Introdução
Este projeto visou aplicar a Teoria de Franco Modigliani sobre o ciclo de
vida com um recorte ao perfil que o idoso brasileiro tem atualmente na renda
das famílias brasileiras.
Foram utilizados dados de pesquisas do IBGE como referência para as
possíveis analise e correlação com a Teoria de Franco Modigliani sobre o ciclo
de vida. Que defende a ideia de que única mudança que ocorre basicamente
na renda do individuo será quando o mesmo se aposentar. E começar a gastar
os ativos acumulados ao longo da sua vida ativa. Franco Modigliani defende a
ideia da racionalidade do individuo, não se compra por impulso e sim por
necessidade, o ser humano sabe quando deve consumir e o quanto deve
gastar. Poupar advém do desejo de manter estabilidade no futuro. Modigliani
usa toda e qualquer renda que foi obtida durante os ciclos que o individuo
passou como poupança, ressaltando que quando o individuo chegar à fase final
do ciclo de vida, ou seja, a sua velhice somente haverá despoupança,
Modigliani não ressalta, por exemplo, que o individuo pode continuar a exercer
funções onde haja remunerações. Para Modigliani este é o momento de
despoupança tudo que era para ser poupado já foi alcançado em seu ciclo de
vida ativa.
Ciclo de vida estuda o individuo planejando seu consumo e sua e
poupança no decorrer dos anos para obter uma vida futura da melhor forma
possível, ou seja, Modigliani acredita que a melhor forma de utilizar seus
recursos é dividir de forma uniforme seus ativos ao longo do ciclo de vida, sem
momento de extremo consumo ou momentos de extrema escassez a um
equilíbrio no consumo tudo baseado em consumidor racional. O ideal seria que
o individuo desde cedo considerar que sua velhice chegará e decidir qual será
o padrão de vida que gostaria de ter, seria mais fácil a idéia de poupar para
crescer.
Atividades Desenvolvidas
Foi realizada uma seleção bibliográfica com alguns autores chaves.
Destacando Franco Modigliani e sua Teoria do Ciclo de vida que foi utilizado
como base para o desenvolvimento de todo o projeto.
A partir da leitura da bibliografia existente foi feito um levantamento de
dados a partir de pesquisas já existentes, para uma análise da Teoria de Ciclo
de vida de Modigliani para comprovarem sua eficácia junto à realidade
brasileira.
Métodos e Materiais Utilizados
O primeiro procedimento metodológico foi a elaboração de uma base
teórica da Teoria de ciclo de vida de Franco Modigliani.
Em um segundo instante foi comparado dados obtidos de pesquisas já
realizadas que demonstrarão traços da Teoria do ciclo de vida em diferentes
fases da vida de um individuo e como tem sido o processo de acumulação e
desacumulação desses ativos financeiros.
Resultados Obtidos.
A economista Ana Amélia Camarano, do IPEA, acredita que “A demografia
por si só, não é responsável por eventos econômicos a população nada mais é
que a vida de pessoas é a finalidade das atividades humanas”. Acredita que
para evitar-se problemas previdenciários é necessário investir na produtividade
dos idosos. O que contraria a Teoria de Modigliani que defende que na velhice
a tendência seria somente a despoupança não mais o acúmulo de qualquer
tipo de riqueza. Amélia Camarano ainda afirma que “A tecnologia reduz a
necessidade do esforço físico o que permite uma maior valorização do idoso no
mercado de trabalho novamente termina afirmando que: “os idosos têm mais
responsabilidade que os jovens” O idoso não será mais visto como um
“encosto” em sua velhice mais sim um fator econômico de Acúmulo de ativos
financeiros extremamente importantes para compor a renda familiar. Ou seja,
mas uma vez a Teoria de Modigliani de que a renda na aposentadoria tenderá
a zero não se aplica ao país do futuro, já que economistas acreditam que na
recolocação do idoso no mercado de trabalho. A final vive-se mais trabalha-se
mais. ( Randers, IPEA , 2007).
Para Modigliani, existem diferentes hipóteses que motivam o individuo a
poupar seriam elas:
1- Toda riqueza acumulada durante a vida é consumida na aposentadoria.
Está é a primeira característica que Modigliani irá destacar. O individuo
entende que a partir do momento da sua aposentadoria ele irá deixar de
acumular riquezas e passar a gastar todo seu acúmulo de bens, Modigliani
descarta, por exemplo, a possibilidade do individuo ter fontes de rendas
alternativas. O idoso passa agora a somente a desfrutar dos seus ativos
financeiros na intenção de manter um padrão estável de consumo e bem-estar
satisfatórios. Não se trata de um comportamento egoísta e sim de uma
preocupação de se auto- ajustar a sua nova realidade pensando de forma
individual.
2- Os indivíduos em sua fase ativa são considerados segundo Modigliani um
ser racional.
Para Modigliani a racionalidade é característica básica do individuo
Entende-se que o individuo irá gastar sua renda com bens de consumo
necessários para sua sobrevivência e poupará o excedente para gastar no seu
futuro, ou seja, quando se tornar inativo no mercado de trabalho. Trata-se de
encontrar a melhor maneira de atingir finalidades pré-determinadas no caso a
aposentadoria. Abre-se mão do consumo presente para um consumo futuro. A
conduta do ser humano neste caso para Modigliani é sempre voltada a um fim
especifico. Há uma preocupação do individuo em agir de maneira racional
projetando até mesmo momentos de escassez. Sempre haverá uma escolha a
ser feita pelo individuo racional poupar para gastar futuramente ou gastar ativos
sem poupar. Trata-se da escolha entre o hoje e o amanhã.
3- A renda é constante ao longo do período de trabalho até a sua
aposentadoria onde tenderá a zero.
Considerando uma taxa de juros estável e que as escolhas
intertemporais evoluem com a idade, entende-se que o individuo não nasce
ativo, mas quando se torna ativo passando por um período de acumulo de bens
que irá financiar seu consumo ao longo de sua vida ativa. Destacando que os
jovens passarão boa parte do ciclo de vida inicial acumulando dívidas, que
serão pagas conforme o amadurecimento de ser humano e seu crescimento no
mercado de trabalho. Logo após este momento o individuo deve passar a
acumular ativos já que nesta fase está no auge do ciclo de vida e o próximo
estágio segundo Modigliani é o declínio do acumulo de ativos até a
aposentadoria onde o acumulo de ativos tenderá a zero.
A única mudança que ocorre na Teoria básica de Modigliani é quando o
individuo se aposentar. E começar a gastar os ativos acumulados ao longo da
sua vida ativa. Considerando um comportamento individual do ser humano.
(DEATON Angus, understanding consumption,1992)
4- Não há incertezas, e a é taxa de juros é nula.
O aumento na renda de trabalho, agora ou no futuro tenderá a expandir
o consumo. O efeito que tal ação causará depende de como a renda atual está
relacionada à renda futuro. Onde a taxa de juros é nula não havendo a
incerteza não há problemas, pois a renda não será afetada por nenhum evento
ou mudança drástica.
5- É melhor ter um consumo constante ao longo da vida a ter períodos de
grande consumo e outros de privações.
Novamente Franco Modigliani defende a ideia da racionalidade do
individuo, não se compra por impulso e sim por necessidade, o ser humano
sabe quando deve consumir e o quanto deve gastar. Poupar advém do desejo
de manter estabilidade no futuro. Modigliani usa toda e qualquer renda que foi
obtida durante os ciclos que o individuo passou como poupança, ressaltando
que quando o individuo chegar à fase final do ciclo de vida, ou seja, a sua
velhice somente haverá despoupança, Modigliani não ressalta, por exemplo,
que o individuo pode continuar a exercer funções onde haja remunerações.
Para Modigliani este é o momento de despoupança tudo que era para ser
poupado já foi alcançado em seu ciclo de vida ativa.
6- Pode haver ou não riqueza inicial.
Modigliani destaca a possibilidade de haver uma herança ou uma
pensão, ou talvez aluguel de algum imóvel entre outros meios de rendas
adicionais o que significa que o individuo já iniciou o ciclo de vida com um tipo
de
riqueza
que
já
garante
uma
popança
futura.
(DEATON Angus,
understanding consumption,1992).
A teoria defende a ideia de que haja uma queda de acumulo de ativos na
terceira idade, levando o individuo ao acumulo prévio de ativos, a fim de
financiar um padrão estável de consumo e bem estar durante os anos finais da
sua vida. A Teoria demonstra o quanto o idoso terá de ativos acumulados em
diferentes fases do seu ciclo de vida e descreve o trajeto de cada individuo
deste que começa do seu acumulo de ativos na juventude.
Para Modigliani poupar para aposentadoria advém do desejo que cada
indivíduo possui de manter um padrão estável de consumo ao longo do ciclo de
vida. Em prol disto cada indivíduo abre mão de uma parcela de consumo
durante a vida ativa, para que na velhice haja um padrão de consumo estável.
A partir da data de sua aposentadoria o indivíduo tende a utilizar os ativos
acumulados ao longo do ciclo de vida para complementar os recebimentos da
aposentadoria. (Neri,2008.)
Analisando os pressupostos da teoria verifica- se o quanto a teoria é
vivenciada pela população idosa brasileira É notável que como Modigliani
ressaltava em sua teoria há uma queda no acúmulo dos ativos na fase idosa
do individuo. Atualmente o idoso poupa não só para si não há uma visão
egoísta e particular de acumulo de bens muitas vezes sua renda é a principal
fonte de renda de uma família. A base do orçamento de uma família muitas
vezes é complementada pela aposentadoria de um idoso pertencente à família.
A despoupança que Modigliani cita se refere ao sustento do próprio idoso mais
a realidade demonstra que muitas vezes a base de um orçamento familiar.
Analisando o gráfico as estimativas indicam que a população idosa pode
crescer aproximadamente 30 milhões, chegando a atingir cerca de 13% da
população. Analisando a taxa de crescimento das crianças em relação aos
idosos é notório que a taxa de crescimento dos idosos que cresce em maior
proporção.
É notório que hoje em dia o idoso brasileiro têm sua renda somada a
renda total de uma família Modigliani defende que o idoso deveria estar em seu
momento de despoupança,ou seja, não mais trabalhando ou sendo base da
renda familiar como pesquisas do IBGE demonstram.
A despoupança não ocorre da maneira que Modigliani descrevia, como
consumo individual do idoso, o momento no qual ele se aposenta e tenderia a
consumir seus acúmulos para manter um padrão de vida estável. A
despoupança ocorre de certa forma, mas não para realizar os desejos dos
idosos mas em muitas famílias que tem no mínimo um idoso em sua casa, a
aposentadoria é vista como uma renda até mesmo maior que a dos próprios
conjugues. Para Modigliani o idoso usaria seus ativos acumulados para manter
o mesmo padrão de consumo que tinha nas fases iniciais do ciclo de vida.
A realidade brasileira não se adapta a tal teoria. A realidade que vêm
sendo delineada ao longo dos anos é de idosos que tem uma longevidade
maior, aposentam-se, mas continuam a trabalhar ou sustentam filhos e netos
com suas aposentadorias já que o jovem tem entrado mais tardiamente no
mercado de trabalho por diversos fatores um deles seria a mão de obra
qualificada que tem sido cada vez mais cobrada pelas empresas contratantes.
Segundo o levantamento, as famílias que dividem o teto
com idosos têm renda per capita de R$ 548,94, ante R$ 484,77
das demais. (IPEA, 2007).
A Estabilidade que se encontra na renda do idoso permite a família um
poder de consumo maior. A pesquisa ainda aponta que a convivência dos
jovens com idosos em sua família não muda, ou seja, não se motivam a poupar
tanto quanto seus pais e avós pouparam. Ainda segundo pesquisa do IPEA, os
idosos que vivem em regiões urbanas têm melhores condições de vida que os
idosos das zonas rurais. Nas famílias onde encontram-se idosos o número de
filhos que continuam a morar com os pais é maior.
Concluindo, pode-se dizer que o aumento da
longevidade conjugado com o aumento pelo qual passa a
economia brasileira, com efeitos expressivos sobre o jovem,
tem levado o idoso a assumir papéis não esperados pela
literatura, nem pelas políticas públicas. Isso faz com que a
associação entre o envelhecimento e o aumento da carga
sobre a família e o Estado não se verifique de forma tão direta.
(CAMANARO AMÉLIA ANA, IPEA, 1999).
De modo geral, observa-se um crescimento acentuado da população
idosa nos países em desenvolvimento. O Brasil assume uma posição
intermediária. O que corresponde a 8,6%, a região com maior diversidade é a
região latino americano com uma proporção de idosos variando de 6,4% na
Venezuela e 17,1% no Uruguai.
A Teoria estudada neste projeto acredita em uma economia onde o idoso
deveria usufruir dos seus ativos de forma individual, não ser chefe de famílias,
Modigliani não cita um idoso com vida economicamente ativa o mesmo parte
do momento em que toda acumulação de ativos chegou a seu ápice e tende a
cair.
Observando e analisando a teoria de ciclo de vida, constatamos
características semelhantes na realidade brasileira. Para Modigliani os idosos
de hoje em dia deveriam desfrutar dos seus ativos acumulados ao longo do
ciclo de vida, porém já como citado muitas vezes sua renda é o carro chefe de
uma família. Já foi citado que os idosos são mais racionais que os jovens de
hoje em dia o que significa que em algum momento de sua vida houve uma
poupança de ativos o que não podemos ao certo dizer se a despoupança
prevista por Modigliani é o destino de muitos ativos financeiros dos idosos
brasileiros atualmente. Modigliani defende a ideia de que não se deve ter
momentos de grande acumulo ou desacumulo desenfreados de ativos
financeiros.
Tabela 1 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudo, segundo o sexo e grupos de idade – 1991.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios.
Classes de anos de estudo (%)
Grupos de
Idades
Total
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
6 396 502
45,0
21,3
19,4
2,4
4,3
4,4
3,1
60 a 64 anos
2 185 264
37,4
23,4
22,3
3,0
4,8
5,3
3,8
65 a 69 anos
1 711 989
44,0
22,0
19,6
2,5
4,5
4,3
3,1
70 a 74 anos
1 163 037
48,8
20,5
18,0
2,1
4,1
3,8
2,6
75 anos ou mais
1 336 212
55,6
17,6
15,8
1,7
3,6
3,4
2,3
Tabela 2 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudos, segundo o sexo e grupos de idade – 1991.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios.
Sexo
e
grupos de idade
Homens
Classes de anos de estudo (%)
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
4 357 281
43,0
22,4
19,9
2,4
4,4
4,2
3,7
60 a 64 anos
1 576 346
35,6
24,2
22,8
3,0
4,8
5,2
4,4
65 a 69 anos
1 189 674
42,4
22,9
20,0
2,4
4,5
4,2
3,7
70 a 74 anos
770 281
47,3
21,6
18,2
2,0
4,2
3,4
3,3
75 anos ou mais
820 980
53,9
19,0
15,8
1,7
3,6
2,9
3,2
Tabela 3 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudo, segundo o sexo e grupos de idade 1991.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios.
Sexo
e
grupos de idade
Mulheres
Classes de anos de estudo (%)
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
2 039 221
49,5
18,9
18,4
2,4
4,2
4,8
1,8
60 a 64 anos
608 918
42,0
21,5
20,8
3,1
4,7
5,4
2,5
65 a 69 anos
522 315
47,6
19,9
18,8
2,6
4,5
4,8
1,8
70 a 74 anos
392 756
51,8
18,4
17,7
2,1
4,0
4,6
1,4
75 anos ou mais
515 232
58,3
15,3
15,8
1,7
3,6
4,2
1,1
Tabela 4 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudo, segundo o sexo e grupos de idade – 2000.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios
Classes de anos de estudo (%)
Grupos de
Idades
Total
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
8 964 850
34,7
24,7
20,5
4,2
5,4
6,4
4,1
60 a 64 anos
2 838 065
27,6
25,7
22,1
5,4
6,3
7,7
5,1
65 a 69 anos
2 265 418
32,5
25,6
21,3
4,4
5,4
6,5
4,1
70 a 74 anos
1 762 921
36,5
24,9
20,3
3,8
4,8
5,8
3,7
75 anos ou mais
2 098 446
45,4
22,0
17,4
2,5
4,8
4,9
2,9
Tabela 5 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudo, segundo o sexo e grupos de idade – 2000.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios
Sexo
e
grupos de idade
Homens
Classes de anos de estudo (%)
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
5 594 347
33,0
25,3
20,8
4,2
5,5
6,3
4,8
60 a 64 anos
1 905 934
26,2
25,9
22,7
5,3
6,4
7,7
5,6
65 a 69 anos
1 442 908
30,7
26,0
21,8
4,4
5,5
6,6
4,8
70 a 74 anos
1 067 344
35,5
25,5
20,2
3,7
4,7
5,6
4,5
75 anos ou mais
1 178 161
44,5
23,2
17,0
2,5
4,6
4,3
3,8
Tabela 6 - Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios, total e respectiva distribuição
percentual, por classes de anos de estudo, segundo o sexo e grupos de idade – 2000.
Pessoas de 60 anos ou mais de idade, responsáveis pelos domicílios
Sexo
e
grupos de idade
Mulheres
Classes de anos de estudo (%)
Total
Sem
instrução
e menos
de 1 ano
1a3
anos
4
anos
5a7
anos
8 a 10
anos
11 a 14
anos
15 anos
ou mais
3 370 503
37,6
23,6
19,9
4,1
5,4
6,5
2,8
60 a 64 anos
932 131
30,5
25,2
20,9
5,4
6,1
7,7
4,1
65 a 69 anos
822 510
35,5
24,8
20,4
4,5
5,3
6,5
3,0
70 a 74 anos
695 577
38,1
24,0
20,5
3,9
4,9
6,1
2,4
75 anos ou mais
920 285
46,4
20,6
18,0
2,5
5,0
5,6
1,8
Comparando o ano de 1991 e o ano de 2000 (Na tabela 1 e tabela 4)
observa-se uma queda no percentual total de idosos que sustentam um
domicilio com sua renda, porém há um aumento significativo na quantidade de
idosos em sua totalidade. O que era esperado já que caminhamos para viver
mais tempo fora do mercado de trabalho do que em outras épocas devido há
um considerável aumento na expectativa de vida dos brasileiros.
Continuando a comparação entre os anos de 1991 e 2000 analisando os
homens idosos (tabela 2 e 5) observa-se que há uma diminuição dos homens
sem instrução e um aumento nos idosos que possuem 15 anos ou mais de
instrução por classe de anos de estudos. O que demonstra maior tempo no
mercado de trabalho devido ao aumento da instrução do individuo, o que torna
a despoupança mencionada por Modigliani mais tardia, e pode ser um fator de
que o idoso mesmo após sua aposentadoria continua trabalhando o que
contraria o fato de que Modigliani defende a ideia de uma única alteração no
ciclo de vida. Ou seja, o individuo em sua concepção teria seu ciclo de vida
ativo até uma determinada faixa etária e depois a única mudança se daria ao
aposentar-se,Modigliani não questiona a possibilidade de um retorno ao
mercado de trabalho após a aposentadoria,pois, vê nesta etapa do ciclo de
vida apenas um desacumulo das riquezas e não uma tentativa de acumulo de
riquezas após a aposentadoria.
Comparando as tabelas 3 e 6 há evidências de um aumento da população
idosa feminina que sustenta um domicilio. A classes de anos de estudos entre
os anos de 1991 á 2000 continua a crescer,ou seja, maior instrução na fase
idosa feminina também,menor que a taxa de instrução masculina que ainda
prevalece. Modigliani não faz comparações quanto ao gênero não deixando
margem para fazer comparações com sua teoria do ciclo de vida.
Eventuais problemas enfrentados
O projeto não teve grandes problemas em seguir o cronograma estipulado
anteriormente.
Foram encontradas algumas dificuldades na seleção bibliográfica, pois,
grande parte encontrava-se em inglês.
Possíveis Alterações no Projeto
Como objetivo específico, foi realizada a análise do modelo de Modigliani
a realidade dos idosos brasileiros. Contudo não foi incorporado a este trabalho
uma análise mais detalhada sobre a aplicação dos ativos financeiros dos
idosos em cadernetas de poupança, como citado anteriormente.
Conclusão
Os idosos de hoje em dia não desfrutam como deveriam desfrutar dos
seus ativos, já que como citado muitas vezes sua renda é o carro chefe de uma
família. Já foi citado que os idosos são mais racionais que os jovens de hoje
em dia o que significa que em algum momento de sua vida houve uma
poupança de ativos o que não podemos ao certo dizer se a despoupança
prevista por Modigliani é o destino de muitos ativos financeiros dos idosos
brasileiros atualmente.
Mesmo com o consumismo desenfreado que se vive a teoria é em partes
válida, mas não suficiente para explicar o ciclo de vida já que Modigliani
defende a ideia de uma taxa de juros nula o que hoje é irreal. Mas do ponto de
vista que deve-se poupar ativos de alguma maneira para garantir um padrão de
consumo e bem-estar estável nas fases finais do ciclo de vida próprio no caso,
é totalmente válida e aplicável aos dias atuais.
Conclui-se que a hipótese de Modigliani precisa ser testada com uma
base de dados mais ampla.
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Introdução Este projeto visou aplicar a Teoria de Franco Modigliani