Resultado da Produção Industrial Cearense – 1º Semestre de 2014 Nº 112 Agosto / 2014 Enfoque Econômico é uma publicação do IPECE que tem por objetivo fornecer informações de forma imediata sobre políticas econômicas, estudos e pesquisas de interesse da população cearense. Por esse instrumento informativo o IPECE espera contribuir para a disseminação, de forma objetiva, do conhecimento sobre temas relevantes para o desenvolvimento econômico do Estado do Ceará. 1. Evolução da Produção Industrial Cearense Segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal sobre o desempenho da produção física da indústria coletados e divulgados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial tanto no Brasil como no Ceará apresentando resultados negativos em quase todo o período analisado, em especial no nos últimos três meses do primeiro semestre de 2014, com destaque para junho de 2014. Como se pode observar no Gráfico 1 a seguir, o ano de 2014 não tem sido de recuperação da indústria de transformação cearense, apesar dos resultados positivos observados nos meses de fevereiro e maio do mesmo ano. A comparação de cada mês se dá com relação ao mesmo mês do ano anterior. Gráfico 1: Evolução mensal da produção da produção industrial – BR, NE e CE – Junho/2013 a Junho/2014 10,0 5,0 0,0 ‐5,0 ‐10,0 ‐15,0 BR jan‐14 ‐2,7 fev‐14 4,9 mar‐14 ‐1,8 abr‐14 ‐7,0 mai‐14 ‐4,4 jun‐14 ‐8,1 NE ‐2,6 4,9 7,6 1,3 ‐2,6 ‐9,2 Fonte: PIMPF-IBGE. Elaboração: IPECE. É importante destacar que nos últimos anos várias medidas têm sido tomadas no intuito de reforçar a indústria manufatureira, mas desde a crise de 2008/2009 o setor não vem tendo desempenho satisfatório. Além disso, nos últimos meses o Banco Central vem intervindo no mercado de câmbio em razão da pressão inflacionária, o que pode contribuir negativamente no seu desempenho, pois na finalidade de manter o controle e a estabilidade dos preços a referida instituição tem optado por manter o câmbio num nível que tem afetado as vendas para o mercado externo. Isso é decorrente de operações de swap cambial realizadas pelo BACEN. Deve-se também observar a tendência de queda no acumulado do ano. O Brasil acumulou uma desaceleração de -3,4%, a Região Nordeste -0,2% e o Ceará -1,5%. No mesmo período do ano anterior, as taxas de crescimento haviam sido de 4,1%, 5,6% e 9,2%, respectivamente. Nesse aspecto, o fraco desempenho produtivo pode, em parte, também ser decorrente de uma base de comparação elevada. Resultado da Produção Industrial Cearense – 1º Semestre de 2014 Nº 112 Agosto / 2014 Gráfico 2: Evolução da produção industrial – BR, NE e CE – Acumulado do 1º Semestre/2013-2014 10 5 0 ‐5 BR jun‐13 4,1 jun‐14 ‐3,4 NE 5,6 ‐0,2 Fonte: PIMPF-IBGE. Elaboração: IPECE. No Gráfico 3 a produção industrial acumulada até junho de 2014, por estado, mostra que o episódio de queda é um resultado quase generalizado para os estados brasileiros. Especificamente para o Ceará, sua queda não foi tão acentuada, principalmente quando se compara com o Estado da Bahia, que havia tido similar desempenho no acumulado até junho do ano anterior e passou a apresentar queda de 5,1% em 2014. Gráfico 3: Evolução da produção industrial – BR, NE e Estados – Acumulado do ano até Junho de 2013 e 2014 -8,0 -6,0 -4,0 Brasil -2,0 2,0 8,0 5,6 -2,2 3,7 -6,4 1,2 Goiás 3,3 3,1 7,1 0,5 -5,0 0,4 Ceará 9,2 -1,5 Santa Catarina -1,7 Minas Gerais 0,8 3,2 -2,9 Rio Grande do Sul 6,3 -3,9 Paraná 1,7 -4,3 Rio de Janeiro 4,3 -4,8 São Paulo -5,0 Bahia -5,1 -5,7 10,0 4,1 Amazonas Espírito Santo 6,0 -0,2 Pernambuco Mato Grosso 4,0 -3,4 Nordeste Pará 0,0 5,5 9,8 -4,2 Acum. Jun. (2013) Fonte: PIMPF-IBGE. Elaboração: IPECE. Acum. Jun. (2014) 12,0 Resultado da Produção Industrial Cearense – 1º Semestre de 2014 Nº 112 Agosto / 2014 Ao se observar a produção industrial no Estado do Ceará por setores no Gráfico 4, abaixo, destaca-se que as principais reduções foram observadas nos segmentos de Preparação de couros e calçados e Fabricação de produtos têxteis, os quais registraram queda de 5,8% e 22,5%, respectivamente (no caso do último, a maior entre todos). Apenas derivados do petróleo, produtos alimentícios, vestuários, bebidas e produtos de metal tiveram um desempenho positivo de 18,1%, 8,4%, 4,1%, 3,6% e 0,4%, respectivamente. No caso do primeiro, o crescimento ainda se mantém elevado em razão da política passada de incentivos ao transporte privado, o que tem mantido o setor em expansão. O setor de alimentos e o setor de bebidas tiveram como impulso o megaevento da Copa do Mundo, o que permitiu seu desempenho favorável ao longo do 1º semestre de 2014. Gráfico 4: Evolução da produção da produção industrial por setores – Ceará – Acumulado do ano até Junho de 2013 e 2014 -30 -20 -10 0 10 40 -1,5 6,1 Fabricação de coque, de produtos derivados do petróleo e de biocombustíveis 18,1 -1,2 Fabricação de produtos alimentícios 8,4 7,7 Confecção de artigos do vestuário e acessórios 4,1 Fabricação de bebidas 3,6 11,1 -14,5 Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos 0,4 18,7 Preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados -5,8 32 Metalurgia -7,3 -4,8 Fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos -8,8 23,8 Fabricação de produtos de minerais não-metálicos -9,9 16,8 Fabricação de outros produtos químicos -12,8 2,2 -22,5 Acum. Jun. (2013) Fonte: PIMPF-IBGE. Elaboração: IPECE. 30 9,2 Indústrias de transformação Fabricação de produtos têxteis 20 Acum. Jun. (2014) Resultado da Produção Industrial Cearense – 1º Semestre de 2014 Nº 112 Agosto / 2014 4. Considerações Finais Neste enfoque, foi analisado o desempenho da produção industrial do Estado do Ceará e do Brasil ao longo do primeiro trimestre de 2014. Os dados mostraram que, nos últimos meses, a produção manufatureira cearense e o do Brasil vêm apresentando quedas sucessivas, não obstante diversas políticas de desoneração do setor, bem como estímulos creditícios. O acumulado do semestre assim como os resultados mensais reflete bem essa tendência de baixa. Por outro lado, deve-se destacar que no mesmo período do ano anterior houve uma taxa de crescimento bem expressiva, o que acaba gerando uma base de comparação alta. Esse desempenho negativo do país se refletiu na maioria dos estados onde a produção industrial da manufatura é pesquisada. Deve-se destacar que os principais setores manufatureiros cearenses, preparação de couros e têxteis, tiveram desempenho negativo. Outros setores, por sua vez, como aqueles ligados a produtos alimentícios e bebidas, tiveram taxas positivas de crescimento nesse mesmo período, em razão do megaevento da copa do mundo. Governador: CID FERREIRA GOMES Secretário da SEPLAG: Eduardo Diogo Diretor-Geral do IPECE: Flávio Ataliba Diretor da DIEEC: Adriano Sarquis Bezerra de Menezes Elaboração: Alexsandre Lira Cavalcante (Analista de Políticas Públicas) Daniel Cirilo Suliano (Analista de Políticas Públicas) SEPLAG: www.seplag.ce.gov.br; IPECE: www.ipece.ce.gov.br Centro Administrativo Governador Virgílio Távora/Cambeba Fone: (85) 3101.3496