Laboratório de IER 8o experimento Objetivo: Criar redes locais com enlaces agregados Introdução Num projeto de uma rede de médio ou grande porte, um ou mais switches de núcleo interligam os demais segmentos da rede. Desta forma, por esses switches potencialmente trafega uma grande quantidade de informação. Se os segmentos de rede são ampliados, a quantidade de tráfego por esses switches possivelmente aumentará. Dependendo do caso, os enlaces entre esses switches e os segmentos de rede podem ficar saturados - isto é, não dão mais conta da intensidade de tráfego que devem transportar. Nesse caso, uma saída pode ser aumentar as capacidades desses enlaces. As capacidades de enlaces Ethernet de um switch são determinadas pelas tecnologias por ele suportadas. Isso quer dizer que uma porta de switch tem sua capacidade predefinida, e não há como modificá-la. No entanto, uma forma barata de aumentar a capacidade de enlaces Ethernet é agregar duas ou mais portas de switches para que operem como se fossem uma única porta. Essa técnica tem tanta utilidade que o [http://standards.ieee.org/getieee802 IEEE] (órgão que padroniza diversas tecnologias de camada física e enlace de redes), criou para ele uma norma específica chamada [http://tele.sj.ifsc.edu.br/~msobral/IER/802.1AX-2008.pdf IEEE 802.1AX]. A norma IEEE 802.1AX define como equipamentos devem implementar a agregação de enlaces (link aggregation). Graças a ela, switches de diferentes fabricantes podem interoperar. De acordo com essa norma, a agregação de enlaces implica agrupar portas do switch para operarem como uma única porta, como pode ser visto na figura abaixo. No entanto, cada porta individual mantém suas funções normalmente, com seu MAC trabalhando de forma independente. A agregação de enlaces faz com que os quadros sejam enviados de forma balanceada pelas portas agrupadas, assim distribuindo o tráfego entre elas. O interessante disso é que se uma porta perder comunicação (ex: o cabo for desconectado), o grupo de portas se ajusta para usar somente as portas que possuem comunicação. Assim, além de aumentar a capacidade de enlaces, essa técnica proporciona tolerância a falhas de portas ou enlaces individuais. Ilustração 1: Exemplo de LAN com enlaces agregados Roteiro O estudo sobre agregação de enlaces iniciará com a implantação de uma rede com estrutura típica para uma pequena empresa, como se pode ver na figura abaixo. Nessa rede existem três subredes: uma contendo os servidores, outra com os computadores dos usuários e a terceira com os computadoers dos diretores. Essas subredes são interligadas por dois computador com função de gateway, sendo que um deles também provê acesso a Internet. Devido à distribuição dos computadores e servidores, e disponibilidade de switches, as subredes serão implantadas com VLANs. Finalmente, o gateway para Internet fornecerá o serviço o serviço DNS para toda a rede, além de efetuar NAT. 1. Conecte os computadores de sua bancada ao switch Dlink DES-3526 no rack correspondente. O manual desse switch está acessível ao lado do link de onde você obteve este roteiro. 2. O switch deve ser configurado de forma que os computadores de usuários fiquem na VLAN 20, os servidores fiquem na VLAN 30, e os diretores na VLAN 50. Configure o switch para que as respectivas portas sejam membros de uma dessas VLANs (em modo untagged). A configuração do switch pode ser feita no modo texto, via telnet ou sua console conectada à porta serial de algum computador, ou via interface web. A configuração de VLANs se divide em duas partes: i) A criação da VLAN no switch: no modo texto usa-se o comando “create vlan nome_vlan tag VID”. Na interface web deve-se acessar o menu Configuration->Vlans. Escolha nomes sugestivos para suas VLANs. O VID é o identificador de VLAN (20, 30 ou 50). ii) A adição de portas às VLANs: no modo texto usa-se o comando “config vlan nome_vlan add untagged X”, sendo X o número da porta. Talvez seja necessário antes remover a porta da VLAN default, usando-se “config vlan default delete X”. 3. Configure o enlace entre os switches, de forma que o tráfego das várias VLANs possa ser transmitido. Lembre que as portas dos switches nesse caso devem estar em modo tagged. 4. Teste a comunicação entre os computadores de uma mesma VLAN. Somente passe para o próximo ítem quando estiver certo de que a rede está plenamente operacional. 5. A implantação da rede será concluída com a implantação do gateway e instalação dos servidores. O gateway deve fazer NAT entre as subredes e a rede do laboratório, e servir DNS para as subredes. Não esqueça de habilitar a função de gateway: echo 1 > /proc/sys/net/ipv4/ip_forwarding O NAT deve ser configurado na interface de saída do gateway da seguinte forma: iptables -t nat -A POSTROUTING -o eth0 -s 192.168.100.0/26 -j SNAT –to-source IP_externo_gateway iptables -t nat -A POSTROUTING -o eth0 -s 192.168.10.0/24 -j SNAT –to-source IP_externo_gateway Como será usada apenas uma interface de rede no gateway para interligar as subredes do laboratório, dos servidores e dos usuários, será necessário criar interfaces virtuais baseadas em VLANs. Isso implica o gateway ser um equipamento que entende VLAN IEEE 802.1q. No Linux podem-se configurar interfaces virtuais associadas a VLANs usando-se o comando “vconfig add interface VID” - ex: vconfig add eth0 20 adiciona à interface eth0 uma interface virtual (que vai se chamar eth0.20) para a VLAN 20. Use esse comando para criar as interfaces virtuais necessárias. Em seguida configure o endereço IP dessas interfaces normalmente. O DNS deve servir apenas como cache, e deve aceitar atender requisições somente se originadas nas subredes internas. 6. Após implantar o gateway tente acessar os servidores a partir da subrede dos usuários. Execute o wireshark na interface eth0 do gateway, de forma a observar os quadros recebidos e enviados. Note os endereços IP de origem/destino nesses quadros, além da tag IEEE 802.1q. 7. Cada aluno deve escolher o computador de algum outro colega da outra bancada para fazer um teste de geração de tráfego. O teste se dará com o programa netperf, usado para estimar a taxa de bits que pode ser obtida entre dois computadores. netperf -f k -H IP_do_outro_computador Repita o teste três vezes a note as taxas de bits obtidas. 8. Para aumentar a capacidade da rede será criado um enlace agregado entre os switches. Assim, crie um enlace agregado composto por duas portas. Na interface web essa operação pode ser feita no menu Configuration->Link Aggregation. Após efetuar a configuração em ambos switches repita a medição feita no ítem 7. Houve melhoria na taxa de bits obtida ? 9. Inicie o download do seguinte arquivo: http://espelhos.edugraf.ufsc.br/ubuntu-releases/maverick/ubuntu-10.10-desktop-i386.iso Uma forma fácil de fazer isso é executando: wget http://espelhos.edugraf.ufsc.br/ubuntu-releases/maverick/ubuntu-10.10-desktop-i386.iso Enquanto o download está acontecendo, desconecte uma das portas do enlace agregado. O que houve com o andamento do download. Reconecte a porta e observe o efeito no seu download.