SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Pró-Reitoria de Graduação Diretoria de Processos Seletivos PROCESSO SELETIVO – 2014-2 SEGUNDA FASE – SEGUNDO DIA FILOSOFIA SUGESTÕES DE RESPOSTAS PRIMEIRA QUESTÃO A) O método, com suas regras, desempenha o papel do caminho reto e da boa condução da razão no conhecimento da verdade. Segundo Descartes, possuímos igualmente o bom senso, a razão, que é a capacidade de distinguir o verdadeiro do falso. Mas, para ele, o mais importante e o principal é saber aplica-lo bem, ou seja, é necessário que o bom senso esteja vinculado a determinadas condições de aplicação, às regras do método, para que exerça com êxito a descoberta do verdadeiro. B) Os preceitos do método de Descartes são: (1) O da clareza e distinção: só aceitar como verdadeiro o que se apresenta ao meu espírito de modo claro e distinto, sem a possibilidade de duvidar. (2) O da análise: segundo o qual, para se resolver um problema no conhecimento, é preciso fragmentá-lo e dividi-lo em tantas parcelas quanto necessário para se chegar àquelas partes claras e distintas. (3) O da ordem: a condução dos pensamentos por ordem, começando pelos conhecimentos mais simples e seguindo até aqueles mais complexos e compostos. (4) O da enumeração: proceder a revisões e enumerações completas, para ter a certeza de que todos os elementos foram considerados. SEGUNDA QUESTÃO A) O soberano em Hobbes é o homem ou a assembleia de homens que recebem todos os direitos dos súditos. Em relação ao governo, o soberano é também o governante. Em relação aos súditos o soberano não possui qualquer obrigação, não estando submetido às leis que ele mesmo cria. B) Uma das características da filosofia hobbesiana é o rigor do encadeamento conceitual de seus argumentos. Em relação à pergunta podemos destacar: i. ii. iii. Ele propõe a regra geral de que o interesse público só tem a se beneficiar quanto mais ele estiver de acordo com o interesse particular; A seguir afirma que, na monarquia, o interesse pessoal é o mesmo que o interesse público, levando o leitor a aceitar este caso na regra geral acima. A seguir, afirma que o monarca seria tanto mais forte e rico, quanto fosse também o povo; portanto, induz o leitor a concluir que o interesse particular do rei (ser rico e poderoso) coincide com o interesse público (o povo ter um bom padrão de vida). TERCEIRA QUESTÃO A) Para Marx, as crises e revoluções se instalam na estrutura economia da sociedade quando as Forças Produtivas da Sociedade entram e contradição com as suas Relações Sociais de Produção. As Forças Produtivas se desenvolvem a um tal ponto que exigem novas Relações Sociais de Produção, que devem por isso ser revolucionadas, em prol da manutenção do desenvolvimento daquelas. Essa contradição intrínseca, emergida das bases de produção material da sociedade, prolongar-se-ia nos domínios superestruturais, jurídico, político e ideológico. B) Para Marx, até o modo de produção capitalista, as Relações Sociais de Produção tiveram como marca a exploração, a dominação do homem pelo homem, e o antagonismo das classes, que é o que ele entende por pré-história. Segundo Marx, as Forças Produtivas em desenvolvimento no seio da sociedade burguesa – a Indústria moderna, altamente desenvolvida técnica e cientificamente – criam as condições materiais para a solução daqueles antagonismos, pois cobram Relações Sociais de Produção cooperativas, não mais baseadas na exploração dos homens. Daí que, segundo ele, finda a pré-história da sociedade humana. QUARTA QUESTÃO A) No caso dos seres humanos, a existência precede a essência, porque, para Sartre, não nascemos predestinados a nada; tudo o que fizermos é consequência de nossas próprias escolhas. O homem só começa a definir a si mesmo quando está no mundo e nunca por princípios metafísicos superiores ou anteriores à própria existência. B) A filosofia de Sartre se caracteriza por ligar a ética e a política dentro do quadro conceitual do existencialismo. Dessa forma, podem-se destacar: i. “[...] quando dizemos que o homem é responsável por si próprio [...]” Sartre afirma que o homem é responsável por si mesmo e que seria má fé dizer que suas ações são consequência da vontade de outrem; assim, a individualidade é constituída de modo absoluto. ii. Porém esta individualidade, que pressupõe a responsabilidade por si mesmo, não implica uma existência solitária, mas ele deve entender sua responsabilidade para com todos os outros, conforme se lê no texto: “o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens. [...] Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade”.