ANÁLISE VISUAL DA MARCHA DE UM PACIENTE COM ATAXIA ALCOÓLICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Autores: Ailma Elza Correia SILVA; Aline Marília Diniz MARQUES; Ayanne Benício de Barros SOUZA; Daniela Rodrigues de OLIVEIRA; Paula Drielly de Melo RIBEIRO. Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES). INTRODUÇÃO: Ataxia alcoólica é caracterizada por uma degeneração e atrofia das células de Purkinge no córtex cerebelar decorrente da ingestão crônica de álcool. As conexões aferentes e eferentes do córtex encontram-se comprometidas devido uma desordem nas funções cerebelares e anormalidades dos movimentos voluntários, alteração do equilíbrio e da coordenação motora (dismetria e disdiadococinesia), bem como modificações no padrão da marcha considerado normal, como ocorre na marcha atáxica. A marcha é o ato de se locomover e envolve uma série de mecanismos e reflexos corporais, também sendo um componente importante para realização das Atividades da Vida Diária (AVD’S). Um dos métodos para sua análise é o qualitativo. Este é feito subjetivamente com bases diretas, observação visual e algumas anotações. A utilização de câmeras de vídeo na analise é de grande importância por favorecer a observação da marcha repetidamente, sem causar fadiga ao paciente. OBJETIVO: Avaliar a marcha de um paciente com ataxia alcoólica através da sua análise visual, antes e após o tratamento fisioterapêutico. METODOLOGIA: A pesquisa foi realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES). Refere-se a um relato de experiência de um paciente do sexo masculino, 58 anos, portador de dismetria, disdiadococinesia e marcha atáxica e ebriosa decorrente da ataxia alcoólica. O primeiro passo da pesquisa foi a avaliação da marcha do paciente através da sua análise visual lançando mão de vídeo com câmera Kodak Easy Share C813 (8.2 megapixels). Foi solicitado que o paciente caminhasse à uma distância de 8 metros em linha reta. A filmagem foi feita de frente, de costas e na lateral. Numa segunda etapa, após a análise da marcha, foram realizadas 10 sessões fisioterapêuticas e tiveram como principais objetivos e respectivas condutas: melhorar a coordenação e equilíbrio estático e dinâmico por meio de exercícios na postura sentada em superfície instável associado a atividades com encaixe de objetos e concomitante dissociação de cinturas escapular e pélvica, treino de sentado para em pé e semiajoelhado para em pé; promover um padrão postural na marcha mais adequado enfatizando-a em linha reta, com obstáculos e ponto-chave em quadril auxiliando na dissociação de cintura pélvica. Por fim, foi realizada uma reavaliação da marcha seguindo os mesmos parâmetros iniciais. RESULTADOS: Na filmagem do dia da avaliação, foi observado que o paciente não apresentava o balanço dos braços, dissociação do tronco, da pelve e o apoio do calcâneo durante a fase inicial da marcha. Adicionado a isso, ele deambulou de forma ebriosa e não manteve o equilíbrio. Na reavaliação, o mesmo apresentou uma evolução no seu quadro funcional ao conseguir caminhar em linha reta com passos maiores, fazendo algumas vezes a batida de calcanhar e não oscilando durante o percurso. CONCLUSÃO: A análise visual da marcha é um método simples e de fácil aplicação que auxiliou na identificação das principais alterações posturais do tronco e do padrão de deambulação do paciente do estudo, direcionando assim o enfoque terapêutico. Todavia, é necessária uma amostra maior a fim de transferir os resultados aos portadores de ataxia alcoólica com quadro clínico de dismetria e marcha atáxica. PALAVRAS-CHAVE: Ataxia, marcha, análise, fisioterapia. (081)9927-0198. [email protected]