IGREJA BATISTA GÊNESIS
Série: A PALAVRA QUE CURA
Grupos Pequenos Batista Gênesis
Lição 3 – A CURA DOS TRAUMAS EMOCIONAIS
TEXTO BÍBLICO:
(Gênesis 50.15) – “Vendo então os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos”.
Ponto Saliente:
Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar
(George Herbert).
Escopo:
1 – CONVIVIO DIFÍCIL ANUNCIA DIAS TURBULENTOS
1.
2.
3.
4.
5.
6.
José tinha irmãos trabalhosos.
Ele trazia más notícias do comportamento dos seus irmãos ao seu pai (Gn 37.2).
A animosidade estava instalada.
Jacó amava mais a José do que a seus irmãos, o que acentuava a crise (Gn 37.3).
Um presente diferenciado era um sinal que podia despertar muitos ciúmes (Gn 37.3b).
Inexperiente José não soube perceber os riscos que estava correndo (Gn 37.4).
2 – UM SONHO IRIA AGRAVAR A SITUAÇÃO
1. Perceba que a proximidade de Deus traz reações no reino natural.
2. José agora seria perseguido por causa da revelação de Deus (Gn 37.5).
3. Na sua imaturidade não soube guardar os segredos de Deus no seu coração (Gn 37.8,
9), o que produziu imediata reação dos seus irmãos.
4. O anúncio profético de Deus só iria agravar e produzir uma perseguição ferrenha dos
irmãos sobre José.
3 – O Plano macabro
1. Não raro, o plano do inimigo é matar aquele com quem Deus revelou ter um plano
grande sobre sua vida.
2. O objetivo de Satanás é impedir a concretização do plano divino.
3. Não raro ele planeja matar a pessoa com quem Deus planeja realizar algo grande, na
tentativa de impedir que o plano de Deus se realize. Ele fez isto com Jesus.
4. Seus irmãos planejaram vendê-lo, mas acharam melhor ganhar dinheiro com o plano e
por isto venderam-no para mercadores de escravos.
5. Eles não sentiram arrependimento algum pelo que fizeram.
6. José entendeu que tudo fazia parte de um plano, e que por mais maligna que tenha
sido a atitude dos irmãos, Deus transformou maldição em benção, porque venderam
José justamente para o Egito, local onde ele se iria ver o que Deus prometeu se
cumprir.
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4 – Como vencer os traumas emocionais?
1. O Instinto diz se vingue, mas o espírito com consciência embasada nos princípios
divinos diz: Perdoa.
2. A vida dá voltas, tudo muda, mas a palavra de Deus nunca passa sempre se cumpre,
agora chegara a hora de José ver o sonho cumprido (Gn 42.1-2).
3. Os anos haviam se passado, os irmãos de José mentiram com tanta ênfase que quem
sabe não acreditaram na própria mentira.
4. Enquete: Qual foi a maior prova de José? Suportar o peso da escravidão? A tentativa
de sedução da mulher de Potifar? A calúnia produzida por ela? O esquecimento do
copeiro que só veio falar de José ao Faraó quando a circunstância foi favorável? Ou o
face a face diante dos irmãos?
5. A lembrança do sonho veio de imediato na mente de José, o que deve ter produzido
uma sensação interessante sobre a fidelidade de Deus.
6. Chegaram a conversar abertamente na frente de José, sem saber que ele falava e
compreendia sua língua (Gn 42.23).
7. O perdão de José teve um custo emocional sim, mas foi o caminho que ele escolheu
que provava inclusive o nível de servo excelente que ele era de Deus (Gn 45.4-7).
8. A leitura final é interessante, pois ele viu que fora o próprio Deus quem o enviara ao
Egito para livramento da sua família e do povo hebreu (Gn 45.7-8).
9. Entender que as experiências pelas quais passamos, ainda aquelas que produzem
traumas, tem o dedo da permissão e do controle de Deus que quer nos amadurecer e
capacitar para desafios maiores, ajuda a nos fortalecer para vencer os traumas
emocionais.
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APOIO AOS LÍDERES DE GP:
Não há quem passe sua existência terrena sem sofrer traumas emocionais. Eles têm uma
capacidade de deixar feridas profundas na alma, algumas com grande dificuldade de cicatrizar.
A característica mais evidente dos traumas é que eles nos debilitam, produzindo fragilidade
emocional. Hoje nós vamos nos concentrar no trauma passado por José, para aprender com
ele a vencê-los, dando a Deus a condição de realizar todo plano dele em nossas vidas.
Pessoas que passaram por traumas fortes ficam normalmente reclusas, manifesta
comportamento violento como barreira inconsciente de contenção para evitar novos traumas
e sofrimentos. Dificilmente aceitam falar sobre o tema, se esquivando todas as vezes que é
indagado, dificultando tanto um tratamento como uma libertação. Não raro simulam uma
fortaleza que não possuem, e fantasiam emoções, posses, experiências ou fatos apenas para
esconder dos outros o trauma pelo qual passou.
Certamente em toda bíblia não temos caso mais exemplar da cura dos traumas emocionais
pelo poder da palavra como o de José. Andando com ele, descobrindo sua história,
percebemos que há cura sim para as experiências traumáticas, para as lembranças mais
sofridas pelas quais uma pessoa possa passar. É importante lembrar que José era muito crente,
e que mesmo assim não ficou livre das experiências traumáticas. Não seria por causa da sua
fidelidade a Deus que estaria sob uma condição de privilégio divino no aspecto de ter sua vida
livre de eventos dolorosos e ruins. Muito pelo contrário, nossa fé é refinada, provada e se
torna funcional exatamente quando é exigida.
Ainda garoto, José perdeu a sua mãe Raquel, que morreu ao dar à luz a Benjamim próximo a
cidade de Belém. Em casa era perseguido e odiado pelos dez irmãos, que tinham inveja ou
desconfiavam da sua intimidade com Deus. Se sofrer perseguição de um irmão mais velho já é
difícil, imagina de dez? Se sua infância não foi das melhores, na sua adolescência os eventos
traumáticos iriam se revelar cruéis. Aos dezessete anos foi sequestrado pelos irmãos que
queriam primeiro matá-lo, mas que acharam que seria mais proveitoso vendê-lo. O plano era
afastá-lo em definitivo da casa de seus pais, afinal não foi ele quem havia dito que Deus o
revelara em sonho que mesmo sendo mais novo iria liderar sua casa, estar sobre ascendência
sobre seus irmãos mais velhos? Agora poremos a prova este tal sonho que diz ter sonhado,
pensavam maliciosamente.
Ao chegar à casa de Potifar, o seu senhor egípcio, a amargura, o ódio, o ressentimento
estavam muito presentes no coração de José. Administrar a volúpia produzida pela revolta não
deve ter sido tarefa fácil para José. Diz um provérbio chinês que: “Guardar rancor é como
segurar um carvão em brasa na sua própria mão aguardando a ora de jogá-lo no outro, só
quem se queima é você”. Shakespeare disse acerca do rancor: ”Guardar rancor é como tomar
veneno e ficar esperando que o outro morra”.
Os traumas emocionais nos aproximam de pessoas como Jó, José, João Batista, Pedro,
Timóteo, Paulo e até do próprio Jesus. Passamos a compreender melhor os sofrimentos pelos
quais eles passaram, e a também tirar proveito das visitações maravilhosas de Deus que nesta
hora resolve cumprir o Salmo 46.1 nas nossas vidas.
O grande desafio de José nesta fase era não permitir que a amargura tomasse lugar no seu
coração, roubando a paz necessária para que a sua comunhão com o Pai estivesse se
desenvolvendo naquele momento. Tarefa fácil? Certamente não, mas esta era a condição que
ele teria que desenvolver se desejasse sobreviver no meio das duras provas pelas quais foi
submetido para ter aprovação divina e o a revelação integralmente cumprida.
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Muitas vezes pensamos em vida com Deus sem renúncia, sem dor, sem experiências amargas.
São valores incoerentes. Davi teve que suportar o calor de uma perseguição ferrenha de Saul a
quem tanto benefício havia promovido. Aguardar pacientemente o tempo de Deus para o
cumprimento da promessa feita há muitos anos antes na casa de seu pai através do profeta
Samuel era o seu desafio e missão. Daniel teve que enfrentar leões famintos em uma cova e
seus amigos uma fornalha de fogo. Moisés teve que suportar 40 anos de preparação
inconsciente na casa de seu sogro, para depois viver uma travessia pelo deserto
extremamente difícil por mais 40. Só no final da vida desfrutou da visão da terra prometida,
alcançou a promessa. Não há quem chegue ao clímax, ao cumprimento total da promessa
divina sem que antes passe por provas que produzam o refinamento do caráter, que testem a
estabilidade da sua fé.
O capítulo 50 de Gênesis é muito especial. Os irmãos de José já haviam sido submetidos a um
grande estresse quando em busca de alimento estiveram face a face com o governador do
Egito pela primeira vez (Gn 42, 43). Eles jamais se deram conta de que José havia sobrevivido,
muito menos que o sonho de Deus houvesse se cumprido. Sem saber que se tratava de José
eles foram provados e ali também foram perdoados. Mas agora Jacó havia morrido, e os
irmãos pensaram: José não nos mandou matar porque não queria dar este desgosto ao nosso
pai, mas agora que ele já é morto, certamente se vingará:
(Gênesis 50.15) – “Vendo então os irmãos de José que seu pai já estava morto, disseram:
Porventura nos odiará José e certamente nos retribuirá todo o mal que lhe fizemos”
A falta de comunhão com Deus produzia ondas de insegurança no coração dos irmãos de José.
Era o pecado cobrando seu preço na consciência de cada um deles. Chegaram até a contarem
uma mentira sobre o pai:
(Gênesis 50.16-17) – “Portanto mandaram dizer a José: Teu pai ordenou, antes da sua morte,
dizendo: Assim direis a José: Perdoa, rogo-te, a transgressão de teus irmãos, e o seu pecado,
porque te fizeram mal; agora, pois, rogamos-te que perdoes a transgressão dos servos do Deus
de teu pai. E José chorou quando eles lhe falavam”.
Agora o sonho estava para se cumprir em todos os seus ângulos. Os irmãos de José se
prostraram diante dele, como havia visto na visão:
(Gênesis 50.18-19) – “Depois vieram também seus irmãos, e prostraram-se diante dele, e
disseram: Eis-nos aqui por teus servos. E José lhes disse: Não temais; porventura estou eu em
lugar de Deus?”
José havia rompido todas as correntes da amargura, da depressão e dos traumas emocionais
pela força do perdão, pelo poder que havia na palavra que Deus liberara sobre ele. A leitura
que ele faz de tudo que aconteceu é simplesmente espetacular:
(Gênesis 50.20-21) – “Vós bem intentastes mal contra mim; porém Deus o intentou para bem,
para fazer como se vê neste dia, para conservar muita gente com vida. Agora, pois, não temais;
eu vos sustentarei a vós e a vossos filhos. Assim os consolou, e falou segundo o coração deles”.
O fato e o evento eram os mesmos tanto para José como para seus irmãos, mas a leitura que
faziam era muito diferente. Seus irmãos estavam apavorados temendo a morte por vingança,
mas para José todo aquele sofrimento produzido pelos irmãos fazia parte de um plano já
anunciado por Deus a José. Foi pelo poder desta palavra que ele foi curado. Entendeu que a
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prova foi o transporte que o levou ao Egito, e que o qualificou para suportar as pressões que o
desafio de governar o Egito impôs a José.
Conclusão
Que Deus hoje visite seu coração, lembrando que tudo o que já tenhamos passado ou que
venhamos a passar não é tão forte quanto o que José passou, e se ele conseguiu vencer com a
ajuda e o poder da palavra anunciada que veio sobre ele e que ardia no seu coração, nós
venceremos também.
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