância e do custo do frete, considera-se viável a aquisição de
determinadas espécies de locais distantes, em função do valor final da madeira processada.
Outros fatores que influência na utilização da madeira oriunda de florestas nativas são: a
falta de tecnologia para produzir madeira de boa qualidade em florestas plantadas, a cultura
da população local e a estética das madeiras.
A falta de matéria prima florestal para suprir de maneira sustentável as demandas
locais e regionais do setor madeireiro da Região Sudoeste da Bahia tem contribuído para
intensificar o processo de desmatamento com intensa retirada de madeira de áreas de mata
nativa.
No quadro 1, é apresentado o consumo anual de madeira em m3 em 2008 e o
esperado para o ano de 2009.
Quadro 1. Consumo de madeira em 2008 e o esperado em 2009 pela indústria madeireira
de Planalto.
Consumo total de Madeira (m3)
Consumo por tipo florestal (%)
Floresta Nativa
Floresta Plantada
Ano de 2008
75
100
0
Esperado para 2009
94
100
0
O consumo refere-se ao somatório de madeira serrada de cada estabelecimento
consumido pelas quatro empresas da cidade. Dados semelhantes foram encontrados num
estudo realizado na região de Londrina, Maringá e Paranavaí. Um fator verificado ao
analisar o consumo por tipo de floresta foi à ausência da utilização de espécies oriundas de
floresta plantada, que ainda não tem participação nesse mercado, isso mostra a necessidade
de projetos nessa área para diminuir a demanda por produtos da floresta nativa e aumentar
as florestas plantadas, que possuem material também de qualidade quando bem manejadas.
Os entrevistados quando questionados se por acaso no ano de 2008 existisse uma
oferta maior de madeira se esse consumo seria ascendente, 100% dos proprietários,
afirmaram que sim, já que a principais dificuldades de se trabalhar com a mesma estão
relacionados com a obtenção do material e principalmente a indisponibilidade de mão-deobra qualificada.
As principais espécies utilizadas para fins mais nobres (portas, portões, movéis) são
o jatobá(Hymenaea courbaril), angelim(Andira sp.), favinha(Macrosamanea Pedicellaris),
vinhático(Plathymenia reticulata). As madeiras mistas são utilizadas principalmente na
construção civil. Os principais defeitos que essas madeiras apresentam são a presença de
rachaduras e empenamento causados por defeitos de secagem. A madeira como material
higroscópico e anisotrópico favorece durante o processo de secagem o surgimento de
deformações e tensões. Essas alterações verificadas na estrutura da madeira são chamadas
de defeitos de secagem. Estes defeitos além de dificultarem o processo de industrialização
dos serrados e lâminas de madeira, também geram perda de produtividade. As rachaduras
que se desenvolvem durante o processo de secagem, são decorrentes da formação de
gradientes de umidade acentuados em uma mesma peça. Elas são formadas no início do
processo, e acentuadas durante a secagem. Empenamentos são distorções no comprimento
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da peça. São decorrentes de tensões internas da madeira, grã irregular e, principalmente,
devido a problemas de empilhamento(ABIMCI, 2008).
Essas empresas realizam somente o beneficiamento, ou seja, já compram a madeira
serrada e realizam apenas as transformações nos estabelecimentos. Nessas transformações
há uma geração de residuos considerável. O resíduo é um subproduto dos processos de
beneficiamento da madeira, nos estabelecimentos pesquisados nota-se que 50% desses
resíduos são destinados para a venda (abastecimento de fornos) e que 50% é doado
principalmente para abastecer fornos e forrar caminhão de gado da região. A utilização
dos resíduos para geração de energia é uma alternativa ideal para evitar o destino
inadequado desse material no ambiente. A doação desse material foi justificada pelo
espaço que esse material ocupa. Isso mostra a necessidade de projetos na área para que
esses resíduos possam ser utilizados totalmente para a venda, maximizando assim, os
ganhos e agregando valor na cadeia produtiva.
No Brasil, uma grande quantidade de resíduos florestais são gerados anualmente
pelas diversas indústrias de base florestal, um exemplo pode ser dado pela geração de
resíduos na cadeia produtiva de serrados de Pinus que é da ordem de 75%, ou seja, apenas
25% do volume total de uma árvore é colocado no mercado na forma de tábuas, caibros,
ripas (CAF, 2008). Observando que o Brasil tem hoje um índice de aproveitamento de
madeira tropical que não ultrapassa os 42% na indústria, com o restante dividido em 30%
nas caldeiras e queima de carvão e 28% de desperdício (UFPR, 2008).
Portanto, para diminuir os impactos nas florestas nativas e ter um desenvolvimento
sustentável faz necessário: a utilização de madeiras de florestas plantadas, principalmente
em áreas degradadas; otimização dos processos de produção; aproveitamento dos
resíduos; qualificação dos profissionais do setor.
CONCLUSÃO
- A região adquire 100% da madeira de florestas nativas;
- 87,5% da madeira utilizada vêm da região norte do país, Rondônia e Pará;
- As principais espécies utilizadas para fins mais nobres são: jatobá Hymenaea
courbaril,
angelim(Andira
sp.),
favinha(Macrosamanea
Pedicellaris),
vinhático(Plathymenia reticulata);
- As madeireiras da região não possui tecnologia e mão-de-obra qualificada para
aproveitar o resíduo e incrementar a receita.
REFERÊNCIAS
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UFPR. Projeto da Engenharia Florestal da UFPR visa eliminar o desperdício
na indústria madeireira. Universidade Federal do Paraná. Disponível em:
<www.bastaclicar.com.br/noticias/noticia_mostra.asp?id=8551> Acesso em: 10 set. 2009.
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VIANEZ, F. B.
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MORFOLOGIA DE Lampetis nigerrima (KERREMANS, 1897)
(COLEOPTERA: BUPRESTIDAE)
1
Janaína De Nadai1; Norivaldo dos Anjos2
2
Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop; Universidade Federal de Viçosa, Viçosa
e-mails: [email protected]; [email protected]
RESUMO: Objetivou-se definir caracteres e estado de caracteres para diagnose e
descrições da a morfologia de adultos de Lampetis nigerrima. Foram utilizados insetos
coletados em povoamento de Eucalyptus grandis vs E. urophylla de Grão Mogol-MG. Os
estudos foram realizados no Laboratório de Entomologia da Universidade Federal de
Viçosa. Os desenhos foram realizados com o auxílio de estereomicroscópio e microscópio,
ambos acoplados a câmara-clara. L. nigerrima tem como caracteres diagnósticos o corpo
fortemente quitinizado e alongado, tegumento com pontuações na região ventral; élitros de
cor verde-escura metálica, longos e estreitando-se gradativamente na parte posterior,
margem posterior apical bilobada contendo cerdas brancas inseridas em depressões
circulares. Cabeça hipognata, dorsalmente mais larga do que longa, não ultrapassando a
maior largura do pronoto. Pernas perfeitamente livres e desenvolvidas, fêmur, tíbia e
tarsomêros sem modificações nos três pares de pernas. Abdome com coloração pretoviolácea brilhante, com cincos esternitos visíveis em ambos os sexos. Quilha mediana
presente do primeiro ao quinto segmento, apresentando-se muito saliente no primeiro. A
forma da margem posterior do sétimo uroesternito é arredondada nas fêmeas e há uma
projeção pontiaguda no centro da margem posterior do sétimo uroesternito nos machos.
Palavras-chave: Entomologia, taxonomia, besouro desfolhador, eucalipto, Brasil
ABSTRACT: Objective was to define characters and character state for diagnosis and
descriptions of the morphology of adults of Lampetis nigerrima (Kerremans, 1897) in
order to find out important characters which can be used in this specie identification. Field
activities were carried out in a commercial eucalypt plantation of cloned hybrid trees
(Eucalyptus grandis vs E. urophylla), in the Grão Mogol, Minas Gerais. Lab works were
developed at the Federal University of Viçosa. Redescriptions of the species L. nigerrima
is made. The main structures used in species differentiation were body strongly chitinized
and elongated, tegument covered by visible punctuations with the naked eye in ventral
view; elytra dark-green -, long and being narrowed in the subsequent part, margin
subsequent apical 2-lobed, containing white bristles inserted in circular depressions,
indicating strong evidence to this species identification. Head hypognathous, wider than
long, not surpassing the largest width of the pronotum. Abdomen black with violacea
diamond, with five visible sternites in both sexes. First to the fifth segment with a keel
medium, very salient in the first. The form of the subsequent margin of the seventh round
urosternites in females and a sharp projection in the center of the subsequent margin of the
seventh urosternites in males. These structures could be used for discrimination of male
and female.
Key-words: Entomology, taxonomy, leaf eating beetle, eucalypt, Brazil
INTRODUÇÃO
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A família Buprestidae compreende besouros de tamanho variado com muitas
espécies de ocorrência no território brasileiro. Entre estas, há Lampetis nigerrima
(KERREMANS 1897) apontado como importante besouro desfolhador de essências
florestais e classificado como Família Buprestidae Leach, 1815; Subfamília
Chrysochroinae Laporte, 1835; Tribo Dicercini Gistel, 1848; Subtribo Dicercina Gistel,
1848; Gênero Lampetis Dejean, 1833 e espécie Lampetis nigerrima (KERREMANS,
1897). O primeiro registro e descrição dessa espécie no Brasil foram realizados por
Kerremans em 1897 que o descreveu ocorrendo no estado da Bahia. Ao realizar a primeira
descrição, o autor classificou a espécie como subgênero de Psiloptera solier, conforme
constatou Kurosawa (1993).
Segundo De Nadai (2005), os adultos de L. nigerrima podem atingir até 28 mm
(21,8 ± 0,4 mm), de comprimento. Machos e fêmeas têm estruturas, morfologicamente,
distintas no esternitos abdominais (DE NADAI et al. 2005).
Considerando que são limitadas as informações sobre insetos desfolhadores de
ocorrência no Brasil objetivou-se definir caracteres e estado de caracteres para diagnose e
descrições da morfologia de adultos de Lampetis nigérrima.
MATERIAIS E MÉTODOS
Foram coletados espécimes adultos de L. nigerrima em novembro de 2005 em
plantio comercial de eucaliptos híbridos (Eucalyptus grandis vs E. urophylla), no
município de Grão Mogol, MG, a 42048’30’’W e 16012’30’’S de longitude e latitude,
respectivamente, em região de Cerrado, plano e com 829 m de altitude. Os trabalhos foram
realizados nos laboratórios de Entomologia da Universidade Federal de Viçosa e da
Universidade Federal do Paraná. A identificação da espécie foi realizada pelo Dr. Maurízio
Gigli, da Universitá di Lècce, Roma – Itália.
Foram utilizados dez besouros de cada sexo para caracterização e desenho das
estruturas. Para as observações o material foi preparado de acordo com Lima (1992) sendo
(i) hidratação em água destilada; (ii) dissecação do corpo em cabeça, tórax e abdome; e
(iii) hidratação e clarificação em KOH do abdome para o estudo da genitália. Cabeça,
tórax, abdome e élitros foram acomodados em placas de Petri contendo areia do mar, fina e
branca, imersa em água destilada. Outras estruturas como pernas e antenas foram montadas
em lâminas com glicerina ou água destilada. Peças bucais e asas foram montadas entre
lâmina e lamínula em glicerina.
Os estudos de morfologia externa e genitália foram feitos utilizando-se
estereomicroscópio Zeiss Stemi SV6 e para as demais estruturas o microscópio Standard
20, acoplados à câmara-clara (LIMA, 1992). As estruturas foram registradas em desenhos
obtidos em estereomicroscópio com ocular duplicada. A genitália foi observada e
desenhada em lâminas escavadas contendo glicerina e os desenhos foram escaneados e
editados com o programa Adobe Photoshop 7.0.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A morfologia do adulto de L. nigérrima confere corpo fusiforme, fortemente
esclerotizado, tegumento coberto por pontuações na região ventral. Élitros verde-escuros
com margens externas contendo cerdas brancas inseridas em depressões circulares na
região dorsal. Cabeça hipognata. Pronoto, região ventral do tórax, pernas e esternitos
abdominais, preto-violácea metálica. Parte superior dos tarsômeros azul-violácea, com
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intenso brilho metálico. Região ventral do abdome com cerdas muito finas, no sentido
longitudinal, nas margens e no centro de cada segmento abdominal e no centro da quilha.
Quanto a descrição da cabeça apresenta região dorsal duas vezes mais larga do que
longa, não ultrapassando a maior largura do pronoto. Olhos compostos ocupando a maior
parte das margens laterais da cabeça. Clípeo estreito com margens retilíneas. Frontalmente
presença nítida de um sulco preenchido com pubescências brancas, observadas quando o
inseto encontra-se seco. Ventralmente sutura gular não fusionada. Antenas serreadas e
inseridas ventralmente azul-violácea; com 11 artículos não ultrapassando o comprimento
do pronoto; escapo mais longo e mais largo que o pedicelo.
A presença de um nítido sulco localizado na fronte da cabeça é uma característica
observada também em espécies de outras tribos da família Buprestidae, como em
Pachyschelini e Aphanisticini, segundo Kogan (1964) e Hornburg (2003), respectivamente.
Segundo o primeiro autor, Pachyschelus mimus Obenberger, além de possuir cabeça
nitidamente sulcada apresenta ainda pubescências brancas adensadas em ambos os lados
do sulco frontal.
Certos tipos de antenas apresentam estruturas especializadas, como sensilas ou
pêlos, que são responsáveis por diversas modalidades sensoriais (CARVALHO et al.
1977). Na superfície de cada artículo antenal de L. nigerrima foram constatados apenas
pêlos curtos, os quais devem servir para detecção sensorial, como já demonstrado na
família por Volkovitsh (2001).
A porção do tórax apresenta pronoto vista dorsal mais largo que longo; convexo;
bordas - ângulos laterais- com extremidades arredondadas; mais largo que a cabeça e o
mais largo entre os segmentos torácicos; tegumento com sulco abrupto evidente no centro,
em sentido longitudinal.
Pernas livres e desenvolvidas. Fêmur, tíbia e tarsomêros sem modificações nos três
pares de pernas. Fórmula tarsal 5-5-5; o primeiro e segundo tarsômeros iguais em
comprimento; parte superior de todos os tarsômeros de coloração azul-violácea e com
intenso brilho metálico; parte inferior de coloração marrom. Élitros longos; duas vezes
mais longo que largo. Asa membranosa quase três vezes mais longa que larga. Quanto a
sua venação apresenta veia subcostal forte e não ramificada unindo-se à veia radial ao final
do terço inicial do comprimento da asa, estendendo-se apicalmente ao longo da margem
anterior. Presença de veias transversais, oriundas da união de duas outras veias,
apresentando as veias 2A-3A1, cúbito-anal, radial-subcostal, radial-mediana.
A presença de um sulco muito evidente no pronoto e pontuações no tegumento
também foram evidenciadas por Volkovitsh & Kalashian (2003) para algumas espécies do
gênero Sphenoptera, mesma família de L. nigerrima.
Uma característica muito marcante em machos e fêmeas da espécie em estudo é a
presença aleatória, nas margens externas dos élitros, de depressões preenchidas com cerdas
brancas, em formato de manchas com coloração branca. Não foi encontrada nenhuma
evidência de que esta característica de L. nigerrima ocorra em outros insetos do mesmo
grupo, de forma que pode ser mesmo considerada como uma característica externa muito
importante na identificação da espécie, como concluiu De Nadai (2005).
De acordo com Good (1925), coalescência de veias pode ser considerada como
condição evolutiva, como das veias 2A2 e 2A1 que se separaram da veia 2A e a veia 2A4
que se coalesceu com a 3A1, constatados em L. nigerrima. Elas são fundidas apicalmente
em coleópteros primitivos e se tornam extensamente divergentes nos mais especializados,
como em Buprestidae, permitindo caracterizar L. nigerrima como uma espécie bastante
evoluída.
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A avaliação do abdome evidencou parte ventral com cincos esternitos visíveis, em
ambos os sexos. Quilha mediana presente do primeiro ao quinto esternito, apresentando-se
muito saliente no primeiro.
Na fêmea, o quinto uroesternito é mais largo e convexo no ápice; a margem
posterior do sétimo uroesternito apresenta-se arredondada. Genitália com coxitos
arredondados e medianamente desenvolvidos. Espermateca globosa e muito flexível, em
vista ventral. No macho, o quinto uroesternito é côncavo e o sétimo apresenta uma
projeção pontiaguda no centro da margem posterior. Genitália com lobos laterais bem
desenvolvidos, arredondados na região apical e esta, com pontuações, cerdas longas e
esparsas. Lobos laterais quase do mesmo tamanho que o lobo médio (pênis ou sifão), com
o ápice afilado.
As estruturas dispostas em torno do lobo mediano de L. nigerrima servem para
proteção (SCUDDER 1971) e se apresentaram dentro dos padrões da família Buprestidae,
como registrado por Volkovitsh & Liberto (2002) em A. guayarmina. A forma dos
parâmeros, bilobada em L. nigerrima, contradiz o que Gardner (1989) registrou como
característica da família, a qual deveria ser trilobada.
CONCLUSÃO
A espécie Lampetis nigerrima foi redescrita de forma detalhada pela primeira vez
sendo evidenciadas características importantes para sua identificação. As novas
informações morfológicas obtidas são, principalmente, as descrições morfológicas das
antenas, olhos, peças bucais, pernas, élitros, asas membranosas, superfície external, área
uroesternal e as descrições morfológicas das genitálias de machos e fêmeas.
REFERÊNCIAS
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DE NADAI, J.; ANJOS, N.; SOUZA, R.M.; SILVEIRA, R.D. Dimorfismo sexual em
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ERICHSON, W.F. De fabrica et usu antennarum in Insectis, p.7, fig. D et E, Ι-3. 1857.
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O USO DOS RECURSOS NATURAIS NA ZONA RURAL DO
TERRITÓRIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA – BAHIA
Jusciária Aragão Vieira1, Samilla Joana Santos de Deus1, Ivana Paula Ferraz Santos de
Brito2, Valdemiro Conceição Júnior3
Discente do curso de Engenharia Agronômica da UESB, Vitória da Conquista1;
Engenheira Agrônoma, UESB, Vitória da Conquista2; Docente do Departamento de
Fitotecnia e Zootecnia da UESB, Vitória da Conquista 3.
E-mails: [email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
RESUMO
Este trabalho discute a relação de produtores rurais do município de Vitoria da Conquista Bahia com os recursos naturais em suas propriedades. Nesse sentido foram realizadas
etapas de acordo à metodologia descrita, tais como revisão de literatura, leitura de
paisagem e aplicação de questionários a 336 agricultores familiares locais. Dessa forma foi
possível perceber a não existência de grandes preocupações com os aspectos ambientais,
visto que dos entrevistados, poucos possuem reserva legal e que apesar da grande
importância da preservação dessas, uma parcela expressiva, dos que ainda possuem mata
nativa, continua a realizar derrubada, seja para preparo do solo para agricultura, para uso
doméstico ou para fins comerciais da madeira. O inadequado uso do solo associado a
poucas práticas de conservação, bastante ligado à disponibilidade de capital e áreas, além
da quantidade limitada de chuvas, acarreta na sua baixa fertilidade e uma conseqüente
diminuição da produção.
Palavras-chave: Agricultura Familiar, Desmatamento, Recursos naturais, Reserva legal.
INTRODUÇÃO
Em razão do alto consumo, do progresso tecnológico e do crescimento demográfico
aliados à despreocupação com a limitada disponibilidade dos recursos naturais, os
problemas ambientais passaram a apresentar cada vez maiores proporções. Considerar que
os aspectos econômicos da agricultura são mais importantes e ter como objetivos cada vez
maiores áreas cultivadas e alta produtividade, levaram à degradação e à geração de
impactos irreversíveis em curto prazo.
A grande perda de solos agricultáveis através da erosão e da sua redução da
capacidade produtiva, o assoreamento dos cursos de água e represas e, conseqüentemente,
o empobrecimento do produtor rural, (MORAES et al., 2009) são problemas que geram
reflexos ambientais, na produção agrícola, e também nas áreas sociais e econômicas de
uma região.
Vitória da Conquista é o terceiro maior município do estado da Bahia e segundo o
IBGE (1996) a agricultura familiar é predominante em seus estabelecimentos rurais, sendo
a principal responsável por grande parte da produção de alimentos e ocupação da
população local. Esse modelo de agricultura segundo Gasson & Errington (1993)
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caracteriza-se pela gestão e trabalho serem realizados pela família, o que acaba criando
uma relação direta entre produtor e ambiente, havendo assim a necessidade de maior
conscientização e preservação dos recursos naturais.
Esse trabalho teve por objetivo identificar a relação de agricultores familiares do
território de Vitória da Conquista com os recursos naturais disponíveis em suas
propriedades.
MATERIAIS E MÉTODOS
O trabalho foi realizado utilizando-se por base alguns aspectos descritos por Garcia
Filho (1999) na metodologia Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários, sendo as
informações levantadas através de questionários. Entre os meses de março e agosto de
2009 foram realizadas leitura de paisagem e aplicação de 336 questionários a produtores
familiares nos municípios de Anagé, Belo Campo, Planalto, Piripá, e no município de
Vitória da Conquista - Bahia distritos de Bate-pé, Capinal, Cercadinho, Dantilândia,
Inhobim, José Gonçalves e Veredinha, que permitiram obter informações a respeito da
disponibilidade e do uso dos recursos naturais das propriedades.
Para melhor compreensão, e complementação das informações obtidas nas
entrevistas foram realizados estudos bibliográficos sobre o uso permitido da reserva legal,
populações tradicionais e a proteção dos recursos naturais.
Os dados foram tabulados em planilhas do sistema Microsoft Excel para análise
quantitativa, o que permitiu maiores subsídios para a posterior análise qualitativa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A lei número 4.771 de 15 de setembro de 1965 que institui o novo Código Florestal
Brasileiro (BRASIL, 2009) visa proteger a vegetação nativa do país, e entre outras
providências estabelece o percentual mínimo da área a ser destinada à reserva legal,
variando de acordo com as diferentes regiões políticas do país. Apesar do estado da Bahia
se enquadrar nos parâmetros que estabelecem que sejam mantidos, a título de reserva legal,
20% da área total, entre os agricultores entrevistados apenas 36% a possuem nas suas
propriedades. A reserva legal é fundamental para o uso sustentável dos recursos naturais, à
conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao
abrigo e proteção de fauna e flora nativas (BRASIL, 2009).
Mesmo com toda essa importância, com a lei impedindo a supressão dessa
vegetação, e com as sanções fortemente aplicadas a quem realiza desmatamento ilegal,
23% declararam continuar ainda hoje a fazer derrubadas da mata nativa, por vários
motivos. A principal justificativa está relacionada à ampliação da área agricultável e
conseqüentemente da possibilidade de geração de renda agrícola. Dos que declararam a
área da propriedade, 42% disseram ser esta de até 3 ha, sendo assim, torna-se necessário
utilizá-la ao máximo para que seja mantida a propriedade e as necessidades da família
sejam atendidas. Também vinculada à ampliação da renda obtida na propriedade, a
comercialização da madeira como lenha representa uma possibilidade concreta de renda
em épocas de estiagem, onde a agricultura de sequeiro fica impossibilitada (OLIVEIRA &
VALERY, 2007), além de gerar economia para grande parte dos 93% de entrevistados que
afirmaram utilizá-la, no processamento agroindustrial, e principalmente para fins
domésticos.
Uma informação importante e preocupante é que a não derrubada da mata, em
muitos dos casos, não significa consciência ou responsabilidade ecológica. Essa retirada na
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realidade é impossibilitada pela ausência de áreas com mata. A respeito da utilização da
área, dos que sabem informá-la, 64% declararam ser de no máximo 80% do total, porém,
isso não significa que possuem vegetação nativa, visto a existência de áreas não cultivadas
e as destinadas às estradas e à infra-estrutura da propriedade, como casas e benfeitorias.
No que se refere à preocupação do produtor com a utilização de técnicas de
conservação da qualidade do solo, 63% afirmaram utilizar a consorciação de culturas,
também relacionada à máxima utilização da área disponível e a cobertura do solo, evitando
o surgimento de ervas daninhas e diminuindo os custos de produção. O consórcio
comumente realizado é o de culturas alimentares básicas, como o feijão que ainda tem a
vantagem de fixar o nitrogênio, o milho e a mandioca, espécies com sistemas radiculares
diferentes que permitem a exploração de diversas faixas do solo. Essa realidade poderia
cumprir melhor seus objetivos se fosse ainda associada à rotação das culturas, porém
apenas 9% dos entrevistados a fazem, o que poderia também reduzir possíveis usos de
produtos químicos para o controle de pragas e doenças
Deixar a terra em repouso para a conservação e manutenção dos solos é
recomendado e de fundamental importância para que seja possível a recuperação natural da
sua capacidade produtiva. Na região estudada 55% dos produtores costumam deixar a terra
sem cultivar, porém o período de pousio está relacionado à disponibilidade ou não de
chuva durante o ano. Um forte motivo para a não utilização dessa técnica é também ligado
à extensão das propriedades, visto que áreas pequenas limitam a possibilidade de rotação
das áreas de plantio. Com isso, a tendência é a redução das produtividades, e como solução
amplamente difundida pela agricultura “moderna”, a aplicação de cada vez mais insumos
para o desenvolvimento das atividades.
Matas ciliares, de acordo com Kageyama (1986) e Lima (1989), atuam como
barreira física, regulam os processos de troca entre os ecossistemas terrestres e aquáticos, e
desenvolvem condições propícias à infiltração da água, além de reduzir a possibilidade de
contaminações por resíduos de produtos químicos e do assoreamento dos cursos d’água.
Dos entrevistados que possuem algum recurso hídrico nas propriedades, como riachos,
nascentes e aguadas, 53% não mantêm mata ciliar e não os protegem da degradação. A
ausência dessa proteção gera prejuízos ambientais como as alterações na qualidade e
quantidade da água disponível, na biodiversidade e no microclima local e regional, na
freqüência e na intensidade das chuvas, que resultam em prejuízos diretos também para a
produção da unidade agrícola.
CONCLUSÃO
Os dados permitem perceber que da forma como são usados atualmente, os recursos
naturais das propriedades agrícolas da região amostrada estão perdendo qualidade, e no
caso da vegetação nativa, por causa do desmatamento, ficando cada vez mais escassa. É
portanto, de fundamental importância o desenvolvimento de ações que visem a
recuperação e a preservação dos recursos existentes.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 4.771 de 15 de setembro de 1965. Presidência da República, Casa Civil.
Disponível em < http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/LEIS/L4771compilado.htm >.
Acesso em: 10 de outubro de 2009.
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GARCIA FILHO, D. P. Análise e Diagnóstico de Sistemas Agrários - Guia
Metodológico. INCRA/FAO, 1999.65 p.
GASSON, R. ERRINGTON, A. - The farm family business - Wallingford, Cab
International (1993).
KAGEYAMA. P.Y. Estudo para implantação de matas de galeria na bacia
hidrográfica do Passa Cinco visando à utilização para abastecimento público.
Piracicaba: Universidade de São Paulo, 1986.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – Censo Agropecuário, Brasília,
1996.
LIMA, W.P. Função hidrológica da mata ciliar. In: Simpósio sobre Mata Ciliar, 1.,
1989, Campinas. Anais... Campinas: Fundação Cargil, 1989.
MORAES, A. R. et al; Recursos Naturais Programa Educ@r – USP. Disponível em <
http://educar.sc.usp.br/ciencias/recursos/solo.html > Acesso em: 10 de outubro de 2009.
OLIVEIRA, L. C. S.; VALERY, F. D.; Discutindo as Questões do Ambiente Urbano e
Rural na Cidade de Governador Dix Sept Rosado/RN. Periódico eletrônico do III
Fórum Ambiental da Alta Paulista, ANAP, 2007
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OCORRÊNCIA DE ANTRACNOSE EM MUDAS DE TECA (Tectona
grandis) NO ESTADO DE MATO GROSSO
Marina Nunes Rondon1, Solange Maria Bonaldo1
1
Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Sinop, Sinop,MT
e-mail: [email protected]
RESUMO: A teca (Tectona grandis) é uma árvore de grande porte, originária da
Birmânia, Tailândia e algumas partes da Índia. No Brasil está presente em diversas regiões
do Mato Grosso onde é cultivada para a extração da madeira utilizada em construções
navais, pontes, decorações, carpintaria e principalmente para móveis, devido a excelente
qualidade, resistência, durabilidade e beleza. Em visita a um viveiro de mudas de espécies
florestais em Sinop (MT) observou-se a presença de lesões necróticas nas folhas de mudas
de teca (T. grandis). Amostras foram recolhidas para realizar a identificação do patógeno
em laboratório. O isolamento do patógeno foi realizado através de isolamento indireto que
consiste na transferência, para o meio de cultura BDA (Batata-Dextrose-Ágar), de
fragmentos infectados de tecido do hospedeiro. Após incubação de sete dias observou-se a
formação de colônias fúngicas. Na análise do material ao microscópio óptico (aumento
final: 400x) observou-se conídios oblongos e hialinos. Para o teste de patogenicidade,
cinco mudas sadias de teca foram inoculadas com suspensão de esporos de 1,0x105
esporos/mL e após quatro dias, verificou-se nas folhas a presença de sintomas, semelhantes
aos observados a campo. Para completar os postulados de Koch o patógeno foi reisolado.
O patógeno encontrado foi identificado pelos sintomas típicos que causa nas folhas, pelas
características das colônias formadas em meio de cultura BDA e, pelas características dos
conídios, concluindo-se de que se trata do fungo do gênero Colletotrichum, causador da
antracnose em diversas culturas e ainda não relatado para a cultura da teca no Estado do
Mato Grosso.
Palavras-chave: Tectona grandis; patogenicidade; antracnose.
Abstract: Teak (Tectona grandis) is a large tree, originally from Burma, Thailand and
some parts of India. In Brazil is present in various regions of the Mato Grosso where is
cultivated for the extraction of wood used in naval constructions, bridges, carpentry, and
mainly for furniture, because of excellent quality, strength, durability and beauty. Visiting
a nursery seedlings of forest species in Sinop (MT) it was observed the presence of
necrotic lesions on leaves of seedlings of teak (T. grandis). Samples were collected to
perform the identification of the pathogen in the laboratory. The isolation of the pathogen
was performed by indirect isolation which consists in the transfer, to the culture medium
(Potato-Dextrose-Agar), fragments of infected host tissue. After incubation for seven days
showed the formation of fungal colonies. In the analysis of the material under an optical
microscope (final magnification: 400x) it was observed oblong conidia and hyaline. For
the pathogenicity test, five healthy teak seedlings were inoculated with spores´s suspension
of 1.0 x105 spores/mL and after four days, were found in the leaves the presence of
symptoms similar to those observed in the field. To complete Koch's postulates, the
pathogen was reisolated. The pathogen found was identified by the typical symptoms that
cause in leaves, characteristics of colonies formed in culture medium and the
characteristics of conidia, concluding that it is the fungus Colletotrichum, the causal agent
of anthracnose in various cultures and not yet reported to the culture of teak in the State of
Mato Grosso.
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Keywords: Tectona grandis; pathogenicity; anthracnose.
INTRODUÇÃO
A teca (Tectona grandis Linn. F.) é uma espécie arbórea de grande porte com
origem asiática bastante utilizada para áreas de reflorestamento. Possui tronco retilíneo o
que facilita os tratos culturais e também é uma planta rústica, com grande rendimento,
rápido crescimento e certa tolerância ao calor, pragas e doenças. Sua madeira é muito
valorizada no mercado internacional devido à sua excelente qualidade para utilização em
móveis finos e na construção naval (DELGADO et al., 2008; MACEDO et al., 2005;
POLTRONIERI et al., 2008).
Nos últimos anos aumentou-se a demanda dessa espécie pelo setor madeireiro,
tornando-a uma alternativa viável para a região Matogrossense, onde a produção tem se
destacado (CALDEIRA et al., 2000). Segundo Caldeira & Oliveira (2008) os primeiros
plantios comerciais de teca no estado de Mato Grosso foram realizados em 1970 e que
atualmente apresenta mais de 50 mil hectares destinados a essa espécie.
Poltronieri et al. (2008) relataram a ocorrência do patógeno Rhizoctonia solani em
plantas de teca no estado do Pará e comentam que por ser uma espécie relativamente
resistente não há registros de doenças que provoquem danos econômicos aos povoamentos
no Brasil.
Em observações em um viveiro de mudas de espécies florestais, localizado no
município de Sinop (MT), verificou-se a presença de lesões foliares em mudas de teca. As
lesões encontradas na
superfície abaxial acompanhavam as nervuras das folhas
assemelhando-se a sintomas de antracnose (Colletotrichum sp.). Até o momento nenhum
registro foi realizado sobre a patogenicidade de Colletotrichum sp. em teca no Estado do
Mato Grosso, portanto, pela falta de maiores informações, este trabalho foi desenvolvido
com o objetivo de confirmar a sua patogenicidade.
MATERIAIS E MÉTODOS
Amostras de folhas de teca que apresentavam os sintomas da doença foram
coletadas para realização de análises no laboratório de Microbiologia/Fitopatologia da
Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Sinop.
A partir das folhas coletadas a campo retirou-se pequenos fragmentos de tecido da
região de transição da lesão. Estes fragmentos foram desinfestados em solução de álcool
70% por 30 segundos e, em seguida, em uma solução de hipoclorito de sódio (0,5%) por 2
minutos para então ser transferido, em condições assépticas, para placas de Petri contendo
meio de cultura batata-dextrose-ágar (BDA). As placas foram incubadas por sete dias em
temperatura ambiente com fotoperíodo de 12 h luz/12 h escuro.
Para a realização do teste de patogenicidade inoculou-se cinco plantas sadias de
teca com discos de micélio da colônia do patógeno com dez dias de idade (Figura 1 - A),
enquanto que outras cinco plantas, utilizadas como testemunha, não foram inoculadas.
Depois de realizada a inoculação, todas as plantas foram submetidas a uma câmara úmida
durante 24 horas, período necessário para a germinação dos esporos e penetração na folha
do hospedeiro (Figura 1 - B).
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Figura 2: (A) Muda de teca inoculada com um disco de micélio do patógeno; (B) Mudas de teca
inoculadas em câmara úmida.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quatro dias após a inoculação observou-se o desenvolvimento dos primeiros
sintomas de necrose nas nervuras centrais e adjacentes das folhas de teca (Figura 2) que se
assemelharam aos sintomas vistos inicialmente em campo.
A
B
Figura 3: Primeiros sintomas observados quatro dias após a inoculação, na superfície adaxial (A) e
abaxial (B).
Para confirmar a patogenicidade do isolado nas plantas inoculadas em que se
observou o sintoma da doença procedeu-se o reisolamento do patógeno em meio BDA para
completar o postulado de Koch, verificando-se tratar do mesmo patógeno.
A identificação do fungo se deu através dos sintomas apresentados nas folhas,
típicos de antracnose, das características da colônia e, também, por meio de preparações
em lâminas e observações ao microscópio. As colônias formadas a partir do patógeno
reisolado apresentaram as mesmas características das colônias obtidas do fungo encontrado
no campo, como coloração rósea, rápido crescimento e intensa esporulação. Em
observações ao microscópio verificou-se a presença de grande quantidade de esporos de
Colletotrichum sp. os conídios, apresentando conídios de formato oblongo, coloração
hialina e uninucleados.
CONCLUSÃO
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Pelos resultados obtidos neste trabalho concluiu-se que os sintomas encontrados nas
mudas de teca a campo e confirmados pelo teste de patogenicidade são causados pelo
fungo do gênero Colletotrichum, sendo necessários outros estudos a cerca do assunto para
identificação da espécie do mesmo.
REFERÊNCIAS
CALDEIRA, S.F.; CALDEIRA, S.A.F.; MENDONÇA, E.A.F.M.; DINIZ, N.N.
Caracterização e avaliação da qualidade dos frutos de teca (Tectona grandis L.f.)
produzidos no Mato Grosso. Revista Brasileira de Sementes, vol. 22, n.1, p.216-224,
2000.
CALDEIRA, S.F.; OLIVEIRA, D.L.C. Desbaste seletivo em povoamentos de Tectona
grandis com diferentes idades. Acta Amazônica, vol. 38, n.2, p.223-228, 2008.
DELGADO, L.G.M.; GOMES, J.E.; ARAUJO, H.B. Análise do sistema de produção de
teca (Tectona grandis L.f.) no Brasil. Revista científica eletrônica de engenharia
florestal. ISSN 1678-3867. n.11, fev. 2008.
MACEDO, R.L.G.; GOMES, J.E.; VENTURIN, N.; SALGADO, B.G. Desenvolvimento
inicial de Tectona grandis L.f. (teca) em diferentes espaçamentos no município de
Paracatu, MG. Revista Cerne, Lavras, v.11, p.61-69, jan./mar. 2005.
POLTRONIERI, L.S.; VERZIGNASSI, J.R.; BENCHIMOL, R.L. Tectona grandis, nova
hospedeira de Rhizoctonia solani no Pará. Summa Phytopathologica, Botucatu, v.34, n.2,
p.291, 2008.
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OCORRÊNCIA DE Nasutitermes sp. (ISOPTERA –
TERMITIDAE) EM Pterogyne nitens TULL., (LEGUMINOSAE –
CAESALPINIOIDEAE) EM VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
Poliana Coqueiro Dias¹, Rita de Cássia Antunes Lima de Paula ²
¹ Mestranda em Silvicultura, UFV, Viçosa – MG
²Docente do Curso de Engenharia Florestal, UESB – Vitória da Conquista - BA
e-mail: [email protected]
RESUMO: Pterogyne nitens Tull. é uma espécie nativa na região sudoeste da Bahia. Sua madeira
é normalmente utilizada para produção de carvão, lenha, mourões, peças estruturais e estacas.
Árvores desta espécie foram constatadas, em campo, com presença de biodegradadores. Desta
forma, objetivou-se neste trabalho identificar e descrever as injúrias provocadas por agentes
xilófagos associados à P. nitens no município de Vitória da Conquista – BA. Realizou-se, no mês
de novembro de 2008, a avaliação de um plantio de 500 árvores de P. nitens, quanto à presença de
ataque de xilófagos nesta espécie arbórea. Os insetos coletados, foram acondicionados em potes,
etiquetados ,contendo álcool 70% e enviados para identificação em nível de espécie. Após observar
cada árvore verificou-se a presença de quatro termiteiros em plena atividade, atacando 11 árvores
deste plantio. As injúrias provocadas na madeira foram detalhadamente descritas. Após análise dos
insetos, pode se afirmar a ocorrência de Nasutitermes sp. (Ordem Isoptera, Família Termitidae)
associados a biodegradação da madeira de P. nitens. Este xilófago broqueou a madeira de 11
indivíduos, provocando a morte de 45% destas e nas outras 55% havia total colonização com
presença de galerias e caminhos ao longo do tronco. Com isto, conclui-se neste breve trabalho que
a P. nitens é uma espécie que se mostrou degradante pelos xilófagos do gênero Nasutitermes,
salientando-se a necessidade de estudos nesta área para que se possam contribuir futuros trabalhos
que viabilizem o uso correto da madeira desta essência florestal.
Palavras-chaves: Cupim-de-solo; amendoim-do-mato; biodegradação
INTRODUÇÃO
O amendoim-bravo, como também é conhecido a madeira nova (Pterogyne nitens
Tull., Leguminosae – Caesalpinioideae) é uma planta nativa desta região da Bahia. A
madeira desta espécie é normalmente utilizada para diferentes fins, como exemplo na
construção de móveis, construção civil (como vigas, caibros, ripas, tacos e tábuas para
assoalhos), construção de carrocerias, interiores de embarcações, vagões, barris e mourões
(LORENZI 2002), estando inclusive, com risco de extinção no estado de São Paulo
(ITOMAN et al., 1992).
No Estado da Bahia de acordo com Novaes et al. (1992) P. nitens pode ser
aproveitada com finalidade econômica na região de Vitória da Conquista possuindo
múltiplos usos da madeira e sendo utilizada em sistemas agroflorestais. Carvalho (1994)
afirmou que a grande utilização da madeira desta espécie florestal é pelo fato das
características da madeira moderadamente densa e resistente.
A madeira, entretanto, apresenta algumas desvantagens como a biodegradação por
agentes biológicos, como microorganismos (fungos e bactérias) e alguns animais, dentre
estes da classe Insecta, merecendo destaque para os cupins-de-solo e besouros (LEPAGE
et al. 1986).
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Cupins ou térmitas constituem a ordem Isoptera, e são insetos sociais e
predominantemente tropicais (BERTI FILHO, 1993). Assim, climas quentes e úmidos
como o do Brasil lhes são favoráveis. Atualmente estão descritas no mundo 2.861 espécies
de cupim, das quais 290 ocorrem no Brasil (CONSTANTINO, 1999 citado por
TREVISAN et al., 2007) sendo os mais severos agentes destruidores da madeira (PAES &
VITAL, 2000), contudo, os de solos, ou subterrâneos, são responsáveis pelos maiores
volumes de perdas de madeira no mundo (RICHARDSON, 1993 citados por DUARTE et
al., 2008). Até o momento, em plantios de P. nitens ainda não havia relatos sobre a
incidência de biodegradadores, desta forma, objetivou-se neste trabalho identificar e
descrever as injúrias provocadas por agentes xilófagos associados à P. nitens no município
de Vitória da Conquista – BA.
MATERIAL E MÉTODOS
Este trabalho foi realizado no município de Vitória da Conquista – BA, no campus
da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, em novembro de 2008. Durante este mês,
realizou-se um caminhamento na área experimental de Pterogyne nitens observando cada
árvores de um plantio de 500 indivíduos. Em cada árvore, buscaram-se vestígios de
broqueadores (orifícios, serragem, galerias e caminhos) e ou presença de termiteiro na
área.
Ao detectar a presença dos insetos, os indivíduos foram coletados com a ajuda de
um pincel e armazenados em frascos de vidro, contendo álcool 70% e identificados
segundo a chave taxonômica de Constantino (1999), além da análise da madeira
danificada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi constatado, num plantio de 500 arvóres de Pterogyne nitens ,11 indivíduos com
presença de cupim-de-solo do gênero Nasutitermes (Classe Insecta, Ordem Isoptera,
Família Termitidae, Subfamília: Nasutitermitinae) (Figura 1). Observou-se a presença de
quatro ninhos deste indivíduos, sendo três destes localizados dentro do plantio e um fora, a
aproximadamente a 10m do plantio. Segundo Polato & Alves-Jùnior (2009) Nasutitermes
sp. constroem ninhos do tipo arborícula e são encontrados com freqüência em locais que
possuam alimento em abundancia.
Das árvores atacadas 45% encontraram-se mortas com o tronco já se desfazendo,
com grande quantidade de galerias e caminhos, mas ainda em pé. As outras 55% ainda
estavam vivas, mas com caminhos (ativos) ao longo de todo o tronco. Na Figura 2 pode-se
observar as galerias e caminhos construídos nas paredes da madeira de Pterogyne nitens .
FIGURA 1: Amostra de soldado de Nasutirmes sp.
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A
B
FIGURA 2: Amostra de P. nitens coletada em campo apresentando galerias (A) e
caminhos (B) construídos por Nasutirmes sp. em Vitória da Conquista –Ba.
A madeira de P. nitens é de resistência moderada a ataques de organismos xilófagos
o que foi comprovado com o ataque de Nasutitermes sp., em árvores ainda em campo.
A ocorrência destes insetos associados P. nitens poderá ser um dos fatores que
limitarão a utilização da madeira desta espécie para diferentes utilidades, havendo
necessidade de se ter um maior conhecimento ao ataque deste xilófago. Cavalcante et al.
(1982).salientou, inclusive que estacas de cerne desta espécie florestal é dita como
resistente ao ataque de fungos e cupins.
Diante desta constatação recomendam-se mais estudos nesta área, no intuito de se
obter mais informações sobre a relação deste biodegradador e a madeira de P. nitens para
fornecer subsídios que possam viabilizar o uso correto da madeira desta essência florestal.
CONCLUSÃO
A madeira nova (P. nitens) pode ser atacada por cupins do gênero Nasutitermes,
broqueando toda árvore e podendo, inclusive levar alguns indivíduos a morte, necessitando
portanto de maiores estudos nesta área para que se possa viabilizar a utilização correta da
madeira desta espécie.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVAREZ,G;GATTI,A.B. Influência da temperatura de condicionamento osmótico na
viabilidade e no vigor de sementes de Pterogyne nitens Tull.Rev. Bras. Sementes. v.27
n.2 Pelotas dez. 2005..
BERTI FILHO, E. (Coord.) Manual de pragas em florestas – Cupins ou Térmitas. São
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OS ESTUDANTES DE ENGENHARIA FLORESTAL DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA E O
CONSUMO CONSCIENTE - A Importância da Educação Ambiental
Para a Formação do Consumidor
Siléia Oliveira Guimarães¹, Helane França Silva¹, Alcides Pereira Santos Neto², Daíse
Cardoso de Souza Bernardino²
¹ Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista - BA, Discentes do
Curso de Engenharia Florestal
² Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conuqista - BA, Departamento
de Fitotecnia e Zootecnia
RESUMO - O reconhecimento da degradação causada ao meio ambiente pelo consumo
exagerado de bens e serviços é o que torna possível a diminuição deste consumo. Durante
o curso de Engenharia Florestal os estudantes são colocados a par dos efeitos de nossas
ações sobre o meio ambiente graças à transdisciplinariedade da Educação Ambiental, que
não existe no curso na forma de disciplina formal, mas se expressa dentro do conteúdo
curricular de outras. Para avaliar o impacto da educação ambiental na transformação destes
alunos em consumidores conscientes foi aplicado um questionário de acordo com a
metodologia adotada por Akatu (2007) em todas as turmas de Engenharia Florestal da
UESB sendo que 75% dos alunos matriculados responderam a avaliação. Destes 30%
podem ser considerados consumidores conscientes e outros 56% engajados nesta questão,
comparativamente aos resultados de Akatu (2007) os estudantes de Engenharia Florestal
estão muito acima da média nacional. Ademais, a maioria dos estudantes que se
preocupam com o que estão consumindo e como estão consumindo são aqueles que
possuem renda média familiar abaixo de cinco salários mínimos. Com isso podemos
concluir que consumo consciente está ligado à consciência ambiental e que quanto maior o
acesso a educação ambiental em todas as classes e todos os níveis de escolaridade menores
serão os impactos do consumo desenfreado sobre o meio ambiente.
Palavras-chave: Consumo consciente, educação ambiental, educação para o consumo.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Layrargues (1997) no inicio do ambientalismo existia uma necessidade de
se escolher entre desenvolvimento e proteção ao meio ambiente, atualmente a escolha a ser
feita é a respeito do tipo de desenvolvimento que se pretende implementar uma vez que
desenvolvimento e meio ambiente deixaram de ser antagônicos e passaram a ser
complementares. Hoje quando se fala em justiça social planetária há sempre uma
referência a aumento de consumo médio de energia per capita para melhorar o padrão de
vida de países pobres, considerando-se o estado atual de desenvolvimento tecnológico,
elevar o consumo para o padrão dos países de primeiro mundo é definitivamente
insustentável e não-generalizável ao conjunto da humanidade.
O conceito “sociedade sustentável” parece ser o mais adequado uma vez que
permite a cada cidade definir seu padrão de consumo e bem-estar levando em conta sua
cultura, história e ambiente natural (Diegues, 1992). Em geral entendemos que as
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sociedades de consumo impuseram o fim das “comunidades tradicionais” e que
deveríamos buscar novas formas de consumo e produção baseadas em tradições perdidas
(Rocha, 2005).
Atualmente fala-se em consumidor “verde” ou ecológico que pode ser definido
como aquele que busca para consumo apenas produtos que causem menores ou nenhum
prejuízo ao meio ambiente. Ou seja: “aqueles que buscam conscientemente produzir,
através do seu comportamento de consumo, um efeito nulo ou favorável sobre o meio
ambiente e a sociedade como um todo. Uma questão recorrente nos estudos que tentam
identificar o perfil destes consumidores é a ausência de relação direta entre consciência
ecológica e o comportamento de compra, indicando que nem sempre o conhecimento das
questões ambientais signifique um comportamento de compra ecologicamente correto
obrigatoriamente (Lages & Neto, 2002).
Com base em todas estas informações este trabalho visou verificar se o
conhecimento das questões ambientais por meio da educação ambiental aplicada as
disciplinas constantes na grade curricular do curso de Engenharia Florestal da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia pode ser considerada como fator
determinante na formação de consumidores conscientes.
2. METODOLOGIA
Com base no trabalho de Akatu (2007) foi elaborado um questionário que foi
aplicado aos alunos regularmente matriculados no curso de Engenharia Florestal da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, 94 no total, sendo 47 moças e 47 rapazes.
As perguntas foram utilizadas como critérios para a segmentação do consumidor,
tal segmentação foi estruturada de acordo com a Tabela 1, tendo como base o trabalho de
Akatu (2007).
Tabela 1. Segmentação dos resultados obtidos com a tabulação dos dados dos
questionários.
Segmento
Indiferentes
Iniciantes
Engajados
Conscientes
Critério
0 a 2 comportamentos
3 a 6 comportamentos
7 a 9 comportamentos
10 ou 11 comportamentos
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apenas 72,3% dos estudantes responderam aos questionários, e em sua grande
maioria foram enquadrados nos segmentos mais conscientes (engajados e conscientes) e
destes a maioria foi do sexo feminino.
Tais resultados diferem em muito dos dados encontrados por Akatu (2007) onde
apenas cinco por cento dos jovens podem ser considerados conscientes e 28% como
engajados, e de acordo com a pesquisa original a escolaridade não é um fator limitador,
pois a maioria dos consumidores conscientes possuía apenas o nível fundamental de
ensino.
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Avaliando a renda dos estudantes também há uma diferença entre a população geral
e os estudantes avaliados, enquanto entre a população geral brasileira encontramos 7% de
classe A, 23% de classe B, 37% de classe C e 33% das classes D/E, entre os estudantes
avaliados encontramos 63% entre as classes D/E, 30% de classe C e 7% na classe A,
corroborando com os dados de Akatu (2007) que diz que o consumo consciente não é
exclusividade das classes de maior renda.
A diferença de comportamento avaliada entre os estudantes conscientes/engajados é
significativa quando comparada aos estudantes indiferentes/iniciantes, quando o grupo de
estudantes menos conscientes tem algum comportamento positivo em geral ele está
relacionado a economia seja de água ou energia elétrica, o que enfatiza o fato de que o
consumo consciente está diretamente relacionado com a educação. Desde a mais tenra
idade os pais sempre lembram aos filhos que não devem deixar a luz ou as torneiras abertas
não para poupar os recursos do planeta mas para poupar dinheiro, são comportamento
intrínsecos que acabam sendo executados de forma mecânica sem analisar o por quê de tal
ato.
Entretanto quando comparamos os diferentes comportamentos entre os estudantes
conscientes e os engajados fica evidente uma preocupação com o meio ambiente, já que os
comportamentos mais divergentes tem a ver com a reciclagem de materiais e o consumo de
produtos orgânicos (Figura 1).
Figura 1. Diferença de comportamento entre os diferentes grupos de consumidores
observados entre os estudantes de Engenharia Florestal da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia.
4. CONCLUSÕES
- Os estudantes do curso de Engenharia Florestal da Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia podem ser considerados consumidores mais conscientes que a média
nacional.
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- Ao contrário da média nacional os estudantes de baixa renda se apresentaram
mais conscientes que aqueles com maior poder aquisitivo.
- O envolvimento feminino nas questões ambientais parece maior que o
envolvimento masculino uma vez que há mais consumidoras conscientes.
- Pode-se concluir que o contato dos estudantes com a educação ambiental aplicada
transdisciplinarmente ao longo do curso contribui para a formação de consumidores mais
conscientes.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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PERCEPÇÃO AMBIENTAL NA ÁREA DO ENTORNO DO PARQUE
URBANO LAGOA DAS BATEIAS, VITÓRIA DA CONQUISTA/BA
Lícia Priscila Azevedo1; Mariana Lemos Santana1; Mariana de Carvalho Aguiar Ribas1;
1
UESB, Vitória da Conquista
e-mail: [email protected]
RESUMO: Estudos de percepção ambiental vêm sendo incluídos em projetos de educação
ambiental que visam subsidiar ações educativas que propiciem maior envolvimento da
população local na conservação e proteção do ambiente natural. Dentro desse contexto este
trabalho teve como objetivo avaliar a percepção ambiental da comunidade do entorno
(bairro Santa Cruz) a respeito do Parque Urbano Lagoa das Bateias. Os dados foram
coletados por meio de um questionário aplicados aos moradores do entorno do Parque. A
análise dos resultados permitiu concluir que maioria dos habitantes entrevistados (42,9%)
reside a mais de 20 anos no bairro; 72,8% dos efluentes domésticos são lançados
diretamente na lagoa por falta de infra-estrutura sanitária; a grande maioria dos
entrevistados (84,4%) desconhecia o conceito de Unidade de Conservação; e 78,9% não
tinham conhecimento que o Parque é uma área de preservação.
Palavras–chave: Unidades de conservação; percepção ambiental; Parque Urbano Lagoa
das Bateias.
INTRODUÇÃO
A criação de unidades de conservação é uma estratégia política que vem sendo
adotada em termos globais como uma das maneiras de possibilitar a conservação dos
ecossistemas naturais, sendo, portanto, considerada uma via essencial à proteção dos
processos ecológicos fundamentais (SÃO PAULO, 1998). Entretanto, a criação de
unidades de conservação não é o bastante para assegurar a proteção dos recursos naturais,
culturais e históricos. Segundo Milano (2000) citado por Bezerra et al. (2008) a criação,
por força de lei, de parques, reservas ecológicas e outras áreas naturais protegidas, não têm
conseguido solucionar os problemas decorrentes das pressões antrópicas, que por sua vez
comprometem a conservação dos recursos naturais e culturais dessas áreas.
Segundo Bezerra et al. (2008) citado por Jesus (1993), projetos de conservação de
áreas naturais devem ter como base um estudo do estado inicial da área, em que sejam
consideradas suas dimensões ecológicas, culturais e socioeconômicas, visando assim,
compreender melhor as relações existentes entre os diferentes componentes dos
ecossistemas, inclusive o ser humano. De acordo com Santos et al. (2000), pesquisas de
percepção ambiental podem ser instrumentos educativos e transformadores desde que
propiciem condições para reflexão do próprio indivíduo.
O Parque Urbano Lagoa das Bateias está localizado no perímetro urbano e vem
sofrendo constantes processos de degradação, principalmente por parte da população do
entorno, que, em sua maioria, não possui o conhecimento acerca da importância ecológica
da área. A falta de esclarecimento da comunidade dos bairros adjacentes contribui com a
degradação do local através de pesca predatória, disposição inadequada do lixo, captura de
aves, lançamento de efluentes residenciais na lagoa, dentre outras formas de agressão.
Diante desses problemas, verifica-se a necessidade de utilizar instrumentos que
possibilitem a compreensão das interações homem-ambiente, bem como, as necessidades e
expectativas da população local com relação ao Parque. A descrição dos conhecimentos e
sentimentos da população em relação ao ambiente em que vive pode representar uma
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ferramenta estratégica para monitorar e promover mudanças de atitudes nos grupos socioculturais (moradores e proprietários de terra do entorno), considerando o pressuposto de
que a sensibilização, por meio do conhecimento do sistema ambiental, é condição básica
para o envolvimento efetivo dos mesmos.
Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a percepção ambiental
da comunidade do entorno (bairro Santa Cruz) a respeito do Parque Urbano Lagoa das
Bateias, visando subsidiar ações educativas que propiciem maior envolvimento da
população local na conservação e proteção do ambiente natural.
MATERIAL E MÉTODOS
Caracterização da área de estudo
A unidade de conservação Parque Urbano Lagoa das Bateias localiza-se na zona
oeste de Vitória da Conquista/BA, entre os bairros Santa Cruz, Bateias, Loteamento Terras
do Remanso, Cidade de Serrinha, Urbis II e Urbis III, compreendendo uma área de
aproximadamente 53 ha que representa 0,4% da bacia do córrego Santa Rita. O mesmo faz
parte da bacia do Rio Pardo e encontra-se a 900 m acima do nível do mar (LIMA et al.,
1999).
A lagoa se caracteriza em três tipos de ambientes: o espelho d’água (26 ha); o
litoral (13 ha) e a zona alagada com taboas (14 ha). Essas áreas podem sofrer alterações
em suas dimensões em virtude das mudanças nos níveis das chuvas. A heterogeneidade de
habitat e a variação sazonal possibilitam uma grande diversidade biológica (VITÓRIA DA
CONQUISTA, 2006).
O bairro Santa Cruz foi escolhido para coleta de dados por possuir maior
proximidade com o Parque, localiza-se na zona oeste da cidade e abrange uma área de
35,11ha, trata-se de uma invasão urbana. A população que reside neste bairro não dispõe
de infra-estrutura adequada, principalmente, esgotamento sanitário e rede drenagem.
Coleta dos dados
Os dados foram coletados por meio da aplicação de um questionário no período de
30 de março a 08 de abril de 2009. Os moradores foram selecionados de forma aleatória
simples.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foram entrevistados 147 moradores do bairro, sendo que 103 do sexo feminino e 44
do sexo masculino. Em relação ao grau de instrução, 10,2% dos entrevistados são
analfabetos, 57,2% concluíram o ensino fundamental, 17,7% possuem o ensino médio e
nenhum dos entrevistados completou o ensino superior. Os resultados apontam o baixo
grau de escolaridade da comunidade do bairro Santa Cruz.
O tempo de residência foi uma questão levantada, uma vez que poderia trazer
maiores esclarecimentos sobre as relações da população com a área de estudo. Dos
entrevistados 6,1% declaram que vivem no bairro há menos de um ano, 11,6% entre 1 a 5
anos, 19% entre 5 e 10 anos, 20,4% entre 10 a 20 anos e 42,9% residem no local há mais
de 20 anos.
No tocante ao esgotamento sanitário, 87,8% dos entrevistados afirmaram que não
existe rede de esgoto. Já com relação ao destino do esgoto, 72,8% dos moradores
responderam que é lançado diretamente na lagoa e apenas 18,4% é destinado para fossa
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séptica. A falta de esgotamento sanitário é um dos fatores cruciais para a degradação do
Parque, pois leva os residentes a lançarem os efluentes domésticos na lagoa.
A maioria da população se mostra satisfeita com a obra de urbanização do Parque,
conforme mostra a Figura 1. A proteção da Lagoa das Bateias, com a criação do Parque,
promoveu um conjunto de benefícios sociais, ambientais, sanitários e econômicos para as
comunidades do entorno, visto que, a criação da unidade de conservação tem promovido um
foco constante de atenção do poder público para estes locais por meio da instalação de
estruturas e serviços públicos (VITÓRIA DA CONQUISTA, 2006).
Opinião em relação a obra de urbanização do
Parque:
Boa 94 entrevistados
9,50%
Ótima 15 entrevistados
6,10%
Exelente 2 entrevistados
8,80%
1,40%
10,20%
Ruim 13 entrevistados
64%
Regular 9 entrevistados
Péssima 14
entrevistados
Figura 1. Opinião dos moradores em relação à obra de urbanização do Parque.
Quando questionados em relação às visitas ao Parque, 68% dos entrevistados
afirmaram freqüentar a unidade. No que diz respeito à finalidade da utilização, 42,2%
afirmaram utilizar o espaço como área de lazer, seguido de 38,7% que utilizam para a
prática de exercícios físicos, 17,7% para outras finalidades e 1,4% utilizam apenas com
trajeto para o trabalho. Malavasi & Malavasi (2004) citado por Rempel et al. (2008),
entrevistando a população urbana próxima a uma unidade de conservação no Paraná,
constataram que a maioria da população tem conhecimento da existência desse local.
Porém, apenas 59,3% dos entrevistados responderam que já visitaram ou fizeram alguma
atividade na área.
No que se refere ao conhecimento com a relação à Unidade de Conservação, 78,9%
das pessoas questionadas não sabiam que o Parque é uma área preservação. Em relação ao
termo Unidade de Conservação, 84,4% do total de entrevistados desconheciam o conceito,
e dos 16,6% dos que afirmaram saber, a maioria definiu de forma equivocada. A falta de
conhecimento dos moradores do entorno do Parque pode ser reflexo da falta de programas
de divulgação a respeito desta unidade.
Autores como Santos et al. (2000), Rempel et al.(2008) afirmam que a percepção
ambiental de populações do entorno de áreas relevantes à conservação é uma importante
ferramenta que serve de subsidio para orientar no planejamento, tanto dos usos e
conservação do local como também de atividades para a educação ambiental.
CONCLUSÃO
As áreas urbanas próximas a Unidade de conservação constituem efetivamente
vetores de pressão para a conservação deste importante fragmento ambiental.
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Considerando-se que o objetivo maior da Educação Ambiental é contribuir para as
mudanças de atitudes humanas em relação ao meio, os resultados adquiridos com a
presente pesquisa servirão de base para ações com vistas à educação ambiental tanto na
comunidade do entorno como no próprio Parque.
Verifica-se a necessidade de um trabalho conjunto entre o órgão gestor e a
comunidade a fim de promover a sensibilização ambiental em relação à preservação do
Parque, sua importância ambiental enquanto Unidade de Conservação, bem como
implementar alternativas de lazer e entretenimento para atender a demanda desta
população.
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PRAGA DA SERINGUEIRA, Tapuruia felisbertoi LANE
(COLEOPTERA: CERAMBYCIDAE) EM PLANTIOS COMERCIAIS
NO MUNICÍPIO DE SINOP-MT
Ronaldo Augusto Dreher Ferrari1, Janaína De Nadai1, Jacqueline Jesus N. da Silva1, Bianca
J. Fruet Dacroce1
1 Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop
e-mails:[email protected]; [email protected];
[email protected]; [email protected]
RESUMO: Objetivou-se registrar a presença do inseto Tapuruia felisbertoi e as injúrias
causadas pelo seu ataque em árvores de seringueira no município de Sinop-MT. Foi
realizado monitoramento da área no período de abril a outubro de 2009, através de
inspeções mensais, para notificação da presença ou não de insetos praga no plantio. A
partir da observação da presença de larvas dos insetos foram coletadas exemplares para
identificação taxonômica no ao Laboratório de Biologia Animal da UFMT-Sinop. A coleta
dos insetos adultos foi realizada através de gaiolas de “Voil” e armadilhas com atrativos. O
registro da presença da forma jovem dos insetos praga ao plantio ocorreu em maio de
2009. O inseto pertence à família Cerambycidae e espécie Tapuruia felisbertoi Lane. O
ataque ocorreu em todas as árvores do plantio. O inseto adulto realiza a postura entre a
casca e o lenho da árvore. A presença de Tapuruia felisbertoi Lane dificulta o processo de
extração do látex.
Palavras-chave: Proteção Florestal; Sinop; Besouro; Praga Florestal
ABSTRACT: Was aimed at to register the presence of the insect Tapuruia felisbertoi and
the damages caused by your attack in seringueira trees Sinop-MT. The area was
accompanied in the period of April to October of 2009, through monthly inspections, for
notification of the presence or not, of insects curse in the planting. Starting from the
observation of the presence of larvas of the insects copies were collected for taxonomic
identification in the Laboratory of Animal Biology of UFMT-Sinop. The collection of the
adult insects was accomplished through cages of " Voil " and traps with attractions. The
registration of the presence in the young way of the insects curse to the planting happened
in May of 2009. The insect belongs to the family Cerambycidae and specie Tapuruia
felisbertoi Lane. The attack happened in all the trees of the planting. The adult insect
accomplishes the posture between the peel and the log of the tree. The presence of
Tapuruia felisbertoi Lane hinders the process of extraction of the latex.
Key-words: Forest protection; Sinop; Beetle; Forestry Prague
Introdução
A Seringueira, Hevea brasiliensis (Euphorbiaceae) é uma árvore originária da bacia
hidrográfica do Rio Amazonas, do seu tronco extrai-se o látex que por coagulação
espontânea ou por processos químico-industriais, se transforma no produto comercial
denominado de borracha. Embora tenha sido extraída bem antes do descobrimento do
Brasil pelos indígenas latino-americanos (CIIAGRO 2005), a borracha ganhou grande
importância na economia nacional entre 1880 e 1910, quando constituiu o segundo produto
na pauta de exportações brasileiras (VIRGENS FILHO, 1983, apud GASPAROTTO et al.,
1997).
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A área plantada com seringueira no Brasil ocupa atualmente 150 mil hectares, o que
representa apenas 1,50% da área Nacional, segundo dados de 2008 do grupo Internacional
de Estudos da borracha (IRSG, 2009).
Tapuruia felisbertoi é um inseto nativo do Brasil, apresenta distribuição geográfica
relacionada à Floresta Amazônica e região central do Brasil nas florestas de galeria
(GONÇALVES et al., 2009). Ainda, segundo o mesmo autor, o inseto adulto é
caracterizado por apresentar coloração preta com a metade apical dos élitros avermelhada e
uma mancha esbranquiçada no meio da metade anterior.
Levantamentos realizados por DALL’OGLIO & FILHO (1997) a plantios de
seringueira no estado de Mato Grosso, não relatam a ocorrência desse inseto no ano em
que foi realizado o estudo. O primeiro relato e descrição desta espécie foram realizados por
Lane (1973) no município de Fordlândia, no estado do Pará e nas margens do Rio
Tapajós, no estado do Amazonas. No estado de Mato Grosso, o primeiro registro foi feito
por GONÇALVES et al. (2009) no município de Nova Xavantina.
Este estudo tem objetivo de registrar pela primeira vez a presença de Tapuruia
felisbertoi e as injurias causadas a árvores de seringueira no município de Sinop-MT.
Materiais e Métodos
O estudo foi realizado em monocultura de seringueira, localizado no município do
Sinop-MT, (21° 19’S e 43° 06’ W) em região plana de transição entre cerrado e floresta
amazônica, com cerca de 384 metros de altitude, precipitação pluviométrica média de
2000mm/ano e temperatura média anual entre 24 e 26° C (INMET, 2009).
O povoamento compreende área de seis hectares composto por mudas produzidas
por enxerto e semente, com espaçamento 3,5 x 7,0 m entre linhas e plantas, com 19 anos
de idade, entretanto a extração de látex vem sendo realizado nos últimos três anos. Nas
áreas adjacentes ao plantio havia culturas antigas de eucalipto, pastagens, milho, cana de
açúcar e fragmentos florestais nativos da região.
Foi realizado monitoramento da área no período de abril a outubro de 2009, através
de inspeções mensais, para notificação da presença ou não de insetos praga no plantio.
A partir da observação da presença de larvas dos insetos foram coletadas
exemplares para identificação taxonômica. A coleta foi realizada manualmente com auxílio
de canivete e a amostra foi enviada ao laboratório de Biologia Animal da UFMT-Sinop
para identificação em nível de família.
A coleta dos insetos adultos foi realizada a partir da captura dos exemplares que
emergiam do tronco das árvores e daqueles que já estavam no ambiente. Para a primeira
forma de captura foram confeccionadas gaiolas de “Voil” com dimensões de 1,5 m de
altura x 1,0 m de largura e instaladas em cinco árvores de forma a envolver os troncos das
árvores infestadas, assim, quando os insetos adultos saíssem da casca seriam apreendidos
na gaiola. Para segunda forma de captura do inseto adulto foram confeccionadas dez
armadilhas atrativas com garrafa tipo pet, sendo cinco contendo como atrativo caldo de
cana e cinco contendo álcool 70% de acordo com metodologia descrita por CORDEIRO
(2005). As armadilhas foram vistoriadas semanalmente para coleta e caracterização do
inseto adulto.
Resultados e Discussão
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O registro da presença da forma jovem dos insetos praga ao plantio ocorreu no mês
de maio de 2009, no entanto, a forma adulta foi observada no mês de setembro de 2009,
logo após a ocorrência das primeiras chuvas na região, caracterizando o fim da estação
seca.
A captura dos insetos adultos só foi possível através das armadilhas de gaiolas, pois
as armadilhas contendo atrativo não foram eficazes para atrair o inseto praga. Entretanto, a
forma adulta era facilmente coletada utilizando catação manual dos insetos adultos quando
estavam ainda entre a casca e o lenho da seringueira.
Os insetos adultos coletados no mês de setembro de 2009 foram identificados como
pertencentes à família Cerambycidae e a espécie Tapuruia felisbertoi Lane (Coleoptera:
Cerambycidae).
Durante o monitoramento, através da vistoria detalhada da área foi possível
constatar que todas as árvores do plantio foram atacadas por T. felisbertae, e que houve
maior incidência de injúrias àquelas oriundas de mudas produzidas por sementes.
GONÇALVES et al. (2009) ao relatar o ataque desse mesmo coleóptero em cultura de
seringueira, no município de Goianésia-GO, registrou ataque em apenas 5% das árvores.
Observou-se que o inseto adulto realiza a postura entre a casca e o lenho da árvore
viva, as larvas ao eclodirem permanecem embaixo da casca se alimentado da madeira e
produzindo serragem. Esta tarefa realizada pelos insetos, quando em conjunto, produz sons
característicos audíveis ao ouvido humano, quando a pessoa se aproxima do tronco da
árvore. No entanto, apesar da presença de serragem não foram observadas perfurações no
tronco das árvores ocasionado pela forma jovem.
A presença da larva de Tapuruia felisbertoi na seringueira torna sua casca flexível.
A pupa do inseto fica aderida entre o súber e lenho em casulo construído com a própria
casca da árvore. Assim, forma-se crescimento anormal de lenho, conhecido popularmente
como “ferida” que, quando se desenvolve em grandes infestações, como na registrada neste
trabalho, dificulta o processo de sangria do látex, pois reduz a área de corte e quando este é
realizado sobre a área afetada impede o direcionamento da seiva para o pote coletor,
diminuindo o volume de extração e por conseqüência, a produtividade do povoamento. Em
plantas muito atacadas, as alterações de lenho ocasionadas pelas larvas provocaram
excessiva transpiração, diminuindo seu teor de umidade, o que pode levá-las à morte,
especialmente no período de seca.
A espécie Tapuruia felisbertoi pode ser considerado uma praga existente há pouco
tempo no estado de Mato Grosso. Em uma pesquisa realizada em janeiro de 1992 a maio
de 1993, por DALL’OGLIO & FILHO (1997), o inseto não foi registrado no estado, mas
no ano de 2008 houve registro no município de Nova Xavantina-MT (GONÇALVES et al.,
2009).
Conclusão
A praga da seringueira, Tapuruia felisbertoi LANE (COLEOPTERA:
CERAMBYCIDAE) foi registrado pela primeira vez no mês de maio de 2009 em plantio
comercial em Sinop-MT. A presença de Tapuruia felisbertoi Lane dificulta o processo de
extração do látex.
Referências
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PRESENÇA DE CUPIM DE MONTÍCULO E CUSTOS DE REMOÇÃO
DO CUPINZEIRO EM PLANTIOS DE TECA
Ronaldo Augusto Dreher Ferrari1, Janaína De Nadai1, Evandro Mauro Tibola1, Fábio
Ferreira de Azevedo1
1
Universidade Federal de Mato Grosso, Sinop
e-mails: [email protected], [email protected],
[email protected], [email protected]
RESUMO: A incidência de cupins semi-arborícolas (Nasutiterme sp.) na cultura da Teca
(Tectona grandis L. f.) tem causado prejuízos quanto à colheita da madeira devido ao custo
de remoção dos cupinzeiros. Foi realizado um estudo com o objetivo de relatar pela
primeira vez o prejuízo ocasionado por cupins semi-arborícolas a plantios de Teca. Foram
selecionadas aleatoriamente 200 árvores em um talhão de Teca com aproximadamente
quatro hectares em Sinop-MT. 61 árvores apresentaram pelo menos um montículo em seu
fuste. A partir destes dados e com um nível de significância de 5%, foi construído
estatisticamente um intervalo de confiança para a proporção de plantas atacadas,
considerando uma população finita. O referido intervalo ficou entre [24,22%; 36,78%] de
plantas atacadas por hectare.
Palavras-chave: Proteção Florestal; Sinop; Engenharia Florestal; Praga Florestal
ABSTRACT: The incidence of semi arboricolous termite’s (Nasutitermes sp.)in Teca
cultivation (Tectona grandis l. f.) has caused damage at harvest of wood due to the cost of
removal of the nests. A study was conducted to report for the first time the damage caused
by semi-arboreal termites on forest’s teca. Was selected randomly 200 trees in a block of
teak with approximately four acres in Sinop-MT. 61 trees had at least one mound in its
trunk. From these data and with a significance level of 5% was statistically constructed a
confidence interval for the proportion of plants attacked, considering a finite population.
This range was between [24.22%, 36.78%] of damaged plants per hectare.
Key-words: Forest protection; Sinop; Forestry; Forestry Prague
INTRODUÇÃO
A Teca, Tectona grandis L. f. (Lamiaceae), é uma árvore de grande porte, nativa
das florestas tropicais situadas entre 10° e 25°N no subcontinente índico e no sudeste
asiático, principalmente na Índia, Burma, Tailândia, Laos, Camboja, Vietnã e Java (IPEF
2009). Devido sua dispersão geográfica e a variedade de ambientes onde ocorre
naturalmente, pode ser considerada uma espécie de alta adaptabilidade, com dispersão
vertical entre 0 e 1.300m acima do nível do mar, ocorrendo em áreas com precipitação
anual de 800 a 2500 mm, e temperaturas extremas variando de 2°a 42°C, porém não resiste
à geada (IPEF 2009). Esta essência florestal tem sido cultivada desde o século XVIII,
quando os britânicos demandavam grandes quantidades de madeira para construção naval.
No sul da Ásia, a cultura de Teca é tradicional, sendo a espécie cultivada em grande escala.
Atualmente a área mundial plantada excede os três milhões de hectares, incluindo, além
dos asiáticos, outros países tropicais, como Togo, Camarões, Zaire, Nigéria, Trinidad,
Honduras, Brasil, entre outros (IPEF 2009).
O reflorestamento praticado na Amazônia tornou-se um desafio para os utilizadores
de matéria-prima florestal, por serem incipientes os estudos e pesquisas capazes de
subsidiar a adoção de procedimentos técnicos adaptados às condições regionais. O tempo
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comprovou que o comportamento de algumas espécies nativas implantadas em
reflorestamento não apresentou desempenho satisfatório, passando, a maioria delas, por
severos ataques de pragas e doenças, outras não resistiram às práticas silviculturais
inadequadas, a exemplo dos reflorestamentos com Mogno (Swietenia macrophylla King.) e
Cedro (Cedrella odorata L.), ambos atacados por Hypsipyla grandella (Zeller)
(Lepidoptera: Pyralidae), que destrói o meristema apical, promovendo um crescimento
irregular do tronco e não permitindo seu aproveitamento comercial. Por outro lado,
espécies exóticas como a Teca, adaptaram-se muito bem, isto é explicado pelo rápido
crescimento inicial e rusticidade (FIGUEIREDO, 2009) . Apesar de poder ser cultivada
apenas em regiões tropicais, a madeira de Teca é muito procurada, principalmente, no
continente Europeu, onde o preço por metro cúbico supera o do próprio Mogno (IPEF
2009). Mundialmente, a Teca é apreciada pela qualidade de sua madeira, bem como pela
sua durabilidade.
No Brasil, existem alguns plantios experimentais com Teca, entretanto, o mais
antigo e expressivo reflorestamento foi implantado em Cáceres, no Mato Grosso. Em 1968,
a Cáceres Florestal testou espécies madeireiras que pudessem impulsionar o
reflorestamento daquela região. Dentre estas, a Teca se destacou pelo rápido crescimento e
pelo alto valor da madeira, principalmente, no mercado internacional. No estado do Mato
Grosso a área cultivada com Teca ultrapassa 50 mil hectares (IPEF 2009). No Brasil, a
Teca tem sido manejada em ciclos de corte de 25 anos, enquanto nos demais países de
cultivo, esse ciclo varia de 60 a 80 anos. Apesar da diferença de idade no ponto de corte, as
propriedades físicas e mecânicas são semelhantes às madeiras de Teca oriundas do sudeste
asiático (IPEF 2009).
A principal praga da Teca tem sido a Hyblaea puera Cramer. (Lepidoptera:
Hyblaeidae), larva desfolhadora que já ocasionou perdas de 44% do volume, em plantios
na África e Ásia (FIGUEIREDO et al., 2005). No Estado de Mato Grosso, constatou-se a
ocorrência dessa praga em plantios homogêneos de Teca nos Municípios de Cáceres e
Rosário Oeste, em 1997 e 1998, respectivamente, no início da estação chuvosa. No
entanto, os danos causados pela praga no Brasil não foram considerados de importância
econômica (FIGUEIREDO et al., 2005).
Outro inseto que comumente é encontrado em
plantios homogêneos de Teca é o cupim de montículo, Nasutiterme sp. (Isoptera:
Nasutitermitidae). Esses insetos vivem em estruturas denominadas de ninho, cupinzeiro ou
montículo, que servem de moradia e segurança contra inimigos naturais e contra as
adversidades do meio ambiente. No entanto, os montículos muitas vezes encontram-se
aderidos na base do fuste da árvore de Teca, apesar de não causar prejuízo direto à
madeira, por não se alimentar da árvore viva, ele causa prejuízo indireto ao silvicultor, pois
ao construir seu ninho aderido na base do fuste, exatamente onde é realizado o corte da
árvore, impossibilita a colheita. Assim, o silvicultor necessita remover os montículos para
posteriormente realizar o corte raso da árvore. Nessa contribuição objetiva-se relatar, pela
primeira vez, a ocorrência de cupins de montículo, Nasutiterme sp. em Teca e o prejuízo
ocasionado por eles ao silvicultor dessa essência florestal.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado em um plantio de quatro hectares de Teca com treze anos de
idade, plantada em espaçamento 3x2m entre linhas e plantas. A área fica situada na estrada
Ruth s/n lote 69 na cidade de Sinop, estado de Mato Grosso, em região plana de transição
entre cerrado e floresta amazônica, com cerca de 384 metros de altitude, precipitação
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pluviométrica média de 2000mm/ano e temperatura média anual entre 24 e 26° C (INMET
2009).
O plantio, constituído de 6600 árvores, foi vistoriado nas seguintes datas,
27/03/2009; 17/04/2009; 08/05/2009; 22/05/2009 e 05/06/2009. A amostragem de árvores
contendo montículos aderidos na base do fuste foi realizada de forma aleatória,
selecionando-se 200 árvores. Para isto, foi construída uma matriz em que cada árvore foi
codificada em função da combinação linha-coluna.
Para calcular o valor gasto em remover os montículos aderidos na base de cada
árvore foi considerado o custo de um trabalhador diarista, bem como a quantidade de
montículos capaz de retirar da base do fuste das árvores em um dia. A partir dos dados
coletados a campo e com um nível de significância de 5%, foi construído estatisticamente
um intervalo de confiança para a proporção de plantas atacadas, considerando uma
população finita, conforme o seguinte modelo matemático:
IC = [ p̂
e ]; e
Z .
2
ˆ .qˆ
p
n
.
N
n
N
1
;
p̂
x
n
;
q̂
=1-
p̂
Onde:
IC = intervalo de confiança;
e = erro
p̂
= proporção amostral;
x = número de sucessos ocorridos em n tentativas;
n = tamanho da amostra
q̂
= proporção de fracasso amostral;
Z = é a estatística definida em função de
(valor tabelado);
= Nível de significância
N = tamanho da população
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Das 200 árvores analisadas 61 apresentaram em seu fuste pelo menos um montículo
aderido, portanto com 95% de confiança, a probabilidade de ocorrência de cupins
associados à base do fuste das árvores está compreendida no intervalo entre [24,22% ;
36,78%] de plantas atacadas no talhão de quatro hectares, que corresponde as 6600
árvores.
O custo do combate para a retirada dos montículos aderidos ao fuste é 10 % do
salário mínimo (DE NADAI, 2005), que para o ano de 2009 foi de R$ 47,00/homem/dia,
que consegue nesse período retirar aproximadamente 100 montículos, deste modo para o
caso aqui apresentado, no cenário positivo (24,22% de plantas atacadas), são 399 plantas
atacadas/ha o que representa um custo de R$187,53/ha correspondendo a 40,33% do
salário mínimo vigente em 2009 e, no cenário negativo (36,78% de plantas atacadas) são
607 plantas atacadas/ha o que representa um custo de R$285,29/ha ou 61,35% do salário
mínimo.
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JUAREZ et al. (2007) ao submeterem a madeira da Teca à ação de Nasutitermes
corniger (Isoptera: Nasutitermitidae) em condições de laboratório, registraram que apenas
a parte externa da madeira foi atacada. Entretanto, nesse estudo, os cupinzeiros localizados
na base do fuste das árvores avaliadas não estavam provocando injúria direta à plantação,
mas, como o cupinzeiro está localizado na base das árvores, exatamente onde se realiza o
corte para colheita da madeira, o silvicultor necessita remove-lo antes, gerando gastos.
Até o presente momento, poucos trabalhos de pesquisa foram realizados no sentido
de elucidar as relações ecológicas entre cupins semi-arborícolas associados a plantios
homogêneos de Teca. Os trabalhos publicados e disponíveis à consulta, na grande maioria
têm por objetivo quantificar e qualificar danos causados por cupins à madeira serrada
(JUAREZ et al., 2007) e a mudas recém plantadas no campo (SILVA et al., 2008), mas
trabalhos que relatem os prejuízos ocasionados por cupim de montículo, não foi
encontrado na literatura.
Na cultura de Teca, não existe relatos quanto aos danos econômicos causados aos
silvicultores pela incidência excessiva de montículos aderidos a base do fuste dessa árvore.
CONCLUSÃO
A incidência de montículos de Nasutiterme sp. associados a base do fuste da Teca
pode, quando em proporções iguais ou superiores que 399 plantas por hectare, causar
prejuízos econômicos ao silvicultor, sem contudo prejudicar diretamente as plantas.
Os cupins de montículo aderidos à base do tronco das árvores de Teca não estavam
causando injúria às árvores.
Este é o primeiro relato da presença e do prejuízo ocasionado por Nasutiterme sp. a
árvores de Teca em Sinop, Mato Grosso.
REFERENCIAS
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(Tectona
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Viçosa/PPGEntomologia. Viçosa-MG. 44f. 2005.
JUAREZ, B. P.; RAFAEL, R. M. de; CARLOS, R. L. de; Resistência natural de sete
madeiras a fungos e cupins xilófagos em condições de laboratório, Cerne, Lavras, v. 13,
n. 2, p. 160-169, abr./jun. 2007.
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SILVA, J. M. S.; FERREIRA, R. A.; TOSTA, W. F. G.; GIACOMETTI, V. G.; SOUZA,
G. O. Entomofauna Observada na Cultura da Teca (Tectona grandis L. f.), no campo,
Revista Científica Eletrônica de Engenharia Florestal – ISSN: 1678-3867, Ano VII –
Número 12 – Agosto de 2008 – Periódico Semestral.
AGRADECIMENTOS
A Profa Dr. Janaína De Nadai Corassa pelas orientações e ao Eng° Florestal Jaldes Langer,
proprietário do viveiro Flora Sinop, por disponibilizar a área estudada.
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QUALIDADE SANITÁRIA DE SEMENTES DE MADEIRA NOVA
(Pterogyne nitens Tull.).
Jamille da Silva Amorim¹, Gileno Brito de Azevedo¹, Glauce Taís de Oliveira Sousa¹,
Quelmo Silva de Novaes²
¹ Graduandos em Engenharia florestal pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) - Vitória da Conquista-BA.
² Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, UESB - Vitória da Conquista-BA.
e-mails: [email protected]; [email protected]; [email protected];
²[email protected]
RESUMO:
Surge cada vez mais a necessidade de utilização de espécies que apresentam rápido
crescimento, e ideais para a recuperação de áreas degradadas e para plantios comerciais.
Neste contexto, a madeira nova (Pterogyne nitens) apresenta potencial para ser utilizada,
no entanto, tem seu uso limitado pela falta de informações científicas sobre a espécie. Com
esse trabalho, objetivou-se avaliar a qualidade sanitária das sementes de P. nitens coletadas
em árvores localizadas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Vitória
da Conquista-BA. A avaliação da sanidade foi feita utilizando-se o “Blotter-test”,
acondicionando-se 100 sementes de P. nitens em quatro placas de Petri de 150mm,
contendo duas folhas de papel filtro em cada uma delas, as quais foram umedecidas com
quatro mililitros de água esterilizada. Em seguida, as placas foram incubadas em B.O.D.
com temperatura de 25 ± 1 ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por um período de 7 dias. A
qualidade sanitária foi avaliada pela identificação dos microorganismos associados às
sementes, bem como pela porcentagem de ocorrência destes. Os fungos encontrados nas
sementes foram Penicillium sp. e Cladosporium sp., apresentando incidências de 5% e 2%,
respectivamente.
Palavras-chave: sanidade; reflorestamento; fungos.
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o Brasil vem apresentando uma crescente demanda por produtos
florestais, principalmente a madeira, e isso, tem proporcionado um grande aumento das
áreas reflorestadas com espécies de rápido crescimento. Na região do Planalto da
Conquista (BA), as atividades de reflorestamento com espécies exóticas vêm se
intensificando. Portanto, a utilização de uma espécie florestal adaptada às condições
ambientais da região é de fundamental importância em um programa de reflorestamento.
Pterogyne nitens, conhecida vulgarmente na região como madeira nova, é uma
espécie que apresenta potencial para ser utilizada em áreas de reflorestamento, no entanto,
faltam estudos sobre a espécie, o que dificulta a sua utilização. A espécie pertence à
família Fabaceae, tem como origem a Mata Atlântica e ocorre desde o Nordeste do Brasil
até o Paraná (LORENZI, 2002). Segundo Carvalho (1994) é uma árvore com alto valor
ornamental, sendo recomendada para vias urbanas e arborização de rodovias. Também
apresenta valor ambiental sendo recomendada para reposição de mata ciliar em locais com
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inundações periódicas e para revegetação em solos arenosos e degradados. Ainda segundo
aquele autor, sua madeira possui diversos usos, além de produzir lenha de boa qualidade.
O uso de espécies para reflorestamento é limitado devido à falta de informações
sobre o comportamento fitossanitário e exigências ecológicas, bem como pela carência de
reservas florestais de produção de sementes que sejam manejadas de forma adequada. Uma
das principais causas da perda de viabilidade das sementes é a falta de informação a
respeito da qualidade sanitária e fisiológica destas, quando são levadas para o campo
(DUBOIS, 1970). A sanidade da semente refere-se, à presença ou ausência de agentes
patogênicos, tais como fungos, bactérias, vírus e nematóides (BRASIL, 1992). Entre os
organismos presentes nas sementes e que podem ser transmitidos para plântulas, o grupo
dos fungos é o mais numeroso, seguido das bactérias, vírus e alguns nematóides
(MACHADO, 1988). Sementes infectadas são as melhores formas de transmissão e
disseminação de doenças (ANSELME, 1987), podendo servir como meio de introdução e
acúmulo de patógenos em novas áreas de cultivo. As sementes contendo patógenos não são
facilmente reconhecidas e são distribuídas aleatoriamente no campo, constituindo um foco
primário de infecção na fase inicial da cultura.
Sabe-se que sementes de baixa qualidade sanitária são capazes de comprometer a
sustentabilidade do plantio, causando prejuízos muitas vezes irreparáveis aos
agroecossistemas, pois elas são portadoras de grande variedade fúngica. Por essa razão,
torna-se importante conhecer a sanidade das sementes para auxiliar na execução dos testes
de germinação em laboratório e na formação de mudas em viveiro. Diante do exposto, com
este trabalho objetivou-se avaliar a qualidade sanitária de sementes de P. nitens coletadas
na planta, na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Vitória da
Conquista,BA.
MATERIAL E MÉTODOS
Frutos de P. nitens foram coletados a partir de árvores localizadas na Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, campus de Vitoria da Conquista-BA, os quais foram
beneficiados manualmente para a obtenção das sementes. O teste de sanidade foi realizado
no Laboratório de Fitopatologia, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia, da referida
Universidade.
As sementes obtidas foram submetidas a um pré-tratamento para desinfecção em
solução de hipoclorito de sódio a 1% por um minuto e solução de álcool 70% por um
minuto, e em seguida lavadas em água destilada e secas em papel toalha, sendo estas
operações realizadas dentro da câmara de fluxo laminar.
A avaliação da sanidade foi feita utilizando-se o “Blotter-test”, acondicionando-se
100 sementes de P. nitens em 04 placas de Petri de 150mm, contendo duas folhas de papel
filtro em cada uma delas, as quais foram umedecidas com quatro mililitros de água
esterilizada. Em seguida, as placas foram incubadas em B.O.D. com temperatura de 25 ± 1
ºC, com fotoperíodo de 12 horas, por um período de 7 dias.
As avaliações foram feitas utilizando-se microscópio estereoscópico, com o qual se
analisou cada semente, para verificar a presença de estruturas fúngica e, quando
necessário, foram feitas lâminas para observação em microscópio óptico.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na avaliação das sementes de P. nitens detectou-se dois gêneros de fungos,
Penicillium e Cladosporium, cuja incidência encontram-se na Tabela 1. Apesar de as
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sementes terem baixa incidência de fungos, o conhecimento da ocorrência desses
patógenos é necessário para o armazenamento e uso posterior das mesmas.
Tabela 1. Incidência de fungos em sementes de
Pterogyne nitens.Vitória da Conquista-BA. (2009).
FUNGOS
INCIDÊNCIA (%)
Penicillium sp.
Cladosporium sp.
5
2
Nascimento (2006) detectou Cladosporium sp e Penicillium sp. sendo fungos freqüentes
em sementes de P. nitens, juntamente com Aspergillus sp. Martins (1991), além de
encontrar fungos do gênero Fusarium, Phoma, Phomopsis, Alternaria, Aspergillus,
Chaetomium e Trichoderma em sementes de barbatimão, ipê-roxo e ipê-amarelo,
encontrou Penicillium e Cladosporium com freqüência. Medeiros et al. (1996) também
encontrou esses dois gêneros em sementes de aroeira do sertão (Myracrodruon
urundeuva).
Os fungos associados às sementes podem ser considerados saprófitas ou
potencialmente patogênicos. O gênero Penicillium está entre os gêneros de fungos
saprófitas que ocorrem mais freqüentemente associados às sementes de espécies florestais
e o gênero Cladosporium está entre os potencialmente patogênicos (SANTOS et al., 2000).
Segundo Machado (1988), a associação de sementes com fungos do
gênero Penicillium, ocorre após a colheita, durante o beneficiamento e armazenamento das
mesmas. Esse gênero é citado com freqüência na literatura em sementes de espécies
florestais.
Ávila et al. (2005) verificaram que Cladosporium sp., em pitangueira (Eugenia
uniflora), inicia a contaminação das semente a partir da infecção de frutos e folhas. Rego
(2008) verificou uma baixa transmissão de Cladosporium sp. das sementes para as
plântulas de Blepharocalyx salicifolius (Mirtaceae), mesmo tendo um alto índice de
emergência. Para P. nitens é necessário que se realize trabalhos para verificar o potencial
patogênico dos fungos encontrados em suas sementes.
CONCLUSÃO
Os fungos Penicillium sp. e Cladosporium sp. foram encontrados associados às
sementes de Pterogyne nitens.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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NASSER, L.C; WETZEL, M.M.; FERNANDES; J.M. Seed pathology: International
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QUANTIFICAÇÃO DE LIPÍDIOS, PROTEÍNAS E CARBOIDRATOS
EM SEMENTES DE ANGICO VERMELHO (Anadenanthera peregrina)
Helane França Silva(1); Warlei Souza Campos(2); Daíse Cardoso de Souza Bernardino(3); Eduardo
Euclydes de Lima e Borges(4).
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Curso de Engenharia Florestal. Estrada
do Bem Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email:
[email protected]; [email protected]
(3)
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia.
Estrada do Bem Querer, Km 04, Caixa Postal 95, Vitória da Conquista, BA. Email:
[email protected]
(4)
Universidade Federal de Viçosa – UFV, Departamento de Engenharia Florestal. Viçosa – MG.
Email: [email protected]
(1) e (2)
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo a extração dos compostos químicos lipídios,
proteínas e carboidratos nas sementes de angico vermelho (Anadenanthera peregrina),
bem como a quantificação dos mesmos.
A extração e quantificação do teor de lipídios foram realizados em aparelho tipo
Soxhlet, pelo método de extração a frio com éter de petróleo por 24 horas, conforme Silva
(1990). A extração de proteínas foi feita conforme Alfenas et al. (1991), utilizando-se o
tampão TRIS-HCL, 0,1 M, pH 7,5 como solução de extração. Já a quantificação foi feita
pelo método de Bradford (1976), utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como
padrão. A extração de açúcares solúveis foi feita em banho-maria por 30 min. a 75 ºC
(BUCKERIDGE & DIETRICH, 1990). Os açúcares solúveis e o amido foram
quantificados pelo método fenol-sulfúrico (DUBOIS et al., 1956), usando-se glicose como
padrão.
Dentre os compostos químicos quantificados, o lipídio foi o que teve o maior teor
nas sementes de Angico Vermelho.
PALAVRAS-CHAVES: fisiologia de sementes, sementes florestais, angico vermelho.
INTRODUÇÃO
De acordo com o Sistema de Classificação de Cronquist, o gênero Anadenanthera
pertence á família Mimosaceae. Esse gênero possui quatro espécies arbóreas denominadas
popularmente como angico. Segundo Lorenzi (2002) a espécie Anadenanthera peregrina
possui fruto tipo folículo (vagem com uma única fenda longitudinal) achatado e deiscente,
contendo sementes circulares, achatadas, brilhantes e de coloração escura (marrom escura a
preta).
A semente desde os primórdios da humanidade até os dias atuais se apresenta como
um material de grande importância para a tranqüilidade e prosperidade dos povos. Uma das
características da semente que a faz ser a grande responsável pela perpetuação das espécies
vegetais, sendo o principal veículo de reprodução das plantas, é a sua capacidade de
distribuir a germinação no tempo por meio dos mecanismos de dormência.
As sementes têm sido estudadas quanto à composição química de suas reservas, e
tal interesse não se dá apenas por seu teor nutritivo, mas por serem úteis na confecção de
produtos industrializados (BUCKERIDGE et al., 2004), entre diversos fins.
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As principais substâncias de reserva nas sementes são carboidratos, proteínas e
lipídios. A proporção dessa composição pode variar de espécie para espécie e até entre
espécies de uma mesma família (BORGES & RENA, 1993; BEWLEY & BLACK, 1994).
O estudo da composição química é do interesse prático da tecnologia de sementes,
porque tanto o vigor quanto o potencial de armazenamento de sementes são influenciados
pelo teor dos compostos presentes (CARVALHO & NAKAGAWA, 2000).
Para tanto, este trabalho teve como objetivo quantificar os compostos químicos
lipídios, proteínas e carboidratos em sementes de angico vermelho.
MATERIAL E MÉTODOS
A extração e quantificação do teor de lipídios foram realizados em aparelho tipo
Soxhlet, pelo método de extração a frio com éter de petróleo por 24 horas, conforme Silva
(1990).
A extração de proteínas foi feita conforme Alfenas et al. (1991), utilizando-se o
tampão TRIS-HCL, 0,1 M, pH 7,5 como solução de extração.
A quantificação dos teores de proteínas foi feita pelo método de Bradford (1976),
utilizando-se albumina sérica bovina (BSA) como padrão.
A extração de açúcares solúveis foi feita em banho-maria por 30 min. a 75 ºC
(BUCKERIDGE & DIETRICH, 1990) e repetida três vezes. Após cada extração, a mistura
foi centrifugada, retirando-se o sobrenadante. O precipitado foi seco em estufa a 45 ºC, por
48h, e submetido à digestão do amido com um mL de ácido perclórico 35% (PASSOS,
1996). Os açúcares solúveis e o amido foram quantificados pelo método fenol-sulfúrico
(DUBOIS et al., 1956), usando-se glicose como padrão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1- Resultados da quantificação de lipídios em sementes de angico vermelho.
Repetições Amostra
Óleo
Óleo %
R1 0,6560 g
1g
0,3440 g
34,4
R2 0,6380 g
1g
0,362 g
36,2
R3 0,650 g
1g
0,350 g
35,0
R4 0,533 g
1g
0,467 g
46,7
Tabela 2 – Resultados da quantificação de proteína solúvel em sementes de angico vermelho.
Concentração Absorvância Repetições Leitura 1 Leitura 2 Leitura 3
0,05
0,528
R1
1,450
1,399
1,398
0,1
0,676
R2
1,569
1,596
1,494
0,2
0,776
R3
1,549
1,547
1,526
0,4
1,457
R4
1,358
1,398
1,408
0,6
1,957
0,8
2,022
1
2,049
Média
1,416
1,553
1,541
1,388
 Carboidrato
Tabela 3 – Resultados da quantificação de carboidrato solúvel em sementes de angico vermelho.
Concentração Absorvância Repetições Leitura 1 Leitura 2 Leitura 3 Média
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0,2
0,4
0,6
0,8
1
0,357
0,646
0,954
1,211
1,568
R1
R2
R3
1,398
1,137
1,376
1,143
1,154
1,468
1,402
1,194
1,57
1,314333
1,161667
1,471333
 Amido
Tabela 4 – Resultados da quantificação de amido em sementes de angico vermelho.
Concentração
0,2
0,4
0,6
0,8
1
Absorvância
0,413
0,698
1,002
1,334
1,66
Repetições
R1
R2
R3
Leitura 1
0,798
0,761
0,853
Leitura 2
0,869
0,841
0,901
Leitura 3
0,879
0,97
0,935
Média
0,84867
0,85733
0,89633
As sementes de angico vermelho apresentaram por grama de massa seca em média
38,1% de teor de óleo (lipídio). Comparando o presente trabalho com um estudo feito com
sementes de sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth) por Corte at al. (2006), no qual
foi avaliado a mobilização das reservas (lipídio, proteína e carboidratos) durante a
germinação e crescimento das plântulas utilizando o mesmo método de extração e
quantificação destes compostos químicos empregado nas sementes de angico vermelho,
observa-se que estas duas leguminosas apresentaram características semelhantes quanto ao
teor de compostos químicos presentes em suas sementes, sendo que ambas tiveram um
maior teor de lipídios, seguidos de carboidratos solúveis, proteínas solúveis e amido.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados obtidos pode-se inferir que dentre os compostos químicos
quantificados, o lipídio foi o que apresentou maior teor nas sementes de Angico Vermelho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALFENAS, A.C. et al. Eletroforese de proteínas e isoenzimas de fungos e essências
florestais. Viçosa, MG: SIF, 1991. 242 p.
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SUPERAÇÃO DA DORMÊNCIA TEGUMENTAR DE SEMENTES DE
SURUCUCU POR MEIO DE IMERSÃO EM ACIDO SULFÚRICO.
Isaac Santos da Luz3, Sylvana Naomi Matsumoto2; Lucialdo Oliveira D’arede3,
Jerffson Lucas Santos.4
UESB, Vitória da Conquista
e-mails: [email protected]
RESUMO: O trabalho teve como objetivo investigar a duração do período de exposição
das sementes de surucucu a escarificação química em acido sulfúrico (H2SO4) concentrado,
para otimização da superação de dormência. As sementes de surucucu (Piptadenia
viridiflora (Kunth) Benth) foram submetidos a tratamentos variando o tempo de exposição
destas ao ácido sulfúrico concentrado (98%) os períodos foram de 15, 30, 45, 60 minutos
e a testemunha. Posteriormente foram mantidas em câmera BOD com temperatura de 25 º
C e fotoperiodo de 8 horas. As avaliações realizadas durante dez dias foram porcentagens
de germinação (GERM), sementes mortas (MOR) e sementes duras (DUR) e índice de
velocidade de germinação (IVG). Os valores máximos de germinação e índice de
velocidade de germinação, IVG (98% e 35,5) foram obtida com a exposição das semente a
H2SO4 por um período de 35 e 38 minutos, respectivamente.
Palavras-chave: Piptadenia viridiflora; Sementes; Escarificação química.
INTRODUÇÃO
O surucucu (Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth) é uma leguminosa arbórea,
nativa da região Semi-árida do Nordeste brasileiro da família Mimosaceae. É uma planta
rústica, que apresenta madeira de alta densidade, utilizada como lenha no setor ceramista
da região Sudoeste do Estado da Bahia. Além da utilização como fonte de energia, diante
dos crescentes problemas ambientais, resultante do desmatamento de áreas nativas, o
surucucu é visto por ambientalistas, como uma alternativa para o reflorestamento destas
regiões (PESSOA, 2007).
A propagação dessa espécie arbórea é via semente, e a dormência é um dos
problemas que restringe a produção de mudas. A dormência se caracteriza pela
incapacidade de germinação das sementes, mesmo estando expostas a condições
ambientais favoráveis. Este fenômeno pode ser primário, quando já presente na semente
logo que colhida, ou secundário, quando desenvolvida pela exposição da semente a algum
fator negativo à germinação após a colheita. (VIEIRA & FERNANDES, 1997). A
dormência é um importante mecanismo de adaptação ecológica para sobrevivência das
espécies, pois proporciona a sincronia entre as condições ambientais favoráveis e a
germinação das sementes. Entretanto, por restringir a germinação, torna-se uma
dificuldade para a produção de mudas por via sexuada. (KRANER & KOSLOWSKI,
1972).
3
Graduando do Curso de Agronomia, Bolsista Fapesb
Professora Titular, Departamento de Fitotecnia e Zootecnia UESB
3
Graduando do Curso de Agronomia, Bolsista PIBIC
4
Graduando do Curso de Agronomia, Bolsista Fapesb
2
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O trabalho teve como objetivo investigar a duração do período de exposição das
sementes de surucucu a escarificação química em acido sulfúrico, para otimização da
superação de dormência.
MATERIAIS E MÉTODOS
As vagens de surucucu foram coletadas manualmente a partir de 20 arvores,
localizadas na fazenda Riacho D’antas, município de Riacho de Santana, Bahia.
Após a coleta, o material foi levado ao Laboratório de Fisiologia Vegetal da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB, campus de Vitória da Conquista,
onde foram realizadas as análises. Para a determinação da umidade das sementes, foi
adotado o método da estufa, conforme descrito por Brasil (1992), com alteração do período
de permanência em estufa para 24 horas. Para análise da condutividade elétrica, foi
determinada a massa umidade para 200 sementes e, em seguida foram submetidas imersão
em 50 ml de água deionizada, sendo mantidas em BOD a 25° C. Depois de 24 horas
procedeu-se a leitura da conduitividade da solução (condutivímetro, modelo DM31,
Digimed, São Paulo) (Tabela 1)
Tabela 1-Peso de massa úmida (g), massa seca (g), teor de água (%) e condutividade
elétrica μC.cm-1.g-1 ) em sementes de surucucu (Piptadenia viridiflora). Vitória da Conquista,
Bahia, 2009.
MEDIA*
MASSA UMIDA
(g)
MASSA SECA
(g)
UMIDADE
(%)
CONDUTIVIDADE( μC.cm1 -1
.g )
2,004
1,841
8,133
44,376
*Média de quatro repetições constituídas de 50 sementes cada.
Para o tratamento de quebra de dormência por escarificação química, as sementes
foram imersas em acido sulfúrico concentrado (98%) por períodos de 15, 30, 45, 60
minutos. Posteriormente as sementes tratadas assim como a testemunha foram submetidas
à água corrente por 2 horas a temperatura ambiente de aproximadamente 25°C.
O experimento seguiu o delineamento inteiramente casualizado, com quatro
repetições, sendo a parcela experimental constituída por placa de Petri (145 mm de
diâmetro) contendo 50 sementes. as avaliações de sementes germinadas foram feitas a cada
24 horas, durante 10 dias.
A partir dos dados obtidos foi estimada a porcentagem de sementes germinadas,
duras e moras e IVG. Os valores foram submetidos à analise de variância (p<0,05), teste de
Tukey (p<0,05) e análise de variância da regressão (p<0,05) utilizando-se o Programa de
Análises Estatísticas e Genéticas, Saeg, versão 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi observado o efeito dos diferentes períodos de exposição ao ácido sulfúrico
quando foi avaliada a porcentagem de sementes germinadas (GERM) e duras (DUR) e
IVG (Tabela 2). Para GERM foi ajustado o modelo polinomial raiz quadrática,
verificando-se valor máximo de 98,19% no período de imersão de 35’24’’ em ácido
sulfúrico. Os valores de GERM verificados para sementes não expostas à imersão em ácido
sulfúrico concentrado foram (aproximadamente 4%). Portanto, a semelhança de outras
leguminosas arbóreas nativas da região Semi-árida, foi caracterizada a dormência
tegumentar para as sementes de surucucu. Para a otimização de ações de manejo
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relacionadas à propagação, o tratamento de imersão em acido sulfúrico foi um excelente
agente químico para superação de dormência,. LULA et al., (2000) verificou para o capim
marmelada um aumento de 400% na germinação, quando as sementes foram submetidas à
tratamento com ácido sulfúrico.
Para o IVG, foi ajustado o modelo quadrático o valor máximo foi de 35,5, quando
as sementes foram submetidas ao acido sulfúrico por um período de 38’53’’.
Até o período de 35 a 38 minutos de exposição ao ácido sulfúrico, foi verificada
uma elevação semelhante para GER e IVG (Figura 1 e 2). Entretanto, a intensidade dos
decréscimos verificados para períodos de exposição maiores foram maiores para IVG em
relação a GERM. De acordo com Alves et al. (2009), períodos prolongados de exposição
ao ácido sulfúrico podem promover danos aos tecidos internos das sementes, resultando
em desuniformidade do processo germinativo.
Tabela 2. Resumo da análise de variância referente a porcentagem de sementes de surucu,
(Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth)) germinadas (GERM), mortas (MOR) e duras
(DUR) e Índice de Velocidade de Germinação (IVG), submetidas á escarificação química
com H2SO4 concentrado em diferentes períodos de tempo de exposição. Vitória da
Conquista, Bahia, 2009.
Causa da
variação
TRATAMENTO
RESÍDUO
TOTAL
CV(%)
120
GL
4
15
19
QM
GERM
6327,700**
17,933
IVG
743,750**
5,834
MOR
10,700
15,533
DUR
6492,000**
2,933
5,639
10,277
66,801
9,014
Germinação (%)
100
80
60
40
20
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
Tempo (minutos)
ŷ** =4,82197 +31,4740x 0,5 - 2,65219x (R2=0,9882)
Figura 1: Porcentagem de germinação em sementes de surucu, (Piptadenia viridiflora
(Kunth) Benth)) submetidas a diferentes períodos de exposição á escarificação química
com H2SO4 concentrado. Vitória da Conquista, Bahia, 2009.
**Significativo a 1%, pela análise de variância da regressão
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Recursos Florestais para o Semi-árido.
ISSN: 2236 - 2746
Página 170
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40
35
30
IVG
25
20
15
10
5
0
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Tempo (minutos)
45
50
55
60
ŷ** =1,18893 + 1,76493x – 0,0226913x2 (R2=0,9831)
Figura 2: Índice de Velocidade de Germinação (IVG) em sementes de surucu, (Piptadenia
viridiflora (Kunth) Benth)) submetidas a diferentes períodos de exposição á escarificação
química com H2SO4 concentrado. Vitória da Conquista, Bahia, 2009.
**Significativo a 1%, pela análise de variância da regressão
CONCLUSÃO
A germinação das sementes de surucucu é restringida pela presença da dormência
tegumentar.
A porcentagem de germinação e o Índice de velocidade de germinação (IVG) das
sementes de surucucu foram influenciadas pelo período ao qual foram submetidas ao acido
sulfúrico.
A otimização do processo de germinação foi obtida para as sementes de surucucu
quando estas foram submetidas a um período de 35 a 38 minutos de exposição ao ácido
sulfúrico concentrado.
REFERÊNCIAS
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365 p.
LULA, A. de A.; ALVARENGA, A. A. de; ALMEIDA, L. P. de; ALVES, J. D.;
MAGALHÃES, M. M. Estudos de agentes químicos na quebra da dormência de
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2000
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ISSN: 2236 - 2746
Página 171
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Piptadenia viridiflora (Kunth) Benth. 2007, 67p. Dissertação de Mestrado, Universidade
Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2007.
VIEIRA, Israel G.; FERNADES, Gelson D. Métodos de Quebra de Dormência de
Sementes. Piracicaba: IPEF-LCF/ESALQ/USP, Informativo Sementes IPEF, nov-1997.
Disponível em: Http://www.ipef.br/sementes. Acesso em: 20/04/2009.
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