2010 1 08 a 12 de novembro de 2010 2 41ª SEMANA MÉDICA Diretora da FACIMPA: Profª Drª Jussara Vono Toniolo Secretária da FACIMPA: Maria Francescato Coordenador do Curso de Medicina: Prof. Antonio Marcos Coldibeli Francisco Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários: Prof. Carlos de Barros Laraia Coordenador de Extensão: Prof. Antônio Homero Rocha de Toledo Secretária de Extensão: Rita de Cássia Rezende Silva Comissão Científica : Prof. Taylor Brandão Schnaider – Presidente Profª Adriana Rodrigues dos Anjos Profª. Beatriz Bertolaccini Martinez Profª. Lidia Sebba Souza Mariosa Prof. Mario Sergio Vianna Xavier Profª. Miriam de Fátima Brasil Engelman Prof. Rogério Mendes Grande Comissão Acadêmica Ana Luiza Bueno Garcia João Paulo Nunes Fernandes Renato de Rezende Gama Veiga Taciane Procópio Assunção Thiago Silva Pinto 3 ° 4 PROGRAMAÇÃO: 8 a 12 de novembro de 2010 DIA 8 – SEGUNDA FEIRA: 19 h: ABERTURA 20 h: A ÉTICA NO EXERCÍCIO DA MEDICINA: ALÉM DO CÓDIGO E DA BIOÉTICA. Palestrante: PROF. DR. ELIAS ABDALLA FILHO Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UNB), Pós-Doutorado em Psiquiatria pela Universidade de Londres e Especialista em Psiquiatria e Bioética, formação em psicanálise. Atualmente é Pesquisador da Universidade de Brasília, Membro Titular da Sociedade de Psicanálise de Brasília e Psiquiatra Forense do Instituto de Medicina Legal de Brasília. DIA 9 – TERÇA FEIRA: 19 h: CÂNCER DE PRÓSTATA Palestrante: PROF. DR. UBIRAJARA FERREIRA Mestrado e Doutorado em Cirurgia, Livre Docência em Cirurgia e Professor Associado em Cirurgia, área de Urologia pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor Titular da Universidade Estadual de Campinas. 20 h:ABDOMEN AGUDO POR OBSTRUÇÃO Palestrante: DR. CARLOS ALBERTO SALOMÃO MURARO Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Titular da Sociedade Brasileira de Videolaparoscopia (Sobracil) e Coordenador e Referência Técnica do Departamento de Cirurgia do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, em Campinas/SP. DIA 10 – QUARTA FEIRA: 19 h:DOR LOMBAR Palestrante: DR. WILLIAM JACOBSEN TEIXEIRA Graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo e Residência Médica pelo Instituto de Ortopedia e Traumatologia / HC FMUSP. Atualmente é Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo. 20 h:URGÊNCIAS EM COLOPROCTOLOGIA Palestrante: DRA. BEATRIZ DEOTI Mestre em cirurgia pela UFMG, Professora substituta de Técnica Cirúrgica e Clinica Cirúrgica da UFMG e Coloproctologista do HC-UFMG / IAG 5 41ª SEMANA MÉDICA DIA 11 – QUINTA FEIRA: 19 h: TIREOIDECTOMIAS Palestrante: DR. JOSÉ HIGINO STECK Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas. Residência Médica em Cirurgia Geral e em Cirurgia de Cabeça e Pescoço no HC UNICAMP. Títulos de Especialista em Cirurgia de Cabeça e Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, em Oncologia Cirúrgica pela Sociedade Brasileira de Cancerologia e em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões. 20 h: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS NO CUIDADO AO IDOSO Palestrante: DRA. KARLA CRISTINA GIACOMIN Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Saúde Pública, com ênfase em Epidemiologia pela UFMG e Doutorado em Ciências da Saúde pelo CPqRR e FIOCRUZ. Atualmente é Médica Geriatra da Prefeitura de Belo Horizonte, do Hospital Mater Dei - Aurus Medicina Geriátrica e Professora Convidada do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde do Centro de Pesquisas René Rachou. DIA 12 – SEXTA FEIRA: 21 h: COQUETEL DE ENCERRAMENTO. Local: BUFFET VIENNA 6 7 APRESENTAÇÃO ORAL Avaliadores: Prof. Mario Sergio Vianna Xavier Prof. Rogério Mendes Grande Prof.Taylor Brandão Schnaider TERMINALIDADE DA VIDA NA NEONATOLOGIA: AS IMPLICAÇÕES BIOÉTICAS DA RELAÇÃO EQUIPE DE SAÚDE-PACIENTE-FAMÍLIA LIMPEZA DE FERIDAS CUTÂNEAS, EM RATOS, COM LUVAS DE PROCEDIMENTO: ANÁLISE MORFOLÓGICA DA CICATRIZAÇÃO ANALGESIA MULTIMODAL POR VIA PERIDURAL, EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE ABDOME SUPERIOR PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES EM SUTURAS DE CIRURGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO. TÉCNICA LIMPA VERSUS TÉCNICA ESTÉRIL NA LIMPEZA DE FERIDAS COM USO DE LUVAS DE PROCEDIMENTO: UM ESTUDO EXPERIMENTAL AVALIAÇÃO DO COLESTEROL PLASMÁTICO EM RATOS COM HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA PELA GEMA DE OVO: SUPLEMENTO ALIMENTAR DE BAIXO CUSTO. 8 APRESENTAÇÃO ORAL Avaliadores: Profª Adriana Rodrigues dos Anjos Mendonça Profª Beatriz Bertolaccini Martinez ESTILO DE VIDA E TABAGISMO EM ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ(UNIVÁS),POUSO ALEGRE,MG. AUTO-ESTIMA EM ACIDENTADOS DE TRÂNSITO EM POUSO ALEGRE REPERCUSSÕES PERINATAIS DO DIABETES SACARINO PREVALÊNCIA DE OBESIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA ESTUDO DA VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL ESCOLA DE POUSO ALEGRE/ MG - HOSPITAL DAS CLÍNICAS SAMUEL LIBÂNIO 9 TERMINALIDADE DA VIDA NA NEONATOLOGIA: AS IMPLICAÇÕES BIOÉTICAS DA RELAÇÃO EQUIPE DE SAÚDE-PACIENTE-FAMÍLIA Liliane Cristina Da Silva*; Adriana Rodrigues Dos Anjos Mendonça Hospital das Clinicas Samuel Libanio, Pouso Alegre - UNIVAS – MG R. Celene de Paula Costa, 25, apto 101. Medicina. 37550-000 Pouso Alegre – MG, Justificativa e Objetivos: A situação terminal em Neonatologia difere da criança maior ou do adulto gravemente enfermo, pois, embora a morte em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP) não ser incomum, a grande potencialidade de cura dos recém-nascidos, na maioria das vezes, leva a aplicação de todas as possibilidades terapêutica, refletindo a dificuldade, por parte da equipe de saúde, de obter um consenso quanto à terminalidade, a sua insegurança na definição do momento da terminalidade e a dificuldade de comunicação com a família. Objetivou-se conhecer o que representa o paciente neonato terminal para a equipe de saúde, e como se desenvolve a relação equipe de saúde-paciente neonato terminal-família. Métodos: Método qualitativo-descritivo e diretriz metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo, entrevistou-se 20 profissionais da saúde, maiores de 25 anos de idade, responsáveis pelo tratamento e cuidado de pacientes neonatos em fase terminal, atuantes no HCSL da cidade de Pouso Alegre (MG). Resultados: Os resultados encontrados reforçam que o conflito entre a personalidade profissional e a realidade da área da saúde norteia a relação equipe de saúde-paciente neonato terminal-família, induzindo a equipe julgar sua presença embaraçosa, e inútil, junto à família deste paciente. Conclusão: Os princípios bioéticos na terminalidade da vida ultrapassam o direito dos familiares à verdade e estabelecem que, através do direito ao diálogo com a equipe, a personificação da relação equipe de saúde-paciente neonato terminal se firme como essência ética desta relação. Referências: Kübler-Ross, E. Sobre a morte e o morrer. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998; Silva, AL. Relação médico-paciente. Revista da Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 51, n. 3, p. 132, maio/jun. 2005; Gutierrez, PL. O que é o paciente terminal? Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo,v. 47, n. 2, p. 85-109, abr./jun. 2001. 10 LIMPEZA DE FERIDAS CUTÂNEAS, EM RATOS, COM LUVAS DE PROCEDIMENTO: ANÁLISE MORFOLÓGICA DA CICATRIZAÇÃO Liliane Cristina Da Silva*, Renato De Rezende Gama Veiga, Rosely Regina Barbosa de Lima, Priscila Cristina de Andrade, Miriam Engelmam, Margarida Maria de Carvalho Resende. Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre – MG. Rua Celene de Paula Costa, 25, apto 101. Medicina. 37550-000 Pouso Alegre – MG. Justificativa e Objetivos: Para a limpeza de feridas com técnica limpa utilizam-se luvas de procedimento, que por não serem esterilizadas pressupõe-se que podem favorecer a infecção que por sua vez, poderá retardar a cicatrização. Objetivou-se avaliar a interferência do uso de luvas de procedimento no resultado da cicatrização de feridas. Métodos: Estudo experimental, intervencional, longitudinal, analítico e randomizado. A amostra foi de 12 ratos machos Wistar, nos quais foi produzida uma ferida no dorso, com a ressecção de fragmento de pele de 2,4cm de diâmetro, sob anestesia, expondo-se a fáscia do panículo carnoso. Foram distribuídos em dois grupos de seis ratos: o Grupo 1 (G1) - controle, em que o cuidado da ferida foi realizado utilizando-se luvas de látex esterilizadas e o Grupo 2 (G2) – experimento, com luvas de procedimento. Em ambos os grupos as feridas foram tratadas com material e técnica estéreis, com irrigação de 250 ml de solução salina isotônica, secagem da pele ao redor com gaze e cobertura por filme de polipropileno adesivo, diferenciando-se assim, os grupos apenas quanto ao uso de luva estéril ou não. Este tratamento foi realizado por quinze dias. Foi medida a área da ferida no inicio e no final do experimento, processada pelo programa AutoCAd e avaliada a diferença nos dois grupos pelo teste Kruskal Wallis (KW). Ao final foi feita a ressecção da pele cicatricial e esta foi processada histologicamente com análise de uma fatia de espessura de três micras, corada pela hematoxilina e eosina e avaliada em microscópico ótico em 400 vezes. Foram avaliadas quanto a ausência, presença discreta, moderada e acentuada das células poli e mononucleadas, fibras colágenas, proliferação de fibroblastos, angiogênese e formação de epitélio utilizando o teste de Mann Whitney (MW) para comparação das células nos dois grupos. Resultados: A diferença da área nos dois grupos ao final do experimento não foi significante (KW=1,724) e também o percentual de regressão da área (KW=0,327). A contagem de células inflamatórias, fibras colágenas, angiogênese, fibrobalastos e epitélio foram semelhantes nos dois grupos, sem significância. Conclusão: O uso de luvas de procedimento não aumentou o processo inflamatório das feridas e não retardou a cicatrização em relação ao uso de luvas estéril, em feridas cutâneas de ratos, neste estudo. Referências: Hall, S. A review of the effect of tap water versus normal saline on infection rates in acute traumatic wounds. J Wound Care, 16 Edição: 1 Páginas: 38-41. Jan, 2007; Fernandez R, Griffiths R. Water for wound cleansing. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 3, Art. No. CD003861. DOI: 10.1002/14651858.CD003861.pub4 11 ANALGESIA MULTIMODAL POR VIA PERIDURAL, EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE ABDOME SUPERIOR Taylor Brandão Schnaider, Ana Luiza Marobi Ferraz de Siqueira*, Antonio Mauro Vieira, Antonio Carlos Aguiar Brandão Serviço de Anestesiologia do HC da FCM de Pouso Alegre – UNIVAS Justificativa e Objetivo: Estudos mostram que, utilizando combinações de anestésicos locais, opióides e 2-adrenérgicos ou bloqueadores dos receptores NMDA, ocorre diminuição no requerimento de opióides no pós-operatório de cirurgias abdominais. Essa pesquisa teve como finalidade avaliar a analgesia da anestesia peridural com uso de clonidina ou S(+)cetamina associadas à morfina e levobupivacaína ou ropivacaína, no pós-operatório de cirurgias de colecistectomia por via subcostal. Métodos: Participaram do experimento aleatorizado e prospectivo, 40 pacientes, de ambos os gêneros, idade variando de 18 a 50 anos, peso entre 50 e 100 kg, estado físico ASA I e II, submetidos à colecistectomia por via subcostal, sob anestesia geral associada ao bloqueio peridural. No Grupo Levobupivacaína-Morfina-Clonidina (LMC) foram administradas levobupivacaína 0,5% (100mg) com adrenalina, morfina (3mg) e clonidina (3µg.kg-1); no Grupo Ropivacaína-Morfina-Clonidina (RMC) ropivacaína 0,75% (150mg), morfina (3mg) e clonidina (3µg.kg-1); no Grupo Levobupivacaína-Morfina-S(+)cetamina (LMK) levobupivacaína 0,5% (100mg) com adrenalina, morfina (3mg) e S(+)cetamina (0,5mg.kg-1); no Grupo Ropivacaína-Morfina-S(+)cetamina (RMK) ropivacaína 0,75% (150mg), morfina (3mg) e S(+)cetamina (0,5mg.kg-1). A indução da anestesia geral foi realizada com a injeção de etomidato (0,2mg.kg-1), alfentanil (30μg.kg-1) e rocurônio (0,6mg.kg-1) e a manutenção com oxigênio e isoflurano (0,5vol% a 3,0vol%). A analgesia, analisada pela Escala Verbal Analógica de Dor, foi observada às 6h, 12h, 18h e 24h após o término do ato operatório. Resultados: Até 6h após o término do ato operatório, 2 pacientes do Grupo LMC apresentaram dor, 3 do Grupo RMC, 1 do Grupo LMK e 1 do Grupo RMK ; no período entre 6 e 12h mais 2 pacientes do Grupo LMC apresentaram dor,1 do Grupo RMC,1 do Grupo LMK e 3 do Grupo RMK; no período entre 12 e 18h mais 1 paciente sentiu dor nos Grupos LMC e RMC, 3 no Grupo LMK e 2 no Grupo RMK; no período entre 18 e 24h ficou mantido o número de pacientes que sentiram dor no Grupo LMC, aumentando mais 2 pacientes no Grupo RMC e 1 paciente nos Grupos LMK e RMK. Utilizando o teste Exato de Fisher: não ocorreu diferença estatística significante entre os grupos; ocorreu diferença estatística significante no Grupo LMK entre o tempo até 6h e o tempo18-24h, assim como no Grupo RMK entre o tempo até 6h e os tempos 12-18h e 18-24h. Conclusão: A necessidade de associar opioide ao analgésico comum para abolir a dor pós-operatória, em cirurgias de colecistectomia por via subcostal, ocorreu em um número reduzido de pacientes. Referências: Zingg U, Miskovic D, Hamel CT, et al. Influence of thoracic epidural analgesia on postoperative pain relief and ileus after laparoscopic colorectal resection: Benefit with epidural analgesia. Surg Endosc 2009;23(2):276-82. 12 PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES EM SUTURAS DE CIRURGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO. Taciane Procópio Assunção*, Breno César Diniz Pontes, Carlos Américo Veiga Damasceno. Trabalho realizado no Hospital das Clínicas Samuel Libânio, Pouso Alegre, Minas Gerais.Rua Fernando Antônio de Lemos, 394 - Centro 37490-000- São Gonçalo do Sapucaí – Minas Gerais Justificativa e Objetivo: A infecção constitui a complicação mais comum da síntese tecidual. A incidência desta deveria ser a mesma que para qualquer procedimento cirúrgico limpo (em torno de 2%) porém, devido a fatores de risco apresentados pelos pacientes cardiopatas, sua incidência chega a triplicar.Idade e sexo são variáveis que podem influenciar na ocorrência dessas infecções. Em cirurgia cardíaca, a infecção da ferida cirúrgica por Staphylococcus aureus, pode aumentar o tempo de internação em até 30 dias, aumentando significativamente a mortalidade e os gastos com o paciente. Dentre as infecções hospitalares a infecção de sítio cirúrgico é a segunda mais freqüente. Esta pesquisa objetivou analisar as infecções ocorridas no sítio cirúrgico de cirurgias de revascularização do miocárdio tais como seus microrganismos causadores, a fim de estudar a flora microbiana local e também correlacionar sua incidência com sexo e idade dos pacientes. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual durante o período de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2009, 357 pacientes foram submetidos a cirurgias de revascularização do miocárdio no Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Do total de pacientes que passaram por cirurgia de revascularização do miocárdio, 21 apresentaram infecções devido à intervenção, e foram classificados com infecção em sítio cirúrgico através do CCIH (Comissão de Controle em Infecção Hospitalar) que segue os parâmetros do NIS. Seus prontuários foram analisados em 2009 e 2010. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, microrganismos encontrados nos pontos de infecção e a prevalência deste tipo de infecções no HCSL. Este trabalho foi realizado após a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS sob registro 1038/08. Para a análise dos resultados aplicou-se o teste do qui-quadrado com o objetivo de comparar os anos de 2007, 2008 e 2009 em relação à presença de infecções. Resultados: Durante o ano de 2007 foram realizadas 101 cirurgias de revascularização do miocárdio. Deste total, 6 pacientes (5,94%) apresentaram infecção na sutura pós-cirúrgica. No ano de 2008 foram realizadas 119 cirurgias, sendo que 7 (5,88%) evoluíram com infecção de sutura. Já em 2009 137 cirurgias foram realizadas sendo que 8 (5,88%) evoluíram com infecção. Durante estes três anos foram constatados 2 óbitos, mas nenhum devido à infecção cirúrgica. O teste do qui-quadrado não mostrou diferença significante entre os anos de 2007, 2008 e 2009, quando comparados em relação à percentagem de casos com infecção, sendo a média destes anos 5,88%. Não houve variação significativa quanto à distribuição dos pacientes em relação ao sexo. Os pacientes eram predominantemente idosos, com idade média de 65 anos. No ano de 2007 a média de idade foi de 66,5 anos, em 2008 de 64,1 anos e em 2009 foi de 65,4 anos. Os microrganismos encontrados em 2007 foram Enterobacter cloacae, Klebisiella pneumoniae, Serratia marscescens, sendo que 4 pacientes não realizaram cultura. Em 2008 foram Serratia marscescens, Enterobacter cloacae, Escherichia coli e Klebsiella sp , 5 culturas não foram feitas. Em 2009 os microrganismos foram Staphylococcus aureus, Enterobacter cloacae, Klebisiella pneumoniae e apenas 2 pacientes não realizaram cultura. Não houve predomínio de um único microrganismo encontrado na cultura feita a partir do material colhido da infecção de suturas dos pacientes. Conclusão: O número de infecções em suturas de cirurgias de revascularização do miocárdio aumentou ao longo do tempo, mas proporcionalmente ao acréscimo de cirurgias realizadas, mantendo com isso o percentual de infecções praticamente estável. Grande parte dos operados são idosos, confirmando que a idade é um fator de risco para o desenvolvimento de infecções, mesmo que superficiais. Porém não se encontrou nenhuma correlação com sexo. Homens e mulheres apresentam o mesmo potencial de desenvolver infecção superficial da ferida operatória. Os microrganismos são semelhantes aos encontrados em outros serviços de cirurgia cardíaca, com o diferencial de que nenhum dos pacientes evoluiu para óbito após infecção da ferida. Não há predomínio absoluto de uma bactéria sobre as demais, há uma incidência bem heterogênea ao longo do tempo. Não houve evolução para sepse. De todos os pacientes com infecção do sítio cirúrgico apenas um teve que ser reoperado para retirada de corpo estranho (granuloma formado com o fio de sutura). Referências: 1. Abboud CS. Infecção em pós-operatório de cirurgia cardíaca.Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 11 — No 5 — Setembro/Outubro de 2001. 2. Antoniali F, Costa CE, Tarelho LS, Lopes MM, Albuquerque APN, Reinert GAA, et al. O impacto de mudanças nas medidas de prevenção e no tratamento de infecções incisionais em cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev Bras Cir Cardiovasc vol.20 no.4 .Oct./Dec. 2005. 3. Ridderstolpe L, Gill H, Granfeldt H, Åhlfeldt H, Rutberg H. Superficial and deep sternal wound complications: incidence, risk factors and mortality. Eur J Cardiothorac Sur. 2001 Dec; 20 (6): 13 TÉCNICA LIMPA VERSUS TÉCNICA ESTÉRIL NA LIMPEZA DE FERIDAS COM USO DE LUVAS DE PROCEDIMENTO: UM ESTUDO EXPERIMENTAL Renato de Rezende Gama Veiga*, Liliane Cristina Da Silva, Bruna de Cássia Carvalho, Mírian de Fátima Brasil Engelman, Carlos Américo Veiga Damasceno, Margarida Maria de Carvalho Resende.Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre – MG. Avenida Vereador Argentino de Paula, 220. Altaville. 37550-000 Pouso Alegre – MG. Justificativa e Objetivos: No cuidado com feridas, falta consenso sobre o uso de técnica estéril em relação à limpa, com uso de luvas de procedimento, que, por não serem esterilizadas, pressupõe-se que aumentem a colonização microbiana. Objetivou-se avaliar a colonização microbiana e a cicatrização de feridas da pele de ratos, submetidas à limpeza com uso de luvas de procedimento. Métodos: Estudo experimental, intervencional, longitudinal, prospectivo, analítico e randomizado. Amostra: 12 ratos machos Wistar, nos quais foi produzida uma ferida no dorso ressecando fragmento de pele de 2,4cm de diâmetro, sob anestesia. Foram distribuídos em: Grupo 1 (G1) – controle – 6 ratos - cuidado da ferida utilizando-se luvas de látex esterilizadas e o Grupo 2 (G2) – experimento - 6 ratos, utilizando-se luvas de procedimento. Em ambos os grupos, as feridas foram tratadas com material e técnica estéreis, com irrigação de 250ml de solução salina isotônica, secagem da pele ao redor com gaze e cobertura por filme de polipropileno adesivo, diferenciando-se apenas quanto ao uso de luva estéril ou não. Este tratamento foi realizado por quinze dias. No segundo, quarto e sexto dias foram colhidos amostras por swabs do leito da ferida e semeadas nos meios de cultura: ágar sangue para identificação de microrganismos hemolíticos, ágar manitol para Staphylococcus Gram positivos, ágar sabouraud para fungos e ágar teague para bacilos Gram negativos. A avaliação foi pela contagem e identificação das colônias em cada meio de cultura, nos três momentos de coleta e analisadas pelo Teste de Friedman e Exato de Fisher. Foi medida a área da ferida no inicio e final do experimento, processada pelo programa AutoCAD 2010 e avaliada a diferença de regressão nos dois grupos pelo teste Mann Whitney. Ao final fez-se a ressecção da pele cicatricial, processada histologicamente para avaliação em microscópico óptico. Foram avaliadas quanto ausência, presença discreta, moderada e acentuada das células poli e mononucleares, fibras colágenas, proliferação de fibroblastos, angiogênese e formação de epitélio e analisadas pelo Teste Exato de Fisher. Em todos testes foi fixado nível de rejeição da hipótese em 0,005. Resultados: Comparando os dois grupos, não houve significância em relação ao crescimento de microrganismos nas três coletas de material e em cada meio de cultura (2º dia = AS p=0,8102, ASAB p= 0,6310, AHM p=0,6310, AT p=1,000; 4º dia = AS p=0,8102, ASAB p= 1,000, AHM p=0,6310, AT p=1,000, AS p=1,000; 6º dia = AS p=0,2980, SAB p= 1,000, AHM p=0,6889, AT p=1,000). Não houve significância no percentual de regressão da área (MW=5.396). Não houve significância na proliferação de polimorfonucleares (p=0,5000), mononucleares (p=0,7727), fibras colágenas (p=0,7727), angiogênese (p=0,5000), fibroblastos (p=0,7727) e epitélização (p=0,7727). A microbiota encontrada foi semelhante nos dois grupos (Bacillus subtillis, Sthapylococcus epidermidis e esporos). Conclusão: O uso de luvas de procedimento não levou a maior crescimento de microrganismos, não aumentou o processo inflamatório, não retardou a cicatrização das feridas em relação ao uso de luvas estéreis, em feridas cutâneas de ratos. Referências: FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Revisão integrativa da técnica limpa e estéril: consensos e controvérsias na realização de curativos. Acta paul. enferm. v.21 n.1 São Paulo jan./mar. 2008. 14 AVALIAÇÃO DO COLESTEROL PLASMÁTICO EM RATOS COM HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA PELA GEMA DE OVO: SUPLEMENTO ALIMENTAR DE BAIXO CUSTO Eduardo Chibeni Fernandes Ramos, Filipe Gusmão Onofri Guimarães*, Joyce Hilário Santos*, Luciana Moreira Santa Rosa*. Biotério da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Avenida Coronel Alfredo Custódio de Paula, 226 apto 01. Medicina – Pouso Alegre MG – 37550 000 Justificativa e Objetivo: Apesar da extrema importância para o bom funcionamento do organismo, o colesterol em níveis elevados, esta relacionada a uma incidência de doenças do sistema cardiovascular aumentando o risco de morte e de infarto do miocárdio. As lesões provocadas pela mesma estão mais evidentes associando-se colesterol, gorduras saturadas e proteínas animais produtos esses presentes e abundantes na gema de ovo. Neste trabalho verificamos a possibilidade de indução da hipercolesterolemia experimental de baixo custo através da suplementação alimentar com gema de ovo em ratos. Métodos: Foram utilizados 14 ratos divididos em dois grupos de sete animais: grupo (G1), que recebeu ração comercial ad libitum, e grupo tratado (G2), que foi alimentado com dieta suplementada com gema de ovo durante 90 dias. Ao inicio e termino do período experimental os animais foram submetidos a uma punção cardíaca onde foi feita uma coleta de 1 ml do volume sanguíneo para a realização de exames de analises clinicas (colesterol e frações). Resultados: O estudo nos mostrou que houve um maior aumento no peso dos animais do grupo G2 em relação ao do grupo G1. Nos mostrou também que houve um aumento na taxa de HDL do grupo G2 também em relação ao grupo G1. Conclusão: a dieta com gema de ovo não provocou hipercolesterolemia nos animais de experimentação. Portanto, a gema de ovo não pode ser utilizada como fonte de colesterol alimentar de baixo custo em modelos de hipercolesterolemia experimental. Referências: Rodrigo Gibin Jaldin; Henio Arruda Falcao Filho; Julio Lopes Sequeira; Winston Bonetti Yoshida. O processo aterosclerotico em arterias de coelhos submetidos a dieta suplementada com gema de ovo; J Vasc Bras 2006, vol 5, n4. ; Bachorik, PS, Rifkind BM, Kwiterovich PO. Lipideos e deslipoproteinemias. In: Henry JB, editor. Diagnosticos clinicos e tratamento por metodos laboratoriais. 2 edicao. Sao Paulo: Manole; 1999. P. 208-36; Kritchevsky D, Tepper SA, Davidson LM, Fisher EA, Klurfeld DM. Experimental atherosclerosis in rabbits fed cholesterolfree diets, Atherosclerosis. 1989; 75:123-7. 15 ESTILO DE VIDA E TABAGISMO EM ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ, POUSO ALEGRE, MG. Eugênio Fernandes de Magalhães, Anelysa Macedo de Almeida*, Claudinei Leôncio Beraldo,Michelle Petrolli, João Paulo Reis Lima, Wellington Risso. Universidade do Vale do Sapucaí-UNIVÁS R.Salvador S. Nora, 25, Pousada dos campos-37550-000-Pouso Alegre-MG Introdução e Objetivo: O tabagismo é a principal causa de morte evitável e estima-se que possa ser a causa de mais de 5 milhões de mortes a cada ano todo o mundo. O ingresso na universidade, ainda que traga sentimentos positivos e de alcance de uma meta programada por estudantes do ensino médio, por vezes pode se tornar um período crítico, de maior vulnerabilidade para o início e a manutenção do uso de tabaco, álcool e outras drogas. Diante da gravidade desse quadro, vários estudos sugerem que medidas antitabágicas sejam direcionadas prioritariamente a essa população. Esta pesquisa teve como objetivo avaliar o estilo de vida e as atitudes relacionadas ao tabagismo entre estudantes da Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS), em Pouso Alegre, MG. Metodos: Estudo transversal com amostragem estratificada proporcional por conglomerados realizado na Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) em Pouso Alegre, MG, em 2009. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário autoaplicável, contendo questões relativas ao perfil de cada aluno alem de seus hábitos e atitudes relacionadas ao tabagismo em 450 universitários das áreas de biológicas, humanas e exatas. Resultados: Os universitários, na sua maioria, eram da área de biológicas 204 (48%), do gênero feminino (63,8%) e solteiros (82,3%). Observouse que 58,9 % tinham trabalho remunerado, com maior proporção nas áreas de humanas e exatas (p<0,05). Os valores foram significativos quanto ao local de moradia, sendo que maior parte dos alunos residia com os familiares. Cerca de 7,8% dos alunos eram tabagistas. As demais questões relacionadas ao estilo de vida dos alunos não foram significativas. O tabagismo foi mais freqüente no gênero masculino (54,5%), nos cursos relativos a áreas de humanas (60,6%) e naqueles que o habito de tomar bebidas alcoólicas (p<0,05). Estado civil, trabalho remunerado, local de residência, uso regular de café e a pratica de esportes não se associaram, significativamente, ao habito de fumar. Conclusão: A maior parte dos universitários era do gênero feminino, com trabalho remunerado e residia com os familiares. Uma pequena parcela era tabagista. Dentre eles, a maioria era do gênero masculino, da área de humanas e faziam uso regular de bebidas alcoólicas. 16 AUTO-ESTIMA EM ACIDENTADOS DE TRÂNSITO EM POUSO ALEGRE Mariana de Freitas Andrade*, Matheus Barboza Leal, Pamela Carvalho Muniz, Rafael dos Santos, Maria Virgínia Braga, Marcos Mesquita Filho. Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS – Pouso Alegre – MG. Av Cel. Alfredo Custódio de Paula, 150 - Medicina – 37550-000 Pouso Alegre MG Introdução e Objetivo: As mortes por acidentes e violências correspondem à primeira causa de óbitos na faixa etária de cinco a 49 anos, provocando danos de grande extensão e gravidade. Entre os fatores que determinam a qualidade de vida se encontra a auto-estima. O objetivo desse trabalho foi mensurar e comparar a auto-estima de indivíduos que sofreram acidente de trânsito em Pouso Alegre e que foram atendidos no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas Samuel Libânio no ano de 2007. Métodos: Estudo retrospectivo, observacional, analítico, individual, de caso-controle. O grupo de estudo se compôs de 37 vítimas e o grupo controle de 89 indivíduos não-acidentados, pareados ao grupo de estudo por sexo e idade. Utilizou-se da escala de ROSENBERG, que é um instrumento utilizado para se medir a auto-estima de um indivíduo. É uma medida unidimensional com 10 itens. O cálculo é feito por meio da soma dos valores obtidos no questionário que variam de zero a trinta, onde zero corresponde à pior auto-estima possível e trinta à melhor. Resultados: O grupo dos acidentados apresentou um escore médio de 23,7 pontos contra um escore de 23,8 do grupo controle (p=0,34). Na pontuação geral do questionário, quanto ao sexo, a média encontrada foi de 23,8 pontos para o sexo feminino (DP=2,7) e 23.8 no masculino (DP=5,4) e p=0,5. Para faixa etária, a de 18 a 19 anos (2,7%) apresentou uma média de 27,0 pontos; a de 20 a 24 anos (37,8%) apresentou uma média de 25,0; na de 25 a 29 anos (10,8%) observou-se em média de 24,0 acertos (DP=3,8). Já na faixa dos 30 a 39 anos (18,9%) a média foi de 23,7 (DP=2,6). Naquela entre os 40 a 49 anos (13,5%) encontrou-se 20,2 pontos (DP=11,4); na dos 50 aos 59 anos (2,7%) 23,0 pontos, sem desvio padrão; dos 60 a 69 anos (8,1%) a média foi de 22,3 pontos (DP=3,8); na faixa etária dos 70 aos79 anos (2,7%) foi de 26,0 pontos sem desvio padrão. Por fim, a nona faixa etária, de 80 e mais (2,7%) apresentou uma média de 25,0 pontos, também sem DP. Não houve diferença significante entre os escores por faixa etária (p=0,8). Analisando-se a média de de pontos por etnia, a dos que se declararam brancos (81,1%) foi de 23,8 (DP=5,1), a dos indivíduos pardos (8,1%), foi de 21,7 (DP=3,2). Já entre os que se declararam pretos (10,8%), a média foi de 25,3 (DP=2,6). Também não se encontrou diferenças estatisticamente significantes entre os componentes desta variável (p=0,4) Conclusão: Não houve diferença significante entre os grupos de estudo e controle, nem entre as demais variáveis comparadas neste estudo (p≤0,05), o que pode ser explicado pela pequena amostra ou pelo fato dos acidentados entrevistados serem os que apresentaram quadros clínicos de baixa gravidade. Referências: ROSENBERG, M. Society and the adolescent self-image. Princeton, NJ: Princeton University Press. (Original publicado em 1956)1989. 17 REPERCUSSÕES PERINATAIS DO DIABETES SACARINO Mariana de Freitas Andrade, Matheus Barboza Leal, Pamela Carvalho Muniz*, Rafael dos Santos, Cristina Kallás Hueb. Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS – Pouso Alegre – MG. Av Cel. Alfredo Custódio de Paula, 150 - Medicina – 37550-000 Pouso Alegre MG Introdução e Objetivos: O diabetes durante a gravidez, diabetes melito gestacional ou diabetes melito préexistente, pode implicar em conseqüências para a mãe e também para o feto. Essa pesquisa objetivou avaliar as repercussões do diabetes sacarino sobre o feto, os neonatos e sobre a própria gestante, bem como comparar os efeitos do diabetes pré-gestacional com os do diabetes adquirido na gestação. Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo de prontuários das gestantes com diabetes sacarino cujo prénatal de alto risco foi assistido no Hospital das Clinicas Samuel Libânio (HCSL) de 01/01/2007 a 31/12/2008. Foi considerado como critério de inclusão o diagnóstico gestacional ou prévio de diabetes sacarino. Como critério de exclusão, o fato do parto não ter sido assistido no HCSL.Resultados: No período estudado foram assistidas 31 gestantes com diabetes no Serviço de Gestação de Alto Risco do HCSL, sendo: diabetes do Tipo I – GI=6, diabetes do Tipo II – GII=6, diabetes gestacional – GIII=19. A idade média das pacientes foi de 32 anos, (variando de 19-42 anos), sendo primíparas=7 e multíparas=24. Dezoito já faziam uso de insulina no início da gestação sendo que o GI apresentou maior porcentagem de casos seguido do GII e do GIII (p=0,027). Não houve alteração significativa em relação ao uso de insulina do início para o final da gestação nos três grupos avaliados. Onze pacientes apresentaram glicemias de difícil controle sem diferença entre os grupos (p=0,866). Grande parte das pacientes (23 - 74,2%) necessitou de internações durante a gestação para controle glicêmico. A média de internações hospitalares foi de três para o GI, 1,5 para o GII e de 1 para o GIII (p=0,140). Dezenove (61,3%) pacientes apresentaram comorbidades sendo as mais freqüentes a síndrome hipertensiva gestacional (DHEG) e hipotireoidismo. Polidrâmnio ocorreu em dois casos (GII=1 e GIII=1) e macrossomia fetal em seis (GI=1, GII=1 e GIII=4). Quanto a via de parto houve 23 (74,2%) cesáreas, 7 (22,6%) partos normais e um (3,2%) parto fórceps. As principais indicações de cesáreas foram: sofrimento fetal (7/30,4%), DHEG (5/21,7%), oligoâmnio (2/9,5%) e apresentação anômala (2/9,5%). O peso médio dos recém-natos foi 3550g, sem diferença entre os grupos (p=0,720). O Apagar foi <7 no 1º minuto (7/22,6%) e 5º minuto (1/3,2%). Não houve diferença entre os grupos em relação ao Apgar no 1º (p=0,709) e no 5º minuto (p=0,883). Quanto à ocorrência de complicações neonatais, os grupos também não diferiram. As complicações neonatais foram as seguintes: hipoglicemia (5/16,1%), síndrome do desconforto respiratório (4/12,9%) e sopro cardíaco (2/6,5%). Ocorreram quatro (12,9%) complicações maternas importantes: hemorragia pós-parto (2), atonia uterina (1) e laceração do canal de parto (1), sem diferença entre os grupos (p=0,611).Conclusão: O diabetes associou-se a maior morbidade perinatal e a elevadas taxas de cesárea. Houve predominância do tipo gestacional, que apesar da menor necessidade de internação, evoluiu com a maioria dos casos de macrossomia fetal.Referências: 1. Mauad Filho, F, et al. Diabetes e gravidez: aspectos clínicos e perinatais. RBGO, 20(4):193-198. 18 PREVALÊNCIA DE OBESIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA Ana Gabriela de Souza Caldas, Maria Clara de Assis Galhardo, Marianna Rodrigues Ferreira, Thalita Correa Rezende, Eugenio Fernandes Magalhães Unidade Básica de Saúde Ismael Líbano (Puericultura) Rua Adolfo Olinto, 480 - Centro – Pouso Alegre-MG 37550-000 Justificativa e Objetivo : o objetivo do trabalho foi detectar a prevalência da obesidade na primeira infância e avaliar a relação peso/estatura, a duração do aleitamento materno exclusivo e a presença de obesidade familiar, escolaridade dos pais, renda familiar e número de irmãos. Métodos: estudo transversal, foram avaliadas 100 crianças de três postos do município de Pouso Alegre-MG, de zero a dois anos de idade. A avaliação foi feita pelo cálculo da relação de peso para estatura (P/E), que foi calculado segundo os padrães do National Center for Health Statistics. O lactente foi pesado em balança Filizolla® analógica sem roupas e medido com estadiômetro em decúbito dorsal. Os responsáveis responderam a um questionário que continham as variáveis do estudo como tempo de aleitamento materno exclusivo, nível socioeconômico dos pais, patologias associadas, hereditariedade e alimentação. Resultados: Analiticamente foram encontrados 7,5% de criancas obesas, sendo 4 do sexo feminino e 3 do masculino. Apenas uma apresentou teste do pezinho alterado; a maioria tinha tempo de aleitamento inferior a 6 meses; e 71,4% recebiam uma alimentacao sem orientação nutricional. Estatisticamente, foi utilizado para variáveis escalares o teste de Mann-Whitney com o intuito de verificarmos possiveis diferenças entre ambos os grupos. As variáveis peso (p=0,1), altura (p=0,074); pessoas que moram na casa (p=0,889) e número de irmãos (p=0,29) não obtiveram diferenças que fossem consideradas significantes estatisticamente (p=<0,05) entre o grupo de obesos e não obesos. As variáveis escalares foram analisadas pela aplicação do teste de Qui-Quadrado e também não obtiveram significância. Conclusão: Apesar de não ter obtido significância estatística, o presente estudo não perdeu seu valor devido a sua inovação, do que podemos concluir ser necessário mais estudos avaliando a presença de obesidade nesta faixa etária e os fatores associados a ela. Referências: Fisberg M. Obesidade na infancia e adolescencia. Fundo editorial BYK. 1995; 9-14; 2836;146-8. 19 ESTUDO DA VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL ESCOLA DE POUSO ALEGRE/ MG HOSPITAL DAS CLÍNICAS SAMUEL LIBÂNIO Maria Aparecida Silva Mariosa; Fernanda Marcelino Da Silva; Karine Helena Bócoli*; Vinícius Tavares Veiga Hospital das Clinicas Samuel Libânio (HCLS), Pouso Alegre – MG Av.Dr. Alfredo Custódio de Paula n. 121, Ap. 202 Pouso Alegre/ MG CEP:35550-000 Justificativa e Objetivo: A violência contra os profissionais de saúde no local de trabalho é um problema pouco documentado, apesar da noção de sua importância. Torna-se útil, portanto, o levantamento e investigação de maiores informações que caracterizem o problema da violência ocupacional a que estão expostos os funcionários e acadêmicos da saúde. O estudo objetivou identificar e comparar os principais tipos de violência sofrida pelos trabalhadores de saúde (médicos, enfermeiros e acadêmicos), bem como identificar as estratégias de prevenção, controle e proteção contra a violência no trabalho. Métodos: Estudo transversal, de abordagem quantitativa dos dados, realizado no Hospital das Clinicas Samuel Libânio (HCSL), Pouso Alegre, Brasil após aprovação pelo Comitê de Ética. População composta por 16 trabalhadores de enfermagem, 12 médicos, 22 Acadêmicos de medicina e 22 acadêmicos de enfermagem que concordaram em assinar o Termo Livre e Esclarecido e responder aos questionários aplicados durante os doze meses de 2009. Resultados: 75% dos enfermeiros, 50 % dos médicos 54,5% dos acadêmicos de medicina e 31,8% dos acadêmicos de enfermagem referiram ter sido vítimas de atos de violência no trabalho nos últimos 12 meses. Os tipos de violência sofrida são: 45,8% agressão verbal; 15,5% assédio psicológico, competição entre colegas 12,5%, roubo 8,36% e agressão física 6,9%. O principal autor de agressões é o paciente, acompanhantes de pacientes e muitas vezes membros e colegas de trabalho. Reações psicológicas à agressão como: raiva, estresse, e irritação são relativamente comuns no agredido. Grande parte da população em estudo acha importante o registro de qualquer tipo de violência, e embora revele na maior parte dos casos, não temer represálias por informar o ocorrido à chefia, apenas uma pequena parcela dos agredidos registra, de alguma forma, a agressão sofrida Os trabalhadores estão expostos a vários fatores de risco de violência e não estão preparados para lidar com os mesmos segundo 95,8 % dos questionados. Fatores ambientais, pacientes violentos com sobrecarga no número destes são relevantes para surgimento da violência a qual, poderia ser evitada por melhoras no ambiente físico, educação e dialogo segundo a opinião de 37% dos pesquisados. Conclusão: Falta treinamento dos trabalhadores pelo empregador para reconhecer e lidar com comportamentos agressivos, violentos e ameaças, bem como organização do espaço físico de trabalho são problemas tidos como graves e facilitadores da agressão. A capacitação dos trabalhadores para detectar e evitar situações de risco e adotar posturas adequadas diante da violência pode reduzir as consequências psíquicas posteriores. Medidas de prevenção a violência ocupacional devem ser implementadas, baseadas nas diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS), melhorando as condições de trabalho do servidor da saúde e refletindo não só na saúde e bem estar do mesmo como também do paciente. Referências: 1. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos Saúde Pública, R J, n. 10, Supl. 1, p.74-87, mar. 2004. 2. National Institute For Occupational Health. Centers For Disease Control and Prevention. Violence occupational hazards in hospitals. 2004. 20 21 APRESENTAÇÃO PÔSTER Avaliadores: Profª Lidia Sebba Souza Mariosa Profª Mirian de Fátima Brasil Engelman PNEUMONIA LIPOÍDICA EM UM LACTENTE. CONTACTUANTE DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA. VOLVO DE INTESTINO MÉDIO EM RECÉM-NATO HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA – FENÔMENO DE KASABACK-MERRIT CORPO ESTRANHO E PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO CERVICAL: RELATO DE CASO GASTROSQUISE: UTILIZAÇÃO DE PRESERVATIVO FEMININO COMO SILO PARA FECHAMENTO GRADUAL - RELATO DE CASO TIREÓIDE ECTÓPICA MEDIASTINAL: RELATO DE CASO ACIDENTE CEREBRAL VASCULAR HEMORRÁGICO EM PACIENTE ADULTO JOVEM 22 CATETER DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL COM MIGRAÇÃO PARA A BEXIGA. VOLVO DE CÓLON TRANSVERSO EM PEDIATRIA MÁ ROTAÇÃO DE ESTÔMAGO E INTESTINO ASSOCIADA A AGENESIA DE BAÇO. PACIENTE PORTADOR DE DISFUNCAO VENTRICULAR E INSUFICIENCIA MITRAL SINTOMATICA E INDICACAO DE VALVULOPLASTIA MITRAL EVOLUINDO COM MELHORA DA INSUFICIENCIA MITRAL APOS USO PRE-OPERATORIO DE LEVOSIMEDAN 23 PNEUMONIA LIPOÍDICA EM UM LACTENTE. Anna Luiza Pires Vigim; Claudinei Leôncio Beraldo; Eugênio Fernandes de Magalhães; Fernanda Marcelino da Silva*; Vinícius Tavares Veiga. Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Avenida Alfredo Custodio de Paula, 121, apartamento 202. Bairro Medicina. Pouso AlegreMG. CEP: 37550-000 Introdução: A pneumonia lipoídica trata-se de uma inflamação intersticial crônica, proliferativa do parênquima pulmonar, resultante da aspiração e/ou inalação de material lipídico para a árvore traqueobrônquica, sendo que na criança a forma mais comum é a exógena, por aspiração de óleo mineral. Relato do caso: Paciente de 6 meses, feminino, natural e procedente de Alfenas – MG. Lactente apresentou quadro de febre associado à tosse produtiva e coriza hialina além de anorexia e irritabilidade. Passou pelo pediatra sendo diagnosticado Otite e medicado com cefaclor e paracetamol. Houve melhora clínica, entretanto, reiniciou com quadro de febre além de desconforto respiratório, gemência e prostração importante. Ao exame físico apresentava-se hipocorada, desidratada, taquidispnêica (FR 49), febril (38,4º). Propedêutica pulmonar com creptações em terço médio de hemitórax direito. Demais aparelhos normais. Na radiografia de tórax observou-se opacidade tipo alveolar em terço médio de hemitórax direito (Figura 1) recebendo o diagnóstico de pneumonia sendo medicada com ceftriaxone e oxacilina. Realizado leucograma com discreta leucocitose (12900 leucócitos) e hemocultura que se mostrou negativa. Paciente ainda mantinha quadro febril com tosse produtiva e dispnéia após cinco dias do início do esquema antimicrobiano. Realizado nova radiografia de tórax (Figura 2) com persistência da imagem anterior. Optou-se por um novo esquema terapêutico com vancomicina além de metilprednisolona. Realizada tomografia de tórax (Figura 3). Investigou-se doença do refluxo gastro-esofágico através de cintilografia que demonstrou três episódios moderados de refluxo. Após 15 dias o paciente foi encaminhado para Pouso Alegre para investigação complementar. Paciente se encontrava afebril havia quatro dias com melhora do padrão respiratório. Questionou-se quanto ao uso medicações prévias onde tivemos a informação do uso de óleo mineral devido a constipação eventual. Foram feitos novos exames: dosagem de anticorpos séricos com valores dentro da normalidade e dosagem de cloro no suor e anti HIV que foram negativos. Realizou-se broncoscopia: Lavado bronquioloalveolar e anatomo –patológico que evidenciou macrófagos com lipídeos no interior, definindo o diagnóstico como Pneumonia Lipoídica. Discussão:O óleo mineral não é um produto inócuo, podendo causar graves reações adversas, como a pneumonia lipoídica e suas complicações. A apresentação clínica é variável, podendo ter a forma de pneumonia aguda, pneumonia crônica ou a forma localizada. A pneumonia lipoídica deverá sempre ser considerada no diagnóstico diferencial de pneumonia crônica refratária ao tratamento com antimicrobianos e nos casos suspeitos de tuberculose, principalmente em lactentes ou crianças em uso de óleo mineral. Cerca de metade dos casos são assintomáticos, sendo incidentalmente diagnosticados através de radiografia de tórax realizada por outro motivo. Os sintomas mais comumente descritos são tosse não produtiva, febre, taquipnéia, dispnéia, dificuldade de ganho ponderal, infecções respiratórias recorrentes e cianose. O lavado broncoalveolar apresenta uma alternativa segura, sendo considerado como padrão diagnóstico da pneumonia lipoidica. O tratamento é a suspensão imediata do óleo mineral. Outras medidas terapêuticas pertinentes incluem a correção da hipoxemia, dos transtornos nutritivos e o tratamento da infecção, caso estejam presentes, além de fisioterapia respiratória para a remoção da gordura pulmonar. Referências: Bandla HPR, Davis SH, Hopkins NE. Lipoid pneumonia: a silent complication of mineral oil aspiration. Pediatrics. 1999;103:19; Sias SMA, Quirico-Santos T . Pneumonia lipóide na criança – revisão da literatura. Pulmão RJ 2009; Supl 1:S9-S16 24 CONTACTUANTE DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA. Anna Luiza Pires Vigim; Claudinei Leôncio Beraldo; Eugênio Fernandes de Magalhães; Fernanda Marcelino da Silva*; Sofia Batista;Vinícius Tavares Veiga.Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Avenida Alfredo Custodio de Paula, 121, apartamento 202. Bairro Medicina. Pouso Alegre-MG. CEP: 37550-000 Introdução: A magnitude da tuberculose na infância no mundo não é bem conhecida. Uma das dificuldades de se obter dados mais exatos sobre tuberculose na infância é que as informações divulgadas pela OMS referem-se, na maioria das vezes, aos casos comprovados bacteriologicamente e, nessa faixa etária, 80% dos casos são negativos ao exame de escarro. O diagnóstico de tuberculose na infância é feito, em geral, com base na história clínica, no aspecto radiológico, na história de contato com adulto com tuberculose e no resultado do teste tuberculínico (PPD). O contágio intradomiciliar é reconhecido como o mais importante na transmissão do M. tuberculosis, principalmente nas crianças pequenas que têm suas atividades mais restritas ao ambiente doméstico. Relato de caso: Relatamos o caso de um contactuante de Tuberculose, paciente de 3 anos, sexo masculino , nascido a termo, parto cesárea, sem intercorrências. Apresentou crescimento e desenvolvimento normais e calendário vacinal atualizado. Encontrava-se com apetite preservado, ganho ponderal e assintomático. A mãe havia apresentando Tuberculose pulmonar no ano de 2002 sendo tratada com esquema tríplice, havendo resolução da doença. O pai do menor e seu avô paterno tiveram tuberculose em 2009 e foram tratados. O pré-escolar foi então encaminhado ao ambulatório de pneumologia para avaliação. Realizou-se o teste tuberculínico (PPD) com resultado de 15mm e a radiografia de tórax (figura 1) evidenciava infiltrados peri hilares bilaterais. Na tomografia (figura 2), observou-se formação cavitária em campo médio de pulmão esquerdo. Diante destes achados, o paciente foi diagnosticado com tuberculose. Iniciou-se tratamento com esquema tríplice, a base de rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Após trinta dias do inicio do tratamento, o paciente foi reavaliado e não foram observadas intercorrências. Discussão: Há muita dificuldade no controle dos contatos em nosso meio. As normas oficiais enfatizam que todos os contatos de pacientes com tuberculose sejam avaliados. As crianças devem ser sempre investigadas quando se encontra um doente na família ou uma pessoa que tenha convívio freqüente com elas. A fonte de contágio mais importante é o adulto, pois a tuberculose sempre se transmite do adulto (ou adolescente) para a criança. Ainda hoje, crianças deixam de ser avaliadas por fatores culturais, socioeconômicos e por falhas no gerenciamento de saúde. Limitações inerentes ao sistema de saúde fazem com que muitos casos de tuberculose tenham seu diagnóstico tardiamente, aumentando a transmissão da doença. O controle de contatos permite diagnosticar casos de tuberculose em crianças e indicar quimioprofilaxia (tratamento da tuberculose latente) nos indivíduos infectados. Referências: 1.SANTANNA,C.C. Tuberculose na infância. Site: www.medicinatual.com.br/seção/pediatria. Outubro, 2009. 2. Comissão de Tuberculose da SBPT (CONDE, M.B. et al., 2009), Grupo de Trabalho das Diretrizes para Tuberculose da SBPT (JUNIOR, A.M, et al., 2009) . III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048. 25 VOLVO DE INTESTINO MÉDIO EM RECÉM-NATO Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Laura Caramori Silva; Bianca Rezende Rosa; Bruno Oliveira Santos; Laís Rossi de Oliveira; Rafael Baroni Carvalho. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí (MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Introdução: Volvo de intestino delgado é uma condição na qual o intestino delgado ou cólon proximal torce em torno da artéria mesentérica superior1, resultando em obstrução venosa e, eventualmente, comprometimento arterial2. Esta situação geralmente apresenta-se durante o primeiro ano de vida e tem elevadas taxas de morbidade e mortalidade. A maioria dos casos de volvo em lactentes e no feto estão associados à má rotação intestinal ou anomalias congênitas, como onfalocele, gastrosquise, atresia intestinal ou pâncreas anular1. O diagnóstico precoce e o tratamento cirúrgico são essenciais para prevenir infarto isquêmico agudo do intestino, apesar de complicações crônicas serem raras3. Relato do caso: O paciente, 24 dias de idade, gênero masculino, deu entrada no pronto socorro do HCSL (Hospital das Clínicas Samuel Libânio) com história de diarréia com início na noite anterior, apresentando evolução com diarréia sanguinolenta em moderada quantidade e vômitos. Ao exame físico apresentou mau estado geral, estava hipocorado, hipotérmico, desidratado, em gasping, com pulsos finos e impalpáveis, apresentava rendilhado cutâneo e cianose generalizada. O abdome estava distendido, doloroso à palpação, com RHA negativo. Foi feito raio-X de abdome que evidenciou distensão importante de alças. Foi realizada laparotomia exploradora com diagnóstico e tratamento cirúrgico de má rotação intestinal e volvo de todo intestino delgado. No dia seguinte, foi realizada re-laparotomia para enterectomia e enteroanastomose por apresentar necrose de 75% do intestino delgado até metade do cólon transverso. Discussão: A má formação congênita ocasionou certa mobilidade do intestino delgado culminando no quadro de volvo intestinal associado à má rotação. Apesar de apresentar consequências graves, o quadro evidencia sinais clínicos vagos e os poucos dias de vida foram suficientes para agravá-lo e evidenciar limitações terapêuticas. Portanto, o atendimento adequado do paciente requer suspeita clínica precoce, rápida confirmação do diagnóstico e intervenção cirúrgica oportuna, a fim de obter os resultados mais eficazes. Referências: 1. Jun Seok Park, Seong Jae Cha, Beom Gyu Kim, Yong Seok Kim, Yoo Shin Choi, In Taik Chang, Gwang Jun Kim, Woo Seok Lee, and Gi Hyeon Kim: Intrauterine midgut volvulus without malrotation: Diagnosis from the ‘coffee bean sign’. March 2008. 2. Sparks D, Dawwod M, Chase D, Thomas D: Ischemic volvulus of the transverse colon: A case report and review of literature.Cases J 2008. 3. Walsh S. D., Crombleholme M. T.: Superior mesenteric venous thrombosis in malrotation with chronic volvulus: Journal of Pediatric Surgery. May 2000. 26 HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA – FENÔMENO DE KASABACK-MERRIT Félix Carlos Ocariz Bazzano, Ana Claúdia Carvalho Bartels, Ítalo Filipe Cardoso Amorim, Jeslaine Juceli da Silva, Ricardo Pereira Fraga, Thiago Silva Pinto* Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí (MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio R. Comendador José Garcia 1107 – Centro – 37550-000 – Pouso Alegre – Mg Introdução – Os hemangiomas são tumores benignos, relativamente comuns no período neonatal; a ocorrência de múltiplas lesões de vários segmentos e órgãos do corpo é denominada hemangiomatose, quadro bastante raro, que pode ser caracterizado sob duas formas: Neonatal Benigno (HNB) restrita à pele e a neonatal difusa (HND) onde há acometimento visceral associado e o diagnostico deve ser precoce, devido à alta morbidade e mortalidade1,2,3. Relato do Caso – Paciente do gênero masculino, nascido em 21/08/06, recém nascido (RN) de parto cesário, com peso de 1.775g. O APGAR foi de 7/8 do 1º ao 5º minuto respectivamente. Ao nascer foi evidenciado extenso hemangioma em antebraço direito, com seqüestro de sangue grave sendo necessária amputação de emergência. RN permaneceu na Unidade de Terapia Intensiva neonatal por 6 dias, onde evoluiu com trombocitopenia e descompensação hemodinâmica (fenômeno de Kasaback-Merrit) controlados e corrigidos. Com início de antibioticoterapia (ampicilina associada à gentamicina) por 10 dias após amputação. Aos 30 dias de vida, apresenta hemangiomas múltiplos pelo corpo e membros, sem sangramento. Coto de amputação com sinais inflamatórios. Dieta por sonda nasogástrica e sugando bem o seio. Houve boa evolução do quadro. Discussão – O acompanhamento clínico precoce é de suma importância em pacientes com hemangiomatose. Apesar de sua caracterização ser muitas vezes invasivas, pois a detecção de hemangiomas em órgãos internos nem sempre é simples, é necessário à diferenciação entre as duas formas com o intuito de se excluir a difusa, por sua elevada morbi-mortalidade, principalmente em crianças menores de três meses de idade. Os exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico precoce. Referências – 01. Enziger MF, Weiss SW. Fost tissues tumors. 3ª ed. St. Louis: Mosby, 19995:579-626; 02. Gontijo B, Silva CMR e Pereira LB. Hemangioma of infancy. An. Bras. Dermatol.[online].Nov./Dec.2003,vol.7,no.6; 03. Ho V, Krol A, Bhargava R, Osiovich H. Diffuse neonatal haemagiomatosis. J Paediatr Child Health; 36(3):286-9, 2000 Jun. 27 CORPO ESTRANHO E PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO CERVICAL: RELATO DE CASO Elias Kallás, Miguelângelo Crestani Júnior, Rafael Rosa Souza*, Rafaela Queiroz Monteiro de Rezende, Silvia Mara Tasso, Jefferson Dall’Orto Muniz da Silva . Serviços de Cirurgia Geral e Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, da Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS R. Comendador José Garcia, 777 - Centro - 37550-000 - Pouso Alegre – MG Introdução: As lesões traumáticas do esôfago apresentam baixa prevalência, porém, alto índice de letalidade principalmente quando seu diagnóstico é tardio. Tais lesões podem levar ao comprometimento das vias aéreas e digestivas superiores, além de complicações como lesões vasculares, neurais e infecções dos espaços cervicais profundos e do mediastino. A causa mais comum de perfuração esofágica é a perfuração iatrogênica secundária a procedimentos endoscópicos. Outra etiologia, menos comum, é perfuração por corpo estranho. Relato do caso: Paciente sexo masculino, 70 anos, casado, militar, natural e residente em Pouso Alegre-MG, admitido pelo serviço de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) com queixa de disfagia e odinofagia após ingestão de corpo estranho (espinho de peixe). Na admissão apresentava-se em bom estado geral, orientado, cooperativo, afebril. Leucograma: leucocitose sem desvio. Tomografia computadorizada (TC) de região cervical: corpo estranho em região cervical baixa à direita (D) alcançando a v. jugular externa D. Realizou-se então laringoscopia e endoscopia digestiva alta, porém sem sucesso. Evoluiu com edema importante da parede posterior da faringe e pilares posteriores, sendo conduzido ao centro cirúrgico para traqueostomia seguida de incisão em retrofaringe com drenagem de secreção serossanguinolenta. No 5º dia de internação apresentou piora importante do estado geral, insuficiência respiratória, febre (38,5 - 39ºC), secreção abundante em traqueostomia, sendo transferido para Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nova TC de região cervical e tórax: abscesso mediastinal e mediastinite. Após interconsulta com Serviço de Cirurgia Geral, realizou-se, no 6º dia de internação, drenagem de abscesso cervical e mediastinal, retirada do corpo estranho e esofagorrafia. No 8º dia de internação apresentou dois episódios de sangramento de grande monta provenientes de lesão de a. carótida externa D. Realizada arteriorrafia no local. Paciente evoluiu com melhora do quadro clínico, apresentando-se estável hemodinamicamente e com cicatriz cirúrgica em bom aspecto. No 14º dia de evolução apresentou alta da UTI e, após 21 dias de internação, alta hospitalar. Discussão: A perfuração traumática do esôfago é infreqüente e seu manejo continua sendo um desafio para os cirurgiões. O diagnóstico precoce (nas primeiras 24 horas) é de extrema importância visto que a literatura demonstra que os casos diagnosticados tardiamente associam-se a uma elevada morbimortalidade e complicações, fato evidenciado no presente relato. O tratamento é controverso e varia desde conduta conservadora à operatória. mas independente da modalidade de tratamento, os objetivos serão controlar o processo infeccioso, manter o estado nutricional do paciente e restaurar a integridade do trato digestivo. O tratamento cirúrgico é indicado para os casos nos quais há lesões extensas das vísceras cervicais ou quando há sinais ou sintomas de abscesso cervical e mediastinite. Referências: 1)Alegre RA. Surgical treatment of traumatic esophageal perforations. Analysis of 10 cases. Clinics. 2005; 60(5): 375-380. 2)Andrade AC, Andrade APS. Perfuração de esôfago - Análise de 11 casos. Rev. Col. Bras. Cir. 2008; 35(5): 292-297. 3)Pinto FR, Durazzo MD, Cordeiro AC, Ferraz AR. Corpo estranho perfurante cervical: relato de caso. Rev. Assoc. Med. Bras. 2000; 46(1): 77-80. 28 GASTROSQUISE: UTILIZAÇÃO DE PRESERVATIVO FECHAMENTO GRADUAL - RELATO DE CASO FEMININO COMO SILO PARA Félix Carlos Ocariz Bazzano, Bianca Rezende Rosa; Bruno Oliveira Santos; Laís Rossi de Oliveira; Ricardo Pereira Fraga*, Thiago Silva Pinto Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí(MG) Hospital das Clínicas Samuel Libânio R. Comendador José Garcia 1107 – Centro – 37550-000 – Pouso Alegre - Mg Introdução: A Gastrosquise é considerada um defeito congênito da parede abdominal que se caracteriza por exposição intestinal ao líquido amniótico, danificando as alças pela sua ação química e causando reação inflamatória com espessamento de parede¹. Apesar da técnica cirúrgica de escolha ser o fechamento primário com preservação do umbigo, há controvérsias em relação a abordagem2. A literatura ainda é bastante controversa com relação à melhor forma de abordagem das gastrosquises, embora a mortalidade pouco se altere nas diferentes séries, ficando em torno de 7,7- 8%2. Portanto, o objetivo deve ficar centrado na tentativa de diminuir a morbidade, e para isso entram em questão os fatores que influenciam direta ou indiretamente na evolução dos casos3. A principal causa de mortalidade é a sepse. Relato do caso: Paciente do gênero masculino, nascido em 13/06/2010, recém-nascido (RN) prematuro, 36 semanas, parto cesáreo, peso ao nascimento (PN) 2300g, portador de gatrosquise volumosa com exteriorização de intestino delgado, sem intercorrências durante gestação. Nasceu hipotônica, com cianose central, sem chorar e foi realizado aspiração de vias aéreas com retirada de grande quantidade de líquido meconial. Foi submetido no mesmo dia a anestesia geral e colocação de preservativo feminino revestindo a gastrosquise com colocação do anel no interior da cavidade abdominal. Mantido em nutrição parenteral, ventilação mecânica e relaxante muscular com redução gradual diária das vísceras. Discussão: O preservativo feminino pode ser colocado com o paciente acordado, pelo próprio pediatra na sala de atendimento inicial após o parto, tomando-se os devidos cuidados de higiene e “vestindo” as alças exteriorizadas com colocação do anel do preservativo dentro da cavidade abdominal, até o encaminhamento do paciente a um centro especializado e com UTI neonatal. O uso do preservativo feminino com colocação do anel no interior da cavidade abdominal sem necessidade de sutura é considerado uma alternativa viável, simples e promissora no tratamento inicial das gastrosquises volumosas, para preservação das alças intestinais antes da total redução das mesmas na cavidade abdominal e do tratamento definitivo pelo cirurgião pediátrico. Referências - 1.Raskin S. Estudo Multicêntrico das bases da genética molecular e da epidemiologia da Fibrose Cística em populações brasileiras [tese de doutorado]. Curitiba(PR): Universidade Federal do Paraná; 2001.; 2. Driver CP, Bruce J, Bianchi A, Doig CM, Dickson AP, Bowen J.The contemporary outcome of gastroschisis. J Pediatr Surgery 2000; 35: 1719- 23.; 3. Novotny DA, Klein Rl, Boeckman CR. Gastroschisis: A 18- year review. J Pediatr Surg 1993; 28: 650-2. 29 TIREÓIDE ECTÓPICA MEDIASTINAL: RELATO DE CASO Elias Kallás, Ibrahim Elias Kallás, Rafael Rosa Souza, Rafaela Queiroz Monteiro de Rezende*, Rogério Mendes Grande, Alexandre Ciappina Hueb Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas Samuel Libânio da Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁSR. Comendador José Garcia, 777 - Centro - 37550-000 - Pouso Alegre – MG Introdução: Tireóide ectópica foi primeiramente descrita por Hickmam em 1869, sendo definida como qualquer tecido tireoideano localizado fora de sua topografia habitual. Tipicamente, o tecido ectópico está localizado na linha mediana do pescoço, desde a base da língua até o mediastino ou, mais raramente, na região cervical lateral. Algumas teorias tentam explicar a origem do tecido tireoideano ectópico, porém sua etilogia precisa ainda é desconhecida. No presente trabalho, relata-se um caso de tecido tireoideano ectópico mediastinal. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 56 anos, leucoderma, casada, residente em Pouso Alegre-MG, encaminhada ao Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas Samuel Libânio com queixa de dispnéia crônica e tosse seca, com história de tireoidectomia prévia, portando tomografia computadorizada de tórax que evidenciava massa no mediastino ântero-superior com densidade de partes moles, contendo focos de calcificação, contornos lobulados e realce heterogêneo ao meio de contraste, medindo cerca de 11,2 x 4,8 cm, sem plano de clivagem com pericárdio e vasos adjacentes. Aventou-se como hipótese diagnóstica inicial processo neoplásico primário/secundário de mediastino ântero-superior, sendo indicado tratamento cirúrgico. Paciente foi então submetida a toracotomia mediana para exérese de massa mediastinal anterior. Procedimento realizado sem intercorrências. Peça cirúrgica enviada ao anatomopatológico revelou tecido de tonalidade pardo amarelada, irregular, medindo cerca de 14 x 8 x 5 cm, de consistência elástica aos cortes, cujo diagnóstico microscópico foi de bócio colóide tireoidiano. Paciente apresentou evolução satisfatória, recebendo alta após seis dias de internação. Atualmente encontra-se em acompanhamento endocrinológico. Discussão: A prevalência de tecido tireoidiano ectópico varia de 7-10%. O desenvolvimento do tecido tireoidiano ectópico pode ocorrer em qualquer momento da migração da tireoide, resultando em ectopia lingual, sublingual, pré-laríngea e subesternal (mediastino). A maioria dos doentes com tireóide ectópica são eutireoidianos e assintomáticos, mas podem surgir sintomas obstrutivos ou por compressão, sobretudo do trato aerodigestivo superior, hipotireoidismo e, muito mais raramente, hipertireoidismo. Os bócios ectópicos totalmente intratorácicos são raros, mas têm que ser considerados no diagnóstico diferencial de todas as massas mediastínicas. Referências: 1)Guimarães MJAC, Valente CMS, Santos L, Baganha MF. Tireoide ectópica no mediastino anterior. J. Bras. Pneumol. 2009; 35(4): 383387.2)Dias NH, Filho JAX, Mazeto GMFS, Bachi CE, Tagliarini JV. Tireóide ectópica cervical lateral. Relato de caso e revisão da literatura. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2002; 68(1): 128-131. 30 ACIDENTE CEREBRAL VASCULAR HEMORRÁGICO EM PACIENTE ADULTO JOVEM Marta Garroni Magalhães; Bruno Oliveira Santos*; Fernanda Fassina Ribeiro Pinto. Serviço de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, 1107 – Centro - 37550-000 Pouso Alegre – MG Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome clínica com duração superior a 24 horas, caracterizada pelo desenvolvimento súbito de sinais e sintomas associados à perda focal e algumas vezes global da função cerebral, sem outra causa aparente que a origem vascular. É responsável por aproximadamente 9,6% óbitos a cada ano em todo mundo¹ Relato do caso: Paciente de 25 anos, gênero masculino deu entrada no Pronto- Socorro do Hospital das Clínicas Samuel Libânio no dia 29/08/2010, em regular estado geral, Glasgow 15, pupilas isocóricas fotorreativas, com paresia facial central esquerda sem déficit motor apendicular, presença de crise epilética parcial simples em hemiface esquerda, rigidez na nuca +/4+, queixando-se de dificuldade de mobilidade do lado esquerdo do corpo, apresentando PA de 150x90 mmHg e em uso de THERMO PRO®. Histórico de AVC hemorrágico em região cortical em 2008 após uso de maconha. Na história familiar, avô paterno teve AVC hemorrágico e pai com Parkinson. Necessidade de internação na UTI, onde ficou por três dias, realizando TC de crânio sem contraste e Angiografia Cerebral, evidenciando hemorragia cortical frontal direita, com diagnóstico de AVCH e com suspeita de Má Formação Arteriovenosa. Discussão: Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) têm pico de incidência entre a 7ª e 8ª décadas de vida quando se somam com as alterações cardiovasculares e metabólicas relacionadas à idade. Entretanto, o AVC pode ocorrer mais precocemente e ser relacionado a outros fatores de riscos, como os distúrbios da coagulação, as doenças inflamatórias e imunológicas, bem como ao uso de drogas ². Menos de 5% dos casos acometem indivíduos com idade inferior a 45 anos. Na Itália e nos EUA, foi demonstrado que a incidência anual de AVE nessa faixa etária varia de 10 a 23 para 100.000 indivíduos¹. Segundo dados do DATASUS, as doenças cerebrovasculares representam a principal causa de morte no Brasil. Esse quadro torna-se mais significativo quando se instala em pacientes com menos de 60 anos, ainda economicamente ativos ³. Referências: 1) Lauar, J.T.; Araújo, L.H.L.; Silva, L.D.; Salum, R.E. Acidente Vascular Encefálico isquêmico em paciente jovem: relato de caso e revisão de literatura. Revista Médica de Minas Gerais, 2008. 2) Zétola, V.H.F; Nóvak, E.M; Camargo, C.H.F; Júnior, H.C; Coral, P; Muzzio, J.A; Iwamoto, F.M; Coleta, M.V.D; Werneck, L.C. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM PACIENTES JOVENS. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.59 no. 3B São Paulo Sept. 2001.3) Negrão, Edson M; Brandi, Ivar V; Nunes, Simone V; Beraldo, Paulo S. S. Abnormalities of interatrial septum and ischemic stroke in young people. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.63 no.4 São Paulo Dec. 2005. 31 CATETER DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL COM MIGRAÇÃO PARA A BEXIGA. Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho*; Ítalo Filipe Cardoso Amorim; Jeslaine Juceli da Silva; Ricardo Pereira Fraga; Thiago Silva Pinto. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí (MG)- Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, nº 744, apto 204, Centro. Introdução: A hidrocefalia apresenta-se, fundamentalmente, como manifestação de algum estado mórbido subjacente, como tumores, infecções ou hemorragias intracranianas, por exemplo. Grande parte dessas doenças acomete tipicamente a faixa etária infantil, o que coloca a hidrocefalia como assunto de particular interesse para a Neurocirurgia Pediátrica. Avanço significativo e determinante na história do tratamento da hidrocefalia foi a introdução do uso de drenagens valvuladas unidirecionais com o objetivo de derivar o líquido em excesso nos ventrículos cerebrais para outras cavidades corporais, anulando a base fisiopatológica da hipertensão intra-craniana verificada. Foi verificada marcante diminuição da mortalidade e da morbidade em crianças hidrocéfalas após a introdução dessa modalidade de tratamento4. A derivação ventrículo-peritoneal (DVP) com válvula é o método de tratamento mais usado para o controle de hidrocefalia. As complicações mais freqüentes são, no entanto, a obstrução do sistema, infecções, cistos e migração do cateter. A migração da parte distal do cateter da DVP pode ocorrer para vários locais: trato gastrointestinal, parede abdominal, bexiga, mediastino, vagina, tórax, e outros¹. A migração do cateter abdominal para a bexiga é raramente descrita³. Relato do caso: Paciente do gênero feminino, 3 anos, com histórico de prematuridade, diagnóstico de hidrocefalia e passado de 2 cirurgias neurológicas para colocação de cateter de DVP. Cerca de 1 ano e meio após a colocação do 2º cateter ventrículo-peritoneal, este apresentou migração para a bexiga com exteriorização na uretra de cerca de 8 cm, que foi confirmada com tomografia e uretrocistografia. Após um mês a criança foi internada, em bom estado geral, para realização de laparotomia e retirada do cateter, que foi então reinserido na cavidade abdominal. Discussão: As migrações do cateter são descritas para o saco escrotal, coração, migrações gastro-intestinais, para a cavidade torácica, vagina, bexiga, entre outros². Encontram-se poucas citações sobre migração para a cavidade vesical. Referências: 1- ASSENCIO-FERREIRA, Vicente José. Complicação de derivação ventrículo-peritonial: hérnia inguinal com migração do cateter para o saco escrotal. Arq. NeuroPsiquiatr., São Paulo, v. 61, n. 4, Dec. 2003. 2- MUDO, Marcelo Luis et al . Distal migration of ventriculoperitoneal shunting catheter under silicon breast implant. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v. 67, n. 3a, Sept. 2009. 3- Citação de migração para a bexiga J Neurosurg Sci. 2002 Jun;46(2):100-2; discussion 103. Extremely rare complications in cerebrospinal fluid shunt operations.Surchev J, Georgiev K, Enchev Y, Avramov R. 4- JUCA, Carlos Eduardo Barros et al . Tratamento de hidrocefalia com derivação ventrículo-peritoneal: análise de 150 casos consecutivos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Acta Cir. Bras., São Paulo, 2010 . 32 VOLVO DE CÓLON TRANSVERSO EM PEDIATRIA Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho; Ítalo Filipe Cardoso Amorim*; Jeslaine Juceli da Silva; Ricardo Pereira Fraga; Thiago Silva Pinto. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí(MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, nº961, apto302, Centro. Introdução: O termo volvo, derivado do volvere palavra latina que significa "girar", descreve a torção anormal do intestino, muitas vezes levando a uma obstrução de circuito fechado¹. O volvo de cólon é uma causa conhecida de obstrução intestinal, responsável por cerca de 3% a 5% dos casos, sendo que de todas as áreas intestinais acometidas por ele, somente 4% correspondem ao cólon transverso. Este ocorre mais freqüentemente nas segunda e terceira décadas da vida, com um pico adicional na sétima década³. raro, ele foi primeiramente relatado como uma causa de obstrução do cólon em 1932 pelo cirurgião finlandês Kallio Até a data atual, a literatura cirúrgica relatou menos de 100 casos em todo o mundo, a maioria dos quais foram descobertos no momento da cirurgia³. A doença é, ainda, muito menos comum em crianças, existindo apenas quinze casos pediátricos de volvo do cólon transverso na literatura². Relato do caso: O paciente de 11 anos, gênero masculino, deu entrada há 5 meses no HCSL (Hospital das Clínicas Samuel Libânio) com quadro de dor abdominal e lombar, constipação intestinal (com relato de episódios anteriores) e vômito esverdeado há cinco dias e febre há 3, acompanhado de dispnéia de repouso. Ao exame físico apresentou-se com mau estado geral, desnutrido, taquipnéico, taquicárdico, hipocorado, desidratado e com Tax. de 38,1°C. O abdome estava distendido, doloroso à palpação, com RHA negativo e volvo foi a hipótese diagnóstica. Após a tentativa de resolução do quadro com colonoscopia sem sucesso, foi indicada laparostomia exploradora, na qual foi confirmado o volvo no cólon transverso. Na cirurgia foi realizada a distorção e a ressecção de todo o transverso que estava necrosado (colectomia transversa), houve utilização de colostomia temporária e o paciente apresentou satisfatória evolução. Discussão: Os segmentos ascendente e descendente do cólon são fixos, mas o cólon sigmóide, o ceco e o cólon transverso são móveis dentro do peritônio, amarrados por seus mesentério. Esta mobilidade permite que volvos ocorram nestes locais.Redundancy of any of these segments further enables the formation of a volvulus [ A incidência de volvo de cólon transverso é rara quando comparado com o volvo cecal e o volvo sigmóide. Apesar de rara, e ainda mais no grupo pediátrico, a possibilidade de um volvo de cólon transverso deve ser sempre parte de um diagnóstico diferencial quando se lida com essa situação clínica. Referências: 1.Sparks D, Dawwod M, Chase D, Thomas D: Ischemic volvulus of the transverse colon: A case report and review of literature.Cases J 2008. 2.Rahbour et al.: Transverse colon volvulus in a 15 year old boy and the review of the literature. World Journal of Emergency Surgery 2010 5:19. 3. Ciraldo A, Thomas D, Schmidt s: A Case Report: Transverse Colon Volvulus Associated With Chilaiditis Syndrome. The Internet Journal of Radiology 2000. 33 MÁ ROTAÇÃO DE ESTÔMAGO E INTESTINO ASSOCIADA A AGENESIA DE BAÇO. Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho; Ana Laura Caramori Silva; Ítalo Filipe Cardoso Amorim; Jeslaine Juceli da Silva*; Rafael Baroni Carvalho Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do Sapucaí (MG)- Hospital das Clínicas Samuel Libânio.ua São João, nº 678, Primavera. Introdução: Um trato alimentar completamente funcional em recém-natos corresponde a um complexo sistema orgânico que se desenvolve do tubo digestivo primitivo a partir de uma complicada, porém ordenada seqüência de eventos, que se estende desde o período embrionário até o nascimento. Um amplo espectro de anomalias congênitas do trato gastrintestinal é causa significativa de morbidade no grupo pediátrico. Estas anormalidades incluem distúrbios obstrutivos completos ou parciais (atresia/estenose), anomalias de rotação e fixação, bem como duplicações e compressões extrínsecas.(3). Alterações congênitas do posicionamento gastroesplênico em geral estão relacionadas à distúrbios da rotação do intestino médio.As malformaçöes congênitas esplênicas säo relativamente infrequentes e, dentre as mais importantes, destacam-se a agenesia esplênica, baços ectópicos ou migratórios e os supranumerários ou acessórios(2).A má rotação intestinal, por sua vez, é uma anomalia congênita causada por uma rotação incompleta ou não rotação do intestino no eixo da artéria mesentérica superior durante o desenvolvimento embrionário, que se apresenta tipicamente nos primeiros meses de vida, mas às vezes pode surgir tardiamente.(1). Relato do caso: paciente de 9 meses, gênero feminino, deu entrada no HCSL (Hospital das Clínicas Samuel Libânio), em bom estado geral, com quadro de vômitos pós-alimentares precoces sem resposta ao tratamento clínico anterior para refluxo gastroesofágico grave secundário a má rotação intestinal. Encaminhada a procedimento cirúrgico, foi realizada laparotomia longitudinal, na qual foram executadas lise de aderências congênitas múltiplas, fundoplicatura à Nissen para solução de RGE e correção de hérnia de hiato esofágico. Havia ainda hepatomegalia leve, obstrução intestinal e presença de baço hipodesenvolvido em plano direito. A má rotação intestinal não pôde ser corrigida e as alças foram mantidas na disposição do nascimento (com válvula ileocecal à esquerda). A paciente apresentou satisfatória evolução. Discussão: Um completo entendimento sobre o desenvolvimento normal do trato gastrintestinal é útil na compreensão das suas anomalias congênitas. A má rotação intestinal pode não apresentar sintomas ou apresentá-los tardiamente causando dificuldade e erro no diagnóstico. Referências: (1) ARAUJO, Ubirajara Rutilio Mendes e Ferreira de; EL TAWIL, Imad Izat. Má rotação intestinal em adulto, relato de caso e revisão da literatura. ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo, v. 22, n. 4, Dec. 2009 ;(2) COELHO, Júlio Cezar Uili ; BONIN, Eduardo Aimoré ; RAMOS, Eduardo José Brommelstroet ; TOLAZZI, André Ricardo D ; CAMPOS, A. C. L. . Três baços acessórios em paciente com anemia hemolítica autoimune : relato de caso. Revista Médica do Paraná , v. 58, p. 20-22, 2000; (3) FIGUEIREDO, Sizenildo da Silva et al. Atresia do trato gastrintestinal: avaliação por métodos de imagem. Radiol Bras [online]. 2005, vol.38, n.2, pp. 141-150. 34 PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇAO VENTRICULAR E INSUFIENCIA MITARL SINTOMATICA E INDICAÇÃO DE VALVULOPLASTICA MITARL EVOLUINDO COM MELHORA DA INSULFICINECIA MITRAL APÓS USO PRE – OPERATORIO DE LEVOSIMEDAN Introdução- O levosimendan representa uma nova estratégia no tratamento da insuficiência cardíaca descompensada( choque cardigênico e ICC). A insuficiência mitral atua tardiamente na evolução da miocardiopatia dilatada e decorre da interação dos seguintes fatores: a presença de alterações segmentares da contratilidade ventricular, a disfunção dos músculos papilares, a dilatação do anel valvar mitral e, especialmente, alteração geométrica da cavidade ventricular, propiciando além da piora do desempenho ventricular, o escape valvar mitral, diminuindo, em conseqüência, o débito cardíaco. Relato do Caso -Paciente de 46 anos, admitido no pronto socorro do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo (HBPSP) referindo dor torácica e dispnéia aos esforços habituais, com antecedentes de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e tabagismo. Foi internado com diagnóstico de insuficiência cardíaca descompensada e o ecocardiograma demonstrou insuficiência mitral importante associada à disfunção ventricular. Apresentava indicação consensual de valvuloplastia mitral e, no pré operatório, recebeu pulso de levosimedan, tendo em vista a função ventricular esquerda deprimida. Durante a avaliação ecocardiográfica pré-operatória foi observada melhora da coaptação valvar e desaparecimento da insuficiência mitral com melhora importante da disfunção ventricular. Discussão- A fisiopatologia da miocardiopatia dilatada apresenta, evolutivamente, mudança na geometria da cavidade ventricular esquerda. Observa-se também dilatação do anel mitral, a disfunção dos músculos papilares, que conjuntamente a alterações segmentares da contratilidade ventricular, determinam a não coaptação dos folhetos valvares com subseqüente escape valvar. A levosimendana, o mais estudado sensibilizador de cálcio lançado em diversos países para tratamento de insuficiência cardíaca aguda descompensada (ICAD), tem efeitos inotrópicos e vasodilatadores. Ao contrário dos inodilatadores clássicos, a levosimendana aumenta a eficiência miocárdica sem aumentar a demanda miocárdica de oxigênio, tem propriedades antihibernantes, aumenta o fluxo sangüíneo coronariano e não tem efeitos lusitrópicos negativos. Vários estudos revelaram benefícios clínicos significativos, como redução da congestão e aumento do débito cardíaco. Vários estudos clínicos demonstraram o efeito benéfico da levosimendana sobre os sinais clínicos e hemodinâmicos de curto prazo em portadores de ICA. ste relato demonstra a necessidade de mais estudos que comprovem a eficácia do uso de levosimendan e aumentar as alternativas terapêuticas conservadoras para pacientes com miocárdiopatia diladata e insuficiência valvar, antes que a conduta cirúrgica seja instituída, diminuindo os riscos que esta oferece e melhorando a qualidade de vida dessas pessoas. Referências– 1- Buffolo, E.; Paula, I.A.M,; Palma, H.; Branco, J.N.R; Nova abordagem cirúrgica para o tratamento de pacientes em insuficiência cardíaca refratária com miocardiopatia. São Paulo-sp. 2- Hueb, A.C.; Jatene, F.B; Moreira, L.F.P.;Pomerantzeff, P.M.A.,; Mioto, B.M.; Chabelmann, R.C.; Oliveira, S.A.; Estudo Comparativo do anel valvar mitral e do ventríiculo esquero na cardiomiopatia dilatada. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc vol.16 no.4 São Paulo Out/Dez. 2001. 35 36