TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DOUGLAS RENE ROCHA SILVA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM TRABALHADORES EXPOSTOS ÀS EMISSÕES VEICULARES DA AV. RADIAL LESTE, SÃO PAULO São Paulo – SP 2014 S579a SILVA, Douglas Rene Rocha. Avaliação do potencial genotóxico da poluição atmosférica em trabalhadores expostos às emissões veiculares da Av. Radial Leste, São Paulo / Douglas Rene Rocha Silva. São Paulo: [s.n.], 2014. 84 f. : il. Orientadora: Profª. Dra. Martha Cristina Motta Godinho Netto. Monografia (Licenciatura em Ciências Biológicas) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, IFSP, 2014. 1. Poluição do atmosférica 2. Biomonitoramento 3.Micronúcleos da mucosabucal 4. Amostradores passivo I. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo II Título CDU 573.0 TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS DOUGLAS RENE ROCHA SILVA AVALIAÇÃO DO POTENCIAL GENOTÓXICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA EM TRABALHADORES EXPOSTOS ÀS EMISSÕES VEICULARES DA AV. RADIAL LESTE, SÃO PAULO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, Campus São Paulo como um dos requisitos à obtenção do título de Licenciado em Ciências Biológicas Orientadora: Martha Cristina Motta Godinho Netto Co-orientadora: Regiani Carvalho de Oliveira São Paulo – SP 2014 BANCA DE AVALIAÇÃO ____________________________________________ Orientador Profa. Dra. Martha Cristina Motta Godinho Netto Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo /Biologia/CTT/Biologia ____________________________________________ Membro Titular Externo Dra. Nilsa Regina Damaceno Rodrigues Universidade de São Paulo /Investigação médica – HC - FMUSP ____________________________________________ Membro Titular Interno Profa. Dra. Renata Duarte de Souza Rodrigues Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo /Biologia/CTT/Biologia ____________________________________________ Suplente Externo Dra. Mariângela Macchione Universidade de São Paulo/Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental/Patologia ____________________________________________ Suplente Interno Prof. Dr. Flávio Krzyzanowski Júnior Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo /Biologia/CTT/Biologia São Paulo, 21 de maio de 2014 Dedico esse trabalho: As minhas orientadoras, Regiani Carvalho e Martha Godinho, pelo empenho e dedicação durante a execução do projeto e de minha graduação. Aos meus pais, minha companheira e meus amigos, pelo apoio, carinho e compreensão nos momentos mais difíceis dessa caminhada. AGRADECIMENTOS Aos voluntários que participaram do estudo, por dedicar parte do seu tempo de trabalho para colaborar com a pesquisa, mesmo sem receber nenhuma gratificação. Á equipe do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Regiani Carvalho; Mariângela Macchione; Tiana Moreira; Pâmela Almeida; Glauco Bonaldo; Bianca Garcia e Luiz Amato), pelo apoio e dedicação na preparação do projeto, coleta e análise dos materias aqui apresentado. Aos professores do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de São Paulo, em especial aos professores Flávio Krzyzanowski, Renata Duarte, Audrey Paíva, Paulo Henrique, Fernanda Cangerana, Lucia Collet, Pedro Miranda e Martha Godinho pelo empenho e dedicação à prática docente, mostrando aos alunos que ensinar é mais do que transmitir o conhecimento. Ao Centro de Física Atômica da Universidade de Lisboa, em especial à Professora Maria Luisa de Carvalho e à professora Martha Manso, pelo apoio e dedicação durante minha estada na instituição. À Doutora Nilsa Regina Damaceno Rodrigues, pelo treinamento e subsídio À execução do teste de micronúcleos na mucosa oral. Á patologista Maria Eugenia Carretero, pelo treinamento e ajuda na leitura dos micronúcleos. As minhas grandes amigas, Eveline Duarte, Mayara Rosane, Pâmela Souza, Bruna Domingues, Nathália Paris, Rita Imai, Jéssica Puerta, Carolina Espolaor, Tiana Moreira, Sônia Soares e Selma Oliveira, pelo apoio durante essa caminhada. Ao Professor Doutor Paulo Hilário do Nascimento Saldiva, por incentivar e acreditar no desenvolvimento da ciência e em sua utilidade para melhorar a qualidade de vida dos menos favorecidos. Á Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo, pelo incentivo financeiro concedido, por meio da bolsa de estudo regular, bolsa BEPE e reserva técnica, que viabilizou a execução deste projeto. “Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades; lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.” Charles Chaplin RESUMO Inúmeros estudos têm evidenciado que a exposição à poluição do ar está associada ao aumento da morbidade e da mortalidade por doenças respiratórias, cardiovasculares, infecciosas e câncer de pulmão. Em 2012, os poluentes atmosféricos de origem externa foram responsáveis pela morte prematura de 2,6 milhões de pessoas no mundo. Diversos estudos epidemiológicos globais realizados na última década atribuem à exposição crônica apenas ao material particulado fino (MP2,5) cerca de 3% dos óbitos por doenças cardiopulmonares, 5% dos cânceres de pulmão e 3% de óbitos em crianças com até cinco anos de idade. Neste estudo objetivou-se avaliar os efeitos genotóxicos da poluição atmosférica de origem veicular ao longo da Av. Radial Leste. Para essa avaliação, foi utilizado o teste de micronúcleos em células da mucosa oral - MCN-oral, o teste de bioacumulação em cascas de árvores e dados do monitoramento automático da poluição atmosférica, realizado pela CETESB. A população de estudo foi composta por 60 voluntários de ambos os sexos, com idade de 19 a 56 anos. Trabalhadores atuantes em ambientes internos (escritórios, academias e escolas) e externos (comércio de rua), distribuídos em três pontos ao longo da Av. Radial Leste, e um grupo controle, localizado no Clube da Mooca. Resultados parciais não conclusivos, evidenciam que independente do grupo estudado, a população está exposta a elevadas concentrações de poluição atmosférica. Analisado os índices de MCN-oral, por grupo, notou-se que os voluntários pertencentes aos grupos externos apresentam índices de MCN-oral superior aos identificados nos voluntários de ambientes internos. Verificou-se, uma tendência de aumento nos índices de MCN-oral nos grupos mais próximos ao centro da cidade de São Paulo (Parque Dom Pedro e Carrão), independente do grupo ser interno ou externo. O grupo controle (interno e externo) apresentou índices de MCN-oral, mais baixos que os encontrados nos grupos localizados, diretamente na Av. Radial Leste. Esses resultados reforçam a necessidade de estudos que utilizem metodologias alternativas de monitoramento ambiental para identificar os efeitos da poluição atmosférica em microescala, visto que o monitoramento convencional da poluição atmosférica, não consegue identificar tais efeitos. ABSTRACT Currently there are strong evidences that chronic exposure to air pollution is associated with increased of mortality due to respiratory, cardiovascular, infectious diseases, lung cancer, and morbidity with exacerbation in patients with chronic diseases such as asthma, DPOC, cardiac, rhinitis and other. Epidemiological studies have shown that the risk associated with traffic emissions are higher for people who live or work near the highway vehicular traffic. So the objective was to evaluate the genotoxic effects of air pollution from vehicular origin along the Radial Leste Avenue, in a population of 60 volunteers directly and indirectly exposed to air pollutants. For this evaluation, the MCN -oral test was used to test for bioaccumulation in tree barks, and data from the automatic monitoring of air pollution, conducted by Cetesb. The study population consisted of 60 volunteers of both sexes, aged 19-56 years. Active workers in indoor environments (offices, gyms and schools) and external (street vending), distributed in three points along the Radial Leste Avenue, and a control group, located in the Mooca club. Partial results are not conclusive, they show that independent of the group studied, the population is exposed to high concentrations of air pollution. Examined the rates of MCN -oral, per group, it was noted that volunteers belonging to foreign groups had rates of MCN -oral, superior to those identified in volunteers for indoor environments. Also there was a trend of increased rates of MCN -oral, the closest to the city of São Paulo (Parque Dom Pedro and Carrão) center groups, whether the group be internal or external. The control (internal and external) group showed lower oral MCN rates than found in the groups located directly on Avenida Radial Leste. These results reinforce the need for studies that use alternative methodologies for environmental monitoring, to identify the effects of air pollution on micro - scale. Since the conventional atmospheric pollution monitoring, cannot identify it. SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11 2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 15 2.1 PRINCIPAIS FONTES E TIPOS DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ....................................... 15 2.2 HISTÓRICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ................................................................. 16 2.3 DIRETRIZES MUNDIAIS PARA OS POLUENTES ATMOSFÉRICOS ................................... 17 2.3.1 Organização Mundial da Saúde ................................................................... 17 2.3.2 Estados Unidos - EUA ................................................................................... 18 2.3.3 Europa ............................................................................................................. 20 2.3.4 Brasil ............................................................................................................... 22 2.3.4.1 Monitoramento da qualidade do ar na cidade de São Paulo................... 23 2.4 EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE HUMANA ....................................... 25 2.5 MONITORAMENTO DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO COM AMOSTRADORES PASSIVOS ........ 29 2.6 BIOMONITORAMENTO ............................................................................................. 29 2.6.1 Teste de Micronúcleo em Células da Mucosa Bucal – MCN-oral .............. 30 2.6.2 Teste de Bioacumulação em Folhas de Árvores ......................................... 32 3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 34 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................ 34 3.2 CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO ......................................... 35 3.2.1 Aplicação dos Questionários de saúde ....................................................... 36 3.3 COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO – MCN-ORAL .................................................... 37 3.3.1 Método de Coloração PAS e contra coloração AB “Peridoc Acid Schiff e Alcian Blue” ............................................................................................................ 37 3.3.2 Análise das lâminas de MCN-oral ................................................................. 39 3.4 ANÁLISE DE EESPECTROMETRIA DE FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X – FRXDE ............. 40 3.5 ANÁLISE QUANTITATIVA DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO POR AMOSTRAGEM PASSIVA ..... 44 3.6 MONITORAMENTO ANÁLITICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ...................................... 46 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS ......................................................................... 46 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 48 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO ...................................................... 48 4.2 ÍNDICE DE MCN-ORAL EM CÉLULAS DA MUCOSA ORAL ............................................ 51 4.3 CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS-TRAÇOS EM FOLHAS DE ÁRVORES ........................ 53 4.4 CONCENTRAÇÃO DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO POR AMOSTRAGEM PASSIVA ................ 59 4.5 DADOS DO MONITORAMENTO AUTOMÁTICO REALIZADO NA CIDADE DE SÃO PAULO ... 60 5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 64 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 65 ANEXOS ...................................................................................................................... 76 ANEXOS A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO.................. 77 ANEXOS B - CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA .......................... 80 ANEXOS C - AUTORIZAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ................... 81 ANEXOS D - PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE NO2 PASSIVO............................. 83 11 INTRODUÇÃO De acordo com a Organização Mundial da Saúde – OMS, poluição atmosférica é toda e qualquer forma de matéria ou energia com intensidade e em quantidade suficiente para tornar o ar impróprio, nocivo ou ofensivo à saúde (WHO, 2006). Desta forma, o controle de emissões atmosféricas é de extrema relevância para garantir a qualidade de vida nas cidades (WHO, 2006). Estudos ratificam que a exposição à poluição do ar está associada ao aumento da morbidade e da mortalidade por doenças respiratórias, cardiovasculares, infecciosas e câncer de pulmão (MARTINS et al., 2003; WHO, 2006; LOMBARDI et al., 2010). Em 2012, segundo dados da WHO, os poluentes atmosféricos de origem externa foram responsáveis pela morte prematura de 3,7 milhões de pessoas no mundo, o que representa um acréscimo de 30% no número de óbitos registrados em 2011 quando se contabilizou 2 milhões de óbitos prematuros associados diretamente aos poluentes atmosféricos (WHO, 2014). Neste cenário, estimativas para 2050, colocam os poluentes atmosféricos, principalmente o Ozônio (O3) e o Material Particulado (MP), em posição de destaque, pois atribuem a esses poluentes elevados risco de morte, superando as mortes por malária, consumo de água insalubre e falta de saneamento básico (OECD, 2011; VORMITTAG et al., 2013). Estudos epidemiológicos globais realizados na última década atribuem à exposição crônica apenas ao material particulado fino (PM2,5) cerca de 3% dos óbitos por doenças cardiopulmonares, 5% dos cânceres de pulmão e 3% de óbitos em crianças com até cinco anos de idade (COHEN et al., 2005; DANAEI et al., 2005 e LOMBARDI et al., 2010). No Brasil, apesar das limitações dos dados ambientais e de estudos que incorporem variação do clima e da exposição em diferentes regiões do país, estimase em 13 mil o número de óbitos por ano associados ao material particulado (PRUSS-USTUN, BONJOUR, CORVALAN, 2008). Entretanto, estudos recentes do Instituto Saúde e Sustentabilidade estima que o número de óbitos seja ainda maior, já que foram registrados apenas no estado de São Paulo 17.443 óbitos decorrentes da poluição atmosférica, sendo 7.932 registrados na região metropolitana do estado de São Paulo e 4.655 registrados na capital paulista (VORMITTAG et al., 2013). Atualmente, a principal fonte emissora de poluentes atmosféricos nos grandes centros urbanos e amplamente relatada em artigos científicos nacionais, internacionais e nos inventários de emissões atmosféricas é derivada do tráfego 12 veicular (CETESB, 2012). Porém, a poluição atmosférica não atinge a população de forma homogênea, já que os poluentes, além de apresentarem diferentes níveis de toxicidade, também apresentam grande variação temporal e espacial. A variedade é determinada por fatores como: fonte emissora (se natural ou antropogênica), qualidade do combustível e processos de combustão (JARRET et al., 2009). Outro aspecto importante se refere aos processos de dispersão dos poluentes atmosféricos, que são determinados por condições climáticas (temperatura, velocidade e direção de ventos, intensidade luminosa, precipitação) e topográficas da área (GAUDERMAN et al., 2004). Entretanto, os efeitos adversos dos poluentes atmosféricos, de uma forma geral, manifestam-se com maior intensidade em crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade (doenças respiratórias, cardiovasculares etc.) ou baixa imunidade (LOMBARDI et al., 2010; VORMITTAG et al., 2013). Contudo os efeitos da poluição não estão restritos somente à esses grupos. Pesquisas na área da saúde respiratória indicam que pessoas que residem ou trabalhe próximas às fontes emissoras de poluentes atmosféricos, sejam elas estacionárias ou móveis, incluindo as vias de intenso tráfego veicular, estão expostas a um maior gradiente de poluentes atmosféricos e possuem maior risco atribuído de desenvolver algum tipo de doença relacionado à poluição do ar (WHO, 2005; CARNEIRO et al., 2011; HALDERMANN et al., 2010). Com 11 milhões de habitantes, a cidade de São Paulo é o maior centro urbano do Brasil e o mais importante polo industrial e comercial da América Latina (IBGE 2010). São Paulo é uma cidade de contrastes, possuindo bairros com infraestrutura e condições socioeconômicas típicas de países desenvolvidos, enquanto que em outros bairros, geralmente periféricos, há carência do mínimo em infraestrutura para a sobrevivência (IBGE, 2010). Segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), o município de São Paulo tem hoje o tráfego veicular urbano como a principal fonte poluidora do ar. Anualmente são lançadas na atmosfera da região metropolitana de São Paulo cerca de 33,78 mil toneladas de CO; 26,75 mil toneladas de hidrocarbonetos (HC); 61,20 mil toneladas de NOX; 1,40 mil toneladas de MP; e 3,25 mil toneladas de SOX (CETESB, 2012). Diante dessa carga de poluição, diversos autores afirmam que o aumento de 10ug/m3 de MP2,5 é responsável por elevar a mortalidade e aumentar o numero de internações por problemas respiratórios e cardiovasculares, particularmente em populações sensíveis como crianças, idosos e pessoas com alguma comorbidade, (PEREIRA et al., 1998; BRAGA et al., 2001; MARTINS et al., 2002; LIN et al., 2004; GOUVEIA et al., 2006; MENDES et al., 2011; SALDIVA et al., 2010; VORMITTAG et al., 2013). A qualidade do ar no município de São Paulo é monitorada pela CETESB, que conta com 16 estações de monitoramento automático de qualidade do ar, distribuídas principalmente na região central da cidade, o que deixa grande parte da cidade desprovida de monitoramento ambiental. Desta forma, o monitoramento da qualidade do ar no município de São Paulo não consegue atender toda a faixa territorial urbana e, com isso, grande parte da população fica desprovida de monitoramento ambiental (SALDIVA et al., 2010 e VORMITTAG et al., 2013). Assim, a busca por metodologias alternativas ao monitoramento da qualidade atmosférica, realizado por estações de monitoramento automáticas, para identificar os efeitos desses poluentes na saúde, tem sido feita com o uso de organismos vivos, que respondem ao estresse a que são encontram submetido, por modificações nos ciclos vitais ou pela acumulação de poluentes em seus sistemas (CARNEIRO et al., 2011). A vantagem dessas metodologias baseia-se no baixo custo de instalação e acompanhamento, ausência, em geral, de aparelhagem sofisticada de medição, eficiência no monitoramento de áreas amplas e períodos longos de tempo; e viabilidade de se avaliar elementos químicos presentes em baixas concentrações no ambiente em estudo (CARRERAS; PIGNATA, 2001; HIATT, 1999; SUMITA, 2003). Com população de aproximadamente três milhões de habitantes distribuídos em diversos bairros e apenas três estações de monitoramento ambiental, a região leste da cidade de São Paulo está caracterizada como uma das regiões onde mais se registra problemas de saúde respiratória (VORMITTAG et al., 2013). A população residente na região conecta ao centro da cidade diariamente por uma importante via axial a av. Radial Leste. A av. Radial Leste possui 22,17 km de extensão e é responsável por interligar a região extremo leste da cidade ao centro, atravessando bairros com características socioeconômicas muito diferentes. Esta avenida suporta intenso fluxo veicular, principalmente nos horários de pico (manhã e fim da tarde), quando, segundo as últimas estimativas disponíveis da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), trafegam por suas vias aproximadamente 40.992 veículos (CET, 2007). A hipótese deste estudo é que a população que trabalha e/ou reside no entorno da av. Radial Leste está exposta a maiores concentrações de poluição atmosférica se comparada à população que trabalha e/ou reside mais distante desta via e que não possua características similares. Assim este projeto teve como objetivo avaliar os efeitos genotóxicos dos poluentes atmosféricos, em uma população de 60 voluntários expostos diretamente e indiretamente aos poluentes ao longo da av. Radial Leste, utilizando metodologias alternativas de monitoramento ambiental. 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 PRINCIPAIS FONTES E TIPOS DE POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA Uma versão não poluída da atmosfera terrestre é composta principalmente por 78% de nitrogênio diatômico (N2), 21% de oxigênio diatômico (O2), 1% de argônio (Ar) e cerca de 0,04% de gás carbônico (CO2). Essa mistura de gases permite que muitas reações de importância ambiental ocorram na atmosfera, independentemente da atmosfera estar limpa ou poluída (BAIRD e CANN, 2011; MOZETO, 2001). Entretanto, uma série de poluentes oriundos de diversas fontes poluidoras podem contaminar a atmosfera, tornando o ambiente inadequado para os seres humanos, além de impedir reações químicas importantes, e/ou acelerar diversas reações químicas na atmosfera (BAIRD; CANN, 2011). Segundo Baird e Cann (2011), as fontes de poluição atmosféricas podem ser naturais, se as emissões ocorrerem por erupções vulcânicas ou qualquer outra fonte natural, ou antropogênicas, quando a emissão ocorre a partir de indústrias ou de veículos automotores, conforme ilustrado na figura 1 (BAIRD; CANN, 2011). Figura 1 – Fontes naturais e antropogênica de poluição, e Características de poluentes primários e secundários. Fonte: www.brookscole.com A capacidade de regeneração da atmosfera reduz consideravelmente à medida que a quantidade de emissões de poluentes cresce, seja com a industrialização ou com o aumento do número de veículos automotores no planeta (MOZETO; ANTONIO, 2001). Atualmente, inúmeros são os poluentes da atmosfera, e de acordo com a CETESB (2013) podem ser distinguidos em dois tipos: a) Poluentes primários - aqueles emitidos diretamente pelas fontes para a atmosfera (por exemplo, os gases que provêm do tubo de escape de um veículo automóvel ou de uma chaminé de uma fábrica) CO; NOx; NO 2; SO2 e partículas em suspensão; b) Poluentes secundários - resultado de reações químicas que ocorrem na atmosfera e onde participam alguns poluentes primários. Exemplo: O 3, o qual resulta de reações fotoquímicas. (CETESB, 2013). Entre os inúmeros poluentes lançados atualmente na atmosfera, os mais preocupantes para os órgãos de saúde são os emitidos diretamente por fontes móveis, visto que a poluição oriunda de fontes fixas, na maioria dos centros urbanos, encontra-se praticamente controlada (CETESB, 2013). 2.2 HISTÓRICO DA POLUIÇÃO DO ATMOSFÉRICA Com uma população mundial cada vez maior e a busca crescente da população por bens e serviços, o homem foi obrigado a aumentar sua capacidade de produção para atender às demandas de uma população em crescimento. Assim, por volta de 1750, na Inglaterra, surgiram às primeiras fábricas, e com elas nasceu a Revolução Industrial, que ocorreu entre 1750-1860 (OLIVEIRA, 2006). Esta revolução trouxe diversas mudanças para o ambiente urbano local, no início sufocando as cidades pela fumaça das máquinas a vapor que usavam o carvão como combustível e, posteriormente, aquecendo as cidades pela queima de combustíveis derivados do petróleo (OLIVEIRA, 2006). Entretanto, a preocupação com os efeitos da poluição atmosférica na saúde começou em meados do século XVIII e os efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde humana só foram amplamente descritos a partir da segunda metade do século XX (OLIVEIRA, 2006). O primeiro registro ocorreu no Vale Meuse, na Bélgica. Essa região concentrava muitas indústrias em 1930 e no inverno as condições meteorológicas sempre foram desfavoráveis. Neste período foram registradas 60 mortes por doenças respiratórias, número que foi considerado muito alto quando comparado aos dados dos anos anteriores (FIRKET, 1931). Em 1948, a cidade de Donora, Pensilvânia, EUA, passou por uma inversão térmica (presença do ar frio retido na camada inferior devido ao seu maior peso de densidade) e 20 mortes por problemas respiratórios, influenciados pela poluição gerada por indústrias locais, foram registrados nos documentos oficiais (CIOCCO, 1961). Durante o inverno Londrino de 1952, também pela ação de uma inversão térmica, os poluentes gerados pelas indústrias e pelos aquecedores domésticos (que utilizavam carvão como combustível) formaram uma nuvem, composta principalmente por material particulado e enxofre (com concentração até nove vezes maiores que a média, para ambos os poluentes), que permaneceu estacionada sobre a cidade por aproximadamente três dias. O resultado foi o aumento de 4 mil, mortes em relação à média de óbitos em períodos semelhantes (LOGAN, 1952). No Brasil, o caso mais marcante dos efeitos sobre a saúde humana e dos custos econômicos, sociais e ambientais da poluição atmosférica, ocorreu na cidade de Cubatão, São Paulo. Nos anos 80, Cubatão era considerada uma das cidades mais poluídas do mundo, chegando a ser conhecida como "Vale da Morte". Onde na década de 80, 23 indústrias lançavam diariamente na atmosfera da região mais de mil toneladas de gases e partículas tóxicas, e como consequência, verificou-se o prejuízo na saúde respiratória e na qualidade de vida de seus habitantes (CETESB, 2012; OLIVEIRA, 2006). A partir das descrições de episódios demonstrando a correlação entre poluição atmosférica e problemas médicos ou ambientais, as autoridades de saúde foram mobilizadas para regulamentar e controlar as emissões de poluentes atmosféricos. Vários países estabeleceram diretrizes específicas sobre o assunto e, junto com a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiram padrões de emissão de poluentes. Merecem destaque, neste trabalho, as diretrizes estabelecidas pelos EUA, Europa, Brasil. 2.3 DIRETRIZES MUNDIAIS PARA OS POLUENTES ATMOSFÉRICOS 2.3.1 Organização Mundial da Saúde Desde 1975 a OMS mantém um programa de apoio técnico aos países em desenvolvimento para a implantação de programas de monitoramento de poluentes atmosféricos (WHO, 1997). Esse programa define uma agenda de pesquisa em saúde, responsável por estabelecer normas e padrões, articular as opções políticas baseadas em evidências e fornecer apoio técnico aos países (WHO, 2005). Para a OMS, a poluição atmosférica é um grave risco à saúde ambiental sendo responsável por 3,2 milhões de mortes prematuras no mundo. Esses dados alarmantes reforçam a urgente intervenção das autoridades públicas a nível nacional, regional e mesmo internacional, pois, segundo a própria OMS, a redução dos níveis de poluição do ar promoverá uma redução das doenças respiratórias, cardíacas e de câncer de pulmão (WHO, 2014). Segundo a organização ar puro é considerado uma exigência básica de saúde e bem estar. Neste cenário, novos dados sobre os efeitos adversos da poluição atmosférica têm sido publicados na literatura científica e a OMS trabalha para se certificar de que as evidências disponíveis são usadas no debate público e na formulação de políticas públicas (WHO, 2014). A OMS estabelece metas intermediárias para os países que têm níveis elevados de poluição atmosférica, incentivando a redução gradual das emissões (WHO, 2005). A legislação atual publicada pela OMS em seu Guideline de 2005 está apresentada na tabela 1. Tabela 1 – Padrões de Qualidade do Ar da OMS 2.3.2 Estados Unidos - EUA Na década de 1970, foi criada, nos Estados Unidos, a "Environmental Protection Angency" (EPA), agência ambiental nacional responsável pelo controle da qualidade do ar e pelo estabelecimento de padrões de concentração máxima para seis poluentes atmosféricos (Material Particulado - MP, Dióxido de Enxofre – SO2, Monóxido de Carbono - CO, Dióxido de Nitrogênio – NO2, Ozônio – O3 e Chumbo Pb). Posteriormente, estudos epidemiológicos realizados entre 1989 e 1996 indicaram que a exposição a poluentes atmosféricos nas concentrações estabelecidas pela EPA continuava aumentando a morbidade e mortalidade de pessoas com doenças respiratórias. Esses dados promoveram a revisão dos padrões previamente estabelecidos para o material particulado. Em 1997, foram propostos novos padrões para a qualidade do ar e novos limites para a concentração de partículas finas (com diâmetro aerodinâmico menor que 2,5 µm) (POPE et al., 2004). Atualmente, observa-se uma tendência dos Estados Unidos a atualizar constantemente suas diretrizes a respeito das emissões de poluentes atmosféricos considerando os estudos científicos realizados ao redor do mundo. Desta forma, as atualizações referentes aos padrões de emissão atmosférica ocorrem de cinco em cinco anos. Os atuais padrões de emissão atmosférica publicados pela EPA para monóxido de carbono, chumbo, dióxido de nitrogênio, material particulado, ozônio e dióxido de enxofre estão apresentados na tabela 2. Tabela 2 – Padrões Estadunidenses de Qualidade do Ar 2.3.3 Europa Em 1956, o Parlamento Inglês atribuiu às autoridades locais o controle das áreas de maior risco de ocorrência e acúmulo de fumaça preta emitida pelas chaminés das residências, obrigando e financiando a troca do sistema a carvão por eletricidade, gás ou óleo diesel, além de regulamentar as emissões de enxofre e fumaça preta pela indústria (BRAGA et al., 2002). No início dos anos 70, a União Europeia (UE) reconheceu que vários danos à saúde humana eram causados pelas altas concentrações de poluentes lançados na atmosfera (BRAGA et al., 2002). Em 1976, a Comossion of the European Communities (CEC) estabeleceu padrões para a emissão de SO2, CO, NO2, PM e oxidantes fotoquímicos. Desde então a UE vem adotando padrões cada vez mais rígidos para emissões atmosféricas, que subsidia as atualizações das legislações dos diversos países europeus (BRAGA et al., 2002). Em 1993, a União Europeia iniciou a implantação de uma série de ações visando à melhoria da qualidade dos combustíveis utilizados em indústrias, veículos e aquecimento doméstico (EUROPA, 2009). Uma das medidas adotadas pela União Europeia propõe que os próprios postos de abastecimento colaborem na campanha por um consumo consciente e alertem os consumidores que mudanças de hábitos farão a diferença no uso eficiente dos combustíveis (EUROPA, 2009). Na tabela 3 estão apresentados os atuais padrões de emissão adotados pela União Europeia. Tabela 3 – Padrões Europeus de Qualidade do Ar 2.3.4. Brasil Com o progressivo aumento da frota veicular no Brasil, motivado pelo incentivo à compra de veículos motorizados e o aumento da renda dos brasileiros, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) regulamentou os limites de emissão veicular para carros novos, através da Resolução Nacional CONAMA N°18, em 6 de maio de 1986. Essa resolução criou o Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE). O PROCONVE foi considerado um marco regulatório no país por estabelecer limites máximos de emissão para veículos novos, a partir de experiências iniciadas no estado de São Paulo, envolvendo a indústria automobilística e a CETESB. O PROCONVE estabeleceu limites para: CO, CHx, NOx, e teor de CO (OLIVEIRA, 2006; OLMO, 2011). Com a implantação do PROCONVE houve uma redução na emissão de diversos poluentes no município de São Paulo, entre 1998 e 2007, pelos veículos novos (CETESB, 2005). Neste mesmo período, a CETESB relata que os índices de ultrapassagens dos padrões de emissão dos poluentes monitorados foram praticamente controlados no estado de São Paulo (CETESB, 2005). Na figura 2 observa-se o número de ultrapassagens dos padrões de PM10 na RMSP nos últimos nove anos, onde é possível notar uma queda significativa no número de ultrapassagens, especialmente em 2005 (CETESB, 2005). Figura 2 – Número de ultrapassagens do PM10 em relação aos padrão de emissão na RMSP – CETESB 2005.Fonte:<http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/qualidade-do-ar/31-publicacoes-e-relatorios Atualmente os padrões brasileiros de emissão de poluentes atmosféricos estão definidos na RESOLUÇÃO/CONAMA/N.º 003 de 28 de junho de 1990 estão apresentados na tabela 4. Tabela 4 – Padrões Brasileiros de Qualidade do Ar - CONAMA 03/1990 2.3.4.1 Monitoramento da qualidade do ar na Cidade de São Paulo No estado de São Paulo a CETESB é o órgão responsável por monitorar a qualidade atmosférica (CETESB, 2013). A CETESB possui estações medidoras automáticas na região metropolitana da cidade de São Paulo, interior e litoral do estado, além de estações móveis, que são utilizadas em estudos temporários. Essa rede está ligada a uma central de computadores através do sistema de telemetria, que registra ininterruptamente as concentrações dos poluentes na atmosfera. Esses dados são disponibilizados de hora em hora na internet, e em boletim diário, elaborado às 16 horas, apresentando a situação das últimas 24 horas (CETESB, 2013). Em 2013, o Decreto Estadual nº 59113 estabeleceu a implantação dos novos níveis de emissão veicular para o estado de São Paulo, implantados em medidas gradativas conforme o observado na tabela 5. Tabela 5 – A tabela a seguir apresenta os padrões de qualidade do ar estabelecidos no DE nº 59113/2013, sendo que os padrões vigentes estão assinalados em vermelho. Fonte: <http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/22-Padr?es-e-?ndices> 1 - Média aritmética anual. 2 - Média geométrica anual. * Fumaça e Partículas Totais em Suspensão - parâmetros auxiliares a serem utilizados apenas em situações específicas, a critério da CETESB. ** Chumbo - a ser monitorado apenas em áreas específicas, a critério da CETESB. As Metas Intermediárias devem ser obedecidas em 3 (três) etapas, assim determinadas: a) Meta Intermediária Etapa 1 - (MI1) - Valores de concentração de poluentes atmosféricos que devem ser respeitados a partir de 24/04/2013; b) Meta Intermediária Etapa 2 - (MI2) - Valores de concentração de poluentes atmosféricos que devem ser respeitados subsequentemente à MI1, que entrará em vigor após avaliações realizadas na Etapa 1, reveladas por estudos técnicos apresentados pelo órgão ambiental estadual, convalidados pelo CONSEMA; c) Meta Intermediária Etapa 3 - (MI3) - Valores de concentração de poluentes atmosféricos que devem ser respeitados nos anos subsequentes à MI2, sendo que o seu prazo de duração será definido pelo CONSEMA, a partir do início da sua vigência, com base nas avaliações realizadas na Etapa 2 (CETESB, 2013). Segundo a CETESB, os índices de qualidade do ar são obtidos por ferramenta matemática desenvolvida para simplificar o processo de divulgação da qualidade do ar para a população. Para cada poluente medido é calculado um índice, que é um valor adimensional. Dependendo do índice obtido, o ar recebe uma qualificação, que é uma nota para a qualidade do ar, além de uma cor, conforme apresentado na tabela 6. Tabela 6 – Classificação da qualidade do ar (CETESB – 2013). Fonte: <http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa??es-B?sicas/22-Padr?es-e-?ndices> 2.4 EFEITOS DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA NA SAÚDE HUMANA Já se sabe que os efeitos agudos da polução atmosférica estão relacionados à redução da expectativa de vida, a um maior risco de arritmias e infarto agudo do miocárdio, bronquite crônica, asma, obesidade, câncer de pulmão e à depressão (WHO, 2005). E os efeitos atribuídos à exposição crônica estão relacionados principalmente ao câncer de pulmão (YANG; OMAYE, 2009). Os efeitos deletérios dos poluentes atmosféricos dependem de diversas características, dentre elas: características físico-químicas, concentração, tempo de permanência exposto, e, no caso do MP, da dimensão das partículas, sendo que quanto menor maior é sua toxidade e capacidade de levar o indivíduo a desenvolver problemas respiratórios (LOMBARDI et al., 2010). Fisiologicamente, diversos mecanismos estão envolvidos e explicam os efeitos adversos provocados pela exposição aos poluentes atmosféricos na saúde humana (ARBEX et al., 2012). O mecanismo mais aceito pelos especialistas em saúde respiratória está relacionado ao estresse oxidativo, provocado por elevadas concentrações de oxidantes e pró-oxidantes contidos nos poluentes ambientais (ARBEX et al., 2012). A formação de radicais livres induz uma resposta inflamatória com a liberação de células e mediadores inflamatórios (citocinas, quimiocinas e moléculas de adesão) que atingem a circulação sistêmica, levando a uma inflamação subclínica com repercussão não somente no sistema respiratório, mas também causando efeitos sistêmicos (WHO, 2005; KÜNZLI, PEREZ, RAPP, 2010; ARBEX et al., 2012; DREHER, 2000). Outro mecanismo que explica a ação dos poluentes atmosféricos na saúde está relacionado à capacidade genotóxica do MP. A composição química das partículas ambiente pode induzir uma resposta mutagênica ou genotóxica a moderados níveis de exposição in vitro, aumentando assim a incidência principalmente de câncer de pulmão (DOCKEY et al., 1993). Apesar dos avanços no conhecimento sobre os efeitos adversos dos poluentes atmosféricos na saúde e o maior rigor nos níveis de emissão de poluentes permitidos na atualidade, muitas metrópoles continuam registrando mortes em decorrência da poluição atmosférica, principalmente poluição de origem veicular. Diante desta perspectiva, diversos grupos de pesquisas espalhados pelo mundo vêm constatando que a situação das crianças é ainda pior que a dos adultos, visto que mesmo antes de nascerem já sofrem consequências da poluição atmosférica. Estes mesmos estudos descreveram os principais sintomas decorrentes da poluição do ar, e a OMS publicou os efeitos agudos e crônicos que estão apresentados na figura 3. Figura 3 – Evidencias atuais sobre os efeitos da poluição do ar na saúde, de forma aguda e crônica Nos Estados Unidos, um estudo envolvendo 1,8 milhões de habitantes e dez cidades revelou um aumento de 2,5% nas admissões hospitalares por Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), e um aumento de 1,95% por pneumonia para cada aumento de 10 µg/m³ na concentração de material particulado de dez micrômetros MP10 (ZANOBETTI et al.,2000). Já na Europa, um estudo procurando correlacionar poluição atmosférica e admissões hospitalares estudou 38 milhões de habitantes de oito cidades e identificou que para cada aumento de 10 µg/m³ de PM10, ocorria 1% de aumento nas internações por asma e por DPOC e 0,9% de aumento no número de internações na população acima de 65 anos (ATKINSON et al.,2001). Um estudo publicado em 2013, realizado em 12 cidades europeias, demonstra que o aumento de 10 μg/m³ de material particulado com dois micrômetros (MP2,5) eleva o risco do desenvolvimento de câncer de pulmão em 40% em moradores mais predispostos ao desenvolvimento da doença, e que a taxa de letalidade do câncer de pulmão é de 60%. Registrando-se um aumento no número de internação hospitalar em crianças de 10 a 40%, em adultos com doenças respiratórias de 10 a 22%, e o aumento de internação de adultos com doença cardiovascular em 18%. (LEPEULE et al., 2012; CAREY et al., 2013). Ao estudar a exposição de pessoas ao NO2, pesquisadores noruegueses identificaram mortalidade em 17% de indivíduos com DPOC com 50 anos ou mais, expostos a concentrações de NO2, inferiores a 60 µg/m³, que corresponde ao limite brasileiro (NAESS et al., 2007); na Califórnia, um aumento do risco em 29% para a incidência de asma quando a concentração de NO2 é aumentada em 6,2ppb (JERRET et al., 2009). Na Alemanha, observou-se que mulheres que moravam até 100 metros de distância de vias de grande fluxo veicular apresentaram um risco 1,8 vezes maior de desenvolver DPOC, em comparação com aquelas que moravam em áreas mais distantes (SCHIKOWSKI et al., 2005). No Brasil, estudos que correlacionam a mortalidade em crianças menores de cinco anos e poluição atmosférica identificaram um aumento médio de 1,7% da mortalidade, associado à elevação de 10 μg/m³ de PM10 (OSTRO et al 2004). Já na cidade de São Paulo, Braga et al (2001b), verificaram um aumento de 2,7% e de 1,5% nas internações de menores de dois anos, e jovens na faixa etária de 14 e 19 anos, respectivamente associado a cada elevação de 10 μg/m³ na concentração de PM10. Silveira et al, (2013) identificou na cidade de Barretos (SP) que a frequência de micronúcleos tanto em linfócitos (8,22% grupo exposto e 1,27% no grupo controle) quanto em células da mucosa oral (22,75% grupo exposto e 9,70% grupo controle) foi maior nos trabalhadores rurais. Admitindo que a frequência de micronúcleos na mucosa bucal está diretamente relacionado ao câncer de boca, os indivíduos que apresentaram maior frequência de micronúcleo possuem maior risco associado ao desenvolvimento da doença (Silveira et al., 2013) Recentemente, o Instituto Saúde e Sustentabilidade divulgou que, no estado de São Paulo, o número de óbitos registrados decorrentes da poluição atmosférica é o dobro do número de óbitos registrados por acidentes de trânsito. Quase cinco vezes mais mortes por poluição atmosférica do que por câncer de mama. Quase 6,5 vezes mais mortes por poluição atmosférica do que por AIDS ou câncer de próstata (VORMITTAG et al., 2013). Entretanto a exposição aos poluentes atmosféricos não recebem a mesma atenção dos órgãos de saúde, comparado às patologias citadas (VORMITTAG et al., 2013). Esses dados reforçam a importância dos estudos que procuram identificar os efeitos dos poluentes atmosféricos na saúde, visto que dentre os riscos evitáveis, a poluição atmosférica e o trânsito são, juntas, a primeira ameaça para infarto do miocárdio, e sozinhos explicam 15% dos casos de infarto na cidade (NAWROT et al., 2011). Bell et al., (2005), estima que uma redução de 10% na emissão de poluentes atmosféricos na cidade de São Paulo, entre 2000 e 2020, poderiam impedir 114 mil mortes, 138 mil visitas de crianças e jovens ao consultório médico, 103 mil visitas a pronto socorros por doenças respiratórias, 817 mil ataques de asma, 50 mil crises de bronquite, 7 milhões de dias restritivos de atividades, além de 2,5 milhões de absenteísmo em trabalho no mesmo período (BELL et al., 2005). 2.5 MONITORAMENTO DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO COM AMOSTRADORES PASSIVOS DE NO2 O Dióxido de Nitrogênio é produzido a partir da reação dos óxidos nítricos atmosféricos com o ozônio e o oxigênio molecular. As principais fontes de óxidos nítricos são os veículos a motor e as usinas de energia que utilizam combustíveis fósseis. Aquecedores a gás, fogões e fumaça derivada do tabaco também geram óxidos nítricos nos ambientes internos (SAMOLI et al., 2011). O Dióxido de Nitrogênio é um gás extremamente reativo, pouco solúvel em água e que no corpo humano se deposita na periferia dos pulmões. O NO2 é absorvido ao longo de todo o trato respiratório, mas estudos de exposição indicam que o principal local alvo para a ação do NO2 são os bronquíolos terminais (SAMOLI et al., 2011; NAESS et al., 2007). Apesar de diversos trabalhos correlacionarem mortes diárias ao NOx, poucos estudos têm abordado a questão da suscetibilidade ao NOx através da realização de análises por faixa etária, sexo e outros fatores, incluindo o nível socioeconômico e morbidade crônica (LAURENT et al., 2,007; CHIUSOLO et al., 2011). A derterminação de NO2 por amostradores passivos permite identificar concentrações desse poluente em micro escala e em regiões desprovidas de monitoramento ambiental (CHIUSOLO et al., 2011 SAMOLI et al., 2006). 2.6 BIOMONITORAMENTO A qualidade de vida da população nos grandes centros urbanos é afetada constantemente por diversos agentes com potencial danoso à saúde humana e aos demais organismos vivos (SALDIVA et al., 2010). Isso tem despertado a busca por medidas e alternativas estratégicas destinadas à identificação precoce dos efeitos e processos poluidores, assim como de metodologias de intervenção em áreas com exposição humana a poluentes (CARNEIRO, 2004). O monitoramento da qualidade do ar pode ser realizado por meio de medidas físico-química, por modelos matemáticos de análise de dados, como é realizado pela CETESB e pela maioria das agências de monitoramento ambiental. Entretanto, o monitoramento ambiental pode ser complementado com a utilização de metodologias alternativas, de baixo custo, onde os efeitos negativos causados pela contaminação atmosférica (mesmo em baixas concentrações) são detectados em espécies animais e/ou vegetais (KLUMPP et al. ,2001). Essas metodologias começaram a ser utilizadas em meados do século passado, com o processo de utilização de organismos vivos como método auxiliar de detecção de alterações perigosas da qualidade do ar ambiente, que foi denominado de biomonitoramento (AKSOY; OZTURK, 1997; GARTY; KLOOG; COHEN, 1998; XIÃO et al., 1998). Os organismos são normalmente denominados de bioindicadores quando reagem ao estresse pela acumulação de substâncias nos tecidos, que funcionam como bioindicadores de acumulação (KLUMPP et al., 2001). Entretanto, quando sofrem alterações morfológicas, fisiológicas, genéticas e etológicas, são considerados organismos sensíveis e denominados de bioindicadores de reação (KLUMPP et al., 2001; NIMIS et al., 2000; SILVA et al., 2000). 2.6.1 Bioensaios de Micronúcleos de Mucosa Oral (MCN-oral) Um dos parâmetros de avaliação dos efeitos genotóxicos provocados pela poluição atmosférica nas células está relacionado à existência de danos citogenéticos observáveis (NERSESYAN et al., 2000). O teste de micronúcleo em células esfoliadas provenientes da mucosa oral é utilizado como ferramenta na detecção de danos genéticos causados por exposição ambiental, estilo de vida e procedimentos médicos (KIRSCH-VOLDERS et al., 2003; SUHAS, 2004; SPEIT et al., 2007). A primeira tentativa de utilizar os micronúcleos como indicadores de dano citogenéticos foi feita por Evans (1959), que utilizou a frequência de micronúcleos para medir os danos induzidos em raiz de cebola por raios-gama (EVANS, 1959). Trabalhos subsequentes postularam a relação entre o tamanho dos micronúcleos e o tipo de alterações cromossômicas (EVANS, 1997), concluindo que os micronúcleos menores seriam formados por fragmentos cromossômicos, enquanto os maiores por cromossomos inteiros (EVANS, 1997). Tal associação contribuiu para a classificação de agentes mutagênicos em clastogênicos ou aneugênicos, conforme a figura 4 (VANDERKERKEN et al., 2003; SOUTO et al., 2010). Figura 4 – Divisão Celular com formação de Micronúcleos. Fonte: <http://bioafgj.wordpress.com/projeto/> Assim, os MCNs são classificados e caracterizados como estruturas constituídas por material genético cromatínico contido por um envoltório nuclear, menor que o núcleo principal, e resultam de fragmentos cromossômicos que se comportam independentemente dos outros cromossomos do cariótipo durante a divisão celular (SOUTO et al., 2010). Os micronúcleos aparecem ao redor do envoltório nuclear ou no citoplasma de células expostas a agentes genotóxicos e podem ser detectados em células esfoliativas dos epitélios. São utilizados como importante parâmetro para análise e avaliação do potencial de agentes ambientais, ocupacionais, farmacológicos, etc. (CONFORTH, 1991). Portanto, a determinação da taxa de micronúcleos, mediante análise microscópica, proporcionou à ciência uma forma simples e rápida na estimativa da presença de alterações cromossômicas nas células (MARTINS et al.,2003). A avaliação de micronúcleos pode ser realizada em diferentes tipos de tecidos, entretanto pode apresentar frequências distintas de micronúcleos, ainda que a avaliação seja realizada em um mesmo organismo (TUCKER, 1996). O epitélio bucal constitui um tecido pavimentoso estratificado não queratinizado, o que significa uma maior permeabilidade aos poluentes atmosféricos. Essa característica do epitélio bucal se torna interessante do ponto de vista de saúde, visto que 90% dos cânceres reportados têm origem epitelial (ROSIN, 1990). As agressões ao DNA das células ocorrem constantemente, mesmo em indivíduos saudáveis, entretanto é intensificada por diversos agentes ambientais que causam oxidação. A evolução do estágio de oxidação de uma célula normal para uma célula com alto poder mitótico é um processo longo e subsequente ao acúmulo de exposições sucessivas (SETÚBAL et al., 2005). Porém o aumento do dano genético no epitélio é um fator de risco associado ao aparecimento de tumores da cavidade oral (KAYAL et al., 1993; NAIR et al., 1991; SARTO et al., 1987). Dentre as várias alterações celulares possíveis, a formação de micronúcleos é um bom indicador de ação clastogênica sobre o material genético e, consequentemente, este marcador pode ser usado para investigar a ação de agentes genotóxicos sobre o epitélio (GHOSE; PARIDA, 1995; TOLBERT et al., 1991). A vantagem desse teste é sua capacidade de verificar, in vivo, o estado de uma mucosa que é simultaneamente exposta a poluentes atmosféricos, carcinógenos, co-carcinógenos e antioxidantes uma condição de difícil reprodução in vitro (SETÚBAL et al., 2005). 2.6.2 Teste de Bioacumulação em Folhas de Árvore O uso de plantas como biomonitoras da poluição atmosférica tem sido considerado uma alternativa bastante promissora para o monitoramento ambiental, visto que plantas geralmente necessitam de pouco ou nenhum cuidado, além do baixo custo atribuído a esse tipo de metodologia (KLUMPP et al., 2001). Essa metodologia é de fácil avaliação, o que proporciona uma medida da exposição ambiental ao longo de um determinado período de forma simples e com baixo custo (FERREIRA, 2009 e JUSTOS, 2007). A identificação de alterações causadas pelos poluentes ao vegetal bioindicador, serve como alarme para a possível ocorrência de efeitos danosos na saúde da população (JUSTOS, 2007). Essa metodologia tem sido muito utilizada para a avaliação quali-quantitativa da composição química em vários tipos de amostras biológicas. Em resumo, quando os átomos acumulados em uma amostra são irradiados com raios X ou raios gama, os átomos ganham energia a ponto de realizar um salto quântico para preencher a vacância seguinte. Essa transição consome energia, e a dispersão dessa energia é registrada. Desse modo, ao se considerar a intensidade (número de raios X detectados por unidade de tempo) dos raios X característicos emitidos pela amostra, obtemos linhas espectrais com energias características de cada elemento, cuja intensidade está relacionada à concentração do elemento na amostra Figura 5. Figura 5 – Excitação dos átomos por Florescência de Raios X e dispersão de Energia na forma de Ondas. 3 MATERIAL E MÉTODOS Para essa avaliação, fizemos uso do teste de MCN-oral, verificamos a bioacumulação em folhas de árvores e determinou-se a concentração de dióxido de nitrogênio passivo. 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO A região leste da cidade de São Paulo, hoje ocupada por cerca de 3.620.494 habitantes, possui área total de 298,8 km2 (SÃO PAULO, 2014). Na década de 60, foi construída uma grande avenida com o objetivo de conectar a região central aos bairros mais distantes da região leste da cidade, como Itaquera e Guaianases. Esta via, conhecida popularmente como Radial Leste (Av. Alcântara Machado), é uma importante via axial da cidade de São Paulo que com seus 22,17 km cruza todo o eixo leste da cidade até o centro, servindo às subprefeituras da Mooca, Penha, Itaquera e Guaianases. A Av. Radial Leste tem início na região central, na Rua da Figueira (Parque Dom Pedro II), e termina nas proximidades da estação Guaianases da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Essa avenida suporta diariamente intenso fluxo de veículos, principalmente nos horários de pico (manhã, final da tarde e início da noite), quando, segundo estimativas da Companhia de Engenharia de Tráfego, trafegam por suas vias aproximadamente 40.992 veículos (CET/BTO37, 2007). A Avenida Radial Leste possibilitou o crescimento da cidade em direção à periferia leste da cidade de São Paulo sendo a grande responsável pelo desenvolvimento econômico nos bairros periféricos da região. Neste estudo foram selecionados três pontos de coletas de material biológico (MCN-oral) ao longo da av. Radial Leste, distantes entre si no máximo 6 km, e um ponto controle localizado no Clube da Mooca. O Clube da Mooca é um refúgio de área verde próximo à região de estudo. Os locais de estudo são: Ponto “1” Avenida Radial Leste 0 km; Ponto “2” Metrô Carrão; Ponto “3” Av. José Pinheiro Borges e grupo controle (Figura 6). Cada local de estudo possui características distintas, como: micro-clima, arborização urbana, frota veicular, uso e ocupação do solo, além do fluxo de veicular. Ao longo da av. Radial Leste estão instaladas duas estações automáticas de monitoramento ambiental da CETESB, sendo que uma dessas estações monitora o ponto 1 e a segunda estação monitora o ponto 2 e o grupo controle. Figura 6 – Localização e extensão da av. Radial Leste, com a marcação dos pontos a serem estudados. Ponto 1: Avenida Radial Leste 0 km (Parque D. Pedro); Ponto 2: Entre o Metrô Tatuapé e Carrão; Ponto 3: Avenida Radial Leste, Guaianases e Ponto 4: Ponto controle 3.2 CRITÉRIOS PARA INCLUSÃO DA POPULAÇÃO DE ESTUDO A população de estudo é composta por 60 voluntários de ambos os sexos, trabalhadores atuantes em ambientes internos (escritórios, academias e escolas) e externos (comércio de rua), ao longo da Avenida Radial Leste, selecionados nos pontos indicados no item anterior. A seleção dos voluntários atendeu aos critérios de inclusão propostos para a realização do estudo, conforme descrito abaixo, a partir das respostas obtidas nos questionários de avaliação de hábitos e condições médicas específicas. Os voluntários foram divididos em grupos de trabalhadores internos e grupo de trabalhadores externos. Todos os indivíduos que concordaram em participar voluntariamente do estudo assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, previamente aprovado pelo comitê de ética da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, conforme modelo apresentado no ANEXO A. Os critérios de inclusão dos voluntários no estudo são sugeridos por CRUZ et al., (1994) e HOLLAND et al., (2008) e apresentados abaixo: a) Faixa etária entre 20 a 40 anos; b) Não tabagista; c) Não ter consumido álcool há no mínimo 5 dias antes da coleta das amostras; d) Não fazer uso de drogas ilícitas; e) Não ser portador de doença respiratória; f) Não ser portador de doenças cardiovasculares; g) Não apresentar lesões visíveis na mucosa oral no momento da coleta das amostras; h) O período diário de permanência dos voluntários “indoor” deve ser no máximo duas horas menor ao dos voluntários “outdoor”. 3.2.1 Aplicação dos Questionário de Saúde O projeto de pesquisa, questionários e termos de consentimento foram aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo conforme protocolo de pesquisa 240/12 (ANEXO B). A primeira fase da seleção dos voluntários ocorreu por meio da aplicação de 113 questionários elaborados pela International Study of Asthma and Allergies in Childhood, já traduzidos e validados para o português (ANEXO C). Cada questionário respondido recebeu numeração específica e passou a ser processado de forma codificada. Os questionários foram aplicados em julho de 2013 e foram respondidos pelos voluntários sem a interferência de entrevistador. O questionário é composto por 25 perguntas, cada uma admitindo duas ou mais respostas, o que permite a formação de um escore global (SOLÈ et al., 1998). A primeira parte do questionário tem por objetivo obter dados pessoais, endereço, nível de escolaridade, local e regime de trabalho, forma de deslocamento e hábitos tabagistas. Já a segunda parte coleta informações sobre os problemas atuais de saúde, doenças pré-existentes, tratamentos médicos e uso de medicamentos. A última parte do questionário tem por objetivo identificar a prevalência de asma e alergias. 3.3 COLETA DE MATERIAL BIOLÓGICO MCN-ORAL Durante o inverno de 2013 ocorreram quatro coletas de mucosa oral durante. As coletas seguiram o protocolo sugerido por HOLLAND et al., (2008). Os voluntários realizaram enxágue bucal com água potável para a retirada de possíveis restos de alimentos, posteriormente foram questionadas sobre a presença de alteração na mucosa (aftas, machucados etc.). As amostras foram coletas com o auxílio de uma espátula de madeira, retirando-se por raspagem algumas células do epitélio jugal tanto do lado direito quanto do lado esquerdo (figura 7). Em seguida foi realizada a técnica de esfregaço (técnica de preparação a fresco) para espalhar o material coletado sobre a superfície de duas lâminas. Após esse procedimento as lâminas foram fixadas em ácido acético 3%, por três minutos, e armazenadas até o momento de coloração. Figura 7 – Coleta de mucosa bucal Fonte: do autor 3.3.1 Método de Coloração PAS e contra coloração AB “Peridoc Acid Schiff e Alcian Blue” Após fixar as lâminas em ácido ácético 3% por 3 minutos, as amostras foram lavadas em água corrente ou mili-Q por três vezes, e submergidas no corante Alcien Blue 1%, ph 2,5 (Gurr cod. 74240), por 15 minutos. Posteriormente, as amostras foram lavadas em água corrente ou mili-Q por três vezes e submergidas em Ácido Periódico 0,5% por 10 minutos. Novamente as lâminas foram lavadas por três vezes em água corrente ou mili-Q e submergidas por 10 minutos no reagente Schiff (Merck cod. 100524), em ambiente livre de luz. Foram lavadas novamente por três vezes com água corrente de torneira ou mili-Q e submergido em Hematoxilina de Harris (o suficiente para cobrir a lâmina) por 2 minutos (Merck cod. 109254). Por fim, foram lavadas por três vezes em água corrente de torneira ou mili-Q, e colocadas para secar em local ao abrigo de poeira por no mínimo 24 horas. Em seguida, colocou-se com Entellan (Merck cod. 107960) as lamínulas. 3.3.2 Análise das Lâminas de MCN-oral As células e os micronúcleos (figura 8) foram avaliados de acordo com os critérios sugeridos por HOLLAND et al., (2008) e CRUZ et al., (1994). a) Perímetro redondo que sugere uma membrana; b) Ter menos que um terço do diâmetro do núcleo principal, mas grande o suficiente para discernir a forma e a cor; c) Feulgen positivo (coloração rosa em um campo iluminado); d) Intensidade de coloração similar do núcleo; e) Textura similar ao do núcleo; f) Mesmo plano focal que o núcleo; g) Ausência de sobreposição, ou ligação com o núcleo. Figura 8 – Célula epitelial de mucosa bucal, com dois micronúcleos. Fonte:http://revodonto.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S198456852011000200010&lng=es&nrm=iso A padronização das leituras e contagem das células com micronúcleos foram realizadas no microscópio Nikon Eclipse E4000 (Figura 9). Após a padronização, com o auxílio de um pesquisador mais experiente, as leituras foram realizadas com o auxílio de microscópio óptico em aumento de 400 vezes, sendo que eventuais dúvidas foram sanadas utilizando o aumento de 1000 vezes. As análises foram realizadas em duplo-cego, onde dois pesquisadores analisaram todas as lâminas individualmente e compararam os resultados posteriormente. As lâminas foram numeradas para que a origem do material não fosse conhecida pelo analisador, garantindo assim uma contagem imparcial. No total foram contadas 1000 células por voluntário, entretanto para facilitar a contagem das 1000 células, coletou-se fluido oral para a confecção de duas lâminas por voluntário. Assim em cada lâmina foram contadas 500 células, totalizando 1000 células por voluntario em cada campanha. Figura 9 – Microscópio utilizado para padronizar a leitura das lâminas de MCN-oral. Fonte: do autor 3.4 ANÁLISE DE EESPECTROMETRIA DE FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X – FRXDE A caracterização e concentração dos poluentes atmosféricos bioacumulados na espécie arbórea B. blakeana (Pata de Vaca) foi realizada no Centro de Física Atômica da Universidade de Lisboa. A figura 10 apresenta os locais de coleta de mucosa oral e a figura 11 apresenta a localização dos 14 pontos de coletas de folhas, distribuídos de forma a contemplar toda a extensão da av. Radial Leste. As amostras de cascas e folhas de árvores para o presente estudo representam agosto e setembro de 2013. Figura 10 – Localização dos grupos de estudo ao longo da av. Radial Leste Figura 11 – Pontos de coleta de folhas de árvores ao longo da Avenida Radial Leste, partindo do ponto 1 que se localiza no Parque Dom Pedro, até o ponto 6 localizado no final na Avenida Radial Leste (Guaianases). Os pontos 7 e 8 correspondem à área controle, localizado próximo a Avenida Radial Leste. Os ensaios de Espectrometria de fluorescência de Raios x (FRXDE) foram realizados segundo o protocolo definido por Carvalho et al. (2005) e Custódio et al. (2005). O primeiro passo foi selecionar a espécie arbórea para ser utilizada no estudo, e optou-se pela espécie B. blakeana, já que a mesma se encontra distribuída, ao longo de toda a extensão da Av. Radial Leste. Em cada árvore, foram coletadas em média 10 folhas, com tamanho de aproximadamente 8,5cm. A coleta ocorreu em todas as partes da copa, para que houvesse homogeneidade na análise (Figura 12) e contou com o auxílio de uma tesoura de poda, higienizada com álcool. Após a coleta, cada amostra era identificada e acondicionada em sacos de papel encerado. Figura 12 – Exemplar de Bauhinia blakeana, coletado para ser analisado no FRXDE Fonte: do autor No laboratório, todas as amostras, foram registras no caderno controle e receberam um código (Exemplo: EDX14 001 “técnica; ano; número da amostra”). Em seguida, as amostras foram lavadas em água deionizada, para remoção de poeira, fungos e demais materiais que pudessem causar interferência na análise. Após esse procedimento, todas as amostras foram desidratadas em estufa a 40 °C até ficarem secas (figura 13). Em seguida as amostras foram trituradas no moinho de ágata, para que atingissem a uniformização do tamanho das partículas (figura 14). O material foi colocado dentro de um envelope, identificado e acondicionado em dessecador contendo sílica até o momento das análises pelo FRXDE no Laboratório de Física Atômica da Universidade de Lisboa. O transporte desse material até a Universidade de Lisboa foi realizado em uma caixa previamente higienizada e livre de contaminantes. Figura – 13 Estágios de processamento do material bioacumulado na Av. Radial Leste. Primeiramente coletaram-se as folhas, que foram trituradas, para a confecção de pastilhas a serem levadas ao EDXRF. Fonte: do autor Figura – 14 Pastilhas contendo o material coletado na Av. Radial Leste, para ser analisados no FRXDE. Fonte: do autor Por fim, as amostras forma acopladas no equipamento de FRXDE CFA e cada ensaio foi conduzido utilizando-se 20mA de corrente e tensão 50 kV por 1000 segundos. Os espectros obtidos foram analisados pelo software Quantum MCA e traduzidos em dados numéricos (Figura 15). Figura 15 – Equipamento de FRXDE do Laboratório de Física Atómica da Universidade de Lisboa. É possível notar o acoplamento da pastilha a ser analisada, e os tubos de raios X. Fonte: do autor 3.5 ANÁLISE QUANTITATIVA DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO POR AMOSTRAGEM PASSIVA O monitoramento do NO2 ocorreu concomitantemente com às coletas de MCN-oral, utilizando tubos passivos desenvolvidos no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. O protocolo seguido para esta metodologia foi proposto por Novaes et al., (2007). Inicialmente, os filtros de celulose (Energética, Rio de110 Janeiro, Brasil) foram identificados e impregnados com 200 μL de solução absorvente Trietanolamina. Em seguida os filtros foram mantido em estufa a 37°C por 24 horas. Após esse procedimento, os filtros foram então inseridos em tubos de plástico pretos e expostos nos pontos de estudo a uma altura de dois metros do solo, por um período de sete dias (figura 16 e 17) (NOVAES et al.,2007). De forma resumida, pelo processo de difusão, o gás NO2 reage com solução específica impregnada em filtros de celulose. Quando o NO 2 reage com a Trietanolamina, é convertido em íons nitrito e extraído em laboratório (LODGE, 1989). Figura 16 – Filtros de celulose a ser impregnados com a solução absorvente, e os tubos para fixarem os filtros por sete dias. Fonte: do autor Figura 17 – Suporte desenvolvido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, para a exposição dos filtros de NO2. Fonte: do autor Após o período de exposição, os íons nitrito foram extraídos em 50 mL de metanol, pelo método de ultrassonicação. Os íons nitrito produzidos durante a amostragem foram determinados por calorimetria (LODGE, 1989) em um espectrofotômetro com comprimento de onda de 550 nm (Ultrospec 4000 UV/visible, Pharmacia Biotech, Allerod, Denmark). Os valores foram convertidos em microgramas por metros cúbicos de NO2 por meio da equação de correlação entre os valores do monitoramento passivo e o monitoramento ativo feito em estações de monitoramento da CETESB encontradas previamente (NOVAES et al., 2007). O protocolo completo encontra-se no ANEXO D. 3.6 MONITORAMENTO ANALÍTICO DA POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA A região metropolitana da cidade de São Paulo conta hoje com 18 estações de monitoramento automático da CETESB. A região de estudo possui três estações de monitoramento ambiental que diariamente fornecem dados da qualidade atmosférica. A estação Parque Dom Pedro – MP10 fornece dados referente aos poluentes: NO, NOX, NO2, CO e O3; e a estação Mooca fornece dados referente aos poluentes: MP10, CO, O3, VV e DV; Itaquera – O3 e P. Esses dados foram acessados por meio do portal da CETESB na página do Qualar, e utilizados para correlacionar com o índice de micronúcleos encontrados em cada ponto de estudo e correlacionados com as concentrações de NO2 passivo monitorados ao longo da av. Radial Leste. 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS Os dados obtidos pelo questionário foram primeiramente tratados para verificar sua distribuição. As variáveis qualitativas nominais ou ordenadas da população (se faz ou não tratamento de saúde, tipo de doenças, sintomas de desconforto respiratório, sexo, idade, etc.) são apresentadas em forma de frequências. As variáveis quantitativas, resultantes dos questionários de caracterização da população (horas de trabalho diário, tempo de trabalho no mesmo local, distancia que percorre até o trabalho, número de maços/ano), são apresentadas de forma descritiva, onde é possível observar as médias, desvio padrão e valores mínimos e máximos. Para comparar as diferenças dos resultados de MCN-oral entre os grupos, observou-se distribuição normal não homogênea, sendo então considerados não paramétricos e com isso foi utilizado o teste de Kruskal-Wallis Test. Os dados de concentração de NO2 passivo apresentaram distribuição paramétrica e por isso foi utilizado o teste ANOVA para avaliar as diferenças entre grupos de ambiente (interno e externo), e também entre os períodos de monitoramento. O teste de bioacumulação apresentou distribuição de concentração não paramétrica, e foi utilizado teste Kruskal-wallis para comparar as diferenças entre os grupos. Para todo o tratamento estatístico foi utilizado o programa computacional SPSS (“Statistical Package for Social Sciences”) v17.0, sendo estabelecido o intervalo de confiança de 95% e α de 0,05. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO EM ESTUDO A população de estudo foi composta por 60 voluntários de ambos os sexos, com faixa etária entre 19 a 56 anos. Na população estudada, 30 voluntários são trabalhadores de ambientes internos e compõem três grupos de estudo ao longo da av. Radial Leste (Guaianases, Carrão e Parque Dom Pedro), e um grupo controle (Mooca) localizado em um refúgio verde próximo à avenida de estudo. Já os 30 voluntários restantes formaram respectivamente três grupos de trabalhadores de ambientes externos ao longo da avenida, e um grupo controle externo nos mesmos locais dos grupos internos (Figura 18). Figura 18 – Fluxograma da seleção dos voluntários Quanto ao gênero, a população de estudo é composta por 41 indivíduos do sexo masculino e 19 indivíduos do sexo feminino. Entretanto, segundo Bonassi et al., (2011), a variável sexo não influencia na frequência de MCN-Oral. A tabela 7 apresenta uma análise sobre as condições de trabalho dos voluntários, por ponto de estudo. Porém, de forma global o tempo médio de permanência da população estudada no local de trabalho é de 8,47 horas diárias, cinco dias por semana. No percurso de casa para o trabalho os voluntários percorrem em média 9,49Km. Ambas as variáveis são importantes, visto que independente do grupo de estudo, todos os voluntários já estão expostos ao ar atmosférico local. Tabela 7 – Descritiva dos dados obtidos com os questionários de caracterização da população para a variável idade, horas de trabalho, tempo de serviço, e distancia que percorre de casa ao trabalho. N 14 14 16 16 Local Mínimo Pq. Dom Pedro 25 Carrão 19 Guaianases 25 Controle 21 Horas de trabalho por dia 14 14 16 16 Pq. Dom Pedro Carrão Guaianases Controle Tempo trabalha no local (meses) 14 14 16 16 Distância que percorre até o trabalho (Km) 14 14 16 15 Idade Maximo 56 49 52 50 Média 38.21 29.86 38.75 33.19 DP 9.537 9.371 8.866 11.143 12 12 9 10 1 8 6 8 8.79 8.93 8.38 8.19 2.940 1.685 0.806 0.544 Pq. Dom Pedro Carrão Guaianases Controle 336 96 84 312 1 2 9 1 55.79 30.64 32.13 83.88 85.412 27.748 21.509 114.550 Pq. Dom Pedro Carrão Guaianases Controle 1 0 2 1 33 36 10.5 30.2 8.970 6.421 3.025 8.113 11.770 10.147 3.6 9.03 N: número de voluntários que responderam a esta pergunta/questionário; Mínimo: valor mínimo encontrado na resposta para a pergunta; Máximo: valor máximo encontrado na resposta para essa pergunta; Média: valor médio encontrado na resposta para a pergunta e DP: variabilidade dos valores ao redor da média. Em relação ao meio de transporte utilizado para locomoção até o local de trabalho, o que predomina na população de estudo é a utilização do ônibus (16%), seguido por caminhada (9%) e pelo metrô e trem (6,5%). Esses dados são interessantes, visto que o meio de transporte utilizado está diretamente associado à quantidade de poluição ventilada individualmente por cada voluntário (figuras 18). Assim, independe da quantidade de poluentes ventilados no local de trabalho, a população que utiliza principalmente ônibus, moto e caminha estão expostos a maior quantidade de poluentes. Figura 19 – Meio de transporte utilizado pela população estudada, para ir ao trabalho. Em relação às questões de saúde dos 60 voluntários estudados, apenas 11 pessoas afirmaram realizar algum tipo de tratamento médico. Destas, nove realizaram tratamento para pressão arterial, um fez tratamento psiquiátrico e um realizou tratamento para o câncer. Contudo, todos os voluntários relatam crises de sibilos (chiado no peito) recentes, e 29 pessoas relatam ter sofrido essas crises nos últimos 12 meses. Sete pessoas apresentam crises de asmas ou bronquite quando o clima esta muito seco ou com ar muito poluído. Outros dez voluntários relataram sofrer constantemente com coriza, e 24 voluntários apresentam sintomas de olhos secos quando o clima está muito seco e com excesso de poluição. Outros voluntários apresentam espirros frequentes, mesmo sem estarem resfriados, em dias com ar muito seco, e relataram ficar irritados quando estão no trânsito e no trabalho. Também se queixam de sentir a pele exageradamente seca, toda vez que o ar fica muito poluído ou com umidade muito baixa (figura 20). Estes dados reforçam a importância da variável tempo de exposição aos poluentes atmosféricos e meio de transporte utilizado para chegar ao local de trabalho, visto que a grande maioria dos voluntários não realiza nenhum tratamento de saúde, mas todos os voluntários apresentam sintomas de prejuízo na saúde respiratória. Figura 20 – Queixas de saúde relatada pelos voluntários. Também investigamos o hábito dos voluntários em frequentar o dentista, para assim evitar a inclusão de voluntários com problemas de saúde bucal grave, o que está de acordo com o proposto por Reis et al., (2006). Cabe ressaltar que a maioria dos voluntários frequenta o dentista regularmente, o que garante maior confiabilidade na frequência de MCN-oral avaliada. 4.2 ÍNDICE DE MCN-ORAL EM CÉLULAS DA MUCOSA ORAL Nota-se que, independentemente do local de estudo, toda a população apresentou índices de MCN-oral superior aos preconizados por Bonassi et al., (2011) como basal em uma população não contaminada (tabela 8). A saber, a frequência esperada de MCN-oral em uma população não contaminada é de 0,3 a 1,7% (Bonassi et al., 2011). Tabela 8 – Frequência de MCN-oral por grupo na população estudada. 95% Confidence Interval for Mean Controle Interno Controle Externo Pq. Dom Pedro Interno Pq. Dom Pedro Externo Carrão Interno Carrão Externo Guaianases Interno Guaianases Externo Sig. 0.001 N 25 44 32 33 39 34 37 43 Mean 1.77 2 2.82 2.75 1.94 2.13 2.04 1.69 Std. Deviation 0.9717 0.9488 1.235 1.145 1.485 1.013 0.777 0.783 Lower Bound 1 1 2 2 1 2 1.78 1.44 N of MCN-oral Upper Bound Minimum Maximum 2.16 0 3.32 2.04 0.2 5.04 3.27 0.72 5.71 3.15 0.75 4.6 2.42 0 7.09 2.48 0.26 3.95 2.3 0 3.62 1.93 0 3.52 É importante salientar que nos grupos de ambientes externos, e localizados mais próximos ao centro (Pq. Dom Pedro), o índice de MCN-oral tende a ser maior do que os índices encontrados nos grupos mais distantes do centro da cidade (Guaianases). Já nos grupos de ambientes internos, nota-se a mesma tendência, porém não tão evidente quanto aos índices encontrados nos grupos externos. O grupo controle, tanto externo quanto interno, apresentaram índices de MCN-oral inferior aos respectivos grupos testes internos e externos, expostos aos poluentes ambientais ao longo da avenida (Figura 21). Figura 21 – Índice de micronúcleos encontrado nos grupos de ambientes internos e externos. Nossos resultados demonstram que a diferença no índice de MCN-oral entre os grupos estudados é estatisticamente significante (p>0, 001). Um dado importante é que individualmente não ocorre grande variação nos índices de MCN-oral por pessoa, independente do grupo e local em que o voluntário esteja inserido, demonstrando assim um elevado risco de exposição a agentes genotóxicos na região (Figura 22). Figura 22 índices de MCN-oral na população estuda, distribuídos por idade. 4.3 CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS-TRAÇOS EM FOLHAS DE ÁRVORES A técnica FRXDE foi sensível o suficiente para quantificar 13 elementos químicos acumulados em folhas de B. blakeana. A concentração dos elementos bioacumulados nos seis pontos de estudo, mais o ponto controle, varia de forma não homogênea, ou seja, cada local possui concentrações diferenciadas para cada elemento, sendo que os pontos mais próximos ao centro (Pq. Dom Pedro, Carrão e Bresser) concentram as maiores diferenças estatísticas em relação aos demais pontos de estudo para os elementos Fe, Cu, Zn e S (Tabela 9). Tabela 9 – Elementos detectados pela técnica FRXDE com expressos em ug 1 g- . P S K Ca Mn Fe Local PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle N 4 3 4 4 4 4 4 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 Mean 35425.7 18256.4 38947.4 48937.8 59136.6 47214.9 23046.6 2462.3 1405.9 2699.8 2707.6 4571.3 2821.3 1808.8 9167.1 5534.1 6172.3 5301.9 3709.7 9060.5 10278.9 26189.5 15137.3 27234.6 38150.7 48197.9 37941.2 18091.4 25.1 26.7 31.7 33.6 52.0 34.3 19.3 497.2 640.3 653.2 500.2 296.8 382.6 363.8 95% Confidence Interval for Mean Std. Error Lower Bound Upper Bound Minimum Maximum 2760.9 26639.2 44212.3 27713.2 40820.7 5673.5 -6154.7 42667.4 8832.5 28441.8 3038.8 29276.6 48618.3 32344.5 46134.4 2062.0 42375.5 55500.0 45296.2 54861.9 4762.5 43980.3 74292.9 50687.4 71508.6 7400.5 23663.1 70766.8 32874.6 63130.6 6176.1 3391.5 427016897.0 11521.2 35894.7 514.1 250.4 4674.1 1489.7 3237.2 128.3 853.9 1957.9 1164.3 1601.6 251.8 1898.5 3501.1 2231.4 3254.6 329.7 1658.3 3756.9 1862.8 3404.2 537.0 2862.3 6280.2 3812.7 6099.7 467.6 1333.3 4309.3 1801.7 3638.2 395.4 550.5 3067.1 1233.3 2968.9 1502.1 4386.6 13947.5 6474.7 11791.9 1248.8 1560.0 9508.3 2534.7 8624.6 540.6 4451.8 7892.8 5141.4 7506.0 463.9 3825.6 6778.1 4417.2 6228.1 198.4 3078.3 4341.2 3356.3 4063.5 1581.9 4026.1 14094.9 6298.0 12971.3 1230.7 6362.3 14195.4 7606.5 12986.2 1385.0 21781.8 30597.3 22911.3 29543.5 3312.7 4595.0 25679.7 6280.3 22275.4 1901.1 21184.4 33284.8 22679.0 31952.8 1898.2 32109.7 44191.6 33646.1 41999.0 4606.4 33538.1 62857.7 38913.9 57048.2 7345.3 14565.2 61317.3 23640.6 54235.7 3874.7 5760.5 30422.2 9375.4 26315.0 4.0 12.4 37.7 18.0 33.8 5.1 10.4 43.1 13.3 38.3 4.0 19.1 44.4 22.5 40.9 4.7 18.6 48.7 25.3 46.3 13.0 10.7 93.2 28.0 77.6 8.5 7.2 61.4 18.6 54.9 2.3 11.9 26.8 13.7 23.9 41.8 364.3 630.1 390.2 583.1 106.5 301.4 979.1 328.3 795.5 25.1 573.3 733.1 625.2 728.4 93.1 204.0 796.3 326.4 666.2 16.9 243.2 350.5 261.3 332.0 55.8 205.0 560.2 287.6 504.0 42.4 229.0 498.7 264.5 436.5 sig 0.014 0.215 0.006 0.006 0.423 0.03 Cu Zn As Br Rb Sr Pb Local PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle PDP Bresser Carrão V. Matilde Patriarca Guaianases Controle N 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 Mean 15.6 18.3 16.1 14.2 10.4 11.3 13.1 42.2 62.7 38.0 44.7 38.0 32.1 34.3 6.9 6.2 4.8 4.3 3.5 5.2 4.3 49.9 9.4 5.4 4.3 4.6 6.8 5.5 12.8 15.5 17.4 14.3 10.7 17.5 24.8 126.1 71.5 141.0 230.5 242.9 331.8 74.1 8.9 9.3 9.4 8.8 8.5 8.1 8.7 95% Confidence Interval for Mean Std. Error Lower Bound Upper Bound Minimum Maximum 1.2 11.8 19.4 13.6 19.0 2.3 11.1 25.5 12.2 22.0 0.7 13.7 18.4 14.8 18.2 1.2 10.4 18.0 12.0 16.3 0.1 10.1 10.8 10.2 10.7 0.6 9.5 13.1 9.8 12.6 0.5 11.5 14.8 11.7 14.1 0.9 39.2 45.3 39.6 44.1 4.8 47.3 78.0 51.1 74.6 2.6 29.9 46.1 33.3 44.2 9.1 15.6 73.7 28.0 62.4 1.2 34.3 41.7 34.8 40.2 2.3 24.8 39.4 26.5 36.4 1.1 30.7 37.9 32.3 37.4 1.2 3.3 10.6 5.4 10.4 0.6 4.4 8.0 4.7 7.3 0.4 3.4 6.2 3.9 5.8 0.5 2.6 6.0 3.3 5.7 0.8 1.0 6.1 1.5 5.4 0.6 3.4 7.0 4.1 6.3 0.3 3.4 5.3 3.6 4.8 20.4 -15.1 114.9 13.9 91.6 1.9 3.4 15.5 5.9 13.3 0.1 5.1 5.6 5.2 5.6 0.5 2.9 5.8 3.3 5.4 0.8 2.1 7.1 3.1 6.0 0.6 5.0 8.7 5.6 8.3 0.9 2.6 8.4 3.7 7.4 1.7 7.4 18.1 8.9 15.7 3.1 5.8 25.2 9.7 21.2 0.4 15.9 18.8 16.2 18.4 0.8 11.6 16.9 12.2 15.7 0.9 7.8 13.7 8.2 12.4 3.7 5.8 29.2 10.0 24.6 2.1 18.0 31.6 21.4 30.5 12.1 87.4 164.7 97.1 146.7 4.1 58.6 84.4 59.6 77.4 4.7 126.2 155.9 131.6 153.4 4.5 216.0 244.9 223.2 243.8 14.2 197.8 287.9 218.7 283.7 30.9 233.5 430.2 275.8 393.4 13.7 30.5 117.8 48.7 107.4 0.4 7.6 10.2 8.2 9.8 0.2 8.5 10.0 8.8 9.9 0.5 7.8 11.0 8.3 10.4 0.7 6.5 11.2 7.0 10.5 0.5 7.0 9.9 7.4 9.4 0.6 6.1 10.1 6.6 9.6 0.5 7.2 10.2 7.8 9.9 sig 0.006 0.014 0.238 0.03 0.03 0.001 0.92 Entre os marcadores de poluição veicular, o enxofre apresentou diferença significativa entre as concentrações do ponto 5 (Patriarca) e do ponto 2 (Bresser), com médias de 1,50 ug g-1 e 3,92 ug g-1. Já o zinco apresenta elevada concentração no ponto 3 (carrão), com média de 64,94 ug g-1 e diferença significativa entre os pontos 6 (Guaianases), 4 (Vila Matilde), 2 (Bresser), 1 (PDP), e 7 (Controle). O zinco também apresenta diferença de concentração estatística entre o ponto 5 (Patriarca) e o ponto 7 (Controle). O elemento bromo apresentou valores de concentração elevados no ponto 6 (Guaianases), com média de 35,95 ug/g-1 em relação ao ponto 3 (Carrão), e no ponto 6 (Guaianases), com média de média de 49,16 ug/g-1 em relação aos pontos 5 (Patriarca), 4 (Vila Matilde), 3 (Carrão), 3 (Bresser), 1 (PDP), e 7 (Controle). Nossos resultados apresentaram uma ampla variação na concentração de cada elemento químico por ponto amostrado. Entretanto, nota-se que poluentes mais relacionados ao MP10 (ferro, zinco, cobre e enxofre) são identificados em regiões com maior fluxo veicular (Grupo Parque Dom Pedro e Carrão) (figuras 23,24,25 e 26). Já em Guaianases, a quantidade de elementos químicos marcadores de poluição veicular é reduzido, porém, foram identificados contaminantes não relacionados ao tráfego veicular, como o Rubídio. Provavelmente, a presença desse contaminante se deve a uma fonte pontual de contaminação na região. Nossos resultados são similares aos descritos por Carneiro et al., (2011), que identificou diferenças de concentração de poluentes a partir de 60 metros de distância da via de tráfego; a técnica FRXDE foi sensível o suficiente para quantificar elementos acumulados em folhas de B. blakeana, com maior destaque para os elementos químicos relacionados ao tráfego veicular em micro-escala. Imagem 23 – Concentrações de Cobre bioacumulado em folhas de árvores ao longo da av. Radial Leste. Imagem 24 – Concentrações de Cobre bioacumulado em folhas de árvores ao longo da av. Radial Leste. Imagem 25 – Concentrações de Cobre bioacumulado em folhas de árvores ao longo da av. Radial Leste. Imagem 26 – Concentrações de Cobre bioacumulado em folhas de árvores ao longo da av. Radial Leste. 4.4 CONCENTRAÇÕES DE DIÓXIDO DE NITROGÊNIO POR AMOSTRADORES PASSIVOS A figura 30 apresenta a distribuição dos valores de concentração do NO 2 determinados por amostragem passiva nos 4 pontos monitorados, em ambientes internos e externos, durante o período de agosto e setembro de 2013 (Tabela 10). Tabela 10 – Descritiva estatística das concentrações de Dióxido de Nitrogênio, nos pontos de estudo. Descritiva Estatística N mean indoor outdoor 8 12 68,5079 41,42599 14,64630 95% Confidence Interval for Mean Lower Upper Bound Bound 33,8749 103,1409 ,00 120,09 70,0660 36,52431 10,54366 46,8596 93,2725 15,33 121,12 Carrão Carrão indoor outdoor 12 12 62,8160 36,20908 10,45266 39,8098 85,8221 14,56 110,80 54,1305 31,87734 9,20220 33,8766 74,3844 6,83 97,39 Guaianases Guaianases indoor outdoor 12 12 53,3361 33,38298 9,63684 32,1256 74,5467 12,50 105,90 75,4750 39,59666 11,43057 50,3165 100,6335 29,23 132,47 Controle Controle indoor outdoor 12 12 63,7347 31,83859 9,19101 43,5054 83,9640 15,07 103,33 59,5168 47,61147 13,74425 29,2659 89,7677 4,52 121,12 Ponto de Exposição In/out Pq. Dom Pedro Pq. Dom Pedro Std. Deviation Std. Error Mininum Maximum É possível observar notável diferença entre as concentrações de NO2 passivo monitorados em ambientes interno e externo. O que está de acordo com a revisão de literatura, que indica que quanto mais próximos à via de tráfego, maior o efeito na saúde (figura 27). A maior concentração de NO2 foi registrada no ponto Pq. Dom Pedro externo, seguido pelo ponto Guaianases. E as menores concentrações foram registradas no ponto Carrão e Controle. Por ser um gás muito reativo, o NO2 geralmente é detectado próximo a sua fonte emissora, logo, essa metodologia nos permite detectar a presença desse poluente em micro escala e assim traçar medidas de controle mais eficazes (Carneiro, 2011). Figura 27 – Concentração de Dióxido de Nitrogênio nos ambientes de estudo, internos e externos. 4.5 DADOS DO MONITORAMENTO AUTOMÁTICO REALIZADO NA CIDADE DE SÃO PAULO Mesmo não explicando os índices de MCN-oral, os dados ambientais monitorados pela CETESB e pelo INMET no estado de São Paulo são uma importante ferramenta para correlacionar os índices de MCN-oral nos voluntários e os poluentes atmosféricos na região estudada. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o índice pluviométrico mensal da cidade de São Paulo nos meses de agosto e setembro de 2013 não ultrapassou os 20 mm (Figura 28). Essas medidas são importantes, pois as chuvas são consideradas um importante mecanismo natural de dispersão de poluentes presentes na atmosfera, e a variação de sua frequência altera significativamente os índices de doenças nos grandes centros urbanos (Saldiva et al., 2009). Figura 28 – Índice pluviométrico da Cidade de São Paulo, no período de janeiro a Setembro de 2013. A figura 29 apresenta concentrações de PM10 monitoradas pela estação de medição da CETESB nos pontos Pq. Dom Pedro e Mooca ao longo de agosto e setembro de 2013. Essas estações são responsáveis pelo monitoramento em toda a área de estudo, e os picos de concentração média, dia a dia do PM10, no período analisado atinge níveis próximos aos permitidos pela legislação atual 120 ug/m 3. Entretanto, são níveis bem maiores do que os permitidos pela OMS. Figura 29 – Concentração de PM10 monitorado pela CETESB, durante os meses de agosto e setembro de 2013. Na figura 30 apresenta, concentrações de CO monitoradas ao longo de agosto e setembro de 2013. Nota-se que a grande variação na concentração desse poluente na atmosfera ocorre no início de agosto e final de setembro. Figura 30 – Concentração de CO monitorado pela CETESB, durante os meses de agosto e setembro de 2013. Na figura 31 são apresentados concentrações de O3 durante o período de estudo. A maior concentração foi registrada no mês de agosto de 2013. Entretanto, o O3 não ultrapassou o limite máximo preconizado pela legislação vigente. Figura 31 – Concentração de O3 monitorado pela CETESB, durante os meses de agosto e setembro de 2013. As concentrações monitoradas pela CETESB para o MP, CO e O3 não explicam os elevados índices de MCN-oral. Entretanto, não se pode deixar de observar as concentrações desses poluentes são aparentemente constantes ao longo dos meses avaliados. Nota-se também que o O3 apresenta concentrações mais elevadas, quando a concentração de CO é menor. Já o MP se mantém praticamente constante ao longo do estudo. Apesar do relativo controle na emissão de poluentes atmosféricos, e a revisão de limites máximos desses poluentes emitidos na cidade São Paulo, a região de estudo registra níveis de concentração de poluentes atmosféricos (MP, CO e O3) superiores aos índices preconizados na Europa e nos EUA, além de estar muito acima dos sugeridos pela OMS (WHO, 2006). Reforçando assim a necessidade de estudos que utilizam metodologias alternativas de monitoramento ambiental, para identificar, os efeitos da poluição atmosférica em microescala. Visto que o monitoramento convencional da poluição atmosférica, não consegue identificar o mesmo. 5 CONCLUSÃO Com o presente estudo, apresentamos resultados parciais não conclusivos sobre os efeitos negativos da poluição atmosférica na saúde de pessoas expostas diretamente a elevados gradientes de concentração de poluentes ao longo da av. Radial Leste. Concluímos com os resultados de MCN-oral que a população estudada nos dois ambientes (interno e externo), apresenta elevados índices de micronúcleo na mucosa oral. Nossos dados apontam que a população do grupo controle, tanto no ambiente interno quanto no ambiente externo, sofre em menor grau com a exposição aos poluentes atmosféricos, apresentando os menores índices de MCN-oral, sendo estes resultados indicativos do elevado potencial genotóxico da exposição aos poluentes atmosféricos ao longo da av. Radial Leste. Por fim, os grupos que apresentaram os maiores índices de MCN-oral estiveram expostos a maiores concentrações de NO2 passivo, e apresentaram maiores concentrações de Fe, Zn, Cu e S bioacumulados em folhas de árvores. REFERÊNCIAS AKOSY,A.;OZTURK,MA. Nerium oleander L. oflead and other heavy metal pollution in Mediterranean environments. The Science of the Total Environment, v.202, n. 23, p.145-150,1997. Disponivel em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0048969797001952>. ARBEX, M.A.; SANTOS, U.P.; MARTINS, L.C.; SALDIVA, P.H.N.; PEREIRA, L.A,A.; BRAGA, A.L.F. A Poluição do ar e o sistema respiratório. J. bras. pneumol. v.38, n.5, São Paulo, set. 2012. Disponivel em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S180637132012000500015&script=sci_arttext>. ATKINSON R.W.;, ANDERSON H.R.; SUNYER, J.; AYRES, J.; BACCINI, M.; VONK, J.M.; BOUMGHAR, A.; FORASTIERE, F.; FORSBERG, B.; TOULOUMI, G.; SCHWATZ, J.; KATSOUVANNI, K.. 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NOME: .:............................................................................. ........................................................... DOCUMENTO DE IDENTIDADE Nº : ........................................ SEXO : .M □ F □ DATA NASCIMENTO: ......../......../...... ENDEREÇO ................................................. Nº ........................... APTO:.... .................. BAIRRO:...................................CIDADE .............................CEP:.................... . TELEFONE: DDD (............) .............................. 2.RESPONSÁVEL LEGAL .............................................................................................................................. NATUREZA (grau de parentesco, tutor, curador etc.) .................................................................................. DOCUMENTO DE IDENTIDADE :....................................SEXO: M □ F □ DATA NASCIMENTO.: ....../......./...... ENDEREÇO: ......................................... Nº ................... APTO: ............................. BAIRRO: ............................CIDADE: ...................CEP: ..................... TELEFONE:(....)..................................... _______________________________________________________________________________ DADOS SOBRE A PESQUISA TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA: Avaliação do potencial genotóxico da poluição atmosférica em trabalhadores expostos a emissões veiculares da Av. Radial Leste, São Paulo. PESQUISADOR: Dra. REGIANI CARVALHO DE OLIVEIRA. CARGO/FUNÇÃO: Pesquisador INSCRIÇÃO CONSELHO REGIONAL Nº ............................... UNIDADE DO HCFMUSP: Laboratório de Poluição Atmosférica – Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo 3. AVALIAÇÃO DO RISCO DA PESQUISA: x RISCO MÍNIMO O MÉDIO RISC □ O BAIXO RISC □ O MAIOR RISC □ 4.DURAÇÃO DA PESQUISA : 06 Meses HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP O Senhor (a) está sendo convidado a participar de um projeto de pesquisa cientifica, sobre a qualidade do ar na região metropolitana de São Paulo. Neste estudo os pesquisadores terão como objetivo investigar os efeitos da poluição do ar sobre as pessoas. Para isso será preciso que o pesquisador colete uma amostra de saliva utilizando uma espátula de madeira. Essa coleta será realizada por você com a orientação do pesquisador garantindo um maior conforto aos participantes. Também, será necessário que o pesquisador mantenha no local de estudo dois equipamentos. Um deles são seis tubos de plástico, parecidos com aqueles utilizados para guardar filmes fotográficos, colados em um suporte de madeira que ficará pendurado durante todo o período da pesquisa em algum local combinado com você. Este equipamento serve para medir a poluição presente na sua região. Estes tubos não exalam nenhum cheiro e não são tóxicos, mas não devem ser manuseados ou retirados do local. O outro equipamento a ser instalado são floreiras com uma planta muito comum nos nossos jardins, conhecida como “coração roxo” (o nome científico é Tradescantia pallida). Esta planta é sensível à poluição os pesquisadores irão coletar as flores destas plantas para análise no laboratório. Estas plantas não exalam nenhum cheiro e não são tóxicas, mas não devem ser manuseados ou retirados do local. As coletas de saliva, tubos plásticos e das flores serão feitas, pelo próprio voluntário, sob a supervisão do pesquisador responsável pela coleta do material. Caso o senhor concorde em participar desta pesquisa o senhor (a) será convidado a responder um questionário sobre problemas de saúde que o senhor (a) possa apresentar e que possa estar relacionado com a poluição do ar. O pesquisador será responsável pela instalação e retirada dos tubos plásticos e das floreiras como também pela manutenção das mesmas em dia e horário agendado com o (a) senhor (a). Ao passo que as amostras forem avaliadas, os resultados encontrados serão informados ao senhor (a). Neste estudo nenhum participante terá qualquer despesa, como também não receberá nenhum valor pela participação na pesquisa. Por ser um estudo experimental onde a hipótese de que a poluição do ar afeta de forma diferenciada as pessoas que vivem ou trabalham próximos a vias com grande fluxo veicular, só poderemos apresentar um resultado conclusivo ao final do estudo. Porém fica garantido ao voluntário acesso e esclarecimento de eventuais dúvidas referentes ao projeto. O principal investigador é a Dra. REGIANI CARVALHO DE OLIVEIRA que pode ser encontrado no endereço Av. Dr. Arnaldo, 455 – sala 1150 Telefone(s) 11 3061.8520 e-mail: [email protected]. A pesquisa será executada pelo graduando DOUGLAS RENE ROCHA SILVA tels e email Se o senhor (a) tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) – Rua Ovídio Pires de Campos, 225 – 5º andar – tel: 3069-6442 ramais 16, 17, 18 ou 20 – e-mail: [email protected]. Por fim, é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuízo à continuidade de seu tratamento na Instituição. Assim como fica garantido a confidencialidade das informações obtidas. HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO-HCFMUSP Acredito ter sido suficientemente informado a respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “Biomonitoramento da poluição atmosférica, em populações super expostas a emissões veiculares na Cidade de São Paulo” Eu discuti com os pesquisadores Dra. REGIANI CARVALHO DE OLIVEIRA e DOUGLAS RENE ROCHA SILVA sobre a minha decisão em participar deste estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes. Ficou claro também que minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso a tratamento hospitalar quando necessário. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço. ------------------------------------------------Assinatura do paciente/representante legal Data / / / / ------------------------------------------------------------------------Assinatura da testemunha Data para casos de pacientes menores de 18 anos, analfabetos, semi-analfabetos ou portadores de deficiência auditiva ou visual. (Somente para o responsável do projeto) Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido deste paciente ou representante legal para a participação neste estudo. ------------------------------------------------------------------------Assinatura do responsável pelo estudo Data / / ANEXOS B – AUTORIZAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA EM PESQUISA DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP ANEXOS C – CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO ESTUDADA Nº QUESTIONÁRIO:________ CARACTERÍSTICAS DAS POPULAÇÕES ESTUDADAS NOME: Data de Nascimento: Endereço Residencial: Bairro: Cidade: Estado: 1) Escolaridade: ( ) Analfabeto ( ) Fundamental (1º grau) completo; ( ) Fundamental (1º grau) incompleto ( ) Ensino médio (2º grau) completo; ( ) Ensino médio (2º grau) incompleto ( ) Superior completo ( ) Superior incompleto ( ) Pós-graduação (especialização) 2) Trabalha? ( ) Sim ( ) Não; Ocupação:_________________________________ 3) Endereço Profissional:R. Bairro: 4) Qual a distância do seu trabalho? 5) Quantas horas por dia você trabalha? 6) Qual o meio de transporte utilizado? 7) A Quanto tempo reside ou trabalha nesta local? anos: meses: dias: 8) Você já fumou? ( ) Não ( ) Sim, no passado mas não atualmente; vá para questão 9 ( ) Sim, e ainda fumo vá para questão 10. 9) Quantos anos tinha quando parou de fumar? 10) Em média, quantos cigarros você fuma/fumava/dia? 11) Quantos anos você tinha quando começou a fumar regularmente? 12) Em que local da casa costuma fumar? 13) Convive com fumantes? ( ) Sim ( ) Não Se SIM, quanto tempo, por dia: QUEIXAS DE SAÚDE 14) Faz algum tratamento de saúde? ( ) Sim ( ) Não 15) Para que doença? ( ) Pressão Alta (HAS) ( ) Diabetes ( ) outros ( ) Coração Qual: ( ) Rins Qual: ( ) Pulmão Qual: ( ) Psiquiatria Qual: ( ) Câncer Qual: ( ) Outras Quais: 16) Usa algum medicamento: ( ) Sim ( ) Não Quais: 17) Assinale com x as queixas apresentadas: ( ) Olhos secos, irritados ou dolorosos Quando? ( ) Dor ou irritação na garganta. Quando? ( ) Coriza. Quando? ( ) Espirros. Quando? ( ) Tensão, irritabilidade e nervosismo. Quando? ( ) Dor no peito. Quando? ( ) Dificuldade de memória e concentração. Quando? ( ) Tontura. Quando? ( ) Cefaléia. Quando? ( ) Cansaço. Quando? ( ) Taquicardia. Quando? ( ) Náusea. Quando? ( ) Vômito. Quando? ( ) Diarréia. Quando? ( ) Pele seca, coceira ou descamação. Quando? ( ) Aumento de pressão arterial. Quando? Ultima visita ao dentista: 1a 2 mês ( ); 3 a 6 meses ( ); Mais de 6 meses ( ) Apresentou: Afta ( ) Dor de dente ( ) Dor de Garganta ( ) Outros sintomas? ( ) Sim ( ) Não Quais:____________________________________________________________ QUEIXAS RESPIRATÓRIAS 1) Alguma vez na vida teve sibilos (chiado no peito) ? ( )Sim ( )Não. Se responder não, passe para a questão número 6. 2) Nos últimos 12 meses, você teve sibilos (chiado no peito)? ( )Sim ( )Não 3) Nos últimos 12 meses, quantas crises de sibilos (chiado no peito) você teve? ( ) Nenhuma crise; ( ) 1 a 3 crises; ( ) 4 a 12 crises;( ) Mais de 12 crises; 4) Nos últimos 12 meses, com que frequência você teve o sono perturbado por chiado no peito? ( ) nunca acordou com chiado;( ) menos de 1 noite por semana;( ) uma ou mais vezes por semana. 5) Nos últimos 12 meses, seu chiado foi tão forte a ponto de impedir que você conseguisse dizer mais de 2 palavras entre cada respiração? ( ) Sim ( ) Não 6) Alguma vez na vida você teve asma ou bronquite? ( ) Sim ( ) Não 7) Nos últimos 12 meses, teve chiado no peito após exercícios físicos? ( ) Sim ( ) Não 8) Nos últimos 12 meses, você teve tosse seca à noite, sem estar gripado ou com infecções respiratórias? ( ) Sim ( ) Não OBS: Fez uso de algum medicamento durante essas crises? ( ) Sim ( ) Não Quais?_________________________________ ASSINAURA DO VOLUNTÁRIO OU RESPONSÁVEL: ANEXOS D – PROTOCOLO EXPERIMENTAL DE NO2 PASSIVO Para a amostragem do NO2 será utilizado tubos passivos desenvolvidos no Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Novaes e cols., 2007). As medidas de poluentes por tubos passivos têm sido amplamente utilizadas na Europa como uma alternativa eficiente para a avaliação ambiental em áreas desprovidas de monitoramento convencional (Krupa e Legge 2000; Bytnerowicz e cols, 2002). Para a determinação da concentração do NO2, filtros de celulose de 37 mm de diâmetro (Energética, Rio de Janeiro, Brasil) serão impregnados com 200uL (2mL) de solução absorvente de Trietanolamina (Lodge, 1989) e secados em estufa a 37°C por 24 horas. Os filtros serão então inseridos em tubos abertos e colocados nas regiões de estudo a uma altura de 2 metros do solo, onde permanecerão por um período de sete dias. Os tubos abertos permitem que o ar contendo NO2 criem uma atmosfera que permitirá a impregnação do filtro pelo processo de difusão. Quando o NO2 reage com a trietanolamina, o gás é convertido em íons nitrito. Após o período de exposição os íons nitrito serão extraídos em volume conhecido de metanol através de ultrassonicação. Os íons nitrito produzidos durante a amostragem serão determinados por calorimetria (Lodge, 1989) em um espectrofotômetro em um comprimento de onde de 550nm (Ultrospec 4000 - UV/visible, Pharmacia Biotech, Allerod, Denmark). Os valores encontrados desta análise serão transformados em concentração em microgramas por metros cúbicos de NO2 por uma equação de correlação entre os valores do monitoramento passivo e o monitoramento ativo feito em estações de monitoramento da CETESB encontrada previamente (Novaes E cols., 2007). Análise laboratorial_ Preparo de soluções: SOLUÇÃO ABSORVENTE _ para preparo de 1.000mL de solução final, dissolver consecutivamente 20g de Trietanolamina, 0,5g Guaiacol (o-methophenol) e 0,25g de metabisulfito de sódio em 500mL de água destilada sem cloro. Diluir para 1000mL e misturar. Está solução é estável por 21 dias. SOLUÇÃO DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO_ preparo de 250mL de solução final Diluir 0,2 mL de Peróxido de Hidrogênio 30% em 200 mL de água destilada sem cloro, agitar bem e completar com água destilada sem cloro para o volume de 250 mL. Esta solução é estável por 30 dias se mantida sob refrigeração de 4ºC e protegida da luz. SOLUÇÃO DE SULFANILAMIDA_ preparo de 100 mL de solução final (2% em 4 N HCl) Dissolver 2,0g de sulfanilamida em 33 mL de HCl. Em um balão volumétrico calibrado, diluir para 100mL com água destilada sem cloro, misturar. Esta solução é estável por 15 dias se mantida sob refrigeração de 4ºC. SOLUÇÃO DE ANSA_ preparo de 100ml de solução final (0,1% w/v) Dissolver 0.1g de ANSA em 50mL de metanol absoluto. Completar para 100mL de metanol absoluto em balão volumétrico. Mantenha o frasco fechado para evitar evaporação. Solução deve ser preparada no dia da análise. SOLUÇÃO STANDARD DE NITRITO _ solução estoque Dissolver 1,5151 g de Nitrito de Sódio, pré seco em a 105°C por 1 hora, em 200mL de águas destilada sem cloro e agitar. Completar para o volume de 1.000mL com água destilada sem cloro. Esta solução é estável por 90 dias em temperatura ambiente. PROCEDIMENTO PARA PREPARO DOS FILTROS PASSIVOS: 1. Identificar numericamente filtros de celulose de 37mm de diâmetro; 2. Impregnar os filtros de celulose com 200uL (2mL) de Sol. Absorvente; 3. Manter os filtros impregnados em estufa a 37°C por 24 horas; 4. Montagem dos filtros nos tubos de amostragem; 5. Expor por sete dias; PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DOS FILTROS PASSIVOS: 6. Extrair os dos filtros em 50mL de Metanol absoluto _ usar copos Becker de 100mL identificados; 7. Colocar 5mL da solução extraída em tubos; 8. Proceder a análise no espectrofotômetro seguindo o mesmo protocolo da análise da Curva de Calibração. SOLUÇÃO DE NITRITO – SOLUÇÃO DE TRABALHO SOLUÇÃO A (20ug NO2/mL): Diluir: 5mL de Solução Standard de Nitrito em 200mL de Solução Absorvente e completar para 250mL. SOLUÇÃO B (0,5ug NO2/mL): Diluir: 5mL da Solução A em 150mL de Solução Absorvente e completar para 200mL com Solução Absorvente. Solução A e Solução B devem ser preparadas no dia da análise. PREPARO DOS PONTOS DA CURVA DE CALIBRAÇÃO Pipetar em balões volumétricos de 100mL: Ponto: 1 . 10mL da SOLUÇÃO B e completar para 100mL com SOL. ABSORVENTE 0,05 2. 20mL de SOLUÇÃO B e completar para 100mL com SOL. ABSORVENTE 0,10 3. 40mL de SOLUÇÃO B e completar para 100mL com SOL. ABSORVENTE 0,20 4. 100mL da SOLUÇÃO B 0,50 5. 5 mL de SOLUÇÃO A e completar para 100mL com SOL. ABSORVENTE 1,0 6. 10mL de SOLUÇÃO A e completar para 100mL com SOL. ABSORVENTE 2,0 7. 5 mL da SOL. ABSORVENTE BRANCO PROCEDIMENTO PARA ANÁLISE DA CURVA DE CALIBRAÇÃO Pipetar em tubos de vidros com capacidade para 15 mL: 1. Pipetar 5mL das soluções de análise (pontos 1 a 6 e o branco); 2. Acrescentar 0,5mL da Sol. De Peróxido de Hidrogênio – agitar; Após 15 segundos, acrescentar: 3. 2,7mL de sol. De Sulfanilamida e agitar de 30 seg. a 6 min. e; 4. 3,0mL de sol. ANSA agitar. 5. Colocar aproximadamente 1mL das soluções nas Cubetas e levar ao Espectrofotômetro – ler em 550nm.