Rui Manuel Amaro Alves ([email protected]) Escola Superior de Tecnologia de Castelo Branco “....quanto mais espaço reservamos ao automóvel mais o utilizamos e cada vez mais temos necessidade de mais espaço (...). Rápida ou lentamente, à medida que a cidade é cada vez mais acessível ao automóvel é acompanhada, inoxeravelmente, por transportes colectivos menos cómodos e menos eficazes, funções espalhadas por um espaço maior e, logo, por uma necessidade acrescida da utilização do automóvel particular”. (estudo sobre 10 cidades europeias, 9 americanas, 7 asiáticas e 1 africana) “Com poucas excepções, em todas as cidades os moradores sofrem com congestionamentos, tentativas frustradas de estacionamento, esgotamento do sistema público de transporte, número elevado de acidentes, péssimas condições de segurança para o peão e degradação ambiental”. (estudo sobre três ruas de uma zona urbana de uma cidade americana semelhantes do ponto de vista socioeconómico) TRÁFEGO FAMÍLIAS APARTAMENTOS OCUPAÇÃO VIZINHANÇA ENTREVISTAS CALMO 2 000 veíc./dia Famílias c/ crianças 50% propriedade dos ocupantes +/- 16 anos 3,0 amigos 6,3 conhecidos MODERADO 8 000 veíc./dia Mista Predominância do arrendamento +/- 12 anos 1,3 amigos 4,1 conhecidos PESADO 16 000 veíc./dia Idosos e solteiros Quase só arrendamento +/- 8 anos 0,9 amigos 3,1 conhecidos - Perigo do trânsito - Stress, poluição sonora e qualidade do ar - Vizinhança - Privacidade e percepção do espaço - Imagem da rua MOSHE SAFDIE - The City After the Automobile: an archtect’s vision – 1998 “A influência do trânsito no espaço físico das cidades acontece a partir da presunção comum de que o automóvel é a forma dominante de transporte. Os padrões de desenvolvimento urbano, os usos do solo e os espaçamentos urbanos passam a ser regidos por essa premissa.” Do urbanismo centrado em princípios utilitários ao urbanismo centrado em princípios éticos. Crescimento urbano compacto; Intensificar os usos Cidade policêntrica (dispersão concentrada) Usos Mistos (autonomia funcional) Proximidade, vizinhança Recuperação do bairro como célula base da cidade Recuperação da rua como espaço de interacção social Prioridade ao indivíduo na partilha do espaço público Parcimónia no espaço reservado ao automóvel; Mobilidade centrada no indivíduo e no modo de deslocação Modos hierarquizados segundo a eficiência ambiental Capacidade ambiental e urbanística da infra-estrutura Planos de circulação e regulação do tráfego multimodal Integração e coordenação temporal e espacial com transportes Intervir na mobilidade com o objectivo de produzir impactos noutros sectores A mobilidade como resultado de outras intervenções sectoriais Coerência Garantia do funcionamento adequado da economia e das actividades Humanização da cidade Multimodalidade e Intermodalidade Liberdade de escolha modal Soluções integradas e articuladas no espaço e no tempo Valorização ambiental Responsabilidade partilhada Os TP podem ser instrumento poderoso de requalificação e de regeneração urbana; Adequada integração e articulação; O planeamento deve orientar-se no sentido da garantia da densidade e variedade urbana que garanta qualidade do serviço e a viabilidade económica e social dos TP; Desenvolvimento urbano orientado para os eixos de TP; Densidades elevadas combinadas com os nós dos TP; Definição de áreas/eixos onde sejam privilegiados os TP; Desenho urbano que facilite a integração e confira prioridade dos TP nas correntes de tráfego motorizadas; Garantia dos espaços de interface e de articulação intermodal; Qualidade dos espaços de interface. Dupla responsabilidade (acolher convenientemente a procura existente, e estimular a procura destes modos); A coerência das soluções no quadro da afectação do espaço público a diferentes usos; Oferta de condições de deslocação de elevada qualidade que os tornem atractivos; Sentimento de segurança; Percursos facilmente legíveis, coerentes, directos (os mais curtos) e contínuos (rede); Percursos agradáveis, confortáveis, seguros e fiáveis; Preocupações materiais (infra-estruturas: quantidade, qualidade e localização adequadas) e imateriais (sistema de vistas, integração paisagística, estética, ...); Pavimentos e o mobiliário; Protecção do sol, do vento, da chuva, ...; Articulação com os outros modos (especial atenção às intersecções). Articulação com outras políticas urbanas; Adequadas à estrutura urbana e diferenciadas em função do público alvo; Medidas articuladas com os outros modos: forte articulação com os TP; Diferenciar claramente a paragem do estacionamento (espaço e tempo); Redução do estacionamento em zonas bem servidas pelos transportes públicos; Redução/eliminação do estacionamento ao longo da via pública (compensar); Penalização do estacionamento de longa duração (tarifas progressivas); Estacionamento diferenciado ao longo do dia; Fiscalização e penalização adequada (ocupação de espaços interditos); Planeamento e a gestão urbanística (PP, regulamentos locais); Contribuir para regeneração urbana (atrair pessoas/clientes/empregos); Estacionamento angariador de receitas para o sistema de mobilidade; Aceitabilidade social das políticas de estacionamento. Houston, 1978