EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO UM DOS INSTRUMENTOS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICA PÚBLICA
GOMES, Adelaide Berti1
MARTINS, Cristina Martins e2
Neste trabalho realizamos uma discussão referente aos problemas ambientais e as suas
compreensões, centrando as análises sobre as responsabilidades do Estado, da sociedade
e da escola, em Sinop-MT. O lócus de investigação foram as escola pública municipais.
Lançamos mão de uma abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso. Para a coleta
de dados foi privilegiado caderno de campo, entrevistas semi-estruturadas e observações
livres. Os sujeitos envolvidos foram os professores, supervisores e orientador escolar,
alunos, e os gestores municipais. Obtivemos, dessa forma, como resultado a necessidade
urgente da conscientização e a educação para preservação do ambiente. Durante a
pesquisa foram apreendidos os silêncios promovidos entre os poderes públicos e a
comunidade e suas implicações político-pedagógicas, pouco reflexivas, como impacto direto
desses silêncios, que afetam não só as escolas mas a comunidade como um todo. Os
debates sobre a educação ambiental surgem mediante a necessidade formativa
transformadora, pois o compromisso de cuidar do meio ambiente não pode ser apenas
contemplativo, porque sua proposição envolve uma nova postura e prática social e
educativa. Os silêncios sobre a educação ambiental no espaço escolar revelam uma visão
de mundo da inevitabilidade, gerando passividade e conformismo com as destruições e a
desigualdade geradas pela exploração desmedida e irracional do meio ambiente, nas quais
a maioria da população mais carente é as mais atingidas. É urgente uma política pública
com função multiplicadora, que envolva os poderes públicos, os educadores, os alunos e a
comunidade para que a preservação da vida e do meio ambiente sejam prioridades.
1
Pedagoga (UNEMAT), Mestranda em Gestão e Auditória Ambiental (Universidade de Leon / Espanha), técnica da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Setor de Educação Ambiental/Agenda 21, Sinop-MT,
[email protected].
2
Pedagoga (IVE), Letrada (UNIVAG) e técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente,
Sinop-MT, [email protected].
EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO UM DOS INSTRUMENTOS PARA
IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICA PÚBLICA
GOMES, Adelaide Berti3
MARTINS, Cristina Martins e4
INTRODUÇÃO
Historicamente a humanidade tem utilizado os recursos naturais de forma desordenada
e predatória, como se a natureza fosse um bem inesgotável. Como sabemos vivemos em um
mundo que mais vale o ter, o desperdício e a ostentação do que a preservação, isso é que
chamamos de “mundo civilizado”, essa realidade precisa mudar, visto que o uso inadequado e
irracional das coisas da natureza está chegando ao limite. Neste contexto percebemos que
perdemos a capacidade dialética de “admiração” do que é natural, perdendo assim o nosso
endereço vital.
Pode-se afirmar claramente a necessidade de mudar o comportamento dos seres
humanos em relação à natureza, no sentido de promover um modelo de desenvolvimento
sustentável, que Gadotti defini como “indicador de qualidade de vida fundado nos índices de
saúde, longevidade, maturidade, psicológica, educação, ambiente limpo, espírito comunitário
e lazer criativo” (2000 : 58), ele ainda nos diz que “(...) O desenvolvimento sustentável tem
um componente educativo formidável: a preservação do meio ambiente depende de uma
consciência ecológica e a formação da consciência depende da educação (...)” (2000 : 79).
Uma das formas possíveis para se ampliar essas discussões é através da educação
ambiental, pois os conflitos ambientais e suas compreensões são de responsabilidade do
estado e da sociedade. Uma das formas de se discutir esses problemas é através da educação.
A Educação Ambiental se coloca como um auxiliar importante para que o homem
compreenda que ele faz parte da natureza. O meio ambiente, fora dessa perspectiva, traz como
conseqüência para os indivíduos a perda da visão de totalidade e a alienação sobre as relações
existentes entre o que é natural e o que foi modificado pela humanidade. Trata-se de um
3
Pedagoga (UNEMAT), Mestranda em Gestão e Auditória Ambiental (Universidade de Leon / Espanha), técnica da
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente – Setor de Educação Ambiental/Agenda 21, Sinop-MT,
[email protected].
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Pedagoga (IVE), Letrada (UNIVAG) e técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente,
Sinop-MT, [email protected].
processo cultural, assim como educar para que ocorra o desenvolvimento sustentável da
sociedade é conseqüentemente melhorar a nossa qualidade de vida.
A escola, dentro dessa perspectiva, tem o papel de desenvolver trabalhos em conjunto
com a comunidade, no sentido de desalienar e motivar os indivíduos, diante disso, tanto os
alunos quanto a comunidade, podem adquirir um conhecimento sistemático, contextualizado e
contínuo que venha ao encontro com suas necessidades e a realidade local.
OBJETIVO GERAL
Verificar como está ocorrendo a discussão dos aspectos básicos para o
desenvolvimento da educação ambiental e suas políticas públicas nas escolas da rede
municipal de ensino fundamental, do município de Sinop-MT.
METODOLOGIA
A pesquisa fez uma abordagem qualitativa quanto à educação ambiental e suas
políticas públicas na rede municipal de ensino, no município de Sinop, Estado de Mato
Grosso, devido a evidencia da preocupação existente por uma pequena parte da sociedade
organizada no sentido de definir o que é educação ambiental, e quais são seus objetivos.
A modalidade desenvolvida foi o estudo de caso, e os instrumentos aplicados foram:
caderno de campo, entrevistas semi-estruturadas, individual, combinado perguntas abertas e a
observação, neste período tivemos a oportunidade de conhecer e analisar a questão político
pedagógica das escolas, tais como: o Projeto Político Pedagógico - PPP, Plano Nacional de
Educação - PNE, relatórios referente a dados dos alunos, boletins, fichas de leituras, diário de
freqüência e notas. Todo material foi gravado, transcrito e posteriormente analisados.
O município possui 19 (dezenove) escolas municipais que atendem ao ensino
fundamental, com 320 (trezentos e vinte) salas de aula, estimando-se aproximadamente
24.166 (vinte e quatro mil, cento e sessenta e seis) alunos e 738 (setecentos e trinta e oito)
professores,
sendo
que
98%
possuem
formação
superior
(FONTE:
http://www.sinop.mt.gov.br/assecom/editais2008). Para coleta de dados, privilegiamos uma
amostragem de 5% desse número, que ocorreu durante o ano de 2006 e 2007.
Para averiguar o posicionamento do poder público municipal quanto às percepções
que sustentam a aplicação ou não de políticas publicas de educação ambiental, realizamos
entrevistas com o Secretário Municipal de Educação e com o Diretor Municipal de Meio
Ambiente, com horário marcado em seus respectivos gabinetes.
RESULTADOS PRELIMINARES
Obtivemos como resultados preliminares, a necessidade urgente da sensibilização para
conscientização individual e coletiva da educação para preservação do ambiente. Durante a
pesquisa foram apreendidos os silêncios promovidos entre os poderes públicos e a
comunidade e suas implicações político-pedagógicas, pouco reflexivas, como impacto direto
desses silêncios, que afetam não só as instituições de ensino, mas toda a comunidade em seu
conjunto. Os debates sobre a educação ambiental surgem mediante a necessidade formativa
transformadora, pois o compromisso de cuidar do meio ambiente não pode ser apenas
contemplativo, porque sua proposição envolve uma nova postura, prática social e educativa.
Os silêncios sobre a educação ambiental no espaço escolar revelam uma visão de mundo da
inevitabilidade, gerando passividade e conformismo com as destruições e a desigualdade
geradas pela exploração desmedida e irracional do meio ambiente, nas quais a maioria da
população mais carente é as mais atingidas. É urgente uma política pública com função
multiplicadora, que envolva os poderes públicos, os educadores, os alunos e a comunidade
para que a preservação da vida e do meio ambiente sejam prioridades.
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