Panorama
Laboratório vai à fazenda
São Paulo exporta laboratórios móveis para promover o diagnóstico sanitário animal
L
IB-Apta
aboratórios móveis para promover a sanidade animal
em regiões distantes, inacessíveis e/ou com poucos
recursos foram desenvolvidos pelo Instituto Biológico (IB
-APTA), órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento
do Estado de São Paulo, e a empresa A.R.G. (www.grupoarg.
com.br). O objetivo é difundir o conhecimento, reconhecer
enfermidades, e dar suporte para aumentar a oferta de proteína à população.
Os laboratórios móveis são
montados em contêineres,
facilitando o transporte
Os laboratórios foram
montados em contêineres
e envolveram as principais
áreas da medicina veterinária, como virologia, bacteriologia, parasitologia, hematologia, entre outras, com foco
em animais de produção,
sendo totalmente móveis e
independentes, podendo ser
transportados como carga
convencional em navios ou caminhões. Nos laboratórios será
possível manipular agentes com potencial zoonótico, detectar as principais enfermidades que comprometem os sistemas de produção, bem como capacitar técnicos locais.
Experiência
O projeto uniu a experiência em sanidade animal do
Instituto Biológico e o interesse da A.R.G. em promover a
pecuária em regiões com alto potencial e baixos recursos.
No início do projeto, o médico veterinário Ricardo Spacagna Jordão, do Instituto Biológico, visitou a República da
Guiné Equatorial, África, buscando conhecer as condições
necessárias para implementar laboratórios de diagnóstico,
ou seja, de suporte à pecuária, em regiões sem nenhuma
estrutura veterinária.
São vários os benefícios da utilização de laboratórios móveis, tanto para suprir a carência de fornecedores da região,
visto que o início do projeto contempla a montagem das
unidades no Brasil, como pelo custo mais baixo e, talvez o
Banco do Brasil disponibiliza R$ 70 bi
para a safra 2013/14
O
Banco do Brasil vai destinar R$ 70 bilhões para operações
de crédito rural na safra 2013/14, volume 14% superior
ao valor desembolsado e 27% superior ao volume de recursos
aplicados na safra passada. Desse total, R$ 13,2 bilhões irão financiar a agricultura familiar e R$ 56,8 bilhões vão atender aos
agricultores empresariais e cooperativas rurais. As agências do
Banco do Brasil estão contratando operações com as mudanças e inovações implementadas pelo Governo Federal.
Volume de recursos
PRONAMP - Destinada aos produtores que possuem renda anual de até R$ 1,6 milhão, receberá recursos de R$ 10,1
bilhões nesta safra. A taxa de juros foi reduzida para 4,5% a.a.,
tanto para os custeios, quanto para os investimentos.
Agricultura familiar – Contará com recursos de R$ 13,2
bilhões. Os volumes para custeio da safra estão projetados
em R$ 6,7 bilhões e para investimento em R$ 6,5 bilhões.
ABC - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono – Serão aplicados R$ 4 bilhões no Programa, o que representa
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A Lavoura - Nº 697/2013
R$ Bilhões
Segmento
Agricultura Familiar
Safra
Safra
2012/13 2013/14
10,5
13,2
%
26%
Custeio
5,1
6,7
31%
Investimento
5,4
6,5
20%
44,5
56,8
28%
35,8
42,1
18%
8,7
14,7
69%
55,0
70,0
27%
Agricultura Empresarial
Custeio e comercialização
Investimento
Total
incremento de 167% no volume de crédito projetado na safra anterior.
Armazenagem - O Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) é destinado a apoiar investimentos
necessários à ampliação e à construção de novos armazéns
através de financiamentos aos produtores rurais e suas coo-
Mão de obra
A utilização destes laboratórios
depende de qualificação da mão de
obra para atuar nos containers, devido às peculiaridades do projeto, em
especial as necessárias para garantir
a biossegurança e confiabilidade
dos resultados. Para tanto, o Instituto Biológico está capacitando funcionários de nível superior e médio.
perativas de produção. A linha de
crédito, que financia até 100% do
valor do projeto, conta com encargos financeiros de 3,5% a.a. e prazo
de pagamento de até 15 anos com
até 3 anos de carência.
Inovação - O Inovagro possui
linha de crédito que financia até
R$ 1 milhão por beneficiário (e até
R$ 3 milhões em empreendimento coletivo), conta com encargos
financeiros de 3,5% a.a. e prazo de
pagamento de até 10 anos com até
3 anos de carência.
Irrigação - A linha de crédito
financia até R$ 1,3 milhão por beneficiário, conta com encargos financeiros de 3,5% a.a. e prazo de
pagamento de até 12 anos com até
3 anos de carência.
C
riado em 2005, o programa de
Desenvolvimento da Cadeia
Produtiva do Leite em Minas Gerais
(Minas Leite) está presente em 1.154
propriedades rurais em 357 municípios mineiros. A meta da Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Seapa) é chegar a 1.300 propriedades
neste ano.
Seapa-MG
principal, a mobilidade, que pode
ser explorada de várias formas.
Como exemplo, podem-se empregar os laboratórios móveis em situações de surto, permitindo o deslocamento de um dos laboratórios
para a fazenda com foco da doença,
evitando que a remessa de material
a longas distâncias dissemine os
patógenos por regiões livres. Desta forma, é possível debelar o foco
diretamente da fazenda, com mais
agilidade e segurança.
Minas Leite ajuda
a reduzir custos nas
propriedades rurais
Nessas fazendas são introduzidas
práticas gerenciais, técnicas e administrativas, com o objetivo de aumenA administração bem conduzida permite a
previsão de investimentos em melhorias
tar a produtividade e a qualidade do
leite diante dos crescentes custos, principalmente com a alimentação dos animais.
Levantamento da Seapa confirmam a importância de ações simples de manejo e
reformulação da dieta do rebanho leiteiro, cujos gastos com ração concentrada à
base de farelo de soja e milho, e despesas com o volumoso (silagem de milho e
cana-de-açúcar), tiveram alta de quase 20% em 12 meses.
Por isso, o Minas Leite dá especial atenção a uma boa gestão de manejo nos
pastos, que pode ser por meio do pastejo rotacionado, que promova um rodízio
dos piquetes utilizados pelos animais, permitindo a recuperação do capim. Durante a seca, os animais recebem reforço alimentar, produzido na própria fazenda, à
base de cana-de-açúcar ou silagem de milho, na quantidade adequada para promover a redução do uso de ração que seria adquirida fora da propriedade. Nas
propriedades assistidas pelo Minas Leite, os técnicos da Emater também recomendam a integração da lavoura à pecuária, que ainda pode agregar o plantio de
florestas, contribuindo para a diversificação da produção e o aumento da renda.
Mulheres à frente
Um exemplo do resultado do programa pode ser verificado Fazenda Cabeceira
do Mono, no município de Coroaci (Leste de Minas), propriedade de Silvani Correa
da Silva. Desde o falecimento do marido, há dois anos, ela assumiu a lida diária
com a ajuda das quatro filhas.
“Aprendemos a administrar, registrando tudo que se relacione aos animais e
outros fatores que possam influir na produção da fazenda, o que permite, inclusive, fazer a previsão de investimentos em melhorias”, explica Suely, uma das filhas.
Nos 112 hectares da propriedade eram mantidas mais de 100 cabeças de
gado comum e a produção de leite era pequena. O primeiro passo recomendado pelo extensionista Clésio Peixoto de Melo foi providenciar a plantação de um
canavial para ajudar na alimentação dos animais. O manejo também foi aperfeiçoado e os animais são mantidos em espaços cercados sobre o pasto, conhecidos na região como mangas.
De acordo com Suely, o esforço com apoio do Minas Leite para aumentar a produção das vacas deu bom resultado: as 16 vacas em produção garantem 75 litros
de leite ao dia, volume produzido por 20 vacas, antes das mudanças propostas
pelo Minas Leite. “O trabalho para manter tudo funcionando compensa e estamos
aproveitando a experiência acumulada desde a infância: capinar, roçar, fazer cerca,
ordenhar as vacas e realizar outras atividades”, ela comemora.
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