UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Fabiano Luís Figueiredo da Silva AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DE SUPERFÍCIES DE TITÂNIO UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS Rio de Janeiro 2009 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Fabiano Luís Figueiredo da Silva AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DE SUPERFÍCIES DE TITÂNIO UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Concentração: Reabilitação Oral Orientador: Prof . Dr. Antonio Carlos Canabarro Andrade Junior Área de UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 – Maracanã 20271-020 – Rio de Janeiro – RJ Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891 FICHA CATALOGRÁFICA S586a Silva, Fabiano Luís Figueiredo da Avaliação topográfica de superfícies de titânio utilizando rugosímetros bi e tri dimensionais/ Fabiano Luís Figueiredo da Silva, 2009. 51p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral, Rio de Janeiro, 2009. Orientação: Antônio Carlos Canabarro Andrade Júnior 1. Implantes dentários. 2. Titânio. I. Andrade Júnior, Antônio Carlos Canabarro (orientador). II. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Reabilitação Oral. III. Título. CDD – 617.693 Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA FABIANO LUÍS FIGUEIREDO DA SILVA AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DE SUPERFÍCIES DE TITÂNIO UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Profissional em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Reabilitação Oral. Aprovada em 04/05/2009 BANCA EXAMINADORA ___________________________________________________________________________ Prof. Alex Balduíno - Doutor Universidade Veiga de Ameida ___________________________________________________________________________ Prof. Lidia Guimarães de Araújo - Doutora Universidade Federal Fluminense ___________________________________________________________________________ Prof. Ricardo Guimarães Fischer - Doutor Universidade Estadual do Rio de Janeiro Dedico este trabalho à minha Avó Nylza Zamith Figueiredo, que com a sua doçura e dedicação, inerentes às pessoas que aceitam sua missão de vida, sempre será a minha guia e amparo nos momentos mais difíceis da vida. Ao meu maior amigo, meu Pai Seraphim Carvalho da Silva, que através da sua simplicidade e exemplo, me ensinou que só através do trabalho intenso, da gratidão, da honestidade, da dignidade e da lealdade, pode-se pretender ser um vencendor. À minha maior amiga, minha Mãe Ana Lúcia Figueiredo da Silva, que sempre esteve do meu lado acreditando no meu potencial, torcendo por mim e me apoiando de forma incondicional em cada momento da minha vida. À minha grande amiga Dra. Lídia Guimarães, que muitas vezes se sacrificou para me ajudar, com a felicidade e boa-vontade que só pessoas com a evolução moral e espiritual como a dela podem fazer. À minha namorada Mileni Zyszkiewicz, que com sua compreensão incondicional, esteve do meu lado em todos os momentos, sempre disposta a ajudar, mesmo que fosse somente na forma de um carinho, ou de um simples olhar. AGRADECIMENTOS Ao Grande Arquiteto do Universo que com sua bondade me ajudou a vencer mais essas etapa da minha vida de forma honrada e honesta, conseguindo fazer mais alguns bons amigos. Ao meu orientador professor Antonio Carlos Canabarro Andrade Júnior, que com a sua postura amiga,compreensiva e comprometida com trabalhos sérios, honestos e dinâmicos, provou ser, além de um ótimo professor, também um grande Mestre. Tais profissionais fazem com que seus alunos, tenham motivação para se superarem em seus trabalhos, sem no entanto, abrirem mão de coisas muito importantes: a consideração e a amizade. Ao professor Alex Balduíno que demonstrou ser um amigo justo, leal e dedicado. Sempre disposto a cumprir com seu papel de forma eficiente para o nosso aperfeiçoamento com qualidade. Ao meu amigo, professor Eduardo Refkalefsky, que me deu a oportunidade e incentivo de encarar novos desafios profissionais. Aos meus colegas Patrícia Touma, Renata Cerbino e Fernando Silva que me deram o prazer de ter a oportunidade de conviver e adquirir conhecimentos que serão importantes para a minha evolução pessoal e profissional. Vigie seus pensamentos porque eles se tornarão suas palavras; Vigie suas palavras porque elas se tornarão seus hábitos; Vigie seus hábitos porque eles se tornarão seu caráter; Vigie seu caráter, porque ele será seu destino (Autor Desconhecido) RESUMO No presente estudo uma análise topográfica comparativa foi realizada utilizando rugosímetros 2D e 3D. Amostras de Ti foram jateadas (SB) usando partículas de Al2O3 ou receberam um tratamento químico adicional com uma solução de HF à 4% (SLA). Amostras de Ti sem tratamento foram usadas como controle (C). Deste modo, três superfícies diferentes foram estudadas: SB, SLA e C. Inicialmente, a topografia das superfícies submetidas a esses três tipos de tratamentos, foram avaliadas em MEV. Medidas do parâmetro de rugosidade Ra foram realizadas em cada amostra com os dois rugosímetros. Uma análise adicional da superfície das amostras de Ti foi feita usando parâmetros de amplitude, espaciais e híbridos (3D). Foram encontrados valores de Ra maiores no rugosímetro 2D, nas superfícies SLA e C, embora as amostras tenham recebido os mesmos tratamentos de superfície. O rugosímetro 3D promoveu uma caracterização mais completa da rugosidade superficial das amostras de Ti. Em conclusão, após a comparação entre os dois métodos de avaliação, este estudo mostrou que análises feitas por rugosímetros 2D e 3D produziram valores de Ra estatisticamente diferentes. Palavras-chave: Titânio; Implantes dentários; Rugosidade superficial; Topografia superficial. ABSTRACT In the present study a comparative topography analysis of titanium surfaces was performed using two- and three-dimensional profilometer. Ti samples were only blasted (SB) using Al2O3 particles or received an additional chemical treatment using a solution of 4% HF (SLA). Samples with no treatment were used as control group (C). In this way, three different surfaces were evaluated: SB, SLA and C. The Ti surfaces topography were evaluated by SEM. Ra roughness measurement were performed on each Ti sample by two- and three dimensional profilometer. Surface roughness was also characterized using amplitude (3D), spatial and hybrid parameters. Greater Ra values were obtained by 2D profilometer in SLA and C surfaces, although the samples have received the same surface treatment. 3D profilometer promoted a better topographic characterization of rough titanium surfaces. Concluding, this study showed that 2D and 3D profilometer analysis produced statistically different Ra values. Key-words: Titanium; Dental Implants; Surface Roughness; Surface Topography. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Eletromicrografias das superfícies de titânio.(A) superfície jateada; SB (B) superfície jateada e com condicionamento ácido; SLA (C) superfície controle, C. Aumento: 1000 X. ...................................................................................................38 Figura 2 - Imagens geradas por computador das características topográficas, dos perfis de rugosidade e da auto correlação de cada superfície de Ti. Grupo controle (C) (imagens A, D, e G); Superfície jateada, SB (imagens B, E, e H); Superfície jateada e condicionada por ácido, SLA (imagens C, F, e I)..................................................39 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Parâmetros de rugosidade superfícial das amostras com a utilização de rugosímetro 2D e 3D.....................................................................................................................36 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 2D – Bi dimensional 3D – Tri dimensional µm – Micrômetro C – Controle Cp Ti – Titânio Comercialmente Puro EDS – Espectroscopia de Energia Dispersiva HF – Ácido Fluorídrico MEV – Microscopia Eletrônica de Varredura MFA – Microcopia de Força Atômica Nm – Nanômetro SB – Jateamento com Sílica SBF – Similar Body Fluid SLA – Superfície condicionada por ácido TI – Titânio TPS – Plasma Spray de Titânio SUMÁRIO RESUMO ............................................................................................................. 7 ABSTRACT ......................................................................................................... 8 LISTA DE ILUSTRAÇÕES............................................................................... 9 LISTA DE TABELAS....................................................................................... 10 LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................... 11 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 15 2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 18 2.1 Osteointegração ...................................................................................... 19 2.2 Fatores que influenciam a osteointegração ............................................ 21 2.3 Rugosidade (Medidas, comportamento Celular) .................................... 22 2.4 Métodos de Quantificação ...................................................................... 28 3 HIPÓTESES ................................................................................................ 31 4 OBJETIVOS ................................................................................................ 32 4.1 Geral ....................................................................................................... 32 4.2 Específico ............................................................................................... 32 5 MATERIAIS E MÉTODOS ...................................................................... 33 5.1 PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE ....................................................... 33 5.2 AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DAS SUPERFÍCIES ATRAVÉS DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) ....................... 33 5.3 MEDIDAS DE RUGOSIDADE UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS .................................................................................. 34 5.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS ................................................................ 34 6 RESULTADOS ........................................................................................... 36 6.1 AVALIAÇÃO DE SUPERFÍCIE POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (SEM)............................................................................... 36 6.2 MENSURAÇÃO DAS RUGOSIDADES UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS............................................. 36 7 DISCUSSÃO ................................................................................................ 40 8 CONCLUSÃO ............................................................................................. 44 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................... 45 10 GLOSSÁRIO ............................................................................................ 50 15 1 INTRODUÇÃO Os implantes endósseos normalmente são fabricados utilizando o titânio comercialmente puro (cpTi) ou a liga titânio-6-alumínio-4-vanádio (Ti-6Al-4V). Estes materiais apresentam características mecânicas satisfatórias para a fabricação dos implantes dentários e são biologicamente compatíveis.(KELLER et al., 1994). Implantes endósseos normalmente recebem tratamentos diferentes de superfície que podem ser feitos utilizando técnicas diferentes de acordo com a necessidade de caracterização, gerando respostas biológicas que são influenciadas fortemente pela composição e propriedades dessas superfícies. Assim, para acelerar ou melhorar a interação entre a interface osso-implante fornecendo uma matriz nessa interface com propriedades biomecânicas e histomorfométricas adequadas, a resposta biológica pode ser modulada modificando as características superficiais, alterando o padrão de rugosidade da superfície dos implantes. (ONG et al., 1997). A rugosidade pode ser obtida através de um processo de jateamento com óxidos abrasivos que às vezes está associado a tratamentos químicos com ácidos ou bases (TAKAMORI et al., 2008; DINIZ et al., 2002; SUZUKI; AOKI; OHYA, 1997). Foi proposto que a rugosidade da superfície é importante nas fases iniciais de adesão celular que acontece durante o processo reparador da ósseo integração, promovendo assim o aumento real da superfície do implante podendo desempenhar um papel importante para aumentar a expressão do fenotípica (ONG; PRINCE; LUCAS, 1995) do osteoblasto que pode também ser responsável pelo aumento da integração, promovendo uma melhor interface ossoimplante. (BIGIt al., 2005), (MAITZ; PHAM; WIESER, 2003; CLERIES ; FERNANDESPRADAS ; MORENZA, 2000). 16 O conceito da ósseo integração foi criado por Bränemark, e desde então investigadores do mundo inteiro vem tentando desenvolver superfícies que possam favorecer uma melhor e mais rápida ósseo integração. (ALBREKTSSON et al., 1981). Recentemente, uma revisão sistemática foi realizada baseada em estudos que investigaram os efeitos da rugosidade de superfície do implante na resposta do osso e fixação do mesmo. A análise estatística dos dados disponíveis evidenciou uma relação significativamente positiva entre contato de osso-implante e rugosidade de superfície. (SHALABI et al., 2006). O parâmetro mais utilizado para avaliar a textura de superfície é a rugosidade média (Ra – do inglês, roughness average), que é calculada por um algoritmo que mede o distância média entre picos e vales e a divergência da linha média na superfície dentro da extensão da amostragem (WENNERBERG; ALBREKTSSON, 2000).O Ra corresponde à média aritmética, a média alterada por pico ou vales atípicos (XAVIER, 2002).. Foi sugerido que somente uma variação de rugosidade de superfície muito específica, com um valor de Ra entre 1 e 1.5 µm, possibilita uma superfície “ideal” para a ósseo integração (WENNERBERG et al., 2004). A principal indicação clínica para a utilização de um implante com superfície rugosa é uma baixa “qualidade” óssea ou um volume insuficiente de osso (SUZUKI; AOKI; OHYA, 1997). Como a instalação de implantes nestas situações clínicas desfavoráveis tem aumentado, o estabelecimento de métodos e padrões para aferir a rugosidade da superfície dos implantes é fundamental. Isso se deve a não se poder mais duvidar da capacidade da rugosidade superficial influenciar os resultados clínicos. Entretanto, muitos conceitos confusos têm sido encontrados na literatura, quando a topografia de superficies de Ti é descrita. A utilização de diferentes técnicas de mensuração pode influenciar grandemente os resultados da caracterização topográfica. (TAKAMORI et al., 2008). 17 No presente estudo será inicialmente realizada uma avaliação da rugosidade de superfícies de titânio com diferentes tratamentos usando rugosímetros Bi e Tri dimensionais. Subseqüentemente, será feita uma comparação entre estes dois rugosímetros para verificar se existe diferença nos valores de rugosidade média (Ra) das superfícies de Ti obtidos por eles. 18 2 REVISÃO DE LITERATURA Na literatura, a abordagem sobre a interrelação entre as características topográficas da superfície e a qualidade da interface osso-implante tem sido feita através da utilização de uma grande quantidade de métodos e parâmetros de medição oferecendo resultados pouco conclusivos devido à essa diversidade. Shalabi et al. (2006) realizou uma revisão sistemática para a avaliação dos estudos de correlação rugosidade de superfície, resposta óssea e fixação do implante, utilizando como critérios de busca no MEDLINE entre 1953 e 2003: (1) Estudos com animais correlacionando rugosidade e cicatrização óssea; (2) observações durante 3 meses da cicatrização óssea mensurando a topografia da superfície e testes biomecânicos, e (3) a produção de dados correlacionando rugosidade e interface osso-implante e testes com resultados biomecânicos. Com a utilização destes critérios, foram relacionadas 5966 referências.das quais somente 507 referências estavam dentro dos parâmetros da pesquisa, devido à heterogeneidade dos métodos utilizados, não foi possível obter qualquer resultado conclusivo. Gu´ehennec et al. (2007) após analisar superfícies tratadas com plasma spray de titânio, condicionamento ácido, anodização, jateamento com partículas cerâmicas e cobertura de fosfato de cálcio, sugeriu que o objetivo das pesquisas da área de implantodontia deve ser no sentido de desenvolver superfícies com topografia e características químicas controladas, pois é o único modo para o maior entendimento da interação celular e tecidual com a superfície dos implantes. Bases teóricas através de provas matemáticas para entender os efeitos do padrão de rugosidade nos implantes ósseo integráveis foram propostas por Skalak; Zhao (2007) onde demonstraram que o coeficiente elástico é alterado pela forma e não pela altura da rugosidade. 19 Com base nesses resultados, foi possível concluir que os efeitos mecânicos da rugosidade são bem entendidos em suas bases teóricas, mas a interpretação para procedimentos clínicos, ainda precisam de atenção mais cuidadosa considerando o estado atual de conhecimento e experiência clínica. 2.1 OSTEOINTEGRAÇÃO Resultados obtidos no estudo realizado por London et al., (2002) em tíbia de coelhos, não podem confirmar a correlação do aumento de contato da interface osso-implante com a superfície de hidroxiapatita com superfície tratada com plasma-spray de titânio e nos estágios iniciais da ósseo integração as superfície tratadas com duplo condicionamento ácido apesar desse último método apresentar melhor performance. Os implantes usinados de Ti comercialmente puro grau 4 os quais foram submetidos a jateamento de areia, condicionamento ácido e anodização, onde o grupo controle foi composto por implantes usinados (de superfície lisa). Com a avaliação morfológica das amostras por microscopia eletrônica de varredura e quantificadas utilizando rugosímetro a laser (sem contato) Elias et al. (2008) concluiu que o condicionamento ácido promoveu uma topografia homogênea e que a anodização promoveu menor ângulo de contato. O resultado do de teste in vivo realizado por Elias et al. (2008) dos Implantes instalados em tíbias de coelhos e removidos após 12 semanas aplicando os testes de torque. demonstrou que, o tratamento de superfície beneficia a biocompatibilidade e que os implantes submetidos à anodização apresentaram maior resistência ao torque. Utilizando amostras de implantes de Ti puro e implantes recobertos com Hidroxiapatita (TACER®) tratadas previamente com Sialoproteina óssea e Colágeno tipo I 20 (para promover concentrações idênticas dessas substâncias) Graf et al. (2008) demonstrou que os implantes recobertos com Hidroxiapatita (TACER®) tinham maior capacidade osteoindutiva que os de superfície lisa. Através de testes de torque e histomorfométricos, para avaliar a performance dos implantes usinados (sem tratamento de superfície) e dos implantes com superfície rugosa, Guo-li et al. (2008) sugere que a superfície rugosa tem um considerável potencial de ósteo condutividade promovendo um alto nível de ósseo integração pois demonstrou através do teste de torque que os implantes rugosos mostraram 66.21%, 89.06%, e 115.00% maior resistência em comparação com os usinados com 2, 4, e 8 semanas de ósseo integração e histomorfometricamente, foi possível demonstrar que os implantes rugosos têm uma interface osso-implante significativamente maior, assim como a formação de osso peri-implantar durante todos os períodos de observação Diferentes tipos de modificação na superfície de implantes de mesma geometria foram feitos por Langhoff et al. (2008), onde estabeleceram como controle a superfície tratada com jateamento de areia e condicionamento ácido associados. Após 8 semanas, verificaram que a interface osso-implante dos implantes modificados quimicamente (Plasma Spray ou Fosfato de Cálcio) ou farmacologicamente (Bifosfonato ou Colágeno tipo I com Condroitina Sulfato) eram similares aos grupo controle. Após analisar seis diferentes tipos de superfícies de implantes instalados na sínfise tibial de porcos, Buser et. al. (1991) indicaram, através dos resultados de análise morfométrica, uma tendência para um aumento de contato de osso-implante com a superfície rugosa, favorecendo assim, uma melhor qualidade da superfície osso-implante O profundo entendimento do fenômeno da ósseo integração é preconizado por Kurrella e Dahotre (2005) pois o desenvolvimento consistente de superfícies com padrões 21 mais complexos deve-se ter controle micrométrico e nanométrico através de procedimentos de fabricação mais aprimorados, pois as mudanças na superfície em qualquer escala, resultarão provavelmente em mudanças na composição química da escala macro, para a escala atômica que não são fáceis de mensurar. 2.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A OSTEINTEGRAÇÃO Para Carlson et al. (1988), Gotfredsen et al. (1992) e Vercaigne et al. (2000) não é possível estabelecer positivamente a correlação entre rugosidade de supefície e características mais favoráveis de osseointegração com o incremento da qualidade da interface ossoimplante. A influência da macro e da micro estrutura nos níveis de osso marginal em implantes cônicos foi analisada por Norton (1998), onde não foi possível estabelecer correlação positiva entre a rugosidade de superfície e a manutenção de osso marginal. Após análise de superfícies tratadas com diferentes métodos eletroquímicos, Sul et al. (2002) concluiu que o óxido de titânio incluindo a espessura da camada (do óxido), a configuração da porosidade e a estrutura dos cristais, parece, exercer grande influência na resposta óssea na avaliação ao teste de torque, apesar desse fato não estar bem compreendido. Esposito et al. (2008) apesar de não terem encontrado evidências de que determinada superfície seja fator decisivo para o sucesso a longo prazo dos implantes, concluíram em seu estudo que os implantes usinados têm menores probabilidades de desenvolverem peri implantite crônica. Alertaram no entanto, que mais estudos devem realizados, já que este foi realizado com poucos estudos, todos com tempo de cicatrização curto. 22 A progressão espontânea da peri implantite em cães foi estudada por Berglundh et al. (2007) onde comparou superfícies tratadas com a associação de jateamento e condicionamento ácido com superfícies maquinadas constatando que a progressão da peri implantite é mais acelerada nas superfícies rugosas que nas superfícies polidas. Utilizando diferentes tipos de tratamento de superfícies na porção transmucosa dos implantes (usinados, condicionamento ácido, anodizado e usinado com uma fenda circunferencial) Pongnarisorn et al. (2007) não observou relação entre os diferentes tipos de superfícies, nem na natureza do infiltrado inflamatório, nem na microbiota Peri-implantar. 2.3 RUGOSIDADE ( MEDIDAS, COMPORTAMENTO CELULAR) O resultado do estudo de Taborelliet al. (1997) demonstrou que os diferentes padrões de rugosidade interferem na topografia da superfície, porém sem interferir na composição química desta. Tais resultados foram obtidos através da avaliação das propriedades físicoquímicas das diferentes características de superfícies de Ti, através de microscopia de força atômica (MFA) numa área de 20 µm por 20 µm que foi utilizada para a medição da rugosidade de cada amostra onde as superfícies polidas apresentaram extensões de picos e vales de 81 nm, enquanto que as submetidas somente ao condicionamento ácido apresentaram valores em torno de 2100 nm. As amostras com superfícies condicionadas por jateamento ácido apresentaram um resultado de 3600 nm. Para demonstrar maior quantidade óssea na interface osso-implante nas superfícies tratadas com jateamento de 75 µm que apresentaram Sa 1,4 µm, Scx 11,6 µm e Sdr 1,5 µm, Wennerberg et al. (1998), fez a comparação de 40 implantes, divididos em 4 grupos com duas 23 diferentes topografias (jateadas com óxido de alumínio (partículas de 25µm, 75µm e 250 µm) e maquinadas) com o rugosímetro a laser confocal 3D utilizando os parâmetro Sa, Scx e Sdr. O estudo da adsorção de Fibronectina nas superfícies de implantes dentários, submetidos a diferentes tipos de tratamentos, permitiu François et al. (1997) concluir que in vitro, a adsorção de Fibronectina em diferentes tipos de superfície não é afetada. Além de haver um decréscimo na adsorção dessa proteína nessas condições. A resposta do osso adjacente das superfícies tratadas através de jateamento com plasma spray de titânio (TPS) e superfícies maquinadas, foi comparada por Gotfredsen; Berglundh e Lindhe (2001) que analisaram através de rugosímetro 3D (Talysurf 5–120, Rank Taylor Hobson Ltd, Reino Unido) utilizando os parâmetros Sa, Sy, Ssk, Sku, Sdr, onde constataram ao exame histomorfométrico, maior quantidade de osso marginal nos implantes com superfícies tratadas com plasma spray (Sa 3,9 µm; Sy 29,57 µm; Ssk 0,20µm; Sku 2,75µm e Sdr 1,26µm), assim como maior densidade óssea. Para avaliar os efeitos dos diferentes tipos de superfície na adesão, diferenciação e proliferação celular, Mustafa et al. (2001) utilizou amostras usinadas (maquinadas) – Grupo Controle- e separadas em mais 3 diferentes grupos que foram submetidos ao tratamento com jateamento de óxido de titânio com partículas de diferentes diâmetros (63–90 mm, 106–180 mm, e 180–300 mm) após a usinagem. A análise foi feita com microscopia eletrônica de varredura (MEV) e escâner de laser confocal, constatou que a proliferação e diferenciação celular são mais desenvolvidas em superfícies rugosas não sendo observado aumento significativo da adesão inicial entre as partículas do jateamento de TiO2 de 300 µm, e as partículas de 63–90 µm. Os efeitos da rugosidade na adesão de monócitos (primeiras células a aderirem à superfície do implante) e secreção de citoquinas foram analisados por Soskolne et al. (2002) 24 que utilizou discos com 16mm de diâmetro de titânio de 4 diferentes graus de rugosidade (superfícies maquinadas e superfícies jateadas com sílica em três diferentes diâmetros de partículas (0,25µm, 075µm e 250µm) e discos plásticos como grupo controle. A topografia das superfícies foram medidas através do rugosímetro Top Scan 3D onde avaliaram uma área de 490 por 490 µm, utilizando filtro Gaussiano de 50 por 50 µm com os parâmetros Sa, Scx e Sdr.. Os resultados deste estudo, mostraram que a adesão de monócitos, em superfícies rugosas é significativamente maior que em superfícies lisas, já a secreção de PGE2 TNF-a é menos influenciada pela rugosidade da superfície. A pesquisa sobre a relação entre a estrutura cristalina, rugosidade e potencial eletrostático na ativação de plaquetas e na cascata de coagulação, foi estudada por Maitz; Pham; Wieser (2003) que produziram filmes de óxido de titânio a partir da deposição de plasma de titânio com a finalidade de determinar o grau de hemocompatibilidade através da mensuração da adesão plaquetária na superfície do metal. Com os resultados obtidos, foi possível concluir que o óxido de titânio reduz a ativação dos dois sistemas hemostáticos e que a rugosidade (medida por MFA) menor que 50µm (ou cristais estruturais menores que 50µm) tem menores efeitos na hemocompatibilidade. O objetivo do estudo de Rosa e Beloti (2003) foi examinar a relação entre a adesão, proliferação, produção protéica, atividade da fosfatase alcalina, formação de nódulos de ossificação e a interferência da composição química do titânio (titânio comercialmente puro e liga de Titânio-6 alumínio- 4 Vanádio) e a rugosidade da superfície (padrões de rugosidade – Ra) sobre a resposta das células da medula óssea. Os resultados obtidos nesse estudo, indicaram que o titânio comercialmente puro otimiza a diferenciação osteoblástica, incluindo o incremento da atividade da fosfatase alcalina e formação de nódulos de ossificação.Com relação à rugosidade, as superfícies dentro 25 dos padrões de Ra utilizados no estudo (25µm a 250µm) não apresentaram efeitos significantes sobre a resposta celular em relação aos parâmetros de rugosidade adotados em outros estudos (Ra entre 0,24 µm e 1,92 µm). Para concluir que o processo de usinagem (usinagem com única forma de tratamento de superfície) favorece a diferenciação final de osteoblastos em comparação às amostras com diferentes tratamentos de superfície Xavier et al. (2003), avaliaram as superfícies utilizando o parâmetro Ra em discos de titânio comercialmente puro, com diâmetro de 12 mm e espessura de 4mm que foram tratados, após o processo de usinagem,com condicionamento ácido, jateamento com sílica e a combinação dos dois tipos de tratamento sendo estabelecido como grupo controle o que recebeu somente a usinagem como tratamento de superfície. A investigação da correlação entre a remoção dos íons de titânio e a caracterização das superfícies por aplicação de jateamento de óxido de alumínio (partículas de 25µm (Sa 1,27µm), 75µm (Sa 1,43 µm)e 250µm (Sa 2,21 µm)) e superfície maquinada ( Sa 0,76 µm) foi realizada por Wennerberg et al. (2004) que investigou a superfície da cada amostra com rugosímetro 3D (Top Scan) em uma área de 245 por 245 µm, com filtro Gaussiano de 50 µm por 50 µm para favorecer uma maior acuidade da aferição. Os padrões Sa, Scx e Sdr foram adotados para avaliação dessas superfícies e forneceram dados conclusivos de que não havia incremento significativo (nem nos resultados in vivo, nem nos resultados in vitro) na remoção de íons de titânio durante o processo de caracterização de superfície utilizado. Simon et al. (2005) avaliou a superfície de implantes submetidos a diferentes tipos de tratamentos, utilizando microscopia eletrônica de varredura (MEV) (Hitachi S800; Hitachi, Tokyo, Japan) e Rugosímetro 3D Talysurf 10 (Rank Taylor Hoson, Leicester, UK) e adotou o parâmetro Ra para mensuração da rugosidade, demonstrando que a superfície com maior 26 rugosidade (Porous Ti) apresentou melhores padrões de biocompatibilidade além de uma performance eletroquímica superior. A influência de diferentes tipos de tratamentos de superfície na interface ossoimplante foi estudada por Gröbner-Schreiber et al. (2006) que utilizaram o rugosímetro de contato 2D e com bases nos resultados obtidos, os autores recomendam as superfícies com padrão de rugosidade ( Ra ) entre 0,03µm e 0,1µm para utilização clínica. A análise feita por Vanzillotta et al. (2006) da topografia das amostras (com e sem tratamento) por metrologia tridimensional, onde utilizou o rugosímetro Talyscan-150 (Taylor Hobson Ltd) no modo de contato, em uma área de 25 mm2 empregando filtro de Gaussiano com cutoff de 0.8 mm, demonstrou que após 7 dias imersas em SBF, as superfícies rugosas apresentaram precipitação de fosfato de cálcio, o que não ocorreu com as amostras que não passaram por tratamento de superfície. No estudo da osteogênese peri implantar nas superfícies de implantes de Zircônia jateadas com diferentes granulações (Ra 60 µm – Ra 1,52 µm - Ra 120 µm – Ra 1,32µm) e superfícies maquinadas somente (Ra 0,56 µm) realizadas por Franchi et al. (2007), foi possível, concluir que nas etapas iniciais da cicatrização óssea, a topografia (rugosidade 60 µm) tem maior influencia na formação óssea peri implantar, no turn over ósseo, assim como na maturação tecidual. Tal fato pode ser atribuído a esse padrão de rugosidade que é semelhante à lacuna do osteócito fornecendo assim um ambiente microscópico propício para a adesão de células mesenquimais e osteoblastos. Shalabi et al. (2007) comparou histologicamente 48 implantes com dois tipos de superfície diferentes usinados (Ra 0,75 µm) e jateados com condicionamento ácido adicional (Ra 1,74 µm) que foram analisadas com rugosímetro de contato 3D (UST – Universal Surface Tester) num campo de observação de 50mm (eixo X) por 25mm (eixo Y) comprovando que o 27 Rsk das superfícies rugosas foi maior que das superfícies lisas e que a rugosidade associada ao sub dimensionamento no momento do preparo do leito cirúrgico, contribuiu para um desenvolvimento maior interface osso-implante. A adesão dos Fibroblastos (Balb C 3T3) foi estudada por Takamori et al. (2008) que aplicou estas células sobre superfícies de Poliestireno, Zircônia estabilizada, Titânio comercialmente puro e de lamínulas de vidro (grupo controle). A análise dos 5 discos de cada tipo de superfície foi feita através de rugosímetro 2D ( Mitutoyo 301), adotando o Ra como parâmetro de avaliação demonstrando que a superfície de Zircônia promoveu melhor adesão inicial, onde foi possível verificar que superfícies de Ra menor que 0,1µm podem ser mais favoráveis à adesão inicial. O efeito da rugosidade da superfície e da carga sobre a formação óssea peri implantar foi estudado por Vandamme et al. (2008) com a instalação de implantes em tíbias de coelhos para comparar a resposta de reparação óssea ao redor de implantes com superfícies maquinadas (Ra 0,70 µm) e rugosas (Ra 2,75 µm) sob condições de carga e livres de carga onde foi possível verificar maior incidência de formação óssea (potencialização da atividade osteogênica) tanto nas condições de ausência de carga, como em presença de carga nos implantes com superfície rugosa. Xiaohui et al. (2008) utilizando amostras de Ti a 4 diferentes tipos de tratamento com jateamento e condicionamento ácido e a combinação de ambos, constatou, que a proliferação de células MG63 (produção de osteocalcina) e de osteoblastos foi similar em todas as superfícies tratadas. Kramer et al. (2009) verificaram o papel dos receptores da Integrina, na aderência do ligamento periodontal aos implantes com diferentes superfícies e após a utilização de 28 anticorpos e peptídeos, verificaram que características diferentes de superfícies têm subunidades de Integrina que guardam correspondência quanto à sua maior participação. 2.4 MÉTODOS DE QUANTIFICAÇÃO Suzuki; Aoki; Ohya (1997) demonstraram que a superfície rugosa mostrou maior volume ósseo na interface osso-implante, que na superfície lisa, podendo esse fato ser atribuído à baixa atividade de remodelação óssea nas etapas iniciais da ósseointegração.Em contraste, nas superfícies rugosas, ajudam a determinar o equilíbrio entre absorção e formação óssea na interface osso-implante nas etapas mais tardias da ósseo integração. A necessidade de estabelecer parâmetros mais bem definidos de caracterização da topografia da superfície (os implantes usinados não são totalmente polidos, e que as diferentes rugosidades não são equivalentes) e sua correlação entre o comportamento tecidual e celular, foi evidenciada por Cooper (2000) onde evidenciou que as superfícies são identificadas pelo método de manufatura, e não pela superfície resultante. Wennerberg; Albrektsson, (2000) constatam que existem descrições confusas na literatura quando se deseja descrever as superfícies de Ti e que os instrumentos utilizados para tal, influenciam fortemente nos resultados obtidos Por isso, sugerem a padronização dos parâmetros de caracterização para descrever a rugosidade de superfície adotando parâmetros de rugosidade espaciais e híbridos e especificação dos filtros utilizados. Gotfredsen; Carlson (2001) avaliaram o comportamento de 133 implantes após 5 anos de instalação comparando a performance dos implantes usinados, com os implantes jateados com óxido de titânio e não observaram diferença significativa de quantidade de osso marginal, nem de perda entre os dois tipos de superfícies. 29 A literatura técnica, segundo Takeuchi et al. (2003), contém documentos que discutem a forma de obtenção dos resultados para medidas de rugosidade que são afetados através de vários fatores como os métodos de tratamento prévio à caracterização das superfícies. Anselme; Bigerelle (2005) concluíram após a utilização do MEV, que a análise somente de parâmetros de amplitude de rugosidade parece ser insuficiente para descrever a topografia da superfície de Ti corretamente pois observaram que os osteoblastos humanos se espalhavam melhor em superfícies menos rugosas, porém, demonstraram maior força de adesão nessas superfíceis, concluindo assim que esses osteoblastos são mais sensíveis à morfologia e organização, do que à amplitude da superfície. A correlação das características de rugosidade de superfícies e técnica de abordagem cirúrgica com a fixação inicial dos implantes dentários foi feita por Shalabi et al. (2006) utilizando para isso 60 implantes com formato cônico de 10 mm por 4,6 mm de diâmetro, rosqueados, ,onde foram divididos em 2 grupos – implantes usinados e implantes tratados por condicionamento ácido que foram implantados em fêmur de cabras.A avaliação da superfície foi feita através de rugosimetria (por contato) analisando 3 roscas de cada amostra, utilizando o parâmetro Ra onde foi possível concluir que a técnica cirúrgica é um fator decisivo para a fixação dos implantes no que tange os testes de torque e exames histomorfométricos, enquanto que a interface osso-implante foi maior nos implantes com superfície tratadas por ácido, em relação às superfícies dos implantes usinados Canabarro et al., (2008) avaliou a resposta osteoblástica com o cultivo de células osteoblásticas humanas de cavidade oral em relação a cinco tipos diferentes de superfície, incluindo duas com contaminante superficial (alumina). As superfícies foram estudas por MEV, EDS e rugosímetro (3D), e o contaminante foi calculado por análise digital de imagens. 30 sobre essas superfícies, onde foi possível concluir que o contaminante superficial em grande quantidade inibe a mineralização da matriz extracelular. A avaliação feita por Fandridis; Papadopoulos (2008) da topografia de três tipos de superfície de implantes utilizando Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) para análise 2D e Microscopia de Força Atômica (MFA) para análise 3D. evidenciou que o parâmetro Ra é limitado pois aborda somente uma pequena área não possibilitando avaliar o “todo”, sendo com isso pouco conclusivo para a avaliação das diferenças das características morfológicas que influenciam a nanotopografia, resultantes dos diferentes tipos de tratamentos, apesar de correlacionarem positivamente a importância (influência) da rugosidade na resposta biológica no processo de osseointegração (interface osso-implante). Para Bigerelle et al., (2002), a topografia das superfícies devem ser analisadas com parâmetros que descrevam de forma mais minuciosa a organização da superfície. 31 3 HIPÓTESES H 0 - Não existe diferença nos valores de Ra entre os dois rugosímetros. H 1 - Existe diferença nos valores de Ra entre os dois rugosímetros 32 4 OBJETIVOS 4.1 GERAL Avaliar se os diferentes métodos bi dimensional e tri dimensional são discrepantes quanto à avaliação da topografia de diferentes tipos de superfícies de titânio. 4.2 ESPECÍFICO Avaliar qual método estabeleceu maiores valores na avaliação das superfícies 33 5 MATERIAIS E MÉTODOS 5.1 PREPARAÇÃO DA SUPERFÍCIE As superfícies das amostras de titânio foram preparadas no Laboratório de Engenharia Mecânica da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, RJ, Brasil. Uma folha de Titânio Comercialmente Puro grau dois (Ti Brasil, São Paulo, Brasil), com 250 por 250 mm de tamanho e 1,1 mm de altura, foi utilizado neste estudo. A amostra foi cortada no formato quadrado nas dimensões de 8 por 8 mm e jateada de forma indireta utilizando partículas de Al2O3 (diâmetro médio de 65 µm), a uma pressão de 414 kPa, durante um minuto. Algumas amostras jateadas (SB) receberam um tratamento químico adicional com uma solução de 4% HF por 60 segundos (SLA). Amostras sem tratamento foram usadas como grupo controle (C). Deste modo, foram avaliadas três superfícies diferentes: SB, SLA e C. (Canabarro et al, 2009). Todas as amostras passaram por um tratamento de limpeza ultrasônica, com acetona, álcool a 70% e água destilada por 15 minutos cada um, e esterilizadas em autoclave por 20 minutos a 120° C. 5.2 AVALIAÇÃO TOPOGRÁFICA DAS SUPERFÍCIES ATRAVÉS DA MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (MEV) A topografia das amostras foi avaliada por MEV (Jeol JSM 6301F, MA) usando modo de elétrons secundário. Foram analisadas três amostras de cada grupo. Três campos eram aleatoriamente escolhidos de cada amostra. Foram armazenadas imagens obtidas através do MEV com uma resolução de 512 por 480 pixels e importadas e arquivadas no formato TIF. 34 5.3 MEDIDAS DE RUGOSIDADE UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS Foram executadas medidas de rugosidade das amostras utilizando o rugosímetro bi dimensional - (Mitutoyo Surftest SJ201P, Miyazaki, o Japão) e tri dimensional (Talyscan 150, Taylor Hobson, Leicester, a Inglaterra). No rugosímetro portátil bi direcional (Surftest SJ210P) foram realizadas análises 2D com o parâmetro Ra. Foram analisadas três amostras de cada grupo. Foram executadas dez análises horizontais e dez análises verticais em cada uma das amostras para medida de Ra usando um filtro Gaussiano com um comprimento de onda de escaneamento de 0.8 mm. Análises adicionais da topografia da superfície foram realizadas utilizando um instrumento de escaneamento de contato projetado para aferições 3D (Talyscan 150). As medições foram feitas em três amostras de cada grupo, escaneando uma área de 1.7 mm por 1.7 mm, usando um filtro Gaussiano com um Cut-off de onda com amplitude de 0.8 mm. Oitenta e seis perfis de cada amostra foram produzidos e analisados pelo software Taly Map (Taylor Hobson). Os parâmetros de rugosidade de amplitude (Sa e St), que representam a profundidade dos sulcos foram mensurados. Parâmetros espaciais (Str) e híbridos (Sdr) foram usados para identificar a uniformidade do aspecto de textura e verificar a relação entre a superfície (levando em conta a altura de z) e a área do plano x e y respectivamente. Além disso, o parâmetro, Ra, também foi avaliado para comparar o valor de Ra com o aparelho SJ201P. 5.4 ANÁLISES ESTATÍSTICAS A média dos valores do parâmetro 2D (Ra) e dos parâmetros 3D foi calculada, assim como o desvio-padrão. A análise preliminar dos dados agrupados mostrou uma distribuição uniforme (Teste de normalidade de D'Agostino & Person). Deste modo, as análises 35 estatísticas foram realizadas usando método paramétrico de análise de variância a (ANOVA) para comparar dados médios obtidos. Quando os valores de F eram significativos, os dados foram comparados adicionalmente pelo teste de Duncan. O erro tipo alfa foi fixado em 0.05. Foram utilizados os programas SPSS 11.0 (SPSS Inc., Chicago, Doente 60611, E.U.A.) e Origem 6.0 (Software de Microcal, Inc., Northampton, MA, o E.U.A.) como ferramentas de análise. 36 6 RESULTADOS 6.1 AVALIAÇÃO DE SUPERFÍCIE POR MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE VARREDURA (SEM). Imagens foram obtidas randomicamente por um operador independente. O processo de jateamento promoveu uma superfície bastante irregular com depressões, entalhes e cumes afiados (Superfície SB, Fig 1A). O tratamento químico produziu uma superfície mais regular e mais homogênea, embora o aspecto de rugosidade tenha sido mantido. O processo de condicionamento ácido também impôs microrrugosidades sobre as macrorrugosidades produzidas pelo procedimento de jateamento (Superfície SLA, Fig 1B). Fig1C demonstra o aspecto relativamente liso da superfície C. 6.2 MENSURAÇÃO DAS RUGOSIDADES UTILIZANDO RUGOSÍMETROS BI E TRI DIMENSIONAIS Os valores obtidos utilizando rugosímetros 2D e 3D são apresentados na tabela 1. Tabela 1 – Parâmetros de rugosidade da superfície das amostras utilizando rugosímetros 2D e 3D. Surface Profilometer Ra (µm) Sa (µm) St (µm) SsK Str Sdr (%) SB SLA C 2D 1.00±0.04 _ _ 3D 0.98±0.02 1.05±0.04 15.23±1.64 -0.1±0.00 2D 0.99±0.00* _ 3D 0.84±0.05 2D 0.25±0.06* _ 3D 0.19±0.02 _ _ _ _ _ 0.59±0.07 2.47±0.15 _ _ 0.93±0.06 13.10±1.44 0.95±0.06 0.65±0.00 1.87±0.06 _ 0.24±0.05 9.54±1.87 _ _ _ 1.64±0.09 0.43±0.01 0.13±0.02 Valores de parâmetros apresentados como média e desvio-padrão (n=3). * Significante (p <0.05) em relação às medidas 2D vs 3D. 37 Os valores de Ra foram afetados nas superfícies SLA (p = 0.009) e C (p = 0.019).Os valores mais altos de Ra foram obtidos através do rugosímetro 2D, embora as amostras tenham recebido o mesmo tratamento de superfície. A imagem de superfície gerada por computador da superfície C confirmou o aspecto relativamente liso observado na imagem do MEV (Figura 2A). Perfis das superfícies C (Fig 2D), SB (Fig 2E) e SLA (Fig 2F) mostraram morfologia periódica diferente. Todos os parâmetros de rugosidade foram maiores em SB e nas superfícies SLA comparadas com as amostras C (Tabela 1). Superfícies SB e SLA exibiram uma morfologia mais irregular que a superfície C (Fig 2B e 2C, respectivamente). Parâmetros de amplitude (Sa, Ssk e St) foram reduzidos pelo tratamento com HF (SB>SLA), com exceção de St (Tabela 1). Os perfis de SB e de SLA foram bastante homogêneos não apresentando diferença estatística (Fig 2E e 2F). Estas superfícies exibiram isotropia mais alta com o valor de Str tendendo a se aproximar a 1, significando uma textura espacialmente isotrópica (Tabela I). Em contraste, a superfície C apresentou o valor de Str mais baixo (Tabela I). Além disso, somente as superfícies SB e LA apresentaram Sdr>1 (Tabela I). A autocorrelação realizada em todas as superfícies de Ti apresentou um componente não periódico que significa um padrão homogêneo (Fig 2G, 2H e 2I - C, SB e SLA, respectivamente). Porém, os parâmetros de amplitude avaliados nas superfícies SB e SLA foram mais altos que na superfície C (Tabela I). As superfícies SB e SLA foram consideradas isotrópicas e a superfície C anisotrópica. 38 Fig. 1. Eletromicrografias das superfícies de titânio.(A) superfície jateada; (B) superfície jateada e com condicionamento ácido; (C) superfície controle. Aumento: 1000 X. Fig. 2. Imagens geradas por computador das características topográficas, dos perfis de rugosidade e da auto correlação dee cada superfície de Ti. Grupo controle (C) (imagens A, D, e G); Superfície jateada, SB (imagens B, E, e H); Superfíciee jateada e condicionada por ácido (imagens C, F, e I). 39 40 7 DISCUSSÃO O objetivo do presente estudo foi comparar dois métodos que mensuram a rugosidade de superfície, utilizando amostras de Ti com as mesmas características de superfície. Os resultados mostraram que os valores de Ra obtidos no rugosímetro 2D apresentaram valores significativamente maiores que os valores de Ra obtidos no rugosímetro 3D nas superfícies SLA e C. A literatura técnica contém documentos que discutem a forma de obtenção dos resultados para medidas de rugosidade que são afetados através de vários fatores. (TAKEUCHI et al., 2003). Na maioria dos estudos, o único parâmetro usado foi o Ra/Sa. Cooper (2000) verificou que há necessidade de estabelecer parâmetros mais bem definidos de caracterização da topografia da superfície. Somente a partir do estabelecimento desses parâmetros será possível correlacionar o comportamento tecidual e celular com as diferentes características de superfície. Por definição, o Ra é uma descrição geral de rugosidade válida para a variação de altura, mas é insensível para comprimento de onda de cumes altos ocasionais e baixos vales. (WENNERBERG et al., 1998). Além disso, segundo as análises realizadas por Fandridis et al. (2008), o parâmetro Ra é limitado pois aborda somente uma pequena área, e com isso, não é possível avaliar o “todo” da superfície.o que o torna pouco conclusivo, apesar de correlacionar positivamente a importância da rugosidade no processo de osseointegração. Para Minimizar comprimento de onda, no presente estudo, foi usado um valor de Cut off de 0.8 mm, como forma de separar ou filtrar os comprimentos de onda de um componente e seu valor numérico determinado pela norma de ISO. (TAKEUCHI et al., 2003). 41 Os valores de Ra foram bem parecidos entre duas superfícies (SB e SLA), embora a morfologia destas superfícies sejam consideravelmente diferentes. Pode-se notar que o processo de condicionamento ácido sobrepôs uma microrrugosidade sobre a macrorrugosidade produzida pelo procedimento de jateamento. Usando uma superfície semelhante (SLA), um recente estudo mostrou que a morfologia de superfície de implante parecia influenciar o aumento de osteogênese. Estas superfícies são caracterizadas por cavidades moderadamente fundas bem parecidas com lacunas de osteócitos, onde poderia agir como um arcabouço microscópico para adesão de células mesenquimais osteoblásticas (FRANCHI et al., 2007). A análise somente de parâmetros de amplitude de rugosidade parece ser insuficiente para descrever a topografia da superfície de Ti corretamente. A topografia destas superfícies deve ser analisada com outros parâmetros que descrevem organização de superfície. (BIGERELLE et al., 2002). Parâmetros diferentes para caracterização 3D de rugosidade de superfície foram propostos (CANABARRO et al., 2008;WENNERBERG; ALBREKTSSON, 2000). Nossos resultados confirmaram que o Ra pode não ser suficiente para descrever a morfologia de superfície. Esta é uma limitação importante do rugosímetro 2D. Para descrever a rugosidade de superfície numericamente, são recomendados parâmetros diferentes para caracterização 3D da superfície (CANABARRO et al., 2008;FRANCHI et al., 2007;WENNERBERG et al., 2004;TAKEUCHI et al., 2003;BIGERELLE, et al., 2002;GOTFREDSEN; KARLSON, 2001;WENNERBERG; ALBREKTSSON, 2000;WENNERBERG et al., 1998). 42 O parâmetro Ssk foi usado para descrever a forma da distribuição de altura de topografia. Para uma superfície Gaussiana que tem uma forma simétrica para a distribuição de altura de superfície, a inclinação é zero. Para uma distribuição assimétrica de alturas de superfície, a inclinação pode ser negativa ou positiva. Todas as superfícies estudadas no presente trabalho apresentaram valores negativos, indicando que a distribuição da altura da superfície tem um rastro mais longo do lado mais baixo do plano médio i.e. apresenta mais vales do que cumes. O parâmetro Sdr é a relação do incremento da área interfacial de uma superfície em cima da área de amostragem. A relação de área interfacial desenvolvida reflete a propriedade híbrida de superfícies. Só superfícies SB e SLA apresentaram Sdr >1. Em estudo prévio, a maioria do osso em contato com a superfície do implante foi achado em uma superfície com Sdr de 1.5. Os maiores valores de Sdr das superfícies SB e SLA, indicam uma significativa amplitude ou espaçamento ou ambos nestas superfícies. Superfícies SLA também exibiram maior isotropia pois o valor de Str tendia a 1, significando uma textura uniforme em todas as direções. Em contraste, amostras de C apresentaram uma superfície com um padrão dominante e valores Str menores, indicando uma estrutura direcional forte. Alguns dos estudos indicaram uma tendência para um aumento de contato de ossoimplante com a rugosidade crescente da superfície de implante (BUSER et. al., 1991) enquanto outros estudos não puderam confirmar esta observação, (LONDON et al. 2002;NORTON 1998) ou não puderam achar nenhum efeito (VANZILLOTAet al.2006;VERCAIGNE et al. 2000;CARLSSON et al. 1988;GOTFREDSEN et al. 1992). Entretanto, para Esposito et al. (2008), apesar de não ter encontrado evidências de que determinada superfície seja fator decisivo para o sucesso a longo prazo dos implantes, é importante ressaltar que os implantes usinados têm menores probabilidades de desenvolverem Peri implantite crônica. 43 Apesar disto, durante os últimos 20 anos, um número grande de sistemas de implante com topografias de superfície diferentes foi introduzido no mercado. Porém, as afirmações feitas em numerosas publicações sobre o efeito de rugosidade de superfície de implante na resposta óssea, não parecem ser tão verdadeiras. Por exemplo, não há um consenso em relação aos resultados de estudos in vivo com animais onde o desempenho clínico de implantes de titânio micro-rugosos é descrito em base de testes de falha mecânica e considerações histológicas (SHALABI et al. 2006). Foi descrito que somente uma variação muito estreita de rugosidade de superfície (i.e., Ra/Sa avaliam de 1-1.5 µm) está associada positivamente com contato de osso-implante aumentado, (FANDRIDIS; PAPADOPOULOS, 2008) diferentemente do que acontece com os fibroblastos pois Takamori et al. (2008), verificaram que superfícies com Ra menor que 0,1µm podem ser mais favoráveis à adesão inicial dos Fibroblastos (Balb C 3T3). Porém, uma recente revisão sistemática mostrou que um efeito positivo na resposta de osso pode ser encontrado em superfícies com com valores de Ra variando de ~ 0.5 µm até ~ 8.5 µm. (SHALABI et al. 2008). Embora seja difícil explicar esta discrepância, no presente estudo, observou-se uma significativa diferença nos valores de Ra de acordo com o método usado. Assim, foi demonstrado que métodos diferentes usados nos vários estudos podem resultar em dados diferentes que impedem uma comparação correta dos resultados obtidos. Além disso, os rugosímetros 2D podem superestimar o valor de Ra. Então, uma padronização dos métodos para medir e descrever a rugosidade de superfície deve ser desenvolvida. De acordo com os resultados, é possível afirmar que o rugosímetro 3D promoveu uma caracterização topográfica das superfícies de Ti mais completa. 44 8 CONCLUSÃO O presente estudo mostrou que analises realizadas por rugosímetros 2D e 3D produziram valores de Ra estatisticamente diferentes em duas superfícies, SLA e C. 45 9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBREKTSSON, T. et al. Osseointegrated titanium implants. Requirements for ensuring a long-lasting, direct bone-to-implant anchorage in man. 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Laser Confocal - Técnica para obter imagens óticas de alta resolução capturando as imagens ponto-por-ponto e as remontando tridimensionalmene com a ajuda de comptadores Ra - É uma avaliação bidimensional. Descreve o valor médio de só um perfil.É a média aritmética do perfil de rugosidade. Rugosidade – É o conjunto de irregularidades que caracterizam uma superfície Sa – É uma avaliação tridimensional, uma avaliação especial. É a –média aritmética dos valores absolutos de divergências de altura da superfície registrada dentro da avaliação da superfície de avaliação do plano médio. É o cálculo dos cinco cumes mais altos e cinco vales mais profundos. Scx -Padrão Espacial. É a avaliação espacial entre as irregularidades medindo o caminho descendente do plano médio com o seguinte. É a distância entre o plano médio das irregulridades. Sdr - Relação da superfície espacial entre a superfície mensurada nas três dimensões e o plano da área total (em duas dimensões) expressos percentualmente.É a relação de área interfacial desenvolvida. É usado para identificar a uniformidade do aspecto de textura e verificar a relação entre a superfície e a área do plano x e y respectivamente. Sds - Denota densidade de cume, e é avaliado quando um cume tiver um número pré- 51 definido de cumes vizinhos, cujas alturas são mais baixas que os outros. Sempre que isso acontece, um cume é contado. Depois da soma destes cumes, o valor é dividido pela área Ssk - Denota a assimetria da superfície em relação a um plano médio teórico que corta o relevo. É um índice adimensional St - É a altura total da superfície. Str – Avalia o nível de isotropia. Apresenta a mesma propriedade física em todas as direções. É o aspecto de textura da superfície.Quando um valor é igual ao outro, indica uma superfície totalmente isotrópica. Reciprocamente, um valor igual a zero indica uma superfície totalmente anisotrópica. Geralmente, superfícies reais mostram valores intermediários. É usado para identificar a uniformidade do aspecto de textura e verificar a relação entre a superfície e a área do plano x e y respectivamente. É um índice adimensional Sz - Média da superfície total. É sempre maior que o Sa Equivalente medida para a mesma área. Valor negativo de Ra - Indica menos vales que cumes, e vice-versa, revelando a importância relativa de cumes e vales para formar a superfície. Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo