Ano 5 - Número 78 - DEZEMBRO 2008
O futuro em construção
Londrina encerra 2008 com saldo expressivo num quesito do qual há décadas o município
se ressente, a integração. Três grandes iniciativas nascidas na Cidade e na região mostram
os primeiros resultados de uma visão mais ampla do desenvolvimento. O Fórum Desenvolve Londrina,
a Terra Roxa Investimentos e o Integra apresentam balanços que combinam conquistas
importantes com excelentes perspectivas.
Páginas 14 a 20
Foto: Josoé de Carvalho
O Natal que está nascendo
O Natal de Londrina ganhou um ingrediente especial
este ano. Entidades, instituições públicas e privadas e
empresas se uniram em torno da campanha Natal no
Céu, criada para devolver à Cidade o espírito natalino.
Para os participantes, o Natal no Céu apenas o seu
nascimento em 2008. Mobilização terá ainda mais força
em 2009.
Páginas 5 e 6
Foto: Josoé de Carvalho
Para a ACIL,
Falta apoio
Londrina nasceu
da população
superando
para guerra
grandes crises
contra dengue
Página 2
Página 12
Sem pressa, nem estresse
Reza a lógica do comércio que a empresa deve ir aonde o
consumidor está – seja fisicamente, seja virtualmente. Quanto mais consumidores, maiores os resultados. Para um grupo
de empresários, esse preceito não tem tanto valor. Marcus
Cupini tem um bar na Warta e, a exemplo de outros empresários nos distritos de Londrina, não pretende mudar de endereço. Nem se preocupa com aprimoramento. “Aqui, só preciso
de experiência”, resume.
Páginas 9 a 11
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
2
editorial
CRISE?
Elas fazem parte da
história de Londrina
A sucessão de notícias negativas que toma conta do
cenário mundial nos últimos meses aponta para um fato
inegável, há uma crise instalada e em desenvolvimento no
planeta, iniciada nos mercados financeiros do Primeiro
Mundo. Sempre que ocorre um fato relevante como este, há
os desdobramentos, que podem ser baseados no concreto ou
no emocional.
Em momentos como o que estamos vivendo a economia se
aproxima muito da psicologia. Um estímulo negativo pode
gerar uma reação negativa proporcional ou muito maior, mais
ampla, mais grave.
Pois é essa, na nossa avaliação, a leitura que nós,
londrinenses, devemos fazer com relação à crise mundial.
Não se pode dar a ela nem uma dimensão menor, nem
contornos maiores do que ela realmente tem. É certo que é
muito difícil dizer qual o tamanho desse abalo mundial, mas
é certo que não podemos superdimensioná-lo.
Nossa história é o melhor espelho para o que ocorre
atualmente. Conforme mostra a reportagem especial desta
edição do Jornal da ACIL da série “Londrina 80”, escrita pelo
jornalista Widson Schwartz, a primeira picada foi aberta em
Londrina pelos desbravadores da Companhia de Terras Norte
do Paraná em 1929. Para quem não se lembra, 1929 foi o ano
do Crash da Bolsa de Nova York, que mergulhou o País e o
mundo na chamada Grande Depressão.
Não bastasse isso, em outubro do ano seguinte o Brasil
assistia à Revolução de 1930, que depôs Washington Luiz e
colocou Getúlio Vargas no poder. Mesmo assim, a ocupação
das terras do Norte do Paraná a partir de Londrina seguiria
seu rumo. O município foi fundado oficialmente em 1934,
apenas um ano depois de a Grande Depressão atingir seu
ponto mais profundo.
A economia mundial tem hoje características diferentes,
mas ninguém deve se esquecer que, sete décadas atrás, o
que a região produzia eram essencialmente commodities. O
café, que se consolidou rapidamente como matriz produtiva,
era enviado aos quatro cantos do mundo.
O que nos vale nesse comparativo histórico-conjuntural,
é a lição de que não podemos dar à situação atual dimensões
grandes demais. Para as empresas, profissionais, trabalhadores, pesquisadores e as instituições, essa deve ser uma
fase de desafio e, mais do que tudo, muito trabalho.
Costuma-se dizer que, em chinês, crise se escreve exatamente da mesma forma que oportunidade. Em meio a duas
enormes crises, Londrina nasceu e se consolidou como um
próspero centro econômico. Se a postura dos empreendedores, naquela época, fosse se retrair e esperar a situação se
resolver, a Cidade poderia ser hoje um lugarejo perdido no
mapa de uma região pouco desenvolvida.
Londrina é a terceira cidade do Sul do País.
Essas passagens da história do município nos servem
como exemplo de postura diante de adversidade. Acreditar no
trabalho e na capacidade de cada um é uma fórmula considerada mágica no mundo dos negócios, independente de o
cenário ser de prosperidade festiva e frágil – como a que se
viu nos mercados de ações dos países ricos – ou de dificuldades.
É gratificante poder observar que o Brasil tem uma
condição privilegiada. Nossa economia é, essencialmente,
real porque está baseada em produção e não em especulação
financeira. Rompemos também a barreira do endividamento
internacional. Isso, que seria impensável uma década atrás,
é uma vantagem concreta e serve de fundamento para a
economia de Londrina. Nossa economia é igualmente real.
Não queremos negar as dificuldades potenciais que podem surgir, mas entendemos que elas devem servir como
indicativo do que teremos que mudar e sobre o que precisaremos trabalhar com mais energia.
Teremos muito trabalho.
Teremos sucesso.
Marcelo Cassa
FUNDADA EM 5 DE JUNHO DE 1937
RUA MINAS GERAIS, 297, 1º ANDAR,
ED. PALÁCIO DO COMÉRCIO.
LONDRINA – PR CEP 86010-905
TELEFONE (43) 3374-3000
F AX (43) 3374-3060
E-MAIL [email protected].
Marcelo Massayuki Cassa
Presidente
Luiz Claudio Barone
Segundo Diretor-Industrial
Nivaldo Benvenho
Vice-Presidente
Marcelo Bisatto Cardoso
Diretor de Serviços
Flavio Montenegro Balan
Diretor-Secretário
Jaime Celeste Ponce
Segundo Diretor de Serviços
Herson Rodrigues Figueiredo Junior
Segundo Diretor-Secretário
Fernando Lopes Kireeff
Diretor de Relações Metropolitanas
Rogério Pena Chineze
Diretor-Tesoureiro
Bruno Veronesi
Segundo Diretor de Relações Metropolitanas
Silvana Martins Cavicchioli
Segunda Diretora-Tesoureira
Luiz Carlos I. Adati
Diretor de Relações com Shopping Centers
Marcelo Paganucci Ontivero
Diretor-Comercial
Adriano Shoiti Okuno
Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers
Eduardo Yoshimura Agita
Segundo Diretor-Comercial
Juliana de Souza
Diretora de Relações Comerciais com Bairros
Ary Sudan
Diretor Industrial
Enio Luiz Sehn Júnior
Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros
Rosângela Khater
Presidente do Conselho da Mulher
Empresária
Conselho Deliberativo
Edivaldo Gomes de Souza
Nestor Dias Correia
Leonardo Makoto Yoshii
José Augusto Rapcham
David Dequech Neto
Rubens Benedito Augusto
George Hiraiwa
Conselho Fiscal
Titulares
Francisco Ontivero
Luis Bernardo da Veiga
Sérgio Yoshimi Obara
Suplentes
Brasílio Armando Fonseca
Carlos Henrique Dias
Tadamassa Ajimura
O “Jornal da ACIL é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de
Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da ACIL”,
incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à
sede da Associação ou pelo e-mail [email protected].
Coordenação e edição
Roberto Francisco
Fotografia
Josoé de Carvalho
e Divulgação
Revisão
Maria Christina Boni
Colaboradores
Anne Festucci
Betânea Rodrigues
Érika Pelegrino
Glória Galembeck
Katia Baggio
Luiz Bartelli
Widson Schwartz
Diagramação e
tratamento de imagens
Estela Meneghetti
Impressão
Folha de Londrina
Tiragem
11.000 exemplares
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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GOVERNANÇA
Um passo à frente,
dois para os
lados
Indefinição sobre quem vai governar Londrina a partir de 1º de janeiro se arrasta.
Por enquanto, só se sabe que o presidente da Câmara assumirá interinamente
e que uma nova eleição seria em dois turnos
Glória Galembeck
Especial para a ACIL
Um passo foi dado no que se refere
à solução do imbróglio formado em torno da eleição para prefeito de Londrina,
mas o futuro do município permanece
incerto. O Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) decidiu, 41 dias após o segundo
turno que deu a vitória a Antonio Belinati
(PP), que vai haver uma nova disputa
entre Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT). Quando será o pleito
e se os recursos da defesa de Belinati
serão acatados ainda é um mistério. O
cenário mais provável é que, a partir do
dia 1º de janeiro de 2009, Londrina seja
governada pelo presidente da Câmara
de Vereadores, cujo nome também está
apenas no campo das probabilidades.
Em 2007 Belinati foi considerado
inelegível por ter contas reprovadas no
Tribunal de Contas do Estado (TCEPR), referentes a um convênio do ano
de 1999, firmado entre o Município e o
Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Em maio deste ano, o mesmo TCE concedeu um efeito suspensivo
àquele acórdão, o que liberou a candidatura do pepista.
A decisão que apontou para o “terceiro
turno” em Londrina, com a participação do
segundo e terceiro colocados no primeiro
turno - realizado em 5 de outubro – foi a
resposta do TSE a uma consulta feita pelo
Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí.
A consulta número 1.657 foi feita ao TSE
em 10 de outubro e, em três tópicos, pede
orientação quanto a uma situação semelhante à de Londrina, na qual o prefeito
eleito foi impugnado. As três possibilidades questionadas ao TSE eram declarar o
perdedor do segundo turno eleito, realizar
um novo segundo turno – opção que
venceu - ou recomeçar o pleito do início.
Para ser proclamado, o resultado da
consulta depende ainda do voto do ministro Joaquim Barbosa, que pediu vistas sobre a consulta. Depois da conclusão, o resultado da consulta será aplicado pela juíza Denise Hammerschmidt,
titular da 41ª Zona Eleitoral de Londrina. Mas para que novas eleições sejam
convocadas é necessário que o TSE
julgue os embargos de declaração, que
são os recursos impetrados pela defesa de Belinati. Em sessão realizada em
9 de dezembro o ministro Carlos Ayres
Britto, presidente do TSE, votou contrariamente ao embargo, o que mantém
a cassação de Belinati. Porém, o julgamento foi suspenso porque o ministro
Eros Grau pediu vistas do processo.
A defesa de Belinati estuda, caso o
embargo de declaração não seja acatado, apelar ao Supremo Tribunal Federal
(STF) com um recurso extraordinário,
para discutir o mérito da cassação, e
com uma medida cautelar, na tentativa
de suspender a cassação e garantir a
diplomação de Belinati.
A diplomação dos prefeitos e vereadores eleitos pelo TSE está marcada para 18
de dezembro. Serão diplomados 19 vereadores e nenhum prefeito para Londrina, já
que Belinati está com o registro de candidatura cassado. No dia 19 o TSE entra em
recesso e novas sessões, só em 2009.
Pressão - Em busca de mais celeridade para o julgamento dos processos
referentes ao imbróglio londrinense no
TSE, a sociedade civil se mobilizou. A
cobrança foi capitaneada pela subseção
londrinense da Ordem dos Advogados do
Brasil (OAB) e concretizada num documento enviado ao Conselho Federal da
OAB, com o compromisso de que fosse
entregue ao presidente do tribunal. O
documento, elaborado no final de novembro, é assinado por 14 entidades: ACIL,
Sindiprol, Associação Médica de Londrina, Obsocil, Conseg-Leste, Sinduscon,
Sociedade Rural do Paraná, Conselho de
Pastores, Sindicato dos Jornalistas, Pastoral Fé e Política, Agência de Desenvolvimento Terra Roxa e Londrina Convention
& Visitors Bureau, além da OAB Londrina.
O texto menciona a necessidade de
“prioridade e urgência de julgamento
dos processos relativos à eleição do
prefeito desta cidade que, com mais de
500 mil habitantes, é a terceira do sul
do país”. No início de novembro, uma
comitiva de deputados e políticos com
base em Londrina foi a Brasília e, pessoalmente, cobrou de Ayres Britto agilidade na solução do impasse na sucessão do Executivo londrinense.
Plenárias do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal,
em Brasília: jogo político local será decidido no tapetão
Na eleição de Londrina,
são eles que votam
A palavra soa estranha, por sua pronúncia absolutamente italiana.
Mas nenhuma outra é tão adequada para definir a situação política de
Londrina. Imbróglio – que no original italiano perde apenas o acento – é
o que ocorre em Londrina. Confusão, mixórdia, trapalhada. Peça teatral de
enredo muito complicado, define o dicionário Michaelis.
A história da sucessão na Prefeitura de Londrina é tão esquisita que
a escolha do futuro prefeito vai ser decidida no voto – não dos londrinenses,
mas das mais altas castas do Judiciário. Quem definirá as eleições de
Londrina, ao que tudo indica, serão os ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF). É certo que eles não deverão apontar quem vai governar
o município. Mas vão definir se o eleito vai assumir ou se o segundo e
o terceiro melhores colocados vão fazer uma nova disputa.
É o tapetão da eleição. Essa confusão se instalou porque o cronograma
de apreciação das ações e recursos dos candidatos não fui cumprido e o
primeiro e o segundo turnos das eleições foram realizados com o registro
da candidatura de Antonio Belinati ainda indefinida. Belinati teve o
registro cassado, mas conseguiu a suspensão da decisão em caráter
provisório. Terminado o segundo turno, caiu a suspensão, a cassação
voltou a vigorar e o imbróglio se instalou.
Assim, Londrina vai começar o ano em meio a uma trapalhada políticajurídica-administrativa, no mínimo, indesejável. E no máximo, deplorável.
(Roberto Francisco)
Sem resposta - O TSE nem sequer
deu resposta do documento elaborado
pela OAB e pelas entidades. A informação
é do presidente da subseção Londrina,
Wilson Sokolowski. “A situação é a pior
possível; uma cidade de 500 mil habitantes
está com as eleições paradas.
O prefeito deveria estar com equipes de trabalho montadas, constituídas por pessoas incumbidas se inteirando dos problemas junto à administração”, critica Sokolowski.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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AJUDA
População, entidades e empresas
de Londrina se mobilizam para
levar ajuda às vítimas das
enchentes em Santa Catarina.
Uma prova de que o londrinense
sentiu a dor daqueles que
perderam tudo na tragédia
Anne Festucci
Especial para a ACIL
Em meio às cenas de perda, dor e
morte provocadas pelas enchentes em
várias cidades de Santa Catarina, a
solidariedade que oferece o alento providencial. O País se empenha em ajudar as milhares de famílias desabrigadas
e na reconstrução das comunidades
atingidas pelas chuvas entre o final de
novembro e o início de dezembro. O
Paraná faz parte dessa corrente de
união e é o Estado que mais enviou
doações para Santa Catarina.
Em Londrina, a mobilização foi grande. A solidariedade com os catarinenses
contagiou a sociedade e, em diferentes
pontos da Cidade, havia sinais de participação, principalmente cartazes dizendo “Doações aqui”.
O Departamento de Operações da
Comissão Municipal de Defesa Civil de
Londrina iniciou uma operação no dia
24 de novembro, para arrecadar doações que são enviadas aos desabrigados
Santa Catarina. O diretor, Cassio Volpi,
afirma que foram recebidas milhares
de doações e os produtos de diversos
gêneros não paravam de chegar.
“No dia 2 de dezembro foi enviada a
oitava carreta com donativos para as
regiões atingidas. Não dá pra contabilizar por tonelada e sim por metros
cúbicos. Cada carreta comporta cerca
de 40 metros cúbicos. Então, já foram
HUMANITÁRIA
Cidade
solidária
Voluntários fazem seleção de roupas e
objetos doados: participação espontânea
surpreendeu Defesa Civil
mais de 360 metros”, afirma Volpi. Segundo Volpi, no início foram recebidas
muitas roupas.
“Estamos surpresos e principalmente felizes com tamanha ajuda que tem
chegado ao quartel. A Viação Garcia e a
Transvale se ofereceram para ajudar a
fazer o transporte das doações. Várias
associações estão ajudando nesse problema do transporte como, por exemplo,
a própria ACIL e o Hospital Evangélico.”
De acordo com o Volpi, os motoristas são muito prestativos, não são
apenas meramente motoristas, acabam ajudando no carregamento e descarregamento dessas doações. Para
cada veículo emprestado para fazer
transporte dos produtos, um funcionário da Cohab auxilia. “Outro exemplo
muito feliz foi da rede de lojas Móveis
Brasília, que nos disponibilizou um
caminhão no sábado para até as 13h. O
motorista acabou ficando até as 20h,
sem reclamar, sem esmorecer. É muito
bonito ver isso.”
“Ficamos muito contentes com as
doações de um grupo de médicos. Eles
doaram vários remédios para diferentes
problemas e doenças, e a TAM enviou
para as cidades atingidas para o recebimento ser mais rápido”, afirma Volpi.
O grande número de voluntários
que se apresentou nos quartéis do
Corpo de Bombeiros para trabalhar foi
uma surpresa muito positiva. “Todos
os dias recebemos pessoas interessa-
das em ajudar no descarregamento e
carregamento dos materiais, na triagem e separação dos produtos. Inclusive crianças e idosos vieram ajudar.”
Volpi expõe que várias construtoras
como Plaenge, A Yoshii e Artenge disponibilizaram funcionários para nos auxiliar. “Vários desses funcionários passaram dias nos ajudando a carregar as
carretas com os mantimentos e roupas.”
Em várias regiões da Cidade foram
realizadas ações destinadas a socorrer
os catarinenses. E são muitas as entidades e empresas envolvidas. Desde
condomínios, entidades como a Associação Médica de Londrina (AML) e o
Clube de Engenharia e Arquitetura de
Londrina (CEAL), até vários supermercados, lojas, escolas particulares e
estaduais se transformaram em pontos de arrecadação, como é o caso do
Colégio Estadual Hugo Simas.
De acordo com o diretor da rede de
lojas Móveis Brasília, Marcelo Ontivero,
assim que soube do problema, houve
comoção imediata. “Como temos lojas
em Balneário Camboriú, Blumenau e
Itajaí, nos sentimos na obrigação de
fazer alguma coisa para ajudar não só
nossos colaboradores de lá, como também toda a população afetada pelas chuvas e deslizamentos de terra”, explica.
Durante uma semana, foi montado
um posto de coleta para arrecadação de
roupas, calçados, água potável,
mantimento, produtos de limpeza e
funcionários e comunidade em geral puderam fazer suas doações. “Foram
arrecadadas seis toneladas. Desse montante,
70% foram de roupas e
calçados; o restante foi
de alimentos, água e produtos de limpeza e de higiene pessoal”, revela
Ontivero.
O gerente de marketing da rede Super Muffato, Alexandre Hilário,
conta que as lojas da rede
também se envolveram.
“São seis unidades do grupo em Londrina, mais uma
loja de Ibiporã e desde
que iniciamos a arrecadação já conseguimos
juntar 30 caminhões que foram encaminhados para o Corpo de Bombeiros.
Nove só de roupas e colchões.”
Hilário afirma perceber assim que
os clientes são muito solidários, pois
por diversas vezes um dia era suficiente para lotar um caminhão. O transporte para o quartel foi feito com os caminhões da empresa.
O Cedro Hotel também entrou no
espírito e fez uma campanha. De acordo com o gerente Reinaldo Costa Junior,
apenas cinco dias depois da primeira
notícia sobre o problema em Santa
Catarina já se iniciou a organização. “Começamos a receber doações conforme a
necessidade dos desabrigados. Como num
primeiro momento eles precisavam de
roupas de vestir, roupas de cama e colchões, foram os itens que mais recebemos. Passamos então a recolher mais
comida, produtos de limpeza.”
Os funcionários do Shopping Catuaí,
também se mobilizaram. Foi feito um
programa para arrecadação interna entre
os funcionários formam disponibilizadas
caixas para a coleta e os bombeiros da
Brigada de Incêndio do shopping levaram
os donativos ao Corpo de Bombeiros.
A Viação Garcia iniciou sua mobilização tão logo saiu a notícia da tragédia. A empresa se reuniu com a Defesa
Civil e disponibilizou um baú de caminhão que possui capacidade para 17
toneladas. À medida que o caminhão
enchia, ia sendo levado para Santa
Catarina. Foram quatro viagens, de 24 a
27 de novembro, três saindo de Londrina
e uma saindo de Umuarama. Outras
duas carretas carregadas já estavam prontas para seguirem para Santa Catarina.
Outro exemplo foi parceria do Colégio Maxi com o Auto Posto Aluvião. O
colégio se tornou posto de recebimento
de doações e, depois de alguns dias, as
roupas, alimentos e colchões. A maioria
das doações foi feita por alunos, pais,
funcionários e colaboradores. A comunidade da região também participou.
Cultura - No último sábado de novembro, Geraldo Azevedo esteve em
Londrina para o um show no Teatro
Ouro Verde. O evento foi promovido
pela construtora Vectra. Quem doou
um quilo de alimento não-perecível
pagou meia-entrada. Foram arrecadados 530 quilos de alimentos.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
5
INTEGRAÇÃO
A semente do Natal
Projeto Natal no Céu une entidades e organizações locais para tornar a Cidade
mais atraente e valorizar o espírito natalino – 2008 foi o ano em que o
Natal de Londrina começou a ganhar novos contornos
Betânia Rodrigues
Especial para a ACIL
O Natal de 2008 em Londrina se
aproxima e deverá deixar três marcas
muito bem definidas, luz, cultura e,
acima de tudo, união. Essa é a concepção da campanha Natal no Céu, resultado da união de várias entidades e
organizações locais em torno do objetivo de tornar Londrina mais atraente
nessa época do ano. Uma idéia que,
segundo os organizadores, está apenas
começando.
A iniciativa partiu da ACIL e
engajaram-se no projeto a ONG Associação Mãos Estendidas (AME), Associação Amigos do Museu Histórico de
Londrina (ASAM), Associação Imin 100,
Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Faculdade Inesul
e Polícia Militar. Cada uma ofereceu
sua parcela de contribuição. A AME, por
exemplo, foi a responsável pela
reativação da tradicional Casa do Papai
Noel, instalada às margens do lago
Igapó I. Utilizado nos últimos anos
como gibiteca e sede da Patrulha Escolar, o imóvel foi decorado e iluminado,
incluindo o jardim. Esta área foi aproveitada para receber corais e o próprio
Papai Noel, que chegou ao local no dia
5 de dezembro. Segundo Aldo Pedalino,
presidente da ONG, cerca de duas mil
pessoas recepcionaram o Bom Velhinho. “É muito bom encontrar famílias
inteiras, sentadas no gramado, admirando as luzes e os enfeites de Natal da
Casa. É algo sublime”, afirma.
Perto dali, um presépio em tamanho
original, iluminado, na frente da faculdade Inesul, chama a atenção de pedestres e motoristas. O grande botijão, do
antigo depósito Fuganti, preservado pela
instituição de ensino, escora um Papai
Noel gigante de madeira. Os empresários da Avenida Santos Dumont não deixaram por menos. Eles instalaram 30
árvores de arame no canteiro central da
via, uma pomba da Paz na rotatória com
a Avenida JK, enfeitaram as fachadas de
suas empresas e contrataram um Papai
Noel ambulante para visitar todos os
estabelecimentos, de quarta a domingo,
todas as noites. Para Marlene Nalin, o
espírito natalino precisa de símbolos e
ações para manter-se vivo. “Fizemos
algo simples, mas de coração. Temos
certeza que alcançaremos bons resultados”, diz a gerente da Sávio Café.
“Da esquerda para direita, a partir do alto: Casa do Papai Noel, Praça Tomi Nakagawa, cantata de Natal na avenida Inglaterra,
ave símbolo da paz na avenida Santos Dumont, dois detalhes da decoração na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, lanchonete
iluminado na Santos Dumont e Cine-Teatro Ouro Verde, decorado”
No Centro da Cidade,
a beleza da praça Tomi
Nagakawa foi incrementada pela comunidade
nipo-brasileira para comemorar o Natal do Centenário. Uma fileira de 21
árvores reluzentes conduz
o visitante à estrutura que
representa o navio Kasato
Maru, iluminada e transformada numa árvore de
Natal de 25 metros de altura. Na opinião de George
Hiraiwa, integrante da Associação Imin 100, nos
momentos de dificuldade
o resgate da auto-estima
é essencial. Segundo ele,
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
6
“Fábrica”produziu mais
de 150 projetos
A realização de oficinas de Natal destinadas a empresários e funcionários foi outra estratégia da ACIL para estimular a adesão à campanha Natal
no Céu. Promoção Eficaz, Vitrinismo, Atendimento e Vendas e Motivação
foram os temas desenvolvidos entre novembro e dezembro. O convite
estendeu-se também aos não-associados que marcaram sua presença.
Conforme levantamento da entidade, as oficinas de Atendimento e Vendas
e Motivação foram as mais procuradas com 205 e 186 participantes respectivamente - nas duas etapas. “A alta rotatividade no comércio é,
certamente, o principal motivo desta preferência. Em nossas pesquisas,
estas duas áreas sempre são citadas como as mais carentes em
profissionalização”, diz Débora Fernandes, do departamento de treinamento e locações da ACIL.
O projeto Fábrica de Natal nasceu para combinar o fornecimento de
ferramentas de desempenho com o estímulo à decoração natalina.
Dezesseis universitários dos cursos de Arquitetura e Urbanismo (UEL) e
Design de Interiores (Unopar) incumbiram-se de idealizar fachadas natalinas para comerciantes, industriais e prestadores de serviço da Cidade.
Após o contato com aproximadamente 4.500 empresários, 303 aceitaram
a oferta e 151 receberam a proposta de decoração. Entre estes figuram a
Pizzaria Donatello e Casa de Calçados Ajita. Ambas concretizaram a idéia
e garantem satisfação com o resultado. “Sempre decoramos o estabelecimento nesta época do ano. Porém fazíamos do nosso jeito. Desta vez, ficou
um pouco mais caro e também mais bonito. Trabalhar num ambiente bonito
é mais prazeroso. Além disso, agrada a clientela que – muitas vezes – sai de
casa apenas com a pretensão de passear e geralmente acaba gastando”,
disse Zaira dos Santos, proprietária da pizzaria. Maria Helena Silva, gerente
de vendas da loja de calçados, situada na esquina das ruas Sergipe e João
Cândido, é da mesma opinião e – pela primeira vez em oito anos – sua equipe
contará com este apoio valioso.
A concessionária Metronorte, da Avenida Brasília, e a Carambola Moda
Infanto-Juvenil, do centro da Cidade, enfeitaram suas lojas por conta
própria e também acreditam na aprovação dos clientes. Para Cláudio
Felismino, gerente de vendas da concessionária, o dinheiro investido em
decoração vale a pena. “Todos trabalham mais motivados e - conseqüentemente – rendem mais”, explicou. Apesar da famigerada crise internacional e seus desdobramentos no Brasil, Daniele Rubio, vendedora da
Carambola, aposta que ninguém vai deixar de presentear neste Natal e a
beleza para os olhos é o melhor estímulo.
Os números da fábrica
Total de empresas contatadas pelo telemarketing:
4.495 empresas
Nº de associados: ....................................................... 1.291
Nº de não-associados: ................................................ 3.204
Total de empresas que aceitaram receber o projeto: ..... 303
Nº de associados: ............................................................ 65
Nº de não-associados: ................................................... 194
Total de projetos confeccionados: .......................... 151
Total de alunos envolvidos: ............................................. 16
UEL: ............................................................................. 11
Unopar: ......................................................................... 5
“Cenas do Natal em áreas comerciais e em instituições de Londrina”
o melhor é deixar de lado a crise e criar
uma realidade mais alegre. Com este
intuito, a praça e o Museu Histórico
também reservaram espaço a uma
diversificada programação cultural. Nas
duas primeiras semanas deste mês, objetos da Folia de Reis e o presépio da
alfaiataria Dutra puderam ser apreciados – gratuitamente – nas dependências
do Museu. “Nossa proposta é apresentar
elementos da história de Londrina que
são relacionados com o espírito de Natal”, explica Ignes Dequech Álvares, presidente da Associação Amigos do Museu.
A iluminação de fachadas de empresas e edifícios surgiu tímida este ano,
a exemplo do que se vem observando ao
longo dos últimos anos. Mas o interesse apresentado pelas empresas locais
pelos projetos de iluminação oferecidos pela Fábrica de Natal, projeto da
ACIL, foi grande (leia mais no texto a
seguir). A questão da iluminação foi um
aspecto já previsto pelo Natal no contexto do Céu, em razão das dificuldades que surgiram desde o auge da
Londrinatal, onze anos atrás.
“Sabíamos que a conquista de adesões ao projeto se dará com o tempo, mas nosso objetivo principal foi
lançar a semente. Trabalhamos para
despertar o espírito natalino, independentemente do poder público e
das preocupações que rondam a
cabeça dos empresários. Em 2009,
anteciparemos o calendário de estratégias. Vamos buscar o apoio da
iniciativa privada e elaborar projetos para captação de recursos do
governo federal. Não adianta chorar
e cruzar os braços. Temos que caminhar para a frente e agregar valor ao
que já fizemos”, avalia o presidente
da ACIL, Marcelo Cassa.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
7
MERCADO
INTERNACIONAL
Exportar está muito
mais rápido
Novo Terminal Alfandegário, inaugurado este mês, torna operações de importação e
exportação mais ágeis. Especialista sugere que empresas comecem logo a utilizar o
chamado “Porto Seco” de Londrina
Luiz Bartelli
Especial para a ACIL
Desde o dia 5 de dezembro Londrina
é a 33ª cidade do País a possuir um
Terminal Internacional de Cargas Alfandegárias (Teca), mais conhecido
como “Porto Seco”, instalado no Aeroporto Governador José Richa – que,
aliás, é o nome oficial do Aeroporto de
Londrina. “O maior ganho da Cidade
com a instalação do Terminal de Cargas
está na abertura de uma via mais rápida para a importação e a exportação
para as empresas locais”, destaca a
diretora da Conexão Assessoria de
Comércio Exterior, Ana Flávia Pigozzo.
A empresa é responsável por coordenar a
operação que envolve o desembaraço na
burocracia e no trâmite de nacionalização e exportação de produtos. “Na prática o empresariado da região será beneficiado com a redução do tempo de espera
na logística do envio e recebimento de
cargas por outros aeroportos. O que antes demorava no porto marítimo uma
média de 15 dias será enviado para cá e
será despachado em até 48 horas.”
Em relação às vantagens financeiras que envolvem o uso do Terminal de
Cargas, Ana Flávia é cautelosa. “Ainda
não é possível afirmar quanto será
gasto no processo porque as atividades
ainda não começaram”, pondera. Ela
explica que embora as taxas viárias
sejam mais altas, o empresário pode
Bernardo: desembaraço feito em
Londrina gera economia de tempo e
dinheiro para empresários
Gaudenzi: estimativa de
movimentação anual é de
US$ 700 milhões
ter lucro uma vez que como o Teca
oferece maior rapidez nos processos de
negociação, as empresas evitam a
estocagem de produtos, o que aumenta
o número de mercadorias em circulação
e evita a estagnação do capital. “Com
essa aceleração do trânsito aduaneiro
o custo de manter uma carga parada por
um longo período também diminui, o
que no mercado atual é um grande
diferencial para a circulação e o rendimento de capital.”
Ana Flávia também ressalta que é
importante que o empresariado local inicie as atividades no Terminal de Cargas o
quanto antes, para que avaliações concretas sobre o funcionamento e a estrutura do Teca possam ser realizadas. “É
recomendável que os empresários realizem logo as transações no local para que
seja realizado um teste prático do terminal. Somente assim poderemos avaliar o
que precisa ser melhorado e quais as
deficiências do Teca londrinense”, ressalta. “É preciso colocar Londrina na rota
das atividades aduaneiras o quanto antes para que possamos sentir tudo o que
de bom um empreendimento como este
vai trazer para a Cidade.”
Maior circulação - Maior agilidade,
redução de despesas na exportação e o
desenvolvimento de Londrina como pólo
comercial da região norte do Paraná,
estas são algumas das características
que a cidade vai desenvolver com a
implementação do Terminal de Cargas,
de acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina
(Codel), Mauro Viecili. ”Vão surgir demandas e o município vai precisar se
adequar a elas”, destaca.
A construção de um viaduto na rua
Bolívia e a duplicação da via serão
necessárias no futuro, segundo Viecili,
para atender ao aumento de tráfego no
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
8
entorno do Teca. “Além disso, o aumento
e o alargamento da pista do aeroporto já
estão nos planos da Infraero. Assim como
a instalação do ILS (sigla em inglês para
Sistema de Aproximação de Precisão, aparelho que auxilia as aeronaves a pousar
em condições climáticas adversas), que o
município está intermediando para que
ainda este ano soluções possam ser apresentadas para este problema”, afirma.
Quanto à vinda de novos empresários
e empreendimentos para o município,
Viecilli prefere não apontar números.
“Ainda não posso dizer quem, mas
empresários de um grande grupo já
estão vindo para Londrina por causa do
novo Terminal de Cargas. Só posso
contar que eles vão se instalar entre a
BR-369 e a ferrovia.”
O presidente da regional Londrina
da Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel), Arnaldo
Falanca, acredita que com a instalação
do Terminal de Cargas não apenas a
comercialização de produtos aumentará, mas também o número de empregos
e da presença de empresários que não
utilizavam Londrina como ponto de realização de negócios. “Com essa abertura do município e região para o mundo, esperamos o crescimento da prestação de serviços dos hotéis, bares,
restaurantes e do comércio em geral”,
aponta Falanca. “Esse projeto é um
primeiro passo para uma caminhada
maior que Londrina vai começar a experimentar e todos ganharão com isso.”
Terminal Alfandegário - Mesmo
que popularmente seja conhecido como
“Porto Seco”, o superintendente de
Logística de cargas da Infraero,
Edinaldo Pinheiro Santos, ressalta que
em Londrina o correto é dizer que a
Cidade possui agora um Terminal Alfandegário, por estar na zona aeroportuária. “Um Porto Seco tem por característica estar instalado fora do aeroporto, o que não é o caso de Londrina”,
explica. “Na Cidade, a comercialização
das exportações e importações também
poderá ocorrer por vias rodoviárias,
devido à localização geográfica do município, que é próximo a centros como
Guarulhos (SP) e Campinas (SP), e por
isso o mais correto é classificar o local
como um Terminal de Cargas e não
Porto Seco”, ressalva.
A definição feita por Santos coincide
com a reivindicação feita, em 1983, pelo
então Departamento de Comércio Exterior da ACIL em contatos com o Ministério das Relações Exteriores. Uma
consulta feita pela entidade, segundo
registra o livro “Poder Emergente no
Sertão”, do jornalista Widson Schwartz,
ouviu empresários da região e do interior do São Paulo para medir a viabilidade
de concentrar no Aeroporto de Londrina
“cargas condizentes com uma alfândega, que favoreceria as exportações”.
Com a operacionalização logística
das cargas em Londrina, as empresas
poderão agora iniciar um processo de
internacionalização das mercadorias,
o que na opinião do gerente regional de
logística da Infraero, Jorge Herdina,
facilita o relacionamento entre os órgãos públicos e o empresariado. “Compete agora ao mercado aproveitar a
oportunidade e saber usá-la. Afinal,
num único ponto estão reunidas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Área interna do terminal, no dia da inauguração: conquista aguardada
há mais de duas décadas
(Anvisa), a Receita Federal e o Ministério da Agricultura”, ressalta Herdina.
“A facilidade está disponibilizada e é o
mercado que vai ditar qual o melhor
meio de comercialização a ser empregado, o rodoviário ou o aéreo.”
Giro de US$ 700 mi - O Terminal de
Cargas de Londrina foi inaugurado durante solenidade no último dia 5 e
contou com a presença do prefeito
Nedson Micheleti, do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, do presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, do
superintendente da Receita Federal no
sul do país, Luiz Bernardi, entre outras
autoridades municipais e estaduais.
De acordo com o presidente da
Infraero, dos 67 aeroportos em todo o
País administrados pela empresa, Londrina passa a ser um dos 17 rentáveis.
“O balanço de entradas e saídas de
mercadorias pelo Teca de Londrina é de
que será movimentado cerca de U$ 700
milhões/ano, tornando o Aeroporto
superavitário”, afirma Sérgio Gaudenzi.
“Esperamos que toda a região possa
usufruir desta obra de forma plena.”
O ministro do Planejamento, Paulo
Bernardo, destacou que mesmo em
tempos de crise a economia brasileira
continua sustentável e obras como a do
Teca londrinense são feitas para somar o
trabalho dos empresários locais. “Com o
desembaraço das importações e exportações de mercadorias aqui em Londrina, os
empresários ganham tempo e dinheiro”,
destacou Paulo Bernardo. Já Nedson
Micheleti apontou a geração de empregos
diretos e indiretos que o Teca já começa
a trazer. “Só com a previsão da abertura,
estimamos a criação de mais de 10 mil
empregos com indústrias que já pensam
em se instalar na região”, afirmou.
A Infraero investiu R$ 1 milhão na
obra, que conta com três câmaras frias
para receber produtos perecíveis e remédios; dois laboratórios, que serão de
responsabilidade da Anvisa e do Ministério da Agricultura; e cinco escritórios
da Receita Federal. O espaço ganhou
ainda duas empilhadeiras e equipamentos para o funcionamento dos escritórios e laboratórios. Ao todo, 12 funcionários da Infraero trabalharão no local,
situado no galpão que antes pertencia à
Vaspex, anexo ao aeroporto. O Teca de
Londrina é o 6º terminal de cargas em
aeroportos da região Sul do País.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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EMPREENDEDORES
Muito longe do Calçadão
Para os donos de empresas instaladas em distritos rurais, o pouco movimento nas
ruas não assusta, porque faz parte do cenário e até entra como vantagem
Glória Galembeck
especial para a ACIL
Distantes dezenas de quilômetros
de Londrina, os empresários de regiões
rurais reúnem muitas características
do espírito empreendedor sem, entretanto, jamais ter freqüentado um curso
de capacitação. Criatividade, persistência e ousadia são marcas de muitos
comerciantes ouvidos pelo Jornal da
ACIL, e quase todos estão em empresas familiares. A preocupação com a
concorrência freqüentemente não existe porque, em vários casos, simplesmente não há concorrente. E não é só
porque estão longe da área urbana que
esses empresários deixam de sentir os
efeitos da crise financeira mundial.
Pelo contrário, o fantasma das demissões assusta esses empreendedores
pela seguinte razão: cada vez mais o
trabalho na cidade, e não no campo, é a
fonte de renda dos moradores dos distritos rurais.
No distrito de Paiquerê (na região
sul do município) a família Moura atende às necessidades dos moradores desde 1974. Hoje, o clã é dono de quatro
bares, um mercado e um depósito de
materiais para construção. Seis irmãos
tocam os negócios. Maria da Graça Moura
- uma das filhas de José Moura, quem
deu início a vocação familiar - é responsável por cuidar do mercado. “No começo era um armazém, mas foi crescendo
e se adaptando. Hoje, vendemos para o
pessoal de Paiquerê e Guairacá”, diz.
O mercado José G. Moura e Irmão
vende gêneros alimentícios, artigos de
higiene pessoal, limpeza e conta com
um açougue. O pagamento pode ser
feito no débito ou a crédito, porque o
mercado está equipado com uma máquina Visa. Cerca de 150 pessoas compõem a parcela mais fiel da clientela, e
têm direito até a comprar fiado. “É mais
do que amizade, não tem como explicar, é muito mais do que se espera de
qualquer pessoa”, tenta definir. Três
vezes na semana, Maria da Graça vem
a Londrina para fazer serviços bancários e comprar mercadorias, e diz que
não gostaria de ser comerciante por
aqui. “Londrina é mais agitado, e eu
prefiro a tranqüilidade. Outra coisa é
que aqui [Paiquerê] o público é menos
exigente”, revela.
Empreender no distrito traz algumas
Noemi de Oliveira
tem um bazar
dentro de um
brechó e imprime
o próprio material
de propaganda:
microempreendedora
Edna de Souza,
incomodada com
o pequeno
movimento:
vendas paradas e
serviço de casa
sem fazer
Rosinete Fogaça: “Reformamos o
mercado trabalhando aqui mesmo,
começou um ano atrás e ainda não
terminou”
limitações. Não há, em Paiquerê, local
autorizado pela Vigilância Sanitária a
abater gado. Por isso, os 200 quilos de
carne vendidos semanalmente são comprados na área urbana de Londrina. “É
mais barato do que levar o gado de
Paiquerê para abater em Londrina e
depois trazer de volta”, calcula.
Embora a vida em Paiquerê seja
tranqüila, o mercado está equipado com
câmeras de segurança. De vez em quando, algum moleque pega um doce e sai
sem pagar, mas o problema maior acontece durante a Festa do Milho, tradicional comemoração que ocorre em março ou abril – depende do ano. “Nessa
festa vem muita gente de fora. Faz dois
anos, fomos assaltados nos dias da
festa; certeza que foi gente de fora”, diz
Maria da Graça.
Ela tem dois concorrentes. Com um
deles, se dá bem e até faz alertas em
relação a fornecedores mal intencionados. Com o outro, o mercado Fogaça, a
relação é mesmo de concorrência. Recentemente o Fogaça, que tem 13 anos
de existência, passou por reforma e
ampliação. A família também é dona de
um depósito de materiais para construção e quem vai às compras no mercado pode tirar pedidos para sua obra lá
mesmo. Rosinete Ferreira Fogaça toca
os negócios junto com o marido. “Reformamos o mercado trabalhando aqui
mesmo, começou um ano atrás e ainda
não terminou. Vamos ter padaria e
mais gôndolas para diversificar os produtos”, afirma. A família passa boa
parte do dia na estrada já que os filhos
do casal estudam em Londrina – pelo
menos quatro viagens são feitas diariamente. Apesar desse inconveniente,
o casal nem sequer pensa em sair de
Paiquerê. “Precisa de mais estrutura
para trabalhar em Londrina, aqui é
mais simples”, diz.
As concorrentes Maria da Graça e
Rosinete afirmam que a capacitação
específica para o comércio não faz falta.
Mas Noemi Aparecida de Oliveira, que
trabalha na mesma rua, bem que
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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gostaria de estudar mais sobre seu
ofício. Em parceria com uma amiga, ela
mantém um bazar dentro de um brechó.
De um lado, roupas e calçados usados
e, de outro, artigos novinhos em folha
comprados no bairro do Brás, em São
Paulo. “Eu era auxiliar de corte numa
confecção, e sempre gostei de assistir
Pequenas Empresas Grandes Negócios
[programa de televisão voltado a micro
e pequenos empresários] e lia muito
sobre empreendedorismo. Um dia resolvi tentar ter meu próprio negócio.
Faz um ano já. No começo foi difícil,
mas precisa ter persistência. Hoje, as
pessoas já me conhecem e sabem o que
eu tenho para vender”, revela.
Quando tem alguma novidade no
bazar, Noemi imprime cartazes no computador e os afixa no posto de saúde e
na fachada da loja. Mas tem dias que
não adianta: não há viv’alma na rua.
Ela diz não saber se é reflexo da crise
internacional ou por alguma outra razão, o movimento tem diminuído nas
últimas semanas. “As pessoas estão
indo mais atrás do que é necessário
mesmo”, arrisca.
A rua vazia também desagrada Edna
de Souza, proprietária da Dani Modas,
Vinho leva Guaravera
a várias partes do
País
Marcos Cupini: “Planilha para mim não
serve. Quero sofisticar cada vez mais,
mas isso a gente faz por instinto”
A expectativa de que os produtores de uva de Guaravera
pudessem produzir para a indústria do vinho levou, 15 anos
atrás, os irmãos Dirceu e Luiz Carlos Gazzi a sair do Rio Grande
do Sul e se instalar no distrito. A parceria com os produtores
nunca aconteceu, mas, com a estrutura montada e de olho no
mercado norte-paranaense, os irmãos permaneceram em
Guaravera e a estrutura foi mantida. O frete de 28 mil litros da
polpa da uva do Rio Grande do Sul até a fábrica na zona rural de
Londrina custa cerca de R$ 3 mil.
O produto é padronizado e envasado na unidade de Guaravera.
Seria mais barato se a uva fosse produzida na região, mas os
empreendedores não pensam em deixar o distrito, como informa a gerente administrativa Régia Reiko Toda Maziero. “Vamos
abrir um escritório administrativo em Londrina para facilitar as
negociações do departamento comercial, mas seria inviável
tirar a fábrica daqui, todos funcionários moram em Guaravera,
e o imóveis são próprios. A marca Guaravera é forte e está no
lugar certo”, afirma. Hoje o vinho Guaravera é vendido nos
estados da região Sul, em São Paulo, Minas Gerais e está com
penetração crescente em no Pará e no Amapá.
Sérgio Martins
herdou a farmácia
Guaravera: “Aqui
já teve outra
farmácia, mas o
distrito não
comporta, não
deu certo”
loja de confecções no distrito da Warta
(na região norte do município). O incômodo é duplo: primeiro, a loja deixa de
vender e, segundo, o serviço em casa
fica parado na ausência da mãe e dona
de casa. A Dani Modas existe há 15
anos e é o único estabelecimento do
gênero na Warta. No começo, toda a
mercadoria cabia em duas sacolas. “Eu
fazia salgados e vendia na rua. Minha
irmã começou a vender roupas e me
chamou. Deu certo e a loja já tem 15
anos”, conta. Edna compra suas roupas
no Brás, em São Paulo, mas resolveu
inovar cerca de um ano atrás. “Eu tinha
umas idéias na cabeça, aí, além das
roupas do Brás, comecei a comprar
tecido. Eu pago para uma facção costurar para mim”, informa. A facção faz
blusinhas e vestidos e, assim, surgiu
uma marca própria, a Loyalty. “Fidelizar
o cliente não é só no preço, é oferecer
o produto do jeito que ele quer. Minhas
clientes são minhas amigas”. Uma dessas amigas é Maria do Carmo Lopes, a
Carmita, que levou até uma cadeira de
sua casa para deixar na loja e passa
boa parte do dia por lá.
A empresária, que nunca fez um
curso voltado para gestão de negócios
ou confecção, tem planos de expandir
sua marca. Junto com uma sócia, alugou uma loja em Londrina, onde foi o
Center Shop, que pegou fogo, e deu
lugar ao Show das Fábricas. “Tenho
muita vontade de crescer, só me falta o
dinheiro”, ressalva.
Vizinho a Dani Modas está o bar do
Galizé, apelido de Marcos Cupini. Ele
tem 42 anos e, quando nasceu, o bar já
existia, propriedade do pai e dos tios.
Toda a bagagem adquirida com os parentes e no dia-a-dia atrás do balcão,
segundo Cupini, não deixam a menor
necessidade de buscar instrução.
“Planilha para mim não serve. Aqui, na
minha realidade, só preciso de experiência. Quero sofisticar cada vez mais,
mas isso a gente faz por instinto.” O
bar tem dois concorrentes e a relação é
Fase final do processo de produção e engarrafamento do vinho que
leva o nome do distrito: polpa de uva vem do Rio Grande do Sul
“Seria inviável tirar a fábrica daqui, todos
funcionários moram em Guaravera, e o
imóveis são próprios. A marca Guaravera
é forte e está no lugar certo”
Régia Maziero, gerente
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
de amizade.
A sorveteria de Clércio Vilalta, no
distrito de Guaravera (região sul do
município), não tem concorrente e nem
colegas para discutir problemas. Com
13 anos de vida, é o único estabelecimento do distrito que vende sorvete de
massa. A quase ausência de movimento num dia de semana não intimida o
comerciante. “Em Londrina tem mais
oportunidades, mais movimento, mas
também tem mais dificuldade e mais
gente fazendo a mesma coisa que você”,
analisa. A sorveteria garante o sustento da família, formada por quatro pessoas. “Temos um padrão comum, minha filha mais velha, de 21 anos, está
se formando em Administração na UEL.
Mas acho que ela não vai querer tocar
o negócio”, diz Clércio, também pai de
um menino de 14 anos.
Ao lado da sorveteria, também sem
concorrente, a farmácia Guaravera impera. No distrito há 26 anos, a farmácia
já atendeu gerações de moradores.
“Aqui já teve outra farmácia, mas o
distrito não comporta, não deu certo”,
informa Sérgio Martins da Silva, filho
do farmacêutico Ozias Tomé da Silva,
fundador da farmácia. Os rótulos atuais nas prateleiras contrastam com o
aspecto da farmácia, bem cuidado, mas
parado no tempo. “Aqui não temos para
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Fábio Silva: imóvel próprio, com loja de roupas da frente, salão
de beleza nos fundos
“Dono da única sorveteria de massa em
Guaravera: “Em Londrina tem mais
oportunidades, mais movimento, mas
também tem mais dificuldade e mais
gente fazendo a mesma coisa que você”
Clércio Vilalta
onde expandir, é só manter. A venda é
feita por receituário e, se não temos
alguma coisa, fazemos pedido”, afirma.
Há menos tempo na praça, mas não
menos procurada, é a loja de roupas e
utilidades para o lar de Fábio Roberto
da Silva e da esposa, a esteticista
Simone Fagundes. Depois de três idas
ao Japão para juntar dinheiro, Fábio,
que é descendente de japoneses, decidiu abrir um negócio próprio. Para reduzir os gastos correntes, comprou o
imóvel no qual trabalha e vive. Nos
fundos, Simone, a única esteticista de
Guaravera, atende suas clientes. A expectativa de ambos é que os moradores
do distrito tenham sempre emprego e
renda. “Tem ônibus para Londrina de
hora em hora. Isso é bom porque, aqui,
não tem muito serviço. Foi-se a época
do café, foi-se a época do algodão. Quem
consegue, trabalha em Londrina”, conta Fábio. Por essa razão, o maior movimento na loja é aos sábados.
A maior parte das vendas é fiado,
“na confiança”, e aceitar cartão de débito e crédito nem passa pelos planos.
O casal gostaria de ampliar os negócios, mas Fábio sente falta de informação a respeito de linhas de crédito e
financiamento. Todos os passos são
dados com base na intuição e no tino
para o comércio.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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DENGUE
Dengue,
a consciência de
cada um
As campanhas se sucedem, o quadro melhora, mas a infestação volta com força.
Assim tem sido a luta contra o mosquito da dengue em Londrina. Nessa guerra,
muitas vezes é o cidadão quem dá abrigo ao inimigo
Katia Baggio
Especial para a ACIL
Segundo o site do Ministério da
Saúde, a dengue é um dos principais
problemas de saúde pública no mundo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS)
estima que entre 50 a 100 milhões de
pessoas sejam infectadas anualmente, em mais de 100 países, de todos os
continentes, exceto a Europa. Cerca de
550 mil doentes necessitam de
hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue.
Uma das principais causas de disseminação da dengue é a dificuldade em
eliminar o mosquito Aedes aegypti, que
transmite doença. Ele se reproduz com
muita facilidade em qualquer recipiente
utilizado para armazenar água, tanto em
áreas sombrias como ensolaradas. Os
mais comuns são caixas d’água, barris,
tambores, vidros, potes, pratos e vasos de
plantas ou flores, tanques, cisternas,
garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de
telhados, bandejas, bacias, drenos de
escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas,
tocos e bambus, buracos de árvores e
todos os locais que podem armazenar
água. Mas não foi sempre assim.
O coordenador de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz
Alfredo Gonçalves, combate a dengue
há 22 anos e diz que nesse período viu
focos do mosquito surgirem em locais
nunca antes registrados. “No início só
encontrávamos focos em pontos considerados estratégicos, como borracharia, ferro-velho, cemitério, depósito de
material de construção e oficina mecânica, mas hoje os agentes registram
todos os dias focos atrás de geladeiras,
máquinas de lavar, ralos de banheiro, vaso
sanitário e outros pontos, principalmente
em residências e praticamente acabaram
os focos nos pontos tradicionais”.
Este é, seguramente, um alerta
sobre a responsabilidade de cada um,
tanto no que faz como no que deixa de
fazer para ajudar a reduzir a população de mosquitos. Em 2007, Londrina
confirmou 828 casos de dengue. Este
ano foram 128 casos confirmados até
o fechamento desta edição do Jornal
da ACIL, entre 3.500 notificações
(quando há suspeita da doença). Foram 113 casos autóctones (doença
contraída na Cidade) e 15 importados
(pessoas vieram de outros locais com
a doença).
Gonçalves diz que foi armada quase
uma operação de guerra para eliminar
focos. “Em 2006, quando a doença começou a se espalhar com mais rapidez,
o município investiu R$ 500 mil em
campanhas publicitárias contra a dengue, através de outdoors, camisetas,
cartazes, palestras, além de divulgação
em rádio, TV e jornais e, mesmo assim,
em 2007 foram registrados 828 casos.
Se não tem comprometimento, mudança de hábito, não adianta gastar
milhões. A dengue é um caso de saúde
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
pública que depende, basicamente, da
população.”
Ele afirma que um pelotão de 650
agentes trabalha permanentemente,
mas cada um consegue retornar ao
mesmo bairro somente a cada dois ou
três meses e muitas vezes a situação
está exatamente como foi encontrada
na última visita do agente. “Eles relatam que fazem a vistoria nas residências, jogam fora a água acumulada que
encontram, explicam como evitar o
acúmulo de água, respondem dúvidas e
a família parece sensibilizada, mas
poucos meses depois, a maioria descuidou de novo”.
O coordenador revela que Londrina
é uma das cidades brasileiras com risco potencial de ter óbito por dengue
hemorrágica porque registra a presença do vetor (mosquito) no período mais
crítico do ano, de novembro a abril.
O Ministério da Saúde considera
praticamente impossível eliminar a
dengue, mas aponta a quebra da cadeia
de transmissão, com a eliminação dos
locais de reprodução do mosquito, o
principal ponto a ser atacado.
Segundo o site do Ministério da
Saúde, a prevenção e as medidas de
combate exigem a participação e a
mobilização de toda a comunidade a
partir da adoção de medidas simples,
visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da
doença. Na eventualidade de uma epidemia de dengue numa comunidade ou
município, há a necessidade de serem
executadas medidas de controle como
o uso de inseticidas aplicados através
de carro-fumacê ou nebulização, para
diminuir o número de mosquitos adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia. Nessa oportunidade, ainda segundo o Ministério da
Saúde, a comunidade deve cooperar
com o processo de nebulização, mantendo as portas e janelas das casas
abertas, de modo a permitir a entrada
do inseticida.
Gonçalves diz que a redução drástica no número de casos confirmados em
Londrina este ano se deve à ação do
poder público, mas também à mobilização da sociedade civil organizada.
“Foi fundamental a participação de organizações não-governamentais, associações de bairro e outros grupos no
processo de conscientização e redução
13
de focos, mas esta iniciativa precisa
ser mantida e seguida por quem ainda
não aderiu.”
Até uma lei permite a cobrança de
multa pela Prefeitura, para cada foco
encontrado. Os valores iam de R$ 50,00 a
R$ 300,00. A partir de julho o valor passou
a ser único, R$ 700,00. Se não é a maneira
mais correta de conscientizar, não deixa
de ter sua eficácia, afinal, quem não se
sensibiliza com as orientações, acaba
agindo pressionado pelo bolso.
A Secretaria Municipal de Saúde
aderiu ao Dia Estadual de Mobilização e
Combate à Dengue, que aconteceu dia
12 de dezembro. A diretora de
Epidemiologia e Informações em Saúde
da secretaria de Saúde do Município,
Sônia Fernandes, informa que entre as
ações de reforço no combate à doença
estão a capacitação de 100% dos médicos e enfermeiros da rede municipal de
saúde e também dos agentes comunitários de saúde e de controle de endemias da secretaria. “Eles também estão reforçando as orientações de
conscientização e os mutirões de limpeza pela Cidade. Estamos lutando para
ter um verão com menos dengue”, afirma Sônia Fernandes.
Transmissão - Uma informação
importante: a dengue não é contagiosa.
Seu principal vetor é o mosquito Aedes
aegypti que, após um período de 10 a 14
dias, contados depois de picar alguém
contaminado, pode transportar o vírus
da dengue durante toda a sua vida. A
fêmea do mosquito deposita seus ovos
em recipientes com água. Ao saírem
dos ovos, as larvas vivem na água por
cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos
adultos. O Aedes aegypti procria muito
rápido e o mosquito adulto vive em
média 45 dias. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descobriram que a fêmea do Aedes voa até a mil
metros de distância de seus ovos, o
que revela sua capacidade de contaminação. Antes, acreditava-se que a distância era de apenas cem metros.
O Jornal da ACIL procurou conversar com vítimas da doença, mas encontrou dificuldades. A diretora de Epidemiologia do Município, Sônia Fernandes,
disse que as pessoas ficam sensibilizadas para o problema quando estão
doentes ou logo que se recuperam,
“mas depois revelam certo constrangimento em falar que tiveram dengue”.
Confira os sintomas e
como age o transmissor
O Mosquito aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem
aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas
pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e no final da tarde,
evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à
sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem
durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não
dói, nem coça.
Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do
terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias. O intervalo entre a
picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação.
Depois desse período os sintomas aparecem:
Dengue Clássica
Febre alta com início súbito - forte dor de cabeça - dor atrás dos olhos,
que piora ao movimentar o globo ocular - perda do paladar e apetite manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente
no tórax e membros superiores - náuseas e vômitos – tonturas - extremo
cansaço - moleza e dor no corpo - muitas dores nos ossos e articulações.
A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa
seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos,
devem ser tomados cuidados especiais.
Dengue hemorrágica
Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue
comum. No entanto, ocorre um período crítico na transição da fase febril
para a fase sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. Sem
febre o paciente fica com uma falsa sensação de melhora, mas em
seguida o quadro clínico piora. É preciso ficar alerta quando acaba a febre
e começam a surgir outros sinais: dores abdominais fortes e contínuas
- vômitos persistentes - pele pálida, fria e úmida - sangramento pelo
nariz, boca e gengivas - manchas vermelhas na pele - sonolência,
agitação e confusão mental - sede excessiva e boca seca - pulso rápido
e fraco - dificuldade respiratória –
perda de consciência.
Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava muito rápido, com
sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à
morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da
Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. Mas,
para que a dengue seja corretamente diagnosticada é preciso procurar
um médico.
Luiz Alfredo Gonçalves alerta para o fato de que uma pessoa pode
pegar dengue mais de uma vez. “Não será do mesmo vírus, porque
existem quatro formas conhecidas do vírus da dengue, mas o risco de
contrair a forma hemorrágica é maior em pacientes que já tiveram a
doença na forma clássica.”
O Ministério da Saúde informa que as pesquisas podem chegar a uma
vacina contra a dengue em cinco anos. A vacina seria mais complexa que
as demais porque a doença tem quatro vírus identificados até o
momento, um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma
combinação de todos os vírus para que se obtenha um imunizante
realmente eficaz contra a doença.
Quem quiser obter mais informações sobre a dengue pode entrar no
site do Ministério da Saúde, www.saude.gov.br. Também há um número de
telefone disponível, é o Disque Saúde, 0800 61 1997.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
14
Cooper
Integra une empresá
Projeto consegue aproximação estratégica entre o setor produtivo e
Érika Pelegrino
Especial para a ACIL
Durante meses a equipe de funcionários trabalhou tentando solucionar o problema, mas a mesa teimava
em bambear. Decidiram então buscar ajuda junto à Universidade Estadual de Londrina (UEL). Um engenheiro de montagem foi até a empresa e depois de algumas orientações a
solução foi encontrada.
“Em dois minutos foi resolvido
um problema com o qual nos debatíamos há pelo menos seis meses”,
afirma o empresário Valter Orsi, proprietário da Indusfrio, especializada
em montagem de cozinha industrial.
Esta situação traduz com exatidão a essência do projeto Integra:
promover ações de cooperação entre
setores empresarial e industrial e
universidades. O projeto nasceu este
ano e já tem como meta “consolidar
o Paraná, em três anos, entre os
estados que apresentam maiores
índices de inovação resultantes da
cooperação entre os agentes de desenvolvimento”, de acordo com a presidente do comitê gestor do Integra,
Rosi Sabino.
O projeto é idealizado e promovido
pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Adetec, Fiep,
Sebrae, UEL e Unopar. “Partimos do
princípio de que o desenvolvimento
se dá quando existem empresas inovadoras”, afirma Rosi Sabino, presidente do comitê gestor do Integra.
Segundo ela, estas empresas só existem em um ambiente de cooperação,
pois prescindem do conhecimento
gerado nos centros de pesquisas,
nas universidades.
“Num primeiro momento trabalhamos para criar uma massa crítica
e sensibilizar as indústrias, empresas, universidades, para adotarem
ações conjuntas”, afirma Sabino.
Mais de 50 empresas e indústrias,
além de universidades, se envolveram neste trabalho através do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação da Adetec e do Café Tecnológico
da ACIL.
O empresário Valter Orsi afirma
que a cooperação entre os setores
empresarial e industrial e os centros
de pesquisa é o desafio do Brasil.
“Alemanha, Estados Unidos e França
já trabalham nesta perspectiva”, afirma. “Através do Integra estamos quebrando um paradigma e colocando o
potencial das universidades em apoio
Presidente da ACIL,
Marcelo Cassa, fala
durante Café
Tecnológico realizado
na ACIL: encontros
mensais mostram
experiências de
sucesso que servem de
espelho para
empresariado local
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
15
peração
ários e universidades
ivo e as instituições de ensino. Resultados já podem ser observados
às empresas. Isto as fortalece, fortalece a região, gera mais empregos e
garante a satisfação dos clientes.”
No entanto, o empresário acredita que esta integração “ainda é tímida”. “Estamos caminhando. Mas o
empresário não vai à universidade e
a universidade ainda não vai ao empresário.” Sabino afirma que o trabalho tem sido neste sentido.
“Queremos que os empresários
aproveitem o conhecimento gerado
nas universidades”, afirma. “É importante valorizar o fato de que muitas empresas surgem da universidade. E das instituições de ensino o
objetivo é fazer com que o aluno volte
para a comunidade e promova mecanismos de cooperação”.
Sabino acredita que os primeiros
passos já foram dados e as perspectivas e desafios para 2009 são criar
instrumentos e realizar ações efetivas para a integração. “Precisamos
identificar o nó da cooperação. Saber
o que cada um dos agentes pode
ganhar com o processo, trazer pessoas que já tenham identificado estas
ferramentas e as utilize há pelo menos 10 anos.”
O empresário Samuel Baba radicado em Genebra, Suíça, há quase 40
anos, aposta nas ações de cooperação em seu retorno ao Brasil, mais
especificamente a Londrina. Ele participou do Café Tecnológico, que
aconteceu no início do mês na ACIL,
já com a perspectiva de buscar esta
integração para o negócio que quer
abrir em Londrina e na região, na área
de biotecnologia e meio ambiente.
Samuel Baba afirma que encontrou em Londrina, através do Integra, “um exemplo magnífico de integração entre indústria e academia”.
Academia - Rosi Sabino, além de
gestora do comitê do projeto Integra,
é docente da Unopar e afirma que
tem envolvido os alunos nos cafés
tecnológicos promovidos pela ACIL
para que já amadureçam a mentalidade da cooperação.
O pró-reitor de extensão da UEL,
Paulo Bassani, também confirma a
importância da participação das universidades no projeto.
“A UEL está trabalhando a
integração entre a sociedade e as
empresas em busca do desenvolvimento sustentável, através da Agência de Inovação Tecnológica (INTEC),
de setores de extensão e de pesquisa”, afirma.
Bassani concorda que o conhecimento
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
16
produzido na universidade ainda não
chega totalmente à comunidade e
este é o seu desafio participando do
Integra e de uma série de outras
ações. “Estamos buscando unir o
saber da universidade com a
engenhosidade popular”, conclui.
Resultados próximos - O Congresso Paranaense de Integração Universidade, Centro da Pesquisa e Empresa (Integra) terá sua segunda edição entre os dias 4 e 6 de março de 2009.
O tema será “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável aliando Conhecimento, Cooperação e Inovação”.
De acordo com a presidente do
comitê gestor do Integra, Rosi Sabino,
serão abordados aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade do conhecimento e a busca de
soluções para vencer novos desafios.
O presidente da ACIL, Marcelo
Cassa, afirma que o Integra se tornou
mais do que um evento pontual. Os
frutos destas ações são o que Cassa
espera ver já no próximo ano. “Esperamos que em 2009 tenhamos resultados destes empresários que se relacionaram com universidades para
que a sociedade possa conhecê-los.”
Na sua avaliação, o Integra muda
a concepção de desenvolvimento de
Londrina que já foi centrado na cultura
do café, hoje no agronegócio, para os
ativos intelectuais aplicados nos produtos da indústria e na prestação de
serviço. “Ao buscar o conhecimento
das universidades, os empresários
Rosi Sabino: “Partimos do princípio de
que o desenvolvimento se dá quando
existem empresas inovadoras”
agregam valor aos nossos produtos e
utiliza a mão-de-obra formada nas
faculdades e que hoje acaba se transferindo para outros centros.”
O lançamento oficial do Integra
2009 aconteceu no Café Tecnológico
promovido pela ACIL no início de
Orsi: “Através do Integra estamos
quebrando um paradigma e colocando
o potencial das universidades em
apoio às empresas”
dezembro. Estes eventos acontecem
mensalmente e reúnem cerca de 40
empresários e representantes de
universidades que discutem os desafios da integração e assistem palestra de um empresário convidado
que já tem know-how na cooperação.
Paulo Bassani: “Estamos buscando unir
o saber da universidade com a
engenhosidade popular”
A convidada deste Café Tecnológico foi Carmen Maria Donaduzzi,
diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Prati, Donaduzzi e Cia.
Ltda. Ela falou sobre sua experiência em Toledo, no Oeste do
Paraná.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
17
INTEGRAÇÃO
2009 será ano
de colheita para a
Terra Roxa
Criada há quatro anos, agência de desenvolvimento lança publicação especial para
“vender” o Norte do Paraná para o mundo e cria centro de estudos sobre os países
que compõem o chamado BRIC
Érika Pelegrino
A consolidação das ações de integração para a busca de novos investimentos e o fortalecimento da divulgação
das potencialidades do Norte do Paraná
para o Brasil e o mundo. Estas são as
duas metas principais da Agência de
Desenvolvimento Terra Roxa Investimentos (TRI) para 2009. “Atingirmos
esses objetivos essenciais será uma
grande conquista”, define o presidente
da TRI, Fernando Kireeff.
Implantada em 2004, a TRI trabalha
com o conceito de desenvolvimento
focado na integração e articulação entre os municípios e a promoção do
desenvolvimento econômico, divulgando para o Brasil e o mundo os atrativos
da região. “Desenvolvemos estratégias, fomentamos e implementamos ações
pró-ativas para atrair investimentos
para a região. Em 2009 vamos começar
a colher os resultados”, afirma Kireeff.
Entre os frutos a serem colhidos o
principal é a aproximação com a Itália.e
a Índia. A TRI, de acordo com seu
presidente, investiu muito no relacionamento com estes dois países.
A primeira comitiva de empresários
italianos chega em abril de 2009. Kireeff
afirma que com este país a expectativa
é de gerar negócios, especialmente no
setor de processamento alimentício.
“A Itália é muito forte neste ramo”,
afirma. Outro know-how que a Itália
possui e que interessa para a região é
o da indústria de metal-mecânica.
Com a Índia, Kireeff afirma que os
negócios devem ser centrados na área
em tecnologia da informação, setor no
qual aquele país é referência mundial.
Em contrapartida, a Índia, de acordo
com o presidente da TRI, é praticamente nula no desenvolvimento de processamento alimentício, como de frango,
Lançamento do caderno “Norte do Paraná, uma região surpreendente – Boas razões
para investir aqui”: ferramenta estratégica
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
18
Kireeff:
“Desenvolvemos
estratégias,
fomentamos e
implementamos
ações pró-ativas para
atrair investimentos
para a região”
no qual a região.é bem avançada.
“Além disso, percebemos que nosso
marketing é fraco. Nossa região é pouco conhecida no mundo e no Brasil
também”, afirma Kireeff. Segundo ele,
no próximo ano a meta é atuar de forma
incisiva na divulgação das potencialidades da região. Uma das ferramentas para este trabalho é a publicação
“Norte do Paraná, uma região surpreendente – Boas razões para investir
aqui”, e trata-se da concretização de
mais uma ação da Terra Roxa em prol
do desenvolvimento regional.
O material foi editado em inglês e
português e distribuído em escritórios
de negócios de embaixadas, empresas,
consulados, câmaras de comércio e
outros agentes de desenvolvimento no
Brasil e exterior. A publicação destaca
desde a infraestrutura e grandes empresas instaladas no Norte do Paraná
até o capital humano desta região reconhecido internacionalmente, utilizando como exemplos a top model Michele
Alves e os atletas Natália Falavigna e
Vanderlei Cordeiro de Lima.
Outros frutos - Criação do Centro
de Estudos dos países integrantes do
BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China);
vinda de comitiva da Alemanha para
concretização de negócios no Norte do
Paraná; continuidade do dia do consultor, que traz representantes de empresas que possuem dados para auxiliar
os empresários da região.
Empresários da Alemanha já estiveram no Norte do Paraná este ano e, em
fevereiro próximo, outra comitiva estará
na região para prospecções de novos
negócios nos setores de couros, pigmentos e processamento de madeiras.
O Centro de Estudos dos países
integrantes do BRIC tem o objetivo de
disponibilizar informações para os empresários em negociação com países
emergentes. Sua criação foi proposta à
Terra Roxa por representantes da Índia, que estiveram em Londrina este
ano. “A intenção é que a criação deste
centro nos ajude a compreender melhor as particularidades desses países, com os quais o comércio está
crescendo muito. O Norte do Paraná
pode se tornar uma referência com este
centro de estudo”, acredita Kireeff.
A discussão sobre a criação começou este ano. A idéia foi levada à Universidade Estadual de Londrina em reunião com diretores da Terra Roxa, professores, diretores de centro e o reitor,
Wilmar Marçal, e foi muito bem recebida. Empresários da região que estão
em busca de informações sobre boas
oportunidades para expandir seus negócios continuarão a ser atendidos pela
TRI, no próximo ano, através do Dia do
Consultor.
Na ocasião, a agência traz representantes de empresas que possuem dados para disponibilizar a estes empresários. Estiveram na região este ano,
Ilka von Borries, presidente do Centro
Empresarial Europeu; o representante
do The Jai Group Rakesh Vaidyanathan
Felipe Bindo, além do cônsul geral da
Índia
no
Brasil,
Sivaraman
Swaminathan.
Balanço - Kireeff afirma estar satisfeito com a atuação da agência até o
momento. “A primeira etapa de trabalho da TRI foi o planejamento de suas
ações na busca de novos investimentos.” A segunda etapa, de acordo com
ele, é começar a trazer estes investimentos, o que acontecerá já em 2009. A
terceira etapa será manter um fluxo
contínuo de investimentos na região.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
19
INTEGRAÇÃO
Estudo alerta para
indicadores econômicos
Fórum Desenvolve Londrina elabora documento sobre a economia do município;
resultado aponta principais necessidades, como a integração pesquisa-empresa
Érika Pelegrino
Especial para a ACIL
Os indicadores econômicos de Londrina servem como um alerta. Alguns
deles estão abaixo dos apresentados
por outros municípios do Estado, como
Foz do Iguaçu, Cascavel, Maringá e
Ponta Grossa. Esta foi uma das conclusões dos trabalhos realizados pelo
Fórum Permanente de Planejamento
Estratégico para o Desenvolvimento
Sustentável de Londrina (Fórum Desenvolve Londrina), em 2008. Estes
trabalhos resultaram no Manual de
Indicadores de Desenvolvimento Londrina 2008 e no estudo sobre a taxa de
crescimento empresarial “Desenvolvimento Empresarial - Oportunidades
para todos”.
Utilizando a metodologia de indicadores que melhor definem o desenvolvimento e a qualidade de vida de uma
cidade, o Fórum ouviu durante o ano 16
especialistas, e seus membros participaram da Conferência Mundial de Cidades, em Porto Alegre, e do Global Fórum
– evento mundial que discute o desenvolvimento sustentável – realizado este
ano em Curitiba. A partir dos estudos,
o Fórum faz proposições sobre as mudanças que devem acontecer para melhorar estes indicadores.
Membro do Fórum, o presidente da
Adetec Cláudio Tedeschi avalia algumas
das conclusões do estudo “Desenvolvimento Empresarial – Oportunidade para
Todos”, tema sobre o qual o Fórum se
debruçou este ano, e suas possíveis
soluções. Um dos pontos é a ausência
de integração entre pesquisa e cadeia
produtiva. “O Brasil, e isto serve para
Londrina também, produz 2% das publicações de pesquisas científicas de todo
o mundo. É um percentual alto”, afirma.
“Mas detém apenas 0,18% das patentes
mundiais. Isto significa que estamos
fazendo ciência para ficar na gaveta.
Não conseguimos transferir conhecimento para a cadeia produtiva.”
A criação de um parque tecnológico
e de um centro de transferência de
Caetano de Paula diz
que o Fórum não tem
pressa de ter o
trabalho da entidade
reconhecido: em
Jacksonville (EUA),
esse reconhecimento
só veio depois de
uma década
tecnologia é apontada no estudo como
necessária para integrar os ativos que
a Cidade já possui, que compreende 20
mil empresas, mais de 350 doutores e
de 5 mil profissionais que saem das
universidades anualmente.
O estudo conclui também que é fundamental para o desenvolvimento de
Londrina, de acordo com Tedeschi, a
transparência das contas e das ações
públicas e a criação de observatórios de
indicadores nos bairros. “Não é só dizer
que as contas estão abertas para sociedade. É realmente colocá-las on-line,
assim como as ações públicas”, afirma.
Quanto aos observatórios, Tedeschi
diz que estes seriam mecanismos para
monitorar, em cada bairro, a evolução
dos indicadores que determinam o desenvolvimento de uma cidade. Seria
uma forma de verificar se as ações nas
áreas de saúde, segurança, educação
e muitas outras estão realmente sendo efetivas.
“Roma, por exemplo, monitora 250
indicadores em cada bairro”, afirma.
Focar no desenvolvimento local e promover ações que o impulsione é o diferencial que uma cidade deve apresentar, segundo Tedeschi. “A empresa local traz de duas a três vezes mais riqueza do que uma empresa que vem de fora.
É preciso desenvolver programas para
incentivar o crescimento e surgimento
de empresas locais.” A importância do
desenvolvimento sustentável e de uma
compreensão exata sobre este conceito
também foram questões levantadas nos
trabalhos do Fórum.
“Temos que compreender a sustentabilidade como algo além do meio
ambiente. Desenvolvimento sustentável implica em sustentabilidade
econômica, social e ambiental. Estes
são fatores para se combater a miséria, que é o que mais agride o meio
ambiente.”
Nessa direção, o estudo do Fórum
aponta algumas soluções específicas
para o tema da taxa de crescimento
empresarial e mudança de seus indicadores econômicos, de acordo com
Tedeschi, como: criação de parque
tecnológico e centro de transferência
de conhecimento; criação de observatórios de indicadores em bairros; transparência das contas e ações públicas;
ações de estímulo às empresas locais;
investimento em cursos técnicos; construção de um centro de eventos para
três mil pessoas; combater a informalidade; facilitar o crédito para as micro
e pequenas empresas; integração entre pesquisa e cadeia produtiva, entre
outros.
O trabalho de avaliação dos
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
20
indicadores desenvolvimento e qualidade de vida de uma cidade é realizado
pelo Fórum Desenvolve Londrina desde sua criação em 2005. Desde o ano
passado o Fórum passou a elaborar
estudo aprofundado sobre determinado ponto. O tema é selecionado do
conjunto de indicadores organizado
pelo Fórum. O primeiro foi sobre
educação. Este ano o tema foi sobre
taxa de crescimento empresarial.
O Fórum estabelece que “os indicadores são o conjunto de índices numéricos que espelham a real situação
econômica e social do município e um
referencial que fornece elementos sobre os quais é possível discutir, estabelecer parcerias e elaborar projetos e
propor ações concretas”. Cláudio
Tedeschi explica que esta metodologia
dos indicadores é utilizada em mais de
100 cidades do mundo.
“Bilbao (Espanha), por exemplo, era
uma cidade quebrada em 1985 e passou
a ser uma das que têm melhor qualidade de vida, em 2005, aplicando esta
metodologia”, afirma o presidente do
Fórum e também presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Antonio Caetano de Paula. Ele ressalta que
para chegar a isso é preciso a
sensibilização do poder público e da
comunidade.
“Nosso papel é levantar os problemas e apontar soluções. Não cabe a
nós executá-las. Isso deve ser feito
pelo poder público e também pela comunidade. É necessário que as pessoas também tenham consciência que
elas têm poder de mudar as coisas e
Tedeschi: “Estamos fazendo ciência para ficar
na gaveta. Não conseguimos transferir
conhecimento para a cadeia produtiva”
não apenas o poder público.” Segundo
Caetano de Paula, as soluções apontadas pelo Fórum nesses três anos de
trabalhos ainda não foram aplicadas.
“Não temos pressa para que o trabalho do Fórum seja reconhecido.
Jacksonville, na Flórida, demorou 10
anos para obter esse reconhecimento”,
afirma Caetano de Paula. Ele afirma
que depois de uma década o poder
público passou a ver o trabalho do
Fórum de Jacksonville como um instrumento importante para a administração.
“Há 26 anos eles aplicam as ações
apontadas pelo Fórum. Dos 66 projetos, 52 foram implantados”, afirma.
A meta do Fórum é a Londrina de
2034, definida na visão da entidade da
seguinte forma: “Uma comunidade ativa e articulada, construindo uma cidade humana, segura e saudável,
tecnologicamente avançada, integrada
com a região Norte do Paraná e globalmente conectada, com uma economia
diversificada e dinâmica promovendo o
equilíbrio social, cultural e ambiental”.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
21
LONDRINA 80 ANOS (III)
Modelo ampliado gerou
a grande cidade de serviços
Historiador palotino observou que os ingleses “não formaram ilhas sem importância,
mas um verdadeiro reino”. Na entrada, a futura metrópole regional
austríacos, um americano e um francês. Criou-se o município em 8 de
dezembro de 1921, com a Infraestrutura
urbana da Colonizadora, que reservara
“a contribuição de dez tostões por
alqueire de terras vendidas, na proporção que for vendendo, à construção de
estação, posto policial, escolas e mais
edifícios necessários ao progresso do
núcleo de Birigui e o bem-estar de sua
população”.
Guiado pelo livro de Pearse, provavelmente, Simon Fraser (Lord Lovat)
chega a Birigui em 1924. Embora o
motivo fosse o algodão, supõe-se que
Lovat tenha imaginado uma dezena de
“biriguis” no Norte Novo do Paraná,
após conversar com Robert Clark, que
lhe apontou a região. É fato que, em
junho de 1925, Lovat reuniu-se em
Londres com o advogado João Sampaio
Widson Schwartz
Especial para a ACIL
Visitando oito Estados brasileiros,
entre março e setembro de 1921, a
Missão Internacional do Algodão impressiona-se mais com Birigui, no noroeste paulista, pela origem então muito
recente: uma cidade de seis mil habitantes onde havia, 12 anos atrás, só
umas poucas casas. O relato está no
livro Brazilian Cotton, de Arno S. Pearse,
secretário-geral da Federação Internacional de Algodão Superior e Indústrias
Associadas (sede em Manchester, Inglaterra), sublinhando que o maior objetivo dos visitantes era mesmo conhecer o empreendimento da Companhia de
Terras, Madeiras e Colonização de São
Paulo, tendo entre os administradores
mister Robert Clark, escocês há muitos anos no interior do Brasil.
A colonização de Birigui logo teria
“uma cópia” ampliada, pelo menos oito
vezes, no Norte Novo do Paraná, multiplicando-se os alqueires e os habitantes, fatores da grandeza de Londrina
aos 80 anos incompletos da fundação e
74 de município.
Lá na origem, porém, os empreendedores achavam que a cidade limitar-seia a 20 mil, 30 mil habitantes, frustrando o engenheiro Alexandre Razgulaeff,
cujo projeto de avenidas com 30 metros
de largura rejeitaram. Se fosse vivo,
Razgulaeff estaria muito próximo de
ver o seu ideal realizado, no Complexo
Marco Zero, atualmente em construção
justamente onde ele fundou a cidade e
que terá uma via com 27 metros de
largura. E se alguém decidir nominar a
via, talvez se lembre de Razgulaeff, até
hoje não-homenageado na cidade que
projetou.
Procurando terras para o algodão,
aquela missão inglesa em 1921 deparou com a civilização do café em Birigui,
ali despontando a multidão cosmopolita (“cosmopolitan crowd”), observou
Pearse, relacionando 40% de italianos,
30% de japoneses (que dariam origem a
Nipolândia, atualmente Bilac), 25% de
espanhóis e os demais brasileiros, portugueses,
alemães,
poloneses,
Propaganda da colonização de Birigui, modelo ampliado no Norte
Novo e que deu origem a Londrina (REPRODUÇÃO)
Alexandre Razgulaeff traçou a cidade e
gerou a primeira controvérsia (N.N./MUSEU
HISTÓRICO DE LONDRINA)
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
22
População contrariou
todas as expectativas
Documento
revela o apoio da
Companhia de
Terras às
administrações
municipais
(ARQUIVO
WIDSON
SCHWARTZ)
e o escocês Thomas Muir, gerente do
Banco Comercial do Estado de São Paulo, “a fim de levantar fundos de maior
vulto, para grandes empreendimentos
que se projetassem: de início a compra
de terras e as estradas de ferro e de
rodagem, necessárias à penetração e
colonização, como elemento de desenvolvimento das plantações e da população”. Assim relatou João Sampaio, ao
receber o título de cidadão honorário de
Londrina (12.6.1967), lembrando que
ele próprio tivera uma iniciativa semelhante à de Birigui, da qual resultaram
Cafelândia, Garça e outras cidades.
“Colonos e pequenos proprietários, a vossa fortuna está em Birigui”,
conclamava a Companhia São Paulo,
que, nos primeiros anos de 1920, já
vendera 38 mil alqueires a preços variando de 105 mil a 130 mil réis o alqueire,
pagamento inicial de 30 mil réis e o
Aspecto do centro
de Londrina em
1934, ano da
emancipação.
Caixas d’água ao
lado da igrejamatriz, com a
Avenida Paraná no
outro lado da praça
(JOSÉ JULIANI)
restante em parcelas com prazo de seis
a 36 meses. “Desconta-se 10% ao ano
dos pagamentos que forem feitos antes
dos prazos contratados.”
Mas o empreendimento estava limitado a 60 mil alqueires e atualmente
Birigui tem 104 mil habitantes, sem
que isso impeça o município de ser um
pólo econômico, despontando as indústrias de calçados infantis. Por sua
vez, a Companhia de Terras Norte do
Paraná, estabelecida por Lovat, dispôs
500 mil alqueires. Para ocupá-los, fundou uma cidade de serviços no sertão,
Londrina, destino até para europeus
politicamente complicados em seus países. O suíço Caspar Ernst foi contratado como intérprete, na recepção aos
compradores de lotes, pois falava alemão, italiano e francês. E a colonização
recebia gente de 33 nacionalidades.
Em 1936, Caspar funda a primeira
Supostamente, os ingleses subestimaram o crescimento de Londrina
imaginando que a população regional teria uma distribuição muito equilibrada entre todas as cidades, que nasceriam rapidamente e até simultaneamente. Além dos imprevistos: a quebra da Bolsa de Nova York (29/10/
1929), apenas dois meses após a fundação do Patrimônio Três Bocas, a
denominação inicial.
A seguir, a revolução em 3 de outubro de 1930, que depôs o presidente
da República e os governadores dos Estados; e o ápice da depressão
mundial em 1933, quando sete mil dos 25 mil bancos dos Estados Unidos
fecharam e as importações de 75 países baixaram de quase US$ 3 bilhões,
dois anos antes, para US$ 990 milhões.
Interrompeu-se a construção da ferrovia em Jathay e a venda de lotes
ficou aquém da expectativa. Mas, pela dimensão e atratividade do empreendimento, que permitia aos possuidores de pequenas economias se
tornarem proprietários, em cinco anos o Patrimônio Londrina já apresentava
renda superior à sede do município, Jatahy, para orgulho de mister Arthur
Thomas, gerente-geral da Companhia de Terras.
Criado em 3 de dezembro de 1934, o município de Londrina foi instalado
a 10 daquele mês, com aproximadamente 400 edificações e três mil habitantes na cidade, estimando-se dez mil moradores em todo o município.
Documento original assinado pelo contador da Companhia de Terras,
Luiz Estrella, indica que, antes e depois da emancipação, a empresa foi um
esteio da administração pública, a quem apresentava a conta. É o extrato
da conta-corrente entre a Prefeitura de Jathay e a Companhia, relacionando em 1934 o fornecimento de um automóvel à Municipalidade, aluguel de
prédio para a “Escola Londrina”, capinação de ruas e remoção de lixo;
aluguel de prédio para o destacamento policial etc. Entre abril e junho de
1938, materiais e serviços em Jatahy, incluindo conservação de ruas e
praças. Total das despesas: 10,2 contos de réis.
De uma anotação a lápis deduz-se que a operação da balsa no Tibagi fora
transferida à Prefeitura. Anteriormente, em 16 de maio de 1933, o superintendente da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná havia informado ao
prefeito, Sady Silva, sobre “o despacho de um cabo de aço 1-3/4 com 255
metros de comprimento” e que resolvera “não cobrar despesa alguma pelas
pedras e transporte, visando auxiliar-vos nas obas de drenagem e saneamento da cidade”. (Widson Schwartz)
fábrica de gelo na cidade. Mister Thomas
e outros britânicos já podiam, se quisessem, tomar o legítimo scotch on the
rocks. A Associação Comercial de Londrina é fundada em 1937.
O historiador palotino Carlos
Probst escreveu que a Companhia de
Terras Norte do Paraná, “treinada no
assunto [de colonizar], se alojou na
parte central [da região] adquirindo
glebas nos rios Três Bocas, Jacutinga,
Cágados, Vermelho, Pirapó e Alonso,
afluente do Ivaí, formando dessa maneira não ilhas de colonização sem
importância e sim um verdadeiro reino”. E na entrada, “o espigão entre o
Ribeirão Três Bocas e o Jacutinga, a
quatro léguas de Jathay, construiu a
cidade de Londrina, futura metrópole,
com as suas vilas, jardins e paróquia”.
Enorme diferença em comparação
às concessões de 50 mil hectares do
Estado, infere-se da apreciação de padre Probst ao mencionar um agente:
“Dr. Firmino de Almeida era homem
rico, mas andava a maneira de caboclo
sem conforto, humilde e calmo. Como
escritório, lhe servia um pequeno quarto alugado no hotel.” Firmino fundou
Santo Inácio, onde Probst o conheceu.
De cada concessão de 50 mil hectares
resultou uma pequena cidade, enquanto a primeira célula da maior colonização, Londrina, com mais de 500 mil
habitantes, é a terceira cidade do sul
do País.
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
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Pesquisa mensal ACIL - Impar
GATO
POR
LEBRE
Boleto de associação
confunde empresas
O procedimento é padrão. Todos os anos, especialmente no terceiro trimestre, as empresas de Londrina recebem uma correspondência, na realidade
um boleto, enviado por uma organização chamada
“Associação Comercial e Empresarial do Brasil”. Os
valores podem variar e geralmente os boletos são
emitidos pela Caixa Econômica Federal ou outras
grandes instituições bancárias.
Por essa característica, muitos empresários ou
seus departamentos financeiros podem acabar pagando o documento imaginando se tratar de uma
entidade nacional ligada às associações comerciais
dos municípios. O nome escolhido pelos criadores
da associação é estrategicamente parecido com o
das entidades representativas do setor.
O boleto é identificado como “contribuição empresarial facultativa” e gera, a partir do seu pagamento, a filiação da empresa com a suposta associação de classe. E daí leva ao envio de novos boletos
nos anos seguintes.
Só que a Aceb nada tem a ver com o sistema das
associações espalhadas pelo País, nem tampouco é
ligada à Confederação das Associações Comerciais e
Empresariais do Brasil (CACB). Seu suposto serviço
de proteção ao crédito também não faz parte da rede
nacional dos SCPCs, que é o maior, mais abrangente
e mais confiável banco de dados de crédito do País.
Em outras palavras, a tal associação nada tem a ver
com a CACB, nem com a ACIL. Ao receber o boleto da Aceb
ou semelhante, as empresas não devem pagá-lo sem
antes consultar um advogado ou mesmo a ACIL, que
pode esclarecer tratar-se de uma organização autêntica
ou não. O primeiro passo é atestar se há vínculo com o
sistema das associações comerciais, dissipando a confusão gerada pelo uso de nomes semelhantes.
O envio, apesar de se intensificar no final do ano,
ocorre durante todo o ano. É comum que as novas
empresas recebam o boleto logo que abrem suas
portas, o que indica um acesso privilegiado a informações de novos CNPJs. Para esses empresários, o
risco de se deixar levar pela confusão é ainda maior.
A atenção deve ser grande quando se trata de
boletos de cobrança de entidades de classe. Se
houver dúvida, não pague e procure informações.
Abaixo, as questões enviadas à Aceb pelo Jornal
da ACIL. Nenhuma resposta foi enviada.
• Como a Aceb consegue o cadastro das empresas
para enviar os boletos?
• Quantos boletos a Aceb envia por ano?
• De que empresa o presidente da Aceb, senhor
Ildomar de Oliveira, é proprietário ou diretor?
• Por que a Aceb se apresenta aos recebedores do
boleto sem nenhum contato prévio?
• Por que a Aceb não esclarece ao recebedor do
boleto que nada tem a ver com as associações
comerciais existentes no Brasil nem com a confederação das associações comerciais, a CACB?
• A Aceb tem como seus controladores/gestores/
administradores empresários que estejam na ativa e/ou exerçam papel de liderança de classe?
• À Aceb não causa constrangimento o fato de muitos dos recebedores de boleto os pagar pensando
se tratar de um documento das associações comerciais que pertencem ao sistema nacional?
Varejo – Dezembro de 2008
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
25
NOVOS ASSOCIADOS
Nome Fantasia
E ndereço
Nome Fantasia
Ende re ço
A comac
R ua Mato Grosso, 299 1º ANDAR
Telefone
R amo de A tividade
Segmento
M atriz/Filial
Te le fone
R amo de Atividade
Se gme nto
Matriz/Filial
33341885
Pre stação de Se rviços
Se rviços
Matriz
Comé rcio
Matriz
A raújo A rmarinhos
R ua Caviúna, 636 - Sala 02
32534141
Bazar, Aviame ntos, Arm. e Utilidade s
Domé sticas
A tiva A tacado
R ua R io Grande do Norte , 404
33791000
Prod. Populare s
Comé rcio
Matriz
Bazani Tintas
R ua Quintino Bocaiúva, 1134
33246495
Tintas
Comé rcio
Matriz
Belo Office Store
Alame da Joube rt de Carvalho, 120
33032573
Move is
Comé rcio
Matriz
Brigatão
Av. Saul Elkind
30273488
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Capital Humano
R ua Piauí, 1287
33720400
Agê ncia de e mpre gos
Se rviços
Matriz
Casa Bela
Av. Pre side nte Eurico Gaspar Dutra, 832
33411846
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Casa Da Construção
Av. Guilhe rme de Alme ida, 979
33411044
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Casa P remium
R ua Quintino Bocaiúva, 674
33444001
Tintas
Comé rcio
Matriz
Cennário
Francisco Gabrie l Arruda, 1540
33270860
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
Central A cabamentos
Av. Duque de Caxias, 3496
33442022
Mate rial de construção
Comé rcio
Matriz
Se rviços
Matriz
Clínica P lenus
R ua Espírito Santo, 856
33568050
Psicologia, Me dicina, Advocacia e
Odontologia
Colégio P gd
R ua Martinho Lute ro, 277
33727555
Instituiçõe s
Se rviços
Matriz
Colégio P ortinari
Av. Jusce lino K ubitsche k, 122
33282000
Instituiçõe s
Se rviços
Matriz
Construsil
R ua Walkiria Val, 186
33388470
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito A raguaia
R ua Araguaia, 995
33394421
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito Baratão
Av. Saul Elkind, 1935
33279000
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito L ondrina
Av. Higie nópolis, 1246
33243295
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito M aringá
Av. Maringá, 2240
33274545
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito R ibeiro Ii
Av. Das Linge rie s, 1690
33367606
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito Souza
R ua Joube rt de Carvalho, 445
33273373
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito Tremembés
R ua Tre me mbé s, 1097
33251819
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Depósito V era Cruz
Av. Tirade nte s, 2100
33274826
Mate rial de construção
Comé rcio
Matriz
Dobller
R od. Ce lso Garcia Cid, K m 377 Loja E67
99128552
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
E conolux
R ua Guaporé 711
33296464
Mate riais e lé tricos
Comé rcio
Matriz
E mpório da M oda
Av. Inglate rra, 385 - Lj. 01
33416263
Te cidos e confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
E uro A cessori
Av. Higie nópolis, 602 Loja 8
30290004
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
Faculdade de Tecnologia Ined
Av. Ce lso Garcia Cid, 1523
33211200
Instituiçõe s
Se rviços
Filial
Farmácia R oberto
Av. Saul Elkind, 1503
33297545
Farmácia
Comé rcio
Matriz
Fenix Cosméticos
R ua Piauí, 26
33233992
Cosmé ticos e Pe rfumarias
Comé rcio
Matriz
Fenix Foto Studio
Av. Saul Elkind, 900 - Sala 05
33218271
Produtos fotográficos
Comé rcio
Matriz
Franquia A kakia Cosméticos
Av. Higie nópolis, 436 - Lj 14
33441932
Cosmé ticos e Pe rfumarias
Comé rcio
Matriz
G E G Ótica e Foto L tda
R ua Alagoas, 1065 - Loja 05
33750013
Óticas, jóias e re lógios
Comé rcio
Matriz
G ráfica A quarela
R ua Piauí, 94
33245026
Gráficas
Se rviços
Matriz
G ripon A tacado
R ua R io Grande do Norte , 404
33791000
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
Imd. A ssessoria e Consultoria
R ua Minas Ge rais, 194,6 Andar, Sala 6021
33249617
Asse ssoria contábil e advocacia
Se rviços
Matriz
Imobiliária A venida
Av. Jusce lino K ubistche ck, 3254
33217010
Imobiliárias e corre toras
Se rviços
Matriz
Itasa
R ua Madre Silva, 461
33427005
Mate rial de construção
Comé rcio
Matriz
J.R . Tintas
R ua Quintino Bocaiúva, 533
33395709
Tintas
Comé rcio
Matriz
L . R . Sant' A na E Sant' A na L tda
Av. Maringá, 1565 - Loja 04
33472726
Móve is, de coraçõe s e e le trodomé sticos
Comé rcio
Matriz
L a Casa
R ua Condor, 715
30277636
Move is
Indústria
Matriz
L ondrimaco
R u a C h i l e , 678
33239693
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
L ondrimetais
R ua Albe rt Einste in, 1046
33283354
Mate rial de construção
Comé rcio
Matriz
M eltt
Profe ssor João Cândido, 82
33282463
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
M undo da Informática
Av. Saul Elkind, 2101 - Lj 08
33391797
Informática
Comé rcio
Matriz
P onto H
Av. Duque de Caxias, 1200
30280708
Ve stuário e Armarinho
Comé rcio
Matriz
P rincipe do Cal M ateriais para Construção
Av. Inglate rra, 111
33417359
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
R omani Ii Construção E A cabamento
Av. R obe rt K och, 1385
33399193
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
Stadler Consultoria E Treinamento
R ua Alfre do Battini, 130 - Apto 501
33281506
Consultoria, Asse ssoria e Administração
Se rviços
Matriz
Starluz
R ua Manoe l R icardo de Olanda, 69
33276660
Mate riais e lé tricos
Comé rcio
Matriz
Suprimat
R od. João Carlos Strass, 1155
33373500
Mate riais e lé tricos
Comé rcio
Matriz
Comé rcio
Matriz
Tecnobox
Av. Vice nti Bocuti, 237
33477350
Bazar, Aviame ntos, Arm. e Utilidade s
Domé sticas
Telha V ame
R ua João Guilhe rme , 297
33415121
Mate riais para Construção
Comé rcio
Matriz
The Feshion W orld
Av. São João, 1758, B, Sala 02
33360026
Confe cçõe s
Comé rcio
Matriz
Thermogel
Av. Lucia He le na Gonçalve s Viana, 1089 - B
33569791
Maquinas Industriais
Comé rcio
Matriz
V aléria Figueiredo Cursos De Fisioterapia
R ua Goiás, 1328, 3° Andar, Sala 302
33775612
Cursos e tre iname ntos
Se rviços
Matriz
26
JORNAL DA ACIL/Novembro
ACIL/Dezembro 2008
JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008
27
Uma Noite de
Confraternização
O Londrina Convention & Visitors Bureau realizou no final de novembro, na
Chácara Graciosa um evento em comemoração aos 10 anos de atividades da
entidade. Participaram atuais e ex-integrantes da diretoria e equipe do Convention,
associados e convidados. Durante a confraternização homenagens foram prestadas aos presidentes, gestores e representantes de entidades parceiras, conhecidos como “embaixadores do turismo”.
A vice-presidente de Comunicação, Claudia Evangelista Romariz fez a entrega
das homenagens aos presidentes e o vice-presidente de hotelaria, Reinaldo
Cassimiro da Costa Junior aos gestores. A entrega das homenagens aos
embaixadores do turismo foi feita pelo atual presidente Herson Rodrigues
Figueiredo Junior e pelo diretor de marketing, Marco Aurélio Kumura.
Homenageados:
(8)
(9)
(10)
(11)
(12)
(13)
(14)
(15)
(16)
(17)
(19)
(20)
(21)
(22)
(23)
(25)
(2)
Presidentes:
(1) Primeiro presidente Paulo Muniz
(não presente); (2)segundo
presidente, Bruno Veronesi;
(3)terceiro presidente, David Dequech
Neto (não presente); (4)quarto
presidente, José Augusto Rapcham;
(5)quinto presidente, Nivaldo
Benvenho e (6)atual presidente,
Herson Rodrigues Figueiredo Filho.
Gestores:
(7)José Cândido Muller; (8)Maitê
Morgana Ulhamann; (9)Milena
Bartholi Holthausen e (10)Cristiano
Feijó.
Embaixadores do Turismo
(11)Alexandre Catelan chefe geral da
Embrapa Soja (recebeu pelo
homenageado César de Castro);
(12)Alexandre Lopes Kireeff,
presidente da Sociedade Rural do
Paraná; (13)Eduardo Firmino Carlos,
pesquisador do IAPAR; (14)Fernando
Kireeff, presidente da Terra Roxa;
(15)Heverson Feliciano, gerente geral
do SEBRAE regional Londrina;
(16)Juliana Jandre Melo,
coordenadora de Fonoaudiologia da
UNOPAR; (17)Luis Fernando Pinto
Dias, vice-prefeito do município de
Londrina; (18)Neuzi Berbel,
professora da Universidade Estadual
de Londrina (não presente);
(19)Rodolfo Bianco, pesquisar do
IAPAR; (20)Rosi Sabino;
coordenadora executiva da ADETEC;
(21)Romualdo Froes Filho, da
Associação Médica de Londrina;
(22)Sérgio Balhs; gerente da
SANEPAR; (23)Silvia Liberatori,
diretora da SLiberat; (24)Sueli
Rufino, professora da Universidade
Estadual de Londrina da UEL (não
presente) e (25)Yuna Bastos, diretora
da Sociedade Rural do Paraná.
(7)
(4)
(5)
(6)
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JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008