Para falar dos obstáculos que o homem ergue para si e para os outros: as
cenas da ironia em Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003),
de Mia Couto
Solange Santos Santana (PPGLitC - UFBA)1
Prof. Dr. Márcio Ricardo Coelho Muniz (PPGLitC -UFBA)2
RESUMO: Pretende-se, neste trabalho, analisar o romance Um rio chamado tempo, uma casa
chamada terra (2003), do moçambicano Mia Couto, para verificar como a ironia se
corporifica nesta narrativa. Pelo fato de a ironia ser uma estratégia discursiva que não pode
ser compreendida separadamente de sua corporificação em contexto, a abordagem da obra
estará calcada na dialética texto/contexto, levando-se em conta o locus histórico-cultural de
sua produção. Para tanto, este trabalho encontra subsídios, a priori, em Linda Hutcheon
(2000), por esta oferecer uma teoria geral da ironia e vê-la como estratégia que se manifesta
nos limites entre o dito e o não-dito, provocadora de sentimentos contraditórios que pode ser
usada como uma arma que aponta para todos os lados com a intenção de julgar, mesmo que
não tenha a pretensão de imputar qualquer tipo de verdade (HUTCHEON, 2000). Além dessa
teórica, faz-se uso dos estudos de Paiva (1961) e Muecke (1995) visto que suas obras
abordam a ironia no contexto literário através das marcas linguístico-literárias e sob a
perspectiva do ironista.
PALAVRAS-CHAVE: Mia Couto. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra.
Ironia.
1
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Bolsista CAPES, estuda o discurso da ironia nas obras de Nelson Rodrigues e Bernardo Santareno. Endereço
postal: Rua Prof. Sabino Silva, 320, apto 021. Jardim Apipema, Salvador (BA). CEP: 40.150-250. E-mail:
[email protected].
2
Professor Adjunto de Literatura Portuguesa e Professor Permanente do Programa de Pós-Graduação em
Literatura e Cultura (PPGLitC), da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor Colaborador do Programa
de Pós-Graduação em Literatura e Diversidade Cultural (PPgLDC, da Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS), na Bahia. Bolsista CNPq de Produtividade em Pesquisa 2. [email protected].
1
1 INTRODUÇÃO
A literatura é, sem dúvidas, um dos meios do qual o homem se vale para representar o
mundo circundante, testemunhando, interpretando, questionando e recriando-o mesmo quando
o nega. A literatura é necessária, e sempre o foi, porque, mesmo que não alcance o real, ela
“[...] sabe de alguma coisa [...] algo das coisas, ou melhor, ela sabe muito sobre os homens
(BARTHES, 1978, p. 19), sobre suas angústias, alegrias, escolhas e perdas. Na literatura há
ainda um pouco de História, Sociologia, Religião, Filosofia e tantas outras áreas, tantos outros
discursos que só nos mostram o poder que a arte literária tem de reconstruí-los, muitas vezes,
para desconstruí-los.
O romance Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra (2003), do escritor
moçambicano Mia Couto, passa-se cerca de trinta anos depois do fim do regime colonial. No
entanto, o que era para ser apenas vestígios, aparece na narrativa como marcas que ainda
sangram. Assim, a história a ser contada tem como narrador autodiégetico, Marianinho,
estudante universitário, que retorna à ilha Luar-do-Chão para conduzir as cerimônias fúnebres
do avô Dito Mariano, de quem era o neto favorito. Contudo, o que parecia ser algo simples se
desdobra entre segredos e intrigas que envolvem sua família, além dos conflitos existentes no
lugar.
Sobre este romance, escreve Pires Laranjeira:
Não considero que este seja o grande romance que Mia Couto nos deve, mas é o
mais universal, simbólico e melancólico que já escreveu. Parece querer dizer-nos
que somente há nascimento e morte, que o resto são falácias (barreiras) que os
homens erguem para si e para os outros e que nem a terra nos pertence nem a ela
pertencemos, porque o rio do tempo nos arrasta na sua corrente, devolvendo-nos
recordações que são recriações e limpando os vestígios do que supúnhamos ser a
nossa casa (LARANJEIRA, 2002, p. 21).
Para falar dos obstáculos que o homem ergue para si e para os outros, Couto faz uso de
certos procedimentos narrativos, tais como, a presença de cartas, epígrafes de outros autores e
o discurso irônico. Pensando nesse último aspecto, intenta-se realizar uma leitura da narrativa,
pelo viés da ironia, entendida por Hutcheon (2000) como uma estratégia discursiva, vinculada
à percepção de um leitor, mas que também pode ser entendida como um procedimento que
suscita, por sua natureza avaliativa, dúbia e transideológica, respostas emocionais de adesão
2
ou não adesão por parte de quem lê. Para esta teórica, a cena da ironia será sempre uma cena
social e política.
À abordagem de Hutcheon adiciona-se a de Paiva, para quem “[...] a ironia consiste
em atribuir às palavras sentidos opostos ao que normalmente exprimem” (PAIVA, 1961, p.
3), e a de Muecke (1995), o qual postula que a arte, como tudo o mais, pode ser vista como
irônica se estiver envolvida numa justaposição de elementos incompatíveis.
2
MARIAVILHOSA E JUCA SABÃO: A CORPORIFICAÇÃO DA IRONIA
LEXICAL E DA IRONIA DE EVENTOS
A ironia lexical pode se corporificar em textos literários por meio de vocábulos
presentes no título da obra, em nomes de lugares, de personagens, dentre outros. Essa
estratégia discursiva pode apontar a incoerência entre os nomes e a trajetória das personagens,
entre o nome dos espaços e a significação dos locais onde se passa a ação, ou, no caso do
título, como pista do que se encontrará no texto. São opções lexicais que visam, geralmente,
desconcertar para produzir um outro sentido, muitas vezes, inesperado à história.
Para a análise da ironia lexical no romance Um rio chamado tempo, uma casa
chamada terra (2003), escolhemos a personagem e o nome Mariavilhosa, o qual conjuga o
nome Maria, com toda a sua carga religiosa, e o adjetivo “maravilhosa” que pode significar
aquela que possui a beleza, que provoca grande admiração, deslumbramento, fascínio e
prazer. No entanto e, ironicamente, a trajetória da personagem será de infelicidade,
infertilidade, dor e sofrimento. Primeiro, Mariavilhosa foi estuprada pelo português Frederico
Lopes, e aqui, já se pode ver as arestas da ironia denunciando o contexto sócio histórico do
colonialismo no qual era comum a violação de uma mulher negra por um homem branco.
Infelizmente, Mariavilhosa descobre, após o ato, que engravidara do português. E,
“para abortar, no segredo, [...] fizera uso da raiz da palmeira Lala. Espetara-a no útero, tão
fundo quanto fora capaz. Mascarenhas (o médico da ilha) encontrara-a num estado deplorável:
as entranhas infectadas, o sangue apodrecendo no ventre” (COUTO, 2003, p. 104)3. Após o
3
Iremos, a partir daqui, indicar apenas a página, já que o livro está referenciado na bibliografia e, é o texto de
nossa análise.
3
diagnóstico, Mariavilhosa fez um tratamento médico na capital, o qual de nada adiantou, visto
que o seu ventre adoecera para sempre, condenando-a a não ter filhos.
No entanto, após dar à luz ao seu suposto4 filho, Marianinho, ela consegue engravidar
de outra criança que nasce morta. Como se isto não bastasse, após este fato, Mariavilhosa
“passara a ser uma mulher condenada, portadora de má sorte e vigiada pelos outros para não
espalhar sua sina pela vila” (p. 231). Em estado de impureza, ela “estava interdita de pegar em
comida” e não mais ajudaria nos campos, pois a sua impuridade poderia manchar a terra
inteira e afligir a fecundidade das machambas. Assim, Mariavilhosa passou a ser excluída da
vida social, do cotidiano do lugar onde vivia, o que levou Marianinho a pensar que sua mãe se
suicidou porque “[...] acabara sucumbindo como o velho navio de carga (pois) transportava
demasiada tristeza para se manter flutuando” (Idem).
Ao se analisar a trajetória dessa personagem, percebe-se que a ironia se manifesta
como denúncia dos tempos do colonialismo, época em que as mulheres negras eram vistas
como objetos sexuais disponíveis a qualquer português colonizador. Mas, a ironia se
corporifica, ainda, lexicalmente, porque ao nome Mariavilhosa é atribuído sentidos opostos ao
que ele semanticamente exprime (PAIVA, 1961). Neste caso, “a ironia remove a certeza de
que as palavras signifiquem apenas o que elas dizem” (HUTCHEON, 2000, p. 32), pois o seu
nome, com todo o significado positivo que ele carrega, revela-se parte da ironia trágica dessa
mulher e de sua condição social.
Um outro tipo de ironia presente em Um rio chamado tempo... é a ironia de eventos,
a qual, conforme Muecke (1995), envolve a vítima com certas esperanças ou expectativas
que, agindo como base nelas, toma medidas para tirar proveitos de um bem possível. No
entanto, suas ações servem apenas para enredá-la numa cadeia causal que leva
inevitavelmente à sua ruína. Para a análise deste tipo de ironia, escolhemos a personagem
Juca Sabão.
O sobrinho de Juca, Josseldo, e outros homens, descritos, por Dito Mariano, como
“[...] companhias bastante indesejosas, uns tanto mausfeitores de cabeças raspadas, uma tropa
de quebrar respiros” (p. 171) levaram uns sacos de desconhecidos conteúdos para a ilha e o tio
os descobriu debaixo de uma lona velha. Ao questionar ao sobrinho sobre o que havia ali,
4
Mariavilhosa decide-se por fingir a gravidez e dizer que Marianinho é seu filho para ajudar ao sogro Dito
Mariano. Só no final do romance, Marianinho saberá que é filho de Dito Mariano e Admirança e não de
Mariavilhosa e Fulano como todos, inclusive o leitor, acreditavam.
4
ouviu deles que aqueles receptáculos trariam a riqueza para a terra de Luar-do-Chão.
Conversando com Dito Mariano, seu amigo, chegaram à conclusão: se traria riqueza, então só
poderia ser adubos cheios de compostos químicos fabricados na cidade. E assim, convictos da
natureza dos conteúdos, Juca Sabão e Dito Mariano espalharam os pós brancos de todos os
sacos sobre as terras aráveis. Conforme Dito Mariano, na sexta carta, eles “vazaram sacos e
sacos pelas paisagens, misturaram tudo com as areias para dar sustento ao chão. Bastaria
esperar as chuvas e era só contemplar os verdes a despontar, como bolores em pão de
véspera” (p. 172).
Entretanto, ao invés dos verdes, quem “despontou” foram os donos dos sacos que
apareceram para reclamar a mercadoria. Juca disse a eles o que tinha ocorrido e fora
conduzido ao lugar onde espalhara os pós brancos. Os forasteiros não confiaram, e, segundo
Dito Mariano,
[...] gritaram, ameaçaram, passando aos físicos argumentos. Às porradas lhe queriam
arrancar a confissão. O sobrinho acudia em favor do respectivo tio? Não, o moço era
mesmo o mais activo na pancadaria. Quase desencorpavam o meu amigo. Até que
um dos tais, arma na mão, aplicou pontaria na cabeçorra de Juca Sabão. Aquilo foi
disparar e ver como, fora do corpo, o sangue escorre em caminhar de cobras (p. 172173).
A ironia de eventos está no cerne da vontade de querer faz o bem, mas este desejo e a
ação, por motivos diversos, acaba-se por se voltar contra a intenção e o benfeitor. Dessa
forma, a personagem Juca que um dia disse à Marianinho que “certas coisas vemos melhor é
com os olhos fechados” (p. 61), não conseguiu ver o que estava à sua frente: as drogas
“invadindo” Luar-do-Chão. E, acreditando estar fazendo algo de bom para sua terra, acaba
por determinar sua sentença de morte.
3 DESCONSTRUINDO VERDADES...
Há outras passagens do romance, e até nestas que foram analisadas acima, que fazem
referência à condição de miséria em que se encontra a ilha Luar-do-Chão, aos desmandos
daqueles que estavam no poder e à falsa ideia de liberdade após a revolução, mostrando-nos
que o discurso da ironia como estratégia desconstrutora de verdades pré-estabelecidas “[...]
5
aponta, muitas vezes, para a natureza necessariamente contraditória, processual e incompleta
dos assuntos históricos” (EAGLETON, 1986 apud HUTCHEON, 2000, p. 52).
Por meio da personagem Fulano Malta5, por exemplo, saber-se-á que no tempo
colonial, muitos homens assumiam a cultura portuguesa com o intuito de serem aceitos mais
rapidamente pelo sistema vigente. Este personagem, ao contrário de seus irmãos, Ultímio e
Abstinêncio, os quais “[...] aceitaram logo, se inscreveram, preencheram papeladas” (p. 6566), recusou-se a ser assimilado, preferindo participar do movimento independista, se
juntando aos guerrilheiros para lutar contra o regime colonial. Depois de muitos anos de luta,
já derrubado este governo, voltou “[...] fardado e todos o olhavam como o herói de muitas
glórias” (p. 72).
No entanto, após a Independência, Fulano decide-se por não comparecer aos festejos
em que passariam o antigo governo aos novos representantes. Sua ausência e revolta vinha do
fato de ele ver pessoas que não tinham se sacrificado na luta festejando e assumindo o poder
como se fossem os heróis. Este personagem que sempre se sentiu estranho em sua terra,
acreditava que a razão desse sofrimento era o colonialismo. Mas, depois da Independência a
sua “despertença” se manteve como se a sua luta e a de tantos outros “fulanos” tivesse sido
em vão.
Ainda, não se pode esquecer que quando ele anunciou que iria se juntar à luta pela
libertação, Dito Mariano, descrente, lhe disse que, “[...] esses que diziam querer mudar o
mundo pretendem apenas usar da nossa ingenuidade para se tornarem os novos patrões. A
injustiça apenas mudava de turno” (p. 222). Dito Mariano, como bem observa Marianinho,
“[...] já tinha visto os homens. E aqueles não eram diferentes dos que ele conhecera antes.
Começamos por pensar que são heróis. Em seguida, aceitamos que são patriotas. Mais tarde,
que são homens de negócios. Por fim, que não passam de ladrões” (p. 223). Infelizmente,
Fulano não o ouviu. Entretanto, é através de sua trajetória que a ironia se torna ferrenha ao
apontar para um contexto sócio histórico de lutas, mortes e decepções políticas, criticando o
sistema do qual o ironista também faz parte.
Em Um rio chamado tempo..., a ironia crítica faz-se, ainda, por meio das discrepâncias
econômicas da população. No trecho abaixo, através do narrador, ler-se-á tanto um dos
motivos da abstinência de Abstinêncio quanto das desigualdades sociais daquele povo:
5
O qual também traz em seu nome a ironia lexical, pois “fulano” pode significar sujeito indeterminado, qualquer
pessoa que não se queira nomear e, no entanto, é com este nome que ele é nomeado.
6
(Abstinêncio) Amava-a (a ilha) tanto que não tinha força para assistir à sua morte.
Passeava pela vila e o que via? Lixos, lixos e lixos. E gente dentro dos lixos, gente
vivendo de lixo, valendo menos que sujidades.
- Nunca estivemos tão próximos dos bichos.
Não era tanto a pobreza que o derrubava. Mais grave era a riqueza germinada sabese lá em que obscuros ninhos. E a indiferença dos poderosos para com a miséria de
seus irmãos. Era esse o ódio que ele fermentava contra Ultímio. Meu tio mais novo
visitava a ilha, cheio de goma e colarinho. Ele e seus luxos, arrotando ares (p. 118).
Para Abstinêncio, Ultímio era “[...] um desses que pensam que são senhores só porque
são mandados por novos patrões” (Idem). Nesta passagem da narrativa, ao justapor elementos
incompatíveis como bicho e gente, riqueza e pobreza, lixo e luxo, a enunciação refere-se
também às instâncias de poder e às desigualdades sociais, fazendo com que a crítica social em
Um rio chamado tempo... aconteça através da ironia, “[...] atitude eminentemente social pelos
temas que focaliza e pelo efeito de ação sobre o público (PAIVA, 1961, p. 7).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ironia como estratégia discursiva que se manifesta nos limites entre o dito e não
dito, provocadora de sentimentos contraditórios que pode ser usada como uma arma que
aponta para todos os lados com a intenção de julgar, mesmo que não tenha a pretensão de
imputar qualquer tipo de verdade (HUTCHEON, 2000) se alia às críticas sociais
empreendidas por Mia Couto, principalmente, no campo da intenção avaliativa, logo, por
extensão, no campo ideológico. Assim, a intenção avaliativa e de denúncia corporificadas na
narrativa pela ironia aponta para o fato de este romance negar algumas “certezas” póscolonialistas, desmascarando o mundo como uma ambiguidade e nos fazer ver outras
verdades possíveis subjacentes aos nomes das personagens, às suas trajetórias, aos seus
sonhos e desilusões.
Sim, são personagens fictícias. Mas, não nos dizem nada? Será que não há um pouco
da História neste romance? Muitas mulheres negras não foram violadas por colonizadores
brancos? As drogas não invadiram a África, assim como outros continentes, escravizando
povos? Homens não lutaram pela libertação de seus países e se decepcionaram depois ao
saberem que o poder e a opressão só mudaram de mãos? Há muito mais que literatura na
literatura e, a ironia como uma estratégia desconstrutora e subversiva é um dos meios críticos
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coutiano de apontar os obstáculos que o homem ergue para si e para os outros, esburacando
verdades pré-estabelecidas e construídas por vozes e mãos opressoras.
REFERÊNCIAS
BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 1978.
COUTO, Mia. Um rio chamado tempo, uma casa chamada terra. São Paulo: Companhia das
Letras, 2003.
HUTCHEON, Linda. Teoria e política da ironia. Tradução de Julio Jeha. Belo Horizonte: Ed.
UFMG, 2000.
LARANJEIRA, José Luís Pires. Mia couto. O riso e a melancolia. JL – Jornal de Letras,
Lisboa. 30 out 2002. Disponível em:<http://aeiou.visao.pt/jl/mia-couto-riso-emelancolia=f55643> Acesso em: 02 maio 2010.
MUECKE, Douglas Colin. Ironia e irônico. Tradução de Geraldo Gerson de Souza. São
Paulo: Perspectiva, 1995.
PAIVA, Maria Helena Novais. Contribuição para uma estilística da ironia. Lisboa: Centro de
Estudos Filológicos, 1961.
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