VII Congresso de Bioética de Ribeirão Preto ALOCAÇÃO RECURSOS NA SAÚDE SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Garantias constitucionais Direito à saúde gera o dever do estado em garantí-la de duas maneiras: 1) Extrasetorial: políticas econômicas e sociais para diminuição do risco de doenças e agravos; 2) Setorial: garantia de ações e serviços de saúde para promoção, proteção e recuperação da saúde Componentes determinantes do Sistema de Saúde POLÍTICO (MODELO DE GESTÃO) ECONÔMICO (MODELO DE FINANCIAMENTO) R RegulaçãoRRR MÉDICO (MODELO DE ASSISTÊNCIA) SAÚDE TEM DETERMINAÇÃO ALÉM DAS AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE GENÉTICA AMBIENTE FÍSICO BIOLOGIA SAÚDE ESTILO DE VIDA AMBIENTE SOCIO-ECONÔMICO AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE TRIPLA CARGA DE OBSTÁCULOS • Insuficiências quantitativas e qualitativas dos recursos humanos • Deficiências da gestão dos serviços e sistemas de saúde • Insuficiência do financiamento do setor FINANCIAMENTO DA SAÚDE GRANDE DESAFIO SOCIAL INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS COM INEFICIÊNCIA DOS GASTOS Cenário: • Gastos crescentes com saúde • Participação desigual das 3 esferas de governo • Contexto de graves desigualdades sociais FINANCIAMENTO DA SAÚDE DETERMINANTES DOS GASTOS • Extensão do Sistema Único de Saúde • Transição demográfica – mais idosos: 90% do seu gasto individual com saúde é no último ano de vida • Transição epidemiológica (mais doenças crônicas) • Incorporação de novas tecnologias: complexo industrial da saúde a ser financiado • Fatores sócio-econômico e culturais (tomar vitaminas, a busca pela beleza e eterna juventude - as Indústrias agradecem!) VIANA, A.L. Mudanças significativas no processo de descentralização do Sistema de saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 18:139-151, 2002. FINANCIAMENTO DA SAÚDE Blocos de Financiamento • Atenção básica • Atenção de média e alta complexidade • Vigilância em saúde • Assistência farmacêutica • Gestão ALOCAÇÃO DE RECURSOS PARA SAÚDE-UNIÃO ANOS 2000 2010 Atenção Básica 12·0% 14·3% Tratamento de suporte e profilático 1·6% 9·7% Atenção ambulatorial e Hospitalar 49·1% 52·0% Componentes Ministério da Saúde. Sistema de Informações Orçamentos de Saúde. Brasília-DF: O Ministério; 2008. http://siops.datasus.gov.br/Documentacao/Dados_RIPSA2008.pdf (accessed Aug 23,2010). Paim, J. The Brazilian health system: history, advances, and challenges. Lancet 2011; 377: 1778–97 FINANCIAMENTO DA SAÚDE País Gasto Total Per capta Com a saúde (PPP int. $) Gasto per capita do governo com a saúde (PPP int. $) Participação Do governo (%) 1.387,00 921,00 66,4% Brasil 943,00 431,00 45,7% Chile 1.185,00 561,00 47,3% França 3.934,00 3.013,00 76,6% Espanha 3.152,00 2.272,00 72,1% Reino Unido 3.399,00 2.843,00 83,6% Estados Unidos 7.410,00 3.602,00 48,6% Argentina Fonte: WHO. Global Health Observatory Data Repository http://apps.who.int/ghodata/# Gasto total com saúde no Brasil: público e privado (% e R$ bilhões) – 2014 Gasto total com saúde (2014): R$ 448,1 bilhões Gasto público total: R$ 216,2 bilhões (48,3% do total) Gasto privado total: R$ 231,9 bilhões (51,7% do total) União: R$ 91,9 bilhões Planos/Seguros: R$ 127,2 bilhões Estados/DF: R$ 57,3 bilhões Medicamentos: R$ 72,5 bilhões Municípios: R$ 67,0 bilhões Demais gastos diretos: R$ 32,2 bilhões Fonte: Ministério da Saúde (SIOPS), ANS e IBGE Evolução das proporções em percentual das aplicações em saúde pela união, estados e municípios-Fonte: MS, ANS, IBGE SIOPS % Arrecadação de Impostos: União – 60% / Estados – 24% / Municípios – 16% Cumprimento dos mínimos constitucionais de 2000 a 2008 União: deve cerca de 20 bilhões Estados : devem cerca de 28 bilhões Municípios: colocaram a mais cerca de 30 bilhões Gastos em ações e serviços públicos em saúde das três esferas de governo em relação ao PIB (2000-2011) % Corredor do hospital de Urgência/1988 Conselho Federal de Medicina - Corredor do hospital de Urgência/2012 Conselho Federal de Medicina - PROPORÇÃO ESPERADA DE CONSULTAS MÉDICAS PARA A ATENÇÃO BÁSICA, ESPECIALIZADA E DE URGÊNCIA, COTEJADA COM A REALIDADE DE RIBEIRÃO PRETO, NO ANO DE 2004 63% 36% 33% 30,7% 22% 15% Básica Especialidades Esperadas Realizadas Urgência SANTOS JS et al. Acta Cir Bras: 132-142. 2008. Estudo de 466 atendimentos da Unidade de Pronto Atendimento do Centro de Saúde Escola-FMRP-USP, em 2012, segundo a classificação de risco em cores vermelho, amarelo, verde e azul, respectivamente, os de maior para os de menor gravidade e o tipo de acesso ao serviço de saúde em Recepção de Urgência (via Regulação Médica pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU-192) e pela Recepção Geral (Demanda Espontânea) 233 (58,8%) 250 Atendimentos 200 137 150 100 24 40 (57,1%) 50 26 6 (6,6%) (8,6%) 0 0 0 Recepção de Urgência Recepção Geral Acesso à Unidade de Pronto Atendimento Azul Verde Amarelo 2 (azul associado à recepção Geral e amarelo e vermelho à urgência) p<0,0001. Vermelho Ferri, SMN. Modelo de acolhimento com classificação de risco em unidade de pronto-atendimento:Estratégia para reorganização do trabalho e reordenação do acesso à rede de saúde. Ribeirão Preto 2013. Tese (Doutorado em Pós-graduação em Clínica Cirúrgica) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, PRIMEIRO SERVIÇO DE SAÚDE PROCURADO P/ PACIENTES COM ABP AFECÇÃO BILIOPANCREÁTICA Local do primeiro atendimento dos pacientes com Afecção Biliopancreática (ABP) e suas diferentes etiologias: Coleletíase (COL), Litíase na Via Biliar (LVB) e Neoplasia Ampolar e Periampolar (NAP), atendidos no HCFMRPUSP e estudados no ano de 2012. . Ferreira, A. A. M. O acesso dos pacientes com obstrução biliopancreática neoplásica à rede assistencial pública, hierarquizada e regulada, e suas implicações.Ribeirão Preto, 2013. Mestrado em Pós-graduação em Clínica Cirúrgica) - Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, ESTRUTURA E ACESSO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE SAÚDE DA FAMÍLIA UBS PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL UBS UBS CENTROS DE SAÚDE E UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO HOSPITAIS DE MÉDIA COMPLEXIDADE REGULAÇÃO DA ASSISTÊNCIA HOSPITAIS TERCIÁRIOS ASSISTÊNCIA, REABILITAÇÃO E INTERNAÇÃO DOMICILIAR Mulher com 45 anos de idade , passado de dor abdominal com colestase flutuante , epísódios de calafrios e prurido há 13 anos. Recebeu tratamento para hepatite medicamenntosa, distúrbio psiquiátrico e doença dermatológica Paterson WG et al. Canadian Association of Gastroenterology Wait Time Consensus Group.Canadian consensus on PROTOCOLOS CLÍNICOS E DE REGULAÇÃO Porque? Para quem? Mulher, 23 anos de idade, no início do terceiro trimestre de gravidez com colelitíase sintomática há 1 ano. Há 2 semanas com dor mantida e icterícia. PROTOCOLOS CLÍNICOS E DE REGULAÇÃO Porque? Para quem? Mulher, 42 anos de idade, com dor forte há 40 dias e icterícia e febre alta há 1 mês IMPACTO DE SUPRESSÃO DAS COTAS PARA MAMOGRAFIA E DA INTRODUÇÃO DE PROTOCOLO PARA SOLICITAÇÃO Média Mensal EXAME MAMOGRAFIA BILATERAL 1º Bimestre 2005 1º Bimestre 2006 Variação (%) 1.523 798 -47,64 Necessidade mensal – Limites(*) Inferior – 319 Superior - 511 Portaria 1101/GM/2002 FONTE: DEPARTAMENTO DE AVALIAÇÃO CONTROLE E AUDITORIA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE RIBEIRÃO PRETO SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE RIBEIRÃO PRETO Leitos e Internações Anos POPULAÇÃO 2004 534.944 2073 58.477 2007 567.917 2204 67.250 LEITOS ALTAS HOSP. Parâmetros: necessidades de leitos 2,5 a 3 leitos/1000 habitantes Taxa d ocupação hospitalar desejável: 80 a 85% Internações para Ribeirão Preto: 6,8% população: em 2007 esperava-se 38.618 internações Fonte: Centro de Processamento de Dados Hospitalares-Departamento de Medicina Social-FMRP-USP/CNES/DATASUS/ IBGE Brasil-Ministério da Saúde: Portaria MS 1101/02 Boletim do Instituto de Saúde Volume 13 - Número 1 - Abril de 2011 ISSN 1518-1812 / On Line: 1809-7529 JUDICIALIZAÇÃO NA SAÚDE FINANCIAMENTO DA SAÚDE USA : topo de investimento $ NÃO GARANTE QUALIDADE AUMENTO DA EFICIÊNCIA NO BRASIL: • Combater a corrupção; • Melhorar o diagnóstico de necessidades; • Melhorar e diversificar a oferta de serviços; • Protocolos clínicos e de gestão; • Adequar a compra de equipamentos, materiais e medicamentos; • Reduzir o emprego de medicamentos; • Reduzir a hospitalização; • Pagar o justo e regular às parcerias privadas; • Investir na educação permanente; • Investir na educação dos usuários do sistema; • Politizar a questão da saúde! FINANCIAMENTO É QUESTÃO POLÍTICA! Relação Pessoal / leito (%) Relação de Pessoal/Leito nos Hospitais Universitários da Universidade de São Paulo e nos Hospitais de Ensino associados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e vinculados à Secretaria Estadual da Saúde, no ano de 2013 HU-USP Costa AL e Santos JS. È preciso integrar a Universidade ao SUS. http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/08/1508319-hospital-da-usp-deve-ser-gerenciadopelo-estado-sim.shtml Relação Reais / leito/ano Custo leito hospitalar/ano, em reais, nos Hospitais Universitários da Universidade de São Paulo e nos Hospitais de Ensino associados à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e vinculados à Secretaria Estadual da Saúde, no ano de 2013 Costa AL e Santos JS. È preciso integrar a Universidade ao SUS. http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/08/1508319-hospital-da-usp-deve-ser-gerenciadopelo-estado-sim.shtml POLÍTICA DE SAÚDE: EQUÍVOCOS • Idosos com plano hoje (cerca de 33%) • Idosos com plano em 2030 (54%) • Triplicação dos gastos nos próximos 15 anos de 106 bilhões para 286 bilhões Despesa anual média: -30-50 anos: R$ 2,5 mil -51-74 anos:R$ 4 mil ->75 anos: R$9 mil Providências para evitar a expulsão de idosos dos planos de saúde: - Investir na atenção básica - Investir em programas de prevenção Editorial: O Estado de São Paulo Agosto-2015 - Racionalizar emprego de tecnologias VII Congresso de Bioética de Ribeirão Preto HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO-UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO