OG CARTA A U Utopia Divulgação Meu caro Zé Bertoco Madrugada destas estava difícil dormir. Sei lá a razão. Talvez preocupação com os filhos, sem que eles nunca tenham dado motivo para preocupações. Acendi o abajur, apanhei um livro. Era "Noites Tropicais", do Nelsinho Morta. L i três páginas e me dei conta de que já havia lido o livro inteiro. Resolvi sair. Passava pouco das duas da madrugada. Estava frio e uma névoa encobria as partes baixas das ruas da Vila Oliveira. Fui dirigindo devagar, olhando as árvores que, em cada esquina, delimitam os espaços verdes do meu Bairro. Há várias praças na Vila Oliveira, todas arborizadas. Como, aliás, são todas as praças desta minha Cidade que tanto amo. Nas praças da área central há muito espaço para os mais velhos ocuparem, sem que sejam atropelados pelas crianças que brincam, correm e se divertem nesta C i dade que, já faz tempo, respeita o seu habitante. Fui pela Avenida Capitão Manoel Rudge. É uma rua larga, arborizada e limpa. E me vi passando ao lado da Praça Norival Tavares. Que beleza! Faz anos, um projeto paisagístico proposto por um grupo de arquitetos e urbanistas da Cidade transformou a área em um espaço público que é o orgulho da Cidade e de seus moradores. No entorno da praça há muitas lojas, restaurantes e pequenos bares onde a juventude convive. Quando cheguei à Rua Coronel Souza Franco, lembrei-me uma vez mais que nunca entendi o motivo pejo qual a Rudge e a Souza Franco, se são a mesma rua, trocam de nome.. Déixá para lá! Cheguei aos quarteirões onde estão os velhos prédios da Cadeia Pública e do Ginásio do Estado. Tenho orgulho desta minha Cidade. Os dois prédios históricos foram restaurados e a esplanada que se criou ali abriga hoje o principal centro cultural de Mogi das Cruzes. Há o museu, a biblioteca e salas para reuniões e exposições. Lembrei-me com satisfação do primeiro dia em que trouxe um amigo do Exterior e lhe mostrei o espaço. Ele cumprimentou-me por escolher esta Cidade para viver. Continuei devagar. Na Rua Dr. Corrêa virei à esquerda e parei por alguns momentos no Largo do Carmo. Mais um motivo de orgulho: as velhas igrejas, tombadas há muito tempo, estão restauradas e abrigam o Museu de Arte Sacra, considerado um dos acervos mais representativos do barroco brasileiro. E vi também o Teatro Vasquez. O prédio, construído no início do século passado, foi preservado. Mas, dentro, há uma sala de espetáculos que todo artista brasileiro sempre cita por suas características técnicas. O Largo do Carmo foi reurbanizado faz pouco. O projeto, uma idéia que uniu alunos e professores das duas escolas de Arquitetura e Urbanismo da Cidade, levou em conta que o principal patrimônio histórico (as igrejas e o teatro) teria de ter visão ampla. Assim foi feito. Segui reto e cheguei à Praça Francisco Nogueira. É um espaço urbano que agrada a todos. Há muitas árvores e uma escadaria em estilo colonial conduz à esplanada da Rua Boa Vista. Deixei o carro e subi a escada. De alto, olhei para a Cidade. V i ruas limpas. V i o velho Beco do Sapo restaurado. Voltei ao carro. Sem perceber, estava na Avenida Pinheiro Franco rumando para Braz Cubas. Os pontos de ônibus, uma estrutura de acrílico, com laterais que impedem o vento e sempre iluminadas, estavam quase vazios. Havia pouca gente nesses pontos, como também nos terminais de integração viária. Os terminais são bolsões que seguem uma linha uniforme. Há cores distintas para as linhas que o transporte coletivo cobre. Quem vai para o Sul (na direção de Taiaçupeba) deve tomar a linha Amarela; quem vai para Oeste (na direção de Braz Cubas), a linha Azul. Há tarifa única. Em algum ponto da Avenida Francisco Ferreira Lopes, na direção de Braz Cubas, parei em um semáforo. A o meu lado parou uma viatura. O policial desceu e se aproximou. Eu abaixei o vidro do carro e ele me cumprimentou com um boa noite amistoso. Havia um sorriso em seus lábios. Perguntou-me se precisava de algo. Eu agradeci e perguntei-lhe se tinha notícias do Abrahão, soldado do Corpo de Bombeiros que se acidentara no dia anterior. Ele respondeu-me que o rapaz estava bem, já fora de perigo, atendido no Hospital Luzia de Pinho Melo. Já há alguns anos o hospital foi concluído. E, hoje, um referencial de qualidade na rede pública de saúde. E m poucos minutos cheguei a Braz Cubas. O mais populoso Distrito do Município é uma verdadeira cidade. Há um comércio em franco desenvolvimento, alavancado em grande parte pelas várias indústrias da área de informática que se instalaram ali nos últimos anos. Essas indústrias uniram-se e criaram um Centro de Desenvolvimento Tecnológico que é, hoje, exemplo para toda a América Latina. O centro ocupa o espaço que, no passado, serviu à fábrica da Brasil Viscose e, faz tempo, estava abandonada. A l i há cursos e núcleos de pesquisa considerados os mais avançados. Passei, em seguida, pela Estação Ferroviária de Braz Cubas. Da velha, não existe mais nada. Até que senti saudade da antiga construção, mas nada a comparar com o atual sistema de transporte, feito por comp o s i ç õ e s modernas, limpas e confiáveis, que cobre o percurso São Paulo-Mogrem 25 minutos, a 120 quilômetros por hora. Parado ali, escutei um apito que identificava uma composição chegando. O apito me acordou! U m grande abraço do Chico Arquivo Poccoal Na Fazenda da Volta Fria, a sua preferida, Chico Franco (gravata borboleta, braços cruzados) posa para o fotógrafo ao lado de amigos e colonos. À sua esquerda, sentado, gravata preta, colarinho alto e chapéu, Joaquim de Mello Freire, o capitão Quinzinho. Os dois - Chico Franco e Quinzinho - eram amigos inseparáveis. Quinzinho é avô dos empresários Henrique e Marcos Borenstein 0 MELHOR DE M06 0 PI OR DE MOG ÍOGIDEAAZ A burra do Coronel Chiquinho Francisco de Souza Franco, o ho-, mem que dá seu nome à Rua Coronel Souza Franco, foi personagem importante da história da Cidade no final do século 19 e início do 20. Co-' merciante, proprietário e político, era - no começo do século - o maior contribuinte de impostos da Cidade. Seu comércio ele o tinha no último quar-" teirão da Rua José Bonifácio. Bem em frente à sua residência, que existe até hoje, abrigando agora uma agência de turismo e câmbio. A construção é do século 19, reformada nas primeiras décadas do 20. Foi ali que Coronel Chiquinho, como todos o conheciam, criou as três filhas (Leonor, Josefina e Benedicta) e o único varão (Zeca Franco). Foi dali que as filhas saíram para casar: Leonor com Deodato Wertheimer; Josefina com Adelino Borges Vieira e Benedicta com Leôncio Arouche de Toledo. Conforme as filhas iam casando, Coronel Chiquinho ia cedendo parte do quintal de sua casa para que os genros construíssem suas próprias residências. Só resta, hoje, a dele próprio. O comércio era um armazém de secos e molhados. Bem sortido. Nos finais de semana, Coronel Chiquinho corria percorrer suas propriedades nas redondezas de Mogi. Tinha especial predileção pela Fazenda da Volta Fria, terras cortadas pela atual estrada do mesmo nome, entre Mogi das Cruzes e Jundiapeba. Mas não descuidava também da Fazenda do Friju, em Suzano. A Fazenda da Capelinha, que englobava grande parte das matas da Serra do Itapeti e hoje abriga um loteamento do mesmo nome, era então apenas terra. No final do século 19, interessado em investir na Capital, Coronel Chiquinho foi procurado por procuradores de um certo Eugênio de Lima, que lhe apresentaram os planos de um novo loteamento, de alto' padrão. Coronel Chiquinho estudou os planos e optou por investir nas proximidades da Estação da Estrada de Ferro Central do Brasil, recém inaugurada. "Esse é o futuro", disse ele aos corretores. Comprou um quarteirão no Brás pelo dinheiro que poderia usar para comprar o dobro na Avenida Paulista, o novo loteamento de Eugênio de Lima. Consta que nunca se perdoou. E m seu armazém da Rua José Bonifácio, Coronel Chiquinho atendia, ele próprio, à clientela que incluía sitiantes nos finais de semana, e moradores da zona urbana nos dias úteis. Muitos dos clientes davam ao coronel as suas economias. Pediam-lhe que as guardasse em sua burra, grande e confiável. O coronel os atendia. E eles atendiam ao coronel quando chegava o tempo das eleições. Votavam no homem que nunca lhes negava atenção e que, intendente de Mogi das Cruzes, ia tentando colocar luz elétrica e bonde nas ruas da cidade. Colocou luz. O bonde ficou nos planos, interrompidos pela gripe espanhola de 1918 que matou quase 22 milhões de pessoas (21.642.247) em todo o mundo. Incluindo o Coronel Chiquinho. A Praça Álvaro Carneiro, junto ao conjunto conhecido As filas na Caixa Econômica Federal, na Avenida Pinheiro como Pombal, no Bairro da Estância dos Reis. Acaba de Franco. Se é assim que o governo do PT trata os ser construída pela Prefeitura da Cidade para alegria dos trabalhadores brasileiros, então não nos restam mais seus vizinhos. Se você não passou por ali, na Avenida esperanças. E não adianta falar a língua do "P" e chamar Frederico Straube, vale a pena ver. E descobrir que esta político, promotor, pastor, prefeito, parlamentar, padre. Ou Cidade ainda tem jeito. qualquer outro "p" que lhe venha à cabeça. E-mail: C o n t a r com s e g u r a n ç a e c o n f o r t o é o m í n i m o que você precisa quando compra um c a r r o . Sorte s u a q u e n ó s c o n t a m o s c o m os mais a v a n ç a d o s l a b o r a t ó r i o s e pistas de d e s e n v o l v i m e n t o e testes wAiw.chevrolet.com.br • ' Este veículo atende a legislação ambientai. - CACC: 0800/02 4200 J [email protected]