Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
Perfil nutricional dos atletas paraolímpicos atendidos no
CENUT.
Autor: Nathália Santos
Orientador: MsC Danielle Luz Gonçalves
Brasília - DF
2012
NATHÁLIA DA COSTA DOS SANTOS
PERFIL NUTRICIONAL DOS ATLETAS PARALÍMPICOS ATENDIDOS NO
CENUT.
Monografia apresentada ao curso de
Graduação em Nutrição da Universidade
Católica de Brasília como requisito parcial
para obtenção do título de Bacharel em
Nutrição.
Orientadora:
Gonçalves
Brasília
2012
MsC
Danielle
Luz
Monografia de autoria de Nathália da Costa dos Santos, intitulada ‘’Perfil nutricional
dos atletas paraolímpicos atendidos no CENUT’’, apresentada como requisito parcial para
obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, em 27 de
Novembro de 2012, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:
____________________________________________________________
MsC Danielle Luz Gonçalves
Orientadora
Nutrição - UCB
____________________________________________________________
Leonardo Moura
Nutrição - UCB
____________________________________________________________
MsC Rosane Pescador
Nutrição – UCB
Brasília
2012
Dedico este trabalho a todas as pessoas que
ajudaram e apoiaram a cada decisão dessa
trajetória. Dedico principalmente aos meus
avós, Divina Maria e Manoel Machado pelo
investimento e incentivo desde o início da
jornada, sem eles, com certeza não estaria
nesse presente momento.
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus, por iluminar minha jornada, dando-me sabedoria e
paciência ao longo desse caminho. Agradeço aos meus avós, Divina Maria e Manoel
Machado pelo apoio dado desde o início, por acreditarem e investirem em meu potencial. Aos
meus pais Luciana Maria e Paulo César, ao meu irmão Vitor Hugo e ao meu companheiro
Gustavo Henrique, que sempre apoiaram e incentivaram meu crescimento acadêmico e
profissional.
Agradeço também a Danielle Luz, primeiramente pela oportunidade em ser sua aluna
em vários momentos do curso, por sua sabedoria, conhecimento e experiência passados a cada
aula, a cada conversa. Agradeço ainda pela paciência e habilidade em esclarecer prontamente
qualquer dúvida.
RESUMO
Referência: SANTOS, Nathália da Costa. Perfil nutricional dos atletas paralímpicos
atendidos no CENUT. 2012. 28 pág. Trabalho de Conclusão de Curso de Nutrição.
Universidade Católica de Brasília, Taguatinga, 2012.
Este trabalho apresenta a diferença entre os esportes que são demonstrados nos Jogos
Olímpicos e Paralímpicos, desde o surgimento das disputas até os dias de hoje, comparando o
crescimento de cada edição realizada de quatro em quatro anos, onde no mesmo espaço se
disputam as duas olimpíadas, tentando utilizar a mesma estrutura. Procura apontar igualdades
e diferenças entre os dois eventos, levando em conta características como investimento para
os atletas, organização e a relação com o mercado de consumo, principalmente com a mídia.
O esporte paraolímpico é um fenômeno mais recente e se encontra em um estágio anterior de
exploração das potencialidades econômicas do esporte. Apresenta um enfoque maior para os
atletas paralímpicos, procurando traçar o perfil dos atletas atendidos na Clínica de Nutrição da
Universidade Católica de Brasília, detectando suas necessidades e limitações onde apesar da
baixa renda e pouca escolaridade buscam informações necessárias para a melhora do
desempenho. Em 14 atletas atendidos, 33% apresentaram percentual de gordura corporal
mediano ou alto, no qual a literatura mostra um percentual maior em menor quantidade de
pacientes, demonstrando uma divergência. Mesmo com o crescimento dos Jogos
Paralímpicos, a necessidade de investir continua sendo primordial, começando pelo patrocínio
a cada atleta, um incentivo, um apoio, investindo também nos centros de treinamento,
acertando nos detalhes para que cada treino seja uma superação.
Palavras-chave: Paralimpíadas. Atletas. Perfil Nutricional.
ABSTRACT
This work shows the difference between the sports that are demonstrated in the Olympic and
Paralympic Games, since the emergence of disputes until the present day, comparing the
growth of each edition held every four years, in the same space where the two are vying
Olympics , trying to use the same structure. It highlights equalities and differences between
the two events, taking into account characteristics such as investment for athletes,
organization and relationship with the consumer market, especially with the media. The
Paralympic sport is a more recent phenomenon and is in an earlier stage of economic
exploitation of the potential of the sport. Presents a greater focus for Paralympic athletes,
seeking to trace the profile of the athletes met in Clinical Nutrition at the Catholic University
of Brasilia, identifying their needs and limitations where despite low incomes and little
education seek information necessary for improved performance. In 14 athletes attended, 33%
had average body fat percentage or higher, in which the literature shows a higher percentage
in fewer patients, demonstrating a divergence. Even with the growth of the Paralympic
Games, the need to invest remains paramount, beginning by sponsoring every athlete, an
encouragement, support, also investing in training centers, hitting the details so that each
workout is an overshoot.
Keywords: Paralympics. Athletes. Nutritional Profile.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................... 08
METOLOGIA.............................................................................................................. 17
RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................. 18
CONCLUSÃO............................................................................................................. 26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 27
8
INTRODUÇÃO
A história dos esportes nas civilizações antigas passa por diversas evidências
importantes, mas de registros imprecisos. Civilizações primitivas como a dos chineses, maias,
incas, egípcios, japoneses, astecas, hindus, e outros povos, deixaram vestígios de jogos
praticados com o caráter esportivo, e que permitiram diversas especulações sobre a verdadeira
origem do esporte. (TUBINO, 1987)
Foi na Grécia antiga que os exercícios físicos e as atividades esportivas tiveram realce,
primordialmente pela importância que receberam na Educação e pelo lugar que ocuparam nas
celebrações e nas festas. O momento culminante da história dos esportes da Antiguidade
Grega é atingido nas celebrações dos Jogos Olímpicos, disputados em Olímpia durante 12
séculos, de 884 a.C, a 394 d.C, de quatro em quatro anos, provocando, inclusive, períodos de
trégua entre as guerras, durante o período das disputas. As provas de caráter individual,
abertas somente para o sexo masculino, ofereciam aos vencedores como recompensa uma
coroa traçada por ramos de oliveira, colhidos em árvores consagradas a Zeus. Nos anos de
intervalos de Jogos Olímpicos na Antiguidade, os gregos celebravam outras competições
desportivas como os Jogos Istmicos, Píticos, Nemeus e Fúnebres. Após a conquista da Grécia
pelos romanos, os jogos entraram em decadência até seu encerramento por Teodósio, por
motivos religiosos. (TUBINO, 1987)
Hobsbawn (1984), ao referir-se ao surgimento da política de massas em finais do
século XIX, coloca a questão do ressurgimento dos elementos ‘’irracionais’’ na manutenção
da estrutura e da ordem social. Neste sentido, três novidades seriam mais importantes: a
educação primária secular, as cerimônias públicas e a produção em massa de monumentos
públicos. Vasconcellos (2011) concorda que os Jogos Olímpicos não eram configurados como
festivais esportivos e sim cerimônias religiosas. Hobsbawn (1984) afirma ainda que a
invenção das tradições políticas mais universais foi obra dos Estados, não obstante tenham
participado deste processo movimentos de massa que reivindicavam status independente,
como os movimentos socialistas operários (com o 1° de maio). Esse processo apresentou
tradições próprias, entre elas o esporte; particularmente o futebol tornar-se-ia um ‘’culto
proletário de massa’’. Esta modalidade se modernizou em torno dos anos de 1880,
funcionando em escala local e nacional: o esporte amador das escolas particulares inglesas,
tornou-se, a partir de 1885, proletarizado e profissionalizado. Os clubes passaram a ser
9
organizados e dirigidos por comerciantes. De certa maneira, no continente europeu, o mesmo
fenômeno se verificaria com o ciclismo. (GEBARA, 2002)
A conclusão desses movimentos apontados por Hobsbawn propiciou a constituição de
identidades nacionais, obscurecendo diferenças locais e regionais; eis aí uma possibilidade de
entendermos a evolução das competições internacionais, rapidamente suplantando os
campeonatos nacionais. O grande momento desse processo foi a recriação dos Jogos
Olímpicos em 1896. A construção e organização de espaços para promover espetáculos de
massa, como os estádios de futebol, talvez não tenham implicado, necessariamente, a
democratização do esporte; provavelmente massificação e democratização não devam ser
confundidas, quer o processo ocorra em Cuba ou no Brasil. (GEBARA, 2002)
Após a institucionalização esportiva descrita, outro período importante do movimento
esportivo moderno teve início com o francês Pierre de Coubertin, quando restaurou os Jogos
Olímpicos em 1896. Coubertin, após viagem a Inglaterra, ficou entusiasmado em reformar o
sistema educativo francês, utilizando-se dos esportes. Após várias campanhas nesse sentido,
resolve estender sua proposta para o campo internacional, integrando-se totalmente ao resgate
do ideal olímpico, reconceituando-o de acordo com a modernidade daquele momento
histórico. (TUBINO, 1987)
Raul Paranhos do Rio Branco, filho do barão do Rio Branco e embaixador do Brasil
em Berna, Suíça, recebeu convite do barão Pierre de Coubertin para integrar o Comitê
Olímpico Internacional (COI) em 1913. Mais do que uma gentileza, o gesto significava uma
declaração de fé no potencial esportivo da nação brasileira e dava início à história do país no
Movimento Olímpico Internacional. O convite fez do embaixador o primeiro delegado do
COI para o Brasil e provocou, nesse mesmo ano, uma campanha pública pela formação de um
Comitê Olímpico Brasileiro. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
Em 1928, o Brasil não enviou seus atletas para as Olimpíadas por falta de recursos. A
Confederação Brasileira de Desportos (CBD) enviou uma nota à imprensa confirmando essa
desistência. Nos Jogos Olímpicos em Los Angeles, quatro anos depois, foram enviados 82
atletas, sendo 81 homens e apenas 1 mulher, porém, só desembarcaram os que realmente
tinham condições de medalha. A mulher, Maria Lenk foi autorizada a participar dos jogos por
um ato de cavalheirismo. Aos 17 anos, foi a primeira participante sul-americana das
competições. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
10
Em Berlim, em 1936, o ditador Adolf Hitler presenciou a impugnação de suas teorias
de supremacia nacional e racial, que só seriam vencidas definitivamente nove anos e muitos
sacrifícios de guerra depois. Berlim vislumbrava a sede dos jogos como oportunidade para
desativar o criticismo mundial contra suas políticas domésticas, como a alarmante
perseguição dos judeus que gerava controvérsia internacional. Ainda sim os jogos foram
grandiosos, com a presença de 50 países e 5.000 atletas, dos quais 328 mulheres, se tornando
um recorde. Segundo Cardoso (2000), o Brasil levou uma delegação de 72 atletas, divididas
em duas equipes com desempenho medíocre. Pela primeira vez, a tocha olímpica foi levada
de Atenas para a sede dos jogos numa viagem que durou onze dias e foi revezada por 7 atletas
de países diferentes. (VASCONCELLOS, 2011)
Depois da Olímpiadas de Berlim, devido a Segunda Guerra Mundial, as edições de
1940 e 1944 dos Jogos Olímpicos foram canceladas, retornando em 1948, com os Jogos
sediados por Londres. (CARDOSO, 2000).
Em Londres, compareceram 3714 homens e 385 mulheres de 59 países. O Brasil
compareceu com uma delegação de 78 atletas, um número bom para os resultados obtidos até
então. Depois de 28 anos da estreia e de um bisonho jejum, o Brasil voltou a ocupar um lugar
no pódio, com 3º lugar no basquete. (CARDOSO, 2000)
Nesse mesmo ano, surge então Ludwig Guttman, que organizou uma competição
esportiva que envolvia veteranos da Segunda Guerra Mundial com lesão na medula espinhal.
O evento foi realizado em Stoke Mandeville, na Inglaterra. Quatro anos mais tarde,
competidores da Holanda uniram-se aos jogos e assim nasceu um movimento internacional.
Este fez com que jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, fossem organizados pela
primeira vez em Roma, em 1960. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
O sucesso do trabalho motivou o Dr. Guttmann a organizar a primeira competição para
atletas em cadeiras de rodas e no dia 29 de julho de 1948 – exatamente a data da cerimônia de
abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, aconteceu à competição denominada Stoke
Mandeville Games. (SENATORE, 2006)
Nas próximas Olimpíadas, em Helsinque (1952), o acontecimento mais marcante
quanto a integração do movimento olímpico seria o reaparecimento dos desportistas da União
Soviética segundo Vasconcellos (2011). A Finlândia, sempre alvo e rota de conflitos no
continente europeu, conseguiu sucesso com 67 países representados por quase cinco mil
11
atletas. O Brasil obteve 3 medalhas, 2 medalhas de bronze – 1 na natação e 1 no salto em
altura – e 1 de ouro na competição de saltos de hipismo. (CARDOSO, 2000)
No intuito das Paraolimpíadas, no mesmo ano, ex-soldados holandeses se uniram para
participar dos jogos de Stoke Mandeville, e juntamente com os ingleses, fundaram a ISMGF –
International Stoke Mandeville Games Federation – Federação Internacional dos Jogos de
Stoke Mandeville, dando início ao movimento esportivo internacional que viria a ser base
para a criação do que hoje conhecemos como esporte paraolímpico. (SENATORE, 2006)
Em 1956 foram realizados os primeiros Jogos Olímpicos do Hemisfério Sul, em
Melbourne, Austrália, evento ao qual compareceram mais de três mil atletas de 67 países.
(VASCONCELLOS, 2011). Segundo o Comitê Olímpico Brasileiro, o país levou apenas 48
atletas para as competições. Ainda sim, Adhemar Ferreira da Silva fez história ao vencer
novamente no salto triplo e tornar-se o primeiro brasileiro a ganhar duas medalhas de ouro
consecutivas na mesma prova.
No ano de 1960, as Olimpíadas foram realizadas em Roma, um portentoso espetáculo
de massa transmitido mundialmente, tiveram cobertura televisiva para vários países,
reproduziram uma competição atlética de alto nível e de alta visibilidade, consolidando a
colocação mercadológica das Olimpíadas. Os brasileiros trouxeram duas medalhas de bronze,
uma na natação e outra no basquete. (VASCONCELLOS, 2011)
Ainda no ano de 1960, ocorreram os Jogos Paraolímpicos, onde competidores da
Holanda uniram-se aos jogos e assim nasceu um movimento internacional. Este fez com que
jogos no estilo olímpico, para atletas deficientes, fossem organizados pela primeira vez em
Roma (Comitê Paralímpico Brasileiro). 400 atletas de 23 países participaram da primeira
paraolimpíada. A partir daí, os jogos vêm sendo realizados a cada quatro anos, de forma cada
vez mais organizada e sempre com número crescente de participantes. (SENATORE, 2006)
Em 1964 os Jogos Olímpicos foram realizados em Tóquio, bem organizados e mais
custosos segundo Vasconcellos (2011) que contou com a participação de mais de cinco mil
atletas de 94 países, batendo recordes anteriores. Brasil novamente levou bronze no basquete.
No México, foram realizados os Jogos Olímpicos de 1968. Apesar da participação
recorde de mais de 100 países representados por cerca de seis mil atletas, houve falhas
organizacionais dos administradores e protestos estudantis, protestando pelos gastos.
(CARDOSO, 2000). A equipe brasileira chegou aos 2.240 metros de altitude com 84 atletas
12
para disputar 13 modalidades. Na volta, três medalhas: uma prata no salto triplo, um bronze
no boxe, outro na vela segundo Comitê Olímpico Brasileiro (Comitê Olímpico Brasileiro,
2012).
As Olimpíadas de Munique em 1972, ficaram marcadas pelo assassinato de onze
atletas israelenses por um grupo de guerrilheiros palestinos. (VASCONCELLOS, 2011) Em
um exemplo de amor à paz e superação das diferenças, a competição teve sequência em
harmonia. O Brasil levou 89 atletas para a Alemanha e voltou com duas medalhas de bronze:
uma no salto triplo, outra no judô. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
Os Jogos Paraolímpicos foram realizados em Heildelberg na Alemanha, e até então,
somente atletas em cadeira de rodas participavam das olimpíadas. (SENATORE, 2006)
Em Montreal, 1976, os Jogos Olímpicos tiveram uma redução no número de atletas e
de países participantes segundo Vasconcellos (2011) por um boicote. 441 atletas de 14
modalidades diferentes foram impedidos de competir. No pugilismo, por exemplo, de 370
competidores, apenas 90 puderam disputar. O brasileiro João do Pulo trouxe ao país uma
medalha de bronze. (CARDOSO, 2000)
Em Toronto foi realizada a Paraolimpíada de 1976, onde começaram a incluir atletas
com outras deficiências, como amputados e deficientes visuais, e em 1980, Arnhem, na
Holanda, foram incluídos os atletas com paralisia cerebral. (SENATORE, 2006)
Em 1980 ocorreu a XXII Olimpíada, em Moscou, que também sofreu com um boicote
prejudicando o movimento olímpico com a característica de que, dessa vez, as superpotências
protagonizavam diretamente a peça político-esportiva. Participaram 84 países, embora 18
deles não desfilassem seus símbolos nacionais. O Brasil trouxe 4 medalhas, duas de ouro no
iatismo e duas de bronze – uma na natação e uma no salto. (VASCONCELLOS, 2011)
O boicote, ou a ‘’não participação’’ da União Soviética (URSS) provavelmente
influenciou a decisão da FIFA conforme cita Vasconcellos (2011), em 1984, em outorgar á
Itália e não a União Soviética a Copa do Mundo de 1990, embora a imprensa soviética
creditasse a preterição aos impostos como interesse comercial da Coca-Cola e da televisão
ocidental. Mesmo assim, participaram dos jogos 141 países, novo recorde, disputados por
7.800 atletas.
13
O Brasil pode festejar em Los Angeles sua mais gorda safra de troféus olímpicos. Os
brasileiros conquistaram 8 medalhas, uma de ouro – na corrida, cinco de prata – uma na
natação, uma no judô, uma no iatismo, uma no futebol e a última no vôlei masculino. O judô
ainda trouxe mais duas medalhas de bronze. (CARDOSO, 2000)
Em 1988, as Olimpíadas de número XXV aconteceram em Seul, chamada de ‘’Jogos
da Confraternização’’ porque depois de sucessivos boicotes duelados por soviéticos e norteamericanos, nessa edição voltavam ao enfrentamento e convívio no mesmo evento.
(VASCONCELLOS, 2011). O Brasil reduziu seu quadro de medalhas de 8 para 6 nessa
edição. Trouxeram duas medalhas de prata, uma conquistada pelo futebol e outra pelo
atletismo. Conquistaram também três medalhas de bronze, duas na competição a velas e uma
na natação. Além de uma medalha de ouro, conquistada pelo judô. (CARDOSO, 2000)
O sucesso da participação brasileira nas Paraolimpíadas em Seul, quando foram
conquistadas 27 medalhas, quatro de ouro, nove de prata e quatorze de bronze, contribuiu para
tornar o movimento paraolímpico mais conhecido em nosso país e foi decisivo na formulação
do modelo de administração esportiva adotado pelo governo eleito em 1989. (SENATORE,
2006)
Em Barcelona, 1992, novamente o Brasil reduziu suas medalhas. Apenas 3, duas de
ouro e uma de prata. As de ouro conquistadas no judô e na natação e a de prata, no vôlei
(CARDOSO, 2000). Nas Paraolimpíadas, os atletas conquistaram sete medalhas, três de ouro
e quatro de bronze. (SENATORE, 2006)
Repetindo o esquema adotado doze anos antes em Los Angeles, Atlanta também
preparou a total privatização dos Jogos Olímpicos de 1996. Escorada na tradição e vigor de
seu setor empresarial, sede da rede de televisão CNN, da Coca-Cola e da Delta Airlines, a
cidade tratou as olimpíadas do ano como um grande empreendimento comercial
(VASCONCELLOS, 2011). 197 países participaram das competições, com um número de
10.788 atletas, onde o Brasil foi representado por 255, 159 homens e 66 mulheres. No total, o
Brasil ganhou 15 medalhas, dobrando o recorde anterior. Nove medalhas de bronze foram
conquistadas nas modalidades de atletismo, futebol masculino, salto por equipe, iatismo, judô
masculino meio-leve e meio-pesado, duas na natação masculina e uma no vôlei feminino. O
basquete feminino e a natação masculina trouxeram medalhas de prata e ouro no iatismo em
duas categorias: misto e laser, e mais duas medalhas no vôlei de praia feminino. (CARDOSO,
2000)
14
Ainda em Atlanta, os atletas Paraolímpicos trouxeram para o país um total de 21
medalhas, duas de ouro, seis de prata e treze de bronze. Na edição seguinte, em Sydney,
conquistaram 22 medalhas, seis de ouro, dez de prata e seis de bronze. (SENATORE, 2006)
Os Jogos Olímpicos de 2000 foram realizados em Sydney, onde o governo se
encarregou de construir uma Vila Olímpica, de todos os estádios, instalações, facilidades
desportivas e também de parte da publicidade institucional (VASCONCELLOS, 2011). Em
Sidney 2000, o Brasil competiu com 205 atletas e conquistou seis pratas e seis bronzes. As
mulheres voltaram a ganhar medalhas nas duas modalidades do vôlei (praia e quadra) e no
basquete. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
Em 2004 os Jogos foram realizados em Atenas. A passagem da Tocha Olímpica dos
Jogos Olímpicos pelo Rio de Janeiro atraiu cerca de 1,4 milhão de pessoas em um percurso de
49 km. Na Grécia, o Brasil conquistou o melhor resultado da história: cinco medalhas de
ouro, duas de prata e três de bronze, e ficou em 16º lugar. Pela primeira vez, o país ficou entre
os 20 primeiros do quadro geral de medalhas. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
Os jogos em Atenas, 2004, foram especiais para o movimento paraolímpico. Foram 33
medalhas conquistadas, quatorze de ouro, doze de prata e sete de bronze, resultado que, por si
só, retrata a luta e a obstinação desses heróis guerreiros. (SENATORE, 2006)
No mesmo ano, os Jogos Paraolímpicos reuniu 3.806 atletas representando 136 países,
número maior que os Jogos Olímpicos realizados em Munique, em 1972. (SENATORE,
2006)
Em 2006, ocorreu a primeira participação de deficientes mentais em competições em
caráter de demonstração nos jogos de Atlanta. Nos jogos em Sydney, 2006, eles foram
oficialmente incluídos nas modalidades de atletismo, basquetebol, natação e tênis de mesa.
Devido a problemas sério de irregularidades e fraudes quanto a elegibilidade dos atletas,
houve suspensão de atletas com deficiência mental das atividades até que se encontre um
caminho eficaz e seguro. (SENATORE, 2006)
Nos Jogos Olímpicos em Pequim, 2008, o esporte brasileiro começou com dois
recordes: o número de participantes de 277 atletas competindo em 32 modalidades. Durante a
competição, o Time Brasil manteve a evolução qualitativa alcançada nos anos anteriores e
conquistou três medalhas de ouro “inéditas” (individual feminino, coletivo feminino e
15
natação), além de quatro de prata e oito de bronze, com participação recorde em 38 finais.
(Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
Uma das ações de maior impacto foi, sem dúvida alguma, a assinatura em 19 de Junho
de 2001, de um acordo entre o Comitê Paraolímpico Internacional (IPC) e o Comitê Olímpico
Internacional (COI) que tornou obrigatório a partir de Pequim – 2008 que a cidade ao
apresentar sua candidatura para os Jogos Olímpicos de Verão e Inverno englobe na mesma
proposta a realização das Paraolimpíadas (SENATORE, 2006). Uma das condições desse
tratado é o limite de 4.000 atletas paraolímpicos até 2016. (Comitê Organizador dos Jogos
Parapanamericanos, 2007)
Em 2012, foi a vez de Londres sediar os Jogos Olímpicos. O Brasil conquistou um
número recorde de medalhas, mas quem ficou em primeiro lugar no pódio foi a equipe norteamericana com 46 medalhas de ouro, 29 de prata e 29 de bronze. Em segundo lugar ficou a
China, com 8 medalhas de ouro a menos. Em terceiro, Grã-Bretanha, com 29 medalhas de
ouro. Apesar do recorde citado, o Brasil ficou classificado em 22º lugar com 17 medalhas, 3
ouros, 5 pratas e 9 bronzes. (Rádio e Televisão Record S/A, 2012)
Nas paraolimpíadas que ocorreram do dia 29 de Agosto a 9 de Setembro de 2012, o
país conquistou 43 medalhas no total, quase a mesma quantidade dos Jogos Olímpicos do
mesmo ano, chegando a 7ª posição no quadro geral, ficando abaixo de países como a China
(1º lugar), Grã-Bretanha (3º lugar) e Estados Unidos em 6º lugar. Dessas 43 medalhas, 21
foram de ouro, 14 de prata e 8 de bronze. As de ouro foram conquistadas em modalidades
como a bocha, natação, atletismo e futebol de 5. (Ministério do Esporte, 2012)
O surgimento do esporte para pessoas com deficiência, e seu crescimento em todo o
mundo, fez com que gradativamente fossem criadas entidades internacionais, nacionais e
regionais nas diversas áreas de deficiência e também em diferentes modalidades, com a
responsabilidade de melhor administrá-lo. Tanto a organização das disputas no esporte
adaptado, quanto a classificação dos atletas, seguem normas específicas de órgãos
reguladores, que racionalizam e representam o componente burocrático desse universo. A
função desses órgãos é muito semelhante à de uma instituição nacional reguladora de uma
modalidade para não-deficientes, ou seja, supervisionar o desenvolvimento e a condução de
suas disputas e eventos, além de promover a participação de seus membros nos mesmos. Tais
órgãos, que oferecem programas esportivos para pessoas com deficiência, podem ser
classificados como organizações poliesportivas e monoesportivas. (PACIOREK, 2004)
16
As olimpíadas e paraolimpíadas recebem auxílio do governo, por uma Lei sancionada
por Fernando Henrique Cardoso em 16 de Julho de 2001. Chamada de Lei Agnelo/Piva, é
destinada 2% da arrecadação bruta das loterias federais do país em favor do COB (85%) e do
Comitê Paralímpico Brasileiro (15%). Dos 85% que lhe cabe, o COB investe
obrigatoriamente por lei 10% no Esporte Escolar e 5% no Esporte Universitário, e o restante é
aplicado nos programas das Confederações e do COB. Outros recursos são obtidos a partir de
patrocinadores privados, doações e de convênio com os três níveis de Governo, viabilizando
alguns dos projetos de desenvolvimento esportivo. (Comitê Olímpico Brasileiro, 2012)
A presidente Dilma Rousseff e o ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, lançaram no dia
13 de Setembro de 2012 o plano Brasil Medalhas. O programa irá investir R$ 1 bilhão para
apoio aos atletas e construção de centros de treinamento. Os recursos, previstos para serem
aplicados a partir de 2013, vão se somar ao R$ 1,5 bilhão já destinado para os esportes de alto
rendimento. De R$ 1 bilhão, R$ 690 milhões serão destinados a medidas de apoio a atletas e
R$ 310 milhões para construir e reformar centros de treinamento. (Rádio e Televisão Record
S/A, 2012)
Para levar os recursos até os atletas, o plano vai oferecer uma bolsa pódio aos
esportistas de alto rendimento, que vão receber R$ 15 mil por mês. Já os técnicos e equipes de
financiamento serão financiados com R$ 10 mil por mês, cada. Outros R$ 310 milhões serão
investidos para construir e reformar locais para treinamento. Serão construídos 22 centros
olímpicos e um paraolímpico. (Radio e Televisão Record S/A, 2012)
Os investimentos prioritários vão para 21 modalidades olímpicas e 15 paraolímpicas,
que o governo considera ter mais chances de medalhas. Cada atleta também receberá também
R$ 20 mil mensais para financiar materiais esportivos. De acordo com o ministro Aldo
Rebelo, cerca de 200 atletas serão beneficiados. Os beneficiários serão selecionados a partir
de critérios de necessidade, além de mérito. Esses investimentos visam colocar o Brasil entre
os dez primeiros colocados no quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos e entre os cinco
primeiros nos Jogos Paraolímpicos. (Rádio e Televisão Record S/A, 2012)
Portanto, esse trabalho visa traçar o perfil dos atletas que buscam estar entre a equipe
enviada para as Paraolimpíadas, verificando suas necessidades primárias e dificuldades que
enfrentam no âmbito financeiro, sua capacidade ou limitação do dia a dia, nos treinos e em
competições.
17
METODOLOGIA
No dia 21 de Agosto de 2012 foram atendidos 15 atletas paraolímpicos pelos
estagiários de Nutrição Aplicada a Atividade Física (NAAF) na Clínica Escola de Nutrição
(CENUT), localizada na Universidade Católica de Brasília.
Foi aplicado um questionário a cada um deles separadamente e em seguida, aberto um
prontuário no nome do atleta.
No CENUT há um registro dos pacientes atendidos com o nome deles, a turma e o
grupo que os atenderam. Há também o tipo de deficiência de cada um deles e número de
telefone para contato.
Todos os prontuários foram separados, com exceção de um, por provável perda, para
reunião de todos os dados relevantes para traçar o perfil. Foram extraídos dados como sexo,
idade, modalidade esportiva e posição praticada, objetivo da consulta, escolaridade, ocupação
atual, renda pessoal, se possui vícios no cigarro ou no álcool, uso de medicamentos
fitoterápicos ou anabolizantes, há quanto tempo pratica atividade física, a utilização ou não de
suplementos nutricionais para melhora de desempenho, além de peso, altura, dobras,
circunferências e análise do recordatório 24 horas.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram colhidos dados de 14 atletas com diferentes deficiências, como:
- Paralisia Cerebral
- Deficiência Visual
- Má formação de membros
- Amputados.
Entre essas deficiências citadas, paralisia cerebral representa 50% dos atendimentos
realizados, 28% acometem os pacientes amputados, 14% são atletas com deficiência visual e
8% apresenta má formação.
Dez dos atletas atendidos são do sexo masculino representando 71% e apenas quatro
do sexo feminino (29%). Entre as mulheres, duas são adolescentes e entre os homens apenas
um. Esse dado é relevante para pontos de corte que serão apresentados mais a frente.
Com relação à profissão e ocupação atual, 35,7% declarou ser apenas estudante, não
exercer nenhuma outra atividade, praticam e treinam o esporte, mas não se consideram ainda,
atletas. A mesma porcentagem se considera atleta, possui sua profissão e buscam no esporte
uma alternativa visando competições. 28,6% exercem suas profissões como serviços gerais,
digitalizador ou analista judiciário assim como ocupação, porém, exercem e se consideram
atletas em segundo plano.
O quadro 1 representa o percentual de atletas e suas modalidades. Lembrando que
existem atletas que praticam mais de uma modalidade, podendo exercer até 3 delas. No
quadro 2, mostra qual é o maior objetivo deles, sendo considerado apenas o objetivo principal.
Na questão da escolaridade, a maioria apresenta Ensino Fundamental Completo (36%)
entre adultos e adolescentes, prevalecendo os mais jovens e 14% cursa essa etapa escolar.
29% dos atletas possuem Ensino Médio Completo e também com 14%, atletas possuem
Ensino Superior Completo. 7% representam os atletas que ainda estão cursando o Ensino
Superior.
19
Quadro 01 – Modalidades esportivas.
Arremesso de
disco ou peso
10%
Ciclismo
5%
Basquete
9%
Salto a distância
10%
Trico com arco
9%
Atletismo
43%
Arco e flecha
5%
Natação
9%
Quadro 02 – Objetivo no atendimento nutricional
Ganhar massa
magra
14%
Reeducação
alimentar
22%
Melhorar
desempenho
64%
Podemos observar que mais da metade, 64%, objetiva melhorar seu desempenho, seja
no tempo, na performance, na melhora física ou reduzir a fadiga pós treino. Apenas 3 dos
atletas, relataram necessidade de fazer uma reeducação alimentar, aprender o que ingerir e
quando ingerir para melhorar a saúde, melhorando consequentemente o rendimento no dia a
dia e nos treinos. 2 deles, objetivam o ganho de massa magra.
Outro fator importante e relevante coletado, foi a renda pessoal de cada um deles,
podendo separar por faixas de salários mínimos, minimizando os constrangimentos no
20
momento de responder. O resultado desse dado será representado no quadro abaixo (Quadro
03).
Quadro 03 – Renda pessoal por mês.
Mais de 10
salários
7%
Entre 5 e 10
salários
29%
Até 1 salário
mínimo
43%
Entre 1 e 4
salários
21%
Dados como o consumo de cigarro, álcool, uso de fitoterápicos e esteróides anabólicos
androgênicos (anabolizantes) também foram analisados e não foi detectado vício. Nenhum
deles faz uso de cigarro de qualquer espécie. A bebida alcoólica é utilizada por 29% dos
entrevistados, alegando uso esporádico como em datas festivas, poucos finais de semana por
mês e sem consumo exagerado, um consumo dito por eles ‘social’ e 71% relata não ingerir
álcool nem em datas comemorativas. No quesito uso de fitoterápicos, 2 relataram ingerir
citando o nome, porém, são medicamentos farmacêuticos e não fitoterápicos, portanto,
podemos considerar que nenhum deles faz esse tipo de uso. Para os anabolizantes, um atleta
alegou ter usado, não informando o tempo de uso e quantidade.
Para o uso de suplementos, houve pouca diferença entre os que usam e os que não
usam suplementação, 57% e 43% respectivamente. Entre os mais usados estão a
maltodextrina, proteína, caseína, BCAA e ômega-3.
No tempo de atividade, houve variação entre as modalidades de cada atleta, portanto,
foram classificados da mesma forma que a renda pessoal, por faixa de tempo. 64%, a maioria,
começou a praticar seus esportes entre 1 a 4 anos atrás, representados pelos atletas mais
jovens. 7% tem 6 anos de atividade e 29% já tem mais de 8 anos de atividade, onde o atleta de
maior idade da amostra, 41 anos, completa 16 anos de exercícios, na modalidade ciclismo.
21
Em relação a antropometria, os adolescentes apresentaram IMC de 15,61 kg/m², 22,38
kg/m² e 24,74 kg/m². A OMS (2007) determina os parâmetros, pontos de corte para diversas
faixas etárias. No caso dos adolescentes quem estiver entre o percentil 3 e percentil 85, estão
eutróficos para o IMC, sendo o caso dos dois primeiros IMC’s citados levando em
consideração o sexo e idade de cada um deles. No caso do último IMC, a OMS (2007)
considera sobrepeso da atleta.
Para os adultos, a OMS (2005) também determina valores de pontos de corte para o
IMC. De acordo com os dados colhidos, 10 dos atletas adultos estão classificados como
eutróficos e apenas 1 classificado com sobrepeso, com IMC de 28,73 kg/m², chamando
atenção para não chegar a obesidade. Esse atleta, durante a entrevista, citou a vontade de
perder peso no objetivo da consulta, deixando para segunda opção.
Já em relação aos parâmetros para dobras cutâneas, verifica-se que três atletas
possuem o percentual de gordura classificados como excelente para sexo e faixa etária
determinado por Fernandes (2003). A mesma quantidade foi classificada como bom. Um
atleta foi classificado como mediano, um atleta ficou acima da média e apenas um como ruim,
com o percentual de gordura elevado para sexo e faixa etária.
Quadro 04 – Dobras cutâneas e percentual de gordura corporal.
Atletas
DC Abdômen
DC. Axilar
DC Coxa
DC
Média
Medial
Subescapular
A.R.
29 mm
13 mm
22 mm
13 mm
D.R.
10 mm
9 mm
12 mm
10 mm
J.V.
33 mm
20 mm
24 mm
21 mm
J.B.
11 mm
6 mm
12 mm
10 mm
L.M.
5 mm
5 mm
6 mm
9,5 mm
L.S.*
-
-
-
16 mm
L.R.
19 mm
8 mm
11 mm
11 mm
L.C.
20 mm
15 mm
20 mm
10 mm
M.L.*
27 mm
21 mm
-
21 mm
W.
15 mm
10 mm
12 mm
14 mm
W.S.
25 mm
15 mm
20 mm
15 mm
22
Atletas
DC Supra
DC Peitoral
DC Triciptal
Ilíaca
% Gordura
Classificação
Corporal
A.R.
22 mm
13 mm
11 mm
19,07%
Acima da média
D.R.
8 mm
7 mm
8 mm
7,84%
Bom
J.V.
34 mm
15 mm
20 mm
22,43%
Ruim
J.B.
9 mm
5 mm
6 mm
7,61%
Bom
L.M.
9,5 mm
5 mm
5 mm
5,42%
Excelente
L.S.*
-
-
20,3 mm
-
L.R.
6 mm
8 mm
5 mm
10,34%
Excelente
L.C.
12 mm
5 mm
5 mm
14,13%
Excelente
M.L.*
22 mm
12,3 mm
22 mm
-
W.
19 mm
9 mm
10 mm
12,68%
Bom
W.S.
15 mm
11 mm
15 mm
15,3%
Média
Obs: (*) Os dados não foram suficientes para o cálculo de gordura corporal.
Quadro 05 – Parâmetro para classificação do %GC:
Nível/Idade
Excelente
Bom
Acima Média
Média
Abaixo Média
Ruim
Muito Ruim
Nível/Idade
Excelente
Bom
Acima Média
Média
Abaixo Média
Ruim
Muito Ruim
Referência %GC para Homens
16 - 25
26-35
36-45
4 a 6%
8 a 11%
10 a 14%
8 a 10%
12 a 15%
16 a 18%
12 a 13%
16 a 18%
19 a 21%
14 a 16%
18 a 20%
21 a 23%
17 a 20%
22 a 24%
24 a 25%
20 a 24%
24 a 27%
27 a 29%
26 a 36%
28 a 36%
30 a 39%
Referência %GC para Mulheres
16 - 25
26-35
36-45
13 a 16%
14 a 16%
16 a 19%
17 a 19%
18 a 20%
20 a 23%
20 a 22%
21 a 23%
24 a 26%
23 a 25%
24 a 25%
27 a 29%
26 a 28%
27 a 29%
30 a 32%
29 a 31%
31 a 33%
33 a 36%
33 a 43%
36 a 49%
38 a 48%
46-55
12 a 16%
18 a 20%
21 a 23%
24 a 25%
26 a 27%
28 a 30%
32 a 38%
56-65
13 a 18%
20 a 21%
22 a 23%
24 a 25%
26 a 27%
28 a 30%
32 a 38%
46-55
17 a 21%
23 a 25%
26 a 28%
29 a 31%
32 a 34%
35 a 38%
39 a 50%
56-65
18 a 22%
24 a 26%
27 a 29%
30 a 32%
33 a 35%
36 a 38%
39 a 49%
Fonte: FERNANDES, J. F. A Prática da Avaliação Física. 2. Ed. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
Existem ainda dados que determinam os valores médios de PCT, CB e CMB para
homens e mulheres. Para os homens, o valor médio de dobra cutânea triciptal é de 12,5 mm,
com isso, podemos verificar que no quadro acima há sete atletas com esse valor menor que a
média, o que indica baixa reserva de tecido adiposo no local de aferição. (JELLIFE, 1966)
23
Os dados relevantes para determinar se há risco de doenças cardiovasculares e qual o
grau desse risco são as circunferências. A relação entre a circunferência da cintura com o
quadril pode ser utilizada, mas nesse trabalho utilizaremos a circunferência abdominal que é
mais utilizada atualmente.
Na circunferência abdominal, apenas duas atletas apresentam circunferência
abdominal acima do recomendado, 80 cm para o sexo feminino, uma com 84,5cm e outra com
89 cm, caracterizando risco para doenças cardiovasculares. Entre os homens, todos abaixo do
limite recomendado que é 94 cm. (Duarte e Castellani, 2002)
Com relação a circunferência muscular do braço que determina a quantidade ou
reserva de tecido muscular, o valor médio para mulheres é 23,2 cm e para homens 25,3 cm de
acordo com Jellife citado por Duarte e Castellani, 2002.
Quadro 06 – Circunferência muscular do braço
Atletas
D.C. Triciptal
Circunferência
Circunferência
do Braço
Muscular do
Classificação
Braço
A.J.
20 mm
26,5 cm
20,22 cm
Desnutrição leve
A.R.
11 mm
33 cm
29,55 cm
Sobrepeso
D.R.
8 mm
28 cm
25,49 cm
Eutrofia
D.S.
19 mm
28 cm
22,03 cm
Desnutrição leve
J.V.
20 mm
34 cm
27,72 cm
Eutrofia
J.B.
6 mm
30,5 cm
28,62 cm
Sobrepeso
L.M.
5 mm
27 cm
25,43 cm
Eutrofia
L.S.f
20,3 mm
26,5 cm
20,12 cm
Desnutrição leve
L.R.
5 mm
29 cm
27,43 cm
Eutrofia
L.C.
5 mm
31 cm
29,43 cm
Sobrepeso
M.L.f
22 mm
30 cm
23,02 cm
Eutrofia
V.A.f
20 mm
27,5 cm
21,22 cm
Eutrofia
W.
10 mm
29 cm
25,86 cm
Eutrofia
W.S.
15 mm
32 cm
27,29 cm
Eutrofia
24
De acordo com o quadro apresentado, mais de 55% dos atletas, independente do sexo
e faixa etária, estão eutróficos para massa magra em membros superiores e apresentam
reserva de tecido muscular adequada. Aproximadamente 22% apresentam hipertrofia, um
acúmulo de massa magra e a mesma porcentagem apresenta depleção desse tecido no mesmo
local.
Analisando e calculando os recordatórios de 24 horas, foi possível avaliar os alimentos
mais consumidos pelos atletas. Foram calculadas as quilocalorias totais do dia de cada um
deles, onde o resultado varia de 1.173,28 kcal a 4.914,07 kcal. Somando todos eles e
dividindo pelo número de atletas, o consumo médio por dia é de 2.248,44 kcal.
Comparando esses resultados com um estudo feito com várias modalidades
paralímpicas brasileiras em 2002, os resultados são idênticos. A Revista Brasileira de
Medicina do Esporte (RBME) trouxe dados da equipe de atletismo masculina e feminina. No
sexo masculino, há correlação com a estatura, onde na pesquisa apresentou a média de 172,8
cm e nos atletas atendidos no CENUT do mesmo sexo, estatura média de 172,2 cm. No Índice
de Massa Corporal (IMC) do estudo, apenas dois entre 7 atletas estavam acima da média
encontrada enquanto nos atletas atendidos, de 10 homens, 2 estavam com sobrepeso. Quanto
ao percentual de gordura há divergência, pois em 7 atletas estudados, 4 estavam acima da
média, e neste estudo com 10, apenas 2 homens apresentaram o percentual acima da média ou
ruim.
No sexo feminino, mas ainda na mesma modalidade, o estudo não teve muitas atletas
para analisar, o que confirma a predominância masculina no atletismo. Em duas atletas
analisadas, houve grande diferença de gordura corporal entre elas e não teve possibilidade de
correlacionar pela falta de dados em prontuário das atletas atendidas no CENUT. Com relação
com a altura obtida, a média do estudo foi de 163 cm e nas atletas atendidas, média de altura
de 157 cm, diferença apresentada de 6 cm. Para IMC, a média encontrada nas atletas
estudadas foi de 20,22 kg/m² e nas atletas do CENUT, média de 21,17 kg/m², onde uma entre
as quatro atendidas, apresenta sobrepeso, elevando essa diferença de aproximadamente
1kg/m².
Por fim, pode-se determinar o perfil desses atletas paraolímpicos. Em sua maioria, são
atletas de renda e escolaridade baixa, mas que buscam maiores informações e oportunidades.
Estão se preocupando e se informando para manter o desempenho, permanecer com o peso
ideal na tentativa de melhorar cada vez mais. São atletas que fazem ingestão alimentar diária
25
que suprem suas necessidades e sabem se controlar quando o assunto pertence ao grupo dos
doces, açúcares, óleos e gorduras.
Os atletas paralímpicos estão a frente dos atletas que disputam nos Jogos Olímpicos no
que diz respeito a medalhas. O Brasil conseguiu chegar a 7º lugar, com 43 medalhas nas
Paralimpíadas de Londres, em 2012, com 75 países participantes se tornando o melhor
resultado até o momento, enquanto nas Olimpíadas que já chegaram a XXX edição, o melhor
resultado alcançado, foi na VII edição dos Jogos, em 1920, Antuérpia, com apenas 3
medalhas conquistadas.
Esses dados mostram que o Brasil tem muito a ganhar se investir, incentivar, apoiar e
exibir na televisão cada edição, mostrando que eles são capazes e confirmam isso a cada
Paralimpíada. O Brasil já participou de 11 edições e seu pior resultado foi em 1996, ficando
em 37º lugar, porém, vem mostrando crescimento, dedicação, força e superação. Eles sabem o
potencial que tem, só falta o investimento apropriado para que mostrem seu talento e se torne
um esporte-espetáculo assim como são os Jogos Olímpicos.
26
CONCLUSÃO
Diante das informações apresentadas e do perfil traçado, podemos observar o quão
importante é a nutrição desses atletas e o quanto interfere na vida profissional de cada um
deles. É de suma importância saber como abordar, como avaliar esses pacientes que possuem
uma deficiência, tomando o cuidado necessário para o conforto e confiança deles para nós
profissionais.
De acordo com a história, a paraolimpíada vem crescendo gradativamente, a pequenos
passos, e ainda, não tem o espaço e o apoio necessários para se permanecer em uma vida
profissional adequada e digna como atleta.
De certa forma, enquanto as Olimpíadas tem seu espaço reservado e disputado por
mídias e mídias, caracterizando um esporte-espetáculo, as paralimpíadas ainda tentam buscar,
correr atrás de seu espaço, de uma abertura para mostrar do que são capazes apesar de
qualquer limitação que os acometeu.
Ainda que o esporte nessa modalidade não tenha o reconhecimento ideal, outros
profissionais estão atentos a essa nova geração de atletas. O nutricionista, por exemplo, está
cada vez mais habilitado e capacitado para atender as necessidades diárias desses atletas,
incluindo os treinos, os estudos, o trabalho, adequando horários e tipo de alimentação de
acordo com cada atleta, realizando um suporte individualizado. A área esportiva cresce a
passos largos, cada vez mais nutricionistas se especializam nessa área e buscam as melhores
alternativas de melhorar um desempenho, seja com a perda de peso, com o aumento de massa
magra, com o auxílio de suplementos ou apenas com a alimentação balanceada. Sabe-se que
hoje em dia, qualquer atleta, precisa de um nutricionista ao lado, descobrindo novas formas
trabalhar, sempre respeitando as legislações vigentes para as competições.
27
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28
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RÁDIO E TELEVISÃO RECORD S/A. Plano Brasil Medalhas prevê mais R$ 1 bilhão de
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Nathalia da Costa dos Santos - Universidade Católica de Brasília