Ano 5 - Número 78 - DEZEMBRO 2008 O futuro em construção Londrina encerra 2008 com saldo expressivo num quesito do qual há décadas o município se ressente, a integração. Três grandes iniciativas nascidas na Cidade e na região mostram os primeiros resultados de uma visão mais ampla do desenvolvimento. O Fórum Desenvolve Londrina, a Terra Roxa Investimentos e o Integra apresentam balanços que combinam conquistas importantes com excelentes perspectivas. Páginas 14 a 20 Foto: Josoé de Carvalho O Natal que está nascendo O Natal de Londrina ganhou um ingrediente especial este ano. Entidades, instituições públicas e privadas e empresas se uniram em torno da campanha Natal no Céu, criada para devolver à Cidade o espírito natalino. Para os participantes, o Natal no Céu apenas o seu nascimento em 2008. Mobilização terá ainda mais força em 2009. Páginas 5 e 6 Foto: Josoé de Carvalho Para a ACIL, Falta apoio Londrina nasceu da população superando para guerra grandes crises contra dengue Página 2 Página 12 Sem pressa, nem estresse Reza a lógica do comércio que a empresa deve ir aonde o consumidor está – seja fisicamente, seja virtualmente. Quanto mais consumidores, maiores os resultados. Para um grupo de empresários, esse preceito não tem tanto valor. Marcus Cupini tem um bar na Warta e, a exemplo de outros empresários nos distritos de Londrina, não pretende mudar de endereço. Nem se preocupa com aprimoramento. “Aqui, só preciso de experiência”, resume. Páginas 9 a 11 JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 2 editorial CRISE? Elas fazem parte da história de Londrina A sucessão de notícias negativas que toma conta do cenário mundial nos últimos meses aponta para um fato inegável, há uma crise instalada e em desenvolvimento no planeta, iniciada nos mercados financeiros do Primeiro Mundo. Sempre que ocorre um fato relevante como este, há os desdobramentos, que podem ser baseados no concreto ou no emocional. Em momentos como o que estamos vivendo a economia se aproxima muito da psicologia. Um estímulo negativo pode gerar uma reação negativa proporcional ou muito maior, mais ampla, mais grave. Pois é essa, na nossa avaliação, a leitura que nós, londrinenses, devemos fazer com relação à crise mundial. Não se pode dar a ela nem uma dimensão menor, nem contornos maiores do que ela realmente tem. É certo que é muito difícil dizer qual o tamanho desse abalo mundial, mas é certo que não podemos superdimensioná-lo. Nossa história é o melhor espelho para o que ocorre atualmente. Conforme mostra a reportagem especial desta edição do Jornal da ACIL da série “Londrina 80”, escrita pelo jornalista Widson Schwartz, a primeira picada foi aberta em Londrina pelos desbravadores da Companhia de Terras Norte do Paraná em 1929. Para quem não se lembra, 1929 foi o ano do Crash da Bolsa de Nova York, que mergulhou o País e o mundo na chamada Grande Depressão. Não bastasse isso, em outubro do ano seguinte o Brasil assistia à Revolução de 1930, que depôs Washington Luiz e colocou Getúlio Vargas no poder. Mesmo assim, a ocupação das terras do Norte do Paraná a partir de Londrina seguiria seu rumo. O município foi fundado oficialmente em 1934, apenas um ano depois de a Grande Depressão atingir seu ponto mais profundo. A economia mundial tem hoje características diferentes, mas ninguém deve se esquecer que, sete décadas atrás, o que a região produzia eram essencialmente commodities. O café, que se consolidou rapidamente como matriz produtiva, era enviado aos quatro cantos do mundo. O que nos vale nesse comparativo histórico-conjuntural, é a lição de que não podemos dar à situação atual dimensões grandes demais. Para as empresas, profissionais, trabalhadores, pesquisadores e as instituições, essa deve ser uma fase de desafio e, mais do que tudo, muito trabalho. Costuma-se dizer que, em chinês, crise se escreve exatamente da mesma forma que oportunidade. Em meio a duas enormes crises, Londrina nasceu e se consolidou como um próspero centro econômico. Se a postura dos empreendedores, naquela época, fosse se retrair e esperar a situação se resolver, a Cidade poderia ser hoje um lugarejo perdido no mapa de uma região pouco desenvolvida. Londrina é a terceira cidade do Sul do País. Essas passagens da história do município nos servem como exemplo de postura diante de adversidade. Acreditar no trabalho e na capacidade de cada um é uma fórmula considerada mágica no mundo dos negócios, independente de o cenário ser de prosperidade festiva e frágil – como a que se viu nos mercados de ações dos países ricos – ou de dificuldades. É gratificante poder observar que o Brasil tem uma condição privilegiada. Nossa economia é, essencialmente, real porque está baseada em produção e não em especulação financeira. Rompemos também a barreira do endividamento internacional. Isso, que seria impensável uma década atrás, é uma vantagem concreta e serve de fundamento para a economia de Londrina. Nossa economia é igualmente real. Não queremos negar as dificuldades potenciais que podem surgir, mas entendemos que elas devem servir como indicativo do que teremos que mudar e sobre o que precisaremos trabalhar com mais energia. Teremos muito trabalho. Teremos sucesso. Marcelo Cassa FUNDADA EM 5 DE JUNHO DE 1937 RUA MINAS GERAIS, 297, 1º ANDAR, ED. PALÁCIO DO COMÉRCIO. LONDRINA – PR CEP 86010-905 TELEFONE (43) 3374-3000 F AX (43) 3374-3060 E-MAIL [email protected]. Marcelo Massayuki Cassa Presidente Luiz Claudio Barone Segundo Diretor-Industrial Nivaldo Benvenho Vice-Presidente Marcelo Bisatto Cardoso Diretor de Serviços Flavio Montenegro Balan Diretor-Secretário Jaime Celeste Ponce Segundo Diretor de Serviços Herson Rodrigues Figueiredo Junior Segundo Diretor-Secretário Fernando Lopes Kireeff Diretor de Relações Metropolitanas Rogério Pena Chineze Diretor-Tesoureiro Bruno Veronesi Segundo Diretor de Relações Metropolitanas Silvana Martins Cavicchioli Segunda Diretora-Tesoureira Luiz Carlos I. Adati Diretor de Relações com Shopping Centers Marcelo Paganucci Ontivero Diretor-Comercial Adriano Shoiti Okuno Segundo Diretor de Relações com Shopping Centers Eduardo Yoshimura Agita Segundo Diretor-Comercial Juliana de Souza Diretora de Relações Comerciais com Bairros Ary Sudan Diretor Industrial Enio Luiz Sehn Júnior Segundo Diretor de Relações Comerciais com Bairros Rosângela Khater Presidente do Conselho da Mulher Empresária Conselho Deliberativo Edivaldo Gomes de Souza Nestor Dias Correia Leonardo Makoto Yoshii José Augusto Rapcham David Dequech Neto Rubens Benedito Augusto George Hiraiwa Conselho Fiscal Titulares Francisco Ontivero Luis Bernardo da Veiga Sérgio Yoshimi Obara Suplentes Brasílio Armando Fonseca Carlos Henrique Dias Tadamassa Ajimura O “Jornal da ACIL é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências para o “Jornal da ACIL”, incluindo reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]. Coordenação e edição Roberto Francisco Fotografia Josoé de Carvalho e Divulgação Revisão Maria Christina Boni Colaboradores Anne Festucci Betânea Rodrigues Érika Pelegrino Glória Galembeck Katia Baggio Luiz Bartelli Widson Schwartz Diagramação e tratamento de imagens Estela Meneghetti Impressão Folha de Londrina Tiragem 11.000 exemplares JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 3 GOVERNANÇA Um passo à frente, dois para os lados Indefinição sobre quem vai governar Londrina a partir de 1º de janeiro se arrasta. Por enquanto, só se sabe que o presidente da Câmara assumirá interinamente e que uma nova eleição seria em dois turnos Glória Galembeck Especial para a ACIL Um passo foi dado no que se refere à solução do imbróglio formado em torno da eleição para prefeito de Londrina, mas o futuro do município permanece incerto. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, 41 dias após o segundo turno que deu a vitória a Antonio Belinati (PP), que vai haver uma nova disputa entre Luiz Carlos Hauly (PSDB) e Barbosa Neto (PDT). Quando será o pleito e se os recursos da defesa de Belinati serão acatados ainda é um mistério. O cenário mais provável é que, a partir do dia 1º de janeiro de 2009, Londrina seja governada pelo presidente da Câmara de Vereadores, cujo nome também está apenas no campo das probabilidades. Em 2007 Belinati foi considerado inelegível por ter contas reprovadas no Tribunal de Contas do Estado (TCEPR), referentes a um convênio do ano de 1999, firmado entre o Município e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER). Em maio deste ano, o mesmo TCE concedeu um efeito suspensivo àquele acórdão, o que liberou a candidatura do pepista. A decisão que apontou para o “terceiro turno” em Londrina, com a participação do segundo e terceiro colocados no primeiro turno - realizado em 5 de outubro – foi a resposta do TSE a uma consulta feita pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Piauí. A consulta número 1.657 foi feita ao TSE em 10 de outubro e, em três tópicos, pede orientação quanto a uma situação semelhante à de Londrina, na qual o prefeito eleito foi impugnado. As três possibilidades questionadas ao TSE eram declarar o perdedor do segundo turno eleito, realizar um novo segundo turno – opção que venceu - ou recomeçar o pleito do início. Para ser proclamado, o resultado da consulta depende ainda do voto do ministro Joaquim Barbosa, que pediu vistas sobre a consulta. Depois da conclusão, o resultado da consulta será aplicado pela juíza Denise Hammerschmidt, titular da 41ª Zona Eleitoral de Londrina. Mas para que novas eleições sejam convocadas é necessário que o TSE julgue os embargos de declaração, que são os recursos impetrados pela defesa de Belinati. Em sessão realizada em 9 de dezembro o ministro Carlos Ayres Britto, presidente do TSE, votou contrariamente ao embargo, o que mantém a cassação de Belinati. Porém, o julgamento foi suspenso porque o ministro Eros Grau pediu vistas do processo. A defesa de Belinati estuda, caso o embargo de declaração não seja acatado, apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF) com um recurso extraordinário, para discutir o mérito da cassação, e com uma medida cautelar, na tentativa de suspender a cassação e garantir a diplomação de Belinati. A diplomação dos prefeitos e vereadores eleitos pelo TSE está marcada para 18 de dezembro. Serão diplomados 19 vereadores e nenhum prefeito para Londrina, já que Belinati está com o registro de candidatura cassado. No dia 19 o TSE entra em recesso e novas sessões, só em 2009. Pressão - Em busca de mais celeridade para o julgamento dos processos referentes ao imbróglio londrinense no TSE, a sociedade civil se mobilizou. A cobrança foi capitaneada pela subseção londrinense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e concretizada num documento enviado ao Conselho Federal da OAB, com o compromisso de que fosse entregue ao presidente do tribunal. O documento, elaborado no final de novembro, é assinado por 14 entidades: ACIL, Sindiprol, Associação Médica de Londrina, Obsocil, Conseg-Leste, Sinduscon, Sociedade Rural do Paraná, Conselho de Pastores, Sindicato dos Jornalistas, Pastoral Fé e Política, Agência de Desenvolvimento Terra Roxa e Londrina Convention & Visitors Bureau, além da OAB Londrina. O texto menciona a necessidade de “prioridade e urgência de julgamento dos processos relativos à eleição do prefeito desta cidade que, com mais de 500 mil habitantes, é a terceira do sul do país”. No início de novembro, uma comitiva de deputados e políticos com base em Londrina foi a Brasília e, pessoalmente, cobrou de Ayres Britto agilidade na solução do impasse na sucessão do Executivo londrinense. Plenárias do Tribunal Superior Eleitoral e do Supremo Tribunal Federal, em Brasília: jogo político local será decidido no tapetão Na eleição de Londrina, são eles que votam A palavra soa estranha, por sua pronúncia absolutamente italiana. Mas nenhuma outra é tão adequada para definir a situação política de Londrina. Imbróglio – que no original italiano perde apenas o acento – é o que ocorre em Londrina. Confusão, mixórdia, trapalhada. Peça teatral de enredo muito complicado, define o dicionário Michaelis. A história da sucessão na Prefeitura de Londrina é tão esquisita que a escolha do futuro prefeito vai ser decidida no voto – não dos londrinenses, mas das mais altas castas do Judiciário. Quem definirá as eleições de Londrina, ao que tudo indica, serão os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). É certo que eles não deverão apontar quem vai governar o município. Mas vão definir se o eleito vai assumir ou se o segundo e o terceiro melhores colocados vão fazer uma nova disputa. É o tapetão da eleição. Essa confusão se instalou porque o cronograma de apreciação das ações e recursos dos candidatos não fui cumprido e o primeiro e o segundo turnos das eleições foram realizados com o registro da candidatura de Antonio Belinati ainda indefinida. Belinati teve o registro cassado, mas conseguiu a suspensão da decisão em caráter provisório. Terminado o segundo turno, caiu a suspensão, a cassação voltou a vigorar e o imbróglio se instalou. Assim, Londrina vai começar o ano em meio a uma trapalhada políticajurídica-administrativa, no mínimo, indesejável. E no máximo, deplorável. (Roberto Francisco) Sem resposta - O TSE nem sequer deu resposta do documento elaborado pela OAB e pelas entidades. A informação é do presidente da subseção Londrina, Wilson Sokolowski. “A situação é a pior possível; uma cidade de 500 mil habitantes está com as eleições paradas. O prefeito deveria estar com equipes de trabalho montadas, constituídas por pessoas incumbidas se inteirando dos problemas junto à administração”, critica Sokolowski. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 4 AJUDA População, entidades e empresas de Londrina se mobilizam para levar ajuda às vítimas das enchentes em Santa Catarina. Uma prova de que o londrinense sentiu a dor daqueles que perderam tudo na tragédia Anne Festucci Especial para a ACIL Em meio às cenas de perda, dor e morte provocadas pelas enchentes em várias cidades de Santa Catarina, a solidariedade que oferece o alento providencial. O País se empenha em ajudar as milhares de famílias desabrigadas e na reconstrução das comunidades atingidas pelas chuvas entre o final de novembro e o início de dezembro. O Paraná faz parte dessa corrente de união e é o Estado que mais enviou doações para Santa Catarina. Em Londrina, a mobilização foi grande. A solidariedade com os catarinenses contagiou a sociedade e, em diferentes pontos da Cidade, havia sinais de participação, principalmente cartazes dizendo “Doações aqui”. O Departamento de Operações da Comissão Municipal de Defesa Civil de Londrina iniciou uma operação no dia 24 de novembro, para arrecadar doações que são enviadas aos desabrigados Santa Catarina. O diretor, Cassio Volpi, afirma que foram recebidas milhares de doações e os produtos de diversos gêneros não paravam de chegar. “No dia 2 de dezembro foi enviada a oitava carreta com donativos para as regiões atingidas. Não dá pra contabilizar por tonelada e sim por metros cúbicos. Cada carreta comporta cerca de 40 metros cúbicos. Então, já foram HUMANITÁRIA Cidade solidária Voluntários fazem seleção de roupas e objetos doados: participação espontânea surpreendeu Defesa Civil mais de 360 metros”, afirma Volpi. Segundo Volpi, no início foram recebidas muitas roupas. “Estamos surpresos e principalmente felizes com tamanha ajuda que tem chegado ao quartel. A Viação Garcia e a Transvale se ofereceram para ajudar a fazer o transporte das doações. Várias associações estão ajudando nesse problema do transporte como, por exemplo, a própria ACIL e o Hospital Evangélico.” De acordo com o Volpi, os motoristas são muito prestativos, não são apenas meramente motoristas, acabam ajudando no carregamento e descarregamento dessas doações. Para cada veículo emprestado para fazer transporte dos produtos, um funcionário da Cohab auxilia. “Outro exemplo muito feliz foi da rede de lojas Móveis Brasília, que nos disponibilizou um caminhão no sábado para até as 13h. O motorista acabou ficando até as 20h, sem reclamar, sem esmorecer. É muito bonito ver isso.” “Ficamos muito contentes com as doações de um grupo de médicos. Eles doaram vários remédios para diferentes problemas e doenças, e a TAM enviou para as cidades atingidas para o recebimento ser mais rápido”, afirma Volpi. O grande número de voluntários que se apresentou nos quartéis do Corpo de Bombeiros para trabalhar foi uma surpresa muito positiva. “Todos os dias recebemos pessoas interessa- das em ajudar no descarregamento e carregamento dos materiais, na triagem e separação dos produtos. Inclusive crianças e idosos vieram ajudar.” Volpi expõe que várias construtoras como Plaenge, A Yoshii e Artenge disponibilizaram funcionários para nos auxiliar. “Vários desses funcionários passaram dias nos ajudando a carregar as carretas com os mantimentos e roupas.” Em várias regiões da Cidade foram realizadas ações destinadas a socorrer os catarinenses. E são muitas as entidades e empresas envolvidas. Desde condomínios, entidades como a Associação Médica de Londrina (AML) e o Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina (CEAL), até vários supermercados, lojas, escolas particulares e estaduais se transformaram em pontos de arrecadação, como é o caso do Colégio Estadual Hugo Simas. De acordo com o diretor da rede de lojas Móveis Brasília, Marcelo Ontivero, assim que soube do problema, houve comoção imediata. “Como temos lojas em Balneário Camboriú, Blumenau e Itajaí, nos sentimos na obrigação de fazer alguma coisa para ajudar não só nossos colaboradores de lá, como também toda a população afetada pelas chuvas e deslizamentos de terra”, explica. Durante uma semana, foi montado um posto de coleta para arrecadação de roupas, calçados, água potável, mantimento, produtos de limpeza e funcionários e comunidade em geral puderam fazer suas doações. “Foram arrecadadas seis toneladas. Desse montante, 70% foram de roupas e calçados; o restante foi de alimentos, água e produtos de limpeza e de higiene pessoal”, revela Ontivero. O gerente de marketing da rede Super Muffato, Alexandre Hilário, conta que as lojas da rede também se envolveram. “São seis unidades do grupo em Londrina, mais uma loja de Ibiporã e desde que iniciamos a arrecadação já conseguimos juntar 30 caminhões que foram encaminhados para o Corpo de Bombeiros. Nove só de roupas e colchões.” Hilário afirma perceber assim que os clientes são muito solidários, pois por diversas vezes um dia era suficiente para lotar um caminhão. O transporte para o quartel foi feito com os caminhões da empresa. O Cedro Hotel também entrou no espírito e fez uma campanha. De acordo com o gerente Reinaldo Costa Junior, apenas cinco dias depois da primeira notícia sobre o problema em Santa Catarina já se iniciou a organização. “Começamos a receber doações conforme a necessidade dos desabrigados. Como num primeiro momento eles precisavam de roupas de vestir, roupas de cama e colchões, foram os itens que mais recebemos. Passamos então a recolher mais comida, produtos de limpeza.” Os funcionários do Shopping Catuaí, também se mobilizaram. Foi feito um programa para arrecadação interna entre os funcionários formam disponibilizadas caixas para a coleta e os bombeiros da Brigada de Incêndio do shopping levaram os donativos ao Corpo de Bombeiros. A Viação Garcia iniciou sua mobilização tão logo saiu a notícia da tragédia. A empresa se reuniu com a Defesa Civil e disponibilizou um baú de caminhão que possui capacidade para 17 toneladas. À medida que o caminhão enchia, ia sendo levado para Santa Catarina. Foram quatro viagens, de 24 a 27 de novembro, três saindo de Londrina e uma saindo de Umuarama. Outras duas carretas carregadas já estavam prontas para seguirem para Santa Catarina. Outro exemplo foi parceria do Colégio Maxi com o Auto Posto Aluvião. O colégio se tornou posto de recebimento de doações e, depois de alguns dias, as roupas, alimentos e colchões. A maioria das doações foi feita por alunos, pais, funcionários e colaboradores. A comunidade da região também participou. Cultura - No último sábado de novembro, Geraldo Azevedo esteve em Londrina para o um show no Teatro Ouro Verde. O evento foi promovido pela construtora Vectra. Quem doou um quilo de alimento não-perecível pagou meia-entrada. Foram arrecadados 530 quilos de alimentos. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 5 INTEGRAÇÃO A semente do Natal Projeto Natal no Céu une entidades e organizações locais para tornar a Cidade mais atraente e valorizar o espírito natalino – 2008 foi o ano em que o Natal de Londrina começou a ganhar novos contornos Betânia Rodrigues Especial para a ACIL O Natal de 2008 em Londrina se aproxima e deverá deixar três marcas muito bem definidas, luz, cultura e, acima de tudo, união. Essa é a concepção da campanha Natal no Céu, resultado da união de várias entidades e organizações locais em torno do objetivo de tornar Londrina mais atraente nessa época do ano. Uma idéia que, segundo os organizadores, está apenas começando. A iniciativa partiu da ACIL e engajaram-se no projeto a ONG Associação Mãos Estendidas (AME), Associação Amigos do Museu Histórico de Londrina (ASAM), Associação Imin 100, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Faculdade Inesul e Polícia Militar. Cada uma ofereceu sua parcela de contribuição. A AME, por exemplo, foi a responsável pela reativação da tradicional Casa do Papai Noel, instalada às margens do lago Igapó I. Utilizado nos últimos anos como gibiteca e sede da Patrulha Escolar, o imóvel foi decorado e iluminado, incluindo o jardim. Esta área foi aproveitada para receber corais e o próprio Papai Noel, que chegou ao local no dia 5 de dezembro. Segundo Aldo Pedalino, presidente da ONG, cerca de duas mil pessoas recepcionaram o Bom Velhinho. “É muito bom encontrar famílias inteiras, sentadas no gramado, admirando as luzes e os enfeites de Natal da Casa. É algo sublime”, afirma. Perto dali, um presépio em tamanho original, iluminado, na frente da faculdade Inesul, chama a atenção de pedestres e motoristas. O grande botijão, do antigo depósito Fuganti, preservado pela instituição de ensino, escora um Papai Noel gigante de madeira. Os empresários da Avenida Santos Dumont não deixaram por menos. Eles instalaram 30 árvores de arame no canteiro central da via, uma pomba da Paz na rotatória com a Avenida JK, enfeitaram as fachadas de suas empresas e contrataram um Papai Noel ambulante para visitar todos os estabelecimentos, de quarta a domingo, todas as noites. Para Marlene Nalin, o espírito natalino precisa de símbolos e ações para manter-se vivo. “Fizemos algo simples, mas de coração. Temos certeza que alcançaremos bons resultados”, diz a gerente da Sávio Café. “Da esquerda para direita, a partir do alto: Casa do Papai Noel, Praça Tomi Nakagawa, cantata de Natal na avenida Inglaterra, ave símbolo da paz na avenida Santos Dumont, dois detalhes da decoração na paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, lanchonete iluminado na Santos Dumont e Cine-Teatro Ouro Verde, decorado” No Centro da Cidade, a beleza da praça Tomi Nagakawa foi incrementada pela comunidade nipo-brasileira para comemorar o Natal do Centenário. Uma fileira de 21 árvores reluzentes conduz o visitante à estrutura que representa o navio Kasato Maru, iluminada e transformada numa árvore de Natal de 25 metros de altura. Na opinião de George Hiraiwa, integrante da Associação Imin 100, nos momentos de dificuldade o resgate da auto-estima é essencial. Segundo ele, JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 6 “Fábrica”produziu mais de 150 projetos A realização de oficinas de Natal destinadas a empresários e funcionários foi outra estratégia da ACIL para estimular a adesão à campanha Natal no Céu. Promoção Eficaz, Vitrinismo, Atendimento e Vendas e Motivação foram os temas desenvolvidos entre novembro e dezembro. O convite estendeu-se também aos não-associados que marcaram sua presença. Conforme levantamento da entidade, as oficinas de Atendimento e Vendas e Motivação foram as mais procuradas com 205 e 186 participantes respectivamente - nas duas etapas. “A alta rotatividade no comércio é, certamente, o principal motivo desta preferência. Em nossas pesquisas, estas duas áreas sempre são citadas como as mais carentes em profissionalização”, diz Débora Fernandes, do departamento de treinamento e locações da ACIL. O projeto Fábrica de Natal nasceu para combinar o fornecimento de ferramentas de desempenho com o estímulo à decoração natalina. Dezesseis universitários dos cursos de Arquitetura e Urbanismo (UEL) e Design de Interiores (Unopar) incumbiram-se de idealizar fachadas natalinas para comerciantes, industriais e prestadores de serviço da Cidade. Após o contato com aproximadamente 4.500 empresários, 303 aceitaram a oferta e 151 receberam a proposta de decoração. Entre estes figuram a Pizzaria Donatello e Casa de Calçados Ajita. Ambas concretizaram a idéia e garantem satisfação com o resultado. “Sempre decoramos o estabelecimento nesta época do ano. Porém fazíamos do nosso jeito. Desta vez, ficou um pouco mais caro e também mais bonito. Trabalhar num ambiente bonito é mais prazeroso. Além disso, agrada a clientela que – muitas vezes – sai de casa apenas com a pretensão de passear e geralmente acaba gastando”, disse Zaira dos Santos, proprietária da pizzaria. Maria Helena Silva, gerente de vendas da loja de calçados, situada na esquina das ruas Sergipe e João Cândido, é da mesma opinião e – pela primeira vez em oito anos – sua equipe contará com este apoio valioso. A concessionária Metronorte, da Avenida Brasília, e a Carambola Moda Infanto-Juvenil, do centro da Cidade, enfeitaram suas lojas por conta própria e também acreditam na aprovação dos clientes. Para Cláudio Felismino, gerente de vendas da concessionária, o dinheiro investido em decoração vale a pena. “Todos trabalham mais motivados e - conseqüentemente – rendem mais”, explicou. Apesar da famigerada crise internacional e seus desdobramentos no Brasil, Daniele Rubio, vendedora da Carambola, aposta que ninguém vai deixar de presentear neste Natal e a beleza para os olhos é o melhor estímulo. Os números da fábrica Total de empresas contatadas pelo telemarketing: 4.495 empresas Nº de associados: ....................................................... 1.291 Nº de não-associados: ................................................ 3.204 Total de empresas que aceitaram receber o projeto: ..... 303 Nº de associados: ............................................................ 65 Nº de não-associados: ................................................... 194 Total de projetos confeccionados: .......................... 151 Total de alunos envolvidos: ............................................. 16 UEL: ............................................................................. 11 Unopar: ......................................................................... 5 “Cenas do Natal em áreas comerciais e em instituições de Londrina” o melhor é deixar de lado a crise e criar uma realidade mais alegre. Com este intuito, a praça e o Museu Histórico também reservaram espaço a uma diversificada programação cultural. Nas duas primeiras semanas deste mês, objetos da Folia de Reis e o presépio da alfaiataria Dutra puderam ser apreciados – gratuitamente – nas dependências do Museu. “Nossa proposta é apresentar elementos da história de Londrina que são relacionados com o espírito de Natal”, explica Ignes Dequech Álvares, presidente da Associação Amigos do Museu. A iluminação de fachadas de empresas e edifícios surgiu tímida este ano, a exemplo do que se vem observando ao longo dos últimos anos. Mas o interesse apresentado pelas empresas locais pelos projetos de iluminação oferecidos pela Fábrica de Natal, projeto da ACIL, foi grande (leia mais no texto a seguir). A questão da iluminação foi um aspecto já previsto pelo Natal no contexto do Céu, em razão das dificuldades que surgiram desde o auge da Londrinatal, onze anos atrás. “Sabíamos que a conquista de adesões ao projeto se dará com o tempo, mas nosso objetivo principal foi lançar a semente. Trabalhamos para despertar o espírito natalino, independentemente do poder público e das preocupações que rondam a cabeça dos empresários. Em 2009, anteciparemos o calendário de estratégias. Vamos buscar o apoio da iniciativa privada e elaborar projetos para captação de recursos do governo federal. Não adianta chorar e cruzar os braços. Temos que caminhar para a frente e agregar valor ao que já fizemos”, avalia o presidente da ACIL, Marcelo Cassa. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 7 MERCADO INTERNACIONAL Exportar está muito mais rápido Novo Terminal Alfandegário, inaugurado este mês, torna operações de importação e exportação mais ágeis. Especialista sugere que empresas comecem logo a utilizar o chamado “Porto Seco” de Londrina Luiz Bartelli Especial para a ACIL Desde o dia 5 de dezembro Londrina é a 33ª cidade do País a possuir um Terminal Internacional de Cargas Alfandegárias (Teca), mais conhecido como “Porto Seco”, instalado no Aeroporto Governador José Richa – que, aliás, é o nome oficial do Aeroporto de Londrina. “O maior ganho da Cidade com a instalação do Terminal de Cargas está na abertura de uma via mais rápida para a importação e a exportação para as empresas locais”, destaca a diretora da Conexão Assessoria de Comércio Exterior, Ana Flávia Pigozzo. A empresa é responsável por coordenar a operação que envolve o desembaraço na burocracia e no trâmite de nacionalização e exportação de produtos. “Na prática o empresariado da região será beneficiado com a redução do tempo de espera na logística do envio e recebimento de cargas por outros aeroportos. O que antes demorava no porto marítimo uma média de 15 dias será enviado para cá e será despachado em até 48 horas.” Em relação às vantagens financeiras que envolvem o uso do Terminal de Cargas, Ana Flávia é cautelosa. “Ainda não é possível afirmar quanto será gasto no processo porque as atividades ainda não começaram”, pondera. Ela explica que embora as taxas viárias sejam mais altas, o empresário pode Bernardo: desembaraço feito em Londrina gera economia de tempo e dinheiro para empresários Gaudenzi: estimativa de movimentação anual é de US$ 700 milhões ter lucro uma vez que como o Teca oferece maior rapidez nos processos de negociação, as empresas evitam a estocagem de produtos, o que aumenta o número de mercadorias em circulação e evita a estagnação do capital. “Com essa aceleração do trânsito aduaneiro o custo de manter uma carga parada por um longo período também diminui, o que no mercado atual é um grande diferencial para a circulação e o rendimento de capital.” Ana Flávia também ressalta que é importante que o empresariado local inicie as atividades no Terminal de Cargas o quanto antes, para que avaliações concretas sobre o funcionamento e a estrutura do Teca possam ser realizadas. “É recomendável que os empresários realizem logo as transações no local para que seja realizado um teste prático do terminal. Somente assim poderemos avaliar o que precisa ser melhorado e quais as deficiências do Teca londrinense”, ressalta. “É preciso colocar Londrina na rota das atividades aduaneiras o quanto antes para que possamos sentir tudo o que de bom um empreendimento como este vai trazer para a Cidade.” Maior circulação - Maior agilidade, redução de despesas na exportação e o desenvolvimento de Londrina como pólo comercial da região norte do Paraná, estas são algumas das características que a cidade vai desenvolver com a implementação do Terminal de Cargas, de acordo com o presidente da Companhia de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Mauro Viecili. ”Vão surgir demandas e o município vai precisar se adequar a elas”, destaca. A construção de um viaduto na rua Bolívia e a duplicação da via serão necessárias no futuro, segundo Viecili, para atender ao aumento de tráfego no JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 8 entorno do Teca. “Além disso, o aumento e o alargamento da pista do aeroporto já estão nos planos da Infraero. Assim como a instalação do ILS (sigla em inglês para Sistema de Aproximação de Precisão, aparelho que auxilia as aeronaves a pousar em condições climáticas adversas), que o município está intermediando para que ainda este ano soluções possam ser apresentadas para este problema”, afirma. Quanto à vinda de novos empresários e empreendimentos para o município, Viecilli prefere não apontar números. “Ainda não posso dizer quem, mas empresários de um grande grupo já estão vindo para Londrina por causa do novo Terminal de Cargas. Só posso contar que eles vão se instalar entre a BR-369 e a ferrovia.” O presidente da regional Londrina da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Arnaldo Falanca, acredita que com a instalação do Terminal de Cargas não apenas a comercialização de produtos aumentará, mas também o número de empregos e da presença de empresários que não utilizavam Londrina como ponto de realização de negócios. “Com essa abertura do município e região para o mundo, esperamos o crescimento da prestação de serviços dos hotéis, bares, restaurantes e do comércio em geral”, aponta Falanca. “Esse projeto é um primeiro passo para uma caminhada maior que Londrina vai começar a experimentar e todos ganharão com isso.” Terminal Alfandegário - Mesmo que popularmente seja conhecido como “Porto Seco”, o superintendente de Logística de cargas da Infraero, Edinaldo Pinheiro Santos, ressalta que em Londrina o correto é dizer que a Cidade possui agora um Terminal Alfandegário, por estar na zona aeroportuária. “Um Porto Seco tem por característica estar instalado fora do aeroporto, o que não é o caso de Londrina”, explica. “Na Cidade, a comercialização das exportações e importações também poderá ocorrer por vias rodoviárias, devido à localização geográfica do município, que é próximo a centros como Guarulhos (SP) e Campinas (SP), e por isso o mais correto é classificar o local como um Terminal de Cargas e não Porto Seco”, ressalva. A definição feita por Santos coincide com a reivindicação feita, em 1983, pelo então Departamento de Comércio Exterior da ACIL em contatos com o Ministério das Relações Exteriores. Uma consulta feita pela entidade, segundo registra o livro “Poder Emergente no Sertão”, do jornalista Widson Schwartz, ouviu empresários da região e do interior do São Paulo para medir a viabilidade de concentrar no Aeroporto de Londrina “cargas condizentes com uma alfândega, que favoreceria as exportações”. Com a operacionalização logística das cargas em Londrina, as empresas poderão agora iniciar um processo de internacionalização das mercadorias, o que na opinião do gerente regional de logística da Infraero, Jorge Herdina, facilita o relacionamento entre os órgãos públicos e o empresariado. “Compete agora ao mercado aproveitar a oportunidade e saber usá-la. Afinal, num único ponto estão reunidas a Agência Nacional de Vigilância Sanitária Área interna do terminal, no dia da inauguração: conquista aguardada há mais de duas décadas (Anvisa), a Receita Federal e o Ministério da Agricultura”, ressalta Herdina. “A facilidade está disponibilizada e é o mercado que vai ditar qual o melhor meio de comercialização a ser empregado, o rodoviário ou o aéreo.” Giro de US$ 700 mi - O Terminal de Cargas de Londrina foi inaugurado durante solenidade no último dia 5 e contou com a presença do prefeito Nedson Micheleti, do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, do presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, do superintendente da Receita Federal no sul do país, Luiz Bernardi, entre outras autoridades municipais e estaduais. De acordo com o presidente da Infraero, dos 67 aeroportos em todo o País administrados pela empresa, Londrina passa a ser um dos 17 rentáveis. “O balanço de entradas e saídas de mercadorias pelo Teca de Londrina é de que será movimentado cerca de U$ 700 milhões/ano, tornando o Aeroporto superavitário”, afirma Sérgio Gaudenzi. “Esperamos que toda a região possa usufruir desta obra de forma plena.” O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, destacou que mesmo em tempos de crise a economia brasileira continua sustentável e obras como a do Teca londrinense são feitas para somar o trabalho dos empresários locais. “Com o desembaraço das importações e exportações de mercadorias aqui em Londrina, os empresários ganham tempo e dinheiro”, destacou Paulo Bernardo. Já Nedson Micheleti apontou a geração de empregos diretos e indiretos que o Teca já começa a trazer. “Só com a previsão da abertura, estimamos a criação de mais de 10 mil empregos com indústrias que já pensam em se instalar na região”, afirmou. A Infraero investiu R$ 1 milhão na obra, que conta com três câmaras frias para receber produtos perecíveis e remédios; dois laboratórios, que serão de responsabilidade da Anvisa e do Ministério da Agricultura; e cinco escritórios da Receita Federal. O espaço ganhou ainda duas empilhadeiras e equipamentos para o funcionamento dos escritórios e laboratórios. Ao todo, 12 funcionários da Infraero trabalharão no local, situado no galpão que antes pertencia à Vaspex, anexo ao aeroporto. O Teca de Londrina é o 6º terminal de cargas em aeroportos da região Sul do País. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 9 EMPREENDEDORES Muito longe do Calçadão Para os donos de empresas instaladas em distritos rurais, o pouco movimento nas ruas não assusta, porque faz parte do cenário e até entra como vantagem Glória Galembeck especial para a ACIL Distantes dezenas de quilômetros de Londrina, os empresários de regiões rurais reúnem muitas características do espírito empreendedor sem, entretanto, jamais ter freqüentado um curso de capacitação. Criatividade, persistência e ousadia são marcas de muitos comerciantes ouvidos pelo Jornal da ACIL, e quase todos estão em empresas familiares. A preocupação com a concorrência freqüentemente não existe porque, em vários casos, simplesmente não há concorrente. E não é só porque estão longe da área urbana que esses empresários deixam de sentir os efeitos da crise financeira mundial. Pelo contrário, o fantasma das demissões assusta esses empreendedores pela seguinte razão: cada vez mais o trabalho na cidade, e não no campo, é a fonte de renda dos moradores dos distritos rurais. No distrito de Paiquerê (na região sul do município) a família Moura atende às necessidades dos moradores desde 1974. Hoje, o clã é dono de quatro bares, um mercado e um depósito de materiais para construção. Seis irmãos tocam os negócios. Maria da Graça Moura - uma das filhas de José Moura, quem deu início a vocação familiar - é responsável por cuidar do mercado. “No começo era um armazém, mas foi crescendo e se adaptando. Hoje, vendemos para o pessoal de Paiquerê e Guairacá”, diz. O mercado José G. Moura e Irmão vende gêneros alimentícios, artigos de higiene pessoal, limpeza e conta com um açougue. O pagamento pode ser feito no débito ou a crédito, porque o mercado está equipado com uma máquina Visa. Cerca de 150 pessoas compõem a parcela mais fiel da clientela, e têm direito até a comprar fiado. “É mais do que amizade, não tem como explicar, é muito mais do que se espera de qualquer pessoa”, tenta definir. Três vezes na semana, Maria da Graça vem a Londrina para fazer serviços bancários e comprar mercadorias, e diz que não gostaria de ser comerciante por aqui. “Londrina é mais agitado, e eu prefiro a tranqüilidade. Outra coisa é que aqui [Paiquerê] o público é menos exigente”, revela. Empreender no distrito traz algumas Noemi de Oliveira tem um bazar dentro de um brechó e imprime o próprio material de propaganda: microempreendedora Edna de Souza, incomodada com o pequeno movimento: vendas paradas e serviço de casa sem fazer Rosinete Fogaça: “Reformamos o mercado trabalhando aqui mesmo, começou um ano atrás e ainda não terminou” limitações. Não há, em Paiquerê, local autorizado pela Vigilância Sanitária a abater gado. Por isso, os 200 quilos de carne vendidos semanalmente são comprados na área urbana de Londrina. “É mais barato do que levar o gado de Paiquerê para abater em Londrina e depois trazer de volta”, calcula. Embora a vida em Paiquerê seja tranqüila, o mercado está equipado com câmeras de segurança. De vez em quando, algum moleque pega um doce e sai sem pagar, mas o problema maior acontece durante a Festa do Milho, tradicional comemoração que ocorre em março ou abril – depende do ano. “Nessa festa vem muita gente de fora. Faz dois anos, fomos assaltados nos dias da festa; certeza que foi gente de fora”, diz Maria da Graça. Ela tem dois concorrentes. Com um deles, se dá bem e até faz alertas em relação a fornecedores mal intencionados. Com o outro, o mercado Fogaça, a relação é mesmo de concorrência. Recentemente o Fogaça, que tem 13 anos de existência, passou por reforma e ampliação. A família também é dona de um depósito de materiais para construção e quem vai às compras no mercado pode tirar pedidos para sua obra lá mesmo. Rosinete Ferreira Fogaça toca os negócios junto com o marido. “Reformamos o mercado trabalhando aqui mesmo, começou um ano atrás e ainda não terminou. Vamos ter padaria e mais gôndolas para diversificar os produtos”, afirma. A família passa boa parte do dia na estrada já que os filhos do casal estudam em Londrina – pelo menos quatro viagens são feitas diariamente. Apesar desse inconveniente, o casal nem sequer pensa em sair de Paiquerê. “Precisa de mais estrutura para trabalhar em Londrina, aqui é mais simples”, diz. As concorrentes Maria da Graça e Rosinete afirmam que a capacitação específica para o comércio não faz falta. Mas Noemi Aparecida de Oliveira, que trabalha na mesma rua, bem que JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 10 gostaria de estudar mais sobre seu ofício. Em parceria com uma amiga, ela mantém um bazar dentro de um brechó. De um lado, roupas e calçados usados e, de outro, artigos novinhos em folha comprados no bairro do Brás, em São Paulo. “Eu era auxiliar de corte numa confecção, e sempre gostei de assistir Pequenas Empresas Grandes Negócios [programa de televisão voltado a micro e pequenos empresários] e lia muito sobre empreendedorismo. Um dia resolvi tentar ter meu próprio negócio. Faz um ano já. No começo foi difícil, mas precisa ter persistência. Hoje, as pessoas já me conhecem e sabem o que eu tenho para vender”, revela. Quando tem alguma novidade no bazar, Noemi imprime cartazes no computador e os afixa no posto de saúde e na fachada da loja. Mas tem dias que não adianta: não há viv’alma na rua. Ela diz não saber se é reflexo da crise internacional ou por alguma outra razão, o movimento tem diminuído nas últimas semanas. “As pessoas estão indo mais atrás do que é necessário mesmo”, arrisca. A rua vazia também desagrada Edna de Souza, proprietária da Dani Modas, Vinho leva Guaravera a várias partes do País Marcos Cupini: “Planilha para mim não serve. Quero sofisticar cada vez mais, mas isso a gente faz por instinto” A expectativa de que os produtores de uva de Guaravera pudessem produzir para a indústria do vinho levou, 15 anos atrás, os irmãos Dirceu e Luiz Carlos Gazzi a sair do Rio Grande do Sul e se instalar no distrito. A parceria com os produtores nunca aconteceu, mas, com a estrutura montada e de olho no mercado norte-paranaense, os irmãos permaneceram em Guaravera e a estrutura foi mantida. O frete de 28 mil litros da polpa da uva do Rio Grande do Sul até a fábrica na zona rural de Londrina custa cerca de R$ 3 mil. O produto é padronizado e envasado na unidade de Guaravera. Seria mais barato se a uva fosse produzida na região, mas os empreendedores não pensam em deixar o distrito, como informa a gerente administrativa Régia Reiko Toda Maziero. “Vamos abrir um escritório administrativo em Londrina para facilitar as negociações do departamento comercial, mas seria inviável tirar a fábrica daqui, todos funcionários moram em Guaravera, e o imóveis são próprios. A marca Guaravera é forte e está no lugar certo”, afirma. Hoje o vinho Guaravera é vendido nos estados da região Sul, em São Paulo, Minas Gerais e está com penetração crescente em no Pará e no Amapá. Sérgio Martins herdou a farmácia Guaravera: “Aqui já teve outra farmácia, mas o distrito não comporta, não deu certo” loja de confecções no distrito da Warta (na região norte do município). O incômodo é duplo: primeiro, a loja deixa de vender e, segundo, o serviço em casa fica parado na ausência da mãe e dona de casa. A Dani Modas existe há 15 anos e é o único estabelecimento do gênero na Warta. No começo, toda a mercadoria cabia em duas sacolas. “Eu fazia salgados e vendia na rua. Minha irmã começou a vender roupas e me chamou. Deu certo e a loja já tem 15 anos”, conta. Edna compra suas roupas no Brás, em São Paulo, mas resolveu inovar cerca de um ano atrás. “Eu tinha umas idéias na cabeça, aí, além das roupas do Brás, comecei a comprar tecido. Eu pago para uma facção costurar para mim”, informa. A facção faz blusinhas e vestidos e, assim, surgiu uma marca própria, a Loyalty. “Fidelizar o cliente não é só no preço, é oferecer o produto do jeito que ele quer. Minhas clientes são minhas amigas”. Uma dessas amigas é Maria do Carmo Lopes, a Carmita, que levou até uma cadeira de sua casa para deixar na loja e passa boa parte do dia por lá. A empresária, que nunca fez um curso voltado para gestão de negócios ou confecção, tem planos de expandir sua marca. Junto com uma sócia, alugou uma loja em Londrina, onde foi o Center Shop, que pegou fogo, e deu lugar ao Show das Fábricas. “Tenho muita vontade de crescer, só me falta o dinheiro”, ressalva. Vizinho a Dani Modas está o bar do Galizé, apelido de Marcos Cupini. Ele tem 42 anos e, quando nasceu, o bar já existia, propriedade do pai e dos tios. Toda a bagagem adquirida com os parentes e no dia-a-dia atrás do balcão, segundo Cupini, não deixam a menor necessidade de buscar instrução. “Planilha para mim não serve. Aqui, na minha realidade, só preciso de experiência. Quero sofisticar cada vez mais, mas isso a gente faz por instinto.” O bar tem dois concorrentes e a relação é Fase final do processo de produção e engarrafamento do vinho que leva o nome do distrito: polpa de uva vem do Rio Grande do Sul “Seria inviável tirar a fábrica daqui, todos funcionários moram em Guaravera, e o imóveis são próprios. A marca Guaravera é forte e está no lugar certo” Régia Maziero, gerente JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 de amizade. A sorveteria de Clércio Vilalta, no distrito de Guaravera (região sul do município), não tem concorrente e nem colegas para discutir problemas. Com 13 anos de vida, é o único estabelecimento do distrito que vende sorvete de massa. A quase ausência de movimento num dia de semana não intimida o comerciante. “Em Londrina tem mais oportunidades, mais movimento, mas também tem mais dificuldade e mais gente fazendo a mesma coisa que você”, analisa. A sorveteria garante o sustento da família, formada por quatro pessoas. “Temos um padrão comum, minha filha mais velha, de 21 anos, está se formando em Administração na UEL. Mas acho que ela não vai querer tocar o negócio”, diz Clércio, também pai de um menino de 14 anos. Ao lado da sorveteria, também sem concorrente, a farmácia Guaravera impera. No distrito há 26 anos, a farmácia já atendeu gerações de moradores. “Aqui já teve outra farmácia, mas o distrito não comporta, não deu certo”, informa Sérgio Martins da Silva, filho do farmacêutico Ozias Tomé da Silva, fundador da farmácia. Os rótulos atuais nas prateleiras contrastam com o aspecto da farmácia, bem cuidado, mas parado no tempo. “Aqui não temos para 11 Fábio Silva: imóvel próprio, com loja de roupas da frente, salão de beleza nos fundos “Dono da única sorveteria de massa em Guaravera: “Em Londrina tem mais oportunidades, mais movimento, mas também tem mais dificuldade e mais gente fazendo a mesma coisa que você” Clércio Vilalta onde expandir, é só manter. A venda é feita por receituário e, se não temos alguma coisa, fazemos pedido”, afirma. Há menos tempo na praça, mas não menos procurada, é a loja de roupas e utilidades para o lar de Fábio Roberto da Silva e da esposa, a esteticista Simone Fagundes. Depois de três idas ao Japão para juntar dinheiro, Fábio, que é descendente de japoneses, decidiu abrir um negócio próprio. Para reduzir os gastos correntes, comprou o imóvel no qual trabalha e vive. Nos fundos, Simone, a única esteticista de Guaravera, atende suas clientes. A expectativa de ambos é que os moradores do distrito tenham sempre emprego e renda. “Tem ônibus para Londrina de hora em hora. Isso é bom porque, aqui, não tem muito serviço. Foi-se a época do café, foi-se a época do algodão. Quem consegue, trabalha em Londrina”, conta Fábio. Por essa razão, o maior movimento na loja é aos sábados. A maior parte das vendas é fiado, “na confiança”, e aceitar cartão de débito e crédito nem passa pelos planos. O casal gostaria de ampliar os negócios, mas Fábio sente falta de informação a respeito de linhas de crédito e financiamento. Todos os passos são dados com base na intuição e no tino para o comércio. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 12 DENGUE Dengue, a consciência de cada um As campanhas se sucedem, o quadro melhora, mas a infestação volta com força. Assim tem sido a luta contra o mosquito da dengue em Londrina. Nessa guerra, muitas vezes é o cidadão quem dá abrigo ao inimigo Katia Baggio Especial para a ACIL Segundo o site do Ministério da Saúde, a dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que entre 50 a 100 milhões de pessoas sejam infectadas anualmente, em mais de 100 países, de todos os continentes, exceto a Europa. Cerca de 550 mil doentes necessitam de hospitalização e 20 mil morrem em conseqüência da dengue. Uma das principais causas de disseminação da dengue é a dificuldade em eliminar o mosquito Aedes aegypti, que transmite doença. Ele se reproduz com muita facilidade em qualquer recipiente utilizado para armazenar água, tanto em áreas sombrias como ensolaradas. Os mais comuns são caixas d’água, barris, tambores, vidros, potes, pratos e vasos de plantas ou flores, tanques, cisternas, garrafas, latas, pneus, panelas, calhas de telhados, bandejas, bacias, drenos de escoamento, canaletas, blocos de cimento, urnas de cemitério, folhas de plantas, tocos e bambus, buracos de árvores e todos os locais que podem armazenar água. Mas não foi sempre assim. O coordenador de endemias da Secretaria Municipal de Saúde, Luiz Alfredo Gonçalves, combate a dengue há 22 anos e diz que nesse período viu focos do mosquito surgirem em locais nunca antes registrados. “No início só encontrávamos focos em pontos considerados estratégicos, como borracharia, ferro-velho, cemitério, depósito de material de construção e oficina mecânica, mas hoje os agentes registram todos os dias focos atrás de geladeiras, máquinas de lavar, ralos de banheiro, vaso sanitário e outros pontos, principalmente em residências e praticamente acabaram os focos nos pontos tradicionais”. Este é, seguramente, um alerta sobre a responsabilidade de cada um, tanto no que faz como no que deixa de fazer para ajudar a reduzir a população de mosquitos. Em 2007, Londrina confirmou 828 casos de dengue. Este ano foram 128 casos confirmados até o fechamento desta edição do Jornal da ACIL, entre 3.500 notificações (quando há suspeita da doença). Foram 113 casos autóctones (doença contraída na Cidade) e 15 importados (pessoas vieram de outros locais com a doença). Gonçalves diz que foi armada quase uma operação de guerra para eliminar focos. “Em 2006, quando a doença começou a se espalhar com mais rapidez, o município investiu R$ 500 mil em campanhas publicitárias contra a dengue, através de outdoors, camisetas, cartazes, palestras, além de divulgação em rádio, TV e jornais e, mesmo assim, em 2007 foram registrados 828 casos. Se não tem comprometimento, mudança de hábito, não adianta gastar milhões. A dengue é um caso de saúde JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 pública que depende, basicamente, da população.” Ele afirma que um pelotão de 650 agentes trabalha permanentemente, mas cada um consegue retornar ao mesmo bairro somente a cada dois ou três meses e muitas vezes a situação está exatamente como foi encontrada na última visita do agente. “Eles relatam que fazem a vistoria nas residências, jogam fora a água acumulada que encontram, explicam como evitar o acúmulo de água, respondem dúvidas e a família parece sensibilizada, mas poucos meses depois, a maioria descuidou de novo”. O coordenador revela que Londrina é uma das cidades brasileiras com risco potencial de ter óbito por dengue hemorrágica porque registra a presença do vetor (mosquito) no período mais crítico do ano, de novembro a abril. O Ministério da Saúde considera praticamente impossível eliminar a dengue, mas aponta a quebra da cadeia de transmissão, com a eliminação dos locais de reprodução do mosquito, o principal ponto a ser atacado. Segundo o site do Ministério da Saúde, a prevenção e as medidas de combate exigem a participação e a mobilização de toda a comunidade a partir da adoção de medidas simples, visando à interrupção do ciclo de transmissão e contaminação. Caso contrário, as ações isoladas poderão ser insuficientes para acabar com os focos da doença. Na eventualidade de uma epidemia de dengue numa comunidade ou município, há a necessidade de serem executadas medidas de controle como o uso de inseticidas aplicados através de carro-fumacê ou nebulização, para diminuir o número de mosquitos adultos transmissores e interromper a disseminação da epidemia. Nessa oportunidade, ainda segundo o Ministério da Saúde, a comunidade deve cooperar com o processo de nebulização, mantendo as portas e janelas das casas abertas, de modo a permitir a entrada do inseticida. Gonçalves diz que a redução drástica no número de casos confirmados em Londrina este ano se deve à ação do poder público, mas também à mobilização da sociedade civil organizada. “Foi fundamental a participação de organizações não-governamentais, associações de bairro e outros grupos no processo de conscientização e redução 13 de focos, mas esta iniciativa precisa ser mantida e seguida por quem ainda não aderiu.” Até uma lei permite a cobrança de multa pela Prefeitura, para cada foco encontrado. Os valores iam de R$ 50,00 a R$ 300,00. A partir de julho o valor passou a ser único, R$ 700,00. Se não é a maneira mais correta de conscientizar, não deixa de ter sua eficácia, afinal, quem não se sensibiliza com as orientações, acaba agindo pressionado pelo bolso. A Secretaria Municipal de Saúde aderiu ao Dia Estadual de Mobilização e Combate à Dengue, que aconteceu dia 12 de dezembro. A diretora de Epidemiologia e Informações em Saúde da secretaria de Saúde do Município, Sônia Fernandes, informa que entre as ações de reforço no combate à doença estão a capacitação de 100% dos médicos e enfermeiros da rede municipal de saúde e também dos agentes comunitários de saúde e de controle de endemias da secretaria. “Eles também estão reforçando as orientações de conscientização e os mutirões de limpeza pela Cidade. Estamos lutando para ter um verão com menos dengue”, afirma Sônia Fernandes. Transmissão - Uma informação importante: a dengue não é contagiosa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. A fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos. O Aedes aegypti procria muito rápido e o mosquito adulto vive em média 45 dias. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descobriram que a fêmea do Aedes voa até a mil metros de distância de seus ovos, o que revela sua capacidade de contaminação. Antes, acreditava-se que a distância era de apenas cem metros. O Jornal da ACIL procurou conversar com vítimas da doença, mas encontrou dificuldades. A diretora de Epidemiologia do Município, Sônia Fernandes, disse que as pessoas ficam sensibilizadas para o problema quando estão doentes ou logo que se recuperam, “mas depois revelam certo constrangimento em falar que tiveram dengue”. Confira os sintomas e como age o transmissor O Mosquito aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e no final da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói, nem coça. Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias. O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. Depois desse período os sintomas aparecem: Dengue Clássica Febre alta com início súbito - forte dor de cabeça - dor atrás dos olhos, que piora ao movimentar o globo ocular - perda do paladar e apetite manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores - náuseas e vômitos – tonturas - extremo cansaço - moleza e dor no corpo - muitas dores nos ossos e articulações. A dengue, mesmo na forma clássica, é uma doença séria. Caso a pessoa seja portadora de alguma doença crônica, como problemas cardíacos, devem ser tomados cuidados especiais. Dengue hemorrágica Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. No entanto, ocorre um período crítico na transição da fase febril para a fase sem febre, geralmente após o terceiro dia da doença. Sem febre o paciente fica com uma falsa sensação de melhora, mas em seguida o quadro clínico piora. É preciso ficar alerta quando acaba a febre e começam a surgir outros sinais: dores abdominais fortes e contínuas - vômitos persistentes - pele pálida, fria e úmida - sangramento pelo nariz, boca e gengivas - manchas vermelhas na pele - sonolência, agitação e confusão mental - sede excessiva e boca seca - pulso rápido e fraco - dificuldade respiratória – perda de consciência. Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava muito rápido, com sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. Mas, para que a dengue seja corretamente diagnosticada é preciso procurar um médico. Luiz Alfredo Gonçalves alerta para o fato de que uma pessoa pode pegar dengue mais de uma vez. “Não será do mesmo vírus, porque existem quatro formas conhecidas do vírus da dengue, mas o risco de contrair a forma hemorrágica é maior em pacientes que já tiveram a doença na forma clássica.” O Ministério da Saúde informa que as pesquisas podem chegar a uma vacina contra a dengue em cinco anos. A vacina seria mais complexa que as demais porque a doença tem quatro vírus identificados até o momento, um desafio para os pesquisadores. Será necessário fazer uma combinação de todos os vírus para que se obtenha um imunizante realmente eficaz contra a doença. Quem quiser obter mais informações sobre a dengue pode entrar no site do Ministério da Saúde, www.saude.gov.br. Também há um número de telefone disponível, é o Disque Saúde, 0800 61 1997. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 14 Cooper Integra une empresá Projeto consegue aproximação estratégica entre o setor produtivo e Érika Pelegrino Especial para a ACIL Durante meses a equipe de funcionários trabalhou tentando solucionar o problema, mas a mesa teimava em bambear. Decidiram então buscar ajuda junto à Universidade Estadual de Londrina (UEL). Um engenheiro de montagem foi até a empresa e depois de algumas orientações a solução foi encontrada. “Em dois minutos foi resolvido um problema com o qual nos debatíamos há pelo menos seis meses”, afirma o empresário Valter Orsi, proprietário da Indusfrio, especializada em montagem de cozinha industrial. Esta situação traduz com exatidão a essência do projeto Integra: promover ações de cooperação entre setores empresarial e industrial e universidades. O projeto nasceu este ano e já tem como meta “consolidar o Paraná, em três anos, entre os estados que apresentam maiores índices de inovação resultantes da cooperação entre os agentes de desenvolvimento”, de acordo com a presidente do comitê gestor do Integra, Rosi Sabino. O projeto é idealizado e promovido pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), Adetec, Fiep, Sebrae, UEL e Unopar. “Partimos do princípio de que o desenvolvimento se dá quando existem empresas inovadoras”, afirma Rosi Sabino, presidente do comitê gestor do Integra. Segundo ela, estas empresas só existem em um ambiente de cooperação, pois prescindem do conhecimento gerado nos centros de pesquisas, nas universidades. “Num primeiro momento trabalhamos para criar uma massa crítica e sensibilizar as indústrias, empresas, universidades, para adotarem ações conjuntas”, afirma Sabino. Mais de 50 empresas e indústrias, além de universidades, se envolveram neste trabalho através do Núcleo de Empreendedorismo e Inovação da Adetec e do Café Tecnológico da ACIL. O empresário Valter Orsi afirma que a cooperação entre os setores empresarial e industrial e os centros de pesquisa é o desafio do Brasil. “Alemanha, Estados Unidos e França já trabalham nesta perspectiva”, afirma. “Através do Integra estamos quebrando um paradigma e colocando o potencial das universidades em apoio Presidente da ACIL, Marcelo Cassa, fala durante Café Tecnológico realizado na ACIL: encontros mensais mostram experiências de sucesso que servem de espelho para empresariado local JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 15 peração ários e universidades ivo e as instituições de ensino. Resultados já podem ser observados às empresas. Isto as fortalece, fortalece a região, gera mais empregos e garante a satisfação dos clientes.” No entanto, o empresário acredita que esta integração “ainda é tímida”. “Estamos caminhando. Mas o empresário não vai à universidade e a universidade ainda não vai ao empresário.” Sabino afirma que o trabalho tem sido neste sentido. “Queremos que os empresários aproveitem o conhecimento gerado nas universidades”, afirma. “É importante valorizar o fato de que muitas empresas surgem da universidade. E das instituições de ensino o objetivo é fazer com que o aluno volte para a comunidade e promova mecanismos de cooperação”. Sabino acredita que os primeiros passos já foram dados e as perspectivas e desafios para 2009 são criar instrumentos e realizar ações efetivas para a integração. “Precisamos identificar o nó da cooperação. Saber o que cada um dos agentes pode ganhar com o processo, trazer pessoas que já tenham identificado estas ferramentas e as utilize há pelo menos 10 anos.” O empresário Samuel Baba radicado em Genebra, Suíça, há quase 40 anos, aposta nas ações de cooperação em seu retorno ao Brasil, mais especificamente a Londrina. Ele participou do Café Tecnológico, que aconteceu no início do mês na ACIL, já com a perspectiva de buscar esta integração para o negócio que quer abrir em Londrina e na região, na área de biotecnologia e meio ambiente. Samuel Baba afirma que encontrou em Londrina, através do Integra, “um exemplo magnífico de integração entre indústria e academia”. Academia - Rosi Sabino, além de gestora do comitê do projeto Integra, é docente da Unopar e afirma que tem envolvido os alunos nos cafés tecnológicos promovidos pela ACIL para que já amadureçam a mentalidade da cooperação. O pró-reitor de extensão da UEL, Paulo Bassani, também confirma a importância da participação das universidades no projeto. “A UEL está trabalhando a integração entre a sociedade e as empresas em busca do desenvolvimento sustentável, através da Agência de Inovação Tecnológica (INTEC), de setores de extensão e de pesquisa”, afirma. Bassani concorda que o conhecimento JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 16 produzido na universidade ainda não chega totalmente à comunidade e este é o seu desafio participando do Integra e de uma série de outras ações. “Estamos buscando unir o saber da universidade com a engenhosidade popular”, conclui. Resultados próximos - O Congresso Paranaense de Integração Universidade, Centro da Pesquisa e Empresa (Integra) terá sua segunda edição entre os dias 4 e 6 de março de 2009. O tema será “Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável aliando Conhecimento, Cooperação e Inovação”. De acordo com a presidente do comitê gestor do Integra, Rosi Sabino, serão abordados aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade do conhecimento e a busca de soluções para vencer novos desafios. O presidente da ACIL, Marcelo Cassa, afirma que o Integra se tornou mais do que um evento pontual. Os frutos destas ações são o que Cassa espera ver já no próximo ano. “Esperamos que em 2009 tenhamos resultados destes empresários que se relacionaram com universidades para que a sociedade possa conhecê-los.” Na sua avaliação, o Integra muda a concepção de desenvolvimento de Londrina que já foi centrado na cultura do café, hoje no agronegócio, para os ativos intelectuais aplicados nos produtos da indústria e na prestação de serviço. “Ao buscar o conhecimento das universidades, os empresários Rosi Sabino: “Partimos do princípio de que o desenvolvimento se dá quando existem empresas inovadoras” agregam valor aos nossos produtos e utiliza a mão-de-obra formada nas faculdades e que hoje acaba se transferindo para outros centros.” O lançamento oficial do Integra 2009 aconteceu no Café Tecnológico promovido pela ACIL no início de Orsi: “Através do Integra estamos quebrando um paradigma e colocando o potencial das universidades em apoio às empresas” dezembro. Estes eventos acontecem mensalmente e reúnem cerca de 40 empresários e representantes de universidades que discutem os desafios da integração e assistem palestra de um empresário convidado que já tem know-how na cooperação. Paulo Bassani: “Estamos buscando unir o saber da universidade com a engenhosidade popular” A convidada deste Café Tecnológico foi Carmen Maria Donaduzzi, diretora de Pesquisa e Desenvolvimento da Prati, Donaduzzi e Cia. Ltda. Ela falou sobre sua experiência em Toledo, no Oeste do Paraná. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 17 INTEGRAÇÃO 2009 será ano de colheita para a Terra Roxa Criada há quatro anos, agência de desenvolvimento lança publicação especial para “vender” o Norte do Paraná para o mundo e cria centro de estudos sobre os países que compõem o chamado BRIC Érika Pelegrino A consolidação das ações de integração para a busca de novos investimentos e o fortalecimento da divulgação das potencialidades do Norte do Paraná para o Brasil e o mundo. Estas são as duas metas principais da Agência de Desenvolvimento Terra Roxa Investimentos (TRI) para 2009. “Atingirmos esses objetivos essenciais será uma grande conquista”, define o presidente da TRI, Fernando Kireeff. Implantada em 2004, a TRI trabalha com o conceito de desenvolvimento focado na integração e articulação entre os municípios e a promoção do desenvolvimento econômico, divulgando para o Brasil e o mundo os atrativos da região. “Desenvolvemos estratégias, fomentamos e implementamos ações pró-ativas para atrair investimentos para a região. Em 2009 vamos começar a colher os resultados”, afirma Kireeff. Entre os frutos a serem colhidos o principal é a aproximação com a Itália.e a Índia. A TRI, de acordo com seu presidente, investiu muito no relacionamento com estes dois países. A primeira comitiva de empresários italianos chega em abril de 2009. Kireeff afirma que com este país a expectativa é de gerar negócios, especialmente no setor de processamento alimentício. “A Itália é muito forte neste ramo”, afirma. Outro know-how que a Itália possui e que interessa para a região é o da indústria de metal-mecânica. Com a Índia, Kireeff afirma que os negócios devem ser centrados na área em tecnologia da informação, setor no qual aquele país é referência mundial. Em contrapartida, a Índia, de acordo com o presidente da TRI, é praticamente nula no desenvolvimento de processamento alimentício, como de frango, Lançamento do caderno “Norte do Paraná, uma região surpreendente – Boas razões para investir aqui”: ferramenta estratégica JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 18 Kireeff: “Desenvolvemos estratégias, fomentamos e implementamos ações pró-ativas para atrair investimentos para a região” no qual a região.é bem avançada. “Além disso, percebemos que nosso marketing é fraco. Nossa região é pouco conhecida no mundo e no Brasil também”, afirma Kireeff. Segundo ele, no próximo ano a meta é atuar de forma incisiva na divulgação das potencialidades da região. Uma das ferramentas para este trabalho é a publicação “Norte do Paraná, uma região surpreendente – Boas razões para investir aqui”, e trata-se da concretização de mais uma ação da Terra Roxa em prol do desenvolvimento regional. O material foi editado em inglês e português e distribuído em escritórios de negócios de embaixadas, empresas, consulados, câmaras de comércio e outros agentes de desenvolvimento no Brasil e exterior. A publicação destaca desde a infraestrutura e grandes empresas instaladas no Norte do Paraná até o capital humano desta região reconhecido internacionalmente, utilizando como exemplos a top model Michele Alves e os atletas Natália Falavigna e Vanderlei Cordeiro de Lima. Outros frutos - Criação do Centro de Estudos dos países integrantes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China); vinda de comitiva da Alemanha para concretização de negócios no Norte do Paraná; continuidade do dia do consultor, que traz representantes de empresas que possuem dados para auxiliar os empresários da região. Empresários da Alemanha já estiveram no Norte do Paraná este ano e, em fevereiro próximo, outra comitiva estará na região para prospecções de novos negócios nos setores de couros, pigmentos e processamento de madeiras. O Centro de Estudos dos países integrantes do BRIC tem o objetivo de disponibilizar informações para os empresários em negociação com países emergentes. Sua criação foi proposta à Terra Roxa por representantes da Índia, que estiveram em Londrina este ano. “A intenção é que a criação deste centro nos ajude a compreender melhor as particularidades desses países, com os quais o comércio está crescendo muito. O Norte do Paraná pode se tornar uma referência com este centro de estudo”, acredita Kireeff. A discussão sobre a criação começou este ano. A idéia foi levada à Universidade Estadual de Londrina em reunião com diretores da Terra Roxa, professores, diretores de centro e o reitor, Wilmar Marçal, e foi muito bem recebida. Empresários da região que estão em busca de informações sobre boas oportunidades para expandir seus negócios continuarão a ser atendidos pela TRI, no próximo ano, através do Dia do Consultor. Na ocasião, a agência traz representantes de empresas que possuem dados para disponibilizar a estes empresários. Estiveram na região este ano, Ilka von Borries, presidente do Centro Empresarial Europeu; o representante do The Jai Group Rakesh Vaidyanathan Felipe Bindo, além do cônsul geral da Índia no Brasil, Sivaraman Swaminathan. Balanço - Kireeff afirma estar satisfeito com a atuação da agência até o momento. “A primeira etapa de trabalho da TRI foi o planejamento de suas ações na busca de novos investimentos.” A segunda etapa, de acordo com ele, é começar a trazer estes investimentos, o que acontecerá já em 2009. A terceira etapa será manter um fluxo contínuo de investimentos na região. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 19 INTEGRAÇÃO Estudo alerta para indicadores econômicos Fórum Desenvolve Londrina elabora documento sobre a economia do município; resultado aponta principais necessidades, como a integração pesquisa-empresa Érika Pelegrino Especial para a ACIL Os indicadores econômicos de Londrina servem como um alerta. Alguns deles estão abaixo dos apresentados por outros municípios do Estado, como Foz do Iguaçu, Cascavel, Maringá e Ponta Grossa. Esta foi uma das conclusões dos trabalhos realizados pelo Fórum Permanente de Planejamento Estratégico para o Desenvolvimento Sustentável de Londrina (Fórum Desenvolve Londrina), em 2008. Estes trabalhos resultaram no Manual de Indicadores de Desenvolvimento Londrina 2008 e no estudo sobre a taxa de crescimento empresarial “Desenvolvimento Empresarial - Oportunidades para todos”. Utilizando a metodologia de indicadores que melhor definem o desenvolvimento e a qualidade de vida de uma cidade, o Fórum ouviu durante o ano 16 especialistas, e seus membros participaram da Conferência Mundial de Cidades, em Porto Alegre, e do Global Fórum – evento mundial que discute o desenvolvimento sustentável – realizado este ano em Curitiba. A partir dos estudos, o Fórum faz proposições sobre as mudanças que devem acontecer para melhorar estes indicadores. Membro do Fórum, o presidente da Adetec Cláudio Tedeschi avalia algumas das conclusões do estudo “Desenvolvimento Empresarial – Oportunidade para Todos”, tema sobre o qual o Fórum se debruçou este ano, e suas possíveis soluções. Um dos pontos é a ausência de integração entre pesquisa e cadeia produtiva. “O Brasil, e isto serve para Londrina também, produz 2% das publicações de pesquisas científicas de todo o mundo. É um percentual alto”, afirma. “Mas detém apenas 0,18% das patentes mundiais. Isto significa que estamos fazendo ciência para ficar na gaveta. Não conseguimos transferir conhecimento para a cadeia produtiva.” A criação de um parque tecnológico e de um centro de transferência de Caetano de Paula diz que o Fórum não tem pressa de ter o trabalho da entidade reconhecido: em Jacksonville (EUA), esse reconhecimento só veio depois de uma década tecnologia é apontada no estudo como necessária para integrar os ativos que a Cidade já possui, que compreende 20 mil empresas, mais de 350 doutores e de 5 mil profissionais que saem das universidades anualmente. O estudo conclui também que é fundamental para o desenvolvimento de Londrina, de acordo com Tedeschi, a transparência das contas e das ações públicas e a criação de observatórios de indicadores nos bairros. “Não é só dizer que as contas estão abertas para sociedade. É realmente colocá-las on-line, assim como as ações públicas”, afirma. Quanto aos observatórios, Tedeschi diz que estes seriam mecanismos para monitorar, em cada bairro, a evolução dos indicadores que determinam o desenvolvimento de uma cidade. Seria uma forma de verificar se as ações nas áreas de saúde, segurança, educação e muitas outras estão realmente sendo efetivas. “Roma, por exemplo, monitora 250 indicadores em cada bairro”, afirma. Focar no desenvolvimento local e promover ações que o impulsione é o diferencial que uma cidade deve apresentar, segundo Tedeschi. “A empresa local traz de duas a três vezes mais riqueza do que uma empresa que vem de fora. É preciso desenvolver programas para incentivar o crescimento e surgimento de empresas locais.” A importância do desenvolvimento sustentável e de uma compreensão exata sobre este conceito também foram questões levantadas nos trabalhos do Fórum. “Temos que compreender a sustentabilidade como algo além do meio ambiente. Desenvolvimento sustentável implica em sustentabilidade econômica, social e ambiental. Estes são fatores para se combater a miséria, que é o que mais agride o meio ambiente.” Nessa direção, o estudo do Fórum aponta algumas soluções específicas para o tema da taxa de crescimento empresarial e mudança de seus indicadores econômicos, de acordo com Tedeschi, como: criação de parque tecnológico e centro de transferência de conhecimento; criação de observatórios de indicadores em bairros; transparência das contas e ações públicas; ações de estímulo às empresas locais; investimento em cursos técnicos; construção de um centro de eventos para três mil pessoas; combater a informalidade; facilitar o crédito para as micro e pequenas empresas; integração entre pesquisa e cadeia produtiva, entre outros. O trabalho de avaliação dos JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 20 indicadores desenvolvimento e qualidade de vida de uma cidade é realizado pelo Fórum Desenvolve Londrina desde sua criação em 2005. Desde o ano passado o Fórum passou a elaborar estudo aprofundado sobre determinado ponto. O tema é selecionado do conjunto de indicadores organizado pelo Fórum. O primeiro foi sobre educação. Este ano o tema foi sobre taxa de crescimento empresarial. O Fórum estabelece que “os indicadores são o conjunto de índices numéricos que espelham a real situação econômica e social do município e um referencial que fornece elementos sobre os quais é possível discutir, estabelecer parcerias e elaborar projetos e propor ações concretas”. Cláudio Tedeschi explica que esta metodologia dos indicadores é utilizada em mais de 100 cidades do mundo. “Bilbao (Espanha), por exemplo, era uma cidade quebrada em 1985 e passou a ser uma das que têm melhor qualidade de vida, em 2005, aplicando esta metodologia”, afirma o presidente do Fórum e também presidente da Associação Médica de Londrina (AML), Antonio Caetano de Paula. Ele ressalta que para chegar a isso é preciso a sensibilização do poder público e da comunidade. “Nosso papel é levantar os problemas e apontar soluções. Não cabe a nós executá-las. Isso deve ser feito pelo poder público e também pela comunidade. É necessário que as pessoas também tenham consciência que elas têm poder de mudar as coisas e Tedeschi: “Estamos fazendo ciência para ficar na gaveta. Não conseguimos transferir conhecimento para a cadeia produtiva” não apenas o poder público.” Segundo Caetano de Paula, as soluções apontadas pelo Fórum nesses três anos de trabalhos ainda não foram aplicadas. “Não temos pressa para que o trabalho do Fórum seja reconhecido. Jacksonville, na Flórida, demorou 10 anos para obter esse reconhecimento”, afirma Caetano de Paula. Ele afirma que depois de uma década o poder público passou a ver o trabalho do Fórum de Jacksonville como um instrumento importante para a administração. “Há 26 anos eles aplicam as ações apontadas pelo Fórum. Dos 66 projetos, 52 foram implantados”, afirma. A meta do Fórum é a Londrina de 2034, definida na visão da entidade da seguinte forma: “Uma comunidade ativa e articulada, construindo uma cidade humana, segura e saudável, tecnologicamente avançada, integrada com a região Norte do Paraná e globalmente conectada, com uma economia diversificada e dinâmica promovendo o equilíbrio social, cultural e ambiental”. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 21 LONDRINA 80 ANOS (III) Modelo ampliado gerou a grande cidade de serviços Historiador palotino observou que os ingleses “não formaram ilhas sem importância, mas um verdadeiro reino”. Na entrada, a futura metrópole regional austríacos, um americano e um francês. Criou-se o município em 8 de dezembro de 1921, com a Infraestrutura urbana da Colonizadora, que reservara “a contribuição de dez tostões por alqueire de terras vendidas, na proporção que for vendendo, à construção de estação, posto policial, escolas e mais edifícios necessários ao progresso do núcleo de Birigui e o bem-estar de sua população”. Guiado pelo livro de Pearse, provavelmente, Simon Fraser (Lord Lovat) chega a Birigui em 1924. Embora o motivo fosse o algodão, supõe-se que Lovat tenha imaginado uma dezena de “biriguis” no Norte Novo do Paraná, após conversar com Robert Clark, que lhe apontou a região. É fato que, em junho de 1925, Lovat reuniu-se em Londres com o advogado João Sampaio Widson Schwartz Especial para a ACIL Visitando oito Estados brasileiros, entre março e setembro de 1921, a Missão Internacional do Algodão impressiona-se mais com Birigui, no noroeste paulista, pela origem então muito recente: uma cidade de seis mil habitantes onde havia, 12 anos atrás, só umas poucas casas. O relato está no livro Brazilian Cotton, de Arno S. Pearse, secretário-geral da Federação Internacional de Algodão Superior e Indústrias Associadas (sede em Manchester, Inglaterra), sublinhando que o maior objetivo dos visitantes era mesmo conhecer o empreendimento da Companhia de Terras, Madeiras e Colonização de São Paulo, tendo entre os administradores mister Robert Clark, escocês há muitos anos no interior do Brasil. A colonização de Birigui logo teria “uma cópia” ampliada, pelo menos oito vezes, no Norte Novo do Paraná, multiplicando-se os alqueires e os habitantes, fatores da grandeza de Londrina aos 80 anos incompletos da fundação e 74 de município. Lá na origem, porém, os empreendedores achavam que a cidade limitar-seia a 20 mil, 30 mil habitantes, frustrando o engenheiro Alexandre Razgulaeff, cujo projeto de avenidas com 30 metros de largura rejeitaram. Se fosse vivo, Razgulaeff estaria muito próximo de ver o seu ideal realizado, no Complexo Marco Zero, atualmente em construção justamente onde ele fundou a cidade e que terá uma via com 27 metros de largura. E se alguém decidir nominar a via, talvez se lembre de Razgulaeff, até hoje não-homenageado na cidade que projetou. Procurando terras para o algodão, aquela missão inglesa em 1921 deparou com a civilização do café em Birigui, ali despontando a multidão cosmopolita (“cosmopolitan crowd”), observou Pearse, relacionando 40% de italianos, 30% de japoneses (que dariam origem a Nipolândia, atualmente Bilac), 25% de espanhóis e os demais brasileiros, portugueses, alemães, poloneses, Propaganda da colonização de Birigui, modelo ampliado no Norte Novo e que deu origem a Londrina (REPRODUÇÃO) Alexandre Razgulaeff traçou a cidade e gerou a primeira controvérsia (N.N./MUSEU HISTÓRICO DE LONDRINA) JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 22 População contrariou todas as expectativas Documento revela o apoio da Companhia de Terras às administrações municipais (ARQUIVO WIDSON SCHWARTZ) e o escocês Thomas Muir, gerente do Banco Comercial do Estado de São Paulo, “a fim de levantar fundos de maior vulto, para grandes empreendimentos que se projetassem: de início a compra de terras e as estradas de ferro e de rodagem, necessárias à penetração e colonização, como elemento de desenvolvimento das plantações e da população”. Assim relatou João Sampaio, ao receber o título de cidadão honorário de Londrina (12.6.1967), lembrando que ele próprio tivera uma iniciativa semelhante à de Birigui, da qual resultaram Cafelândia, Garça e outras cidades. “Colonos e pequenos proprietários, a vossa fortuna está em Birigui”, conclamava a Companhia São Paulo, que, nos primeiros anos de 1920, já vendera 38 mil alqueires a preços variando de 105 mil a 130 mil réis o alqueire, pagamento inicial de 30 mil réis e o Aspecto do centro de Londrina em 1934, ano da emancipação. Caixas d’água ao lado da igrejamatriz, com a Avenida Paraná no outro lado da praça (JOSÉ JULIANI) restante em parcelas com prazo de seis a 36 meses. “Desconta-se 10% ao ano dos pagamentos que forem feitos antes dos prazos contratados.” Mas o empreendimento estava limitado a 60 mil alqueires e atualmente Birigui tem 104 mil habitantes, sem que isso impeça o município de ser um pólo econômico, despontando as indústrias de calçados infantis. Por sua vez, a Companhia de Terras Norte do Paraná, estabelecida por Lovat, dispôs 500 mil alqueires. Para ocupá-los, fundou uma cidade de serviços no sertão, Londrina, destino até para europeus politicamente complicados em seus países. O suíço Caspar Ernst foi contratado como intérprete, na recepção aos compradores de lotes, pois falava alemão, italiano e francês. E a colonização recebia gente de 33 nacionalidades. Em 1936, Caspar funda a primeira Supostamente, os ingleses subestimaram o crescimento de Londrina imaginando que a população regional teria uma distribuição muito equilibrada entre todas as cidades, que nasceriam rapidamente e até simultaneamente. Além dos imprevistos: a quebra da Bolsa de Nova York (29/10/ 1929), apenas dois meses após a fundação do Patrimônio Três Bocas, a denominação inicial. A seguir, a revolução em 3 de outubro de 1930, que depôs o presidente da República e os governadores dos Estados; e o ápice da depressão mundial em 1933, quando sete mil dos 25 mil bancos dos Estados Unidos fecharam e as importações de 75 países baixaram de quase US$ 3 bilhões, dois anos antes, para US$ 990 milhões. Interrompeu-se a construção da ferrovia em Jathay e a venda de lotes ficou aquém da expectativa. Mas, pela dimensão e atratividade do empreendimento, que permitia aos possuidores de pequenas economias se tornarem proprietários, em cinco anos o Patrimônio Londrina já apresentava renda superior à sede do município, Jatahy, para orgulho de mister Arthur Thomas, gerente-geral da Companhia de Terras. Criado em 3 de dezembro de 1934, o município de Londrina foi instalado a 10 daquele mês, com aproximadamente 400 edificações e três mil habitantes na cidade, estimando-se dez mil moradores em todo o município. Documento original assinado pelo contador da Companhia de Terras, Luiz Estrella, indica que, antes e depois da emancipação, a empresa foi um esteio da administração pública, a quem apresentava a conta. É o extrato da conta-corrente entre a Prefeitura de Jathay e a Companhia, relacionando em 1934 o fornecimento de um automóvel à Municipalidade, aluguel de prédio para a “Escola Londrina”, capinação de ruas e remoção de lixo; aluguel de prédio para o destacamento policial etc. Entre abril e junho de 1938, materiais e serviços em Jatahy, incluindo conservação de ruas e praças. Total das despesas: 10,2 contos de réis. De uma anotação a lápis deduz-se que a operação da balsa no Tibagi fora transferida à Prefeitura. Anteriormente, em 16 de maio de 1933, o superintendente da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná havia informado ao prefeito, Sady Silva, sobre “o despacho de um cabo de aço 1-3/4 com 255 metros de comprimento” e que resolvera “não cobrar despesa alguma pelas pedras e transporte, visando auxiliar-vos nas obas de drenagem e saneamento da cidade”. (Widson Schwartz) fábrica de gelo na cidade. Mister Thomas e outros britânicos já podiam, se quisessem, tomar o legítimo scotch on the rocks. A Associação Comercial de Londrina é fundada em 1937. O historiador palotino Carlos Probst escreveu que a Companhia de Terras Norte do Paraná, “treinada no assunto [de colonizar], se alojou na parte central [da região] adquirindo glebas nos rios Três Bocas, Jacutinga, Cágados, Vermelho, Pirapó e Alonso, afluente do Ivaí, formando dessa maneira não ilhas de colonização sem importância e sim um verdadeiro reino”. E na entrada, “o espigão entre o Ribeirão Três Bocas e o Jacutinga, a quatro léguas de Jathay, construiu a cidade de Londrina, futura metrópole, com as suas vilas, jardins e paróquia”. Enorme diferença em comparação às concessões de 50 mil hectares do Estado, infere-se da apreciação de padre Probst ao mencionar um agente: “Dr. Firmino de Almeida era homem rico, mas andava a maneira de caboclo sem conforto, humilde e calmo. Como escritório, lhe servia um pequeno quarto alugado no hotel.” Firmino fundou Santo Inácio, onde Probst o conheceu. De cada concessão de 50 mil hectares resultou uma pequena cidade, enquanto a primeira célula da maior colonização, Londrina, com mais de 500 mil habitantes, é a terceira cidade do sul do País. JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 23 JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 24 Pesquisa mensal ACIL - Impar GATO POR LEBRE Boleto de associação confunde empresas O procedimento é padrão. Todos os anos, especialmente no terceiro trimestre, as empresas de Londrina recebem uma correspondência, na realidade um boleto, enviado por uma organização chamada “Associação Comercial e Empresarial do Brasil”. Os valores podem variar e geralmente os boletos são emitidos pela Caixa Econômica Federal ou outras grandes instituições bancárias. Por essa característica, muitos empresários ou seus departamentos financeiros podem acabar pagando o documento imaginando se tratar de uma entidade nacional ligada às associações comerciais dos municípios. O nome escolhido pelos criadores da associação é estrategicamente parecido com o das entidades representativas do setor. O boleto é identificado como “contribuição empresarial facultativa” e gera, a partir do seu pagamento, a filiação da empresa com a suposta associação de classe. E daí leva ao envio de novos boletos nos anos seguintes. Só que a Aceb nada tem a ver com o sistema das associações espalhadas pelo País, nem tampouco é ligada à Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB). Seu suposto serviço de proteção ao crédito também não faz parte da rede nacional dos SCPCs, que é o maior, mais abrangente e mais confiável banco de dados de crédito do País. Em outras palavras, a tal associação nada tem a ver com a CACB, nem com a ACIL. Ao receber o boleto da Aceb ou semelhante, as empresas não devem pagá-lo sem antes consultar um advogado ou mesmo a ACIL, que pode esclarecer tratar-se de uma organização autêntica ou não. O primeiro passo é atestar se há vínculo com o sistema das associações comerciais, dissipando a confusão gerada pelo uso de nomes semelhantes. O envio, apesar de se intensificar no final do ano, ocorre durante todo o ano. É comum que as novas empresas recebam o boleto logo que abrem suas portas, o que indica um acesso privilegiado a informações de novos CNPJs. Para esses empresários, o risco de se deixar levar pela confusão é ainda maior. A atenção deve ser grande quando se trata de boletos de cobrança de entidades de classe. Se houver dúvida, não pague e procure informações. Abaixo, as questões enviadas à Aceb pelo Jornal da ACIL. Nenhuma resposta foi enviada. • Como a Aceb consegue o cadastro das empresas para enviar os boletos? • Quantos boletos a Aceb envia por ano? • De que empresa o presidente da Aceb, senhor Ildomar de Oliveira, é proprietário ou diretor? • Por que a Aceb se apresenta aos recebedores do boleto sem nenhum contato prévio? • Por que a Aceb não esclarece ao recebedor do boleto que nada tem a ver com as associações comerciais existentes no Brasil nem com a confederação das associações comerciais, a CACB? • A Aceb tem como seus controladores/gestores/ administradores empresários que estejam na ativa e/ou exerçam papel de liderança de classe? • À Aceb não causa constrangimento o fato de muitos dos recebedores de boleto os pagar pensando se tratar de um documento das associações comerciais que pertencem ao sistema nacional? Varejo – Dezembro de 2008 JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 25 NOVOS ASSOCIADOS Nome Fantasia E ndereço Nome Fantasia Ende re ço A comac R ua Mato Grosso, 299 1º ANDAR Telefone R amo de A tividade Segmento M atriz/Filial Te le fone R amo de Atividade Se gme nto Matriz/Filial 33341885 Pre stação de Se rviços Se rviços Matriz Comé rcio Matriz A raújo A rmarinhos R ua Caviúna, 636 - Sala 02 32534141 Bazar, Aviame ntos, Arm. e Utilidade s Domé sticas A tiva A tacado R ua R io Grande do Norte , 404 33791000 Prod. Populare s Comé rcio Matriz Bazani Tintas R ua Quintino Bocaiúva, 1134 33246495 Tintas Comé rcio Matriz Belo Office Store Alame da Joube rt de Carvalho, 120 33032573 Move is Comé rcio Matriz Brigatão Av. Saul Elkind 30273488 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Capital Humano R ua Piauí, 1287 33720400 Agê ncia de e mpre gos Se rviços Matriz Casa Bela Av. Pre side nte Eurico Gaspar Dutra, 832 33411846 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Casa Da Construção Av. Guilhe rme de Alme ida, 979 33411044 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Casa P remium R ua Quintino Bocaiúva, 674 33444001 Tintas Comé rcio Matriz Cennário Francisco Gabrie l Arruda, 1540 33270860 Confe cçõe s Comé rcio Matriz Central A cabamentos Av. Duque de Caxias, 3496 33442022 Mate rial de construção Comé rcio Matriz Se rviços Matriz Clínica P lenus R ua Espírito Santo, 856 33568050 Psicologia, Me dicina, Advocacia e Odontologia Colégio P gd R ua Martinho Lute ro, 277 33727555 Instituiçõe s Se rviços Matriz Colégio P ortinari Av. Jusce lino K ubitsche k, 122 33282000 Instituiçõe s Se rviços Matriz Construsil R ua Walkiria Val, 186 33388470 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito A raguaia R ua Araguaia, 995 33394421 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito Baratão Av. Saul Elkind, 1935 33279000 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito L ondrina Av. Higie nópolis, 1246 33243295 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito M aringá Av. Maringá, 2240 33274545 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito R ibeiro Ii Av. Das Linge rie s, 1690 33367606 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito Souza R ua Joube rt de Carvalho, 445 33273373 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito Tremembés R ua Tre me mbé s, 1097 33251819 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Depósito V era Cruz Av. Tirade nte s, 2100 33274826 Mate rial de construção Comé rcio Matriz Dobller R od. Ce lso Garcia Cid, K m 377 Loja E67 99128552 Confe cçõe s Comé rcio Matriz E conolux R ua Guaporé 711 33296464 Mate riais e lé tricos Comé rcio Matriz E mpório da M oda Av. Inglate rra, 385 - Lj. 01 33416263 Te cidos e confe cçõe s Comé rcio Matriz E uro A cessori Av. Higie nópolis, 602 Loja 8 30290004 Confe cçõe s Comé rcio Matriz Faculdade de Tecnologia Ined Av. Ce lso Garcia Cid, 1523 33211200 Instituiçõe s Se rviços Filial Farmácia R oberto Av. Saul Elkind, 1503 33297545 Farmácia Comé rcio Matriz Fenix Cosméticos R ua Piauí, 26 33233992 Cosmé ticos e Pe rfumarias Comé rcio Matriz Fenix Foto Studio Av. Saul Elkind, 900 - Sala 05 33218271 Produtos fotográficos Comé rcio Matriz Franquia A kakia Cosméticos Av. Higie nópolis, 436 - Lj 14 33441932 Cosmé ticos e Pe rfumarias Comé rcio Matriz G E G Ótica e Foto L tda R ua Alagoas, 1065 - Loja 05 33750013 Óticas, jóias e re lógios Comé rcio Matriz G ráfica A quarela R ua Piauí, 94 33245026 Gráficas Se rviços Matriz G ripon A tacado R ua R io Grande do Norte , 404 33791000 Confe cçõe s Comé rcio Matriz Imd. A ssessoria e Consultoria R ua Minas Ge rais, 194,6 Andar, Sala 6021 33249617 Asse ssoria contábil e advocacia Se rviços Matriz Imobiliária A venida Av. Jusce lino K ubistche ck, 3254 33217010 Imobiliárias e corre toras Se rviços Matriz Itasa R ua Madre Silva, 461 33427005 Mate rial de construção Comé rcio Matriz J.R . Tintas R ua Quintino Bocaiúva, 533 33395709 Tintas Comé rcio Matriz L . R . Sant' A na E Sant' A na L tda Av. Maringá, 1565 - Loja 04 33472726 Móve is, de coraçõe s e e le trodomé sticos Comé rcio Matriz L a Casa R ua Condor, 715 30277636 Move is Indústria Matriz L ondrimaco R u a C h i l e , 678 33239693 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz L ondrimetais R ua Albe rt Einste in, 1046 33283354 Mate rial de construção Comé rcio Matriz M eltt Profe ssor João Cândido, 82 33282463 Confe cçõe s Comé rcio Matriz M undo da Informática Av. Saul Elkind, 2101 - Lj 08 33391797 Informática Comé rcio Matriz P onto H Av. Duque de Caxias, 1200 30280708 Ve stuário e Armarinho Comé rcio Matriz P rincipe do Cal M ateriais para Construção Av. Inglate rra, 111 33417359 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz R omani Ii Construção E A cabamento Av. R obe rt K och, 1385 33399193 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz Stadler Consultoria E Treinamento R ua Alfre do Battini, 130 - Apto 501 33281506 Consultoria, Asse ssoria e Administração Se rviços Matriz Starluz R ua Manoe l R icardo de Olanda, 69 33276660 Mate riais e lé tricos Comé rcio Matriz Suprimat R od. João Carlos Strass, 1155 33373500 Mate riais e lé tricos Comé rcio Matriz Comé rcio Matriz Tecnobox Av. Vice nti Bocuti, 237 33477350 Bazar, Aviame ntos, Arm. e Utilidade s Domé sticas Telha V ame R ua João Guilhe rme , 297 33415121 Mate riais para Construção Comé rcio Matriz The Feshion W orld Av. São João, 1758, B, Sala 02 33360026 Confe cçõe s Comé rcio Matriz Thermogel Av. Lucia He le na Gonçalve s Viana, 1089 - B 33569791 Maquinas Industriais Comé rcio Matriz V aléria Figueiredo Cursos De Fisioterapia R ua Goiás, 1328, 3° Andar, Sala 302 33775612 Cursos e tre iname ntos Se rviços Matriz 26 JORNAL DA ACIL/Novembro ACIL/Dezembro 2008 JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008 27 Uma Noite de Confraternização O Londrina Convention & Visitors Bureau realizou no final de novembro, na Chácara Graciosa um evento em comemoração aos 10 anos de atividades da entidade. Participaram atuais e ex-integrantes da diretoria e equipe do Convention, associados e convidados. Durante a confraternização homenagens foram prestadas aos presidentes, gestores e representantes de entidades parceiras, conhecidos como “embaixadores do turismo”. A vice-presidente de Comunicação, Claudia Evangelista Romariz fez a entrega das homenagens aos presidentes e o vice-presidente de hotelaria, Reinaldo Cassimiro da Costa Junior aos gestores. A entrega das homenagens aos embaixadores do turismo foi feita pelo atual presidente Herson Rodrigues Figueiredo Junior e pelo diretor de marketing, Marco Aurélio Kumura. Homenageados: (8) (9) (10) (11) (12) (13) (14) (15) (16) (17) (19) (20) (21) (22) (23) (25) (2) Presidentes: (1) Primeiro presidente Paulo Muniz (não presente); (2)segundo presidente, Bruno Veronesi; (3)terceiro presidente, David Dequech Neto (não presente); (4)quarto presidente, José Augusto Rapcham; (5)quinto presidente, Nivaldo Benvenho e (6)atual presidente, Herson Rodrigues Figueiredo Filho. Gestores: (7)José Cândido Muller; (8)Maitê Morgana Ulhamann; (9)Milena Bartholi Holthausen e (10)Cristiano Feijó. Embaixadores do Turismo (11)Alexandre Catelan chefe geral da Embrapa Soja (recebeu pelo homenageado César de Castro); (12)Alexandre Lopes Kireeff, presidente da Sociedade Rural do Paraná; (13)Eduardo Firmino Carlos, pesquisador do IAPAR; (14)Fernando Kireeff, presidente da Terra Roxa; (15)Heverson Feliciano, gerente geral do SEBRAE regional Londrina; (16)Juliana Jandre Melo, coordenadora de Fonoaudiologia da UNOPAR; (17)Luis Fernando Pinto Dias, vice-prefeito do município de Londrina; (18)Neuzi Berbel, professora da Universidade Estadual de Londrina (não presente); (19)Rodolfo Bianco, pesquisar do IAPAR; (20)Rosi Sabino; coordenadora executiva da ADETEC; (21)Romualdo Froes Filho, da Associação Médica de Londrina; (22)Sérgio Balhs; gerente da SANEPAR; (23)Silvia Liberatori, diretora da SLiberat; (24)Sueli Rufino, professora da Universidade Estadual de Londrina da UEL (não presente) e (25)Yuna Bastos, diretora da Sociedade Rural do Paraná. (7) (4) (5) (6) 28 JORNAL DA ACIL/Dezembro 2008