1 FACULDADE JANGADA JÉSSICA THAIS ALIEVI DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DAS ÁREAS DE APPs NAS MARGENS DO RIO ITAPOCU – BACIA DO ITAPOCU - SC JARAGUÁ DO SUL 2012 2 JÉSSICA THAIS ALIEVI DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO DAS ÁREAS DE APPs NAS MARGENS DO RIO ITAPOCU – BACIA DO ITAPOCU - SC Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como pré-requisito parcial para obtenção do Grau em Bacharel em Ciências Biológicas. Professor Orientador: Ms Juliano Cristofolini Co-orientador: Dr Julio César Refosco JARAGUÁ DO SUL 2012 3 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Faculdade Jangada Bibliotecária responsável: Aline Menin Ferreira CRB – 14/1360 A398d Alievi, Jéssica Thais Diagnóstico da situação das áreas de preservação permanente nas margens do Rio Itapocu – Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu – SC / Jéssica Thais Alievi. – 2012. 50 f. : il. color. Orientador (a): Juliano Cristofolini Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Ciências Biológicas Bacharelado) - Faculdade Jangada, Jaraguá do Sul, 2012. 1.Área de preservação permanente. 2. Ação antrópica. 3. Degradação. I. Título. CDD: 577.6 Esta obra é licenciada por uma licença Creative Commons de atribuição, não é de uso comercial, licença 2.5. 4 FOLHA DE APROVAÇÃO Nome do autor: Jéssica Thais Alievi Título: Diagnóstico da Situação das áreas de APP nas Margens do Rio Itapocu-Bacia do Itapocu - SC Natureza: Trabalho de Conclusão de Curso Objetivo: Curso de Graduação Nome da Instituição: Faculdade Jangada Data da Aprovação: Prof. Ms. ______________________________________________ Assinatura: ____________________________________________ Instituição: ____________________________________________ Prof. Ms. ______________________________________________ Assinatura: ____________________________________________ Instituição: ____________________________________________ Prof. Ms. ______________________________________________ Assinatura: ____________________________________________ Instituição: ____________________________________________ 5 DEDICATÓRIA “Dedico este trabalho aos meus Pais, Irmãs e Cunhados, ao meu namorado, aos meus professores e aos meus amigos e em especial a minha Sobrinha Paola Letícia Klein que é a minha princesinha”. 6 AGRADECIMENTOS Essa deveria ser a parte mais fácil do trabalho, mas pelo contrário, está sendo a mais difícil. Quando paro para pensar em todos os que de alguma forma me ajudaram ao longo deste tempo, é que percebo o quanto sou dependente de ajuda. A minha lista não é extensa, mas com toda certeza tenho grande sentimentos por aqueles que nela constam. Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida e por mais uma conquista, pois durante a realização deste trabalho passei por graves problemas, e se não fosse o Senhor Deus eu não teria conseguido superar. Agradeço aos meus pais Jair Alievi e Julce Fátima Rodrigues, que compartilharam comigo meus ideais e os alimentaram me incentivando a prosseguir nesta jornada mesmo nos momentos em que minha única vontade era de desistir. A você pai e a você mãe, depois de todo o apoio não bastaria um muito obrigado e sim um EU AMO VOCÊS. As minhas irmãs e cunhados Joice Lais Alievi e Micael Correa Silvestre, Fabiane Conte Klein e Vilmar Klein por me suportarem nos momentos de correria e por entenderem minha ausência em vários momentos importantes. Ao meu namorado Maicon Dione dos Santos pela paciência em me escutar e por dividir comigo não somente as alegrias de metas alcançadas, mas também momentos de angústia e preocupação. Obrigada pelo incentivo e por compreender minha ausência em vários momentos onde a minha presença era de extrema importância para você. Ao meu orientador e professor Ms. Juliano Cristofolini, pelos ensinamentos que com ele adquiri e por todo seu empenho, dedicação, confiança, amizade e apoio durante a graduação e principalmente durante a realização do TCC. Ao meu co-orientador Profº Dr Julio César Refosco por todo conhecimento que compartilhou comigo, pela sua dedicação e empenho em me auxiliar na realização desce trabalho. 7 Aos amigos e colegas Morgana Scieptz, Ana Karolina Rucks, Douglas Ribeiro, Carlos Kitamura, Karine Holler, Caroline Coelho e Anja Steinbach. Em especial a Ana Carolina Baruffi, Greice Kelly Wittkoski, Patrícia Schorr e Greici Thiel que foram as que mais estiveram presente durante o meu trabalho. Agradeço também a toda equipe AMVALI, pela amizade, compreensão e pelo tempo cedido durante o trabalho para que eu pudesse realizar este estudo. E por fim gostaria de agradecer a todos aqueles que por muitas noites tiraram meu sono embalando minha madrugada com horas de trabalho, são eles Coimbra e Filho (2006), Tucci (2003), Primo e Vaz (2006), Araújo (2002), Servilha (2008), Crestana (1998), Poleto (2010), Martins (2007), Mota (2007) Thiesen (2009) e muitos outros, pois foram horas e horas em frente ao computador. A todos o meu Muito Obrigada. 8 “As conquistas de uma noite não planejada te mostram o quão bom é um mundo que você nem pode imaginar”. Renato Claros Claros 9 RESUMO A maneira como ocorre a ocupação do solo na Bacia do rio Itapocu se faz de forma desordenada, sem haver uma prévia estimativa dos possíveis impactos sobre os recursos naturais. A delimitação das Áreas de Preservação Permanente (APP) é uma importante ferramenta para auxiliar em tomadas de decisão que visam o uso racional destes recursos naturais, possibilitando a conservação do conteúdo biológico contido nestas áreas. O estudo foi realizado na Bacia do Itapocu – Norte de SC –. O objetivo deste trabalho é diagnosticar a situação das APPs nas margens do Rio Itapocu em toda sua extensão através de imagem de satélite e posteriormente detectar os diferentes tipos de uso que estão ocorrendo no interior destas áreas legalmente constituídas como sendo destinadas para proteção. Para gerar os dados referentes ao tipo de uso dos solos em APP, utilizou-se imagens de satélite do Google Earth com data de passagem em 2011-2012 e software de geoprocessamento QuantumGIS versão 1.8 Lisboa. As informações referentes aos tipos de uso do solo foram geradas por meio de uma classificação da imagem através da técnica de interpretação visual. Posteriormente gerou-se uma tabela de atributos onde continha as informações dos pontos de análises. Os resultados encontrados em relação ao tipo de pressão exercida nas áreas de APP nas margens do Rio Itapocu, verificou-se que dos 182 pontos analisados os que predominam ocupando o primeiro lugar da lista totalizando 23,07% dos pontos (42 pontos) encontram-se Mata e Solo exposto. Em seguida constata-se Atividade agrícola (38 pontos) com uma representatividade de 20,87% dos pontos analisados. As pastagens (35 pontos) ocupam o terceiro lugar da lista com 19,23% seguida pela urbanização (19 pontos) que representa 10,43% dos pontos estudados. Com 2,74% dos pontos encontra-se o reflorestamento (5 pontos) e por fim com apenas 0,54% dos pontos verificouse atividade de mineração (1 ponto). A área de estudo consegue demonstrar a pouca importância atribuída às matas ciliares, apesar de contar com proteção legal essa formação já não ocorre de modo contínuo ao longo dos rios, sendo que a sua área está muito fragmentada e sobre grande ação antrópica imprudente. E assim consegue-se identificar a gravíssima condição de preservação e da sua crescente degradação ambiental. As informações geradas são imprescindíveis para alertar quanto à necessidade de preservar as APP. Palavras Chaves: Bacia Hidrográfica, Áreas de Preservação Permanente, Degradação, Ação antrópica. 10 ABSTRACT How is land use in the basin of the river Itapocu becomes disorderly, without a prior estimate of possible impacts on natural resources.The delimitation of Permanent Preservation Areas (APP) is an important tool to assist in decision making aimed at the rational use of natural resources, enabling the conservation of biological content contained in these areas. The objective of this work is to diagnose the situation of APPs Itapocu on the river along its entire length through satellite imagery. The study was conducted in the Basin Itapocu - North SC - and subsequently detect the different types of uses that are occurring within these areas legally constituted as being intended for protection. To generate data for the type of land use and APP, we used satellite images from Google Earth to date of passage in 2011-2012 and geoprocessing software version 1.8 QuantumGIS Lisbon. Information regarding the types of land use were generated by a classification image using the technique of visual interpretation. Subsequently generated a table of attributes which contained the information from points of analysis. The results regarding the type of pressure in the areas of APP Itapocu on the river, it was found that of the 182 points analyzed predominantly occupying the first place in the list totaling 23.07% of points (42 points) are Forest and Soil is exposed. Then it appears Agricultural Activity (38 points) with a representative of 20.87% of the points analyzed. Pastures (35 points) ranks third in the list with 19.23% followed by urbanization (19 points) representing 10.43% of the points studied. With 2.74% of the points is reforestation (5 points) and finally with only 0.54% of the points there was mining activity (1 point). The study area can demonstrate the low priority given to riparian areas, despite having legal protection that formation no longer occurs continuously along the rivers, and its area is very fragmented and under great human action imprudent. And so it can be identified the serious condition of preservation and its growing environmental degradation. The information generated are essential to warn about the need to preserve the APP. Keywords: Basin, Permanent Preservation Areas, Degradation, anthropic action. 11 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu com os principais cursos d’água. Fonte: sig.amvali.org.br ....................................................................... 28 Figura 2: Grade de pontos gerada sobre o rio Itapocu, na Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu/SC geradas no software Quantum Gis 1.8 Lisboa. ....................... 30 Figura 3: Tabela de atributos gerada pelo Quantum Gis 1.8 Lisboa. para classificação dos pontos selecionados. ............................................................ 31 Figura 4: Ampliação da imagem de área de um trecho do Rio Itapocu, na Bacia do Rio Itapocu/SC com dois pontos (em destaque) para classificação de uso de solo. .................................................................................................................. 32 12 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Distribuição dos pontos analisados em cada classe de uso do solo..........................................................................................................33 13 LISTA DE SIGLAS AMVALI - Associação dos Municípios do Vale do Itapocu CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais PMB – Produção Mineral Brasileira 14 SUMÁRIO 15 1 INTRODUÇÃO O Brasil apresenta uma expressiva diversidade de ecossistemas florestais, dada a sua grande área física, diversidade de climas e solos existentes em seu território atlântico (LEITÃO FILHO, 1987). Essa diversidade é conhecida através dos biomas os quais são Caatinga, Cerrado, Pantanal, Pampas, Amazônia e Mata Atlântica. Contudo, desde as clássicas divisões fitogeográficas do Brasil, até as divisões mais recentes, alguns grandes domínios florestais tropicais e sub-tropicais são reconhecidos – dentre eles encontra-se a floresta atlântica (MMA, 2012). A Mata Atlântica foi uma formação florestal praticamente contínua ao longo de grande parte da região litorânea, estendendo-se desde o nordeste (Ceará) até o estado de Santa Catarina. A Floresta Atlântica está presente tanto na região litorânea como nos planaltos e serras do interior do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, ao longo de toda costa brasileira. A sua área principal ou central está nas grandes Serras do Mar e da Mantiqueira, abrangendo os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito do Santo (RIZZINI, 1997; RIBEIRO et al, 2009). No Nordeste Oriental, a Floresta Atlântica ocupa as restingas e, principalmente, a formação dos Tabuleiros Costeiros, desde o Rio Grande do Norte até Alagoas. Ao sul de Pernambuco e em Alagoas, reveste também as costas das serras baixas próximas à costa. Tavares (1967) e Andrade-Lima (1970) destacam também a existência de disjunções de Mata Atlântica isoladas nos topos de chapadas sedimentares e nos cumes das serras interioranas do Nordeste, chamadas de Brejos de Altitude (BARBOSA, 2002). A sua largura varia entre pequenas faixas e grandes extensões atingindo em média 200 km de largura (TAVARES, 1967; ANDRADE e LIMA, 1970). Existe grande divergência a respeito da área de abrangência original da Floresta Atlântica. De acordo com Leitão Filho (1987), a cobertura da Floresta Atlântica era quase contínua, estendendo-se ao longo de uma faixa litorânea de largura variável do Ceará até Santa Catarina. Outros autores, como Silva (1980) e Ogawa et al. (1990) apud Silva (1980) consideram que esta floresta se estendia pelo litoral desde o Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul. O IBGE (1994) 16 considera que além de localizada ao longo da costa brasileira, a Floresta Atlântica penetrava no interior do país, cobrindo quase a totalidade dos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, além de partes dos estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Em toda sua extensão, a Floresta Atlântica apresenta uma variedade de formações, e engloba um diversificado conjunto de ecossistemas florestais com estruturas e composições florísticas bastantes diferenciadas, acompanhando as características climáticas e geográficas. Como todo o processo de colonização e ocupação do território brasileiro desenvolveu-se, pelo menos no seu início, nas regiões próximas do litoral, a Mata Atlântica vem experimentando alguns séculos de contínua devastação. O resultado deste processo é que, no momento, existem apenas manchas disjuntas da floresta, particularmente em locais de topografia muito acidentada que impede qualquer atividade agrícola. Este ecossistema foi duramente alterado sem ser conhecido (LEITÃO FILHO, 1987 e RIBEIRO et al, 2009). Segundo o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (2008) Santa Catarina tem sua extensão territorial totalmente inserida no Domínio da Mata Atlântica, incluindo diversas fisionomias florestais e ecossistemas associados, hoje restam em torno de 17% de florestas primárias e secundárias em estágio médio e avançado de regeneração, o que confere ao Estado a terceira posição em termos de área com remanescentes de Mata Atlântica no país. Santa Catarina foi o estado que mais suprimiu a vegetação nativa no bioma Mata Atlântica desde o ano 2000: cerca de 45.500ha, correspondentes a um aumento de 7% em relação ao período anterior (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2008). Cada ano que se passa o homem vem destruindo o meio em que vive, usufruindo desse para se enriquecer sem a devida preocupação com os efeitos maléficos que podem causar ao planeta e futuro da humanidade. Quando ocorre um desmatamento em certa área, todo o ambiente ao seu redor é afetado prejudicando a biodiversidade do local, empobrecimento dos solos, enchentes dos rios, clima e bem como extinção de varias espécies da fauna e da flora, as mudanças climáticas locais, erosão e o assoreamento dos cursos de água (CRESTANA, 2006). Numa escala global, o desmatamento tem contribuído para os problemas ambientais que atingem a humanidade na atualidade, como o efeito estufa, a 17 escassez da água, em determinadas regiões e principalmente as mudanças climáticas (CRESTANA, 2006). Nesse panorama, as áreas matas ciliares são incluídas, não escaparam da destruição, pelo contrário, foram alvo de todo tipo de degradação. Em razão do processo de urbanização muitas cidades foram formadas as margens de rios, eliminando-se estas áreas (CRESTANA, 2006). O código Florestal Brasileiro (BRASIL, 2001) enquadra as matas ciliares Áreas de Preservação Permanente (APP) e define como as localizadas em faixas marginais de cursos d’águas, tanques, represas e lagos naturais; ao redor de nascentes. Apesar de essas áreas serem protegidas por um instrumento legal, verifica-se sua ocupação irregular com agropecuária e uso urbano (SANTOS, 2007). Sua importância para a saúde do meio ambiente é indiscutível, “possuindo a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bemestar das populações humanas” (BRASIL, 2001). Segundo Krieger, Maciel e Rocha (1998), as áreas de preservação permanente são “áreas que pelas suas condições fisiográficas, geológicas, hidrológicas, botânicas e climatológicas, formam um ecossistema de importância no meio ambiente natural. Araújo (2002) explica que “as áreas de preservação permanente – APP – são áreas nas quais, por imposição da lei, a vegetação deve ser mantida intacta, tendo em vista garantir a preservação dos recursos hídricos, da estabilidade geológica e da biodiversidade, bem como o bem estar das populações humanas. O regime de proteção a APP é bastante rígido: a regra é intocabilidade, admitida excepcionalmente a supressão da vegetação apenas nos casos de utilidade pública ou interesse social legalmente previsto. Tal posicionamento corrobora com Rocha (1999) que, reconhecendo as inegáveis qualidades e funções ambientais das APPs e a necessidade de sua proteção, não deixa de constatar a ineficácia da legislação federal que, apesar da previsão de dispositivos de proteção, não conseguiu ainda evitar a degradação das APPs por força da ação do homem ao transformar os espaços naturais para outros usos. 18 A princípio tinha-se como objetivo preservar os recursos naturais, solos férteis e florestas nativas remanescentes, que atualmente nem existem mais na grande maioria das APPs, mas que na legislação devem ser protegidos. “[..] O que se pretendia proteger e preservar não existe mais em função do alto grau de degradação e alterações realizadas nas margens e nos próprios cursos d’água” (SERVILHA et al., 2008). Inseridas nas áreas de APPs as matas ciliares constituem uma formação florestal típica de áreas restritas ao longo dos cursos d água e nascentes em locais sujeitos a inundações temporárias. Pela sua estratégica localização essas matas tem vocação de servirem como corredores naturais de ligação entre fragmentos e reservas florestais exercem papel fundamental na manutenção da qualidade da água, na conservação da biodiversidade e do patrimônio genético da flora e da fauna (CRESTANHA, 2006) . Segundo POLETO (2010) o termo mata ciliar se refere às formações vegetais que margeiam o curso d´água, sendo empregado, costumeiramente, como sinônimo de mata de galeria ou ripária. Matas ciliares tem relação direta na manutenção da qualidade de recursos hídricos, pois são extremamente importantes para impedir e reduzir o assoreamento de corpos d´agua ao impedir a erosão da borda, o solapamento de margens e o carregamento de material em suspensão para dentro dos corpos de água por meio do sistema radicular. Segundo MARTINS (2007) essas peculiaridades ambientais conferem as matas ciliares um grande aparato de leis, decretos e resoluções visando a sua preservação. O código florestal (LEI N° 4.771/65), desde 1965, inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente - APP. Assim, toda a vegetação natural (arbórea ou não) presente ao longo das margens dos rios e ao redor de nascentes e de reservatórios, por lei, deve ser preservada. Segundo Teles (2010) Santos et al., (2003) as matas ciliares são áreas de preservação permanente e constituem espécies de espaços territoriais especialmente protegidos, previsto pelo inciso III do 1° do art. 225 da CF/88. Em sua redação original considerava como faixa de preservação permanente, para as florestas e demais formas de vegetação natural situadas aos longos do curso d´agua, uma área marginal de cinco metros para rios com menos de dez metros de largura, e de igual ou metade da largura para os cursos com medida de dez a 19 duzentos metros, e de cem metros para todos os cursos com largura superior a duzentos metros. Esta faixa teve vigência de 15/09/65 a 15/07/78. Porem o agravamento das questões ambientais nessas últimas décadas teve importante contribuição para que a população mundial atribua maior importância às questões ambientais, havendo grande preocupação no que se refere aos recursos naturais. Dentro deste contexto consegue-se inserir a importância das matas ciliares para o ecossistema (LABADESSA, 2011) O elevado nível de perturbações antrópicas aos ecossistemas naturais tem sido a principal causa da fragmentação dos ecossistemas (VIANA e PINHEIRO 1998). A ação antrópica imprudente, buscando a obtenção de objetivos distintos, faz com que o ambiente natural esteja sendo cada dia mais modificado, e essas alterações podem ser notadas em diversas partes do Brasil e do mundo, sendo que em alguns locais se constitui como verdadeira degradação ambiental (ROSS, 2005). Uma vez que a mata ciliar possui enorme importância para a preservação da vida e da natureza, julga-se relevante a obtenção de maiores informações e esclarecimentos sobre as principais causas que ocasionam a degradação e a supressão das matas ciliares e identificar quais as conseqüências que essa agressão ao meio resultou (LABADESSA, 2011). Segundo Teles (2010) as matas ciliares ocupam as áreas mais dinâmicas da paisagem, tanto em termos hidrológicos, como ecológicos e geomorfológico sendo o termo “ribeirinho” o que melhor representa a diversidade de condições ecológicas desse ambiente. Essas áreas, também chamadas de zona riparia, estão intimamente ligadas ao curso d’água, mas os seus limites não são facilmente demarcados, em tese, os limites se estenderiam ate o alcance da planície de inundação. Segundo Poleto (2010) as matas ciliares são importantes do ponto de vista hidrológico posto que protejam nascentes aumentam o tempo de detenção das águas e conectam as áreas inundadas (terras baixas) e não inundadas (terras altas) atuando sobre diversos processos tais como infiltração, escoamento e ciclagem de nutrientes. Segundo Mota (2007) as matas ciliares tem grande importância ambiental, podemos destacar a cobertura vegetal que contribui para a fertilidade do solo, por meio das folhas, frutos e outros materiais orgânicos. A vegetação proporciona 20 proteção do solo contra a ação da chuva e do vento, reduzindo o feito erosivo dos mesmos. Assim as plantas amortecem o impacto das gostas da chuva sobre o solo, favorecendo a infiltração da água e, consequentemente, diminuindo o escoamento superficial. Segundo Cogo e Schwarz (2003) uma das consequências do desmatamento da mata ciliar e a erosão que e uma das formas mais prejudicial de degradação do solo. Além de reduzir sua capacidade produtiva para as culturas, ela pode causar sérios danos ambientais, como assoreamento e poluição das fontes de água. Contudo, usando adequado sistema de manejo do solo e bem planejadas práticas conservacionistas de suporte, os problemas de erosão podem ser satisfatoriamente resolvidos. Fundamentalmente, o processo de erosão hídrica do solo pela água da chuva é condicionado pelos fatores chuva, solo, topografia, coberta, manejo, práticas conservacionistas de suporte e irrigação inadequadas. Tendo em vista a fragilidade das matas ciliares e sua importância para manutenção dos recursos hídricos da bacia, o presente projeto visa realizar o diagnóstico dos possíveis impactos ambientais causados pela ação antrópica na mata ciliar do rio Itapocu, Bacia do Itapocu, Região Norte de SC. 21 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo geral Diagnosticar a situação das APPs nas margens do Rio Itapocu em toda sua extensão através de imagens de satélite. 2.2 Objetivos específicos Identificar os tipos de pressão antrópica exercida sobre a mata ciliar; Gerar diagnóstico socioambiental das áreas de APP do Rio Itapocu. 22 3 JUSTIFICATIVA hidrográfica. Ocupa 3.160 Km², abrangendo 12 municípios. Como conseqüência da ocupação histórica às margens do rio, percebe-se nos locais de acesso ao rio, pontes e pontilhões, muros de casas antigas, obras construídas literalmente às margens do rio, sugerindo a falta de preocupação com os efeitos da manipulação das margens à mercê dos interesses antropológicos. Empiricamente, quando se percorre regiões de nascentes é visível a ocupação de grandes trechos de margens por bananais e arrozais. Nas regiões mais baixas da bacia e planícies aluvionais nota-se a ausência da vegetação nativa, que foi substituída por monoculturas como eucaliptos (Eucalyptus spp.), pinus (Pinus spp.) e bambu (Bambusa spp). De acordo com a Lei 11.428 de 22 de dezembro de 2006, em seu Artigo 7°, quanto à proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de condições que assegurem: II – o estímulo a pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas. III – o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a manutenção do equilíbrio ecológico e IV – o disciplinamento da ocupação rural e urbana de forma a harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio ecológico (BRASIL, 2006). Diante da importância deste ecossistema e sua intensa utilização, resolveu-se adotar a mata ciliar como fonte de estudo para elaboração deste trabalho. Por ser um elemento essencial na manutenção e qualidade dos cursos d’água, esse ecossistema vem sendo cada vez mais estudado. 23 4 REVISÃO DE LITERATURA 4.1 Contexto Legal Os rios são canais naturais de comunicação para o nascimento das cidades, além de ser o suporte de serviços essenciais, dentre eles o abastecimento de água e a diluição de efluentes domésticos e industriais. Deste modo, com vistas a garantir a manutenção e conservação deste insumo, seria presumível que todo arcabouço legal normatizador do uso e ocupação de suas margens fosse rigorosamente cumprido. Na prática, todavia essas e outras APPs tem sido simplesmente ignoradas na maioria dos nossos núcleos urbanos, realidade que se associa a graves prejuízos ambientais como o assoreamento dos corpos d’água e a eventos que acarretam sérios riscos a população como as enchentes e os deslizamentos de encostas (ARAÚJO, 2002). A normatização sobre as APPs é uma das interfaces mais mal trabalhadas entre a legislação ambiental federal “[...] e um dos fatores que contribuiu para que isto ocorra são as falhas presentes na legislação” (THIESEN, 2009). Segundo Salvador e Padilha (2008) a visão puramente biológica dos problemas de meio ambiente exclui o homem por não querer considerá-lo como possuidor das características peculiares que o distingam dos demais seres vivo. Normalmente, essa integração não ocorre porque, em seu ímpeto protecionista, as legislações ambientais não consideram a existência do homem e sua influência na dinâmica da paisagem na qual as APPs estão inseridas (SERVILHA et al., 2008). De acordo com o Código Florestal Brasileiro (Lei 4.771/1965) são consideradas Áreas de Preservação Permanente as florestas e demais formas de vegetação natural que margeiam os cursos d’água, além de topos de morros, montanhas e serras, encostas com declividade superior a 45°, restingas, bordas dos tabuleiros ou chapadas, em altitude superior a 1.800 m e as formas de vegetação natural destinadas a atenuar a erosão, fixar dunas, formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias, auxiliar na defesa d território nacional , proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico, asilar exemplares da fauna ou flora ameaçadas de extinção, manter o ambiente necessário à vida das 24 populações silvícolas e assegurar condições de bem-estar público (CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO, 1965) Ainda sob aspecto legal, as APPs são mencionadas a Resolução CONAMA 369/2006 que dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente (CONAMA, 2006). No que se refere às APPs lindeiras aos cursos d’água, a Resolução 303/02 do CONAMA menciona em seu artigo 3° Área de Preservação Permanente a área situada em faixa marginal medida a partir do nível mais alto, em projeção horizontal, em largura mínima de trinta metros para o curso d’água com menos de dez metros de largura. Estando ou não coberta por vegetação nativa, de acordo com a Lei 4.771/1965, a função dessas áreas, é preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico da fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. Bianchini, et al. (2003) comentam que a vegetação ao longo das margens dos cursos d’água recebe o nome de vegetação ripária e a sua função é proteger o solo e os recursos hídricos através da regulação do fluxo de água, de sedimentos e de nutrientes entre os ecossistemas aquático e terrestre. No Brasil, este tipo de vegetação tem sua supressão e exploração legalmente proibidas. A Lei 9.605/98 (conhecida como Lei dos Crimes Ambientais) considera crime destruir ou danificar vegetação em APPs, ainda que esteja em processo de formação, bem como utilizá-la de forma indevida. 4.2 Panorama atual da Mata Ciliar O desenvolvimento do Brasil ocasionou, dentre outros impactos ambientais, o desaparecimento de grande parte da cobertura vegetal original do país, isto é, o país auferiu riquezas econômicas utilizando-se dos seus recursos naturais disponíveis (IBGE, 2005). A destruição da mata atlântica iniciou cedo. Foi pouco depois que os europeus descobriram o Brasil em 1500, que o desmatamento começou, com a exploração em larga escala do pau-brasil (Caesalpinia echinata), até então 25 abundante nas florestas costeiras. (COIMBRA-FILHO e CAMARA, 1996 apud PEREIRA, 2006). Esse emprego não se deu de maneira sustentável, gerando assim passivos ambientais a serem recuperados, sendo que um dos passivos é a supressão da faixa ciliar ao redor dos cursos d’água, que acarreta a redução da biodiversidade local, bem como o assoreamento e a queda da qualidade da água desses rios. (ANDRADE et al, 2005). Tucci (2003) enfatiza que países em desenvolvimento, como o Brasil, dispõem de processos de urbanização e de obras de drenagem urbanas realizadas de forma insustentável e mal planejadas, gerando intensos processos de degradação ambiental onde a os recursos hídricos é um dos que mais sofrem grandes impactos. Os modelos de desenvolvimento econômico adotados pelas civilizações foram idealizados, geralmente, sem considerar a fragilidade e a importância do ambiente terrestre. Os impactos ambientais causados pelos eventos de degradação e poluição acabam por comprometer cada vez mais os recursos naturais (renováveis ou não) acarretando em um montante de eventos que comprometem os padrões de qualidade de vida humana. Como exemplo o uso indiscriminado do ambiente florestal sem a preocupação de preservá-los ou conservá-los, onde as ações humanas não concebem as matas como componente importante para as mais diferentes dinâmicas ambientais (ciclos hidrológicos, biodiversidade, solos, dentre outros) e pautadas na teoria de uso inesgotável do recurso (PRIMO e VAZ, 2006). Com o passar dos anos a degradação em áreas de APPs vem aumentando gradativamente, é o que mostram estudos realizados, analisando a pressão exercida sobre essas áreas. Primo e Vaz (2006) realizaram um estudo de caso no rio Itapicuru-Açu em Ponto Novo e Filadélfia, Bahia, analisando a degradação e a perturbação ambiental em matas ciliares, A realidade encontrada na área estudada é crítica no tocante à degradação e perturbação ambiental das matas ciliares. Os fatores levantados como causas principais dessa agressão à natureza, já anteriormente citados, continuam sendo praticados sem haver as devidas providências. Verificou-se no estudo fatores que proporcionam a degradação e perturbação ambiental das matas ciliares como: desmatamento, inundações, queimadas, acesso comunitário ao lazer e água, instalação de fábricas de 26 cerâmicas, implantação de projetos de agricultura irrigada, construção de barragens e atividades agropecuárias, estavam presentes na região da pesquisa( PRIMO e VAZ, 2006). A partir dos resultados analisados, constatou-se que o nível de degradação ambiental das florestas ciliares é maior que o de perturbações causadas por várias atividades antrópicas. Constatou-se também que a ausência de gerenciamento dos usos múltiplos dos recursos hídricos por parte dos órgãos do controle ambiental, bem como conhecimentos sobre as questões ambientais por parte das populações nos municípios estudados contribuíram para o crescimento dos impactos ambientais negativos encontrados (PRIMO e VAZ, 2006). Em um estudo realizado por Campos e Landgraf (2001) em Viçosa – MG com o objetivo de observar a situação atual da mata ciliar do Ribeirão São Bartolomeu. Verificou-se ao longo do trecho do ribeirão em estudo, nove fragmentos de mata ciliar em diferentes estádios de sucessão ecológica, ou seja, todos os fragmentos já havia sofrido algum tipo de ação antrópica. A existência de apenas 3,4 ha com mata ciliar demonstram a pouca importância que se dá as estas áreas na região. Verificou-se que uma prática muito comum é a exploração desses fragmentos em busca de madeira para usos domésticos, como lenha, carvão, mourão de cerca e cabo de ferramenta. Os autores ressaltaram, inclusive, que muitas espécies florestais destes ambientes se encontram em via de extinção principalmente em conseqüência do seu valor econômico e do sistema seletivo de exploração. Para Ferreira e Dias (2004), em muitas propriedades que se estendiam até a margem dos ribeirões, a mata ciliar foi suprimida para dar lugar a pomares. Em geral, as margens dos rios são os terrenos mais férteis de uma propriedade, portanto são as primeiras áreas utilizadas para a prática agrícola. A ocorrência de bambuzais nas margens dôo ribeirões também é bastante freqüente. Santos (2007), trabalhando com análises do uso e ocupação do solo em ÁPP na Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço, em Itajubá – MG, afirma que a destaca a importância para a vida e a paisagem da cidade de São Lourenço, pois além de conter as principais áreas de recarga dos mananciais de água mineral, seu curso d’água principal corta a cidade praticamente ao meio e a atravessa em seu ponto mais nobre. O mapa de uso do solo mostra que a bacia do Ribeirão São Lourenço encontra-se bastante impactada pela ação antrópica e as áreas de mata 27 nativa sofreram intensa devastação e foram substituídas principalmente por pastagens. A área de preservação permanente representa 33,46% (1.328,88 ha) da área total da bacia. A maior parte das APPs (71,50%) encontra-se sob uso inadequado. Fica claro o não cumprimento da legislação ambiental e a necessidade de um plano de recomposição dessas áreas com vegetação nativa, pois os desmatamentos e os usos incorretos do solo refletem na quantidade e qualidade da água da bacia (SANTOS, 2007). Outra análise realizada na microbacia da Água da Limeira, em São Paulo, os usos e ocupações do solo da microbacia são predominantemente agrícolas, com áreas florestais menores do que o estabelecido pela legislação. As APPs estão ocupadas por atividades econômicas em sua maior parte, tendo um pequeno percentual das mesmas cobertas com mata ciliar. Esta situação precisa ser revertida urgentemente visando à adequação das propriedades rurais à legislação ambiental brasileira e à proteção dos recursos naturais destas áreas, que são naturalmente frágeis e importantíssimos para o ecossistema (DELATORRE, et al. 2011). Visando analisar o uso inadequado de áreas de preservação permanente segundo a legislação ambiental da microbacia do Córrego Três Barras - Botucatu (SP), Campos et al. (2009) verificou que o uso inadequado da terra em áreas de preservação permanente é consideravelmente baixo, pois o uso antrópico (inadequado) chega a 29,49% das APPs. 28 5 MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 Área de estudo A Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu é a região considerada neste trabalho está localizada na região da Baixada Norte Catarinense, nas proximidades do litoral, no Vale do Itapocu com latitude S 26° 11’ e 26° 32’ e longitude W 48° 38’ e 49° 31’. Possui altitudes predominantes de 0 a 900 m, médias anuais de 17 a 22°C, mínimas de 7,5 a 12°C e máximas de 28 a 31°C e uma precipitação anual de 1.200 a 2.000 mm, sem déficit hídrico (AMVALI, 2012). A Bacia abrange os municípios de Corupá, Jaraguá do Sul, Schroeder, Guaramirim e Massaranduba, parte dos municípios de Barra Velha, São Bento do Sul, São João do Itaperiú e Campo Alegre, pequena porção do território de Blumenau, metade de Araquari e um terço do município de Joinville ocupando uma área de 3.160Km² (AMVALI, 2003) (FIGURA 1). Figura 1: Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu com os principais cursos d’água. Fonte: sig.amvali.org.br 29 As nascentes do Rio Itapocu surgem na Serra do Mar e desembocam no Oceano. A nascente mais distante é a do Rio Vermelho, em São Bento do Sul que está a 136Km da foz do Rio Itapocu. 5.2 Metodologia A verificação da situação da cobertura vegetal, a identificação das áreas degradadas e a ocupação do solo na faixa de mata ciliar, será de caráter qualiquantitativo, pois vários tipos de dados serão analisados para que se entenda a dinâmica do fenômeno, partindo de questões amplas que vão se aclarando no decorrer da investigação gerando assim um diagnóstico da pressão exercida, conforme a seqüência de procedimentos abaixo: 1) Através de trabalho com fotos aéreas disponíveis no Google Earth de escala 1:50.000 e com o auxílio do software de geoprocessamento Quantum Gis 1.8 Lisboa (OSGeo; versão atual QGIS 1.8.0, 2012), será gerado uma grade em toda a extensão do rio Itapocu. Os vértices da grade formarão uma rede de pontos dos quais serão selecionados apenas aqueles que se encontram na faixa de 30 metros da margem do rio (THIESEN, 2009) (Figura 2). 30 Figura 2: Grade de pontos gerada sobre o rio Itapocu, na Bacia do Rio Itapocu/SC geradas no software Quantum Gis 1.8 Lisboa. 2) As ocorrências foram agrupados em sete classes de uso do solo: Agricultura (1); Urbanização (2), mata (3), solo exposto (4), pastagem (5), reflorestamento (6) e mineração (7). Para esta etapa será realizada uma análise de abundância das classes buscando demonstrar a condição da mata ciliar na área de preservação permanente. 3) Foi criada uma tabela (Figura 3) de atributos onde se encontram as informações dos pontos. Para cada ponto marcado, foi atribuído um código de identificação utilizando para isso números cardinais (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7) que correspondem às classes analisadas (THIESEN, 2009). 31 Figura 3: Tabela de atributos gerada pelo Quantum Gis 1.8 Lisboa. para classificação dos pontos selecionados. 4) Em cada ponto as imagens serão ampliadas até que a visualização fique nítida promovendo assim a identificação da classe e em seguida feita a descrição física do local, transferindo as informações para a ficha de descrição de cada ponto (tabela de atributos). 5) Os registros das fichas de descrições serão utilizados posteriormente para identificar o tipo de uso do solo em cada trecho. Assim será possível identificar a frequência relativa de cada tipo de uso do solo proposta (THIESEN, 2009). 32 Figura 4: Ampliação da imagem de área de um trecho do Rio Itapocu, Bacia do Itapocu/SC com dois pontos (em destaque) para classificação de uso de solo. 5) Os pontos que caíram dentro do rio, eram transferidos até a margem mais próxima (erro bastante comum devido a escala e a imagem). 33 6 RESULTADOS E DISCUSSÕES As grades resultaram um total de 748 pontos e destes foram analisados 182 o que corresponde a aproximadamente 5% dos pontos totais. Até o momento os pontos analisados foram selecionados aleatoriamente distribuídos em toda a extensão do rio. Destes a classe Mata e Solo exposto com 23,07% dos pontos (42 pontos), cada classe, encontram-se Mata e Solo exposto. Em seguida constata-se Atividade agrícola (38 pontos) com uma representatividade de 20,87% dos pontos analisados. As pastagens (35 pontos) ocupam o terceiro lugar da lista com 19,23% seguida pela urbanização (19 pontos) que representa 10,43% dos pontos estudados. Com 2,74% dos pontos encontra-se o reflorestamento (5 pontos) e por fim com apenas 0,54% dos pontos verificou-se atividade de mineração (1 ponto) (Tabela 1) Tabela 1: Distribuição dos pontos analisados em cada classe de uso do solo. CLASSE PONTOS PORCENTAGEM (%) Agricultura 38 20,87 Urbanização 19 10,43 Mata 42 23,07 Solo exposto 42 23,07 Pastagem 35 19,23 Reflorestamento 5 2,74 Mineração 1 0,54 Outra análise que pode ser feito mostra uma realidade mais alarmante: agrupando-se todas as classes que ocasionam impactos e/ou supressão da mata ciliar, observa-se que em 76,03% dos pontos analisados estão comprometidos e desprovidos de mata ciliar. Ressalta-se que, para este estudo não foi levado em consideração o estado de conservação das áreas cobertas por florestas. Os resultados encontrados em relação ao tipo de pressão exercida nas áreas de APP nas margens do Rio Itapocu, verificou-se que dos 182 pontos analisados os que A mata ciliar é um elemento chave da paisagem, servindo como corredores ecológicos naturais, que possibilitam o fluxo de animais e propágulos (pólen e sementes) ao longo de sua extensão e interligando importantes fragmentos florestais (SILVA, 2006). 34 A vegetação ciliar reduz o impacto de fontes de poluição de áreas a montante, através de mecanismos de filtragem (retenção de sedimentos), barreira física e processos químicos; minimiza processos de assoreamento dos corpos d’água e a contaminação por lixiviação ou escoamento superficial de defensivos agrícolas e fertilizantes. Além disso, mantém a estabilidade dos solos marginais, minimizando os processos erosivos e o solapamento das margens. A vegetação ciliar pode ainda reduzir a entrada de radiação solar e, dessa forma, minimizar flutuações na temperatura da água dos rios (SILVA, 2006). Levando-se em consideração as APPs da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu verificou-se inadequadas e intensas ocupações ao seu entorno. Do total de pontos analisados em APP da BHRI, cerca de 23,07% (42 pontos) são ocupadas por meio da mata ciliar. No entanto, esses valores representam apenas a vegetação remanescente, uma vez que, a flora característica da região foi retirada para a implantação de atividades de caráter antrópico. As principais causas do assoreamento de rios, córregos, lagoas e nascentes estão relacionadas aos desmatamentos, tanto das matas ciliares quanto das demais coberturas vegetais que, naturalmente, protegem os solos. Levando isso em consideração, os números que correspondem às áreas de solo exposto chegaram a 23,07% (42 pontos) se igualando a quantidade de pontos encontrados com mata ciliar. De acordo com Barbosa et al., (2007), sem a cobertura vegetal o solo tornase mais vulnerável a erosão e exposto a luz solar, há um aumento no albedo da superfície, oxidando a matéria orgânica, a morte dos microorganismos pelas altas temperaturas, diminuindo a fertilidade do solo e levando a perda do horizonte superficial. Girão et al., (2007) salientam que, constituindo-se na defesa natural do solo, uma vez que ameniza o impacto direto das gotas de chuva sobre o mesmo, a cobertura vegetal tem um papel relevante na dispersão da água precipitada, com a consequente diminuição das taxas de erosão por salpicamento (splash) e em lençol, bem como incremento das taxas de infiltração, ainda que essas últimas, quando excessivas, possam desencadear movimentos de massa com planos de ruptura profundos. A transformação na cobertura vegetal vem acontecendo de forma dinâmica na Bacia do Rio Itapocu, ao longo do tempo, com a região sofrendo sensíveis 35 mudanças nas paisagens nos últimos anos, caracterizadas principalmente pela expansão da agricultura. A agricultura é um tipo de pressão antrópica muito exercida correspondendo a 20,87% dos pontos analisados, totalizando 38 pontos, ficando atrás somente das áreas onde o solo estava exposto e das áreas onde havia mata. Em muitos lugares a mata ciliar foi suprimida para dar lugar a monoculturas (rizicultura e bananicultura). Em geral as margens do rio são os terrenos mais férteis de uma propriedade, portanto, são as primeiras áreas a serem utilizadas para a prática agrícola. De acordo com Primo e Vaz (2006) o mesmo identificou-se em Itapicuru-Açu na Bahia, analisando a degradação ambiental em matas ciliares, a agricultura toma frente sendo a principal pressão exercida nessas vegetações. A devastação vegetal na área de estudo se deve principalmente à intensificação das atividades humanas que tem se dado de forma muito acelerada e indiscriminada, o avanço da população nas APPs atrelado ao desmatamento de áreas para a construção de residências e atividades agrícolas é responsável pelo aumento da erosão pluvial dos solos, uma vez que a velocidade de escoamento da água das chuvas é maior em lugares cuja cobertura vegetal foi retirada, além de inferir significativamente no empobrecimento do solo, devido à diminuição de material orgânico nas camadas mais superficiais do solo, bem como contribui na redução da absorção de água pelo solo (PRIMO e VAZ, 2006). Os resultados encontrados por Santos (2007) também corroboram com dados encontrados neste trabalho. O plantio de culturas agrícolas ocupa 21,43% da área da bacia hidrográfica do Ribeirão São Lourenço – MG. A situação da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu exige ações a serem realizadas devido ao crescimento demográfico e impermeabilização dos solos, juntamente ao escoamento superficial, já que não infiltrando, irá escoar nos receptores naturais, aumentando o volume de água nestes, causando enchentes, inundações e transbordamentos nessas regiões. A produção agrícola é realizada sem auxilio técnico, a falta de conhecimento, as questões culturais e as condições climáticas, fazem com que os produtores descumpram a legislação ambiental, desmatando e queimando as margens do rio para dar lugar as áreas plantadas, trazendo com isso efeitos degradadores do ambiente. Estas práticas predatórias propiciaram um desgaste dos 36 recursos ambientais, gerando diminuição da capacidade produtiva do solo, poluição e assoreamento do rio, além dos desastres ambientais como a desertificação (ALMEIDA, 2010). O descobrimento do solo favorece o processo de erosão. O cultivo continuado, com a retirada dos produtos agrícolas e sem reposição dos nutrientes retirados, leva à perda da fertilidade (SAMPAIO, 2005). A ocupação por áreas urbanizadas corresponde a 10,43% (19 pontos). Estas que provavelmente foram erguidas sem um estudo prévio de impacto ambiental, estando irregular principalmente com o desrespeito a faixa de preservação permanente defendida pela Lei Nº. 4771/1965 do Código Florestal, que estabelece a necessidade das APPs ao redor dos cursos d’água. O processo de urbanização causa desequilíbrio ecológico em ecossistemas naturais ainda não alterados por ação antrópica. Estudos apontam uma grande relação entre o grau de urbanização e o aumento de concentração de poluentes no escoamento superficial, em razão da área impermeabilizada, do crescimento populacional e da falta de gestão ambiental nestes locais. Atrelado a isso temos diversos outros fatores que influenciam na quantidade e qualidade do escoamento, como o clima, a duração e a intensidade das precipitações, o tipo e uso do solo (ARAUJO, 2007). O impacto ambiental negativo, observado está centrado na discussão sobre a poluição do Rio Pajeú provocado pelo processo de urbanização na cidade de Serra Talhada, observada ao longo dos anos, que favorece o desequilíbrio dos mananciais aquáticos através da prática do despejo de dejetos e esgoto in natura no leito do rio Pajeú em virtude do avanço populacional e crescimento da cidade. O desmatamento, a expansão urbana e o crescimento populacional, vários sedimentos, efluentes industriais e, principalmente, esgotos domésticos, são transportados para os cursos d’água provoca alterações ecológicas decorrentes do excessivo despejo de matéria orgânica. Sendo assim, se faz necessário medidas urgentes para conter, diminuir e ou evitar impactos ambientais, garantindo assim a sua sustentabilidade (PINTO, 2003). Na Bacia Hidrográfica do Rio São Lourenço em Itajubá – MG, em um estudo realizado por Santos (2007) as áreas de APP encontram-se bastante impactadas pela ação antrópica. As áreas de mata nativa sofreram intensa devastação e foram substituídas principalmente por pastagens, o que vai de encontro com os dados 37 encontrados nesta pesquisa. As pastagens foram um tipo de pressão antrópica bastante presente nas áreas de APP correspondendo a 19,23% dos pontos analisados, totalizando 35 pontos. A supressão da mata ciliar para implantação de pastagens provoca a degradação das margens, provocando o carregamento de solo nos períodos de chuvas torrenciais e, conseqüentemente, o seu assoreamento (FILHO, 2001). Santiago (2005) mostra um estudo promovido pelo Banco Mundial onde, este apresenta as formas principais de desmatamento, que são: a conversão de floresta em pastagens para a criação de gado. Outro problema observado foi a atividade de reflorestamento (5 pontos) representando 2, 74% dos pontos analisados. O reflorestamento em grandes extensões territoriais tem sido alvo de caloroso debate, que está longe de ser consensual, ainda mais quando se inclui a questão ambiental como central e imprescindível para o desenvolvimento sustentável. Apesar de poucos pontos co reflorestamento terem sido identificados, com toda a certeza os impactos causados pelos mesmos são grandes como relata o caso a seguir: “Na África do Sul, o plantio do eucalipto substitui grandes áreas de cana-deaçúcar. Na ocasião da implantação dessas florestas, as empresas diziam que elas combateriam a erosão e trariam mais chuva, mas nada disso aconteceu, e o país discute hoje um imposto para o consumo da água, que ocorre, em grande escala, por essas plantações. Esse elevado consumo dos 1.600.000 hectares de eucalipto existentes no país afeta os agricultores a jusante dos plantios. A situação exigiu que o consumo de água passasse a ser autorizado somente a partir de estudos de impacto ambiental, realizados num prazo de oito a quinze meses, que são avaliados pelo Departamento Nacional de Água daquele país” (VIANA, 2004). No Chile mais de 45% do plantio no Chile foi feito em terras antes ocupadas pela floresta temperada, um rico ecossistema que está sendo destruído. Naquele país, o plantio de Pinus e eucalipto em escala comercial começou em 1974, durante a ditadura do general Augusto Pinochet. Hoje, são dois milhões de hectares de plantio, dos quais o Pinus representa 75% e o eucalipto 17%, mas essa última espécie vem aumentando sua proporção. Segundo ele, o plantio em escala permitiu 38 aumentar as exportações chilenas, e o setor de celulose responde por 12% do comércio exterior, sendo o terceiro setor exportador do país (VIANA, 2004). Com apenas 1 ponto representando 0,54% do total, encontra-se atividade de mineração. A atividade de exploração mineral ou “mineração” propriamente dita e tida como umas das mais impactantes ao meio ambiente, haja vista os diversos impactos que gera: degradação visual da paisagem, do solo, do relevo, alteração na qualidade da água, transtornos gerados às populações que habitam o entorno dos projetos minerários e à saúde das pessoas diretamente envolvidas com a atividade (PMB,1992). 39 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS As matas ciliares possuem grande relevância para a manutenção da biodiversidade, contudo o aumento da população juntamente à sua crescente intervenção em área de APP nas margens do rio causa uma série de danos ambientais, além do fato de que a supressão dessa formação vegetal se constitui normalmente de forma ilegal perante as legislações brasileiras, no âmbito federal, estadual e municipal. O desenvolvimento deste trabalho gerou resultados importantes e que servirão de base para auxiliar órgãos responsáveis pela gestão da bacia do Rio Itapocu. A área de estudo consegue demonstrar a pouca importância atribuída às matas ciliares, apesar de contar com proteção legal essa formação já não ocorre de modo contínuo ao longo dos rios, sendo que a sua área está muito fragmentada e sobre grande ação antrópica imprudente. E assim consegue-se identificar a gravíssima condição de preservação e da sua crescente degradação ambiental. As transformações por vezes equivocadas do meio natural para o artificial acarretam muitas conseqüências. Cabe aqui uma reflexão, não que tais modificações sejam terminantemente proibidas, mas que elas ocorram quando extremamente necessárias e segundo os critérios técnicos e sociais aprovados pelos diversos interessados ligados à temática. O aumento na degradação observado na bacia do Rio Itapocu está associado aos diversos impactos causados pelas ações antrópicas na bacia hidrográfica. As ações antrópicas sobre as áreas de APP, obedecendo a um modelo de desenvolvimento econômico, têm sido freqüentemente realizadas de um modo incompatível com a capacidade de suporte ambiental. A retirada da mata ciliar, atividades agrícolas como fontes difusas de poluição, a retirada de areia, ocupação desordenada da população contribuindo para o despejo de esgotos domésticos sem qualquer forma de tratamento são algumas das atividades que contribuem para o assoreamento e a eutrofização do referido rio. Modelos de desenvolvimento em áreas de matas ciliares, pautado nos preceitos de Desenvolvimento Sustentável, é uma questão que precisa ser cada vez mais amadurecida e praticada. Pode-se inferir que estes possam ser praticados quando princípios como os da Educação Ambiental, Participação, Pertencimento e 40 Autonomia de cada indivíduo e de seus grupos sejam pressupostos para as efetivações de ações e política públicas voltadas não só para o meio ambiente, mas também para o desenvolvimento humano. 41 10 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Felipe Carlos Pereira de. Dissertação de Mestrado. Alteração na qualidade ambiental no entorno do rio Quipaúa no município de Ouro Branco – RN. Paraíba, 2010. AMVALI, Associação dos Municípios do Vale do Itapocu. Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu com os Principais Cursos d’água. Sig AMVALI, 2012. Disponível em: http://sig.amvali.org.br. Acesso em: Julho de 2012. AMVALI, Associação dos Municípios do Vale do Itapocu. Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itapocu com os Principais Cursos d’água. 2003. Disponível em: http://www.amvali.org.br. Acesso em: Julho de 2012. ANDRADE-LIMA, D., Vegetação IN: Atlas Nacional do Brasil, I. 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