Capítulo I – Bombas e Compressores EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha EQ651 – Operações Unitárias I 1 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Introdução Considerações sobre equipamentos movimentadores de fluido Equipamentos movimentadores energia Equiptos.: Bomba e Compressor escoamento trabalho (energia) Compensar as perdas por atrito ou contribuir Pressão Velocidade Altura de fluido 2 densidade Gás viscosidade compressibilidade Equiptos.: ventiladores, sopradores ou compressores (fornecem energia ao fluido e propiciam o escoamento) Líquido densidade viscosidade Equiptos.: Bombas (fornecem energia ao fluido e propiciam o escoamento) 3 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Fluido Energia Dispositivo motriz de fluidos Processos Químicos EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Energia Parcela Significativa do Consumo de Energia do Processo Dimensionamento e a escolha correta do equipamento Minimizar o consumo de energia Viabilizar o processo e o custo 4 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas – Transporte de Líquidos Sistema de Bombeamento:Sistema de escoamento de líquido incorporando uma bomba Sucção ou aspiração Descarga ou recalque (2) (1) S ou YS D ou YD 5 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Se o nível de água permite encher completamente o corpo da bomba, diz-se que a bomba está afogada. S ou YS : altura de sucção ou aspiração D ou YD: altura de descarga ou recalque *recomenda-se a colocação de uma válvula de retenção antes da bomba: impede o escoamento para reservatório, quando a bomba estiver desligada. 6 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Balanço de Energia 2 p1 vS p2 vD2 + + yS + H B = + + yD + h L ρg 2g ρg 2g (1) HB= altura manométrica ou carga da bomba (=energia por unidade de peso do fluido que deve ser fornecida ao sistema De (1) 2 2 p 2 − p1 v D − vS HB = + + ( y D − yS ) + h L ρg 2g (2) 7 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Potência que deve ser fornecida ao sistema: Pútil . Pútil = γQH B = m gH B (3) P Potência Real(Preal): fornecida pelo motor = útil η η : rendimento ou eficiência da bomba . então Preal = m gH B η (4) 8 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha OBS: Ocorrem muitas situações em Engenharia em que: P1=P2=Patm vS=vD (mesmo diâmetro de tubulação) Assim, H B = ( y D − yS ) + h L H B = ( y D − yS ) + h LS + h LD Perdas na sucção ou (5) Perdas na descarga 9 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Classificação das Bombas •Bombas de Deslocamento Positivo •Bombas Centrífugas •Especiais 10 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Características das Bombas Bombas de Deslocamento Positivo Uma porção de fluido é presa numa câmara, e pela ação de um pistão ou peças rotativas o fluido é impulsionado para fora. Dividem-se: ¾ Alternativas (chamadas de sistema de pistão) em que o escoamento é intermitente ¾ Rotativas (escoamento contínuo) 11 A partícula de “a” de líquido é aspirada em “o” segue a trajetória do pistão “b” e sai com pressão comunicada pelo êmbolo “d”. b a c o d Esquema Típico de Bomba Êmbolo 12 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Modo Operacional A taxa de fornecimento (vazão) depende do volume varrido pelo pistão e do número de golpes por unidade de tempo A vazão de descarga do fluido varia com tempo em virtude da natureza periódica do pistão Vazão real pode ser menor que o volume varrido do pistão devido a ocorrência de vazamentos ou enchimento incompleto do cilindro (ηvol) ηvol = Qreal descarga real = descarga do deslocamento do pistão Vcilindro / tempo 13 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Características 9As bombas altenativas não tem limite de pressão. Atualmente são construídas para fornecer mais de 1000 atm. 9A velocidade do pistão é em geral, de 12 a 40 m/min dependendo do curso, que pode variar de 7,5 a 60cm. 9São recomendadas para bombeamento de água de alimentação em caldeiras, óleo e fluidos em geral que não contenham sólidos abrasivos, que podem danificar as superfícies torneadas do cilindro e do pistão. 14 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Indicações Práticas EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Classificação Deslocamento de Líquido Simples Efeito Duplo Efeito Número de Câmaras com Pistão ou êmbolo Simplex Duplex Triplex Multiplex 15 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Simples Efeito e Simplex Figura 1. Funcionamento de uma bomba com pistão (www.animatedsoftware.com) 16 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Duplo Efeito e Simplex Figura 2. Bomba simplex de duplo efeito operada a correia (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 17 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Duplo Efeito e Simplex Figura 3. Bomba de pistão (http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/bombas1.html) 18 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas Alternativas Movimento de vai e vem (Tipo Pistão) Princípio de Funcionamento ¾ Possuem uma (ou mais câmaras) no interior da qual um orgão propulsor comunica energia de pressão ao líquido provocando seu escoamento. ¾ Proporciona as condições para que se realize o escoamento na aspiração até a bomba, e no recalque até o ponto desejado. 19 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Duplo Efeito e Simplex Figura 4. Funcionamento de bomba simplex de duplo efeito (www.animatedsoftware.com) 20 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Simples Efeito e Simplex Figura 5. Bomba de êmbolo, simples efeito, simplex (http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/bombas1.html) 21 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Duplex Figura 6. Bomba de êmbolo, duplex, acoplada em série, operada a vapor de água (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 22 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento de Líquido - Duplo Efeito e Duplex Figura 7. Funcionamento de bomba duplex (www.animatedsoftware.com) 23 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas Rotativas Movimento Rotativo Princípio de Funcionamento O rotor provoca pressão reduzida na entrada possibilitando a admissão do líquido à bomba pelo efeito de pressão externa, e o líquido é ejetado pelo lado da descarga. À medida que o elemento gira, o líquido fica retido entre os componentes do rotor e a carcaça da bomba. Finalmente, depois de uma determinada rotação do rotor, o líquido é ejetado pelo lado da descarga da bomba. 24 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Modo Operacional O fluido (líquido) recebe a ação de forças provenientes de uma ou mais peças dotadas de movimento de rotação, que transmitem energia de pressão, provocando seu escoamento. Características Vazão é função do tamanho e velocidade de rotação, fornecendo vazões praticamente constantes. 25 o Possuem capacidade de bombeamento pequena a moderada. o Podem bombear uma larga faixa de tipos de líquidos em uma ampla faixa de viscosidade e temperatura. Não é recomendada para líquidos que contenham substâncias abrasivas ou corrosivas. o Geralmente são usadas para bombeamento de óleos minerais, vegetais e animais, gorduras, glicose, tintas, vernizes, maioneze, bronzeadores, cremes, etc... 26 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Indicações Práticas EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Classificação Bombas de Engrenagens Bombas de Parafusos Bombas de Lóbulos Duplos ou Triplos 27 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Exemplos Figura 8: Esquema do escoamento em uma bomba de engrenagens (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 28 (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias 29 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 9: Esquema do deslocamento em uma bomba de engrenagens Figura 11: Esquema de uma bomba de dois lóbulos 30 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 10: Bomba de parafusos helicoidais EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas Centrífugas São caracterizadas por possuírem um orgão rotatório dotado de pás, chamado de rotor (ou impulsor), que comunica aceleração à massa líquida, transformando a energia mecânica de que está dotado, em energia cinética. Descarga depende: características da bomba número de rotações características do sistema de transporte 31 O eixo do rotor funciona como um propulsor do fluido que é lançado para a periferia pela ação da força centrífuga. Modo Operacional A energia cinética do fluido aumenta do centro do rotor para a ponta das pás que é transformada em energia de pressão, quando o fluido sai do rotor e entra na carcaça (voluta) ou difusor. 32 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Princípio de Funcionamento 9São as mais usadas na indústria química – modelo simplificado, pequeno custo, manutenção barata e flexível para aplicação (ampla faixa de pressão e vazão) 9Nos modelos usuais necessita ser previamente preenchida com o líquido a ser bombeado (as folgas entre o rotor e o restante da carcaça) 33 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Características: Operam tanto a baixas e altas vazões ou pressões dimensionamento Operam com diferentes tipos de fluidos configuração específica para cada tipo de fluido Vantagens • Simplicidade de projeto e construção • Ocupam pouco espaço • Peso reduzido • Fácil controle de descarga • Poucas partes móveis (fácil manutenção) 34 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Indicações Práticas Dependente do Projeto Eixo: Sistema transmissor de potência para o rotor Rotor: aberto ou fechado, espaçamento e forma das pás Rotor fechado: altas pressões e líquidos limpos Rotor semi-fechado: operações gerais Rotor aberto: baixas pressões, pequenas vazões e líquidos contendo pastas, lama, areia 35 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Partes da Bomba EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Carcaça: tem a função principal de transformar a energia cinética impressa ao fluido pelo rotor em carga de pressão. Serve como contentor para o fluido. Podem ser do tipo espiral (voluta) ou difusor. Difusores: Saída da bomba Gradativamente aberto: diminui a velocidade do líquido proveniente do rotor Estágio: único: um rotor e um difusor múltiplo: dois ou mais rotores em série em um único eixo 36 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Exemplos Rotor de palhetas retas, fechado, de sucção simples Rotor não-bloqueável Rotor aberto Rotor de sucção dupla Rotor semi-aberto Rotor de escoamento misto Figura 12: Rotores de bombas centrífugas (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 37 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 13: Rotores de bombas centrífugas (http://www.animatedsoftware.com) 38 (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 39 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 14: Carcaça de bomba centrífuga, Figura 15: Carcaça de bomba centrífuga, com difusor (redutor de veloc.) com voluta (espiral) EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 16: Bomba centrífuga de seis estágios (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 40 A escolha do tipo de bomba é influenciada pelos seguintes fatores: • Vazão (quantidade de líquido a bombear): determina o tamanho e o número de bombas • Carga a ser vencida (HB) • Natureza do fluido (viscosidade, corrosividade, presença de sólidos em suspensão) 41 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Seleção Centrífuga Padrão(escoamento radial) Turbina(escoamento misto) Carga(ou pressão de descarga) Elevada; em estágio simples-até 600 ft; em multiestágio-até 6.000 psi Intermediária- até 200 ft Baixa- até 60 ft Capacidade(ou vazão fornecida) Baixa-100gal/min; até muito alta200.000 gal/min Intermediária- até 16.000 gal/min Elevada- até 100.000 gal/min Líquidos com que opera Sujos ou límpidos Com elevado teor de sólidos Abrasivos Não tem Não tem Não tem Capacidade de medição ou de controle de vazão Rotor helicoidal (escoamento axial) 42 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Tabela 1: Características de bombas Deslocamento Positivo Rotativa(engrenagem ou parafuso) Alternativa(pistão ou êmbolo) Carga(ou pressão de descarga) Intermediária- até 600 psi A mais alta possívelaté 100.000 psi Capacidade(ou vazão fornecida) Baixa -1gal/min; até intermediária500 gal/min Intermediária- até 500 gal/min Líquidos com que opera Até com viscosidade elevada; Não abrasivo Límpidos, sem sólidos Tem Tem Capacidade de medição ou de controle de vazão 43 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Tabela 1: Características de bombas(continuação) EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas Especiais • Bombas de diafragma • Bombas peristálticas • Bombas a Jato • Bombas Eletromagnéticas 44 Figura 18: Funcionamento de bomba de diafragma dupla (http://www.animatedsoftware.com) 45 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 17: Esquema de uma bomba de diafragma EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 19: Esquema de uma bomba peristáltica Figura 20: Funcionamento de bomba a jato (http://www.animatedsoftware.com) 46 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 21: Bomba eletromagnética (http://www.animatedsoftware.com) 47 Curva da Bomba EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Curva da Bomba x Curva do Sistema H x Q : fornecida pelo fabricante da bomba Estabelece o que a bomba pode fornecer descarga(energia) para vazão do sistema Q H Deslocamento Positivo H Centrífuga Q 48 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Para o sistema de bombeamento Da equação da energia (eq.2) 2 2 p 2 − p1 v D − vS HB = + + ( y D − yS ) + h L 2g ρg Para um dado sistema, HB=HB(Q), pois v = v (Q) Q v hL = hL(Q) Q hL Para um dado sistema de bombeamento, HB aumenta com o aumento de Q. 49 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Curva do Sistema A curva do sistema fornece qual será a carga (energia) necessária para cada vazão H Q 50 Utilizando em conjunto HB(bomba) x Q e HB (sistema) x Q HB Alteração da curva do sistema (alteração de hL) sistema HB Sist. 1 Sist. 2 bomba Q Q Conjunto Inviável (bomba não adequada) Região de funcionamento Ponto de operação Conjunto Viável 51 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha As curvas em conjunto bomba-sistema mostrará a viabilidade de utilização da bomba e o ponto de operação EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Exemplos Figura 22:Curva Característica de Bomba centrífuga DS=4in; Dd=3in; Carcaça com 10in; Rotores:6,7,8,9ou 10 in; v=1750rpm (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 52 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha 1° número = diâmetro da linha de descarga, in 2° número = diâmetro da linha de sucção, in 3° número = diâmetro máximo do rotor/carcaça , in Figura 23: Mosaico para escolha de bombas centrífugas (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 53 NPSH: Net Positive Suction Head Fenômeno da Cavitação Se PS ≤ Pv do líquido, à T bombeamento Projeto de instalação Bomba Centrífuga ATENÇÃO: menor pressão (sistema) Vaporização do líquido Formação de bolhas de gás Conduzidas para região de maior pressão Colapsam e causam deterioração do rotor CAVITAÇÃO 54 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha (Saldo Positivo da Carga na Sucção) EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 25: Regiões de cavitação no rotor (www.cheresources.com) 55 • Queda de rendimento • Vibração • Ruído diferente Materiais de resistência à corrosão por cavitação Ferro fundido, Alumínio, Bronze, Aço fundido, Aço doce laminado Bronze fosforoso, Bronze-manganês, Aço-níquel, Ligas especiais de aço inox, Revestimento com elastômeros (neoprene, poliuretano) Ordem crescente 56 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Reconhecimento da Cavitação EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 25: Regiões de cavitação no rotor (www.cheresources.com) 57 Figura 26: Evidência da cavitação (www.cheresources.com) 58 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 26: Evidência da cavitação (www.cheresources.com) 59 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha NPSH Definição: diferença entre a energia absoluta e a pressão de vapor do líquido à temperatura de bombeamento, na entrada da sucção. P − Pv (NPSH ) = S − h LS + γ Onde: S P Pv hLS γ ρ g - (6) altura de sucção pressão absoluta pressão de vapor do líquido à Tbombeamento perda de carga na linha de sucção ρ.g massa específica do fluido aceleração da gravidade 60 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha (NPSH)bomba (NPSH)disponível (NPSH)requerido (NPSH)disponível Equação (6) (NPSH)requerido é função: • Características de fabricação da bomba • Velocidade do rotor • Tipo de rotor função da própria bomba 61 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Considere a figura: P (1) S sucção descarga (2) entrada da sucção (3) olho do rotor 62 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Balanço de Energia entre os pontos (1) e (2): v12 p 2 v2 2 + +S = + + hL γ 2g γ 2g p1 (7) Considerações: • • • • plano horizontal em (2); S = y1-y2 v1 desprezível em relação a v2 P1 = P (medido) hL = hLS 63 v2 2 + S − hL = + γ γ 2g p (NPSH) disp. = p2 p γ (8) + S − hL v2 2 energia total absoluta = + γ 2g p2 (energia disponível no ponto de entrada da bomba) 64 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Então, P3<P2 (P3 – ponto de menor pressão) Existem atritos internos que provocam essa diminuição da pressão. É razoável admitir-se que: v32 ≅φ γ 2g ∆P Balanço de energia entre (2) e (3), com coeficiente empírico φ 65 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Ocorre ainda internamente à bomba um ponto de menor pressão que P2, chamado “olho da bomba”, no rotor EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Hipótese: ∆p γ = p2 − p3 γ v32 =φ 2g (9) onde: φ – depende das características da bomba (construção) v3 – velocidade do fluido no olho do rotor Pretende-se, para evitar o fenômeno da cavitação, que: p3 γ ≥ pv γ 66 Substituindo em (8): ou p γ p3 p γ + S − hLS + S − hLS (10) v32 v2 2 = +φ + γ 2g 2g p3 v32 v2 2 p3 −φ − = 2g 2g γ ≥ pv γ (11) (12) p/ evitar a cavitação 67 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha de (9): v32 = +φ γ γ 2g p2 (13) v32 v2 2 + S − hL ≥ +φ 2g 2g (14) ou p − pv γ ou seja: (NPSH)disponível (NPSH)requerido (NPSH)disponível ≥ (NPSH)requerido (Sistema) Para evitar a cavitação (Bomba) 68 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha v32 pv v2 2 + S − hL − −φ ≥ γ 2g 2g γ p ( NPSH )disp. = p − pv γ + S − hL v32 v2 2 ( NPSH )req. = + φ 2g 2g (é função apenas do sistema) (depende da bomba, f(N,Q) (15) (16) 69 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha onde: EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Equação Empírica para Cálculo de (NPSH)req. Método de Pfeiderer onde: N 2 Q (NPSH )req. = 100 K.r 2/3 ( NPSH )req. − [m] N – [rpm] Q - [m3/s] K: coeficiente de resolução da sucção de entrada do rotor 70 d m1 K = 1 − de dm1 Normalmente: EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha de 2 0,6 ≤ K ≤ 0,9 r: coeficiente dependente do tipo de bomba Para bombas centrífugas r ≅ 2,6 71 Associação de Bombas Bombas em Série HB sistema HB2 HB1 2 bomba em série 1 bomba Q1 Q HB Aumento da carga (mesma vazão) 72 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Série e Paralelo Q1 A curva característica é obtida Q2 Q3 Q somando-se, para valor de H, as vazões Q de cada bomba. Usa-se para aumentar a vazão na descarga. 73 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Bombas em Paralelo 1 a em t s Si 3b 2 om ba s s ba m bo 1b EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha HB a2 m e t s Si om ba Q Sistema 1: utilizando-se 3 bombas aumenta bastante Q Sistema 2: não ocorre tanto ganho em Q 74 Como varia a carga de uma bomba centrífuga modificando a velocidade angular do rotor(N) e o diâmetro do rotor(D)? D=cte. HB N=2400 rpm N=220 0 rpm N=1 800 rpm N=cte. Sist. D=5 in HB D=3 in D=2 in Q • Verificação experimental: D= cte., N=cte, a2 m te Sis a1 m te s i S Q N HB D HB 75 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Desempenho de Bombas Centrífugas Variáveis Vazão Velocidade angular do rotor Diâmetro do rotor Carga Aceleração da gravidade Viscosidade do fluido Massa específica do fluido EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Análise Dimensional Dimensões Q N D H g µ ρ L3t-1 t-1 L L Lt-2 ML-1t-1 ML-3 76 Q ρND 2 Hg , = φ 2 2 3 µ N D ND ρND 2 Re = µ Experimentalmente, não tem influência significativa Hg Q = φ 2 2 3 N D ND Grupos adimensionais relevantes 77 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Análise dimensional e Teorema de π H1g H 2g = 2 2 2 2 N 1 D1 N 2 D 2 Q1 Q2 = 3 N1D 1 N 2 D32 N=cte. H1 H 2 = 2 2 D1 D 2 H1 D 1 = H2 D 2 2 H1 N 1 = H2 N 2 2 Q1 Q 2 = 3 3 D1 D 2 Q1 D 1 = Q2 D 2 D=cte. H1 H 2 = 2 2 N1 N 2 Q1 N1 = Q2 N2 Q1 N 1 = Q2 N 2 78 3 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Em sistemas geometricamente semelhantes (1 e 2): Ventiladores, Sopradores e Compressores EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Transporte de Gases Ventiladores: provocam pequeno aumento de pressão (até 0,03 atm ou 3040 Pa) Sopradores: provocam aumento de pressão até 0,3 atm ou 3,04 104Pa Compressores: provocam maior aumento de pressão (de 0,3 a 4000 atm ou 3,04 104-4,05 105Pa) 79 9 Operam a pressões suficientemente baixas, podendo-se desconsiderar a compressibilidade dos gases, isto é, os volumes de entrada e saída são praticamente iguais; são simplesmente movimentadores de gases. 9 Podem deslocar grandes volumes com pequeno acréscimo de pressão. 9 Para sopradores: funcionalidade de até 95 m3/s. 80 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Ventiladores e Sopradores • Deslocamento positivo Alternativos Rotativos • Centrífugos EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Compressores 81 Podem fornecer gás com pressão de algumas frações de atm até pressões muito elevadas (~2400atm manométricas) As peças características são as mesmas das bombas alternativas: pistão, um cilindro com válvulas para admissão e exaustão. Pode-se usar único estágio ou multiestágio. No caso da compressão multiestágio é comum o resfriamento do gás entre os estágios. 82 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento positivo: Alternativos EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 28: Esquema de um compressor alternativo (http://www.em.pucrs.br/lsfm/alunos/luc_gab/compressores.html) 83 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 29: Princípio de funcionamento de um compressor alternativo (http://www.deq.isel.ipl.pt/cp/sebentas/seb03.pdf) (http://alfa.ist.utl.pt/~lroriz/MyPage/compressores.htm) 84 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Deslocamento positivo: Rotativos Engrenagem com 2 lóbulos Bilobado: alta capacidade e pressão intermediária (7 m3/s e 0,8 atm) 85 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 30 - Compressor Bilobado (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 86 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Parafuso Helicoidal: ampla faixa de pressão e capacidade (ex.: 1 atm e 6 m3/s: 11 atm e 12 m3/s) Figura 31– Parafuso helicoidal (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 87 ¾ Operam com os mesmos princípios das bombas centrífugas. Os multiestágios (mais de 1 rotor) têm, em geral, dispositivos de resfriamento. ¾ Comprimem enormes volumes de gases (140m3/s) até uma pressão de saída de 2 atm e com capacidades volumétricas menores podem descarregar altas pressões (centenas de atm). 88 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Centrífugos EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Centrífugos: Fluxo Radial o Apresentam semelhança de aparência às bombas centrífugas, além de operarem com os mesmos princípios físicos o O gás escoa para o olho do rotor, onde é acelerado radialmente; sai a alta velocidade pela periferia e flui para um difusor onde a energia cinética é transformada em energia de pressão 89 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 32: Esquema de um compressor centrífugo 90 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 33 -Rotores de um compressor multi-estágio (rotor de alta pressão) (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 91 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 33 - Compressor Centrífugo multi-estágio (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 92 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Figura 34- Compressor centrífugo integrado, multi-estágio (1170-12500 ft3/min e 125-325 psi) (Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias) 93 o Constituído por uma coroa de palhetas acopladas ao eixo rotatório, pemintindo fluxo axial. o Tem eficiência mais elevada que os radiais, são menores e mais leves para a mesma capacidade, mas o custo é mais elevado. o A faixa de operação é mais limitada e são mais sensíveis a corrosão. 94 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Centrífugos: Fluxo Axial EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Seleção Informações normalmente necessárias para a seleção de compressores: Temperatura de entrada Máxima temperatura de saída Variação de pressão Vazão Propriedades do gás: composição Tc e pc peso molecular médio γ = cp/cv fatores de compressibilidade * Usualmente é necessário manter contato com o fabricante para a escolha do tipo, potência, etc.. 95 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Quando a pressão de um fluido compressível aumenta adiabaticamente, a temperatura do fluido também aumenta. pb pa Para um dado gás, a razão da temperatura (Tb/Ta) aumenta com o aumento da razão de compressão (pb/pa). Para uma mudança de pressão isentrópica (adiabática e sem atrito) de um gás ideal, tem-se 96 Tb p b = Ta p a 1 γ onde γ = cp cv Gás ideal: pv = RT Transformação adiabática: pv = k γ Em equipamentos com razão de compressão rc=pb/pa<4, a temperatura isentrópica não é muito grande. Em compressores com alta rc, 10 ou mais, ela se torna excessiva. 97 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha 1− EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Além disso, em compressores reais existe atrito e o calor (do atrito) é também absorvido pelo gás. Os compressores devem ter camisas de resfriamento. Balanço de Energia (desprezando termo de atrito) Hc = ∫ pb pa v 2b − v a2 ∆p + g( y b − y a ) + ρ 2 Normalmente não existe Normamente desprezível em relação ao 1o. termo 98 Substituindo e Integrando: Gás ideal pa M ρa = RTa pvγ=k ou p/ργ=k EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Compressão Adiabática γ −1 γ pa (pb pa ) − 1 Hc = ρa (γ − 1) γ p a RTa = ρa M γ −1 γ RTa (p b p a ) − 1 Hc = M (γ − 1) γ 99 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Para gases não ideais γ −1 γ z a + z b RTa (p b p a ) − 1 Hc = 2 M (γ − 1) γ & Hc m Pot = η [Hc] = H.g 100 Velocidade Específica: Diâmetro Específico: onde: NQHc D- Ns = EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Agrupamentos importantes na seleção de compressores N Q (H c )3 / 4 D (H c ) Ds = Q veloc. de rotação, vazão, carga diâmetro do rotor, 1/ 4 rpm ft3/s ft lbf/lbm ou ft ft 101 Ds (Chem. Eng., 1986, p. 81 ou Foust, p. 534) Apenas para seleção preliminar Desloc. Positivo Rotativo Centrífugo Ns 102 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Gráfico Ns x Ds Para um compressor multiestágio pode-se mostrar que a potência total é mínima se cada estágio produz o mesmo trabalho: rc é a mesma para cada estágio. p p 2 p3 = = ....... = n p n −1 p1 p 2 p p pn pn n −1 x.......x 3 x 2 = rc = p 2 p1 p1 p n −1 103 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha Razão de Compressão: rc EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha (rc )cd. estágio p final =n p inicial Para estimativa da temperatura de saída em cada estágio, usa-se a seguinte expressão, obtida para compressão adiabática. 1− Tb p b = Ta p a 1 γ 104