Análise de Conjuntura julho 2013
Rudá Ricci
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www.rudaricci.blogspot.com
O Fordismo Tardio brasileiro
Crescimento em queda
Menor fôlego, mais desconfiança
Queda do orçamento mineiro
Redução de 700 milhões de reais do ICMS do setor elétrico
Redução do repasse do FPE
Déficit de 300 milhões no recolhimento da CIDE
Medidas tomadas (impacto sobre base aliada)
Redução das 23 secretarias para 17, em 2014
52 cargos do alto escalão do governo serão extintos
Redução de 20% dos cargos de confiança, implementação de restrição de consultorias,
e proibição de viagens nacionais e internacionais dos servidores públicos pagas pelo
Estado
Fusão da Secretaria do Trabalho com a Secretaria de Desenvolvimento Social;
da Secretaria de Esportes com a Secretaria de Turismo e com a Secretaria
Extraordinária da Copa do Mundo; da Secretaria Extraordinária de Regularização
Fundiária com a Secretaria de Agricultura; da Secretaria Extraordinária de Gestão
Metropolitana com a Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana;
Secretaria Extraordinária de Coordenação de Investimentos Estratégicos será
transformada em Assessoria Especial da Governadoria
Apoio ao lulismo = consumo
Lulismo se caracteriza pela inclusão pelo consumo
Variação de 0,1% do consumo familiar no primeiro
trimestre de 2013 (IBGE)
O indicador foi influenciado pelo freio na oferta de
crédito e pela inflação.
No trimestre anterior, a alta havia sido de 3,9%
Emprego
Ministério do Trabalho reduz projeção de geração de emprego em
2013 de 1,7 milhões (janeiro) para 1,4 milhões (julho)
Entre 2011 e 2014 foram criados 4 milhões de empregos no Brasil
Crise profunda de representação política
Pesquisa Confiança e Satisfação Institucional Direito GV
Última instituição do ranking: partidos políticos (5%)
Penúltima instituição: Congresso Nacional (22%)
Todos partidos e políticos foram afetados pela
manifestação
Havia um sentimento de desconfiança e cinismo latente
(caso do boato Bolsa Família revelava insegurança)
A crítica não é endereçada a um partido ou
governo
Pesquisas sobre cultura política e valores populares revelavam
que:
Maioria da população é conservadora nos valores (contra ampliação de
direitos civis e contra qualquer manifestação pública contra a Ordem)
Contudo, ao contrário do discurso liberal do PSDB, querem a
intervenção do Estado para punir mais ricos e distribuir renda
Daí o voto no lulismo: o único governo desde a
redemocratização que gerou renda e melhoria no consumo
Problema: inserção pelo consumo, não pelo direito ou pela ação política,
o que gera o atual neoclientelismo
Não há, contudo, fidelidade à partido ou ideologia, mas pragmatismo e
cinismo que objetiva garantir padrão de consumo
As manifestações de junho
Manifestações foram
pluriclassistas, não
expressando interesse de
classe
Desorganizados, sem
qualquer experiência
associativa (84%)
Jovens
Criaram comoção
nacional e deram vazão ao
sentimento latente
A questão central: população não se sente
representada
Redes sociais criam fluxos de informações crescentes,
definidas por relações afetivas, de confiança
Reivindicações são fluidas, se alteram no contato com
outros e são fortemente personalizadas
Se adequa à características dos jovens que possuem
cultura refratária às organizações, voz de comando e
rotinas (Geração Y e demais)
Os partidos modernos são estruturas criadas no século
XIX: corpo administrativo, militantes que seguem
orientações centrais e lideranças carismáticas que
galvanizam interesses difusos
As Redes Sociais
ESTRUTURA EM REDE
ESTRUTURA
HIERÁRQUICA
Os comportamentos distintos
MOBILIZAÇÃO SÉC. XXI
Preservação da individualidade
Adesão por convicção e emoção
MOBILIZAÇÃO SÉC. XX
Predominância do Coletivo
(“ordem unida”)
Militância: segue orientação da
organização
Vincula-se a um programa ou
meta
Vincula-se pontualmente a uma
ação
AS REDES SOCIAIS NO BRASIL
Brasil é o terceiro país no mundo em acesso às
redes sociais (atrás de EUA e Japão)
48 milhões de brasileiros ativos
Principais redes: facebook e youtube
Acesso: smartphones
Motivação: exposição pessoal, contato afetivo.
Pouca militância política
Crise de representação profunda
IBOPE (9 a 12 de julho)
A aprovação do governo da presidente Dilma Rousseff caiu 24 pontos
percentuais e atingiu 31%, aponta pesquisa Ibope encomendada pela
Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta-feira
(25). A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais
para mais ou para menos.
O índice de eleitores que consideraram o governo "bom ou ótimo" foi
de 31%, contra 37% que consideraram o governo como "regular" e 31%
que avaliaram como "ruim ou péssimo".
No levantamento anterior, divulgado em 19 de junho, o percentual de
eleitores que aprovaram a gestão foi de 55%. Na ocasião, a avaliação
positiva caiu oito pontos após atingir o recorde de 63%.
Aprovação do governo de Sérgio Cabral é de 12%
Aprovação de governo Alckmin é de 26%
Vácuo de liderança tucana em MG
Pesquisa interna PSDB (divulgada pelo Valor Econômico),
antes das manifestações de junho:
35% de intenção de voto para Fernando Pimentel e 4% para
qualquer candidato tucano.
Marcio Lacerda e Pimenta da Veiga aparecem como
tertius num cenário de ausência de liderança tucana
Marcio Lacerda aparecia com 12% de intenção de voto na
pesquisa do PSDB anterior às manifestações de junho
Crise econômica e de liderança política afetam imagem
do governo Antônio Anastasia
A percepção da lógica política
A questão que fica
Os partidos, como estruturas burocráticas, representam
a sociedade?
As estruturas burocráticas centralizadas não estariam
fadadas ao anacronismo numa sociedade altamente
fragmentada e mutável?
As redes sociais não indicariam estruturas de
representação mais adequadas?
Não seria o caso de inverter a lógica política? Dos
territórios para o centro? Por que não formar lideranças
que administram os territórios ao invés de formar
dirigentes e candidatos?
Projeções e Cenários (nacional)
Cenário 01
Cenário 02
Dilma oscila entre 30% e 40% de intenção de voto para 2014. Aumento
de gastos sociais
Oposições estacionam
Aumento dos votos brancos e nulos
Resultado: vitória de Dilma com crise econômica em 2015 e instabilidade
política crescente
Dilma vai para o segundo turno
Oposições se unem e empresariado se divide. Grande imprensa apoia
candidato da oposição.
Cenário 03
Lula entra em cena em março ou abril. Recebe apoios crescentes para
candidatura, a começar por manifesto do empresariado
Lança-se, “pressionado”, como Mito. Discurso profético, acima dos
partidos em função de cenário de caos.
Cenários MG
Pimentel X PSDB
Cenário instável, que depende da projeção da candidatura de Aécio
na disputa presidencial
Haverá dossiês e ataques pessoais
Máquina estatal e partidos aliados serão pressionados para apoiar
candidatura tucana
Empreiteiras e mineradoras serão pressionadas a contribuir (único
cenário de crise de financiamento: mudança do financiamento
eleitoral)
Pimentel X Marcio Lacerda
Crise interna do PSDB e PSB
Desgaste de Marcio Lacerda em função das manifestações da Copa
do Mundo
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(Microsoft PowerPoint - An\341lise de Conjuntura julho 2013)