FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA TURMA - PDE/2012 Título: O XADREZ NA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAL Autor AGENOR ROBERTO BONA Disciplina/Área (ingresso no PDE) EDUCAÇÃO ESPECIAL Escola de Implementação Projeto e sua localização COLÉGIO ESTADUAL OLAVO BILAC E.F.M. Rua Bom Jesus, 273. Centro. do Município da escola CANTAGALO-PR Núcleo Regional de Educação LARANJEIRAS DO SUL Professora Orientadora ROSELI VIOLA RODRIGUES Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Centro-Oeste - UNICENTRO Relação Interdisciplinar Resumo A confecção dessa unidade para a utilização do xadrez como agente coadjuvante na aprendizagem na Sala de Recursos Multifuncional (SRM) com Deficientes Intelectuais (DI), do Colégio Estadual Olavo Bilac (CEOB) de Cantagalo – PR, tema proposto para este trabalho científico, se dá necessidade de que... “Por um tempo demasiadamente longo os problemas das pessoas portadoras de deficiências têm sido compostos por uma sociedade que inabilita, que tem prestado mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais de tais pessoas”. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA). De acordo com o Projeto Político Pedagógico do CEOB de Cantagalo-PR (p.49)[...] “A Sala de Recursos mediante Instrução 159/07 destina-se a alunos do Ensino Fundamental – séries finais, na área de DI e ou Transtornos Funcionais Específicos. Com atendimento por intermédio de cronograma, os alunos são atendidos no contra turno da classe comum.” Acredita-se respeitando as diferenças e vislumbrando mais os potenciais dos alunos com DI do CEOB, possa haver uma contribuição significativa nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais nesse espaço pedagógico privilegiado com o uso do jogo de xadrez, uma vez que é um jogo para todas as idades e que pode tornar mais divertida e agradável a vida em qualquer situação e momento. Palavras-chave Deficiência Intelectual; Sala de Recursos; Xadrez. Formato do Material Didático UNIDADE DIDÁTICA Público Alvo Alunos com Deficiência Intelectual da Sala de Recursos Multifuncional. APRESENTAÇÃO A utilização do xadrez como agente coadjuvante na aprendizagem na sala de recursos Multifuncional com Deficientes Intelectuais (DI), do Colégio Estadual Olavo Bilac (CEOB) de Cantagalo – PR, tema proposto para este trabalho científico, que no ano de 2012, tem 1.481 alunos matriculados nos três turnos segundo o Sistema Estadual de Registro Escolar (SERE) do referido colégio e desses 38 alunos com laudos de Deficiência Intelectual (DI), ou seja, 2,6% de seus alunos (DADOS DE TURMAS E MATRÍCULAS PARA O MOMENTO REFERENCIAL NA DATA DE 01/06/2012) Entretanto, “Por um tempo demasiadamente longo os problemas das pessoas portadoras de deficiências têm sido compostos por uma sociedade que inabilita, que tem prestado mais atenção aos impedimentos do que aos potenciais de tais pessoas”. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA). De acordo com o Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Olavo Bilac de Cantagalo, Paraná (p.49)... “A Sala de Recursos mediante Instrução 159/07 destina-se a alunos do Ensino Fundamental – séries finais, na área de Deficiência Intelectual e ou Transtornos Funcionais Específicos. Com atendimento por intermédio de cronograma, os alunos são atendidos no contra turno da classe comum.” Acredita-se respeitando as diferenças e vislumbrando mais os potenciais dos alunos com DI do CEOB, possa haver uma contribuição significativa nos aspectos cognitivos, afetivos e sociais nesse espaço pedagógico privilegiado. Segundo Tirado e Silva: Aprender a jogar xadrez assemelha-se à aprendizagem de leitura, em que partimos do micro (vogais e consoantes) para chegarmos ao macro (palavras, frases e textos). Em xadrez o processo de aprendizagem é semelhante, pois aprendemos a mover as peças para depois fazê-las cooperar entre si e então atingir o objetivo: o xeque-mate. (Tirado e Silva, p.48) O xadrez desenvolve o raciocínio lógico, pois faz com que o aluno praticante pense bastante para optar pelo lance que julgue mais correto. Participando de torneios ou jogando de forma recreativa as crianças se sentem valorizadas, pois nesse jogo a criança ou o adolescente, tem a possibilidade jogar sem temer as consequências. No contexto onde se encontram os escolares com DI (seja no CEOB de Cantagalo - PR, ou quaisquer instituições escolares no mundo), os quais têm poucas chances de decidir, o jogo xadrez como ferramenta pedagógica coadjuvante da aprendizagem na Sala de Recursos Multifuncional, possui uma tarefa ímpar, pois vai ao encontro do que afirma Prieto: O objetivo na inclusão escolar é tornar reconhecida e valorizada a diversidade como condição humana favorecedora da aprendizagem. Nesse caso, as limitações dos sujeitos devem ser consideradas apenas como uma informação sobre eles que, assim, não pode ser desprezada na elaboração dos planejamentos de ensino. (PRIETO, 2006, p. 40). Entendendo esse objetivo da inclusão escolar acima citada, percebe-se a possibilidade que o professor tem através do jogo de xadrez de melhorar o desempenho do escolar nas várias áreas de estudo, podendo torná-los seres pensantes, autônomos e capazes de lidar com situações problemas, orientando-os, interagindo, mediando, ajudando a aprender (e aprendendo), levando ao educando novas situações de aprendizagem, de forma lúdica e recreativa. Imagina-se que deste modo, nossos alunos aprendam e descubram regras e limites de forma prazerosa e voluntária, libertando-se de suas amarras sociais, transformando-se em seres autônomos, responsáveis e criativos. Sob a INSTRUÇÃO N° 016/2011 – SEED/SUED foi criada a Sala de Recursos Multifuncional tipo I, na Educação Básica – anos finais e Ensino Médio, que tem como objetivo apoiar o sistema de ensino, com vistas a complementar a escolarização de alunos com deficiência Intelectual, deficiência física neuromotora, transtornos globais do desenvolvimento e transtornos funcionais específicos, matriculados na Rede Pública de Ensino. Contribuindo para a aprendizagem dos conteúdos na classe comum, bem como o desenvolvimento da autonomia, independência e valorização do aluno. Sua ação pedagógica deve ser desenvolvida priorizando o desenvolvimento de processos educativos que favoreçam a atividade cognitiva (áreas do desenvolvimento) e os conteúdos defasados dos anos iniciais, principalmente de leitura, escrita e conceitos matemáticos. E porque o xadrez como interventor nessa modalidade de educação? Para o Grande Mestre Internacional de Xadrez, Yasser Seirawan... “Os jogos – e existem milhares, talvez milhões, deles – há muito têm sido usados pelas sociedades como meio de desenvolvimento físico, emocional e mental. Entre eles, o xadrez é o instrumento perfeito para o exercício da mente” (SEIRAWAN, 2006, p.11). Se o atendimento educacional especializado do aluno, exige que o professor estimule o desenvolvimento da aprendizagem e o cognitivo, parece que o de xadrez pode contribuir nessa empreitada. Goethe apud Seirawan (2006, p.11) disse que: “O jogo de xadrez é a pedra de toque do intelecto”. Considerando essas premissas e da possibilidade de realizar um desejo antigo de relacionar o Xadrez com a Educação Especial: Será que a utilização do xadrez como agente coadjuvante na aprendizagem na sala de recursos multifuncional, com Deficientes Intelectuais, possibilitará ao aluno aumentar seu poder de concentração, bem como sua autoimagem e autoestima? Terá melhor raciocínio lógico? Favorecê-lo- de fato a atividade cognitiva? ESTRATÉGIAS DE AÇÃO O xadrez como agente coadjuvante na aprendizagem na sala de recursos multifuncional (SRM) com deficientes intelectuais (DI), do Colégio Estadual Olavo Bilac (CEOB) de Cantagalo – PR faz parte da especificidade da ação pedagógica referente à inclusão social, donde é reflexiva sobre o acervo de formas de representação do mundo que o homem tem produzido. Nesse sentido é possível utilizar-se de recursos dos mais variados, muitas vezes com a ajuda construtiva dos próprios alunos (não que isso deva ser feito via de regra), mas com a intenção de integração e aproximação entre eles próprios e a realidade em que as aulas acontecem. Numa proposta crítico-superadora, (com vistas Histórico-Crítica) a metodologia engendra-se em um processo que associa a dinâmica da SRM à interação prática do aluno para uma melhor compreensão da realidade da qual faz parte. Entende-se que a organização e planejamento das estratégias de ação que serão desenvolvidas pedagogicamente no 1º semestre de 2013, com alunos da SRM do CEOB de Cantagalo - Paraná, em 34 horas/aulas que se realizarão aos sábados a tarde, com 4 horas aulas em cada encontro, sendo 1 encontro em um dia útil para a apresentação do Xadrez Humano no Colégio, totalizando 9 encontros, devam possibilitar ao aluno o entendimento do que é tratado de maneira específica do jogo de xadrez, e dos diversos aspectos das suas práticas na realidade social que se darão da seguinte maneira: 1º Encontro: Apresentação do projeto de intervenção aos alunos, juntamente com as professoras da SRM, direção, equipe pedagógica, onde o professor proponente explanará os procedimentos do projeto, bem como os materiais já existentes no Colégio, com um breve histórico do xadrez e consequentemente a organização de jogos para identificar o conhecimento prévio dos alunos quanto ao jogo. 2º Encontro: Conhecendo o tabuleiro, as peças (valor comparativo e movimentação) principais regras; 3º Encontro: Inicio uma partida, temas de combinação e jogo propriamente dito de partidas relâmpago (5 minutos), rápida (30 minutos) e convencional; 4º Encontro: Notação de Xadrez; 5º Encontro: O roque; 6º Encontro: Uso do software Xadrez Livre na sala de informática do CEOB. 7º Encontro: Histórias, lendas, jogos enxadrísticos alternativos. 8º Encontro: Apresentação do Xadrez Humano no saguão do Colégio. 9º Encontro: Organização com apoio do Grêmio Estudantil de um torneio recreativo para alunos matriculados no CEOB e egressos. É possível, que o/a aluno/a veja sentido em sua capacidade de analisar, agir e reagir diante de uma perspectiva de transformação da realidade social, com um olhar crítico, que lhe permita perceber as relações de poder que se constituem e ter uma postura reflexiva, dando-lhe autonomia para que faça suas opções sob os mais variados temas que se apresentam nas esferas econômicas, políticas e sociais. MATERIAL DIDÁTICO Esse material didático foi criado enfatizando as potencialidades dos alunos/as com DI, que frequentam a SRM do Colégio. Por isso, a tentativa desse material é de não tomar como referência a patologia dos/as alunos/as ou criar mais rótulos dos que já possuem e sim ajudá-los a superar esses estigmas socialmente colocado. Assim, em nenhum momento fazemos alguma referência em diminuir a forma de se ensinar xadrez por se tratar de alunos/as com DI, porque para Honora e Frizanco: “A deficiência intelectual não é considerada uma doença ou um transtorno psiquiátrico, e sim um ou mais fatores que causam um prejuízo das funções cognitivas que acompanham o desenvolvimento diferente do cérebro. As Deficiências Intelectuais podem variar de leve à grave, diferenciando muito a intervenção de quem trabalha com este aluno.”(HONORA E FRIZANCO, 2008. p. 103) Vemos nesta prática de intervenção a possibilidade curricular de atender outras habilidades que esses alunos/as possam ter, dando-lhes mais autonomia e autoconfiança para seguir no aprendizado cotidiano, seja na escola ou em qualquer lugar que sirva para seu desenvolvimento social, afetivo, cognitivo e humano. O tempo estimado para o desenvolvimento das atividades a seguir são de quatro horas/aula por encontro. Descrição do 1º Encontro: 1ª Atividade: O/A professor/a preparará dois ambientes para as quatro aulas desse primeiro encontro da seguinte forma: No palco de apresentações do Colégio (caso não tenha, improvisa-se) um ambiente medieval para apresentação de uma peça teatral sobre a lenda de Sissa. A equipe pedagógica, a direção, os/as professores/as da sala de recursos multifuncional e os alunos envolvidos no projeto, serão a plateia nesse caso. 2ª Atividade: Já no segundo ambiente, na sala de aula, o/a professor/a explanará sucintamente o projeto aos presentes de forma a não baixar a (já baixa) autoestima dos alunos/as envolvidas no processo, e sim, enaltecendo-os/as, ressaltandoa importância do xadrez como atividade escolar. (História/origem). Como o projeto já foi posto a apreciação da equipe pedagógica e direção, não há necessidade de se fazerem presentes. 3ª Atividade: Após um intervalo de 10 minutos, volta-se à sala para dar início aos jogos de xadrez propriamente ditos, visto que faz-se necessário uma prática social inicial para diagnosticar quanto sabem sobre o jogo. Nesse momento, colocam-se aos pares distribuindo tabuleiros e peças suficientes para dar início aos jogos, com os alunos/as já nos lugares pré definidos pelo professor. Após trinta minutos, solicita-se a troca dos pares para uma nova etapa do jogo, seguindo dessa forma até que todos tenham interagido entre si. Assim, fica-se sabendo quem sabe e como sabe jogar o xadrez, dando embasamento prático ao/a professor/a para melhor trabalhar individualmente e tentar sanar as dificuldades de cada participante. 4ª Atividade: O/a professo/a fará uma conversa com os alunos/as sobre a tarde que tiveram e como se sentiram enquanto espectadores e atores (quando jogavam) no milenar jogo de xadrez. Descrição do 2º Encontro: Conteúdo: o Tabuleiro, as peças e principais regras. Objetivos: conhecer o tabuleiro (colunas, fileiras e diagonais), bem como as peças e seus valores para comparação e movimentação de acordo com as principais regras. Identificar o xeque e xeque-mate. 5ª Atividade: O/a professor/a preparará a sala de aula com as carteiras e cadeiras em “U” com uma mesa grande (mesa de tênis de mesa) para expor os materiais previamente elencados para tratar do assunto tabuleiro, mais desenhos explicativos feitos na lousa das colunas, fileiras e diagonais e um tabuleiro mural magnético. Que também poderá ser exposto na TV Multimídia com material extraído da internet no site http://www.cex.org.br. 6ª Atividade: Fazê-lo diretamente do site do CEX com um computador portátil ligado a internet, maximizando na TV multimídia ou Datashow, explicando sobre:aula 1 - O Tabuleiro;aula 2- As Peças;aula 3 - O Rei; aula 4 - A Dama;aula 11 -A Torre;aula 12 - O Bispo;aula 13 - O Cavalo e aula 14 - O Peão. Conforme a aula vai se desenvolvendo, o mural magnético também será utilizado na explanação, deixando fixadas as peças de cada explicação. 7ª Atividade: O/A professor/a realizará um feedback sobre o tabuleiro. Utilizando-se dos seguintes questionamentos: Quantas casas possui o tabuleiro? Quantas casas horizontais, verticais e diagonais têm? Qual a posição correta do tabuleiro de xadrez e a posição inicial das peças? Essa tarefa poderá ser feita em duplas, grupos e individualmente,formal (através de folhas impressas) ou informalmente indicando na lousa ou no tabuleiro magnético de parede. 8ª Atividade: Tanto quanto conhecer o tabuleiro e as peças com sua movimentação, é necessário nesse período que os/as alunos/as entendam o xeque-mate, principal objetivo desse jogo, assim como está o gol para o futebol. Para tanto, deve-se passar pelo “Xeque”, momento em que o Rei está ameaçado por uma peça adversária. Exemplo: figura (Xeque). Diagrama 1 Fonte: www.cex.org.br A seguir, vemos o xeque-mate, momento em que uma partida acaba, devido o Rei ficar sem saída. Figura(xeque mate): Diagrama 2 Fonte: www.cex.org.br Com o desdobramento da movimentação das peças conforme as figuras acima, as principais regras do xadrez vão aparecendo, podendo ser exemplificadas no tabuleiro do mural e descritas na lousa. Desse modo, para finalizar esse segundo encontro, far-se-á um torneio colaborativo onde o importante não é descobrir um/a vencedor/a, e sim o entendimento prático do jogo. Descrição do 3º Encontro: Conteúdo: Inicio de partidas; combinações e o uso do relógio. Objetivos: Adquirirnoções teóricas e práticas das aberturas mais conhecidas no meio enxadrístico e as combinações possíveis para esse momento entre as peças. Apreender as constantes mudanças de equilíbrio que as aberturasdo Peão do Rei e da Dama propõem e noção de notação; Estimular o uso do relógio nas práticas do jogo de xadrez; Criar expectativa de lance e controle de atenção. Para Seirawan, 2008, “Uma partida de xadrez tem três fazes: a abertura, o meio-jogo e o final. Na abertura, são os peões e as peças menores que têm o papel principal, e não as peças maiores (Dama e as Torres)”. Essa fase que trataremos agora (abertura) serve para proteger o Rei contra os ataques do oponente, bem como entrar bem na segunda fase (meio-jogo), para obter o domínio do centro do tabuleiro, que para isso desenvolveremos quatro atividades. 9ª Atividade: Revisão da aula anterior, principalmente a movimentação das peças no tabuleiro da seguinte forma: Usa-se o tabuleiro magnético e revê-se quantas casas possui (claras e escuras), quantas horizontais 2 e 7, mostrando então sua movimentação, retomando as posições originais sempre que necessário. Segue-se assim com os Bispos, Torres, Damas e Reis, para então “tratar” dos Cavalos que tem os movimentos mais complexos. 10ª Atividade: Abertura do Peão do Rei. Com os/as alunos/as dispostos/as aos pares e com os tabuleiros e suas respectivas peças na posição inicial (equilíbrio) e o professor com o tabuleiro magnético (ou similar), vão desenvolvendo o início de uma partida da seguinte forma: Lembrando que quem inicia uma partida de xadrez sempre serão as peças claras. Considerando ainda que no xadrez cada lance possui uma marcação numérica, terá como indicação do lance feito, um número crescente, iniciada pelo um (1). Onde o ponto (.) indica o lance das claras e reticências (...) das escuras. Claras Escuras 1 e4 e5 2 Cf3 Ce6 3 Be2 Be7 4 Cc3 Cf6 Tabela 1 Fonte: BONA. Agenor Roberto, 2012 1. e4 , ... e5; 2. Cf3, ... Ce6; 3. Be2, ... Be7; 4. Cc3, ... Cf6 Os alunos verão dessa maneira, como tentar ganhar o centro do tabuleiro no caso das peças claras, ao mesmo tempo em que as peças escuras buscam o contraataque ou o equilíbrio da partida. 11ª Atividade: Abertura do Peão da Dama. Desenvolvimento:semelhante a atividade anterior só que usando o Peão da Dama como o exemplo descrito abaixo: Claras Escuras 1 d4 d5 2 Cc3 Cf6 3 Cf3 Cc6 4 Bg5 Bg4 Tabela 2 Fonte: BONA. Agenor Roberto, 2012 1. d4, ... d5; 2. Cc3, ...Cf6; 3. Cf3, ... Cc6; 4. Bg5, … Bg4 Essa abertura, embora seja mais cautelosa, é um bom exercício de ataque e defesa, o qual ao longo desse projeto vai tomando forma conforme o desenvolvimento particular de cada aluno. 12ª Atividade: O uso do relógio de xadrez. Desenvolvimento: Com base nos conhecimentos adquiridos nas atividades anteriores, incorporase mais esse elemento do xadrez. Primeiramente, o professor mostrará o funcionamento desse “duplo” marcador de tempo e qual sua implicação como parte integrante das regras do xadrez nas partidas relâmpago, rápido e convencional. Em seguida, fazendo uso dos materiais já disponíveis para a prática, simula-se num tabuleiro com mais um/a aluno/a, uma partida de xadrez tendo como suporte praxiológico uma das aberturas de xadrez já conhecida pelo alunado. Entendido esse processo, os alunos (aos pares ou em grupos de 4) utilizarão o relógio nas práticas das aberturas citadas e demonstradas, podendo ir além delas caso queiram. Sabemos que são poucos os Colégios da rede pública de ensino que possuem o relógio de xadrez, mas isso não é empecilho que torne essa atividade inviável, visto que se houver apenas um deles já é possível ensiná-los. Obs.: dentre as aberturas clássicas do Peão do Rei e do Peão da Dama, existem variações que podem ser usadas futuramente de acordo com o desenvolvimento das atividades. Descrição do 4º Encontro: Conteúdo:Notação no xadrez. Objetivo:Saberregistrar o desenvolvimento das peças de uma partida, sua posição. No xadrez, o jogo acontece em um tabuleiro de sessenta e quatro (64) casas num quadrado de oito por oito (8 x 8) distribuídos alternadamente em claras e escuras como vimos no segundo (2º) encontro. Como cada casa tem um “nome” alfanumérico, é possível anotar cada movimento realizado no tabuleiro durante uma partida de xadrez. Para isso, basta saber que devemos utilizar a inicial da peça seguido da casa em que a peça está. Lembramos que no Peão, não usamos sua inicial, somente a casa onde está. 13ª Atividade: Conforme o objetivo acima, o/a professor/a desenhará na lousa um tabuleiro com a indicação numérica para as fileiras (horizontais) e alfabética para as colunas (verticais) conforme a figura abaixo: Diagrama 3 Fonte: www.cex.org.br O professor explicará a forma de notação atual utilizada pela FIDE (Fédération Internationale des Échecs) da seguinte forma: cada lance possui uma ordem numérica, tanto para as peças claras quanto para as escuras; depois do número do lance, vem em letra maiúscula a inicial da peça jogada, exceto o Peão; seguindo, anota-se a coluna com letra minúscula onde a peça foi colocada; por último, escreve o número da fileira em que a peça está. 14ª Atividade: Nesse momento, os/as alunos/as deverão (preferencialmente) estar cada um com seu tabuleiro ainda sem as peças, com uma folha rascunho, e uma caneta. O/a professor/a indicará no quadro um quadrado que eles colocarão as peças claras ordenadamente, começando pelas Torres, Cavalos, Bispos, Damas e Rei, para depois os Peões, que traduzem a posição inicial das peças claras, só que cada vez que uma peça for colocada no tabuleiro, deverá ser anotado na folha, correspondendo a posição em que se encontra. Como por exemplo: Ta1, Th1, Cb1, Cg1, Bc1, Bf1, Dd1, Re1. Sendo que a mesma coisa deve ser feita com os Peões atentando para o não uso da inicial para os mesmos. 15ª Atividade: Tendo estabelecido a ordem inicial de uma partida, considerando as peças claras, o/a professor/a se valerá do tabuleiro magnético (ou similar) para que os/as alunos/as o acompanhem em uma abertura de partida, podendo ser utilizadas quaisquer variantes para não se tornar repetitivas as do Peão do Rei ou da Dama. Conforme os lances vão acontecendo, os/as alunos/as irão anotando na folha até que hipoteticamente o centro do tabuleiro esteja dominado. 16ª Atividade: Os alunos/as em duplas, colocam as peças na posição inicial de jogo, cada um com caneta e papel, dividirão na folha um espaço com quatro (4) colunas e vinte e três linhas se valendo do uso de réguas previamente distribuídas pelo/a professor/a. Acima, na coluna da esquerda escreve BRANCAS e/ou CLARAS e na direita PRETAS e/ou ESCURAS. Nas linhas, numera-se de cima para baixo do um (1) ao vinte e três (23) conforme abaixo: Jogo entre: BRANCAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 PRETAS 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 Tabela 3 Fonte: BONA. Agenor Roberto, 2012 E, começam um jogo, anotando tanto os seus lances quanto as do colega. Certamente as capturas acontecerão, assim começará a surgir o símbolo “X” que representa a tomada de peça adversária: Bxe5 simbolizando que Bispo capturou o Peão da casa e5. 17ª Atividade: Dando sequência a atividade anterior, o/a professor/a interromperá as partidas pedindo que não mexam nas peças, que todos tenham descrito seu último lance e solicitará a retirada das peças do tabuleiro. Após, os/as alunos/as deverão colocar as peças na formação inicial de uma partida, então o/a professor/atrocará as anotações com outras duplas, que deverão desenvolver as peças de acordo com as anotações dos colegas. 18ª Atividade: Com o Datashow, computador portátil e com acesso a internet do Colégio, o/aprofessor/a acessará o site do CEX para embasar melhor a notação alfanumérica do xadrez e incorporar ao aprendizado os símbolos usados no xadrez a exemplo do que falamos da captura da peça adversária simbolizado por um “X” e o Roque. Descrição do 5º Encontro: Conteúdo: O Roque. Objetivos: Aprender a executar o lance que da maior proteção ao Rei; Distinguir o roque menor do roque maior; Saber fazer a notação simbólica dos mesmo. 19ª Atividade: O/A professor/a realizará uma explanação oral da representação metafórica que o Roque possui na “guerra” travada no tabuleiro em que o Rei é protegido em uma das Torres do seu castelo contra os ataques do “Inimigo”. Vale lembrar que segundo HORTON (1996. p. 234): o Roque é efetuado em 95% das partidas, e em 90% destas, em direção à ala do rei. Com o “gancho” das aberturas já detalhadamente trabalhadas, e, fazendo uso do tabuleiro magnético de mural, o/a professor/a demonstrará aos alunos o melhor momento de se fazer o xeque menor e qual é o procedimento correto em fazê-lo, bem como a maneira de descrevê-lo na folha de notação da seguinte forma: 0-0 roque menor e 0-0-0 para o roque maior. 20ª Atividade: A mesma formação da atividade anterior, só que agora o/a professor/a desenvolverá o Roque maior, seu momento de ser feito e seu símbolo de notação. 21ª Atividade: Os/As alunos/as de posse de um tabuleiro cada, desenvolverão do início simbólico de uma partida até o momento de se fazer o Roque menor e o/a professor/a irá verificando e auxiliando na execução do movimento. 22ª Atividade: Da mesma forma que o anterior, os/as alunos/as farão a movimentação das peças até o momento do Roque maior, tendo especial atenção na alteração da abertura, pois deverá movimentar a Dama para poder executá-lo de forma correta. Novamente, o/a professor/a irá verificar e auxiliar à todos nessa tarefa. Descrição do 6º Encontro: Conteúdo: Xadrez offline e online Objetivos: Conhecer o servidor Xadrez Livre que faz parte do projeto “Apoio Computacional ao Ensino de Xadrez nas Escolas” da Universidade Federal do Paraná - UFPR; Jogar xadrez com robôs (offline); Interagir com os colegas na sala de bate papo; Jogar online com os colegas do grupo e com outros/as estudantes do Brasil; Lidar com os meandros da máquina. Desenvolvimento: Na sala de informática do Colégio, com as máquinas desligadas, um Datashow pronto para o uso, as aulas ocorrerão da seguinte maneira: 23ª Atividade: O/A professor/a explicará detalhadamente o procedimento de ligar as máquinas do Paraná Digital (PRD) em uma “ilha” distinta na seguinte ordem: Plugar o cabo de energia na tomada (esse procedimento só deve ser feito pelo/a professor/a ou pelo/a laboratorista responsável pela sala); Acionar o botão de ligar na CPU (Central Processing Unit, em português Unidade Central de Processamento), para gerar imagens nos quatro (4) monitores; Sincronizar teclados e mouses; Acessar o servidos Xadrez Livre. 24ª Atividade: O/A professor/a deverá acionar o botão de energia da CPU (logicamente como “ilha” já está em funcionamento só quatro alunos/as farão esse procedimento) e sincronizar os teclados e mousesconforme orientação do/a professor/a para internalizarem o processo. Nesse momento, os/as alunos/as tomarão assento frente aos computadores individualmente ou aos pares, caso haja necessidade e seguirão as orientações do/a professor/a pelas imagens do Datashow que estará plugado em uma das CPU’s do PRD para o devido PRD para o devido acompanhamento na efetuação do login e senha do usuário. 25ª Atividade: Seguindo as orientações e mediações do/a professor/a os/as alunos/as acessarão o servidor do Xadrez Livre da UFPR: Clicarão em cadastro rápido; Digitam um nome válido no login; Fazem uma senha (forte) e clicam em cadastrar; Deverá aparecer: “Usuário cadastrado com sucesso”; Voltará a tela para o login e senha, que sendo feito irá para o ambiente de jogo/interação do Xadrez Livre. 26ª Atividade: O/A professor/a deverá verificar se todos obtiveram êxito na atividade anterior para prosseguir com o ensino e aprendizagem no servidor que ocorrerá assim: O/A aluno/a “Logado” (ainda seguindo as orientações) verá que na primeira (1ª) coluna da esquerda estarão as pessoas online e clicando com o botão esquerdo do mouse poderá convidá-la para jogar uma partida de três minutos ou mais. Ainda poderá interagir com outras na sala de bate-papo. O/A professor/a orientará para que a formação das partidas se deem com os/as alunos/as da própria turma. Tendo o convite “aceito” as brancas iniciam a partida clicando (segurando) em cima da peça desejada e arrastando até a casa pretendida desprecionando o botão (esquerdo do mouse) para completar o lance e assim sucessivamente até que a partida acabe com o xeque-mate, empate ou pelo tempo esgotado. Os “parceiros/as de jogo podem e devem ser mudados sempre que tiverem disponibilidade. 27ª Atividade: O mesmo procedimento que a atividade anterior só que dessa vez convidando o robôfácil que está sempre online, desse modo ninguém fica sem jogar. Descrição do 7º Encontro: Conteúdo: Histórias e Lendas/Jogos enxadrísticos alternativos. Conteúdo básico: O filme: Uma aventura no Reino do Xadrez. Objetivos: conhecer um pouco mais da história do xadrez de uma partida de 1858 em Paris e com jogos enxadrísticos alternativos (variantes) simular a partida com o xadrez ao vivo. 28ª Atividade: O/A professor/a equipará a sala de informática com telão, datashow e som para os/as alunos/as assitirem ao filme paranaense da Produtora Silvana Corona e idealizado pelo professor Leo Pasqualim em 1997. Após assistirem o filme, os/as alunos/as farão uma avaliação do mesmo e o que fariam diferente caso pudessem mudar algo. 29ª Atividade: Com trinta e duas (32) cartolinas (50 x 50) escuras, trinta e duas (32) claras, fitas adesivas (largas) no saguão do Colégio, os/as alunos/as irão: Confeccionar um tabuleiro gigante com o “nome” de cada casa escrito no centro; Fazer também de cartolinas: dezesseis (16) “bonés”, para os Peões sendo oito (8) claras e oito (8) escuros; duas (2) coroas de Reis (1 clara e 1 escura); duas (2) coroas de Damas (1 clara e 1 escura); quatro (4) “bonés” para torres (2 claros e 2 escuros); quatro (4) “chapéus” para os Bispos (2 claros e 2 escuros); quatro (4) “bonés” para os cavalos (2 claros e 2 escuros); dezesseis (16) retângulos de TNT medindo 1m x 0,50m com uma abertura nomeio de cor clara, o mesmo com uma cor escura. 30ª Atividade: Já vestidos/as e caracterizados/as os/as alunos/as desenvolverão uma partida simulada de xadrez comandada por dois/duas estudantes do projeto. Como parte de ensaio para a demonstração do dia posterior para professores/as e alunos/as do Colégio no momento dos intervalos da manhã e da tarde. Descrição do 8º Encontro: Conteúdo: Xadrez Humano. Objetivos: Apresentar aos colegas e educadores/as de colégio o xadrez humano, melhorar e desenvolver a auto-estima e autoimagem dos/as alunos/as. Convidar para um torneio de xadrez. Desenvolvimento: O/A professor/a convidará os presentes para assistirem a apresentação dos/as alunos/as uma partida de xadrez humano que será realizada no saguão do Colégio pelos alunos/as do projeto, onde além do tabuleiro e figurinos por eles/as confeccionados, também haverá um sistema de som para que todos possam ouvir bem as coordenadas de cada equipe. Essa atividade será realizada nos intervalos das aulas da manhã e tarde. 31ª Atividade: Os/As alunos/as se colocarão no tabuleiro (de cartolina) gigante conforme a posição inicial de qualquer partida de xadrez. Antes do início da partida, um/a aluno/a lerá um breve histórico das partidas de “Xadrez ao Vivo” extraído do livro Moderno Dicionário de Xadrez de Byrne J. Hort (pg. 277) e fará um convite para um torneio e que as inscrições poderão ser feitas gratuitamente com o professor proponente do projeto. Em seguida, o coordenador da equipe clara começa o jogo denominando a “peça humana” e a casa que deve ocupar. Após a equipe de veste escura faz o lance e assim segue até o (ensaiado) xeque-mate. Descrição do 9º Encontro: Conteúdo: Torneio de xadrez. Objetivos: Finalizar o projeto com a interação dos participantes com os/as alunos/as matriculados no Colégio. Desenvolvimento: O torneio será realizado e organizado pelos/as alunos/as do projeto em parceria com o Grêmio Estudantil do Colégio, em um sábado à tarde e será dividido em três categorias: Categoria A – nascidos em 1996 para menos; Categoria B – nascidos em 1997 à 1999; Categoria C – nascidos em 2000 à 2002. 32ª Atividade: Em um sábado de manhã os/as alunos/as irão preparar salas para o torneio, conforme o número de inscrições, separados em categorias A, B e C. Com mesas, cadeiras, tabuleiros e peças, bem como o emparceiramento escrito na lousa. Obs.: O emparceiramento e a forma de disputa dependerão do número de inscrições. 33ª Atividade: O torneio propriamente dito. No mesmo sábado, as 13:00 horas se dará o início do torneio. Os/as alunos/as do projeto farão parte da arbitragem e organização do evento, que tem uma previsão de término para as 17:00 horas. Obs.: A premiação do torneio ainda será estudada por todos os envolvidos no processo. 34ª Atividade: Avaliação do projeto pelos/as alunos/as que poderá ser entregue aos/as professores/as da SEM na semana seguinte. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BECKER, IDEL. Aberturas e Armadilhas no xadrez, 16 ed. São Paulo, Nobel. __________. Manual de Xadrez. 21ª ed. São Paulo: Nobel, 1990. CEX, Centro de Excelência de Xadrez, Disponível em: http://www.cex.org.br, acesso em 30/11/2012. FIDE, Fédération Internationale des Échecs. Disponível em: http://www.fide.com/. Acesso em 20/11/2012. HORTON, Byrne Joseph. Moderno dicionário de xadrez. 3ª ed. São Paulo: Ibrasa, 1996. PARANÁ/SEED.Diretrizes Curriculares Estaduais – Educação Física. Curitiba, 2008. PARANÁ/SEED.Diretrizes Curriculares Estaduais para a Educação Básica. Curitiba, 2008. PARANÁ/SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Construção de Currículos Inclusivos. Curitiba, 2006. Especial para a PIAGET, Jean. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo e sonho – imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. PRIETO.R. G. Atendimento Escolar de alunos com necessidades educacionais especiais: um olhar sobre as políticas públicas de educação no Brasil. In: MANTOAN. M. T. E.; PRIETO. R. G.; ARANTES V. A. (Org.). 3. Ed. Inclusão Escolar: São Paulo: Summus, 2006. – (Pontos e contrapontos). SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão. Construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro: WVA, 1991. SEIRAWAN, Yasser;SILMAN, Jeremy; tradução Denise Regina Sales. Xadrez Vitorioso: Estratégias. Porto Alegre: Artmed, 2006. TIRADO, Augusto C. S. B.; SILVA, Wilson da.Meu primeiro livro de xadrez: curso para escolares. Curitiba: Ed. Gráfica Expoente, 1995. UNESCO. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência – CORDE. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO; CORDE, 1994. XADREZLIVRE. Disponível em http:// xadrezlivre. c3sl. ufpr. BR