ESTADO DO PARÁ MINISTÉRIO PÚBLICO 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TUCURUÍ ATA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA REALIZADA NO DIA 03.12.2015, às 09:00h, NO CENTRO DE CONVENÇÕES DE TUCURUÍ, NA PRESENÇA da Dra. Adriana Passos Ferreira e Dra. Francisca Suênia Fernandes de Sá, para tratar da Implementação, execução e acompanhamento do Projeto IPIRÁ I e II. A Dra. Adriana Passos Ferreira, titular 3ª PJ de Tucuruí conduziu a presidência dos trabalhos, abriu a audiência compondo a mesa por: Dra.Francisa Suênia Fernandes Sá, titular 1ª PJ de Tucuruí, Dr.Luiz Eduardo Smaniotto, Procurador da República – MPF, Dr. Francisco Charles Teixeira, Promotor de Justiça Titular de Breu Branco, Tarcísio Feitosa da Silva, Mariana Borgéa, técnico GATTI- MP-PA, Representante da secretaria de meio ambiente, representante da Secretaria de Pesca, representante da Prefeitura Municipal, representante da COOP-AB e representante da COOPAT. Os integrantes da mesa passaram a tecer breves considerações sobre o futuro do projeto. Em seguida, a Dra Adriana Passos Ferreira passou a ler o regimento da audiência pública explicando os procedimentos para conduzir a audiência, bem como apresentando justificava de ausência dos representantes da Eletronorte e Ministério da Pesca, os quais informaram a impossibilidade de comparecimento em razão dos aeroportos de Tucuruí e Marabá estarem fechados por ocasião de queimadas na região. A Representante do Ideflor tomou a palavra para breve exposição sobre a realidade atual do projeto Ipirá: inicialmente a representante discorreu sobre o histórico do projeto, explicando a retirada de 325 famílias por conta da obra da Eclusa e que tais famílias tiveram sua atividade econômica proibida por conta da obra e o histórico de ações da Eletronorte para mitigar os impactos da construção da Hidrelétrica. Em 2009 a Eletronorte assinou convenio com a SEPAq para produção sustentável de peixes. Atualmente, o local do projeto encontra-se em condições precárias com a ração estragada e material sem condições de uso. O projeto não atendeu os objetivos porque aumentou o passivo ambiental e o passivo social porque houve desmatamento e porque socialmente não gerou renda. Após a conclusão sobre o projeto Ipirá, a representante do Ideflor discorreu sobre o Parque Aquícola para estabelecer diferenciação com o Projeto Ipirá, concluindo que atualmente está em vigor TAC para que seja configurado legalidade ao projeto. Porém, não há ninguém produzindo e está tudo parado. Em seguida passou a falar sobre o Projeto Ipirá II, elaborado por equipe multidisciplinar e tem como meta construção de sede, funcionamento dos tanques rede. O projeto tem como falhas o recurso que deveria ser dado pelos cooperados, os pescadores não tiveram preparação para atuar em cooperativas, as cooperativas (coopat e coopab) possuem lacunas na regularização. O projeto não apresenta infra-estruturade como será implementado. O projeto não possui um plano de negócios. Sugere que seja criado comissão de acompanhamento em conjunto com órgãos de interesse e apresentação de termo de parceria firmado entre a Eletronorte e Ministério da Pesca. Tomou a palavra o senhor Gilberto Vaz para explicação do sucesso do seu projeto privado. Ele inicialmente foi chamado para construção de tanques-rede. Para desenvolver seu projeto ele adquiriu conhecimento para criação de peixes e colocou seu empreendimento a disposição para ESTADO DO PARÁ MINISTÉRIO PÚBLICO 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TUCURUÍ visitasA Dra. Adriana Passos Ferreira tomou a palavra para declarar aberta às inscrições. O representante da COOPAT tomou a palavra para dizer que pequena parte do projeto foi implantado e que parte dos pescadores tem conhecimento sobre piscicultura. É viável a criação de peixes menores. A cooperativa luta para que o projeto seja efetivamente implantado e que saia do papel. Ele relatou que o que impactou não foi a eclusa, foi a construção da hidrelétrica que fechou o rio Tocantins. Os pescadores querem produzir. Tomou a palavra o Dr. Luiz Eduardo Smaniotto, procurador da República, para ratificar a importância dos movimentos sociais para impulsionar o Projeto. Ressaltou a participação do Ministério Público Federal para implementação do Projeto no que for possível. Tomou a palavra o Senhor Roquevan, representante da COOPAP e declarou que não houve discussão sobre a licença de instalação. Seguiu dizendo que a propriedade do local do Projeto não é clara. A coopap é uma cooperativa que, mesmo assim, produz. Tomou a palavra o senhor Tarcísio para explicação sobre a fala dos inscritos 1º inscrito: Presidente da Piscicultura de Breu Branco Falou que faz dez anos que eles não produzem nada. Disse que o Projeto foi uma farsa e que tem acervo de fotos dos peixes morrendo e de material estragado. Defendeu que cada qual fique no seu Município.2º inscrito: Presidente da APOVO Sr. Ademar Relatou que o projeto estava esquecido e queparte do povo não foi contemplado com nada. Seguiu dizendo que o pescador está passando necessidade. Em seguida informou que a cooperativa não tem como se regularizar sem renda. Opinou dizendo que a Eletronorte deveria indenizar de 2007 a 2015 e apartir do projeto implementado a cooperativa deveria contribuir. Concluiu dizendo que os recursos do projeto foram desviados. 3º inscrito: Juscelino Pereira Disse que achava que o orçamento do projeto que foi desviado deve ser investigado pelas autoridades. Finalizou dizendo que o projeto nunca deu certo. 4º inscrito: Max Disse que o projeto é um só, mas são duas cooperativas. Seguiu dizendo que foi disponibilizado tanques-rede, mas não deu certo e que não tem apoio no projeto deles. Relatou que a SEPAq que ficou responsável para administrar o orçamento do projeto e por isso a SEPAq deveria ser responsabilizada. 5º inscrito: Cléber da colônia de pescadores Disse que o projeto Ipirá vai se expandir e parte dos pescadores não se encaixam. Disse também que o pescado na região acabou e que deve haver fiscalização rigorosa sobre a verba liberada. Finalizou dizendo que projeto tem mas não sai do papael. 6º inscrito: Rosali Esclareceu que ela mesma chama os cooperados e explica como é o trabalho, que tenta povoar os tanques e nunca obteve sucesso. Seguiu relatando que os tanques foram abandonados por alguns cooperados e que lutam para manter o Projeto. Concluiu dizendo que achava que a Eletronorte deveria ter penas por não cumprir o projeto. 7º inscrito: Presidente da Associação da Vila Matacurá Disse que acha que a criação de peixe não dará certo porque o local é impróprio. Não tem onde o peixe reproduzir na época do defeso. Tomou a palavra a representante da SEMMA para esclarecer que a usina não está funcionando sem licença. A licença antiga foi prorrogada por força de lei. A licença não foi renovada porque será feito uma revisão geral das condicionantes. Tomou a palavra o senhor Tarcísio Feitos da Silva para ratificar os malefícios das divisões entre os pescadores e ressaltou ESTADO DO PARÁ MINISTÉRIO PÚBLICO 3ª PROMOTORIA DE JUSTIÇA DE TUCURUÍ a importância de uma unidade para seguir na implementação do projeto. E sugeriu a implementação de um instituto de pesquisa. Encaminhamentos: 1. Desmembrar inquérito Civil com dois objetos: apuração de atos de improbidade em face da ausência de transparência na prestação de contas no Projeto Ipirá I e implantação e execução do projeto Ipirá I e II. 2. Constituição formalmente de uma COMISSÃO DE ACOMPANHAMENTO do projeto IPIRÁ, formada pelos seguintes membros: Representante da COOPAB; Representante da COOPAT; Ministério Público Estadual; Eletronorte; MPA; SEMAS; IDEFLOR-Bio/Gerência da Região Adm. Lago de Tucuruí; 3. Que a Eletronorte apresente ao Ministério Público, SEMAS e a Gerencia do Mosaico Lago de Tucuruí – IDEFLOR-Bio, do instrumento legal que firma a parceria entre a Eletronorte e o MPA 4. Que se proceda uma avaliação da sustentabilidade do projeto levando em consideração pelo menos os indicadores da dimensão ambiental, social, econômica Deliberações: 1. Reunião de trabalho para o dia 14.01.2015 da comissão formada. O registro dos presentes está na lista de freqüência em anexo.Nada mais dito a Presidência encerrou os trabalhos às 12:00. Dra. ADRIANA PASSOS FERREIRA Promotora de Justiça. Presidente da Audiência