Universidade
Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
No pain, no gain: análise da percepção de instrutores de
musculação sobre a transformação corporal e o uso de
farmacológicos anabólicos em academias de Londrina-Pr
Gabriel Bento Ladeia
LONDRINA – PARANÁ
2010
2
GABRIEL BENTO LADEIA
NO PAIN, NO GAIN: ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE
INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO CORPORAL E O USO DE
FARMACOLÓGICOS ANABÓLICOS EM ACADEMIAS
DE LONDRINA-PR
Trabalho apresentado como requisito parcial
para a Conclusão do Curso de Bacharelado em
Educação Física do Centro de Educação Física
e Esporte da Universidade Estadual de
Londrina, sob orientação do Professor
Doutorando Márcio Alessandro Neman do
Nascimento.
COMISSÃO EXAMINADORA
________________________________________________
Prof. Dto. Márcio Alessandro Neman do Nascimento
Universidade Estadual de Londrina
______________________________________
Prof. Ms. Mathias Roberto Loch
Universidade Estadual de Londrina
______________________________________
Prof. Dr. Ernani Xavier Filho
Universidade Estadual de Londrina
Londrina, ____ de____________ de 2010
3
LADEIA, Gabriel Bento.No pain, no gain: análise da percepção de instrutores de musculação
sobre a transformação corporal e o uso de farmacológicos anabólicos em academias de
Londrina-pr.Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física.
Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2010.
RESUMO
O corpo é, e sempre foi, objeto de estudo de várias sociedades distintas, passando
por varias definições e transformações de conceito. Inclusive as suas concepções de
corpo belo e feio, também tiveram suas modificações ao longo do tempo.
Atualmente há uma preocupação exacerbada com a construção do corpo ideal,
imposta pela mídia e pela sociedade, isto é, de acordo com os padrões atuais a
definição de um corpo belo, seria ele, composto por uma baixa porcentagem de
gordura e alta porcentagem de massa muscular. Com isso a indústria lança cada
vez mais produtos no mercado prometendo para o consumidor o corpo tão desejado.
Entre esses produtos estão os farmacológicos anabolizantes, que são vendidos de
modo irregular e ilegal, pois a venda sem receita medica no Brasil é proibida. Porém
o fascinante resultado atingido por essas substancias, levam cada vez mais pessoas
a se utilizarem desses procedimentos. Dentre desse contexto, da busca do corpo
perfeito, insere-se mais intensamente o profissional da área da Educação Física e
Esporte por estes terem a função de orientar a atividade física e que, por sua vez,
essa, pode estar diretamente relacionada ao uso desses farmacológicos anabólicos.
Portanto, o presente estudo tem como objetivo analisar a percepção de instrutores
de musculação sobre o a transformação corporal e o uso de farmacológicos
anabólicos nas academias do Município de Londrina - Pr. Para essa pesquisa foi
aplicado um questionário misto, de múltipla escolha, com instrutores de musculação
de 13 academias de Londrina. A análise dos resultados obtidos indica que esses
profissionais estão mais vulneráveis ao uso desses fármacos. Uma vez que, existe
uma “pressão” social para que esses profissionais sejam modelos e representantes
de uma estética “saudável”, “bela” e padronizada. Também analisa-se o déficit na
formação acadêmica, tanto na Educação Física quanto no Esporte, em relação a
informações sobre essas substancias. Sugere-se uma maior abordagem acadêmica
sobre farmacológicos, já que é um assunto que consta presente no ambiente de
trabalho desses profissionais.
Palavras-chave:. Anabolizantes. Corpo. Educação Física. Estética. Musculação.
4
LADEIA, Gabriel Bento.No pain, no gain: análise da percepção de instrutores de musculação
sobre a transformação corporal e o uso de farmacológicos anabólicos.Trabalho de Conclusão
de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte.
Universidade Estadual de Londrina, 2010.
ABSTRACT
The body is, and always has been the object of study of several distinct societies, through
several transformations and definitions of the concept. Including their conceptions of the body
beautiful and ugly, had their changes over time. Currently there is an exaggerated concern
with the construction of the ideal body, imposed by the media and by society, that is,
according to current standards the definition of a beautiful body, would it be composed of a
low-fat percentage and high percentage of mass muscle. With this, the industry launched more
products in the market promising to the consumer´s body as desired. Among these products
are the pharmacological anabolic steroids, which are sold on an irregular and unlawful, for
sale without a prescription in Brazil is prohibited. But the fascinating results achieved by
these substances, leading more and more people to use these procedures. Within this context,
the search for the perfect body, it fits more closely the professional in the field of Physical
Education and Sports because they have the function of guiding the physical activity and that,
in turn this can be directly related to the use of anabolic pharmacology. Therefore, this study
aims to examine the perception of fitness instructors on the body transformation and the use
of anabolic pharmacology at the academies of Londrina – Pr. For this research a mixed
questionnaire was applied, multiple choice, with bodybuilding instructors of 13 gyms of
Londrina. The results obtained indicate that these professionals are most vulnerable to these
drugs. Since there is a social "pressure" for these professionals to be models and
representatives of an aesthetic "healthy" "beautiful" and standardized. It also analyzes the
deficit academic training, both in Physical Education and in Sport for information on these
substances. It is suggested that a better approach academic about pharmacological, since it is a
subject appearing in this work environment for these professionals.
Keywords: Steroids, Body, Physical Education, Aesthetics, Bodybuilding.
5
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................... .06
2 JUSTIFICATIVA .................................................................................................................. 14
3 MÉTODOS ............................................................................................................................ 15
3.1 Caracterização do estudo ................................................................................................. 15
3.2 População e amostra ........................................................................................................ 15
3.3 Local ................................................................................................................................ 15
3.4 Procedimentos para a coleta dos dados ........................................................................... 16
3.5 Análise dos dados ............................................................................................................ 16
4 RESULTADO E DISCUSSÃO............................................................................................18
4.1 Caracterização da amostra..............................................................................................18
4.2 Relação corpo e farmacológicos.....................................................................................21
4.3 Conhecimento sobre farmacológicos..............................................................................26
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................34
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 35
7 ANEXOS...............................................................................................................................38
ANEXO I - Termo de consentimento..................................................................................39
ANEXO II - Questionário....................................................................................................40
ANEXO III- Matrizes Curriculares dos Cursos de Ed. Física e Esporte de Londrina-Pr....42
6
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade, a visão sobre o corpo se transformou e extrapolou a simplificada visão
biologizante, adquirindo valoração e expressões amplas tanto na esfera da vida pública quanto
no privado. O conceito de corpo, assim, circunscreve-se em diversos patamares ideológicos
observados cotidianamente nas práticas sociais em diferentes momentos históricos. Abordar
essa temática sobre o corpo nas sociedades contemporâneas requer necessariamente a
observação sobre a construção sócio-histórica pautada pelo capitalismo, ou seja, orientado
pela ordem econômica, consumista e efêmera (GOLDENBERG, 2007).
Desse modo, nos primórdios, o homem era um ser extremamente ativo fisicamente,
uma vez que para sobreviver, precisava se proteger de predadores e fenômenos naturais, assim
como providenciar sua subsistência (caçar, pescar, subir em árvores para colheitas de frutas,
entre outros). Coletivamente, migravam para outros territórios em busca de proteção, moradia
e alimentos, realizando assim, longas caminhadas em busca de moradia, sem contar em suas
caçadas que o faziam saltar, lutar, correr, ou seja, a atividade física era constante em sua vida.
Para tanto, suas ações diárias resultavam em um desenvolvimento corporal apresentado sob a
forma de atividades de força física, de resistência e velocidade (PITANGA, 2002, p.50;
MORRIS, 1975).
A atividade física antes praticada instintivamente, motivada pelas necessidades
primitivas do homem, é vista hoje, como uma ferramenta que pode ser utilizada ou não em
prol da saúde. Ao mesmo ritmo da evolução do homem, cresceu também o sedentarismo na
sociedade. Dentre vários aspectos sociais como o excesso de trabalho, violência nas grandes
cidades, privatização de espaços públicos direcionados para a prática de atividade física, etc.,
o homem também foi motivado por um mundo de facilidades tecnológicas e disponibilidade
de alimentos. Meios de locomoção, robótica nas linhas de produção, indústrias de alimentos
“fast food”, lazer sedentário por meio de eletrodomésticos, lazer este que a pessoa é
estimulada a ser mero espectador da atividade (por ex: controle remoto, comunicação virtual,
automóveis, celular entre outros), fazem a sociedade atual se acomodar, sugerindo a idéia de
que o ser humano precisa de pouca ou quase nenhuma atividade física para conseguir
sobreviver e viver em sociedade (ALVES, 2007, p.466).
Essa inatividade física gera problemas para o homem contemporâneo, no que tange a
sua saúde global. Relações com a corporalidade, entre outros, torna a atividade física,
qualquer atividade que tenha um gasto energético maior do que o gasto de repouso
(CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985), objeto de pesquisas, surgindo assim o
7
exercício físico. Este entendido ainda como subcategoria da atividade física, esta por sua vez
planejada, estruturada e repetitiva que tem como objetivo aumentar ou manter um ou mais
variáveis da aptidão física (CASPERSEN; POWELL; CHRISTENSON, 1985). O exercício
físico é visto nos dias atuais, como um importante fator de controle e prevenção de doenças
crônico-degenerativas (produto muitas vezes da inatividade física), tais como: doença arterial
coronariana, diabetes, hipertensão, osteoporose (PITANGA, 2002, p.50).
Matsudo e colaboradores (2001, p.11) apontam o exercício físico como uma
importante ferramenta na promoção da saúde e qualidade de vida durante o processo de
envelhecimento. Sugere ainda que a atividade física seja estimulada também na fase adulta,
para a prevenção dessas doenças crônicas não transmissíveis (por ex: diabetes), que surgem
com mais freqüência durante a terceira idade. A saúde envolve não somente os aspectos
físico-biológicos, mas adentra nas discussões do bem-estar psicológico, emocional, mental e
cognitivo. (ARAÚJO & ARAÚJO, 2000, p.195).
Além da preocupação com a saúde, alguns autores sugerem que um dos principais
motivos que levam os indivíduos ao inicio da prática de atividades físicas é a insatisfação com
o próprio corpo ou com a imagem que se tem dele (DAMASCENO, 2006 apud FERMINO at
al, 2010 p.19 ). Cria-se uma apreciação demasiada do corpo, visto como objeto mutável, que
pelos seus excessos, essa apreciação pode ser também denominada de “culto ao corpo”.
Esse “culto ao corpo” não nos remete somente a idéia de um corpo biológico, visto
como uma célula autônoma, ou constituído por várias células que funcionam de modo
integrado, com uma harmonia entre órgãos no desempenho de suas funções como sugeria
Émile Durkheim, citado por Azevedo (2007, p.70). Diferentemente do proposto por
Durkheim, a celebração do “culto ao corpo” deve ser analisada mais profundamente na idéia
da construção social dos corpos e suas transformações, e da relação homem-corpo dada ao
longo da história da civilização.
Desde a Grécia antiga o corpo recebe uma grande importância, visto que as figuras de
divindades da mitologia grega tinham na sua maioria formas humanas. Essa preocupação com
o corpo era observada também na relação do corpo como uma ferramenta, pois o grego antigo
fazia de uso da agricultura e trabalhos braçais, sem contar o uso do corpo para a guerra, tendo
assim que utilizar de atividades físicas para uma busca de uma perfeição corporal. Logo
depois surgiram filósofos que abordaram o temas como: corpo, mente, alma entre outros.
Platão por exemplo citava que a alma seria preexistente ao corpo e a ele sobrevive. Já
Aristóteles colocava que todo organismo é a síntese de dois princípios: matéria e forma.
(CASTRO; ANDRADE; MULLER, 2006; SANTOS, 1997)
8
Na Idade média, o corpo era considerado instrumento de consolidação das relações
sociais, sagrado, separação do corpo profano, espírito-mente. As características físicas do
individuo, era determinante em suas funções sociais junto ao feudo. A moral cristã repreendia
qualquer tipo de manifestação de culto ao corpo, por julgar que o mesmo poderia transformar
a alma sagrada em impura. (AZEVEDO & GONÇALVES, 2007, p.70)
Logo após a “Idade das trevas”, na Renascença, o corpo passou a ser estudado
cientificamente, porém ainda anatomicamente, sem a dualidade, que defendiam Platão e
Descartes, do corpo como objeto, que carregava uma alma pensante. (AZEVEDO &
GONÇALVES, 2007, p.70)
Já na idade moderna, impulsionado pelo capitalismo exacerbado e pela revolução
Industrial, o corpo do “homem-máquina” era somente visto como meio de ganho econômico,
socialmente oprimido e manipulável; exigia-se o máximo do trabalhador, sem mesmo
respeitar seus limites biológicos. (AZEVEDO & GONÇALVES, 2007, p.71)
Somente na contemporaneidade que o dualismo citado por Platão (corpo separado da
mente) e Descartes (corpo separado da alma) é analisado de maneira mais ampla. Porém, o
corpo se torna um produto, um acessório, uma construção a ser moldada, e desse modo, a
aparência, deduzida da feição do rosto e/ou das formas do seu corpo. (BRETON, 2006, p. 9,
apud AZEVEDO & GONÇALVES, 2007, p.71)
O corpo então se transforma em um “grande canteiro de obras” que pode ser
modificado de acordo com o desejo e a condição social do seu próprio dono, visto que, a
preocupação com a aparência e a forma física aparece de forma inflacionada, no Brasil,
especialmente entre camadas mais sofisticadas dos grandes centros urbanos (GOLDENBERG
& RAMOS, 2007, p.20). Atualmente, o corpo vai se formando como um objeto obscuro e
confuso, em razão do discurso da modernidade, que em primeiro lugar tem a apologia do
corpo como um objeto, sustentado em uma materialidade física, logo o transformando como
forma de mercadoria (BRETON, 2006, p. 9, apud AZEVEDO & GONÇALVES, 2007, p.67).
Como toda mercadoria, o corpo-objeto é explorado pelo mundo capitalista. Essa valorização e
valoração da aparência física idealizada abrem portas para a grande indústria da beleza, pois o
culto ao corpo não se limita a prática de exercícios físicos somente, mas também a dietas,
cirurgias plásticas, uso de produtos cosméticos, uso de farmacológicos, enfim, tudo que
responda à preocupação de se ter um corpo próximo do ideal de belo e aparentemente
saudável e jovial (CASTRO, 2003, p.15 apud FIGUEIREDO, 2008, p.172).
Essa visão de corpo como um objeto mutável, remete a uma super valorização para os
indivíduos que se apropriam de tal corpo “perfeito”, e com isso surge o chamado
9
fisiculturismo ou “Body building”, que de acordo com a definição da Confederação Brasileira
de Culturismo e Musculação é o “esporte que visa desenvolver o tamanho muscular entre
definição, proporção, simetria estética e harmonia”,1 os praticantes desse esporte se
apresentam em campeonatos, regionais, nacionais, e internacionais. Fazem coreografias de
apresentação, exibindo seus músculos, destacando-se quem tiver melhor definição muscular,
beleza e simetria corporal.
O físico alcançado por esses atletas de fisiculturismo é conseguido com séries de
exercícios de musculação intensos, prescrito de acordo com o objetivo estético do atleta.
Juntamente com esse treino, os atletas devem ter um acompanhamento nutricional adequado
para seu tipo específico de treinamento. O referido treinamento regrado, também ocorre com
pessoas que usam a prática de musculação, no caso, para atingir um corpo belo e passar a ser
admirado por uma estética dentro do padrão de beleza contemporâneo.
O padrão estético atual é motivado e/ou estipulado pela mídia, que não influencia
somente freqüentadores de academias, mas também milhões de pessoas que por intermédio do
cinema, televisão, moda, publicidade, jornais e revistas (que exibem corpos e rostos ditos
“perfeitos”) são levados a procurar uma construção da boa forma e da saúde (SABINO, 2000,
p.141). O auto-controle exigido para que se obtenha a aparência física estimulada pela mídia,
faz com que muitos recorram a privações alimentares de produtos hipercalóricos, assim como
requer uma disciplina e disposição rotineira para a prática de exercícios. A gordura surge
assim, como maior inimiga da boa forma, e não obstante, não estar gordo não é o suficiente,
pois exige-se que o corpo seja construído firme, musculoso e tonificado, livre de qualquer
moleza e de aparência jovial (GOLDENBERG & RAMOS, 2007, p.26-27).
Essa busca pelo corpo perfeito pode ser um dos fatores principais que leva pessoas a
buscarem auxílio em procedimentos rápidos de modificação corporal, como por exemplo, o
uso e, muitas vezes, o abuso de esteróides anabólicos. De acordo com Sabino (2000, p.143) o
baixo percentual de gordura, e alto percentual de massa muscular tornou-se, atualmente,
culturalmente positiva, fazendo com que mulheres e homens, adultos e adolescentes utilizem
anabolizantes, outros hormônios e produtos para alcançar a forma física almejada, que por sua
vez representa uma melhor posição e aceitação social. No ambiente da academia o
conhecimento aplicado com esse tipo de assunto pode ser, possivelmente, levado para o lado
empírico, ou seja, conhecimento produzido através de experimentação intuitiva, imitação a
1
www.cbcm.com.br.
10
outros usuários, reproduzido teoricamente e/ou na pratica, já que o uso de anabolizantes para
fins estéticos é proibido por lei.
De acordo com os critérios da Resolução n.2 de 05 de maio de 2004, do Ministério do
Esporte (BRASIL, 2004). Dentre o meio esportivo brasileiro é considerado dopping o uso de
Esteróides Andrógenos Anabólicos (EAA), substâncias estimulantes e narcóticos. A
regulamentação sobre a comercialização dessas substâncias é dada pela portaria 344 de 12 de
maio de 1998 (BRASIL, 1999). Então, para adquirir os EAA nas farmácias o indivíduo deve
ter em mãos um receituário que contenha a orientação e prescrição para o paciente por um
profissional legalmente habilitado, quer seja de formulação magistral (medicamento, o qual é
prescrito pelo médico, especificando todos os seus componentes pelo nome químico,
delimitando a sua concentração estabelecendo qual o veículo apropriado e a quantidade
necessária para o tratamento completo, por exemplo: medicamentos manipulados) ou de
produto industrializado.
No sentido apresentado acima, nenhum profissional ou usuário de academia poderia
indicar, obter, prescrever e, muito menos utilizar esteróides anabólicos. O Conselho Nacional
de Educação (Câmara de Educação Superior), Resolução Nº7, 31 de março de 2004
(BRASIL, 2004), institui nas diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em
Educação Física, em nível superior de graduação plena, de acordo com o artigo 3º que:
A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção acadêmicoprofissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento humano,
com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginástica, do
jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de
problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da
formação cultural, da educação e da reeducação motora, do rendimento físicoesportivo, do lazer, da gestão de empreendimentos relacionados às atividades
físicas, recreativas e esportivas, além de outros campos que oportunizem ou
venham a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas.
Partindo da citação acima, compreende-se que o profissional de Educação Física ao
sair da universidade estaria apto a esclarecer questões relacionadas à saúde, que são
constantemente presentes no ambiente de trabalho, inclusive sobre o uso de anabolizantes.
Iriart, Chaves e Orleans, (2009, p.733) destacam que, atualmente, o aumento do consumo de
anabolizantes entre jovens tem sido relatado por pesquisadores de vários países, logo os
autores sugerem que constituiria assim, o uso dessas drogas, um problema de saúde pública.
11
Levando em consideração os impactos decorrentes do uso de anabolizantes, podemos
considerar que além de um problema individual, seria também social. Tendo em vista seus
vários relatos do consumo dessas substancias e também pelo produto ser responsável por
eventuais efeitos colaterais, esses efeitos causados na pessoa interferiria também no seu
ambiente familiar e social consequentemente. O artigo 4º da Resolução nº7 do CNE cita
(BRASIL,2004):
O curso de graduação em Educação Física deverá assegurar uma formação
generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmicoprofissional, fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta
ética.
Essa conduta ética, deve ser assegurada pelo sistema CONFEF/CREFs (órgão regente
do Código de Ética da Educação Física), onde se evidencia as responsabilidades e deveres do
profissional de Educação Física. Sendo assim, é previsto por este código de ética no artigo 9º,
parágrafo IV que “os profissionais devem denunciar aos órgãos competentes as
irregularidades no exercício da profissão...”. Logo, o descumprimento do disposto neste
código constitui em infração disciplinar sujeito a penalidades, que vão desde advertência
escrita até o cancelamento do registro profissional e divulgação do fato (BRASIL, 2003),
visto que na resolução CONFEF nº 046/2002 a Educação Física é integrada a área da saúde:
Também, por determinação da Lei nº 9696/98, que regulamentou essa profissão, é
prerrogativa do profissional graduado em Curso Superior de Educação Física
(Licenciatura ou Bacharelado), com registro no Sistema CONFEF/CREFs, a
prestação de serviços à população em todas as atividades relacionadas à Educação
Física e nas suas diversas manifestações e objetivos. É, portanto, um campo
profissional legalmente organizado, integrado a área da saúde e da educação, sendo
necessário que, em todas as ocupações profissionais do campo de Educação Física,
se considere esta nova realidade.
Partimos então, da idéia que o profissional de educação física tem uma clara
obrigação com a saúde na sociedade atual, e evidenciados os possíveis efeitos que
anabolizantes poderiam causar ao ser humano, reitera-se a importância do conhecimento deste
profissional sobre este tipo de fármaco. O papel do profissional da saúde é também mostrar
que há desenvolvimento muscular sem que precise do uso de esteróides anabólicos
(SANTARÉM, 2001 apud SANTOS et al 2006, p.378 )
12
Os esteróides anabólicos são farmacológicos, e foram criados para o tratamento de
sarcopenias2, hipogonoidismo3, câncer de mama4, osteoporose5 e deficiências androgênicas6,
déficits no crescimento corporal, dentre outras (COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA
ESPORTIVA,
1977;
TOKISH;
KOCHER
&
HAWINS,
2004;
SILVA,
D.
&
CZEPIELEWSKI, 2002).
Como qualquer farmacológico, os esteróides anabólicos tendem a ter seus efeitos
adversos: no sistema cardiovascular pode acontecer à elevação da pressão arterial, redução do
HDL(lipoproteína de alta densidade) arritmia e trombose. Problemas também dermatológicos
como acne, e estrias, além de alterações importantes no sistema reprodutor, causando
hipertrofia da próstata7, ginecomastia8. e impotência sexual nos homens. Nas mulheres correm
o excesso de pêlos, engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris9 e irregularidades nos ciclo
menstrual. (COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA, 1977; BAHRKE &
YESALIS, 2004; EVANS, 2004; LUIS, et al. 2001; MARAVELIAS, et al. 2005; TOKISH et
al. 2004).
Na parte psicológica há relatos de mudança de humor, hostilidade, agressividade,
depressão, surtos psicóticos, e ocorrendo por vezes um quadro de síndrome de abstinência.
(COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA, 1977; EVANS, 2004; PAGONIS,
et al. 2005; PAGONIS, et al. 2006; PELUSO, et al. 2000).
O uso de esteróides anabólicos está relacionado em nossa sociedade a transformações
corporais, tanto em aparência, quanto em desempenho. Através do aumento da síntese
protéica no músculo, inibição do catabolismo da proteína muscular, do aumento da retenção
de nitrogênio e da estimulação da eritropoiese (processo de produção de hemácias ou glóbulos
vermelhos do sangue), todos esses mecanismos acarretam no aumento da massa muscular.
Logo, o aumento do desempenho e da tão buscada “beleza” corporal, levando em
consideração os padrões atuais de nossa sociedade. Temos que levar em conta também que
2
Do Grego, "pobreza de carne", é a perda degenerativa de massa e força nos músculos com o envelhecimento.
Cerca de um terço da massa muscular perde-se com a idade avançada (cerca de 1% ao ano, a partir dos 65 anos
de idade). Essa perda de massa reduz força muscular. Devido ao aumento da expectativa de vida da população
mundial e consequentemente da população idosa, a sarcopenia vem se tornando uma questão de saúde bastante
relevante no mundo desenvolvido.
3
Defeito no sistema reprodutor que resulta na diminuição da função das gônadas (ovários ou testículos).
4
Câncer do tecido da mama. Mundialmente, é a forma mais comum de câncer em mulheres
5
Doença que atinge os ossos. Caracteriza-se quando a quantidade de massa óssea diminui substancialmente e
desenvolve ossos ocos, finos e de extrema sensibilidade, mais sujeitos a fraturas.
6
Deficiência do corpo em produzir determinado tipo de hormônio.
7
Aumento no tamanho da próstata.
8
Nome dado ao crescimento das mamas nos homens devido a patologias, geralmente associadas a desbalanços
hormonais.
9
Aumento no tamanho do clitóris.
13
dentre os efeitos psicológicos provocados pelo o uso de esteróides anabólicos, a agressividade
poderia ser utilizada, em uma sessão de treinamento, como motivação e assim aumentando
também o desempenho do usuário. (SILVA; DANIELSKI & CZEPELEWSKI, 2002, p.238)
Visto a relação e o compromisso do profissional de Educação Física com a saúde e a
sociedade atual, o objetivo primeiro deste estudo investiu na análise de conhecimento dos
profissionais atuantes em academias do Município de Londrina sobre farmacológicos,
especificamente esteróides anabólicos e a relação do mesmo em seu uso para a transformação
corporal. Ainda, trouxe como objetivos específicos:
a) Verificar onde e como a população pesquisada obteve e/ou busca conhecimentos e
atualizações sobre esteróides anabólicos;
b) Analisar as condições pedagógicas e informativas ofertadas pelos cursos de
formação desses profissionais sobre o uso de esteróides anabólicos.
14
2 JUSTIFICATIVA
Ao longo da história, o corpo foi (é) um aparato biológico que se modificou e adquiriu
formas e sentidos de acordo com a vivência de cada período histórico e de cada cultura ao
redor do mundo. Atualmente, a sociedade capitalista ocidental configurou novas formas em
lançar corpos socialmente aceitos e desejados, produzindo estratégias de controle e disciplina
apresentados pela mídia sob o modelo de padrões comportamentais e necessidades que devem
ser aderidas pela maioria da população. Entretanto, na contemporaneidade, também se
observa a quebra de paradigmas rígidos e estanques em relação a estilos de vida e
corporalidades singulares, permitindo assim, o aparecimento de estéticas até então não
visibilizadas.
Desse modo, nota-se uma busca incansável do culto a beleza, especificado pelo corpo
atlético, viril e potente para os homens e silhuetas impossíveis em se alcançar para a maioria
das mulheres, sugerindo a soma de esforços da cultura fitness, da cirurgia plástica e da moda
para realçar o que se determinou como ideal, assim como a mercantilização e uso informal e
irrestrito de anabolizantes que, de algum modo, sugerem a rapidez de resultados em curto
espaço de tempo em detrimento de atividades físicas orientadas, acompanhadas e
sistematizadas realizadas por um profissional no desenvolvimento de suas atribuições e
conhecimentos, em específico, o educador físico e o graduado em esporte.
15
3 MÉTODO
3.1 Caracterização do estudo
Partindo dos objetivos elencados neste trabalho, foi proposto por Minayo (2000) que
uma das condições importantes para a escolha do método se refere ao público-alvo
pesquisado, sendo mais usualmente a pesquisa quantitativa utilizada para campos de pesquisa
e contingente populacional numeroso. Entretanto, sabe-se também que, a análise qualitativa
de dados quantitativos (pesquisa mista) quando aplicada, trata os dados trazidos pelos
questionários mais enfáticos, valorizando a qualidade e descrição da relação objeto-pesquisa
realizados, sugere-se assim, produzir análises e conclusões mais elaboradas.
3.2 População e amostra
Foram selecionados como população-alvo desta pesquisa, 54 instrutores de
musculação formados no curso de Educação Física e/ou Esporte, de ambos os gêneros e
atuantes em academias da cidade de Londrina - Pr. Sendo que desses 54 instrutores houve
uma perda amostral por simples negação de sua participação de 4 indivíduos, caracterizando
assim um total de 50 instrutores que participaram do estudo.
3.3 Local
O campo selecionado para a execução da coleta de dados foi distribuído por 13
academias escolhidas intencionalmente. Academias consideradas de grande porte (com mais
de 300 alunos matriculados) do município de Londrina. De forma que abrangesse
profissionais que lidavam diariamente com um alto numero de alunos, dado que aumenta a
responsabilidade de atuação desse profissional.
3.4 Procedimentos para coleta de dados
Foi aplicado um questionário contendo 14 perguntas de múltipla escolha (ver anexo
II), com possibilidade de justificativa para algumas delas, portanto, sendo caracterizada como
um instrumento de coleta de dados misto (perguntas objetivas e subjetivas), conciliando assim
a análise qualitativa e quantitativa dos dados. A convergência desses dois tipos de análises
16
auxilia na produção na extração potencializada das questões respondidas (THOMAS;
NELSON & SILVERMAN, 2007, p.306).
Os participantes responderam voluntariamente ao questionário. Anterior a aplicação
do instrumento da pesquisa, foi feito contato com os responsáveis (donos e/ou coordenadores)
pelas academias, solicitando permissão para que a coleta pudesse ser realizada. Com o aval do
responsável da academia os participantes responderam o questionário mediante a assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido (Ver anexo I).
O anonimato dos participantes e da academia foi garantido explicitamente, de acordo
com as normas éticas vigentes para pesquisas acadêmicas realizadas com humanos. Após o
preenchimento do questionário, o próprio participante colocava o questionário imediatamente
em uma pasta onde continha os demais questionários preenchidos sem qualquer identificação,
de modo que uma vez colocado na pasta era misturado com os demais questionários, sendo
assim impossível a identificação do sujeito que participou do estudo.
3.5 Análise dos dados:
Para realizar a análise dos dados, foram considerados alguns aspectos relevantes para
o desdobramento da pesquisa, como por exemplo: visão de corpo do profissional de
academia; conhecimentos específicos sobre fármacos (efeitos esperados, efeitos adversos); a
utilização desse tipo de substância por instrutores; produtos usados em associação com o
exercício físico; visão do instrutor sobre o uso de fármaco; descrição da fonte de informação
sobre fármacos (como obter fármacos anabólicos e no ponto de vista desse profissional
analisar os fatores que podem influenciar no uso dessas substâncias pela sociedade), entre
outros aspectos salientados no questionário.
Os dados coletados foram analisados partindo do conjunto de respostas agrupadas por
três categorias:
1-
Caracterização da amostra: Esta categoria foi usada para revelar
características da amostra, como idade, comportamentos de risco, formação
acadêmica, etc. Fazem parte dessa categoria as letras “a”, “b”, “c”, “d” e “e”
do questionário;
2-
Relação corpo e farmacológicos: Categoria utilizada para relacionar a
percepção de corpo, ao uso de farmacológicos relacionado também a
sociedade atual. Fazem parte dessa categoria as perguntas “1”, “2”, “3”, “4”,
“5” e “6”;
17
3-
Conhecimento sobre farmacológicos. Essa categoria buscou analisar o
conhecimento especifico sobre farmacológicos (tanto anabólicos, quanto
farmacológicos em geral), e também a fonte desse conhecimento. Fazem
parte dessa categoria as perguntas “7”, “8”, “9”, “10”, “11”, “12”, “13” e
“14”.
O referencial teórico adotado partiu das teorias e análises trazidas pelos autores
constantes nas referencias bibliográficas. Foi utilizado a analise descritiva, optando-se a
apresentar os dados de forma de freqüência relativa, analise que aumenta a especificidade da
resposta do individuo (THOMAS; NELSON & SILVERMAN, 2007).
18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização da amostra
Do total de 54 instrutores que atuavam nas 13 academias, somente 50 participaram do
estudo. Sendo desses, 28 homens e 22 mulheres, dado que revela um equilíbrio em relação ao
gênero da amostra (Ver gráfico 1.1).
44%
Mas c ulino
56%
F eminino
Gráfico 1.1 – Gênero da amostra.
A maioria dos participantes tem a idade de 26 a 30 anos, sendo esses 56% de todos os
participantes. Esse dado sugere que dentre o ambiente de academias os mais jovens tenham
preferência, um dos fatores possíveis seria a estética. Como já citado por Castro e Figueiredo
(2003, p15) que hoje em dia há uma valorização sobre a jovialidade corporal (Ver gráfico
1.2).
19
Gráfico 1.2 – Idade da amostra.
Em relação a formação dos participantes, foi visto que a maioria se formou
recentemente, entre os anos de 2007 e 2010 (Ver gráfico 1.3). É perceptível que grande
parcela dos profissionais atuantes nas academias de Londrina - PR são recém formados.
Gráfico 1.3 – Ano de conclusão acadêmica.
Como a pesquisa foi realizada na cidade de Londrina- PR, teve como conseqüência, a
maioria ter se formado em instituições de ensino superior da própria cidade, sendo que apenas
1 participante se formou em outra cidade e estado, representando assim 2% da amostra (Ver
quadro 1.4).
20
Gráfico 1.4 – Instituição de ensino superior de formação.
Visto que a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e a Universidade Norte do
Paraná (UNOPAR) tiveram maior expressão, pois são cursos que estão a mais tempo em
funcionamento, ao contrario da Universidade Filadelfia de Londrina (UNIFIL) que teve seu
curso de Ed. Física aberto recentemente, talvez, por isso não teve tanta relevância em termos
de quantidades de profissionais atuantes em academias.
Questionados pelo curso que se formaram, maior parte dos participantes responderam
Ed. Física plena (46%), que dava habilitação ao profissional atuar tanto em escolas quanto em
demais áreas do curso. Seguido de perto pelo curso de Educação Física Bacharelado (44%). E
finalmente 8% dos instrutores são formados no curso de Esporte. De acordo com os currículos
atuais desses cursos, não é ofertada nenhuma matéria que poderia abordar em especificidade o
assunto sobre farmacológicos (Ver gráfico 1.5 e anexo III).
21
50%
46%
44%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
8%
10%
5%
2%
0%
E d. F ís ic a P lena
E s porte
E d. F ís ic a B ac harel
Não R es pondeu
Gráfico 1.5 – Curso de formação superior.
4.2 Relação corpo e farmacológicos
Quando questionados sobre qual maneira o participante utilizaria para mudar seu corpo
houve preferência pelos itens “exercício físico” e “alimentação controlada”, nesta pergunta
os participantes poderiam responder mais de uma opção. Salienta-se que a terceira e quarta
opções mais indicadas foram o uso de “farmacológicos anabolizantes” e “farmacológicos
para emagrecimento”, superando assim as opções de “cirurgia estética” e “body
modification” e “outros” (Ver gráfico 2.1). Mesmo tendo em mente que o uso de
farmacológicos desse gênero sem receita médica é ilegal no Brasil (BRASIL, 1999), e as
demais opções da questão não tem o seu uso proibido.
22
100%
90%
96%
84%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
16%
14%
8%
10%
6%
2%
0%
E x erc íc io F ís ic o A limentaç ão F armac ológic oF armac ológic o
C ontrolada
A nabólic o
para
E magrec imento
C irurgia
E s tétic a
B ody
Modific ation
O utros
Gráfico 2.1 – Maneiras de intervenção corporal preferidas.
Logo na questão seguinte, indagados pelas possíveis influencias dos fármacos sobre o
exercício físico, os 50 participantes disseram saber da influencia sobre o exercício físico
dessas substancias, pedido para citar três farmacológicos e seus efeitos, 22 citaram os
remédios como exemplo, e 28 não citaram. Dos 22 que citaram, 7 conseguiram explicar seus
efeitos e 15 não souberam explicar ou simplesmente não explicaram, sugerindo assim, a falta
de conhecimento desses instrutores sobre o assunto.
Gráfico 2.2 – Influencia de fármacos sobre o exercício e citação dos exemplos.
23
Com a preocupação da percepção corporal desse profissional atuante em academias,
questionou-se sobre a importância dessa imagem corporal, perante a sociedade, relacionada ao
seu trabalho. Podemos analisar na pergunta 3, quando questionados se um profissional atuante
em academias deveria se preocupar com a imagem corporal se quisesse se manter no mercado
de trabalho, a maioria dos casos (92%) optaram por afirmar que o corpo teria importância
para essa manutenção no mercado de trabalho ( Ver gráfico 2.3).
Gráfico 2.3 – Percepção dos instrutores sobre imagem corporal em relação ao mercado
de trabalho.
Quando questionados sobre o porquê da afirmação da importância de uma boa imagem
corporal para se manter no mercado de trabalho, foram vistos relatos como: “se ele não sabe
cuidar nem do próprio corpo, imagine o dos outros” ou “ não compro roupas numa loja que as
pessoas se vestem mal por exemplo”. Relatos que retratam a maioria e deixam a mostra a
percepção de corpo como uma mercadoria manipulável aos moldes dos padrões de cada
sociedade, visão essa já mencionada por Breton e Azevedo & Gonçalves, (2006,2007).
Como os profissionais de Ed. Física e Esporte estão diretamente em contato com
exercícios físicos, e esses, por sua vez estão ligados ao uso de fármacos anabolizantes,
perguntamos aos instrutores se conheciam alguém que fazia uso de anabólicos, e citamos
exemplos como: Decadurabolin, Durateston e Winstron. Percebeu-se que a grande maioria
conhece alguém que faz uso dessas substancias (Ver gráfico 2.4)
24
Gráfico 2.4 – Quantidade de instrutores que conhecem alguém que faz uso de fármacos
anabolizantes.
Esta situação nos remete a uma relação com o achado de outros autores como Iriart,
Chaves e Orleans, (2009, p.733), que identificaram o uso de anabolizantes em grandes
quantidades em outros lugares do mundo, atenuando assim, a preocupação com esse tipo
substancias.
Preocupados com essa imagem corporal padronizada, os profissionais da área
procuram meios de aperfeiçoar os resultados que os exercícios físicos proporcionam. Além de
hoje em dia, sabe-se que legalmente pode-se utilizar da ação de uma dieta equilibrada,
suplementação alimentar, acompanhamento médico regular e outros meios sem precisar
“apelar” para o uso de fármacos anabólicos. Perguntamos então para os instrutores se já
haviam utilizado de algum tipo de complementação em relação ao corpo (ver gráfico 2.5)
25
Gráfico 2.5 – Uso de complementos ao exercício físico utilizados por instrutores.
Visto que poderiam colocar mais de uma opção, a maioria optou pelo o “uso de
suplementos alimentares” e “alimentação balanceada” 66% e 64 % respectivamente. Já o “uso
de farmacológicos anabólicos” teve quase metade dos participantes que fizeram o uso dessas
substancias, representando 24% da amostra.
Esse dado mostra que a adesão a esse tipo de substancia sobre os próprios
profissionais está relativamente alta, levando em conta o nível de instrução em relação à saúde
que esses profissionais deveriam ter. Partindo desses dados que os próprios profissionais estão
utilizando desses artifícios para aumentar o rendimento físico, perguntamos então, qual seria o
ponto de vista deste sobre o uso de fármacos anabolizantes, tendo opções de descordar do uso
ou não, e descordar em partes ou concordar em partes ( Ver gráfico 2.6)
50%
45%
44%
40%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
10%
6%
5%
0%
A favor em P artes
C ontra em P artes
A favor
C ontra
Gráfico 2.6 – Concordância do profissional sobre o uso de Fármacos anabolizantes.
26
A maioria dos participantes (44%) disse ser contra o uso de fármacos anabolizantes.
Em seguida 20 instrutores (40 %) concordaram com o uso de anabolizantes em partes, sendo
que, quando questionados o porquê do “em partes” oito participantes justificaram o uso, desde
que seja com orientação. Quanto aos profissionais lembrados para dar essa orientação foram
citados: médicos, nutricionistas ou uma equipe multidisciplinar. Quatro justificaram dizendo
que o usuário teria que saber usar corretamente a substancia. Três afirmaram, porém, desde
que seja com cautela citando os termos: “moderação”, “prudência”, “que não exceda o próprio
limite”. Outros dois são a favor, porém somente para o aumento de desempenho esportivo.
Um participante colocou que deve ser usado para o aumento de força e massa muscular e
outro citou “depende do objetivo”. E por fim, um desses vinte que são a favor do uso não
justificou o porquê de sua afirmação.
Dos que foram “Contra em partes”, dois justificaram a negativa citando que: apesar de
ser contra não tem nada contra quem usa. Outros dois responderam que: depende da
“finalidade” e “objetivo” para quais essas substancias seriam utilizadas. Um desses instrutores
citou: “Sabendo usar...”, e outro colocou “faltam pesquisas”. Com o menor percentual três
instrutores (6%) são a favor do uso de anabolizantes.
Podemos notar com esses dados que a maioria dos instrutores foi contra o uso de
anabolizantes farmacológicos. Também uma grande parte é a favor em partes, com várias
justificativas. Podemos verificar que essas justificativas não tiveram muito aprofundamento
sobre a ação que a droga poderia causar nos indivíduos, tanto para os que foram a favor em
partes, quanto que são contra em partes. Sugere-se que a falta desse conhecimento seria pelo
fato desses profissionais não saberem ao certo os benefícios e os malefícios dessas drogas,
questão esta, já observada anteriormente, quando os profissionais foram perguntados sobre a
influência de farmacológicos sobre o exercício físico, pois sabiam que os fármacos
influenciavam no exercício, mas quando pedido a justificativa a maioria não soube fazê-la
corretamente.
4.3 Conhecimento sobre farmacológicos
Partindo de que atualmente não há nenhuma disciplina específica de farmacologia na
grade curricular dos cursos de Educação Física e o mesmo para o curso de Esporte (Ver anexo
III), perguntamos se os profissionais tiveram em seu processo de formação acadêmica a
27
discussão sobre o assunto sobre farmacológicos anabólicos, e se a resposta fosse afirmativa,
em quais disciplinas houve esse tema discutido (Ver Gráfico 3.0)
Gráfico 3.0 – Discussão sobre farmacológicos anabólicos na formação acadêmica.
Verifica-se nas respostas um equilíbrio sobre se teve ou não a discussão desse tema na
formação acadêmica. Dos que responderam que sim 25 citaram a disciplina de Nutrição, 5
Fisiologia do Exercício, 4 Fisiologia Humana, 2 Treinamento Personalizado e 3 somente na
Pós Graduação. Lembrando que nesta questão era possível colocar mais de uma disciplina. É
destacável também, que destes que responderam “sim” quando foram citar as disciplinas
observamos citações como: “Sim, Muito pouco em Nutrição...”, “Se tive foi bem
superficial...”, “Sim, porém foi pouco discutido na graduação...”. E nos que responderam
negativamente 3 colocaram que só tiveram essas discussões na pós graduação, e 1 citou:
“Não, Infelizmente”.
Com esses resultados é possível verificar que não houve uma discussão específica
sobre o assunto de farmacológicos anabólicos, somente alguns apontamentos durante a
graduação desses profissionais.
Para podermos identificar qual a fonte dessas informações sobre fármacos anabólicos,
perguntamos se o assunto era encontrado fora do ambiente universitário, podendo o instrutor
citar mais de um lugar. (Ver gráfico 3.1)
28
Gráfico 3.1 – Lugares mais encontrados informações sobre farmacológicos anabólicos.
Analisando os dados encontrados, a grande maioria dessas informações são
encontradas pelos instrutores na “Internet”, com 66% de respostas, seguido por “usuários”,
com 50%, logo depois “colegas de profissão”, com 46%, aparecendo a “literatura” somente
em 4º lugar, com 44%. As opções menos destacadas foram “academia”, com 18%,
“farmácia”, com 2% e “outros”, com 2%. Os “outros” foi citado “professores acadêmicos”
por um dos instrutores que responderam a questão. Dos 44% que responderam a opção
“literatura”, 3 citaram livros do professor Waldemar Guimarães, 4 citaram apenas a palavra
“livros”, 1 colocou “artigos” e o restante não citaram referencia nenhuma. Nota-se que os
instrutores tiveram como base de seu conhecimento sobre o assunto referencias informais
como internet, usuários, colegas de profissão, a não ser, os que citaram os livros publicados
pelo Professor Waldemar Guimarães.10
Na pergunta seguinte, sabendo agora a origem e o ponto de vista do profissional
atuante nas academias sobre o uso de anabolizantes, questionamos o instrutor se ele indicaria
ou prescreveria esse tipo de substancia para alguém (Ver gráficos 3.2 e 3.3).
10
Livros citados: Anabolismo Total, Além do Anabolismo e Guerra Metabólica.
29
Gráfico 3.2 – Indicação de farmacológicos anabólicos para alunos.
Gráfico 3.3 – Prescrição de farmacológicos anabólicos para alunos.
Primeiro é valido informar que de acordo com Rocha (1995, p.337) indicar é “1 Dar a
entender uma coisa mediante emprego de indícios ou sinais. 2 Apontar. 3 Revelar. 4
aconselhar”. Prescrever segundo Rocha (1995, p.493) é “1 Determinar de antemão;
regulamentar; receitar. 2 Ficar sem efeito ou validade por passar o prazo legal”. Logo, o
primeiro gráfico mostra, que perguntados sobre a indicação de fármacos anabólicos somando
os instrutores responderam que não indicariam e não prescreveriam e nunca indicariam
chegou-se no total de 86%. Dos que responderam positivamente a indicação (14%) 8% já
indicou esse tipo de substancia para alunos. Perguntados sobre a prescrição desses fármacos a
30
resposta foi parecida, 94% responderam negativamente dizendo que não prescreveriam (40%)
e não prescreveu e não prescreveria (54%). Somente 6% responderam positivamente a
prescrição sendo que desses, 4% já prescreveram anabolizantes para alunos.
Verifica-se com esses dados que a maior parte dos instrutores dessa amostra não tem
como habito indicar nem prescrever farmacológicos anabólicos. Porém ainda há uma pequena
parcela desses profissionais indicando ou prescrevendo esse tipo de substancia. Como já
citado anteriormente, o profissional da Eucação física tem como dever zelar pela saúde e o
desenvolvimento humano agindo de acordo com o codgo de ética que que rege a conduta
durante sua atuação profissional (BRASIL,2004; BRASIL,2003). Da mesma forma, indicar
e/ou prescrever esse tipo de substancia para algum aluno seria uma atividade realizada
ilegalmente, talvez, feita hoje, justamente pela falta de conhecimento sobre essas drogas, dos
maleficios que o uso dessas substancias podem acarretar.
Como esse tipo de droga tem sua venda proibida sem prescrição médica, procuramos
saber onde seria o local de compra desses produtos, e quais os meios usados para adquirir
essas substancias (Ver gráfico 3.4)
50%
45%
40%
35%
30%
25%
20%
15%
10%
5%
0%
50%
30%
26%
20%
16%
16%
0%
F armác ia, c om F armác ia, s em
L ojas de
O utros
C om pratic antesO utros C ontatos Não tenho
rec eita Médic a rec eite Médic a S uplementos E s tabelec imentosde Mus c ulaç ão
c onhec imento
A limentares
Gráfico 3.4 – Locais de compra de Farmacológicos Anabólicos.
Foram colocadas 7 opções de respostas, das quais dessas a mais assinalada foi “ Com
praticantes de musculação” com 50%, seguida das lojas de suplementos alimentares com 30%
de indicações, 26% dos instrutores disseram não ter esse conhecimento, 20% assinalaram nas
Farmácias com receita médica e 16% Farmácia, sem receita médica. Obtiveram-se também
16% assinalados “outros contatos”, desses destacam-se os “muambeiros”, pessoas que trazem
produtos ilegalmente do Paraguai, sendo que sete instrutores os citaram. Quatro citaram os
próprios profissionais da área, como: personais, instrutores e professores de ginástica. Um
31
desses citou a internet como meio de compra desses produtos e o ultimo indicou o
nutricionista.
Mostra o presente dado que mesmo ilegal no país a compra desses produtos é feita de
forma indiscriminada e por diversos meios.
Para tentar verificar o grau de conhecimento desses instrutores sobre essas substancias
questionamos se o uso desses fármacos causaria algum efeito colateral no usuário (Ver gráfico
3.5)
Gráfico 3.5 – Existência de efeitos colaterais após o uso de Fármaco anabólico.
De todos os participantes 96% responderam que há sim efeito colateral vindo de
encontro com os estudos que já previam que o uso dessas substancias causariam diversos
efeitos adversos (COLÉGIO AMERICANO DE MEDICINA ESPORTIVA, 1977; TOKISH;
KOCHER & HAWINS, 2004; SILVA, D. & CZEPIELEWSKI, 2002). Os 4% restantes
responderam não conhecer sobre o assunto. Desses 96%, perguntou-se sobre os efeitos
colaterais, se poderiam ser evitados e como poderia, se sim, ser feito (Ver gráfico 3.6).
32
30%
24%
25%
20%
20%
20%
16%
15%
12%
10%
5%
4%
0%
Us ar em menor
quantidade
Não Us ar
O utro
Medic amento
Não tem c omoA c ompanhamento
evitar
c om
E ndoc rinologis ta
Não S abe
Gráfico 3.6 – Como evitar efeitos colaterais.
A maioria (24%) respondeu não saber a possibilidade de evitar efeitos adversos. 20%
responderam que evitariam os efeitos colaterais com outro medicamento. Outros 20%
responderam que para evitar os efeitos colaterais somente não usando anabolizantes. 16%
afirmaram não ser possível evitar os efeitos adversos. Já 12% indicaram o acompanhamento
com endocrinologistas. E por fim 4% colocaram que era só usar em menor quantidade. Logo é
perceptível que os profissionais atuantes em academia sabem que os riscos de efeitos adversos
existem, porém existe uma confusão quando questionados se esses efeitos são controláveis ou
não.
Feito a identificação da percepção corporal e do nível de conhecimento desse
profissional, questionou-se para o mesmo quanto a inclusão de uma disciplina especifica em
seu curso de graduação (Ver gráfico 3.7)
33
Gráfico 3.7 – Sobre a implantação da disciplina de Farmacologia na graduação.
A maior parte dos instrutores (80%) se mostraram a favor da implantação da disciplina
no curso de graduação, sendo que 20% se mostraram contra. Verifica-se a preocupação desse
profissional com a questão de fármacos anabolizantes, talvez por ser um assunto que esteja
ligado ao ambiente de sua atuação profissional. Porém a falta acessibilidade do instrutor de
atividade física sobre o assunto pode limitar seus conhecimentos, resultando em respostas
empíricas sem nenhum embasamento teórico sobre farmacológicos. De acordo com os dados
expressados no estudo, o uso de farmacológicos anabolizantes é presente no ambiente de
academias. Dados esses que seguem vários estudos encontrados no Brasil sobre o uso de
anabolizantes. (SANTOS e Colaboradores; 2006, SILVA; DANIELSKI, & CZEPIELEWSKI;
2002, IRIART; CHAVES & ORLEANS, 2009).
34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim desse estudo, podemos verificar que, os profissionais de Educação Física e
Esporte estão ligados não somente com a saúde da população, mas também estão ligados a
estética. Com isso, de acordo com os dados apresentados observa-se que esse profissional tem
a preocupação de ter um corpo “belo”, seja para se sentir bem ou para conquistar mais clientes
por uso de sua imagem corporal. Em meio dessa valorização social do corpo os instrutores
recorrem não somente a pratica de exercício, mas também ao uso de fármacos anabólicos,
mesmo, na maioria dos casos, sem ter o conhecimento necessário para tal feito.
Então esses profissionais usam de meios informais para adquirirem conhecimentos
sobre o assunto, como internet, outros usuários etc. Meios esses não considerados confiáveis e
tornando assim o uso desses farmacológicos perigosos.
Ressaltamos também, que essas substancias não tem legalidade no Brasil e não devem
ser usadas em hipótese alguma para fins estéticos, somente poderia ser utilizado com receita
médica para a reabilitação de doenças.
Além desse estudo existem vários outros relatando a existência desse tema no
cotidiano das academias no Brasil. Desse modo, verificado que em nenhuma instituição de
ensino superior dos cursos de Educação Física e Esporte, do município de Londrina, tem uma
abordagem mais especifica sobre o assunto, sugere-se uma maior atenção ao tema
Farmacológico em específico Farmacológico anabólicos. De modo que o profissional da área
tenha o conhecimento prévio sobre essas substancias, para que não haja nenhum tipo de uso
ou orientação equivocada por parte dos mesmos.
35
5 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
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36
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26. PITANGA Francisco José Gondim. Epidemiologia, atividade física e saúde. Rev.
Bras. Ciên. e Mov , Brasília, v.10, n. 3, p.49-54, julho 2002.
27. ROCHA, RUTH, Minidicionário Ruth Rocha, 1995.
28. SABINO, Cesar, Anabolizantes: Drogas de Apolo. p.139-188, 2000.
37
29. SANTOS, André Faro; MENDONÇA, Priscilla Maria Habib; SANTOS, Lidiane
dos Anjos; SILVA, Naiara Franca; TAVARES Juliana Karine Leite,
Anabolizantes:conceitos segundo praticantes de musculação em Aracaju (SE).
v.11, nº2, p.371-380,mai/ago. 2006.
30. SANTOS, L. C. Teixeira dos, A atividade física e a construção da corporeidade na
Grécia Antiga, Revista da Educação Física/UEM v8, p.73-77 1997.
31. SILVA, P. R. P.; DANIELSKI, R. & CZEPIELEWSKI, M. A. Esteróides
anabolizantes no esporte. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 2002.
32. THOMAS, Jerry R.; NELSON, Jack K.; SILVERMAN, Stephen J., Métodos de
Pesquisa em Atividade Física, v.5, p.235-247 e 298-312, 2007.
33. TOKISH, J. M.; KOCHER, M. S. & HAWKINS, R. J. Ergogenic aids: A review
of basic science, performance, side effects, and status in sports. The American
Journal of Sports Medicine, v.6, p.8, 2004.
38
ANEXOS
39
ANEXO I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Centro de Educação Física e Esporte
TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO
Responsáveis: Gabriel Bento Ladeia
Márcio Alessandro Neman do Nascimento
Este é um convite especial para você participar voluntariamente do estudo: “NO PAIN, NO GAIN:
ANÁLISE DA PERCEPÇÃO DE INSTRUTORES DE MUSCULAÇÃO SOBRE A
TRANSFORMAÇÃO CORPORAL E O USO DE FARMACOLÓGICOS ANABÓLICOS”. Por
favor, leia com atenção as informações abaixo antes de dar seu consentimento para participar do
estudo. Qualquer dúvida pode ser esclarecida diretamente com o pesquisador Gabriel Bento
Ladeia(Fone: 043-9938 6526).
OBJETIVO E BENEFÍCIOS DO ESTUDO
O objetivo é analisar a percepção de instrutores de musculação sobre o a transformação corporal e o
uso de farmacológicos anabólicos nas academias da área central de Londrina - Pr. Desse modo
buscaremos analisar a maneira que este assunto vem sendo abordado no ambiente das academias, isso
relacionado também, com a formação acadêmica desses profissionais. Verificaremos assim a
importância de uma disciplina específica deste assunto no âmbito acadêmico. Caso seja de interesse do
participante acompanhar os resultados preliminares desta pesquisa, um relatório com os achados mais
importantes poderá ser encaminhado ao participante. Assim, o participante deverá fornecer algum
endereço eletrônico (e-mail) para que este relatório possa ser encaminhado.
PROCEDIMENTOS
Para essa pesquisa será aplicado um questionário misto, de múltipla escolha, com instrutores
de musculação em 26 academias da área central do Município de Londrina. Este questionário será
preenchido em uma sessão somente, com um tempo aproximado de 15 a 20 minutos, acompanhado do
pesquisador para qualquer eventual duvida, lembrando que o pesquisador estará em uma distancia
considerável do individuo, somente ira se aproximar se solicitado.
DESPESAS/ RESSARCIMENTO DE DESPESAS DO VOLUNTÁRIO
Todos os sujeitos envolvidos nesta pesquisa são isentos de custos.
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA
A sua participação neste estudo é voluntária e o(a) senhor(a) terá plena e total liberdade para
desistir do estudo a qualquer momento, sem que isso acarrete qualquer prejuízo.
GARANTIA DE SIGILO E PRIVACIDADE
As informações relacionadas ao estudo são confidenciais e qualquer informação divulgada em
relatório ou publicação será feita sob forma codificada, para que a confidencialidade seja mantida. O
pesquisador garante que seu nome e o da academia que atua não serão divulgados sob hipótese
alguma.
Diante do exposto acima eu, ___________________________________________, declaro que fui
esclarecido sobre os objetivos, procedimentos e benefícios do presente estudo. Participo de livre e
espontânea vontade do estudo em questão. Foi-me assegurado o direito de abandonar o estudo a
qualquer momento, se eu assim o desejar. Declaro também não possuir nenhum grau de dependência
profissional ou educacional com os pesquisadores envolvidos nesse projeto (ou seja, os pesquisadores
desse projeto não podem me prejudicar de modo algum no trabalho ou nos estudos), não me sentindo
pressionado de nenhum modo a participar dessa pesquisa.
Londrina, ______ de ______________ de _________.
________________________________
Responsável RG __________________
___________________________________
Pesquisador RG ____________________
40
ANEXO II
Questionário – Instrutores de Academia
Este questionário possui caráter acadêmico e constitui-se no
instrumento de coleta de dados de monografia para a
conclusão do curso de Educação Física da Universidade
Estadual de Londrina (UEL). A pesquisa é de preenchimento
voluntário e não existe qualquer forma de identificação,
mantendo assim o anonimato do participante. Visa verificar a
percepção de instrutores de academia sobre a relação entre
corpo e uso de farmacológicos. Muito obrigado por sua
colaboração!
a-Gênero: M ( ) F ( )
b-Idade:__________________________________________
c- Você se formou em que ano?________________________
d- Em qual universidade?_____________________________
_________________________________________________
e- Em qual curso?___________________________________
1- Para mudar seu corpo você utilizaria: (pode marcar mais de
uma opção)
( ) Exercício Físico.
( ) Alimentação controlada.
( ) Farmacológico anabólico.
( ) Farmacológico para emagrecimento.
( ) Cirurgia Estética
( ) Body Modification (uso de acessórios, como piercing,
alargador, chifres artificiais etc.)
( ) Outros. Quais?__________________________________
2-Os efeitos de farmacológicos podem influenciar no
exercício físico?Cite exemplos de 3 remédios e seus efeitos:
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
3-Um profissional que atual em academia deve se preocupar
com sua imagem corporal se quiser se manter no mercado de
trabalho?
( )Sim
( )Não
Justifique:_________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
4-Conhece alguém que utiliza farmacológicos
anabólicos(Decadurabolin, Durateston, Winstron,etc.)?
( )Sim
( )Não
5-Utiliza ou já utilizou de alguma ação complementar em
relação ao corpo?(pode ser mais que uma opção)
( )Alimentação controlada.(balanceada)
( )Acompanhamento médico.Qual tipo?_________________
( )Uso de suplementação alimentar.
( )Uso de Farmacológicos Anabólicos. Qual(is)?
_________________________________________________
( )Outros.Quais
_________________________________________________
6-O que você acha do uso de farmacológicos anabólicos?
(
(
(
(
) A favor em partes:________________________________
)Contra em partes:________________________________
)A favor do uso.
)Contra o uso.
7- Você teve no âmbito acadêmico a discussão sobre
farmacológicos anabólicos? Se teve, em quais disciplinas?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
8-Fora da universidade você encontra informações
necessárias sobre Farmacológicos Anabólicos?
( )Sim
( ) Não
9- Se a resposta anterior foi “Sim” qual o lugar de encontro
desse conhecimento?
( ) usuários.
( ) colegas de profissão.
( )literatura; Qual(is)_____________________________
( )Internet.
_____________________________
( ) Farmácia.
( )Academia.
( )outros;Quais?___________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
10-Com seu conhecimento em farmacológicos, você já
indicou ou indicaria algum Farmacológico anabólico para
algum aluno ou amigo?
( ) Sim indiquei.
( ) Sim indicaria.
( ) Sim indiquei e indicaria novamente.
( ) Não indicaria.
( ) Nunca indiquei e não indicaria.
41
11-Com seu conhecimento em farmacológicos, você já
prescreveu ou prescreveria algum Farmacológico anabólico
para algum aluno?
( ) Sim prescrevi.
( ) Sim prescreveria.
( ) Sim prescrevi e prescreveria novamente.
( ) Não prescreveria.
( ) Nunca prescrevi e não prescreveria.
12-Como usuários de Farmacológicos anabólicos têm acesso
a esses produtos?
( )Na farmácia, com receita médica.
( ) Na farmácia, sem receita médica.
( ) Em lojas de suplementos alimentares.
( )Outros estabelecimentos. Qual?_____________________
( ) Com outros praticantes de musculação.
( )Outros contatos?Quais?____________________________
( )Não tenho conhecimento.
13-O uso de Farmacológicos anabólicos tem algum efeito
adverso (efeito colateral)?
( ) Sim
( )Não
Se “sim” tem como evitar esse efeito?Como?
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
_________________________________________________
14- Você acha que deveria ser introduzida ao seu curso de
formação uma disciplina de Farmacologia? ( Se já existe esta
disciplina no seu curso desconsidere essa pergunta)
( )Sim
( )Não
Pesquisadores:
Discente:Gabriel Bento Ladeia.
Cel.: 9938-6526
Centro de Educação Física e Esporte (UEL) –3371-4615
Orientador: Márcio A. Neman do Nascimento.
Cel: 9935-8321
Depto Psic. Social Institucional (UEL) – 3371-4487
42
ANEXO III
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Art . 17. A Matriz Curricular do curso de Educação Física - Habilitação: Bacharelado, a
ser implantada gradativamente a partir do ano letivo de 2005, fica assim estabelecida:
1ª série
6FEF001 Fundamentos da Educação Física
6MOR002 Anatomia Humana
6BIO002 Fundamentos de Biologia Celular
6HIT007 Histologia para a Educação Física
6CIF001 Fisiologia Geral
6FEF002 Metodologia da Pesquisa Científica e Tecnológica da Educação Física
6GRD006 Bases Gimno-Rítmicas
6DIC003 Princípios das Práticas Esportivas Individuais I.
6FEF003 Bases Biodinâmicas da Atividade Motora
6PAI001 Projetos Acadêmicos Interdisciplinares I
2ª série
6DEF028 Fundamentos da Saúde Pública
6FEF006 Fisiologia do Exercício
6FEF007 Nutrição Aplicada à Atividade Física
6FEF008 Crescimento e Desenvolvimento Humano
6FEF009 Interpretação de Dados de Pesquisa em Educação Física
6DIC012 Educação Física e Ginástica I
6DIC013 Princípios das Práticas Esportivas Coletivas I
6FEF010 Controle Motor
6FEF011 Medidas e Avaliação na Educação Física
6FEF012 Desenvolvimento e Aprendizagem Motora
6CIR001 Socorros de Urgência
6PAI002 Projetos Acadêmicos Interdiciplinares II
3ª série
6FEF013 Dimensões Profissionais da Educação Física
6DIC014 Biomecânica
6FEF014 Seminários Acadêmico-Profissionais em Educação Física
6FEF015 Educação Física e Dança
6DIC015 Princípios das Práticas Esportivas Individuais II
6DIC016 Princípios das Práticas Esportivas Coletivas II
6DIC017 Educação Física e Meio Aquático
6FEF016 Treinamento com Pesos
6FEF017 Educação Física e Ludicidade
6FEF018 Educação Física para Pessoas com Deficiência
6DIC018 Planejamento e Programas de Educação Física
6EST903 Estágio Profissional I
43
4ª série
6DIC019 Gestão de Negócios em Educação Física
6FEF019 Lazer e Cultura
6FEF020 Seminários de Trabalho de Conclusão de Curso em Educação Física
6GRD025 Educação Física e Ginástica II
6DIC020 Princípios das Práticas Esportivas Coletivas III
6DIC021 Princípios das Práticas Alternativas e Radicais
6FEF021 Prescrição e Orientação de Exercícios Físicos
6FEF022 Prescrição e Orientação de Exercícios Físicos para Grupos com Necessidades
Especiais
6PSI001 Dimensões Psicológicas da Educação Física 6EST904 Estágio Profissional II.
44
UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ- UNOPAR
Decreto Federal nº 71.657./73 de 04/01/73
Portaria ministerial nº775/08- D.O.U. de 10/11/08
Matriz curricular: Londrina
1º Semestre
Código
2MED008
2BIO111
2DEF057
2BIO083
2LET077
2DEF088
2DEF089
Disciplina
*Prevenção e Emergência em Primeiros Socorros
Anatomia
Movimentos Gímnicos
Biologia
Comunicação e Linguagem
Teoria e Prática do Jogo
Voleibol I
2º Semestre
2DEF091
2DEF035
2BIO175
2DEF036
2DEF040
2DEF041
2DEF039
*Dimensões Sócio-Filosóficas da Educação Física
Atletismo
Fisiologia
Basquetebol I
Ginástica Geral
Voleibol II
Ética Profissional
3º Semestre
2DEF092
2DEF046
2DEF037
2DEF050
2DEF093
2DEF094
2SOC102
*Aptidão Física
Rítmica e Dança
Crescimento e Desenvolvimento Motor
Lutas
Basquetebol II
Handebol I
Métodos e Técnicas de Pesquisa
*Disciplina(s) com atividades desenvolvidas de forma semipresencial.
4º Semestre
Código
2DEF095
2DEF051
2DEF042
2DEF096
2DEF049
2EDU056
Disciplina
*Educação Física para Deficientes
Medidas e Avaliação
Aprendizagem Motora
Ginástica Rítmica I
Handebol II
Didática e Metodologia da Educação Física
45
2DEF052
2EDU158
Natação I
Psicologia da Educação
5º Semestre
2DEF098
2DEF053
2FIT067
2QM016
2DEF097
2DEF056
2MAT113
*Organização e Administração em Educação Física e Desporto
Atividade física em Academia
Biomecânica e Cinesiologia Aplicada
Bioquímica
Ginástica Rítmica II
Natação II
Bioestatística
6º Semestre
2SOC103
2DEF057
2DEF099
2BIO086
2DEF102
2DEF055
*Iniciação Científica
Atividade Física e Envelhecimento
Estágio Profissional Curricular I
Fisiologia do Exercício
Futsal
Lazer
7º Semestre
2DEF100
2DEF065
2DEF104
2DEF103
2NUT045
2PSI022
2DEF063
Estágio Profissional Curricular II
Treinamento Personalizado
Treinamento Desportivo I
Futebol
Nutrição Esportiva
Psicologia do Esporte
Trabalho de Conclusão de Curso I
*Disciplina(s) com atividades desenvolvidas de forma semipresencial.
46
UNIVERSIDADE FILADELFIA DE LONDRINA - UNIFIL
47
48
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA
Matriz Curricular Curso: Esporte
1ª série
Biologia Celular C; Bioquímica B; Atletismo; Basquetebol; Futebol;
Técnicas de Estudo das Dimensões do Esporte; Dimensões Filosóficas do
Esporte; Ginástica Rítmica; Ginástica Artística Feminina; Ginástica
Artística Masculina; Anatomia Humana Sistêmica; Pedagogia do Esporte.
2ª Série
Fisiologia Geral A; Esportes e Modalidades Alternativas; Fundamentos da
Biomecânica; Administração e Legislação Esportiva; Judô; Fundamentos
de Antropologia e Esporte; Noções de Estatística; Voleibol;Crescimento e
Desenvolvimento Motor; Histologia C; Anatomia Aplicada à Dinâmica
Muscular; Psicologia Aplicada ao Esporte; Esporte Paraolímpico; Futsal.
3ª série
Técnicas de Elaboração de Trabalho Científico; Fisiologia Aplicada ao
Esporte; Organização Esportiva e de Eventos; Capacidades Físicas
Aplicadas no Esporte; Aprendizagem Motora; Comunicação e Marketing
Esportivo; Fundamentos da Sociologia e Esporte; Tênis; Natação;
Handebol; Estágio Supervisionado em Esporte.
4ª série
Dimensões Profissionais no Esporte; 6 Elementos de Medicina Esportiva;
Computação Aplicada; Nutrição no Esporte; Trabalho de Conclusão de
Curso; Gestão Esportiva; Dimensões Psicológicas do Esporte.
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