S. J. do Rio Preto - Quinta, 25 de outubro de 2007
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O segundo milagre do Padre Mariano
São José do Rio Preto, 3 de junho de 2007
Fotos: Edvaldo Santos
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Cecilia Demian
09:29 - A cura rápida e eficaz do
menino André Gustavo Darin
Júnior, 4 anos, de Mirassol, pode
canonizar o beato Padre Mariano
por se tratar de um segundo
milagre atribuído a ele. O garoto
caiu numa piscina e foi levado
desacordado para o Hospital de
Base de Rio Preto. Ele sofreu duas
paradas cardiorrespiratórias em
menos de uma hora e estava à André com a mãe, Thaís, que rezou pela
beira da morte. Inexplicavelmente,
intercessão do Padre Mariano
o menino reagiu depois que a
família invocou a ajuda do Padre Mariano. Médicos e familiares estão
convictos de que a cura, sem seqüelas, é resultado de um milagre. O
primeiro milagre reconhecido pelo Vaticano (necessário para a
beatificação) foi a cura do garoto João Paulo Polotto, de Rio Preto,
acidentado em 1996. "Este caso de Mirassol, se for comprovado e
reconhecido como milagre pelo Vaticano, basta para a canonização. É
muito importante para os agostinianos e para a Igreja em geral," explicou
o padre agostiniano Agustín Alcalde, diretor do Colégio São José, de Rio
Preto. Ele já conversou com a família para orientar sobre os passos do
processo do reconhecimento do milagre.
Se o milagre for confirmado pelo Vaticano, padre Mariano de la Mata
Aparício, o primeiro beato da Diocese de Rio Preto, se torna santo e fará
parte do calendário litúrgico da Igreja "ad aeternum" (para sempre). No
dia 22 de agosto de 2006, às 17h30, André caiu na piscina da casa dos
avós Sônia e Marino Darin. Ao ser retirado da água, desacordado, o avô
começou a gritar, invocando Padre Mariano, pedindo que todos rezassem
para a intercessão do beato. André foi levado para a Maternidade Mãe do
Divino Amor, em Mirassol. O pediatra Ricardo Batista estava de plantão
neste dia e fez os primeiros socorros, mas André teve a primeira parada
cardiorrespiratória. A solução era seguir para o HB, na viatura do Resgate
do Corpo de Bombeiros. Dr. Batista foi junto. No trajeto, a segunda
parada cardiorrespiratória. André chegou em coma na emergência do HB
e foi internado na UTI pediátrica. O médico plantonista do HB disse à
família: "O estado dele é grave. Mesmo se conseguirmos estabilizá-lo, ele
pode ter seqüelas." Na UTI pediátrica, André foi entubado e
acompanhado 24 horas. Era uma terça-feira fria de agosto. A avó Jane
Bonilha, médica no HB, teve acesso livre para acompanhar o neto e
passava a noite com ele. Thaís podia ficar das 14 às 22 horas. E ficou.
Sentada num banquinho ao lado da cama, ela conversou, rezou e cantou
para o filho, mesmo que ele não ouvisse. Ela, que é devota de Nossa
Senhora de Fátima, também pediu a intercessão de Padre Mariano.
No dia seguinte, houve uma piora de manhã, braços e pernas estavam
ficando mais roxos. O menino recebeu a bênção de frei Gouveia, de
Mirassol, e do padre Marcos Mocci, que atendia na paróquia Menino
Jesus de Praga. À tarde, André reagiu. Então passou por exame de
ressonância magnética que acusou duas lesões no cérebro, que
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poderiam afetar a visão e a articulação. Reunida, a família rezou para o
padre Padre Mariano interceder pelo menino. "Os meus sogros
conheciam a história do Padre Mariano, porque estava na época da
beatificação e eles acompanharam todas as notícias. São de muita fé. Eu
pedia a Deus e ao padre Mariano que me devolvessem o André de
qualquer jeito”, disse a mãe. No sábado depois do almoço, quatro dias
depois do acidente, começaram a desentubar o garoto. No domingo, o
plantonista do HB que atendeu o garoto foi ao quarto e disse não
acreditar no que via. Na quarta-feira seguinte, o menino teve alta. Com a
saúde perfeita. "É um milagre, sim. Foi uma coisa muito grave, mas a
recuperação foi rápida e sem seqüelas," disse Thaís Darin, mãe de
André. "Ele saiu do hospital uma semana depois, na outra quarta-feira,
sem passar por nenhum tratamento, perfeitinho.”
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O pediatra Ricardo Batista, de Mirassol, confirma que o caso era muito por e-mail
grave, mas a evolução foi boa, surpreendendo a todos. "Acredito que teve
a mão de Deus." Além da cura do seu querido André, Thaís repara que o
fato serviu para fortalecer ainda mais a família, a fé e o amor entre eles. O
menino leva vida normal na escola e em casa. A alegria foi tanta que na
quinta-feira, a classe de André (maternal 1 da Coopen) foi visitá-lo com as
professoras. Comeram bolo e cantaram parabéns. "Claro, tínhamos que
comemorar. Meu filho nasceu de novo," afirma Thaís. Emocionadíssima,
ela chorou durante toda a entrevista ao Diário, enquanto André se distraía
com quebra-cabeças. A médica patologista Jane Bonilha, mãe de Thaís,
também acredita em milagre. “Todos os profissionais que cuidaram do
meu neto, acompanharam sua recuperação, atribuem a cura a um
milagre. Só pode ser," afirma a dra. Jane, professora na Faculdade de
Medicina de Rio Preto. A outra avó, Sônia Darin, que se jogou na piscina
para salvar o neto no dia do acidente, lembra-se da reação dos médicos
que atenderam André. "Eles se espantavam com a recuperação rápida.
Só pode ser mesmo um milagre," disse. Sônia carrega na bolsa um
santinho do pe. Mariano e divulga a devoção.
Igreja é prudente na admissão
de milagres
Para a Ordem Agostiniana será
uma glória ter mais um santo no
seu esquadrão. Além do expoente
máximo, Santo Agostinho (o
fundador), a congregação tem
nomes ilustres e populares, como
Santa Rita de Cássia, Santa
Mônica e Santo Afonso de Orozco.
Mas os agostinianos, como a
Sem seqüelas do afogamento, André
Igreja Católica, são prudentes
Darin brinca de quebra-cabeça
quando se trata de milagres.
Primeiro, ouve-se o relato dos envolvidos. Os depoimentos escritos e
assinados por parentes e testemunhas são enviados ao vice-postulador
pe. Miguel Lucas, em São Paulo. "Juntamos também documentos,
avaliações médicas. Depois de uma análise demorada, pe. Miguel envia
para Roma, ao postulador Fernando Rojo. Só depois é que se abre o
processo de beatificação e instala-se o Tribunal Eclesiástico. Aí as provas
começam a ser feitas de novo. É tudo muito bem apurado," disse padre
Agustín Alcade, diretor do Colégio São José e atual superior da viceprovíncia agostiniana de São Paulo.
Para ter a cura de André Gustavo Darin Júnior, 4 anos, reconhecida pelo
Vaticano, a família está disposta a fazer o que for preciso. A mãe, Thaís
Darin, e a avó Sônia procuraram o padre Agustín para contar o ocorrido.
André estava com elas. "Se este caso contribuir para a canonização do
Padre Mariano, eu vou atrás de tudo, de testemunhos, documentos, o que
precisar", disse Thaís. O padre Agustín se interessou pelo e deu
santinhos para o garoto. "Divulgamos a imagem do Padre Mariano
também como protetor das crianças, além dos pobres e doentes. As
graças associadas às crianças são um sinal importante, é um santo que
acaricia os pequenos e os protege da violência", disse o padre.
Primeiro milagre
No dia 26 de abril de 1996, o estudante João Paulo Polotto, com 6 anos
de idade, participou de uma excursão a Barra Bonita, organizada pelo
http://www.diarioweb.com.br/noticias/corpo_noticia.asp?IdCategoria=62IdNoticia=94202
Colégio São José, onde estudava. Com ele foram o irmão Pedro Paulo e
a mãe, a médica Eliana Polotto. Ao atravessar uma avenida, João Paulo
foi atropelado. Ele teve traumatismo craniano, hemorragia e paralisia de
um lado do corpo. Levado em coma para o hospital. No Colégio São
José, em Rio Preto, o diretor padre Luiz Miguel (hoje falecido),
professores, padres e alunos souberam do acidente e invocaram a ajuda
do padre Mariano. João Paulo começou a apresentar melhoras visíveis,
saiu do coma e teve alta.
Dez dias depois, o médico Oderzio Marcato, que o atendera em Barra
Bonita, visitou a família em Rio Preto. Encontrou o menino andando de
patins, sem o menor sinal do acidente. O caso interessou ao Vaticano que
mandou instalar um Tribunal Eclesiástico. O processo de beatificação foi
aberto em 1997, pelo cardeal-arcebispo dom Paulo Evaristo Arns. Em Rio
Preto, o bispo Orani João Tempesta instalou o tribunal, nomeou juiz e
promotor (chamado de ´advogado do diabo`). No final, o menino passou
por avaliação neurológica com o médico Salvador Martucci e o processo
foi enviado a Roma. Em dezembro de 2004, o Vaticano reconheceu o
milagre. No dia 5 de novembro de 2006, O padre Mariano foi beatificado
na Catedral da Sé, em São Paulo.
Arte: Aícro Júnior/Editoria de Arte
14/11/2006
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