2010
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08 a 12 de novembro de 2010
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41ª SEMANA MÉDICA
Diretora da FACIMPA:
Profª Drª Jussara Vono Toniolo
Secretária da FACIMPA:
Maria Francescato
Coordenador do Curso de Medicina:
Prof. Antonio Marcos Coldibeli Francisco
Pró-Reitor de Extensão e Assuntos Comunitários:
Prof. Carlos de Barros Laraia
Coordenador de Extensão:
Prof. Antônio Homero Rocha de Toledo
Secretária de Extensão:
Rita de Cássia Rezende Silva
Comissão Científica :
Prof. Taylor Brandão Schnaider – Presidente
Profª Adriana Rodrigues dos Anjos
Profª. Beatriz Bertolaccini Martinez
Profª. Lidia Sebba Souza Mariosa
Prof. Mario Sergio Vianna Xavier
Profª. Miriam de Fátima Brasil Engelman
Prof. Rogério Mendes Grande
Comissão Acadêmica
Ana Luiza Bueno Garcia
João Paulo Nunes Fernandes
Renato de Rezende Gama Veiga
Taciane Procópio Assunção
Thiago Silva Pinto
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°
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PROGRAMAÇÃO: 8 a 12 de novembro de 2010
DIA 8 – SEGUNDA FEIRA:
19 h: ABERTURA
20 h: A ÉTICA NO EXERCÍCIO DA MEDICINA: ALÉM DO CÓDIGO E DA BIOÉTICA.
Palestrante: PROF. DR. ELIAS ABDALLA FILHO
Doutorado em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília (UNB), Pós-Doutorado em Psiquiatria
pela Universidade de Londres e Especialista em Psiquiatria e Bioética, formação em psicanálise.
Atualmente é Pesquisador da Universidade de Brasília, Membro Titular da Sociedade de Psicanálise
de Brasília e Psiquiatra Forense do Instituto de Medicina Legal de Brasília.
DIA 9 – TERÇA FEIRA:
19 h: CÂNCER DE PRÓSTATA
Palestrante: PROF. DR. UBIRAJARA FERREIRA
Mestrado e Doutorado em Cirurgia, Livre Docência em Cirurgia e Professor Associado em Cirurgia,
área de Urologia pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é Professor Titular
da Universidade Estadual de Campinas.
20 h:ABDOMEN AGUDO POR OBSTRUÇÃO
Palestrante: DR. CARLOS ALBERTO SALOMÃO MURARO
Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. Titular da Sociedade Brasileira de Videolaparoscopia
(Sobracil) e Coordenador e Referência Técnica do Departamento de Cirurgia do Hospital Municipal
Dr. Mário Gatti, em Campinas/SP.
DIA 10 – QUARTA FEIRA:
19 h:DOR LOMBAR
Palestrante: DR. WILLIAM JACOBSEN TEIXEIRA
Graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo e Residência Médica pelo Instituto
de Ortopedia e Traumatologia / HC FMUSP. Atualmente é Médico Assistente do Instituto do Câncer
do Estado de São Paulo.
20 h:URGÊNCIAS EM COLOPROCTOLOGIA
Palestrante: DRA. BEATRIZ DEOTI
Mestre em cirurgia pela UFMG, Professora substituta de Técnica Cirúrgica e Clinica Cirúrgica da UFMG
e Coloproctologista do HC-UFMG / IAG
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41ª SEMANA MÉDICA
DIA 11 – QUINTA FEIRA:
19 h: TIREOIDECTOMIAS
Palestrante: DR. JOSÉ HIGINO STECK
Graduação em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas. Residência Médica em Cirurgia Geral e
em Cirurgia de Cabeça e Pescoço no HC UNICAMP. Títulos de Especialista em Cirurgia de Cabeça e
Pescoço pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, em Oncologia Cirúrgica pela
Sociedade Brasileira de Cancerologia e em Cirurgia Geral pelo Colégio Brasileiro de Cirurgiões.
20 h: HABILIDADES E COMPETÊNCIAS NO CUIDADO AO IDOSO
Palestrante: DRA. KARLA CRISTINA GIACOMIN
Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, Mestrado em Saúde Pública, com
ênfase em Epidemiologia pela UFMG e Doutorado em Ciências da Saúde pelo CPqRR e FIOCRUZ.
Atualmente é Médica Geriatra da Prefeitura de Belo Horizonte, do Hospital Mater Dei - Aurus Medicina
Geriátrica e Professora Convidada do Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde do Centro de
Pesquisas René Rachou.
DIA 12 – SEXTA FEIRA:
21 h: COQUETEL DE ENCERRAMENTO.
Local: BUFFET VIENNA
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APRESENTAÇÃO ORAL
Avaliadores:
Prof. Mario Sergio Vianna Xavier
Prof. Rogério Mendes Grande
Prof.Taylor Brandão Schnaider

TERMINALIDADE DA VIDA NA NEONATOLOGIA: AS IMPLICAÇÕES BIOÉTICAS DA
RELAÇÃO EQUIPE DE SAÚDE-PACIENTE-FAMÍLIA

LIMPEZA DE FERIDAS CUTÂNEAS, EM RATOS, COM LUVAS DE PROCEDIMENTO:
ANÁLISE MORFOLÓGICA DA CICATRIZAÇÃO

ANALGESIA MULTIMODAL POR VIA PERIDURAL, EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
DE ABDOME SUPERIOR

PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES EM SUTURAS DE CIRURGIAS DE
REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO.

TÉCNICA LIMPA VERSUS TÉCNICA ESTÉRIL NA LIMPEZA DE FERIDAS COM USO DE
LUVAS DE PROCEDIMENTO: UM ESTUDO EXPERIMENTAL

AVALIAÇÃO DO COLESTEROL PLASMÁTICO EM RATOS COM
HIPERCOLESTEROLEMIA INDUZIDA PELA GEMA DE OVO: SUPLEMENTO
ALIMENTAR DE BAIXO CUSTO.
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APRESENTAÇÃO ORAL
Avaliadores:
Profª Adriana Rodrigues dos Anjos Mendonça
Profª Beatriz Bertolaccini Martinez
ESTILO DE VIDA E TABAGISMO EM ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DO VALE DO
SAPUCAÍ(UNIVÁS),POUSO ALEGRE,MG.
AUTO-ESTIMA EM ACIDENTADOS DE TRÂNSITO EM POUSO ALEGRE
REPERCUSSÕES PERINATAIS DO DIABETES SACARINO
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA
ESTUDO DA VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL ESCOLA DE POUSO ALEGRE/ MG
- HOSPITAL DAS CLÍNICAS SAMUEL LIBÂNIO
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TERMINALIDADE DA VIDA NA NEONATOLOGIA: AS IMPLICAÇÕES BIOÉTICAS DA RELAÇÃO
EQUIPE DE SAÚDE-PACIENTE-FAMÍLIA
Liliane Cristina Da Silva*; Adriana Rodrigues Dos Anjos Mendonça
Hospital das Clinicas Samuel Libanio, Pouso Alegre - UNIVAS – MG R. Celene de Paula Costa, 25,
apto 101. Medicina. 37550-000 Pouso Alegre – MG,
Justificativa e Objetivos: A situação terminal em Neonatologia difere da criança maior ou do adulto
gravemente enfermo, pois, embora a morte em unidades de terapia intensiva pediátrica (UTIP) não
ser incomum, a grande potencialidade de cura dos recém-nascidos, na maioria das vezes, leva a
aplicação de todas as possibilidades terapêutica, refletindo a dificuldade, por parte da equipe de
saúde, de obter um consenso quanto à terminalidade, a sua insegurança na definição do momento da
terminalidade e a dificuldade de comunicação com a família. Objetivou-se conhecer o que representa
o paciente neonato terminal para a equipe de saúde, e como se desenvolve a relação equipe de
saúde-paciente neonato terminal-família. Métodos: Método qualitativo-descritivo e diretriz
metodológica do Discurso do Sujeito Coletivo, entrevistou-se 20 profissionais da saúde, maiores de
25 anos de idade, responsáveis pelo tratamento e cuidado de pacientes neonatos em fase terminal,
atuantes no HCSL da cidade de Pouso Alegre (MG). Resultados: Os resultados encontrados
reforçam que o conflito entre a personalidade profissional e a realidade da área da saúde norteia a
relação equipe de saúde-paciente neonato terminal-família, induzindo a equipe julgar sua presença
embaraçosa, e inútil, junto à família deste paciente. Conclusão: Os princípios bioéticos na
terminalidade da vida ultrapassam o direito dos familiares à verdade e estabelecem que, através do
direito ao diálogo com a equipe, a personificação da relação equipe de saúde-paciente neonato
terminal se firme como essência ética desta relação. Referências: Kübler-Ross, E. Sobre a morte e o
morrer. 8. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998; Silva, AL. Relação médico-paciente. Revista da
Associação Médica Brasileira, São Paulo, v. 51, n. 3, p. 132, maio/jun. 2005; Gutierrez, PL. O que é o
paciente terminal? Revista da Associação Médica Brasileira. São Paulo,v. 47, n. 2, p. 85-109,
abr./jun. 2001.
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LIMPEZA DE FERIDAS CUTÂNEAS, EM RATOS, COM LUVAS DE PROCEDIMENTO: ANÁLISE
MORFOLÓGICA DA CICATRIZAÇÃO
Liliane Cristina Da Silva*, Renato De Rezende Gama Veiga, Rosely Regina Barbosa de Lima, Priscila
Cristina de Andrade, Miriam Engelmam, Margarida Maria de Carvalho Resende. Universidade do Vale do
Sapucaí, Pouso Alegre – MG. Rua Celene de Paula Costa, 25, apto 101. Medicina. 37550-000 Pouso Alegre
– MG.
Justificativa e Objetivos: Para a limpeza de feridas com técnica limpa utilizam-se luvas de procedimento,
que por não serem esterilizadas pressupõe-se que podem favorecer a infecção que por sua vez, poderá
retardar a cicatrização. Objetivou-se avaliar a interferência do uso de luvas de procedimento no resultado da
cicatrização de feridas. Métodos: Estudo experimental, intervencional, longitudinal, analítico e randomizado.
A amostra foi de 12 ratos machos Wistar, nos quais foi produzida uma ferida no dorso, com a ressecção de
fragmento de pele de 2,4cm de diâmetro, sob anestesia, expondo-se a fáscia do panículo carnoso. Foram
distribuídos em dois grupos de seis ratos: o Grupo 1 (G1) - controle, em que o cuidado da ferida foi
realizado utilizando-se luvas de látex esterilizadas e o Grupo 2 (G2) – experimento, com luvas de
procedimento. Em ambos os grupos as feridas foram tratadas com material e técnica estéreis, com irrigação
de 250 ml de solução salina isotônica, secagem da pele ao redor com gaze e cobertura por filme de
polipropileno adesivo, diferenciando-se assim, os grupos apenas quanto ao uso de luva estéril ou não. Este
tratamento foi realizado por quinze dias. Foi medida a área da ferida no inicio e no final do experimento,
processada pelo programa AutoCAd e avaliada a diferença nos dois grupos pelo teste Kruskal Wallis (KW).
Ao final foi feita a ressecção da pele cicatricial e esta foi processada histologicamente com análise de uma
fatia de espessura de três micras, corada pela hematoxilina e eosina e avaliada em microscópico ótico em
400 vezes. Foram avaliadas quanto a ausência, presença discreta, moderada e acentuada das células poli e
mononucleadas, fibras colágenas, proliferação de fibroblastos, angiogênese e formação de epitélio
utilizando o teste de Mann Whitney (MW) para comparação das células nos dois grupos. Resultados: A
diferença da área nos dois grupos ao final do experimento não foi significante (KW=1,724) e também o
percentual de regressão da área (KW=0,327). A contagem de células inflamatórias, fibras colágenas,
angiogênese, fibrobalastos e epitélio foram semelhantes nos dois grupos, sem significância. Conclusão: O
uso de luvas de procedimento não aumentou o processo inflamatório das feridas e não retardou a
cicatrização em relação ao uso de luvas estéril, em feridas cutâneas de ratos, neste estudo. Referências:
Hall, S. A review of the effect of tap water versus normal saline on infection rates in acute traumatic wounds.
J Wound Care, 16 Edição: 1 Páginas: 38-41. Jan, 2007; Fernandez R, Griffiths R. Water for wound
cleansing. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 3, Art. No.
CD003861. DOI: 10.1002/14651858.CD003861.pub4
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ANALGESIA MULTIMODAL POR VIA PERIDURAL, EM PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS DE ABDOME
SUPERIOR
Taylor Brandão Schnaider, Ana Luiza Marobi Ferraz de Siqueira*, Antonio Mauro Vieira, Antonio Carlos
Aguiar Brandão
Serviço de Anestesiologia do HC da FCM de Pouso Alegre – UNIVAS
Justificativa e Objetivo: Estudos mostram que, utilizando combinações de anestésicos locais, opióides e
2-adrenérgicos ou bloqueadores dos receptores NMDA, ocorre diminuição no requerimento de opióides no
pós-operatório de cirurgias abdominais. Essa pesquisa teve como finalidade avaliar a analgesia da
anestesia peridural com uso de clonidina ou S(+)cetamina associadas à morfina e levobupivacaína ou
ropivacaína, no pós-operatório de cirurgias de colecistectomia por via subcostal. Métodos: Participaram do
experimento aleatorizado e prospectivo, 40 pacientes, de ambos os gêneros, idade variando de 18 a 50
anos, peso entre 50 e 100 kg, estado físico ASA I e II, submetidos à colecistectomia por via subcostal, sob
anestesia geral associada ao bloqueio peridural. No Grupo Levobupivacaína-Morfina-Clonidina (LMC) foram
administradas levobupivacaína 0,5% (100mg) com adrenalina, morfina (3mg) e clonidina (3µg.kg-1); no
Grupo Ropivacaína-Morfina-Clonidina (RMC) ropivacaína 0,75% (150mg), morfina (3mg) e clonidina
(3µg.kg-1); no Grupo Levobupivacaína-Morfina-S(+)cetamina (LMK) levobupivacaína 0,5% (100mg) com
adrenalina, morfina (3mg) e S(+)cetamina (0,5mg.kg-1); no Grupo Ropivacaína-Morfina-S(+)cetamina (RMK)
ropivacaína 0,75% (150mg), morfina (3mg) e S(+)cetamina (0,5mg.kg-1). A indução da anestesia geral foi
realizada com a injeção de etomidato (0,2mg.kg-1), alfentanil (30μg.kg-1) e rocurônio (0,6mg.kg-1) e a
manutenção com oxigênio e isoflurano (0,5vol% a 3,0vol%). A analgesia, analisada pela Escala Verbal
Analógica de Dor, foi observada às 6h, 12h, 18h e 24h após o término do ato operatório. Resultados: Até
6h após o término do ato operatório, 2 pacientes do Grupo LMC apresentaram dor, 3 do Grupo RMC, 1 do
Grupo LMK e 1 do Grupo RMK ; no período entre 6 e 12h mais 2 pacientes do Grupo LMC apresentaram
dor,1 do Grupo RMC,1 do Grupo LMK e 3 do Grupo RMK; no período entre 12 e 18h mais 1 paciente sentiu
dor nos Grupos LMC e RMC, 3 no Grupo LMK e 2 no Grupo RMK; no período entre 18 e 24h ficou mantido
o número de pacientes que sentiram dor no Grupo LMC, aumentando mais 2 pacientes no Grupo RMC e 1
paciente nos Grupos LMK e RMK. Utilizando o teste Exato de Fisher: não ocorreu diferença estatística
significante entre os grupos; ocorreu diferença estatística significante no Grupo LMK entre o tempo até 6h e
o tempo18-24h, assim como no Grupo RMK entre o tempo até 6h e os tempos 12-18h e 18-24h.
Conclusão: A necessidade de associar opioide ao analgésico comum para abolir a dor pós-operatória, em
cirurgias de colecistectomia por via subcostal, ocorreu em um número reduzido de pacientes. Referências:
Zingg U, Miskovic D, Hamel CT, et al. Influence of thoracic epidural analgesia on postoperative pain relief
and ileus after laparoscopic colorectal resection: Benefit with epidural analgesia. Surg Endosc
2009;23(2):276-82.
12
PREVALÊNCIA DE INFECÇÕES EM SUTURAS DE CIRURGIAS DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO.
Taciane Procópio Assunção*, Breno César Diniz Pontes, Carlos Américo Veiga Damasceno. Trabalho realizado no
Hospital das Clínicas Samuel Libânio, Pouso Alegre, Minas Gerais.Rua Fernando Antônio de Lemos, 394 - Centro
37490-000- São Gonçalo do Sapucaí – Minas Gerais
Justificativa e Objetivo: A infecção constitui a complicação mais comum da síntese tecidual. A incidência desta
deveria ser a mesma que para qualquer procedimento cirúrgico limpo (em torno de 2%) porém, devido a fatores de
risco apresentados pelos pacientes cardiopatas, sua incidência chega a triplicar.Idade e sexo são variáveis que podem
influenciar na ocorrência dessas infecções. Em cirurgia cardíaca, a infecção da ferida cirúrgica por Staphylococcus
aureus, pode aumentar o tempo de internação em até 30 dias, aumentando significativamente a mortalidade e os
gastos com o paciente. Dentre as infecções hospitalares a infecção de sítio cirúrgico é a segunda mais freqüente. Esta
pesquisa objetivou analisar as infecções ocorridas no sítio cirúrgico de cirurgias de revascularização do miocárdio tais
como seus microrganismos causadores, a fim de estudar a flora microbiana local e também correlacionar sua
incidência com sexo e idade dos pacientes. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo, no qual durante o período
de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2009, 357 pacientes foram submetidos a cirurgias de revascularização
do miocárdio no Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Do total de pacientes que passaram por cirurgia de
revascularização do miocárdio, 21 apresentaram infecções devido à intervenção, e foram classificados com infecção
em sítio cirúrgico através do CCIH (Comissão de Controle em Infecção Hospitalar) que segue os parâmetros do NIS.
Seus prontuários foram analisados em 2009 e 2010. As variáveis analisadas foram: sexo, idade, microrganismos
encontrados nos pontos de infecção e a prevalência deste tipo de infecções no HCSL. Este trabalho foi realizado após
a aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVÁS sob registro 1038/08. Para a análise dos resultados
aplicou-se o teste do qui-quadrado com o objetivo de comparar os anos de 2007, 2008 e 2009 em relação à presença
de infecções. Resultados: Durante o ano de 2007 foram realizadas 101 cirurgias de revascularização do miocárdio.
Deste total, 6 pacientes (5,94%) apresentaram infecção na sutura pós-cirúrgica. No ano de 2008 foram realizadas 119
cirurgias, sendo que 7 (5,88%) evoluíram com infecção de sutura. Já em 2009 137 cirurgias foram realizadas sendo
que 8 (5,88%) evoluíram com infecção. Durante estes três anos foram constatados 2 óbitos, mas nenhum devido à
infecção cirúrgica. O teste do qui-quadrado não mostrou diferença significante entre os anos de 2007, 2008 e 2009,
quando comparados em relação à percentagem de casos com infecção, sendo a média destes anos 5,88%. Não houve
variação significativa quanto à distribuição dos pacientes em relação ao sexo. Os pacientes eram predominantemente
idosos, com idade média de 65 anos. No ano de 2007 a média de idade foi de 66,5 anos, em 2008 de 64,1 anos e em
2009 foi de 65,4 anos. Os microrganismos encontrados em 2007 foram Enterobacter cloacae, Klebisiella pneumoniae,
Serratia marscescens, sendo que 4 pacientes não realizaram cultura. Em 2008 foram Serratia marscescens,
Enterobacter cloacae, Escherichia coli e Klebsiella sp , 5 culturas não foram feitas. Em 2009 os microrganismos foram
Staphylococcus aureus, Enterobacter cloacae, Klebisiella pneumoniae e apenas 2 pacientes não realizaram cultura.
Não houve predomínio de um único microrganismo encontrado na cultura feita a partir do material colhido da infecção
de suturas dos pacientes. Conclusão: O número de infecções em suturas de cirurgias de revascularização do
miocárdio aumentou ao longo do tempo, mas proporcionalmente ao acréscimo de cirurgias realizadas, mantendo com
isso o percentual de infecções praticamente estável. Grande parte dos operados são idosos, confirmando que a idade é
um fator de risco para o desenvolvimento de infecções, mesmo que superficiais. Porém não se encontrou nenhuma
correlação com sexo. Homens e mulheres apresentam o mesmo potencial de desenvolver infecção superficial da ferida
operatória. Os microrganismos são semelhantes aos encontrados em outros serviços de cirurgia cardíaca, com o
diferencial de que nenhum dos pacientes evoluiu para óbito após infecção da ferida. Não há predomínio absoluto de
uma bactéria sobre as demais, há uma incidência bem heterogênea ao longo do tempo. Não houve evolução para
sepse. De todos os pacientes com infecção do sítio cirúrgico apenas um teve que ser reoperado para retirada de corpo
estranho (granuloma formado com o fio de sutura). Referências: 1. Abboud CS. Infecção em pós-operatório de cirurgia
cardíaca.Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo — Vol 11 — No 5 — Setembro/Outubro de 2001. 2. Antoniali F, Costa
CE, Tarelho LS, Lopes MM, Albuquerque APN, Reinert GAA, et al. O impacto de mudanças nas medidas de prevenção
e no tratamento de infecções incisionais em cirurgia de revascularização do miocárdio. Rev Bras Cir Cardiovasc vol.20
no.4 .Oct./Dec. 2005. 3. Ridderstolpe L, Gill H, Granfeldt H, Åhlfeldt H, Rutberg H. Superficial and deep sternal wound
complications: incidence, risk factors and mortality. Eur J Cardiothorac Sur. 2001 Dec; 20 (6):
13
TÉCNICA LIMPA VERSUS TÉCNICA ESTÉRIL NA LIMPEZA DE FERIDAS COM USO DE LUVAS DE
PROCEDIMENTO: UM ESTUDO EXPERIMENTAL
Renato de Rezende Gama Veiga*, Liliane Cristina Da Silva, Bruna de Cássia Carvalho, Mírian de
Fátima Brasil Engelman, Carlos Américo Veiga Damasceno, Margarida Maria de Carvalho
Resende.Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre – MG. Avenida Vereador Argentino de Paula,
220. Altaville. 37550-000 Pouso Alegre – MG.
Justificativa e Objetivos: No cuidado com feridas, falta consenso sobre o uso de técnica estéril em
relação à limpa, com uso de luvas de procedimento, que, por não serem esterilizadas, pressupõe-se que
aumentem a colonização microbiana. Objetivou-se avaliar a colonização microbiana e a cicatrização de
feridas da pele de ratos, submetidas à limpeza com uso de luvas de procedimento. Métodos: Estudo
experimental, intervencional, longitudinal, prospectivo, analítico e randomizado. Amostra: 12 ratos
machos Wistar, nos quais foi produzida uma ferida no dorso ressecando fragmento de pele de 2,4cm de
diâmetro, sob anestesia. Foram distribuídos em: Grupo 1 (G1) – controle – 6 ratos - cuidado da ferida
utilizando-se luvas de látex esterilizadas e o Grupo 2 (G2) – experimento - 6 ratos, utilizando-se luvas de
procedimento. Em ambos os grupos, as feridas foram tratadas com material e técnica estéreis, com
irrigação de 250ml de solução salina isotônica, secagem da pele ao redor com gaze e cobertura por
filme de polipropileno adesivo, diferenciando-se apenas quanto ao uso de luva estéril ou não. Este
tratamento foi realizado por quinze dias. No segundo, quarto e sexto dias foram colhidos amostras por
swabs do leito da ferida e semeadas nos meios de cultura: ágar sangue para identificação de
microrganismos hemolíticos, ágar manitol para Staphylococcus Gram positivos, ágar sabouraud para
fungos e ágar teague para bacilos Gram negativos. A avaliação foi pela contagem e identificação das
colônias em cada meio de cultura, nos três momentos de coleta e analisadas pelo Teste de Friedman e
Exato de Fisher. Foi medida a área da ferida no inicio e final do experimento, processada pelo programa
AutoCAD 2010 e avaliada a diferença de regressão nos dois grupos pelo teste Mann Whitney. Ao final
fez-se a ressecção da pele cicatricial, processada histologicamente para avaliação em microscópico
óptico. Foram avaliadas quanto ausência, presença discreta, moderada e acentuada das células poli e
mononucleares, fibras colágenas, proliferação de fibroblastos, angiogênese e formação de epitélio e
analisadas pelo Teste Exato de Fisher. Em todos testes foi fixado nível de rejeição da hipótese em
0,005. Resultados: Comparando os dois grupos, não houve significância em relação ao crescimento de
microrganismos nas três coletas de material e em cada meio de cultura (2º dia = AS p=0,8102, ASAB p=
0,6310, AHM p=0,6310, AT p=1,000; 4º dia = AS p=0,8102, ASAB p= 1,000, AHM p=0,6310, AT
p=1,000, AS p=1,000; 6º dia = AS p=0,2980, SAB p= 1,000, AHM p=0,6889, AT p=1,000). Não houve
significância no percentual de regressão da área (MW=5.396). Não houve significância na proliferação
de polimorfonucleares (p=0,5000), mononucleares (p=0,7727), fibras colágenas (p=0,7727),
angiogênese (p=0,5000), fibroblastos (p=0,7727) e epitélização (p=0,7727). A microbiota encontrada foi
semelhante nos dois grupos (Bacillus subtillis, Sthapylococcus epidermidis e esporos). Conclusão: O
uso de luvas de procedimento não levou a maior crescimento de microrganismos, não aumentou o
processo inflamatório, não retardou a cicatrização das feridas em relação ao uso de luvas estéreis, em
feridas cutâneas de ratos. Referências: FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Revisão integrativa da técnica
limpa e estéril: consensos e controvérsias na realização de curativos. Acta paul. enferm. v.21 n.1 São
Paulo jan./mar. 2008.
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AVALIAÇÃO DO COLESTEROL PLASMÁTICO EM RATOS COM HIPERCOLESTEROLEMIA
INDUZIDA PELA GEMA DE OVO: SUPLEMENTO ALIMENTAR DE BAIXO CUSTO
Eduardo Chibeni Fernandes Ramos, Filipe Gusmão Onofri Guimarães*, Joyce Hilário Santos*, Luciana
Moreira Santa Rosa*. Biotério da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS Avenida Coronel Alfredo
Custódio de Paula, 226 apto 01. Medicina – Pouso Alegre MG – 37550 000
Justificativa e Objetivo: Apesar da extrema importância para o bom funcionamento do organismo, o
colesterol em níveis elevados, esta relacionada a uma incidência de doenças do sistema cardiovascular
aumentando o risco de morte e de infarto do miocárdio. As lesões provocadas pela mesma estão mais
evidentes associando-se colesterol, gorduras saturadas e proteínas animais produtos esses presentes e
abundantes na gema de ovo. Neste trabalho verificamos a possibilidade de indução da
hipercolesterolemia experimental de baixo custo através da suplementação alimentar com gema de ovo
em ratos. Métodos: Foram utilizados 14 ratos divididos em dois grupos de sete animais: grupo (G1),
que recebeu ração comercial ad libitum, e grupo tratado (G2), que foi alimentado com dieta
suplementada com gema de ovo durante 90 dias. Ao inicio e termino do período experimental os
animais foram submetidos a uma punção cardíaca onde foi feita uma coleta de 1 ml do volume
sanguíneo para a realização de exames de analises clinicas (colesterol e frações). Resultados: O
estudo nos mostrou que houve um maior aumento no peso dos animais do grupo G2 em relação ao do
grupo G1. Nos mostrou também que houve um aumento na taxa de HDL do grupo G2 também em
relação ao grupo G1. Conclusão: a dieta com gema de ovo não provocou hipercolesterolemia nos
animais de experimentação. Portanto, a gema de ovo não pode ser utilizada como fonte de colesterol
alimentar de baixo custo em modelos de hipercolesterolemia experimental. Referências: Rodrigo Gibin
Jaldin; Henio Arruda Falcao Filho; Julio Lopes Sequeira; Winston Bonetti Yoshida. O processo
aterosclerotico em arterias de coelhos submetidos a dieta suplementada com gema de ovo; J Vasc Bras
2006, vol 5, n4. ; Bachorik, PS, Rifkind BM, Kwiterovich PO. Lipideos e deslipoproteinemias. In: Henry
JB, editor. Diagnosticos clinicos e tratamento por metodos laboratoriais. 2 edicao. Sao Paulo: Manole;
1999. P. 208-36; Kritchevsky D, Tepper SA, Davidson LM, Fisher EA, Klurfeld DM. Experimental
atherosclerosis in rabbits fed cholesterolfree diets, Atherosclerosis. 1989; 75:123-7.
15
ESTILO DE VIDA E TABAGISMO EM ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ,
POUSO ALEGRE, MG.
Eugênio Fernandes de Magalhães, Anelysa Macedo de Almeida*, Claudinei Leôncio Beraldo,Michelle
Petrolli, João Paulo Reis Lima, Wellington Risso. Universidade do Vale do Sapucaí-UNIVÁS R.Salvador S.
Nora, 25, Pousada dos campos-37550-000-Pouso Alegre-MG
Introdução e Objetivo: O tabagismo é a principal causa de morte evitável e estima-se que possa ser a
causa de mais de 5 milhões de mortes a cada ano todo o mundo. O ingresso na universidade, ainda que
traga sentimentos positivos e de alcance de uma meta programada por estudantes do ensino médio, por
vezes pode se tornar um período crítico, de maior vulnerabilidade para o início e a manutenção do uso de
tabaco, álcool e outras drogas. Diante da gravidade desse quadro, vários estudos sugerem que medidas
antitabágicas sejam direcionadas prioritariamente a essa população. Esta pesquisa teve como objetivo
avaliar o estilo de vida e as atitudes relacionadas ao tabagismo entre estudantes da Universidade do Vale
do Sapucaí (UNIVÁS), em Pouso Alegre, MG. Metodos: Estudo transversal com amostragem estratificada
proporcional por conglomerados realizado na Universidade do Vale do Sapucaí (UNIVÁS) em Pouso
Alegre, MG, em 2009. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário autoaplicável, contendo
questões relativas ao perfil de cada aluno alem de seus hábitos e atitudes relacionadas ao tabagismo em
450 universitários das áreas de biológicas, humanas e exatas. Resultados: Os universitários, na sua
maioria, eram da área de biológicas 204 (48%), do gênero feminino (63,8%) e solteiros (82,3%). Observouse que 58,9 % tinham trabalho remunerado, com maior proporção nas áreas de humanas e exatas
(p<0,05). Os valores foram significativos quanto ao local de moradia, sendo que maior parte dos alunos
residia com os familiares. Cerca de 7,8% dos alunos eram tabagistas. As demais questões relacionadas ao
estilo de vida dos alunos não foram significativas. O tabagismo foi mais freqüente no gênero masculino
(54,5%), nos cursos relativos a áreas de humanas (60,6%) e naqueles que o habito de tomar bebidas
alcoólicas (p<0,05). Estado civil, trabalho remunerado, local de residência, uso regular de café e a pratica
de esportes não se associaram, significativamente, ao habito de fumar. Conclusão: A maior parte dos
universitários era do gênero feminino, com trabalho remunerado e residia com os familiares. Uma pequena
parcela era tabagista. Dentre eles, a maioria era do gênero masculino, da área de humanas e faziam uso
regular de bebidas alcoólicas.
16
AUTO-ESTIMA EM ACIDENTADOS DE TRÂNSITO EM POUSO ALEGRE
Mariana de Freitas Andrade*, Matheus Barboza Leal, Pamela Carvalho Muniz, Rafael dos Santos,
Maria Virgínia Braga, Marcos Mesquita Filho. Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS – Pouso
Alegre – MG. Av Cel. Alfredo Custódio de Paula, 150 - Medicina – 37550-000 Pouso Alegre MG
Introdução e Objetivo: As mortes por acidentes e violências correspondem à primeira causa de
óbitos na faixa etária de cinco a 49 anos, provocando danos de grande extensão e gravidade. Entre
os fatores que determinam a qualidade de vida se encontra a auto-estima. O objetivo desse trabalho
foi mensurar e comparar a auto-estima de indivíduos que sofreram acidente de trânsito em Pouso
Alegre e que foram atendidos no Pronto Socorro do Hospital das Clínicas Samuel Libânio no ano de
2007. Métodos: Estudo retrospectivo, observacional, analítico, individual, de caso-controle. O grupo
de estudo se compôs de 37 vítimas e o grupo controle de 89 indivíduos não-acidentados, pareados
ao grupo de estudo por sexo e idade. Utilizou-se da escala de ROSENBERG, que é um instrumento
utilizado para se medir a auto-estima de um indivíduo. É uma medida unidimensional com 10 itens. O
cálculo é feito por meio da soma dos valores obtidos no questionário que variam de zero a trinta,
onde zero corresponde à pior auto-estima possível e trinta à melhor. Resultados: O grupo dos
acidentados apresentou um escore médio de 23,7 pontos contra um escore de 23,8 do grupo
controle (p=0,34). Na pontuação geral do questionário, quanto ao sexo, a média encontrada foi de
23,8 pontos para o sexo feminino (DP=2,7) e 23.8 no masculino (DP=5,4) e p=0,5. Para faixa etária,
a de 18 a 19 anos (2,7%) apresentou uma média de 27,0 pontos; a de 20 a 24 anos (37,8%)
apresentou uma média de 25,0; na de 25 a 29 anos (10,8%) observou-se em média de 24,0 acertos
(DP=3,8). Já na faixa dos 30 a 39 anos (18,9%) a média foi de 23,7 (DP=2,6). Naquela entre os 40 a
49 anos (13,5%) encontrou-se 20,2 pontos (DP=11,4); na dos 50 aos 59 anos (2,7%) 23,0 pontos,
sem desvio padrão; dos 60 a 69 anos (8,1%) a média foi de 22,3 pontos (DP=3,8); na faixa etária
dos 70 aos79 anos (2,7%) foi de 26,0 pontos sem desvio padrão. Por fim, a nona faixa etária, de 80 e
mais (2,7%) apresentou uma média de 25,0 pontos, também sem DP. Não houve diferença
significante entre os escores por faixa etária (p=0,8). Analisando-se a média de de pontos por etnia,
a dos que se declararam brancos (81,1%) foi de 23,8 (DP=5,1), a dos indivíduos pardos (8,1%), foi
de 21,7 (DP=3,2). Já entre os que se declararam pretos (10,8%), a média foi de 25,3 (DP=2,6).
Também não se encontrou diferenças estatisticamente significantes entre os componentes desta
variável (p=0,4) Conclusão: Não houve diferença significante entre os grupos de estudo e controle,
nem entre as demais variáveis comparadas neste estudo (p≤0,05), o que pode ser explicado pela
pequena amostra ou pelo fato dos acidentados entrevistados serem os que apresentaram quadros
clínicos de baixa gravidade. Referências: ROSENBERG, M. Society and the adolescent self-image.
Princeton, NJ: Princeton University Press. (Original publicado em 1956)1989.
17
REPERCUSSÕES PERINATAIS DO DIABETES SACARINO
Mariana de Freitas Andrade, Matheus Barboza Leal, Pamela Carvalho Muniz*, Rafael dos Santos, Cristina
Kallás Hueb. Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS – Pouso Alegre – MG. Av Cel. Alfredo Custódio
de Paula, 150 - Medicina – 37550-000 Pouso Alegre MG
Introdução e Objetivos: O diabetes durante a gravidez, diabetes melito gestacional ou diabetes melito préexistente, pode implicar em conseqüências para a mãe e também para o feto. Essa pesquisa objetivou
avaliar as repercussões do diabetes sacarino sobre o feto, os neonatos e sobre a própria gestante, bem
como comparar os efeitos do diabetes pré-gestacional com os do diabetes adquirido na gestação.
Métodos: Estudo retrospectivo, descritivo de prontuários das gestantes com diabetes sacarino cujo prénatal de alto risco foi assistido no Hospital das Clinicas Samuel Libânio (HCSL) de 01/01/2007 a
31/12/2008. Foi considerado como critério de inclusão o diagnóstico gestacional ou prévio de diabetes
sacarino. Como critério de exclusão, o fato do parto não ter sido assistido no HCSL.Resultados: No
período estudado foram assistidas 31 gestantes com diabetes no Serviço de Gestação de Alto Risco do
HCSL, sendo: diabetes do Tipo I – GI=6, diabetes do Tipo II – GII=6, diabetes gestacional – GIII=19. A
idade média das pacientes foi de 32 anos, (variando de 19-42 anos), sendo primíparas=7 e multíparas=24.
Dezoito já faziam uso de insulina no início da gestação sendo que o GI apresentou maior porcentagem de
casos seguido do GII e do GIII (p=0,027). Não houve alteração significativa em relação ao uso de insulina
do início para o final da gestação nos três grupos avaliados. Onze pacientes apresentaram glicemias de
difícil controle sem diferença entre os grupos (p=0,866). Grande parte das pacientes (23 - 74,2%)
necessitou de internações durante a gestação para controle glicêmico. A média de internações
hospitalares foi de três para o GI, 1,5 para o GII e de 1 para o GIII (p=0,140). Dezenove (61,3%) pacientes
apresentaram comorbidades sendo as mais freqüentes a síndrome hipertensiva gestacional (DHEG) e
hipotireoidismo. Polidrâmnio ocorreu em dois casos (GII=1 e GIII=1) e macrossomia fetal em seis (GI=1,
GII=1 e GIII=4). Quanto a via de parto houve 23 (74,2%) cesáreas, 7 (22,6%) partos normais e um (3,2%)
parto fórceps. As principais indicações de cesáreas foram: sofrimento fetal (7/30,4%), DHEG (5/21,7%),
oligoâmnio (2/9,5%) e apresentação anômala (2/9,5%). O peso médio dos recém-natos foi 3550g, sem
diferença entre os grupos (p=0,720). O Apagar foi <7 no 1º minuto (7/22,6%) e 5º minuto (1/3,2%). Não
houve diferença entre os grupos em relação ao Apgar no 1º (p=0,709) e no 5º minuto (p=0,883). Quanto à
ocorrência de complicações neonatais, os grupos também não diferiram. As complicações neonatais foram
as seguintes: hipoglicemia (5/16,1%), síndrome do desconforto respiratório (4/12,9%) e sopro cardíaco
(2/6,5%). Ocorreram quatro (12,9%) complicações maternas importantes: hemorragia pós-parto (2), atonia
uterina (1) e laceração do canal de parto (1), sem diferença entre os grupos (p=0,611).Conclusão: O
diabetes associou-se a maior morbidade perinatal e a elevadas taxas de cesárea. Houve predominância do
tipo gestacional, que apesar da menor necessidade de internação, evoluiu com a maioria dos casos de
macrossomia fetal.Referências: 1. Mauad Filho, F, et al. Diabetes e gravidez: aspectos clínicos e
perinatais. RBGO, 20(4):193-198.
18
PREVALÊNCIA DE OBESIDADE NA PRIMEIRA INFÂNCIA
Ana Gabriela de Souza Caldas, Maria Clara de Assis Galhardo, Marianna Rodrigues Ferreira, Thalita
Correa Rezende, Eugenio Fernandes Magalhães
Unidade Básica de Saúde Ismael Líbano
(Puericultura) Rua Adolfo Olinto, 480 - Centro – Pouso Alegre-MG 37550-000
Justificativa e Objetivo : o objetivo do trabalho foi detectar a prevalência da obesidade na primeira
infância e avaliar a relação peso/estatura, a duração do aleitamento materno exclusivo e a presença de
obesidade familiar, escolaridade dos pais, renda familiar e número de irmãos. Métodos: estudo
transversal, foram avaliadas 100 crianças de três postos do município de Pouso Alegre-MG, de zero a
dois anos de idade. A avaliação foi feita pelo cálculo da relação de peso para estatura (P/E), que foi
calculado segundo os padrães do National Center for Health Statistics. O lactente foi pesado em
balança Filizolla® analógica sem roupas e medido com estadiômetro em decúbito dorsal. Os
responsáveis responderam a um questionário que continham as variáveis do estudo como tempo de
aleitamento materno exclusivo, nível socioeconômico dos pais, patologias associadas, hereditariedade
e alimentação. Resultados: Analiticamente foram encontrados 7,5% de criancas obesas, sendo 4 do
sexo feminino e 3 do masculino. Apenas uma apresentou teste do pezinho alterado; a maioria tinha
tempo de aleitamento inferior a 6 meses; e 71,4% recebiam uma alimentacao sem orientação
nutricional. Estatisticamente, foi utilizado para variáveis escalares o teste de Mann-Whitney com o
intuito de verificarmos possiveis diferenças entre ambos os grupos. As variáveis peso (p=0,1), altura
(p=0,074); pessoas que moram na casa (p=0,889) e número de irmãos (p=0,29) não obtiveram
diferenças que fossem consideradas significantes estatisticamente (p=<0,05) entre o grupo de obesos
e não obesos. As variáveis escalares foram analisadas pela aplicação do teste de Qui-Quadrado e
também não obtiveram significância. Conclusão: Apesar de não ter obtido significância estatística, o
presente estudo não perdeu seu valor devido a sua inovação, do que podemos concluir ser necessário
mais estudos avaliando a presença de obesidade nesta faixa etária e os fatores associados a ela.
Referências: Fisberg M. Obesidade na infancia e adolescencia. Fundo editorial BYK. 1995; 9-14; 2836;146-8.
19
ESTUDO DA VIOLÊNCIA OCUPACIONAL NO HOSPITAL ESCOLA DE POUSO ALEGRE/ MG HOSPITAL DAS CLÍNICAS SAMUEL LIBÂNIO
Maria Aparecida Silva Mariosa; Fernanda Marcelino Da Silva; Karine Helena Bócoli*; Vinícius Tavares
Veiga Hospital das Clinicas Samuel Libânio (HCLS), Pouso Alegre – MG Av.Dr. Alfredo Custódio de Paula
n. 121, Ap. 202 Pouso Alegre/ MG CEP:35550-000
Justificativa e Objetivo: A violência contra os profissionais de saúde no local de trabalho é um problema
pouco documentado, apesar da noção de sua importância. Torna-se útil, portanto, o levantamento e
investigação de maiores informações que caracterizem o problema da violência ocupacional a que estão
expostos os funcionários e acadêmicos da saúde. O estudo objetivou identificar e comparar os principais
tipos de violência sofrida pelos trabalhadores de saúde (médicos, enfermeiros e acadêmicos), bem como
identificar as estratégias de prevenção, controle e proteção contra a violência no trabalho. Métodos:
Estudo transversal, de abordagem quantitativa dos dados, realizado no Hospital das Clinicas Samuel
Libânio (HCSL), Pouso Alegre, Brasil após aprovação pelo Comitê de Ética. População composta por 16
trabalhadores de enfermagem, 12 médicos, 22 Acadêmicos de medicina e 22 acadêmicos de enfermagem
que concordaram em assinar o Termo Livre e Esclarecido e responder aos questionários aplicados
durante os doze meses de 2009. Resultados: 75% dos enfermeiros, 50 % dos médicos 54,5% dos
acadêmicos de medicina e 31,8% dos acadêmicos de enfermagem referiram ter sido vítimas de atos de
violência no trabalho nos últimos 12 meses. Os tipos de violência sofrida são: 45,8% agressão verbal;
15,5% assédio psicológico, competição entre colegas 12,5%, roubo 8,36% e agressão física 6,9%. O
principal autor de agressões é o paciente, acompanhantes de pacientes e muitas vezes membros e
colegas de trabalho. Reações psicológicas à agressão como: raiva, estresse, e irritação são relativamente
comuns no agredido. Grande parte da população em estudo acha importante o registro de qualquer tipo de
violência, e embora revele na maior parte dos casos, não temer represálias por informar o ocorrido à
chefia, apenas uma pequena parcela dos agredidos registra, de alguma forma, a agressão sofrida Os
trabalhadores estão expostos a vários fatores de risco de violência e não estão preparados para lidar com
os mesmos segundo 95,8 % dos questionados. Fatores ambientais, pacientes violentos com sobrecarga
no número destes são relevantes para surgimento da violência a qual, poderia ser evitada por melhoras no
ambiente físico, educação e dialogo segundo a opinião de 37% dos pesquisados. Conclusão: Falta
treinamento dos trabalhadores pelo empregador para reconhecer e lidar com comportamentos agressivos,
violentos e ameaças, bem como organização do espaço físico de trabalho são problemas tidos como
graves e facilitadores da agressão. A capacitação dos trabalhadores para detectar e evitar situações de
risco e adotar posturas adequadas diante da violência pode reduzir as consequências psíquicas
posteriores. Medidas de prevenção a violência ocupacional devem ser implementadas, baseadas nas
diretrizes da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e Organização Mundial da Saúde (OMS),
melhorando as condições de trabalho do servidor da saúde e refletindo não só na saúde e bem estar do
mesmo como também do paciente. Referências: 1. MACHADO, J. M. H.; GOMEZ, C. M. Acidentes de
trabalho: uma expressão da violência social. Cadernos Saúde Pública, R J, n. 10, Supl. 1, p.74-87, mar.
2004. 2. National Institute For Occupational Health. Centers For Disease Control and Prevention. Violence
occupational hazards in hospitals. 2004.
20
21
APRESENTAÇÃO PÔSTER
Avaliadores:
Profª Lidia Sebba Souza Mariosa
Profª Mirian de Fátima Brasil Engelman
PNEUMONIA LIPOÍDICA EM UM LACTENTE.
CONTACTUANTE DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA.
VOLVO DE INTESTINO MÉDIO EM RECÉM-NATO
HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA – FENÔMENO DE KASABACK-MERRIT
CORPO ESTRANHO E PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO CERVICAL: RELATO DE CASO
GASTROSQUISE: UTILIZAÇÃO DE PRESERVATIVO FEMININO COMO SILO PARA
FECHAMENTO GRADUAL - RELATO DE CASO
TIREÓIDE ECTÓPICA MEDIASTINAL: RELATO DE CASO
ACIDENTE CEREBRAL VASCULAR HEMORRÁGICO EM PACIENTE ADULTO JOVEM
22
CATETER DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL COM MIGRAÇÃO PARA A BEXIGA.
VOLVO DE CÓLON TRANSVERSO EM PEDIATRIA
MÁ ROTAÇÃO DE ESTÔMAGO E INTESTINO ASSOCIADA A AGENESIA DE BAÇO.
PACIENTE PORTADOR DE DISFUNCAO VENTRICULAR E INSUFICIENCIA MITRAL
SINTOMATICA E INDICACAO DE VALVULOPLASTIA MITRAL EVOLUINDO COM MELHORA DA
INSUFICIENCIA MITRAL APOS USO PRE-OPERATORIO DE LEVOSIMEDAN
23
PNEUMONIA LIPOÍDICA EM UM LACTENTE.
Anna Luiza Pires Vigim; Claudinei Leôncio Beraldo; Eugênio Fernandes de Magalhães; Fernanda
Marcelino da Silva*; Vinícius Tavares Veiga. Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí
– UNIVÁS Avenida Alfredo Custodio de Paula, 121, apartamento 202. Bairro Medicina. Pouso AlegreMG. CEP: 37550-000
Introdução: A pneumonia lipoídica trata-se de uma inflamação intersticial crônica, proliferativa do
parênquima pulmonar, resultante da aspiração e/ou inalação de material lipídico para a árvore
traqueobrônquica, sendo que na criança a forma mais comum é a exógena, por aspiração de óleo
mineral. Relato do caso: Paciente de 6 meses, feminino, natural e procedente de Alfenas – MG.
Lactente apresentou quadro de febre associado à tosse produtiva e coriza hialina além de anorexia e
irritabilidade. Passou pelo pediatra sendo diagnosticado Otite e medicado com cefaclor e paracetamol.
Houve melhora clínica, entretanto, reiniciou com quadro de febre além de desconforto respiratório,
gemência e prostração importante. Ao exame físico apresentava-se hipocorada, desidratada,
taquidispnêica (FR 49), febril (38,4º). Propedêutica pulmonar com creptações em terço médio de
hemitórax direito. Demais aparelhos normais. Na radiografia de tórax observou-se opacidade tipo alveolar
em terço médio de hemitórax direito (Figura 1) recebendo o diagnóstico de pneumonia sendo medicada
com ceftriaxone e oxacilina. Realizado leucograma com discreta leucocitose (12900 leucócitos) e
hemocultura que se mostrou negativa. Paciente ainda mantinha quadro febril com tosse produtiva e
dispnéia após cinco dias do início do esquema antimicrobiano. Realizado nova radiografia de tórax
(Figura 2) com persistência da imagem anterior. Optou-se por um novo esquema terapêutico com
vancomicina além de metilprednisolona. Realizada tomografia de tórax (Figura 3). Investigou-se doença
do refluxo gastro-esofágico através de cintilografia que demonstrou três episódios moderados de refluxo.
Após 15 dias o paciente foi encaminhado para Pouso Alegre para investigação complementar. Paciente
se encontrava afebril havia quatro dias com melhora do padrão respiratório. Questionou-se quanto ao uso
medicações prévias onde tivemos a informação do uso de óleo mineral devido a constipação eventual.
Foram feitos novos exames: dosagem de anticorpos séricos com valores dentro da normalidade e
dosagem de cloro no suor e anti HIV que foram negativos. Realizou-se broncoscopia: Lavado bronquioloalveolar e anatomo –patológico que evidenciou macrófagos com lipídeos no interior, definindo o
diagnóstico como Pneumonia Lipoídica. Discussão:O óleo mineral não é um produto inócuo, podendo
causar graves reações adversas, como a pneumonia lipoídica e suas complicações. A apresentação
clínica é variável, podendo ter a forma de pneumonia aguda, pneumonia crônica ou a forma localizada. A
pneumonia lipoídica deverá sempre ser considerada no diagnóstico diferencial de pneumonia crônica
refratária ao tratamento com antimicrobianos e nos casos suspeitos de tuberculose, principalmente em
lactentes ou crianças em uso de óleo mineral. Cerca de metade dos casos são assintomáticos, sendo
incidentalmente diagnosticados através de radiografia de tórax realizada por outro motivo. Os sintomas
mais comumente descritos são tosse não produtiva, febre, taquipnéia, dispnéia, dificuldade de ganho
ponderal, infecções respiratórias recorrentes e cianose. O lavado broncoalveolar apresenta uma
alternativa segura, sendo considerado como padrão diagnóstico da pneumonia lipoidica. O tratamento é a
suspensão imediata do óleo mineral. Outras medidas terapêuticas pertinentes incluem a correção da
hipoxemia, dos transtornos nutritivos e o tratamento da infecção, caso estejam presentes, além de
fisioterapia respiratória para a remoção da gordura pulmonar. Referências: Bandla HPR, Davis SH,
Hopkins NE. Lipoid pneumonia: a silent complication of mineral oil aspiration. Pediatrics. 1999;103:19;
Sias SMA, Quirico-Santos T . Pneumonia lipóide na criança – revisão da literatura. Pulmão RJ 2009; Supl
1:S9-S16
24
CONTACTUANTE DE TUBERCULOSE NA INFÂNCIA.
Anna Luiza Pires Vigim; Claudinei Leôncio Beraldo; Eugênio Fernandes de Magalhães; Fernanda
Marcelino da Silva*; Sofia Batista;Vinícius Tavares Veiga.Faculdade de Medicina da Universidade do
Vale do Sapucaí – UNIVÁS Avenida Alfredo Custodio de Paula, 121, apartamento 202. Bairro
Medicina. Pouso Alegre-MG. CEP: 37550-000
Introdução: A magnitude da tuberculose na infância no mundo não é bem conhecida. Uma das
dificuldades de se obter dados mais exatos sobre tuberculose na infância é que as informações
divulgadas pela OMS referem-se, na maioria das vezes, aos casos comprovados bacteriologicamente
e, nessa faixa etária, 80% dos casos são negativos ao exame de escarro. O diagnóstico de
tuberculose na infância é feito, em geral, com base na história clínica, no aspecto radiológico, na
história de contato com adulto com tuberculose e no resultado do teste tuberculínico (PPD). O
contágio intradomiciliar é reconhecido como o mais importante na transmissão do M. tuberculosis,
principalmente nas crianças pequenas que têm suas atividades mais restritas ao ambiente doméstico.
Relato de caso: Relatamos o caso de um contactuante de Tuberculose, paciente de 3 anos, sexo
masculino , nascido a termo, parto cesárea, sem intercorrências. Apresentou crescimento e
desenvolvimento normais e calendário vacinal atualizado. Encontrava-se com apetite preservado,
ganho ponderal e assintomático. A mãe havia apresentando Tuberculose pulmonar no ano de 2002
sendo tratada com esquema tríplice, havendo resolução da doença. O pai do menor e seu avô
paterno tiveram tuberculose em 2009 e foram tratados. O pré-escolar foi então encaminhado ao
ambulatório de pneumologia para avaliação. Realizou-se o teste tuberculínico (PPD) com resultado
de 15mm e a radiografia de tórax (figura 1) evidenciava infiltrados peri hilares bilaterais. Na
tomografia (figura 2), observou-se formação cavitária em campo médio de pulmão esquerdo. Diante
destes achados, o paciente foi diagnosticado com tuberculose. Iniciou-se tratamento com esquema
tríplice, a base de rifampicina, isoniazida e pirazinamida. Após trinta dias do inicio do tratamento, o
paciente foi reavaliado e não foram observadas intercorrências. Discussão: Há muita dificuldade no
controle dos contatos em nosso meio. As normas oficiais enfatizam que todos os contatos de
pacientes com tuberculose sejam avaliados. As crianças devem ser sempre investigadas quando se
encontra um doente na família ou uma pessoa que tenha convívio freqüente com elas. A fonte de
contágio mais importante é o adulto, pois a tuberculose sempre se transmite do adulto (ou
adolescente) para a criança. Ainda hoje, crianças deixam de ser avaliadas por fatores culturais,
socioeconômicos e por falhas no gerenciamento de saúde. Limitações inerentes ao sistema de saúde
fazem com que muitos casos de tuberculose tenham seu diagnóstico tardiamente, aumentando a
transmissão da doença. O controle de contatos permite diagnosticar casos de tuberculose em
crianças e indicar quimioprofilaxia (tratamento da tuberculose latente) nos indivíduos infectados.
Referências:
1.SANTANNA,C.C.
Tuberculose
na
infância.
Site:
www.medicinatual.com.br/seção/pediatria. Outubro, 2009. 2. Comissão de Tuberculose da SBPT
(CONDE, M.B. et al., 2009), Grupo de Trabalho das Diretrizes para Tuberculose da SBPT (JUNIOR,
A.M, et al., 2009) . III Diretrizes para Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e
Tisiologia. J Bras Pneumol. 2009;35(10):1018-1048.
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VOLVO DE INTESTINO MÉDIO EM RECÉM-NATO
Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Laura Caramori Silva; Bianca Rezende Rosa; Bruno Oliveira Santos;
Laís Rossi de Oliveira; Rafael Baroni Carvalho. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do
Sapucaí (MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio.
Introdução: Volvo de intestino delgado é uma condição na qual o intestino delgado ou cólon proximal torce
em torno da artéria mesentérica superior1, resultando em obstrução venosa e, eventualmente,
comprometimento arterial2. Esta situação geralmente apresenta-se durante o primeiro ano de vida e tem
elevadas taxas de morbidade e mortalidade. A maioria dos casos de volvo em lactentes e no feto estão
associados à má rotação intestinal ou anomalias congênitas, como onfalocele, gastrosquise, atresia
intestinal ou pâncreas anular1. O diagnóstico precoce e o tratamento cirúrgico são essenciais para prevenir
infarto isquêmico agudo do intestino, apesar de complicações crônicas serem raras3. Relato do caso: O
paciente, 24 dias de idade, gênero masculino, deu entrada no pronto socorro do HCSL (Hospital das
Clínicas Samuel Libânio) com história de diarréia com início na noite anterior, apresentando evolução com
diarréia sanguinolenta em moderada quantidade e vômitos. Ao exame físico apresentou mau estado geral,
estava hipocorado, hipotérmico, desidratado, em gasping, com pulsos finos e impalpáveis, apresentava
rendilhado cutâneo e cianose generalizada. O abdome estava distendido, doloroso à palpação, com RHA
negativo. Foi feito raio-X de abdome que evidenciou distensão importante de alças. Foi realizada
laparotomia exploradora com diagnóstico e tratamento cirúrgico de má rotação intestinal e volvo de todo
intestino delgado. No dia seguinte, foi realizada re-laparotomia para enterectomia e enteroanastomose por
apresentar necrose de 75% do intestino delgado até metade do cólon transverso. Discussão: A má
formação congênita ocasionou certa mobilidade do intestino delgado culminando no quadro de volvo
intestinal associado à má rotação. Apesar de apresentar consequências graves, o quadro evidencia sinais
clínicos vagos e os poucos dias de vida foram suficientes para agravá-lo e evidenciar limitações
terapêuticas. Portanto, o atendimento adequado do paciente requer suspeita clínica precoce, rápida
confirmação do diagnóstico e intervenção cirúrgica oportuna, a fim de obter os resultados mais eficazes.
Referências: 1. Jun Seok Park, Seong Jae Cha, Beom Gyu Kim, Yong Seok Kim, Yoo Shin Choi, In Taik
Chang, Gwang Jun Kim, Woo Seok Lee, and Gi Hyeon Kim: Intrauterine midgut volvulus without
malrotation: Diagnosis from the ‘coffee bean sign’. March 2008. 2. Sparks D, Dawwod M, Chase D, Thomas
D: Ischemic volvulus of the transverse colon: A case report and review of literature.Cases J 2008. 3. Walsh
S. D., Crombleholme M. T.: Superior mesenteric venous thrombosis in malrotation with chronic volvulus:
Journal of Pediatric Surgery. May 2000.
26
HEMANGIOMATOSE NEONATAL DIFUSA – FENÔMENO DE KASABACK-MERRIT
Félix Carlos Ocariz Bazzano, Ana Claúdia Carvalho Bartels, Ítalo Filipe Cardoso Amorim, Jeslaine
Juceli da Silva, Ricardo Pereira Fraga, Thiago Silva Pinto* Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade
do Vale do Sapucaí (MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio R. Comendador José Garcia 1107 –
Centro – 37550-000 – Pouso Alegre – Mg
Introdução – Os hemangiomas são tumores benignos, relativamente comuns no período neonatal; a
ocorrência de múltiplas lesões de vários segmentos e órgãos do corpo é denominada hemangiomatose,
quadro bastante raro, que pode ser caracterizado sob duas formas: Neonatal Benigno (HNB) restrita à
pele e a neonatal difusa (HND) onde há acometimento visceral associado e o diagnostico deve ser
precoce, devido à alta morbidade e mortalidade1,2,3. Relato do Caso – Paciente do gênero masculino,
nascido em 21/08/06, recém nascido (RN) de parto cesário, com peso de 1.775g. O APGAR foi de 7/8
do 1º ao 5º minuto respectivamente. Ao nascer foi evidenciado extenso hemangioma em antebraço
direito, com seqüestro de sangue grave sendo necessária amputação de emergência. RN permaneceu
na Unidade de Terapia Intensiva neonatal por 6 dias, onde evoluiu com trombocitopenia e
descompensação hemodinâmica (fenômeno de Kasaback-Merrit) controlados e corrigidos. Com início
de antibioticoterapia (ampicilina associada à gentamicina) por 10 dias após amputação. Aos 30 dias de
vida, apresenta hemangiomas múltiplos pelo corpo e membros, sem sangramento. Coto de amputação
com sinais inflamatórios. Dieta por sonda nasogástrica e sugando bem o seio. Houve boa evolução do
quadro. Discussão – O acompanhamento clínico precoce é de suma importância em pacientes com
hemangiomatose. Apesar de sua caracterização ser muitas vezes invasivas, pois a detecção de
hemangiomas em órgãos internos nem sempre é simples, é necessário à diferenciação entre as duas
formas com o intuito de se excluir a difusa, por sua elevada morbi-mortalidade, principalmente em
crianças menores de três meses de idade. Os exames de imagem podem auxiliar no diagnóstico
precoce. Referências – 01. Enziger MF, Weiss SW. Fost tissues tumors. 3ª ed. St. Louis: Mosby,
19995:579-626; 02. Gontijo B, Silva CMR e Pereira LB. Hemangioma of infancy. An. Bras.
Dermatol.[online].Nov./Dec.2003,vol.7,no.6; 03. Ho V, Krol A, Bhargava R, Osiovich H. Diffuse neonatal
haemagiomatosis. J Paediatr Child Health; 36(3):286-9, 2000 Jun.
27
CORPO ESTRANHO E PERFURAÇÃO DE ESÔFAGO CERVICAL: RELATO DE CASO
Elias Kallás, Miguelângelo Crestani Júnior, Rafael Rosa Souza*, Rafaela Queiroz Monteiro de Rezende,
Silvia Mara Tasso, Jefferson Dall’Orto Muniz da Silva . Serviços de Cirurgia Geral e Otorrinolaringologia do
Hospital das Clínicas Samuel Libânio, da Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí –
UNIVÁS R. Comendador José Garcia, 777 - Centro - 37550-000 - Pouso Alegre – MG
Introdução: As lesões traumáticas do esôfago apresentam baixa prevalência, porém, alto índice de
letalidade principalmente quando seu diagnóstico é tardio. Tais lesões podem levar ao comprometimento das
vias aéreas e digestivas superiores, além de complicações como lesões vasculares, neurais e infecções dos
espaços cervicais profundos e do mediastino. A causa mais comum de perfuração esofágica é a perfuração
iatrogênica secundária a procedimentos endoscópicos. Outra etiologia, menos comum, é perfuração por
corpo estranho. Relato do caso: Paciente sexo masculino, 70 anos, casado, militar, natural e residente em
Pouso Alegre-MG, admitido pelo serviço de Otorrinolaringologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio
(HCSL) com queixa de disfagia e odinofagia após ingestão de corpo estranho (espinho de peixe). Na
admissão apresentava-se em bom estado geral, orientado, cooperativo, afebril. Leucograma: leucocitose
sem desvio. Tomografia computadorizada (TC) de região cervical: corpo estranho em região cervical baixa à
direita (D) alcançando a v. jugular externa D. Realizou-se então laringoscopia e endoscopia digestiva alta,
porém sem sucesso. Evoluiu com edema importante da parede posterior da faringe e pilares posteriores,
sendo conduzido ao centro cirúrgico para traqueostomia seguida de incisão em retrofaringe com drenagem
de secreção serossanguinolenta. No 5º dia de internação apresentou piora importante do estado geral,
insuficiência respiratória, febre (38,5 - 39ºC), secreção abundante em traqueostomia, sendo transferido para
Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Nova TC de região cervical e tórax: abscesso mediastinal e mediastinite.
Após interconsulta com Serviço de Cirurgia Geral, realizou-se, no 6º dia de internação, drenagem de
abscesso cervical e mediastinal, retirada do corpo estranho e esofagorrafia. No 8º dia de internação
apresentou dois episódios de sangramento de grande monta provenientes de lesão de a. carótida externa D.
Realizada arteriorrafia no local. Paciente evoluiu com melhora do quadro clínico, apresentando-se estável
hemodinamicamente e com cicatriz cirúrgica em bom aspecto. No 14º dia de evolução apresentou alta da
UTI e, após 21 dias de internação, alta hospitalar. Discussão: A perfuração traumática do esôfago é
infreqüente e seu manejo continua sendo um desafio para os cirurgiões. O diagnóstico precoce (nas
primeiras 24 horas) é de extrema importância visto que a literatura demonstra que os casos diagnosticados
tardiamente associam-se a uma elevada morbimortalidade e complicações, fato evidenciado no presente
relato. O tratamento é controverso e varia desde conduta conservadora à operatória. mas independente da
modalidade de tratamento, os objetivos serão controlar o processo infeccioso, manter o estado nutricional do
paciente e restaurar a integridade do trato digestivo. O tratamento cirúrgico é indicado para os casos nos
quais há lesões extensas das vísceras cervicais ou quando há sinais ou sintomas de abscesso cervical e
mediastinite. Referências: 1)Alegre RA. Surgical treatment of traumatic esophageal perforations. Analysis of
10 cases. Clinics. 2005; 60(5): 375-380. 2)Andrade AC, Andrade APS. Perfuração de esôfago - Análise de 11
casos. Rev. Col. Bras. Cir. 2008; 35(5): 292-297. 3)Pinto FR, Durazzo MD, Cordeiro AC, Ferraz AR. Corpo
estranho perfurante cervical: relato de caso. Rev. Assoc. Med. Bras. 2000; 46(1): 77-80.
28
GASTROSQUISE: UTILIZAÇÃO DE PRESERVATIVO
FECHAMENTO GRADUAL - RELATO DE CASO
FEMININO
COMO
SILO
PARA
Félix Carlos Ocariz Bazzano, Bianca Rezende Rosa; Bruno Oliveira Santos; Laís Rossi de Oliveira;
Ricardo Pereira Fraga*, Thiago Silva Pinto Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do
Sapucaí(MG) Hospital das Clínicas Samuel Libânio R. Comendador José Garcia 1107 – Centro –
37550-000 – Pouso Alegre - Mg
Introdução: A Gastrosquise é considerada um defeito congênito da parede abdominal que se
caracteriza por exposição intestinal ao líquido amniótico, danificando as alças pela sua ação
química e causando reação inflamatória com espessamento de parede¹. Apesar da técnica
cirúrgica de escolha ser o fechamento primário com preservação do umbigo, há controvérsias em
relação a abordagem2. A literatura ainda é bastante controversa com relação à melhor forma de
abordagem das gastrosquises, embora a mortalidade pouco se altere nas diferentes séries, ficando
em torno de 7,7- 8%2. Portanto, o objetivo deve ficar centrado na tentativa de diminuir a morbidade,
e para isso entram em questão os fatores que influenciam direta ou indiretamente na evolução dos
casos3. A principal causa de mortalidade é a sepse. Relato do caso: Paciente do gênero
masculino, nascido em 13/06/2010, recém-nascido (RN) prematuro, 36 semanas, parto cesáreo,
peso ao nascimento (PN) 2300g, portador de gatrosquise volumosa com exteriorização de intestino
delgado, sem intercorrências durante gestação. Nasceu hipotônica, com cianose central, sem
chorar e foi realizado aspiração de vias aéreas com retirada de grande quantidade de líquido
meconial. Foi submetido no mesmo dia a anestesia geral e colocação de preservativo feminino
revestindo a gastrosquise com colocação do anel no interior da cavidade abdominal. Mantido em
nutrição parenteral, ventilação mecânica e relaxante muscular com redução gradual diária das
vísceras. Discussão: O preservativo feminino pode ser colocado com o paciente acordado, pelo
próprio pediatra na sala de atendimento inicial após o parto, tomando-se os devidos cuidados de
higiene e “vestindo” as alças exteriorizadas com colocação do anel do preservativo dentro da
cavidade abdominal, até o encaminhamento do paciente a um centro especializado e com UTI
neonatal. O uso do preservativo feminino com colocação do anel no interior da cavidade abdominal
sem necessidade de sutura é considerado uma alternativa viável, simples e promissora no
tratamento inicial das gastrosquises volumosas, para preservação das alças intestinais antes da
total redução das mesmas na cavidade abdominal e do tratamento definitivo pelo cirurgião
pediátrico. Referências - 1.Raskin S. Estudo Multicêntrico das bases da genética molecular e da
epidemiologia da Fibrose Cística em populações brasileiras [tese de doutorado]. Curitiba(PR):
Universidade Federal do Paraná; 2001.; 2. Driver CP, Bruce J, Bianchi A, Doig CM, Dickson AP,
Bowen J.The contemporary outcome of gastroschisis. J Pediatr Surgery 2000; 35: 1719- 23.; 3.
Novotny DA, Klein Rl, Boeckman CR. Gastroschisis: A 18- year review. J Pediatr Surg 1993; 28:
650-2.
29
TIREÓIDE ECTÓPICA MEDIASTINAL: RELATO DE CASO
Elias Kallás, Ibrahim Elias Kallás, Rafael Rosa Souza, Rafaela Queiroz Monteiro de Rezende*, Rogério
Mendes Grande, Alexandre Ciappina Hueb Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas Samuel
Libânio da Faculdade de Medicina da Universidade do Vale do Sapucaí - UNIVÁSR. Comendador José
Garcia, 777 - Centro - 37550-000 - Pouso Alegre – MG
Introdução: Tireóide ectópica foi primeiramente descrita por Hickmam em 1869, sendo definida como
qualquer tecido tireoideano localizado fora de sua topografia habitual. Tipicamente, o tecido ectópico está
localizado na linha mediana do pescoço, desde a base da língua até o mediastino ou, mais raramente, na
região cervical lateral. Algumas teorias tentam explicar a origem do tecido tireoideano ectópico, porém sua
etilogia precisa ainda é desconhecida. No presente trabalho, relata-se um caso de tecido tireoideano ectópico
mediastinal. Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 56 anos, leucoderma, casada, residente em Pouso
Alegre-MG, encaminhada ao Serviço de Cirurgia Geral do Hospital das Clínicas Samuel Libânio com queixa
de dispnéia crônica e tosse seca, com história de tireoidectomia prévia, portando tomografia
computadorizada de tórax que evidenciava massa no mediastino ântero-superior com densidade de partes
moles, contendo focos de calcificação, contornos lobulados e realce heterogêneo ao meio de contraste,
medindo cerca de 11,2 x 4,8 cm, sem plano de clivagem com pericárdio e vasos adjacentes. Aventou-se
como hipótese diagnóstica inicial processo neoplásico primário/secundário de mediastino ântero-superior,
sendo indicado tratamento cirúrgico. Paciente foi então submetida a toracotomia mediana para exérese de
massa mediastinal anterior. Procedimento realizado sem intercorrências. Peça cirúrgica enviada ao
anatomopatológico revelou tecido de tonalidade pardo amarelada, irregular, medindo cerca de 14 x 8 x 5 cm,
de consistência elástica aos cortes, cujo diagnóstico microscópico foi de bócio colóide tireoidiano. Paciente
apresentou evolução satisfatória, recebendo alta após seis dias de internação. Atualmente encontra-se em
acompanhamento endocrinológico. Discussão: A prevalência de tecido tireoidiano ectópico varia de 7-10%.
O desenvolvimento do tecido tireoidiano ectópico pode ocorrer em qualquer momento da migração da
tireoide, resultando em ectopia lingual, sublingual, pré-laríngea e subesternal (mediastino). A maioria dos
doentes com tireóide ectópica são eutireoidianos e assintomáticos, mas podem surgir sintomas obstrutivos
ou por compressão, sobretudo do trato aerodigestivo superior, hipotireoidismo e, muito mais raramente,
hipertireoidismo. Os bócios ectópicos totalmente intratorácicos são raros, mas têm que ser considerados no
diagnóstico diferencial de todas as massas mediastínicas. Referências: 1)Guimarães MJAC, Valente CMS,
Santos L, Baganha MF. Tireoide ectópica no mediastino anterior. J. Bras. Pneumol. 2009; 35(4): 383387.2)Dias NH, Filho JAX, Mazeto GMFS, Bachi CE, Tagliarini JV. Tireóide ectópica cervical lateral. Relato
de caso e revisão da literatura. Rev. Bras. Otorrinolaringol. 2002; 68(1): 128-131.
30
ACIDENTE CEREBRAL VASCULAR HEMORRÁGICO EM PACIENTE ADULTO JOVEM
Marta Garroni Magalhães; Bruno Oliveira Santos*; Fernanda Fassina Ribeiro Pinto. Serviço de
Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, 1107 –
Centro - 37550-000 Pouso Alegre – MG
Introdução: O acidente vascular encefálico (AVE) é uma síndrome clínica com duração superior a
24 horas, caracterizada pelo desenvolvimento súbito de sinais e sintomas associados à perda focal e
algumas vezes global da função cerebral, sem outra causa aparente que a origem vascular. É
responsável por aproximadamente 9,6% óbitos a cada ano em todo mundo¹ Relato do caso:
Paciente de 25 anos, gênero masculino deu entrada no Pronto- Socorro do Hospital das Clínicas
Samuel Libânio no dia 29/08/2010, em regular estado geral, Glasgow 15, pupilas isocóricas
fotorreativas, com paresia facial central esquerda sem déficit motor apendicular, presença de crise
epilética parcial simples em hemiface esquerda, rigidez na nuca +/4+, queixando-se de dificuldade
de mobilidade do lado esquerdo do corpo, apresentando PA de 150x90 mmHg e em uso de
THERMO PRO®. Histórico de AVC hemorrágico em região cortical em 2008 após uso de maconha.
Na história familiar, avô paterno teve AVC hemorrágico e pai com Parkinson. Necessidade de
internação na UTI, onde ficou por três dias, realizando TC de crânio sem contraste e Angiografia
Cerebral, evidenciando hemorragia cortical frontal direita, com diagnóstico de AVCH e com suspeita
de Má Formação Arteriovenosa. Discussão: Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) têm pico de
incidência entre a 7ª e 8ª décadas de vida quando se somam com as alterações cardiovasculares e
metabólicas relacionadas à idade. Entretanto, o AVC pode ocorrer mais precocemente e ser
relacionado a outros fatores de riscos, como os distúrbios da coagulação, as doenças inflamatórias e
imunológicas, bem como ao uso de drogas ². Menos de 5% dos casos acometem indivíduos com
idade inferior a 45 anos. Na Itália e nos EUA, foi demonstrado que a incidência anual de AVE nessa
faixa etária varia de 10 a 23 para 100.000 indivíduos¹. Segundo dados do DATASUS, as doenças
cerebrovasculares representam a principal causa de morte no Brasil. Esse quadro torna-se mais
significativo quando se instala em pacientes com menos de 60 anos, ainda economicamente ativos ³.
Referências: 1) Lauar, J.T.; Araújo, L.H.L.; Silva, L.D.; Salum, R.E. Acidente Vascular Encefálico
isquêmico em paciente jovem: relato de caso e revisão de literatura. Revista Médica de Minas
Gerais, 2008. 2) Zétola, V.H.F; Nóvak, E.M; Camargo, C.H.F; Júnior, H.C; Coral, P; Muzzio, J.A;
Iwamoto, F.M; Coleta, M.V.D; Werneck, L.C. ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL EM PACIENTES
JOVENS. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.59 no. 3B São Paulo Sept. 2001.3) Negrão, Edson M; Brandi,
Ivar V; Nunes, Simone V; Beraldo, Paulo S. S. Abnormalities of interatrial septum and ischemic
stroke in young people. Arq. Neuro-Psiquiatr. vol.63 no.4 São Paulo Dec. 2005.
31
CATETER DE DERIVAÇÃO VENTRÍCULO-PERITONEAL COM MIGRAÇÃO PARA A BEXIGA.
Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho*; Ítalo Filipe Cardoso Amorim; Jeslaine Juceli da
Silva; Ricardo Pereira Fraga; Thiago Silva Pinto. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do
Sapucaí (MG)- Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, nº 744, apto 204,
Centro.
Introdução: A hidrocefalia apresenta-se, fundamentalmente, como manifestação de algum estado mórbido
subjacente, como tumores, infecções ou hemorragias intracranianas, por exemplo. Grande parte dessas
doenças acomete tipicamente a faixa etária infantil, o que coloca a hidrocefalia como assunto de particular
interesse para a Neurocirurgia Pediátrica. Avanço significativo e determinante na história do tratamento da
hidrocefalia foi a introdução do uso de drenagens valvuladas unidirecionais com o objetivo de derivar o
líquido em excesso nos ventrículos cerebrais para outras cavidades corporais, anulando a base
fisiopatológica da hipertensão intra-craniana verificada. Foi verificada marcante diminuição da mortalidade e
da morbidade em crianças hidrocéfalas após a introdução dessa modalidade de tratamento4. A derivação
ventrículo-peritoneal (DVP) com válvula é o método de tratamento mais usado para o controle de
hidrocefalia. As complicações mais freqüentes são, no entanto, a obstrução do sistema, infecções, cistos e
migração do cateter. A migração da parte distal do cateter da DVP pode ocorrer para vários locais: trato
gastrointestinal, parede abdominal, bexiga, mediastino, vagina, tórax, e outros¹. A migração do cateter
abdominal para a bexiga é raramente descrita³. Relato do caso: Paciente do gênero feminino, 3 anos, com
histórico de prematuridade, diagnóstico de hidrocefalia e passado de 2 cirurgias neurológicas para
colocação de cateter de DVP. Cerca de 1 ano e meio após a colocação do 2º cateter ventrículo-peritoneal,
este apresentou migração para a bexiga com exteriorização na uretra de cerca de 8 cm, que foi confirmada
com tomografia e uretrocistografia. Após um mês a criança foi internada, em bom estado geral, para
realização de laparotomia e retirada do cateter, que foi então reinserido na cavidade abdominal. Discussão:
As migrações do cateter são descritas para o saco escrotal, coração, migrações gastro-intestinais, para a
cavidade torácica, vagina, bexiga, entre outros². Encontram-se poucas citações sobre migração para a
cavidade vesical. Referências: 1- ASSENCIO-FERREIRA, Vicente José. Complicação de derivação
ventrículo-peritonial: hérnia inguinal com migração do cateter para o saco escrotal. Arq. NeuroPsiquiatr., São Paulo, v. 61, n. 4, Dec. 2003. 2- MUDO, Marcelo Luis et al . Distal migration of
ventriculoperitoneal shunting catheter under silicon breast implant. Arq. Neuro-Psiquiatr., São Paulo, v.
67, n. 3a, Sept. 2009. 3- Citação de migração para a bexiga J Neurosurg Sci. 2002 Jun;46(2):100-2;
discussion 103. Extremely rare complications in cerebrospinal fluid shunt operations.Surchev J, Georgiev K,
Enchev Y, Avramov R. 4- JUCA, Carlos Eduardo Barros et al . Tratamento de hidrocefalia com derivação
ventrículo-peritoneal: análise de 150 casos consecutivos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Acta
Cir. Bras., São Paulo, 2010 .
32
VOLVO DE CÓLON TRANSVERSO EM PEDIATRIA
Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho; Ítalo Filipe Cardoso Amorim*; Jeslaine Juceli da
Silva; Ricardo Pereira Fraga; Thiago Silva Pinto. Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do Vale do
Sapucaí(MG) - Hospital das Clínicas Samuel Libânio. Rua Comendador José Garcia, nº961, apto302,
Centro.
Introdução: O termo volvo, derivado do volvere palavra latina que significa "girar", descreve a torção
anormal do intestino, muitas vezes levando a uma obstrução de circuito fechado¹. O volvo de cólon é uma
causa conhecida de obstrução intestinal, responsável por cerca de 3% a 5% dos casos, sendo que de todas
as áreas intestinais acometidas por ele, somente 4% correspondem ao cólon transverso. Este ocorre mais
freqüentemente nas segunda e terceira décadas da vida, com um pico adicional na sétima década³. raro,
ele foi primeiramente relatado como uma causa de obstrução do cólon em 1932 pelo cirurgião
finlandês Kallio Até a data atual, a literatura cirúrgica relatou menos de 100 casos em todo o mundo, a
maioria dos quais foram descobertos no momento da cirurgia³. A doença é, ainda, muito menos comum em
crianças, existindo apenas quinze casos pediátricos de volvo do cólon transverso na literatura². Relato do
caso: O paciente de 11 anos, gênero masculino, deu entrada há 5 meses no HCSL (Hospital das Clínicas
Samuel Libânio) com quadro de dor abdominal e lombar, constipação intestinal (com relato de episódios
anteriores) e vômito esverdeado há cinco dias e febre há 3, acompanhado de dispnéia de repouso. Ao
exame físico apresentou-se com mau estado geral, desnutrido, taquipnéico, taquicárdico, hipocorado,
desidratado e com Tax. de 38,1°C. O abdome estava distendido, doloroso à palpação, com RHA negativo e
volvo foi a hipótese diagnóstica. Após a tentativa de resolução do quadro com colonoscopia sem sucesso,
foi indicada laparostomia exploradora, na qual foi confirmado o volvo no cólon transverso. Na cirurgia foi
realizada a distorção e a ressecção de todo o transverso que estava necrosado (colectomia transversa),
houve utilização de colostomia temporária e o paciente apresentou satisfatória evolução. Discussão: Os
segmentos ascendente e descendente do cólon são fixos, mas o cólon sigmóide, o ceco e o cólon
transverso são móveis dentro do peritônio, amarrados por seus mesentério. Esta mobilidade permite que
volvos ocorram nestes locais.Redundancy of any of these segments further enables the formation of a
volvulus [ A incidência de volvo de cólon transverso é rara quando comparado com o volvo cecal e o volvo
sigmóide. Apesar de rara, e ainda mais no grupo pediátrico, a possibilidade de um volvo de cólon transverso
deve ser sempre parte de um diagnóstico diferencial quando se lida com essa situação clínica.
Referências: 1.Sparks D, Dawwod M, Chase D, Thomas D: Ischemic volvulus of the transverse colon: A
case report and review of literature.Cases J 2008. 2.Rahbour et al.: Transverse colon volvulus in a 15 year
old boy and the review of the literature. World Journal of Emergency Surgery 2010 5:19. 3. Ciraldo A,
Thomas D, Schmidt s: A Case Report: Transverse Colon Volvulus Associated With Chilaiditis Syndrome.
The Internet Journal of Radiology 2000.
33
MÁ ROTAÇÃO DE ESTÔMAGO E INTESTINO ASSOCIADA A AGENESIA DE BAÇO.
Félix Carlos Ocariz Bazzano; Ana Cláudia Bartels Carvalho; Ana Laura Caramori Silva; Ítalo Filipe Cardoso
Amorim; Jeslaine Juceli da Silva*; Rafael Baroni Carvalho Liga de Cirurgia Pediátrica da Universidade do
Vale do Sapucaí (MG)- Hospital das Clínicas Samuel Libânio.ua São João, nº 678, Primavera.
Introdução: Um trato alimentar completamente funcional em recém-natos corresponde a um complexo
sistema orgânico que se desenvolve do tubo digestivo primitivo a partir de uma complicada, porém
ordenada seqüência de eventos, que se estende desde o período embrionário até o nascimento. Um amplo
espectro de anomalias congênitas do trato gastrintestinal é causa significativa de morbidade no grupo
pediátrico. Estas anormalidades incluem distúrbios obstrutivos completos ou parciais (atresia/estenose),
anomalias de rotação e fixação, bem como duplicações e compressões extrínsecas.(3). Alterações
congênitas do posicionamento gastroesplênico em geral estão relacionadas à distúrbios da rotação do
intestino médio.As malformaçöes congênitas esplênicas säo relativamente infrequentes e, dentre as mais
importantes, destacam-se a agenesia esplênica, baços ectópicos ou migratórios e os supranumerários ou
acessórios(2).A má rotação intestinal, por sua vez, é uma anomalia congênita causada por uma rotação
incompleta ou não rotação do intestino no eixo da artéria mesentérica superior durante o desenvolvimento
embrionário, que se apresenta tipicamente nos primeiros meses de vida, mas às vezes pode surgir
tardiamente.(1). Relato do caso: paciente de 9 meses, gênero feminino, deu entrada no HCSL (Hospital
das Clínicas Samuel Libânio), em bom estado geral, com quadro de vômitos pós-alimentares precoces sem
resposta ao tratamento clínico anterior para refluxo gastroesofágico grave secundário a má rotação
intestinal. Encaminhada a procedimento cirúrgico, foi realizada laparotomia longitudinal, na qual foram
executadas lise de aderências congênitas múltiplas, fundoplicatura à Nissen para solução de RGE e
correção de hérnia de hiato esofágico. Havia ainda hepatomegalia leve, obstrução intestinal e presença de
baço hipodesenvolvido em plano direito. A má rotação intestinal não pôde ser corrigida e as alças foram
mantidas na disposição do nascimento (com válvula ileocecal à esquerda). A paciente apresentou
satisfatória evolução. Discussão: Um completo entendimento sobre o desenvolvimento normal do trato
gastrintestinal é útil na compreensão das suas anomalias congênitas. A má rotação intestinal pode não
apresentar sintomas ou apresentá-los tardiamente causando dificuldade e erro no diagnóstico.
Referências: (1) ARAUJO, Ubirajara Rutilio Mendes e Ferreira de; EL TAWIL, Imad Izat. Má rotação intestinal em
adulto, relato de caso e revisão da literatura. ABCD, arq. bras. cir. dig., São Paulo, v. 22, n. 4, Dec. 2009 ;(2)
COELHO, Júlio Cezar Uili ; BONIN, Eduardo Aimoré ; RAMOS, Eduardo José Brommelstroet ; TOLAZZI,
André Ricardo D ; CAMPOS, A. C. L. . Três baços acessórios em paciente com anemia hemolítica autoimune : relato de caso. Revista Médica do Paraná , v. 58, p. 20-22, 2000; (3) FIGUEIREDO, Sizenildo da
Silva et al. Atresia do trato gastrintestinal: avaliação por métodos de imagem. Radiol Bras [online]. 2005,
vol.38, n.2, pp. 141-150.
34
PACIENTE PORTADOR DE DISFUNÇAO VENTRICULAR E INSUFIENCIA MITARL SINTOMATICA
E INDICAÇÃO DE VALVULOPLASTICA MITARL EVOLUINDO COM MELHORA DA
INSULFICINECIA MITRAL APÓS USO PRE – OPERATORIO DE LEVOSIMEDAN
Introdução- O levosimendan representa uma nova estratégia no tratamento da insuficiência cardíaca
descompensada( choque cardigênico e ICC). A insuficiência mitral atua tardiamente na evolução da
miocardiopatia dilatada e decorre da interação dos seguintes fatores: a presença de alterações
segmentares da contratilidade ventricular, a disfunção dos músculos papilares, a dilatação do anel
valvar mitral e, especialmente, alteração geométrica da cavidade ventricular, propiciando além da piora
do desempenho ventricular, o escape valvar mitral, diminuindo, em conseqüência, o débito cardíaco.
Relato do Caso -Paciente de 46 anos, admitido no pronto socorro do Hospital Beneficência
Portuguesa de São Paulo (HBPSP) referindo dor torácica e dispnéia aos esforços habituais, com
antecedentes de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia e tabagismo. Foi internado com
diagnóstico de insuficiência cardíaca descompensada e o ecocardiograma demonstrou insuficiência
mitral importante associada à disfunção ventricular. Apresentava indicação consensual de
valvuloplastia mitral e, no pré operatório, recebeu pulso de levosimedan, tendo em vista a função
ventricular esquerda deprimida. Durante a avaliação ecocardiográfica pré-operatória foi observada
melhora da coaptação valvar e desaparecimento da insuficiência mitral com melhora importante da
disfunção ventricular. Discussão- A fisiopatologia da miocardiopatia dilatada apresenta,
evolutivamente, mudança na geometria da cavidade ventricular esquerda. Observa-se também
dilatação do anel mitral, a disfunção dos músculos papilares, que conjuntamente a alterações
segmentares da contratilidade ventricular, determinam a não coaptação dos folhetos valvares com
subseqüente escape valvar. A levosimendana, o mais estudado sensibilizador de cálcio lançado em
diversos países para tratamento de insuficiência cardíaca aguda descompensada (ICAD), tem efeitos
inotrópicos e vasodilatadores. Ao contrário dos inodilatadores clássicos, a levosimendana aumenta a
eficiência miocárdica sem aumentar a demanda miocárdica de oxigênio, tem propriedades antihibernantes, aumenta o fluxo sangüíneo coronariano e não tem efeitos lusitrópicos negativos. Vários
estudos revelaram benefícios clínicos significativos, como redução da congestão e aumento do débito
cardíaco. Vários estudos clínicos demonstraram o efeito benéfico da levosimendana sobre os sinais
clínicos e hemodinâmicos de curto prazo em portadores de ICA. ste relato demonstra a necessidade de
mais estudos que comprovem a eficácia do uso de levosimendan e aumentar as alternativas
terapêuticas conservadoras para pacientes com miocárdiopatia diladata e insuficiência valvar, antes
que a conduta cirúrgica seja instituída, diminuindo os riscos que esta oferece e melhorando a qualidade
de vida dessas pessoas. Referências– 1- Buffolo, E.; Paula, I.A.M,; Palma, H.; Branco, J.N.R; Nova
abordagem cirúrgica para o tratamento de pacientes em insuficiência cardíaca refratária com
miocardiopatia. São Paulo-sp. 2- Hueb, A.C.; Jatene, F.B; Moreira, L.F.P.;Pomerantzeff, P.M.A.,; Mioto,
B.M.; Chabelmann, R.C.; Oliveira, S.A.; Estudo Comparativo do anel valvar mitral e do ventríiculo
esquero na cardiomiopatia dilatada. Rev. Bras. Cir. Cardiovasc vol.16 no.4 São Paulo Out/Dez. 2001.
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Anais Semana Médica 41ª - Edição