TECNOLOGIA DE ENFERMAGEM APLICADA AO CUIDADO DE UM NEONATO TRAQUEOSTOMIZADO NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL Gomes, Diógenes Farias¹; Cavalcante, Maria Liana Rodrigues¹; Filho, Raimundo Faustino de Sales¹; Silva, Antônia SiomaraRodrigues2. 1 2 Acadêmicos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA Docente e Orientadora do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA INTRODUÇÃO: A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) prepara o indivíduo diante da possível recuperação ocasionada por patologias severas, ou seja, dá suporte e cuidado para que o cliente possa superar o caso clínico. Segundo Oliveira et al. (2006), a hospitalização nesta unidade traz inúmeras implicações para os envolvidos no processo de hospitalização, incluindo o recém-nascido, sua família e a equipe de saúde, cujo processo de trabalho permite a realização do cuidado com especificidade necessária ao grupo neonatal. A assistência em neonatologia passou por transformações nos últimos tempos, sendo auxiliada pelas tecnologias que trouxeram uma maior eficácia ao atendimento dos recém-nascidos. Embora o avanço tecnológico do cuidar ao paciente recém-nascido tenha proporcionado a eficácia no tratamento, ainda existe uma escassez de recursos que dificulta a efetiva participação da família no processo de recuperação do neonato. A UTI exige que se aplique cuidados além dos necessários ao paciente. Em neonatologia, os cuidados com um neonato são excessivamente delicados. Uma criança recém traqueostomizada necessariamente exige de cuidados intensos. Segundo Souzaet al. (2009), a traqueostomia é um procedimento cirúrgico geralmente realizado em pacientes críticos nas UTI’s que necessitam de ventilação mecânica por tempo prolongado, para facilitar a higiene das vias aéreas, oferecendo maior segurança e conforto para o paciente, e no auxilio do desmame respiratório. A enfermagem é fundamental no processo de cuidados na UTIN, pois os profissionais enfermeiros proporcionam a evolução do estado do paciente através do cuidar. Além dos profissionais de enfermagem, mais que necessário é a participação da família, fundamental para salientar e ceder o sentimento de proteção e segurança que são necessários e facilmente transmitidos pelo vínculo sentimental. OBJETIVOS: Fortalecer o vínculo entre mãe e filha; proporcionar a mãe informações necessárias ¹ Acadêmico do 3º período do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Contato eletrônico: [email protected] para o cuidado sobre o processo de traqueostomia e sobre a criança traqueostomizada; analisar a adaptação dos cuidados da UTI neonatal; observar a importância da tecnologia em enfermagem para o processo de cura através do cuidado. METODOLOGIA: A metodologia deste trabalho é do tipo estudo de caso, com uma abordagem qualitativa, realizado com uma recém-nascida internada na UTI neonatal de um hospital de grande porte do Estado do Ceará. A coleta de dados foram feitas através de conversassemi-diretivas,além de consultas ao prontuário da criança. O ambiente inicial foi na UTI neonatal, posteriormente napediatria do mesmo hospital.Na pediatriase obteve a maior parte dos dados e estabelecendo-se um diálogo maior com a mãe. O interesse para a realização deste estudo fundamentou-se a partir de estudos acadêmicos e pelo fato inédito da realização de traqueostomia num recém-nascido, para o hospital. As visitas foram feitas durante os meses de março e abril, de 2012, todas no hospital. Seguindo os princípios éticos conhecidos e relatados pela Comissão Nacional de Saúde – CNS, este estudo fundamentou-se na resolução 196 de 10 de Outubro de 1996. Na primeira visita com a responsável da paciente foi aplicado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que visou lucidar a responsável sobre o estudo que estava sendo realizado e sua permissão para que os acadêmicos pudessem continuar realizandoo. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Quando a paciente ainda estava na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, observou-se a sua debilidade. Para a família a quebra do ciclo nascimento – lar possibilitou a angústia para a recepção da paciente em seu verdadeiro lar e surgindo a hipótese de morte. O impacto desse processo hospitalar, perceptivelmente, atrapalhou o fortalecimento do vínculo entre a família e a criança. No dia 23 de Março de 2012, a melhora da cliente possibilitou a alta na UTIN e o encaminhamento para o setor pediatria. Neste setor observou-se que o vínculo entre mãe e filha foi mais fortalecido. No momento, a orientação foi necessária sendo dada a mãe um manual de instruções de “cuidados com a criança traqueostomizada”, sendo esclarecidas algumas dúvidas. Durante todas as visitas com a mãe, ela relatouque acreditava na melhora da filha, estando fortemente convencida de que sua filha sairia do caso clínico e ansiava pela alta hospitalar. A assistência de enfermagem prestada ao recém-nascido na UTIN possibilitou uma recuperação acentuada, pois o cuidado associado à atenção e a técnica humana aplicada eficazmente, como foi observado. As tecnologias em enfermagem no processo de melhoria da cliente foi de forma o principal fator para a recuperação, observando-se na UTIN a tecnologia associada ao cuidar eficaz à cliente que em um curto espaço de dois meses possibilitou um avanço perceptível e eficaz frente às necessidades dela. CONCLUSÃO: Apesar dos empecilhos impostos naturalmente como o distanciamento entre mãe-filha, impossibilitando um acompanhamento integral e o estabelecimento de um vínculo inicial, o ambiente hospitalar mostrou-se apto à sistematização do cuidado, aliando a humanização dos profissionais de enfermagem ao aparato de recursos tecnológicos, sejam estes mais visíveis em alguns setores como na UTIN. Assim, diante do que foi observado na UTIN, na pediatria e com a mãe, a tecnologia em enfermagem associada ao cuidado hospitalar e ao afeto familiar é fundamental para a recuperação do paciente. DESCRITORES: UTI Neonatal, tecnologia, traqueostomia e família. REFERÊNCIAS: GAÍVAL, M.A.M e SCOCHILL, C.G.S. A participação da família no cuidado ao prematuro em UTI Neonatal. Revista Brasileira de Enfermagem. São Paulo, 2004. GAÍVAL, M.A.M e SCOCHILL, C.G.S. Processo de trabalho em ¹ Acadêmico do 3º período do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Contato eletrônico: [email protected] saúde e enfermagem em UTI neonatal. Revista Brasileira de Enfermagem. Ribeirão Preto – SP, 2000. OLIVEIRA, B.R.G, LOPES, T.A, VIERA, C.S, COLLET, N. O processo de trabalho da equipe de enfermagem na UTI Neonatal e o cuidar humanizado. Texto Contexto Enfermagem. Florianópolis – SC, 2006. SALES ,C.A, ALVES, N.B, VRECCHI, M.R. Concepções das mães sobre os filhos prematuros em UTI. Revista Brasileira de Enfermagem. Maringá – SP,2006. SOUZA, J.W.T, ARAÚJO, K.P, SILVA, V.J.S, VIANA, J.M. Importância da Realização da Traqueostomia em pacientes internados em Unidades de Terapia Intensiva e Assistência de Enfermagem ao paciente traqueostomizado no ambiente hospitalar. Saúde e Beleza. 2009. ¹ Acadêmico do 3º período do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA. Contato eletrônico: [email protected]