UA: 46/14 Index: EUR 46/016/2014 Russian Federation Date: 6 March 2014 Ação Urgente PRISIONEIRO TRIBUNAL DE CONSCIÊNCIA ESPANCADO EM Aleksey Polikhovich, prisioneiro de consciência e um dos condenados no caso Bolotnaya, foi severamente espancado no tribunal de Moscow Zamoskvoretskiy por um polícia que o escoltava, no dia 24 de fevereiro. O seu advogado apresentou queixa ao Ministério Público mas até ao momento não recebeu qualquer resposta. No dia 24 de fevereiro de 2014, após o anúncio do veredito do caso Bolotnaya, Aleksey Polikhovich pediu repetidamente cópia da sentença a um grupo de polícias que o escoltavam para o exterior do tribunal. Em resposta os polícias começaram a insultá-lo. Aleksey Polikhovich solicitou a um dos polícias que parasse com os insultos, mas ao invés disso este começou a bater-lhe violentamente na cabeça e pescoço. Mais tarde, Aleksey contou ao seu advogado que quando caiu no chão foi pontapeado nos joelhos. Depois deste incidente, Aleksey Polikhovich teve dificuldades em se levantar, tendo sentido tonturas. Aleksey Polikhovich foi transferido para o hospital prisional onde lhe foi diagnosticada uma lesão do tecido mole, em torno do seu joelho, com mais de 7 cm de profundidade. Durante dois dias não lhe foi dado tratamento médico adequado, pelo que desenvolveu um enorme hematoma à volta do joelho. O seu advogado apresentou queixa ao Ministério Público. Por favor escreva imediatamente em Russo, Inglês ou na sua própria língua: Apelando ao Procurador-Geral e ao Diretor Federal dos Serviços Prisionais para que realizem uma investigação imediata, imparcial e efetiva ao espancamento; Apelando ao Diretor Federal dos Serviços Prisionais para que garanta que os guardas prisionais cumprem as Regras Mínimas para o Tratamento de Reclusos estabelecidas pelas Nações Unidas, bem como outras normas internacionais de direitos humanos e também a legislação do país, de forma a que nenhum incidente de maus-tratos ou tortura tenha lugar em qualquer fase da detenção; Apelando ao Procurador-Geral para que garanta a libertação imediata e incondicional de Aleksey Polikhovich e de outros prisioneiros de consciência do caso Bolotnaya. Pedindo ainda que retire a acusação de participação em motins em massa de que são alvo Andrey Barabanov e Aleksandra Dukhanina (Naumova). POR FAVOR ENVIE OS SEUS APELOS ANTES DE 17 DE ABRIL DE 2014 PARA: Procurador-Geral Yurii Ya. Chaika Bolshaia Dmitrovka 15 A 125993 Moscow Russian Federation Fax: +7 495 692 1725 Saudação: Exmo Senhor Procurador-Geral/ Dear Prosecutor General Direção Federal dos Serviços Prisionais da Federação Russa Gennady A. Kornienko ul. Zhitnaya 14 GSP-1119991 Moscow Russian Federation Fax: +7 495 982 1950; +7 495 982 1930 Email: [email protected] Saudação: Exmo. Senhor Diretor/Dear Director Envie também cópias para os representantes diplomáticos creditados no seu país: Embaixada da Rússia Rua Visconde de Santarém, 57 1000-286 Lisboa Fax :218463008 Email : [email protected] Por favor, verifique com a sua secção caso necessite enviar apelos após a data mencionada. Ação Urgente PRISIONEIRO TRIBUNAL DE CONSCIÊNCIA ESPANCADO EM INFORMAÇÃO ADICIONAL No dia 6 de maio de 2012, centenas de manifestantes pacíficos anti-governo foram detidos durante um protesto na Praça de Bolotnaya. A polícia dispersou os manifestantes recorrendo ao uso excessivo da força. Embora a manifestação tenha sido predominantemente pacífica, tendo toda a violência sido limitada a certas áreas e envolvendo um pequeno número de manifestantes, as autoridades descreveram este protesto como "distúrbios em massa", o que lhes permitiu formular pesadas acusações. Posteriormente foram iniciados processos criminais contra 28 indivíduos. Onze destes foram amnistiados e dois condenados a penas de prisão. No dia 24 de fevereiro de 2014, o tribunal de Moscow Zamoskvoretskiy condenou Aleksey Polikhovich, Stepan Zimin e Denis Lutskevich a três anos e meio de prisão, Sergey Krivov a quatro anos e Yaroslav Belousov a dois anos e meio. Artiom Saviolov foi condenado a dois anos e sete meses de prisão. Aleksandra Duhanina (Naumova) foi condenada a três anos e três meses de pena suspensa e Andrey Barabanov recebeu a sentença de três anos e sete meses. A Amnistia Internacional apela à libertação imediata e incondicional de Aleksey Polikhovich, assim como de outros prisioneiros do caso Bolotnaya: Artiom Saviolov, Stepan Zimin, Denis Lutskevich, Sergey Krivov e Yaroslav Belousov. São prisioneiros de consciência, condenados apenas por participarem num protesto pacífico em maio de 2012. Todas as acusações contra estes prisioneiros devem ser retiradas. Alexandra Doukhanina (Naoumova) e Andrei Barabanov são também vítimas da mesma injustiça, e sua condenação por participação em “distúrbios em massa” deverá ser também retirada. Os vereditos do caso Bolotnaya são reflexo da repressão à liberdade de reunião, associação e expressão que se vive desde que Vladimir Putin assumiu as suas funções como presidente a 7 de maio de 2012. Alexei Polikhovitch não é o primeiro prisioneiro do caso Bolotnaya a ser atacado em tribunal. Denis Lutskevich afirmou ter sido agredido noutro tribunal de Moscovo, em abril de 2013, por um polícia que o escoltava. Alegadamente o polícia sentiu-se ofendido pelo forma como Lutskevich o olhava, tendo começado a agredi-lo no pescoço. Posteriormente, algemou-o e deixou-o numa cela de 1m² durante uma hora. Seis meses depois, Sergei Krivov foi também atacado no corredor de outro tribunal de Moscovo pouco depois da sua audiência. O seu advogado, Vyacheslav Makarov, relatou que a polícia forçou Krivov a despir-se e agachar-se várias vezes antes de lhe bater no ombro. As repetidas violações contra os prisioneiros de Bolotnaya ilustram as condições desumanas impostas nas prisões russas. Nome: Alexeï Polikhovitch (m), Stepan Zimine (m), Denis Loutskevitch (m), Sergueï Krivov (m), Yaroslav Belousov (m), Artiom Saviolov (m), Alexandra Doukhanina (Naoumova) (f) e Andreï Barabanov (m) Género m/f: ambos UA: 46/14 Index: EUR 46/016/2014