ÂNGELA MARIA FERREIRA LIMA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL – INSERÇÃO E PERSPECTIVAS Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Profº Dr. Asher Kiperstok Salvador 2007 L7324 Lima. Ângela Maria Ferreira Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil: inserção e perspectivas / Ângela Maria Ferreira Lima. – Salvador, 2007. 116p. : il. Orientador: Prof. Dr. Asher Kiperstok Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo) Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica, 2007 1.Ciclo de Vida (Avaliação) 2.Impacto Ambiental 3.Poluição (Prevenção) 4.Políticas Públicas. I.Universidade Federal da Bahia. Escola Politécnica. II.Kiperstok, Asher. III. Título. CDD: 363.73 3 A meus pais, que mostraram que o crescimento pessoal tem como base a educação e o conhecimento. E em especial ao meu pai, por sua capacidade de superação e determinação. Ao meu marido, pelo apoio em todos os momentos, companheirismo e presença constante na minha vida. Aos meus queridos filhos, pelo carinho e amor; e que, independentemente da profissão que sigam futuramente, as questões relacionadas com o meio ambiente estejam presentes em suas vidas. Aos meus irmãos, que sempre me incentivaram e torceram por mim. 4 AGRADECIMENTOS Ao Profº Asher Kiperstok, pela orientação deste trabalho e por ter me mostrado os primeiros ensinamentos sobre ACV, pela sua força positiva, acreditando que “tudo” sempre dará certo. Ao Profº Armando Caldeira-Pires, pelas informações tão valiosas transmitidas, por colocar à minha disposição o seu acervo pessoal e por ter aberto os caminhos necessários para minha pesquisa em Brasília. A toda equipe da Rede de Tecnologia Limpas - TECLIM (especialmente a Suzete, Lígia, Linda, Jaqueline e Loriana), que mesmo de longe me deram todo o suporte necessário. Ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), representado pela Celina Lamb e Sander Ferreira, que disponibilizaram as informações para este trabalho. A Ana Maria Siqueira pela cuidadosa revisão do texto. A todos que gentilmente responderam aos meus e-mails, e aos que enviaram cópias de suas teses, dissertações e artigos. A FAPESB/CAPES, pela bolsa de estudo que me permitiu a dedicação a este trabalho. 5 RESUMO Este trabalho tem como objetivo identificar ações para a inserção da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) como um instrumento para a sustentabilidade ambiental da sociedade brasileira e procura mostrar qual a participação e quais os estímulos para que essa inserção ocorra. A idéia central é subsidiar o uso da ACV em nosso país. A pesquisa consiste nas seguintes etapas: uma revisão bibliográfica, com o objetivo de fundamentar conceitos e estratégias da Avaliação do Ciclo de Vida; a identificação do estágio atual de conhecimento e de utilização dessa ferramenta no Brasil em três setores distintos, a academia, as empresas e as instituições governamentais; e a apresentação de proposições para a implementação de seu uso. O levantamento bibliográfico focou os seguintes aspectos: o estado da arte de ACV (panorama geral, conceitos, classificação); experiências consolidadas de ACV em países ou regiões desenvolvidos, iniciativas de países ou regiões em desenvolvimento e os diferentes atores envolvidos na ACV no Brasil. Para identificar o estágio atual de desenvolvimento da ACV em nosso país, este trabalho levantou informações em bancos de dados acadêmicos, no sistema de informação curricular da comunidade científica brasileira, em sites institucionais e em relatórios socioambientais/sustentabilidade feitos por empresas. Posteriormente, organizou as informações coletadas de acordo com diversas categorias como, por exemplo, nível de trabalho acadêmico, setores produtivos. Nas instituições governamentais, houve a preocupação em verificar as ações para construção de um banco de dados em ACV. Este estudo mostra um panorama dessa importante ferramenta no mundo e no Brasil. A análise realizada conclui que as parcerias entre os diversos setores, as ações conjuntas e os investimentos, entre outras possibilidades, são de fundamental importância para programas sobre ACV, bem como para a criação de um banco de dados brasileiro, e que nos países em desenvolvimento essas parcerias ainda estão se formando. No Brasil, são as universidades que se destacam em relação a essa temática, sendo que algumas já apresentaram uma definição em determinadas áreas de inserção da Avaliação do Ciclo de Vida. Este trabalho faz também 19 proposições para melhorar as interações entre os três setores aqui analisados, no intuito de favorecer a incorporação da ACV pelos mesmos, com uma expectativa de prazo para que isso ocorra. Todas as proposições estão acompanhadas de fatos motivadores para tal incorporação. Palavras-Chave: Avaliação do Ciclo de Vida, Análise do Ciclo de Vida, ACV, Políticas Públicas, Rotulagem Ambiental. 6 ABSTRACT The objective of this study is to identify actions to include Life Cycle Assessment (LCA) as an instrument for environmental sustainability of Brazilian society, as well as attempting to identify the participation and incentives for this inclusion. The main idea is to support the use of ACV in Brazil. The study is divided into the following stages: a bibliographic survey with the objective of establishing concepts and strategies of Life Cycle Assessment; identification of the current level of knowledge and use of this tool in Brazil in three distinct sectors, i.e. universities, companies and government institutions; and proposals for implementation of its use. The following aspects were emphasized in the bibliographic assessment: the state-of-the-art of LCA (overview, concepts, classification); consolidated LCA experiences in developed countries or regions, initiatives in developing countries or regions and the different stakeholders involved with LCA in Brazil. In order to identify the current stage of LCA in Brazil, this study assessed information in academic databases, in the curricular information system of the Brazilian scientific community, institutional websites and socio-environmental/sustainability reports prepared by companies. Next, the data collected was classified according to categories such as level of academic work and productive sectors. In government agencies, care was taken to identify possibilities for construction of an LCA database. This study provides an overview of this important tool throughout the world and in Brazil. The assessment came to the conclusion that partnerships among the several sectors, joint actions and investments, among other possibilities, are of paramount importance for LCA programs, as well as for creation of a Brazilian database, and that in developing countries these partnerships are under construction. In Brazil, universities are leaders in this field, and some have already defined certain areas of Life Cycle Assessment insertion. This study also presents 19 proposals for improved interactions among the three sectors analyzed, with the purpose of contributing to LCA incorporation by these sectors, with timeframes for this to take place. All proposals come with justification for their incorporation. Key words: Life Cycle Assessment, Life Cycle Analysis, LCA, Public Policies, Environmental Labeling. 7 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Taxa de variação do consumo de alguns produtos entre 1950 e 2000 14 Figura 2 - Esquema de um ciclo biológico 18 Figura 3 - Esquema de um ciclo industrial 18 Figura 4 - Dimensões da sustentabilidade 25 Figura 5 - Representação do ciclo de vida de um produto 26 Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida, consistindo de análise e prática direcionadas por conceitos e baseadas em dados e informações. 31 Figura 7 - Apresentações da estrutura da ACV no decorrer dos anos. 33 Figura 8 - Conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis 40 Figura 9 - Organização do projeto de ACV japonês 44 Figura 10 - Associações industriais que participaram do Projeto de ACV desenvolvido no Japão 45 Figura 11 - Principais atividades da ACV no mundo 54 Figura 12 - Número de artigos onde apareceu a expressão “Life Cycle Assessment” no Science Direct. 55 Figura 13 - Número de artigos onde apareceu a palavra “Landfill” no Science Direct 56 Figura 14 - Evolução dos artigos “Landfill” e “LCA” no Science Direct 57 Figura 15 - Quantidade de dissertações produzidas por ano no Brasil na temática ACV 68 Figura 16 - Quantidade de teses produzidas por ano no Brasil na temática ACV 68 Figura 17 - Produção de dissertações de ACV por segmento produtivo 70 Figura 18 - Produção de teses de ACV por segmento produtivo 70 Figura 19 - Principais atividades da ACV no Brasil 80 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Simplificações para a Avaliação do Ciclo de Vida...................................34 Quadro 2 - Banco de dados de ICV por status do projeto e organização que o coordena.................................................................................................51 Quadro 3 - Principais países que possuem bancos de dados de ACV no mundo ..................................................................................................................................52 Quadro 4 - Organizações industriais que possuem banco de dados de ACV...........53 Quadro 5 - Exemplo de três grandes empresas que utilizam ACV na Europa ..........59 Quadro 6 - Número de dissertações de mestrado em ACV produzidas por universidades .........................................................................................62 Quadro 7 - Cursos de pós-graduação da USP em que se produziram dissertações em ACV ..................................................................................................63 Quadro 8 - Número de teses de doutorado em ACV produzidas por universidade...66 Quadro 9 - Empresas pesquisadas em relatórios socioambientais/sustentabilidade ou sites institucionais..............................................................................72 Quadro 10 - Origem das empresas que usam ACV no Brasil ...................................76 Quadro 11 - Proposições de inserção da ACV no Brasil...........................................82 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCV Associação Brasileira do Ciclo de Vida ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRE Associação Brasileira de Embalagem ACLCA American Center for Life Cycle Assessment ACV Avaliação do Ciclo de Vida AICV Avaliação de Impacto do Ciclo de Vida AISI American Iron and Steel Institute AIST National Institute of Advanced Industrial Science and Technology ALCALA Associación Life Cycle Assessment LatinoAmérica APC American Plastics Council APEC Asian-Pacific Economic Cooperation APLCANET LCA Researcher Network for APEC Member Economies B2B Business to Business CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CEBDS Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável CETEA Centro de Tecnologia de Embalagem CILCA Conferência Internacional de Avaliação do Ciclo de Vida CML Centrum voor Milieuwetenschappen Leiden (Instituto de Ciências Ambientais da Universidade de Leiden) CMLCA Chain Management by Life Cycle Assessment CNI Confederação Nacional da Indústria CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CPM Center for Environmental Assessment of Product and Material Systems DfE Design for Environment EAA European Aluminium Association ECI European Copper Institute ECO European Container Board Organization EDIP Environmental Development of Industrial Products ELCD European Reference Life Cycle Assessment Data System EMPA Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research EPD Environmental Product Declaration System 10 ETA Estação de Tratamento de Água EUA Estados Unidos da América FEFCO European Federation of Corrugated Board Manufactures FINEP Financiadora de Estudos e Projetos FURB Universidade Regional de Blumenau GANA Grupo de Apoio à Normalização Ambiental GCV Gestão do Ciclo de Vida GEDnet Global Type III Environmental Product Declarations Network GEMIS Global Emissions Model for Integrated Systems GEO Groupement Ondulé, European Association of Makers of Corrugated Base Papers GP2 Grupo de Prevenção da Prevenção IAM U.S. EPA´s Impact Assessment and Measurement IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia ICV Inventário do Ciclo de Vida IFEU Institute for Energy and Environmental Research IFU Institute for Environmental Informatics IISI International Iron and Steel Institute IPP Integrated Product Policy ISE/BOVESPA Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo ISO International Organization for Standardization ISSF International Stainless Steel Forum JEMAI Japan Environmental Management Association for Industry MCT Ministério da Ciência e Tecnologia METI Ministry of Economy Trade and Industry NEDO New Energy and Industrial Technology Development Organization NiD Nickel Development Institute PET Polietileno Tereftalato PUC Pontifícia Universidade Católica PVC Policloreto de Vinila REPA Resource and Environmental Profile Analysis RoHS Restriction of Hazardous Substances SETAC Society for Environmental Toxicology and Chemistry 11 SPOLD Society for the Promotion of LCA Development TECLIM Rede de Tecnologias Limpas UFBA Universidade Federal da Bahia UFF Universidade Federal Fluminense UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPA Universidade Federal do Pará UFPR Universidade Federal do Paraná UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSCAR Universidade Federal de São Carlos UFSM Universidade Federal de Santa Maria UFTPR Universidade Federal Tecnológica do Paraná UFV Universidade Federal de Viçosa UnB Universidade de Brasília UNEP Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente UNESP Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu UNICAMP Universidade Estadual de Campinas UNIDERP Universidade para Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal UNIFEI Universidade Federal de Itajubá UNIMEP Universidade Metodista de Piracicaba UNITAU Universidade de Taubaté USP Universidade de São Paulo WEEE Waste from Electrical and Electronic Equipment 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO....................................................................................................14 1.1 Caracterização do problema.........................................................................14 1.2 Objetivos ........................................................................................................21 1.2.1 Objetivo geral ............................................................................................21 1.2.2 Objetivos específicos ................................................................................21 1.3 Metodologia....................................................................................................21 1.4 Estrutura da dissertação...............................................................................23 2 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA............................................................... 25 3 PANORAMA DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO MUNDO...................35 3.1 Regiões / países desenvolvidos ...................................................................39 3.1.1 Suíça .........................................................................................................39 3.1.2 Região Nórdica .........................................................................................40 3.1.3 Holanda.....................................................................................................41 3.1.4 Alemanha ..................................................................................................42 3.1.5 Japão ........................................................................................................42 3.1.6 América do Norte ......................................................................................45 3.2 Regiões / países em desenvolvimento ........................................................47 3.2.1 China.........................................................................................................48 3.2.2 África do Sul..............................................................................................48 3.2.3 América Latina ..........................................................................................48 3.3 Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC ) ..........................................49 3.4 Consolidação dos bancos de dados no mundo..........................................50 3.5 ACV no meio acadêmico ...............................................................................55 3.6 ACV no meio empresarial .............................................................................58 4 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL ............................................ 60 4.1 ACV no meio acadêmico brasileiro ..............................................................61 4.1.1 Dissertações de mestrado.........................................................................62 4.1.2 Teses de doutorado ..................................................................................66 4.1.3 Evolução dos estudos acadêmicos da ACV..............................................67 4.1.4 ACV no meio acadêmico por setor produtivo ............................................69 4.2 ACV no meio empresarial brasileiro ............................................................71 4.3 ACV no meio governamental brasileiro .......................................................77 5 PROPOSIÇÕES ................................................................................................81 6 CONCLUSÕES..................................................................................................89 REFERÊNCIAS ....................................................................................................91 ANEXO A – RELAÇÃO DAS NORMAS ISO/ABNT DE ACV ............................103 APÊNDICE A – RELAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO ..............................................................................................104 APÊNDICE B - LISTAGEM DAS DISSERTAÇÕES E TESES DE ACV DE ACORDO COM O ANO DE PUBLICAÇÃO .......................................................110 13 1 INTRODUÇÃO 1.1 Caracterização do problema A humanidade está consumindo os recursos naturais em um ritmo superior à capacidade de reposição das matérias-primas retiradas, assim como descarta os resíduos de forma indevida, comprometendo a autodepuração que a natureza realiza há milhares de anos. Isso decorre dos modelos de produção e consumo que têm prevalecido e que deterioram cada vez mais as fontes de recursos naturais, consideradas inesgotáveis num passado recente. A Terra com sua população superior a seis bilhões de habitantes tende a demandar mais ainda os já escassos recursos como, por exemplo, a água para consumo humano. Conforme pode ser visualizado na Figura 1, entre 1950 e 2000, a capacidade de geração de energia elétrica cresceu 2.100%, aumento este necessário para atender tanto à demanda do setor industrial quanto do doméstico; a produção de celulose, 1.425%, acarretando um aumento substancial de área fértil para o plantio de eucalipto; o número de veículos rodando nas cidades cresceu acima de 1.000%, demandando por sua vez mais combustível fóssil e gerando poluentes para a atmosfera; o crescimento da produção de milho, de ferro e de carvão ficou na faixa dos 400%. O aumento da população, no entanto, não chegou a 250% nesse mesmo período (YAMAMOTO, 2006). Percentual de crescimento do Consumo 1950 a 2000 2500% 2000% 1500% 1000% 500% 0% Eletricidade Gás Natural Celulose No de veículos Óleo Milho Ferro Carvão População Figura 1 - Taxa de variação do consumo de alguns produtos entre 1950 e 2000. Fonte: YAMAMOTO, 2006. 14 De acordo com Yamamoto (2006), as projeções feitas pelas Nações Unidas indicam que no ano de 2050 haverá uma estabilização da população mundial em torno de 9 bilhões de habitantes; isso representa um aumento de 40% (2,6 bilhões de pessoas). Essa desaceleração do crescimento demográfico não deve ser interpretada como um fator atenuante para a alta demanda por recursos naturais, uma vez que, intrinsecamente, a forma de consumo é muito mais significativa como causadora de impactos ambientais do que o crescimento da população. Antes do advento da revolução industrial iniciada no século XVIII, o homem vivia regido pelas leis da natureza. Segundo Ayres (1994), na era pré-industrial a antroposfera estava balanceada com a biosfera e com os outros elementos do sistema da terra. Os seres humanos correspondiam a uma parte do ecossistema natural e os animais serviam para o seu alimento, a sua roupa e para a manufatura de materiais para o seu uso. Os resíduos eram reciclados por processos naturais de decomposição. Os artigos metálicos, por exemplo, foram utilizados e reusados por séculos ou milênios. Depois disso, o homem passou a impor seu ritmo de vida num mundo cada vez mais competitivo, onde sob o argumento de atender a uma demanda de mercado passou-se à exploração cada vez mais insustentável dos bens naturais. Foi somente na década de 70 que a sociedade e os governos começaram a se preocupar com as questões ambientais1, procurando discutir ações voltadas para a preservação da natureza. Tal preocupação culminou com a publicação do relatório “Os Limites do Crescimento2”, em 1972, pelo Clube de Roma. Esse documento denunciava que o crescente consumo mundial ocasionaria um limite de crescimento e um possível colapso do ecossistema global. A partir daí, surgiu a preocupação com os danos causados pela destinação de poluentes industriais e pela extração das matérias-primas necessárias para atender à demanda da população, principalmente a dos países do hemisfério norte. São desenvolvidos, então, processos de redução desses poluentes, quer estivessem na forma sólida, líquida ou gasosa, o que vai dar origem às estações de tratamento de esgotos, aos incineradores, às unidades de compostagem, aos aterros sanitários e industriais, 1 Em junho de 1972, ocorreu a primeira reunião promovida pela Organização das Nações Unidas sob o tema Meio Ambiente Humano (Convenção de Estocolmo) com a participação de líderes políticos e pesquisadores, para discutir os rumos que evitassem o esgotamento dos recursos naturais da humanidade. 2 Do inglês Limits to Growth, obra de Donela H. Meadows, Dennis L. Meadows e Jorgen Randers, (http://www.clubofrome.org/docs/limits.rtf). 15 entre outros. Essas formas de reduzir a poluição ficaram conhecidas como técnicas “fim de tubo”, uma vez que a única preocupação era garantir a redução dos impactos ocasionados pelo lançamento de carga poluidora no meio ambiente. A legislação americana, através do Clean Air Act (versão de 1970) passa a estabelecer padrões de lançamento máximo para os principais poluentes atmosféricos permitindo inclusive ao cidadão tomar ações legais contra qualquer poluidor que viole os padrões ambientais (EPA, 1990). Esse ato influenciou as demais nações industrializadas, popularizando assim os instrumentos de “comando e controle”. No setor produtivo, em sua área de planejamento de negócios, a questão ambiental passa a ser considerada uma consumidora de recursos, um fator de aumento no custo da produção, uma vez que as externalidades provocadas pelos poluentes não eram internalizadas pelos próprios poluidores, ficando a sociedade a arcar com os seus custos (OLIVEIRA, 2003). Segundo Gassi (2006 apud GIANNETTI, 2006), a década seguinte (80) caracterizouse pela internalização dos conceitos de impacto ambiental. A partir daí, passou-se a entender o meio ambiente como parte integrante de um processo mais amplo, envolvendo o setor produtivo, o ambiente e a sociedade. Os grandes acidentes ambientais3 e as conseqüências do uso indiscriminado de substâncias químicas alertam para as conseqüências desastrosas na condução dos processos de produção e consumo da sociedade contemporânea. No início dos anos 1990, observou-se a quebra de um paradigma ao se mudar o foco da ação, que passou de corretiva para preventiva. Desse modo, prioriza-se a eliminação/minimização dos poluentes na fonte da sua geração, através de mudanças de tecnologias, rotas de produção com matérias-primas e insumos menos poluidores, melhorias nos procedimentos operacionais, o que resulta numa maior eficiência ambiental e minimização nos custos de produção (GIANNETTI, 2006). A partir dessa mudança de pensamento, surgem novas formas de interação entre o meio ambiente, o setor produtivo e a sociedade. Apesar de esse tipo de discussão 3 Exxon Valdez (Alasca); Bhopal (Índia); Chernobyl (Ex-URSS); Love Canal (NY-USA); Destruição da camada de ozônio. 16 de “sistemas4” ter se iniciado nas décadas anteriores (FORRESTER, 1968 e 1971; MEADOWS, 1972; ODUM, E. 1971; ODUM, H. 1971 apud GIANNETTI, 2006), a descrição de um processo como um fluxo de material e energia só foi disseminada mais tarde por Ayres (1989 apud AYRES, 1994) e recebeu o nome de “Metabolismo Industrial”5. O termo metabolismo aplicado a uma planta ou animal é usado para denominar a totalidade dos processos internos – físicos, químicos e biológicos – que fornecem a energia e os nutrientes necessários para um organismo manter as condições de sua própria vida. Esses processos podem ser descritos em termos das transformações das entradas (luz solar, energia química, nutrientes, água e ar) na biomassa até a saída dos resíduos. O metabolismo industrial, por analogia, é o conjunto das transformações bio-físico-químicas que convertem matérias-primas (biomassa, combustíveis, minerais, metais) em produtos e resíduos. Assim, esse processo compreende todas as transformações de energia/materiais que permitem ao sistema econômico produzir e consumir (AYRES, 1994). Outra analogia, também descrita por Ayres (1994), entre o metabolismo biológico e o metabolismo industrial refere-se ao ciclo de vida de componentes individuais, como o ciclo hidrológico, o ciclo de carbono e o ciclo de nitrogênio. Constata-se que, o sistema metabólico industrial difere do metabolismo natural pelo fato de o primeiro não reciclar totalmente os seus resíduos. Normalmente, o sistema industrial consome materiais de alta qualidade (combustíveis fósseis, minérios) extraídos do solo e os devolve à natureza em uma forma degradada. Ayres (1994) mostra também a conveniência de se definir o modelo de quatro caixas para descrever os fluxos de materiais. A versão biológica é mostrada na Figura 2 e sua analogia industrial na Figura 3. 4 Meadows utilizou a análise de sistemas para simular a degradação ambiental do planeta. Já Odum resgata a idéia de que os sistemas humanos e também os sistemas industriais estão inseridos no ambiente (GIANNETTI, 2006). 5 Este termo foi criado durante a fase preparatória de uma conferência em Tókio, em setembro de 1988. Esta conferência serviu para explorar maneiras de ampliar as ações do International Geosphere-Biosphere Programme (IGBP) por considerar explicitamente as dimensões humanas na mudança global. Os artigos selecionados desta conferência foram publicados no International Social Science Journal (ISSJ) em 1989 (AYRES, 1994). 17 Mobilização Nutrientes Inorgânico Assimilação (fotossíntese) Regeneração Regeneração Captura Mobilização Captura Bioprodutos Biomassa Material em decomposição Figura 2 - Esquema de um ciclo biológico Fonte: AYRES, 1994. Ambiente Natural Extração Matérias-primas, Mercadorias (commodities) Remanufatura, recondicionamento Produtos Finais Distribuição de bens finais Processos de produção Reciclagem dos resíduos Subprodutos / Resíduos Resíduos Resíduos Capital Produtivo (máquinas, estruturas, inventário, terra) Acúmulo de bens de capital Figura 3 - Esquema de um ciclo industrial Fonte: AYRES, 1994. 18 Observa-se que na natureza os ciclos relativos aos principais elementos (carbono, oxigênio, nitrogênio, enxofre) são fechados. São os processos biológicos os principais responsáveis pelo fechamento desses ciclos. Em contraste, o sistema industrial é aberto no sentido de que os "nutrientes" são transformados em "resíduos”, mas não são necessariamente reciclados. Algumas empresas agora adotam o conceito de ciclo de vida considerando que os impactos dos produtos não se restringem apenas aos processos de fabricação, mas também aos impactos ambientais associados ao seu uso e descarte. Melhorias na concepção do produto podem trazer tanto benefícios econômicos ao longo do seu ciclo de vida (menor geração de resíduo, substituição de produtos perigosos), quanto organizacionais (vantagem competitiva) (SONNEMANN, 2005). O desempenho ambiental dos produtos e dos processos transformou-se numa questão importante, fazendo com que algumas empresas adotem maneiras de minimizar seus efeitos no ambiente, na busca da sustentabilidade (REBITZER, 2004). Segundo Andrade (1997), as empresas que forem pró-ativas, no sentido de fazerem mais do que a legislação determina, terão a possibilidade de liderar um processo de transformação no mercado, além de converter sua experiência em oportunidade de negócio. Nesse contexto, destaca-se a importância do objeto que este trabalho se propõe a estudar: a ACV. A Avaliação do Ciclo de Vida6 (ACV) é um instrumento de avaliação do impacto ambiental associado a um produto ou processo que compreende etapas que vão desde a retirada das matérias-primas elementares da natureza que entram no sistema produtivo (berço) à disposição do produto final após uso (túmulo). A ACV é normatizada pela série ISO 14.040 (CHEHEBE, 1998). Existe uma expectativa mundial em relação à Rotulagem Ambiental7 tipo III, norma ISO 14.025, publicada em julho de 2006, que contém uma série de informações ambientais baseados em ACV, de que ela seja utilizada nas relações comerciais (B2B – business to business) (TOSTA, 2004). Embora a Rotulagem Ambiental não seja obrigatória nas relações comerciais no mundo, ela já ocasiona um diferencial competitivo dos produtos num mercado cada vez mais exigente em relação às questões ambientais. É o que acontece, por exemplo, na Política Integrada de 6 7 Do inglês Life Cycle Assessment. É também conhecida no Brasil por Análise do Ciclo de Vida. Os rótulos ambientais são selos que visam informar ao consumidor algumas características sobre o produto. Também são conhecidos como “selo verde”, “selo ambiental” ou “rótulo ecológico”. 19 Produtos (IPP), que é desenvolvida na Europa e tem por base o conceito de Ciclo de Vida (CALDEIRA-PIRES, 2005). Atualmente já existem várias demandas de mercado baseadas na ACV, principalmente nos países da Europa, referentes às exigências comerciais do Rótulo Ambiental tipo III. A ACV é praticada de forma isolada há mais de 30 anos em países desenvolvidos. Os primeiros estudos relacionados ao tema foram realizados no final da década de 60 e início dos anos 1970 (HUNKELER, 2005) e foram aplicados pela indústria, pelo governo e pela academia. Nos países em desenvolvimento, e em especial no Brasil, estudos sobre a ACV vêm sendo desenvolvidos pela academia, através de trabalhos de mestrado e doutorado, e por algumas empresas. Destacam-se também: o projeto em andamento da Rede Latino-Americana de Ciclo de Vida, coordenado pela Universidade de Brasília (UnB); a Associação Brasileira de Análise do Ciclo de Vida (ABCV), sociedade sem fins lucrativos que foi fundada em 2002 com uma proposta de discussão dos primeiros trabalhos de Avaliação do Ciclo de Vida; a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que possui um subcomitê específico para discussão das normas sobre ACV. Na esfera governamental existe um outro projeto, do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), sob a responsabilidade do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), no sentido de viabilizar o Inventário do Ciclo de Vida no Brasil, uma das etapas da ACV que contempla todas as entradas e saídas de sistemas produtivos. Nos países desenvolvidos, como Suíça, Alemanha, Japão e EUA, existem bancos de dados de Inventários de Ciclo de Vida, aplicáveis às condições destes países ou regiões. Nos países em desenvolvimento, essas informações ainda não estão sistematizadas. Este tema faz parte de uma das linhas de pesquisa da Rede de Tecnologias Limpas (TECLIM), da Universidade Federal da Bahia, onde esta mestranda integra o grupo de pesquisa na área de Avaliação do Ciclo de Vida, temática em que já vinha estudando anteriormente – tendo inclusive apresentado um trabalho de Monografia da Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, denominado “Estudo da Cadeia Produtiva do Polietileno Tereftalato (PET) 20 na Região Metropolitana de Salvador, como subsídio para Análise do Ciclo de Vida” (LIMA, 2001). 1.2 Objetivos Este trabalho propõe-se a responder à seguinte pergunta: Qual a participação e quais os estímulos para a incorporação da Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento para a sustentabilidade ambiental no Brasil? 1.2.1 Objetivo geral Na tentativa de responder a essa pergunta, o objetivo geral desta pesquisa é identificar as ações para a inserção da Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento para a sustentabilidade ambiental brasileira. 1.2.2 Objetivos específicos Guiado por esse objetivo maior, este trabalho pretende alcançar os seguintes objetivos específicos: a) Analisar experiências internacionais em que a prática de Avaliação do Ciclo de Vida esteja consolidada para subsidiar a sua aplicação no Brasil; b) Pesquisar iniciativas da Avaliação do Ciclo de Vida em países em desenvolvimento e de que maneira elas podem ser aplicadas à nossa realidade; c) Avaliar o estágio atual da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil; d) Identificar formas de inserção da Avaliação do Ciclo de Vida, considerando as características do país e os atores envolvidos no processo. 1.3 Metodologia A metodologia utilizada incorporou as seguintes etapas: a) Revisão bibliográfica, com o objetivo de fundamentar conceitos e estratégias da Avaliação do Ciclo de Vida. Foi realizada a partir de buscas em periódicos 21 específicos, tais como: International Journal of Life Cycle Assessment, Journal of Industrial Ecology e Journal of Cleaner Production, em livros técnicos, artigos publicados em anais de congressos e em sites institucionais como os da Sociedade Internacional de Química e Toxicologia Ambiental (Setac), Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep), Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e o portal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), onde se encontram teses e dissertações defendidas junto aos programas de pós-graduação do país, entre outros sites. Os aspectos considerados para o levantamento dos dados nesta etapa metodológica foram: o O estado da arte da ACV (panorama geral, conceitos, classificação); o Experiências consolidadas da ACV em países ou regiões desenvolvidos, tais como: Suíça, Holanda, Região Nórdica, Alemanha, Japão e América do Norte; o Iniciativas de países ou regiões em desenvolvimento; o Os diferentes atores envolvidos na ACV no Brasil, governo, academia e empresas. b) Identificação do estágio atual de implementação da ACV nos diversos ambientes, tais como: o Na academia, nos trabalhos científicos de doutorado e mestrado, identificando onde estavam concentrados os grupos de pesquisa, as áreas abordadas, a quantidade de produção cadastrada etc. Foi realizada uma pesquisa no site do IBICT, onde existe uma relação com o resumo de teses e dissertações. Em seguida, foi feita uma busca no portal da Capes, que dispõe de ferramentas de busca e consulta de resumos sobre teses e dissertações. Também foi realizada uma pesquisa no sistema de informação curricular da comunidade científica brasileira, Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e os currículos dos principais pesquisadores que trabalham com a temática ACV foram analisados. Assim sendo, obteve-se um levantamento de dissertações e teses brasileiras cujos resumos contêm a temática ACV. o Nas empresas, nos trabalhos de ACV desenvolvidos e de que maneira os resultados destes estudos foram incorporados. Foram pesquisados sites 22 institucionais, relatórios de sustentabilidade/socioambientais e algumas empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa). Foram selecionadas e analisadas 33 empresas; o Nas instituições governamentais. Nestas, foram analisadas as iniciativas para construção do banco de dados brasileiro de ACV. c) Proposições de formas de interação entre os atores (academia, empresa e governo) envolvidos com o processo de ACV no Brasil, considerando as características do país. A essas proposições foram associados fatos motivadores para a sua inserção. Também foi projetada uma perspectiva temporal (curto, médio e longo prazos) para que as proposições apresentadas sejam implementadas. 1.4 Estrutura da dissertação Esta dissertação está estruturada em seis capítulos, incluindo este introdutório, que caracterizou o problema, descreveu os objetivos e a metodologia utilizada para atingi-los. O capítulo 2 aborda a sustentabilidade nas dimensões ambiental, social e econômica e apresenta a ACV como uma ferramenta que pode ajudar a identificar os impactos de bens e serviços no meio ambiente. Define-se a ACV, faz-se um breve histórico sobre a mesma, desde os primeiros estudos realizados pela CocaCola em 1969 até o Programa de Iniciativa do Ciclo de Vida, da Unep/Setac, que dissemina o Pensar o Ciclo de Vida. Contextualiza-se a ACV dentro de uma visão mais abrangente: a Abordagem do Ciclo de Vida. Logo após, mostra-se a evolução da estrutura da ACV no decorrer dos anos. As simplificações da ACV também são abordadas. No capítulo 3, descreve-se um panorama da ACV no mundo, a importância das políticas públicas, como a Política Integrada de Produto (IPP), além de outras diretivas e ações na Europa e a Rotulagem Ambiental Tipo III (ISO 14.025). Detalhase a ACV em regiões e países desenvolvidos (Suíça, Região Nórdica, Holanda, Alemanha, Japão e América do Norte) e em regiões e países em desenvolvimento 23 (China, África do Sul e América Latina). Faz-se também uma consolidação dos principais bancos de dados, observando suas características. Em seguida, abordase a ACV nos meios acadêmicos e empresariais no mundo. No capítulo 4, aborda-se a ACV no Brasil. Descreve-se a ACV na academia, nas empresas e no governo. No meio acadêmico, faz-se um levantamento geral dos trabalhos de mestrado e doutorado, em bancos de dados acadêmicos, onde, até o momento, 47 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado foram identificadas como sendo relativas ao tema. Em seguida, esses trabalhos foram arranjados de acordo com seu ano de publicação. Por fim, foram analisados por segmento produtivo e de acordo com as universidades onde foram produzidos. No meio empresarial, analisaram-se 33 empresas para verificar onde ACV é utilizada. E no âmbito governamental, a ACV é abordada no projeto de Inventário de Ciclo de Vida do Brasil – executado pelo IBICT/MCT em parceria com algumas universidades. No capítulo 5, apresentam-se as proposições de inserção da ACV no Brasil, considerando-se as características do país e os atores envolvidos no processo (academia, empresa e governo). Essas proposições são apresentadas associadas a fatos que justificam a sua inserção e a uma expectativa de prazo para que tal ocorra. O capítulo 6 apresenta as conclusões deste trabalho. Em relação ao panorama mundial, conclui-se que a Europa se destaca no desenvolvimento da ACV, possuindo um banco de dados comum para a região e políticas públicas e ações integradas. No Brasil, o setor acadêmico é o que está mais evoluído, comparado às empresas e ao governo. No Anexo A, encontra-se a relação das normas ISO/ABNT sobre ACV. Nos Apêndices A e B, têm-se, respectivamente, a relação das dissertações de mestrado e teses de doutorado e a listagem das dissertações e teses de ACV de acordo com o ano de publicação. 24 2 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA Atualmente, existe uma conscientização ambiental maior por parte das empresas e da sociedade. As empresas começaram a avaliar como suas atividades afetam o meio ambiente e a sociedade tem se mostrado mais interessada em questões ambientais, tais como: a diminuição dos recursos naturais e a degradação ambiental. No mundo dos negócios, muitos responderam a essa consciência, fornecendo produtos e/ou processos "mais verdes". O desempenho ambiental dos produtos e dos processos transformou-se numa questão importante, fazendo com que algumas empresas encontrassem maneiras de minimizar os efeitos dos impactos de sua produção no ambiente, ao buscar meios de garantir a sustentabilidade (EPA, 2001). A sustentabilidade é usualmente descrita em três dimensões: a ambiental, a social e a econômica. Nos negócios, essa tridimensionalidade tem sido denominada the triple bottom line. A idéia é expandir os aspectos econômicos para incluir as dimensões sociais e ambientais, criando negócios mais sustentáveis (ELKINGTON apud SONNEMANN, 2005). A Figura 4 mostra como estas três dimensões estão interligadas. ECONÔMICO bens equidade eco-eficiência sustentabilidade SOCIAL pessoas bem-estar AMBIENTAL planeta Figura 4 - Dimensões da sustentabilidade Fonte: ELKINGTON apud SONNEMANN, 2005. A dimensão ambiental requer o equilíbrio entre proteção do ambiente físico e seus recursos, bem como a capacidade da natureza para absorver as alterações sofridas e se recuperar das agressões antrópicas. A dimensão social requer o desenvolvimento de sociedades justas, com melhoria da qualidade de vida. Já a dimensão econômica requer um sistema econômico que facilite o acesso a recursos e oportunidades e o aumento da prosperidade para todos, dentro dos limites do que 25 é ecologicamente possível e sem ferir os diretos humanos básicos (CIB/UNEP-IETC apud SILVA 2003; GUIMARÃES, 1997). Segundo Rebitzer (2004), para se atingir o Desenvolvimento Sustentável necessitase de métodos e ferramentas que ajudem a quantificar e comparar os impactos ambientais dos bens (produtos) e serviços para a sociedade. Todo produto tem uma “vida” que começa com o seu planejamento e a extração dos recursos naturais que vão possibilitar a sua existência. A sua produção e o seu uso/consumo são as fases seguintes, e, finalmente, o produto passa pelas atividades do fim de sua “vida” (coleta/separação, reúso, reciclagem, disposição dos resíduos). A Figura 5 apresenta um esquema simplificado do conceito de ciclo de vida dos produtos. Extração da matéria-prima Reuso/ reciclagem Recuperação Reciclagem componentes de materiais e Design e produção Reuso Uso e manutenção Embalagem e distribuição Figura 5 - Representação do ciclo de vida de um produto Fonte: SONNEMANN, 2005. Alguns estudiosos entendem que a concepção de um produto, o seu projeto, seja uma etapa no contexto da ACV denominada “Projeto para o Meio Ambiente8”. A partir de uma abordagem holística, no entanto, o “Projeto para o Meio Ambiente” é considerado um projeto que leva em conta todo o ciclo de vida. Nesse caso, normalmente ele é denominado Ecodesign (BRADLEY, 2002). 8 Do inglês Design for Environment (DfE). 26 Segundo Ribeiro (2004), a preocupação com a chamada “sustentabilidade” tem feito surgir a abordagem de enfoque sobre o produto. Esse enfoque incide principalmente sobre a função que este produto “se propõe” a cumprir. Sua concepção depende do chamado ciclo de vida do produto. Vários autores (CHEHEBE, 1998; GRAEDEL,1998; JENSEN,1997) descrevem a ACV como sendo um instrumento de avaliação do impacto ambiental associado a um produto ou processo cuja abrangência compreende etapas que vão desde a retirada das matérias-primas elementares da natureza que entram no sistema produtivo (berço) à disposição do produto final após uso (túmulo). Essa concepção de ACV inclui extração, processamento da matéria-prima, manufatura, transporte, distribuição, uso, reúso, manutenção, reciclagem e disposição final. Isso possibilita uma visão abrangente dos diversos impactos provocados ao meio ambiente, favorecendo a identificação das medidas mais adequadas do ponto de vista ambiental e econômico para sua minimização. A partir dessa perspectiva, a ACV constitui-se numa técnica de apoio ao gerenciamento ambiental e de desenvolvimento sustentável. Nos últimos anos, o interesse em ACV tem aumentado. Indústrias, especialistas ambientais, governo, associações de consumidores, organizações ambientais e o público em geral têm mostrado interesse em conhecer a qualidade ambiental dos processos de produção e dos produtos. A ACV está se tornando um instrumento comum nos países da Europa, nos Estados Unidos e Japão. Os primeiros estudos de ACV no mundo foram realizados pela Coca-Cola em 1969, pelo Midwest Research Institut (MRI) nos EUA, com o objetivo de analisar diferentes tipos de embalagens para refrigerantes e qual apresentava índices menores de emissões. Nos EUA, esse processo de quantificação do uso de recursos e de emissões ficou conhecido como Resource and Environmental Profile Analysis – REPA (CHEHEBE,1998). Na Europa, esse processo foi chamado de Ecobalanço Com a crise do petróleo, aproximadamente 15 REPAs foram realizados entre 1970 e 1975 (CURRAN, 1993). Logo, a crise do petróleo e o debate sobre o uso dos recursos naturais foram temas que influenciaram os primeiros estudos da ACV. 27 O pioneiro em desenvolver a ACV no Reino Unido foi Ian Boustead, da Open University, em 1972. Os primeiros trabalhos de ACV na Alemanha, também em 1972, foram sobre as embalagens. O problema dos resíduos das embalagens levou o Ministério Alemão da Educação e Ciência a contratar o Batelle-Institut (BAUMANN&TILLMAN, 2004). Tanto o trabalho do Reino Unido quanto o da Alemanha foram inspirados no projeto americano. Já na Suécia a inspiração foi local. Foi encomendado, pela Tetra Pak, um estudo comparativo de embalagens, do “berço ao túmulo”, de 1970 a 1973 (BAUMANN&TILLMAN, 2004). O Instituto Suíço para Pesquisa e Teste de Materiais9 (EMPA), por solicitação do Ministério do Meio Ambiente (Buwal), publicou, em 1984, um boletim de ecobalanço para materiais de embalagem baseado nos estudos REPA (MOURAD, 2002). Durante as décadas de 70 e 80, vários estudos foram desenvolvidos com a utilização de diferentes métodos e sem uma estrutura teórica comum (UDO de HAES, 2002). A Sociedade Internacional para a Química e Toxicologia Ambiental10 (Setac) foi uma das fomentadoras da metodologia de ACV, promovendo diversos workshops na década de 90 com representantes da comunidade internacional com o objetivo de desenvolver um consenso sobre a metodologia de ACV. Depois desses workshops11, foi então publicado, em 1993, o primeiro guia sobre aspectos metodológicos de ACV denominado “Código de Prática” (SETAC, 1993). Depois dessa publicação, houve um consenso para a continuidade desses trabalhos. O passo seguinte foi a padronização da metodologia da ACV, dentro da Organização Internacional de Padronização (ISO) que culminou com a publicação da série de normas 14.040. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente12 (Unep) é outra organização internacional que dissemina a ACV, principalmente em países em desenvolvimento. A Unep e a Setac uniram esforços para fomentar o “Pensar o Ciclo de Vida13” 9 Do inglês Swiss Federal Laboratories for Materials Testing and Research – EMPA. Do inglês Society for Environmental Toxicology and Chemistry, foi fundada em 1979. 11 Os workshops foram: LCA, Vermont/EUA, em Ago./1990; LCA, Leiden/Holanda em Dez/1991; LCA Avaliação de Impacto, Flórida/EUA em Fev./1992 e LCA – Qualidade dos dados, Virginia/EUA, em 1992. 12 Do inglês United Nations Environment Programme. 13 Do inglês Life Cycle Thinking. 10 28 através do programa denominado “Iniciativa do Ciclo de Vida14”. Este programa tem como meta desenvolver e difundir ferramentas práticas para identificar as oportunidades, as compensações e os riscos associados aos produtos e serviços durante todas as etapas do ciclo de vida. As principais áreas do programa são: Gestão do Ciclo de Vida (GCV), Inventário do Ciclo de Vida (ICV) e Avaliação do Impacto do Ciclo de Vida (AICV) (UDO de HAES, 2005; UNEP, 2004; FAVA, 2002). A ACV também pode ser contextualizada dentro de um enfoque mais amplo denominado “Abordagem do Ciclo de Vida15”. Inserir a ACV em um enfoque mais amplo implica considerar a influência de nossas escolhas em cada etapa de um processo e assim ponderar suas vantagens e desvantagens, contribuindo para a economia, o meio ambiente e a sociedade. Essa abordagem abrangente ajuda a se perceber de que maneira nossas ações (Ex. comprar uma camiseta nova) fazem partes de um sistema (UNEP, 2004). Dentro dessa abordagem, utilizam-se como meios para ajudar na tomada de decisões: ferramentas, programas e procedimentos desenvolvidos com essa finalidade. Esse enfoque mais amplo, a Abordagem do Ciclo de Vida, pode conter uma divisão: “abordagem analítica” e “abordagem prática” (UDO de HAES, 2005). A Figura 6 mostra uma visão da Abordagem do Ciclo de Vida. A “abordagem analítica” contém ferramentas analíticas, checklists, modelos e técnicas que são usadas para avaliar os efeitos de decisões em áreas científicas. Um exemplo desta abordagem é a “Avaliação do Ciclo de Vida”. A “abordagem prática” é utilizada para traduzir os resultados das ferramentas analíticas. Por exemplo, governo e organizações podem promulgar “políticas de compras verdes”, para apoiar o consumo de produtos e serviços com reduzido impacto ambiental (UDO de HAES, 2005). Toda a Abordagem do Ciclo de Vida é dirigida por conceitos-guia para alcançar a Economia de Ciclo de Vida. Alguns exemplos desses conceitos são: a sustentabilidade e o “Pensar o Ciclo de Vida. Ambas as abordagens (a analítica e a prática) são suportes para os Dados e Informações. Os exemplos de Dados e Informação são os bancos de dados com especificações de uso dos recursos e emissões. A simples tomada de consciência para a importância de se pensar em 14 15 Do inglês Life Cycle Initiative. Do inglês Life Cycle Approach. 29 termos do ciclo de vida completo de um produto é muitas vezes assumida como uma das principais vantagens decorrentes da sua aplicação. Logo, “Pensar o Ciclo de Vida” é um conceito importante para se alcançar a sustentabilidade, pois expande o foco do produto para o seu ciclo de vida (FERRÃO, 1998). Facilita também as interações entre as dimensões ambientais e econômicas dentro das empresas, que encontram produtos e processos mais limpos, assim como vantagens competitivas (SONNEMANN, 2005). A área do programa “Iniciativa do Ciclo de Vida” denominada “Gestão do Ciclo de Vida16” corresponde à gestão de produtos e serviços ao longo do ciclo de suas vidas. Ela ocorre por meio da responsabilidade em relação ao produto, das compras verdes ou da gestão responsável do resíduo. Essa gestão pode ser descrita como a aplicação do “Pensar o Ciclo de Vida” na prática. As principais normas sobre Avaliação do Ciclo de Vida foram elaboradas pela ISO e têm suas similares brasileiras publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). No anexo A, encontra-se a relação dessas normas. A ACV pode ser usada para: o Identificar oportunidades de melhorias dos aspectos ambientais de produtos em vários pontos de seu ciclo de vida; o Avaliar a tomada de decisão na indústria, assim como nas organizações governamentais e não governamentais (planejamento estratégico, projeto de produto ou processo); o Selecionar indicadores relevantes da performance ambiental, incluindo técnicas de medição; o Promover marketing institucional e de produto. 16 Do inglês Life Cycle Management. 30 CONCEITOS - Desenvolvimento Sustentável - Ecologia Industrial - Princípio da Precaução - Princípio do Risco - Pensar o Ciclo de Vida - Desmaterialização - Eco-eficiência ANÁLISE PRÁTICA FERRAMENTAS ANALÍTICAS - Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) - Análise de Fluxo de Substância - Avaliação de Risco Ambiental - Análise de Custo Benefício - Contabilidade Ambiental - Pegada Ecológica PROGRAMAS POLÍTICOS - Contabilidade de Fluxo de Material - Análise de Entrada e Saída Ambiental - Contabilidade de Custo Total - Custo de Ciclo de Vida - Eficácia de Custo - Avaliação de Produção mais Limpa - Produção e Consumo Sustentável - Compras Sustentáveis - Política Integrada de Produto - Política de Produto Químico - Responsabilidade do Produtor - Gestão Integrada de Resíduos PROGRAMAS CORPORATIVOS - Gestão do Ciclo de Vida - Gestão da Cadeia de Suprimento - Gestão de Fim de Vida - Gestão do Produto - Responsabilidade Social Corporativa - Gestão Integrada de Material INSTRUMENTOS POLÍTICOS - Instrumentos legais Ex. Licenças e regulação - Instrumentos financeiros. Ex. Taxas e subsídios - Instrumentos de comunicação. Ex. Campanhas de comunicação - Instrumentos estruturais. Ex. Confiabilidade - Adesões voluntárias. Ex. Acordos entre indústria e governo CHECKLISTS Feitos para eco-design, gestão de resíduos, rótulos ambientais e gestão ambiental nas empresas. MODELOS E TÉCNICAS Os modelos freqüentemente utilizados são: modelos ecológicos e modelos de alocação. Exemplos de técnicas são: pesagem, análise de incerteza, análise de sensibilidade e normalização. FERRAMENTAS DE PROCEDIMENTO - Sistema de Gestão Ambiental - Projeto para Sustentabilidade - Sistema de Certificação Ambiental - Rotulagem Ambiental - Avaliação de Impacto Ambiental - Relatórios de Sustentabilidade - Evolução da Performance Ambiental DADOS E INFORMAÇÃO Dados Quantitativos - Dados de Processo Ambiental - Dados Genéricos - Referências - - Dados Qualitativos - Dados Técnicos de Processos - Dados Específicos - Benchmarking Figura 6 - Abordagem do Ciclo de Vida, consistindo de análise e prática direcionadas por conceitos e baseadas em dados e informações. Fonte: UDO de HAES, 2005. 31 A Avaliação do Ciclo de Vida inclui as seguintes fases: a) Definição dos objetivos e escopo de trabalho – Os objetivos devem ser claramente definidos e consistentes com a aplicação pretendida. A sua definição deve incluir, de forma clara, os propósitos pretendidos e conter todos os aspectos considerados relevantes para direcionar as ações que deverão ser realizadas (CHEHEBE, 1998). b) Análise de inventário – É a fase de coleta e quantificação de todas as variáveis (matéria-prima, energia, transporte, emissões atmosféricas, efluentes líquidos, resíduos sólidos etc.) relacionadas com a análise de vida de um produto ou processo. A condução do inventário é um processo interativo. A seqüência de eventos envolve a checagem de procedimentos de forma a assegurar que os requisitos de qualidade estabelecidos na primeira fase sejam obedecidos (CHEHEBE, 1998). c) Avaliação de impacto – Representa o entendimento e a avaliação da significância de impactos ambientais potenciais, usando os resultados da análise de inventário (CHEHEBE, 1998). d) Interpretação – Consiste na identificação e análise dos resultados obtidos nas fases de inventário e/ou avaliação de impacto de acordo com o objetivo e o escopo previamente definidos pelo estudo. Os resultados desta fase podem tomar a forma de conclusões e recomendações aos tomadores de decisão (CHEHEBE, 1998). Para o desenvolvimento da metodologia da ACV, muitos debates em conferências e workshops aconteceram. A adoção de uma determinada estrutura ocorreu por meio de um processo contínuo, envolvendo diferentes fases de um estudo de ACV. A Figura 7 ilustra o desenvolvimento da estrutura da ACV no decorrer dos anos (BAUMANN &TILLMAN, 2004). 32 1992 1990 Objetivo Análise de Impacto do Ciclo de Vida Análise de Melhorias do Ciclo de Vida Inventário Avaliação do Ciclo de Vida Análise de Impacto Valoração / Análise de melhorias Inventário do Ciclo de Vida Depois do workshop, Smugglers Notch em 1990 (SETAC apud Baumann &Tillman, 2004) Interpretação da Chalmers da estrutura da SETAC (Ekvall apud Baumann &Tillman, 2004) 1993 Avaliação de Impacto Avaliação de melhorias Objetivo e Escopo Análise de Inventário No Código de Prática da SETAC 1993 (SETAC apud Baumann &Tillman, 2004) 1997 Norma ISO 14.040 Figura 7 – Apresentações da estrutura da ACV no decorrer dos anos. Fonte: BAUMANN &TILLMAN, 2004. 33 Existem casos de aplicações parciais da ACV. Uma aplicação parcial pode ser suficiente para os objetivos de um determinado estudo. Existem três variações da ACV parcial, conforme mostra o Quadro 1. Quadro 1 - Simplificações para a Avaliação do Ciclo de Vida Técnicas Abordagem Cradle-to-gate Eliminação de etapas posteriores: todos os processos após a manufatura do produto são excluídos. Gate-to-grave Eliminação de etapas anteriores: todos os processos anteriores à manufatura do produto são excluídos. Gate-to-gate Somente o estágio de fabricação é considerado. Fonte: NICOLETTI apud ALMEIDA, 2002. Vários autores já escreveram sobre a importância do banco de dados para um estudo de ACV, pois a etapa de inventário requer uma grande quantidade de dados a serem levantados, além do conhecimento da área a ser trabalhada. Borges (2004) descreve que os bancos de dados reduzem o tempo de estudos e os custos e originam dados confiáveis e de boa qualidade. Conseqüentemente, auxiliam corretamente em decisões de gerenciamento ambiental. Mas, para que isso ocorra, faz-se necessário que esse banco de dados contenha inventários de elementos comuns a vários ciclos de vida, como: energia, metal, plásticos, transportes etc. Neste capítulo, descreveu-se a importância da ACV como um instrumento para a sustentabilidade. A definição da ACV também foi abordada. Mostrou-se a evolução dessa ferramenta desde os primeiros estudos desenvolvidos pela Coca-Cola em 1969 até a união da Setac e Unep, através do Programa de Iniciativa do Ciclo de Vida, criado para disseminar o Pensar o Ciclo de Vida, principalmente em países em desenvolvimento. A ACV foi definida dentro de uma contextualização mais abrangente, a Abordagem do Ciclo de Vida. No próximo capítulo, será apresentado o panorama da ACV no mundo, tanto em regiões/países desenvolvidos (Suíça, Região Nórdica, Holanda, Alemanha, Japão e América do Norte), como em regiões/países em desenvolvimento (China, África do Sul e América Latina). 34 3 PANORAMA DA AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO MUNDO Muitos países desenvolvidos possuem iniciativas em que a ferramenta ACV é utilizada, com ações nas empresas, no governo e na academia. A União Européia está bem avançada na abordagem da ACV, possuindo desde bancos de dados já consolidados, o desenvolvimento de softwares e até políticas públicas com base nessa ferramenta. Nesse sentido, destaca-se a “Política Integrada de Produto17” (IPP), que se constitui de políticas ambientais que procuram minimizar os impactos causados pelos produtos e serviços através do seu ciclo de vida, utilizando instrumentos de gestão que atuam na produção e consumo desses produtos. A União Européia desenvolveu, em 1993, o Quinto Programa de Ação Ambiental denominado “Towards Sustainability”, no qual estabelecia a necessidade de maior abrangência das políticas ambientais (FERRÃO, 2000). Em 1997, a Comissão Européia encomendou um estudo sobre a IPP. A principal característica desse estudo foi a sua abordagem, cuja abrangência atingia ações, agentes e impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos. Esse estudo analisou a evolução da IPP nos Estados-Membros e a utilização do conceito de ciclo de vida dos produtos pelas empresas e pelos consumidores (COMISSÃO EUROPÉIA, 2001). Esse estudo identificou cinco pilares da IPP. São eles: o Administração de resíduos, visando reduzir e gerir resíduos criados durante o consumo de produtos; o Inovações de produtos ‘verdes’, buscando incentivar o desenvolvimento de produtos menos danosos ao meio ambiente; o Criação de mercados, com o intuito de desenvolver mercados capazes de absorver os produtos ‘verdes’ criados; o Transmissão de informações ambientais, visando à difusão, ao longo da cadeia produtiva, de informações capazes de levar ao desenvolvimento de tais produtos; o Atribuição de responsabilidades, de forma que cada agente econômico assuma a sua parcela de responsabilidade no processo (PALHARES, 2003). 17 Do inglês Integrated Product Policy. 35 Com base nesse estudo, em dezembro de 1998, a Comissão Européia organizou um workshop para discutir a IPP. As partes interessadas estiveram presentes com mais de 180 participantes (autoridades públicas, empresas, consumidores e organizações ambientais). Foi iniciada uma discussão das definições, prioridades e dos objetivos para a IPP na Comunidade. Nas conclusões gerais, estabeleceu-se o consenso em relação ao interesse de uma abordagem de ciclo de vida do produto e ao envolvimento das partes interessadas. Em maio de 1999, aconteceu uma reunião com os ministros responsáveis pelo tema de meio ambiente da Europa, em Weimar (Alemanha), em que eles reconheceram a necessidade de desenvolver uma abordagem integrada, que envolvesse toda a sociedade e que contemplasse todo o ciclo de vida dos produtos. Em fevereiro de 2001, a Comissão Européia adotou o Livro Verde da IPP, com o objetivo de iniciar um debate público sobre a referida proposta e os seus elementos e de conhecer as perspectivas em relação às partes interessadas, à ecologização dos produtos e à abordagem da IPP, Um dos desdobramentos dessa iniciativa foi o projeto denominado “Plataforma Européia em Avaliação do Ciclo de Vida18” – que iniciou suas atividades em 2005 e tem previsão de término em 2008 – para disseminar o “Pensar o Ciclo de Vida” em negócios e numa variedade de políticas, dentro da União Européia. Dentro desse projeto, está sendo desenvolvido o banco de dados de ACV europeu, com acesso gratuito, denominado “Sistema de Dados de ACV de Referência Europeu19 (ELCD)”, que já possui mais de 110 “conjuntos de dados” de Inventário de Ciclo de Vida (ICV) de várias associações industriais20 (EUROPEAN PLATFORM ON LCA, 2006). Outra questão em destaque com a utilização da ACV é a Rotulagem Ambiental Tipo III, (ISO 14.025), preparada como uma parte do trabalho do comitê da ISO TC/207, da série ISO 14.000. Foi publicada pela ISO21, em 30 de Junho de 2006, para uso em comunicação em business-to-business. O Brasil, por meio do CB-38/SC03, se absteve na votação que permitiu o lançamento internacional dessa norma (FIESP, 18 Do inglês European Platform on Life Cycle Assessment. Do inglês European Reference Life Cycle Assessment Data System (ELCD). 20 São elas: European Confederation of Iron and Steel Industries (EUROFER); Association of Plastics Manufacturers in Europe (PlasticsEurope); The European Federation of Corrugated Board Manufacturers (FEFCO); European Container Board Organization (ECO). Estão para ser adicionadas: European Aluminium Association (EAA) e European Copper Institute (ECI). 21 Site ISO: <http://www.iso.org/iso/en/CatalogueDetailPage.CatalogueDetail?CSNUMBER=38131& ICS1=13&ICS2=20&ICS3=50&scopelist=> 19 36 2006). Segundo consta na estrutura disponível no site da ABNT22, o subcomitê de Rotulagem Ambiental é coordenado por um membro da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), do sistema da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Logo, a mencionada abstenção demonstra a posição dos empresários brasileiros, que ainda não se sentem preparados para este tipo de rotulagem baseada em estudos de ACV. A organização internacional, GEDnet (Rede Global de Declaração Ambiental de Produtos Tipo III) tem promovido a cooperação e a troca de informações sobre Rotulagem Ambiental Tipo III entre seus membros. São participantes os seguintes países: Japão, Canadá, Alemanha, Coréia do Sul, Noruega, Dinamarca, China, EUA e Suécia (GEDnet, 2006). Existem várias demandas de mercado baseadas em ACV, principalmente européias, referente às exigências comerciais do Rótulo Tipo III. O governo sueco tem fomentado a implementação de um programa nacional desse rótulo. O Conselho de Gerenciamento Ambiental Sueco é o órgão responsável por informações e registro sobre o tema. Trata-se de um sistema aberto para todos os produtos e serviços e acessível a todo importador, fabricante e varejista. Existe um programa oficial de declaração ambiental tipo III, chamado “EPD System23”, baseado na ISO 14.025. Atualmente, sete países (Bélgica, Itália, Japão, Coréia do Sul, Noruega, Polônia e Suécia) juntaram-se a esse programa, que está aberto para qualquer país interessado e aos poucos está sendo convertido em um sistema internacional. Este sistema possui um site com orientações e informações para o processo de declaração ambiental tipo III e também está ligado à GEDnet (EPD, 2006). Deve-se destacar outra iniciativa na Europa, denominada COST Action 530 – Sustainable Materials Technology – Life Cycle Inventories for Environmentally Conscious Manufacturing Processes. Deste grupo, participam vários países europeus para adoção de uma tecnologia de materiais sustentáveis. É uma estrutura aberta para cooperação européia no campo de ACV e de métodos relacionados. Mais de doze países europeus confirmaram a sua participação. O objetivo principal 22 23 <http://www.abnt.org.br/cb38/ > Do inglês Environmental Product Declaration System. 37 da COST Action 530 é construir um elo entre a pesquisa de ACV e as necessidades da indústria (EMPA – COST Action 530, 2006). Além da Rotulagem Ambiental Tipo III, existem também outras diretivas européias que podem causar impacto no meio empresarial, principalmente naquele que exporta seus produtos para a Europa. Essas diretivas são: o Reciclagem de Produtos Eletroeletrônicos – WEEE (Waste from Electrical and Electronic Equipment) – é baseada no princípio do ‘Poluidor-Pagador’ e atribui ao fabricante a responsabilidade pelo gerenciamento do final do ciclo de vida do seu produto. Diretiva 2002/96/EC publicada em 2003 e implementada a partir de 2004 (EUROPA, 2006). o Restrição de Uso de Substâncias Nocivas – RoHS (Restriction of Hazardous Substances) – trata da restrição do uso de seis24 substâncias perigosas na fabricação de vários tipos de equipamentos eletroeletrônicos, passou a vigorar a partir de 1º de junho de 2006. Diretiva 2002/95/CE publicada em 2003 pela União Européia (EUROPA, 2006). O panorama da ACV no mundo será desenvolvido da seguinte forma: o ACV em regiões/países desenvolvidos Europa – Suíça, Países Nórdicos, Alemanha e Holanda; Ásia – Japão; América do Norte – EUA e Canadá. o ACV em regiões/países em desenvolvimento China; África do Sul; América Latina – Argentina, Chile, Colômbia e México. 24 Chumbo, mercúrio, cádmio, cromo hexavalente e retardadores de chama utilizados em plásticos: polibromatos bifenílicos (PBBs), e polibromatos bifeníl-éteres (PBDEs). 38 3.1 Regiões / países desenvolvidos 3.1.1 Suíça Desde o início da década de 90, vários institutos suíços começaram a desenvolver seus próprios bancos de dados para estudos de Avaliação do Ciclo de Vida. Como os esforços não estavam concentrados, existiam limitações, tais como: origens de dados diferentes e muito tempo gasto em atualizações dos bancos de dados. Assim, em 1998, o Instituto Federal Suíço para Pesquisa e Teste de Materiais (EMPA) e diversos institutos governamentais, em parceria, fundaram o Centro Suíço de Inventário de Ciclo de Vida e lançaram o projeto Ecoinvent, banco de dados de inventário de ciclo de vida (HISCHIER, 2005). Segundo Hischier (2005), o banco de dados suíço consiste em valores médios para um grande número de materiais, sistemas de energia, de transporte, de disposição de resíduos etc. O Ecoinvent possui em seu banco de dados mais de 2700 conjunto de dados válidos para as condições da Suíça e parte da Europa. A Figura 8 ilustra o conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis. O investimento total para a sua criação foi de 1,15 milhão de euros, a maior parte oriunda do setor público (governo e suas instituições). O acesso ao banco de dados do inventário custa 1,2 mil euros. Esse valor é pago uma vez e os dados ficam então disponíveis até que o número da versão do programa que os armazena mude (Ex. Quando for publicada a versão 2 do Ecoinvent, todos os clientes que desejarem continuar têm que pagar novamente) (HISCHIER, 2006). Segundo Hischier (2005), os fatores de sucesso desse projeto foram: • Parcerias realizadas (com o Centro Ecoinvent; com os produtores de softwares e com as partes interessadas); • Gestão da informação; • Dados harmonizados; • Formato de troca de dados: EcoSPOLD. 39 EMPA SG FAL • Plásticos • Papel & Papelão Your Research and Testing Institution • Químicos básicos • Detergentes • Tratamento de Resíduos • Agricultura PSI • EMPA Dü • • • • Banco Banco de de dados dados central central Metais Materiais de construção Madeira e floresta Químicos básicos Suprimento de energia Combustíveis Eletricidade Calor ETHZ ICB ETHZ UNS • • Químicos básicos Transportes Figura 8 – Conteúdo do banco de dados e os institutos responsáveis Fonte: HISCHIER, 2005. 3.1.2 Região Nórdica O Conselho Nórdico de Ministros iniciou, em 1991, um projeto em Avaliação do Ciclo de Vida. As atividades de ACV na Região Nórdica (Suécia, Dinamarca, Noruega, e Finlândia) foram desenvolvidas em empresas e institutos de pesquisas, resultando numa publicação denominada Nordic Guidelines on Life-Cycle Assessment (LINDFORS, 1995). Na Dinamarca, a Sociedade para a Promoção do Desenvolvimento da ACV25 (SPOLD) iniciou suas atividades em 1992, como uma associação de indústrias interessadas em acelerar o desenvolvimento de ACV como sendo uma ferramenta de desenvolvimento sustentável. No período de 1995 a 1997, em parceria com diferentes organizações, desenvolveu o “formato SPOLD”, para troca de inventário de ciclo de vida, permitindo que os dados fossem compreendidos, comparados e trocados (SPOLD, 2006). No início deste século, foi desenvolvido o formado EcoSPOLD a partir do SPOLD 99 e do formato de relatório dos dados da ISO/TS 14.048. A maioria dos softwares de ACV disponíveis comercialmente (CMLCA, 25 Do inglês Society for the Promotion of LCA Development. 40 EMIS, GaBi, KCL-eco, Regis, SimaPro, TEAM e Umberto) pode importar e exportar dados do EcoSPOLD (CURRAN, 2006). Existe também o Centro Dinamarquês de ACV26, que fomenta a ACV e a “Abordagem do Ciclo de Vida” e é financiado em parte pela Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa. Nesse centro, foi desenvolvido o banco de dados EDIP, que poderá tornar-se acessível através da versão do “GaBi EDIP”, ou adquirido separadamente (LCA-CENTER, 2006). A Universidade de Tecnologia de Chalmers, na Suécia, começou as suas atividades com ACV em 1990, com um estudo sobre materiais de embalagens. Questões metodológicas (alocação, limites do sistema, papel da ACV nos processos de tomada de decisão) foram discutidas no “Projeto Ecologia do Produto”, coordenado pela Federação das Indústrias Sueca, em parceria com outras instituições de pesquisa. Em 1996, foi criado o CPM27, dentro da Universidade de Chalmers (CARLSON, 1998; CPM, 2006). O CPM é igualmente financiado pelo governo, pela indústria e a universidade. O trabalho é desenvolvido por membros da Universidade de Chalmers ou das indústrias. O sistema organizacional do banco de dados sueco é parcialmente acadêmico e principalmente industrial e multisetorial (PÁLSSON, 2004). Foi desenvolvido um banco de dados baseado na descrição ambiental dos produtos, um formato denominado SPINE (CPM, 2006). 3.1.3 Holanda Nesse país, foi criado em 1997 um projeto em política ambiental de ACV com a participação do governo, por meio de três ministérios, e da academia, por meio do Instituto de Ciências Ambientais (CML28) da Universidade de Leiden. O CML também desenvolveu um software de ACV denominado CMLCA29 (LEIDEN UNIVERSITY, 2006). O referido instituto teve uma posição de destaque dentro do debate europeu no desenvolvimento de uma metodologia padrão de ACV. Em 1992, o mesmo publicou o Guide and Backgrounds30, que foi um marco para uma fundamentação científica da metodologia da ACV (GABATHULER, 2006). A Holanda 26 Do inglês LCA Center Denmark. Do inglês Center for Environmental Assessment of Product and Material Systems (CPM) 28 Do holândes Centrum voor Milieuwetenschappen Leiden (CML). 29 Do inglês Chain Management by Life Cycle Assessment (CMLCA). 30 A versão em inglês foi publicada em 1993. 27 41 também produziu um dos mais conhecidos softwares de ACV, denominado Simapro, desenvolvido pela empresa Pré Consultants. 3.1.4 Alemanha A Alemanha foi um dos países pioneiros no desenvolvimento de um banco de dados de ICV disponíveis ao público. Em 1989, foi criado o “Modelo de Emissão Global para Sistemas Integrados” (GEMIS)31. Esse banco de dados oferece informações sobre energia, material e transporte. Atualmente, já está na versão 4.3, disponível em site e possui versão multilínguas (GEMIS, 2007; NORRIS, 2002). Em 2002, criou-se a “Rede Alemã de Inventários do Ciclo de Vida32”, que é uma plataforma de cooperação e informação envolvendo a academia, indústria e o governo. Foi uma iniciativa do Centro de Pesquisa Karlsruhe (FZKarlsruhe) que contou com o apoio do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa. Essa rede visa fornecer dados melhorados e harmonizados de ICV para diferentes grupos de usuários (academia, indústria e sociedade). Os grupos de trabalho foram divididos em áreas interdependentes: metodologia, fonte e aplicação de dados de ICV. A rede funciona com aproximadamente 30 instituições participantes (SCHEBEK, 2004). Dois importantes softwares de ACV foram desenvolvidos na Alemanha. O software Umberto, de gestão ambiental e análise de fluxos de materiais e energia, foi desenvolvido pelo Instituto de Informática Ambiental Hamburg Ltda (IFU), em parceria com o Instituto de Pesquisas sobre Energia e Meio Ambiente33 (IFEU) (UMBERTO, 2006). O outro é o software Gabi desenvolvido pela PE Europe e a Universidade de Stuttgart. 3.1.5 Japão O Japão desenvolveu um Projeto Nacional de Avaliação do Ciclo de Vida como estratégia do Fórum Japonês de ACV, que foi estabelecido dentro da Associação 31 Do inglês Global Emissions Model for Integrated Systems (GEMIS). Do inglês German Network on Life Cycle Inventory Data. 33 O Institute for Energy and Environmental Research (IFEU) foi fundado em 1972 por pesquisadores da Universidade de Heidelberg, mas funciona com independência e é organizado como companhia privada. 32 42 Japonesa de Gestão Ambiental para a Indústria34 (JEMAI), com apoio do Ministério da Indústria e Comércio Internacional35 (METI) e da Organização para o Desenvolvimento Tecnológico Industrial e Energia36 (NEDO). Várias entidades participaram deste projeto, como governo, instituições de pesquisa, indústria e academia, o que contribuiu para o avanço das atividades do país (NARITA, 2004; FINKBEINER, 2000, ZAKARIA, 1999). Uma das características do projeto japonês é que o banco de dados foi construído com dados primários, ou seja, coletados diretamente das indústrias participantes. Segundo o JEMAI (2005), os estudos abrangeram os seguintes itens: • Construção de um banco de dados público japonês; • Regras de aplicação da ACV; • Sistema de educação e popularização para o público e a indústria. A primeira fase do projeto durou 5 anos, de 1998 a 2003, da qual resultou um banco de dados público, em japonês, construído com dados de inventário de ACV desenvolvidos Gate to Gate, ou seja, somente o estágio de fabricação foi considerado. Sagisaka (2005) relata que o Projeto Nacional Japonês tem outras fases: a segunda de 2003 a 2005 e a terceira a partir de 2006. Narita (2003) e Sagisaka (2005) descrevem que três comitês foram estabelecidos dentro do JEMAI, com especialistas da indústria, do governo e da academia (Figura 9). São eles: • Estudo de Inventários; • Estudo de Banco de Dados; • Avaliação de Impacto. 34 Do inglês Japan Environmental Management Association for Industry (JEMAI). Do inglês Ministry of Economy Trade and Industry (METI). 36 Do inglês New Energy and Industrial Technology Development Organization (NEDO). . 35 43 METI NEDO JEMAI Estudo de Inventários WG-1: Coleta de Dados WG-2: Reciclagem e Resíduo Presidente: Takamatsu (Nippon Steel) Harada (NRIM) Comitê de Direção Presidente:Yamamoto (Tokyo Univ.) Estudo de Banco de dados Comitê consultivo Presidente:Inaba (AINST) Setores: acadêmico & industrial Fórum Japonês de ACV Estudo de Avaliação de Impacto Presidente: Sakai (Tókio Univ.) Figura 9 – Organização do projeto de ACV japonês Fonte: SAGISAKA, 2005. Esses três comitês foram encarregados de cumprir o desenvolvimento de determinadas atividades, como será descrito a seguir: Comitê de Estudo de Inventários – É formado por dois grupos de trabalho (WG-1 e WG-2). O primeiro desenvolveu dados de inventário coletados na produção e o segundo, dados de inventário levantados nos processos de resíduo e reciclagem. O trabalho desenvolvido pelo WG-1 teve uma característica importante, pois os dados das associações industriais tiveram um caráter voluntário e uma larga abrangência, indo desde a extração de recursos até indústria de montagem (Figura 10). Além das 22 associações de indústrias (membros), outras 32 cooperaram nesse projeto como parceiras. O resultado do inventário obtido foi, aproximadamente, 250 produtos industriais. 44 Fluxo do Ciclo de Vida de Produtos Recursos Energéticos Materiais Partes 9. Investigação por 5. 6. 7. 8. Ferro e aço Alumínio Papel Borracha Reciclagem Partes de automóveis 10. Automóvel 11. Maquinário industrial 12. Arquitetura consultores 13. 14. 15. 16. Equipamentos eletrônicos Indústria Eletrônica Indústria de comunicações Equipamentos p/ indústria de óleo e gás Investigação por consultores Petróleo Energia Elétrica Gás Mineração Uso Investigação por consultores 1. 2. 3. 4. Produto Figura 10 – Associações industriais que participaram do Projeto de ACV desenvolvido no Japão Fonte: SAGISAKA, 2005. Comitê de Estudo de Banco de Dados – Desenvolveu um software para a coleta de dados que foi utilizado por todas as associações industriais no fornecimento de informações que compuseram o próprio banco de dados. Este comitê construiu um sistema que pode ser acessado pelos usuários através de meio eletrônico. Comitê de Estudo de Avaliação de Impacto – Conduziu a pesquisa para a criação de cálculo de danos, específico para o Japão, baseado em sistema de avaliação de impacto. 3.1.6 América do Norte O desenvolvimento e a aplicação de ACV na América do Norte estão num estágio mais atrasado em relação à Europa, que tem consolidado várias práticas de ACV, principalmente em relação às políticas públicas e aos bancos de dados. Segundo Fava (2004), faz-se necessário o “desenvolvimento de competências” (FAVA, 2004, p. 8) de ACV, ou seja, habilidades, série de dados (data sets), ferramentas e conhecimentos para incorporar informações nos processos de tomadas de decisões 45 públicas e privadas. Nos EUA, desde 2001, os esforços estão concentrados no Banco de Dados de Inventário do Ciclo de Vida Americano37, que contém dados do cradle-to-gate e gate-to-gate. Esse banco de dados está hospedado no National Renewable Energy Laboratory (NREL). As agências e os representantes financeiros da indústria, a academia e os consultores deram o suporte necessário para o projeto. Como resultado, um grupo de 45 representantes de indústrias, governo e organizações-não-governamentais, além de especialistas em ACV, trabalharam juntos para criar o guia U.S. LCI Database Project Development Guidelines (NREL, 2006; CURRAN, 2006). No Canadá, a ACV está sendo conduzida por dois caminhos: governo e academia. O primeiro procura abordagens de sistemas integrados para evolução e gestão das questões ambientais desde os anos 90. Destaca-se a sua contribuição na divulgação de ACV através de publicações, documentos, workshops e o boletim informativo Ecocycle. O segundo, a academia, trabalha em um campo rico em teorias, metodologias, dados e aplicações (YOUNG, 2003). Entre as suas colaborações, destacam-se o Banco de Dados de Matérias Primas Canadenses38 e o Instituto de Materiais Sustentáveis Athena (FAVA, 2002; FAVA, 2004; YOUNG, 2003). Nos últimos anos, os avanços do “Pensar o Ciclo de Vida” e ACV na América do Norte têm se dado através das seguintes instituições (FAVA, 2004): • Programa “Iniciativa de Ciclo de Vida” da Unep/Setac; • O Centro Americano para Avaliação do Ciclo de Vida (ACLCA39), que foi formado em 2001 para aumentar o conhecimento e uso de ACV (ACLCA, 2005); • A Sociedade Internacional para a Ecologia Industrial40, que possui uma das vertentes em ACV; • As atividades do Conselho de Pesquisa Nacional do Canadá41, organização do governo, para pesquisa e desenvolvimento; 37 Do inglês U.S. Life-Cycle Inventory (LCI) Database. Do inglês Canadian Raw Materials Database. 39 Do inglês American Center for Life Cycle Assessment (www.lcacenter.org). 40 <www.is4ie.org >. 41 Do inglês National Research Council (http://dfe-sce.nrc-cnrc.gc.ca/overview/lifeCycle_e.html). 38 46 • Centro de Pesquisa Interuniversidade para Avaliação do Ciclo de Vida de Produtos, Processos e Serviços – CIRAIG42, uma iniciativa acadêmica, com mais de 30 pesquisadores na área de ACV e Gestão de Ciclo de Vida, dando suporte às indústrias e governo. Algumas empresas como a 3M e United Technologies têm utilizado o “Pensar o Ciclo de Vida” para ajudar a incorporação de considerações ambientais com a finalidade de estimular a inovação. No Canadá, os primeiros estudos foram realizados pelas maiores companhias e grupos industriais. No início dos anos 1990, foram realizados estudos para o alumínio, plásticos, indústrias de papel, aço e outros metais, resultando num grande número de trabalhos de pesquisa e publicações, alguns em parceria com empresas dos EUA. Em 1991, a empresa Alcan Alumínios fez parte de um estudo de ICV em latas de bebidas de alumínio na América do Norte, desde a sua produção até a reciclagem e disposição. Nesse mesmo ano, o Conselho da Indústria de Plásticos e Ambiente43 contribuiu para o ICV na América do Norte em sete resinas. Os estudos de ACV e o interesse na área, resultaram na padronização da ACV, iniciados pela Associação de Padronização Canadense44 (FAVA 2004; YOUNG, 2003). 3.2 Regiões / países em desenvolvimento Em geral, nos países em desenvolvimento o interesse da indústria e do governo em ACV é baixo. Praticamente, todas as atividades relacionadas a esse tema são desenvolvidas pela academia e por institutos de pesquisas (CURRAN, 2006). Por outro lado, muitas matérias-primas e produtos básicos utilizados nos países desenvolvidos são produzidos nos países em desenvolvimento. Assim, a exigência da rotulagem ambiental para os produtos manufaturados nos países em desenvolvimento pode tornar-se uma barreira comercial. Outra questão é a falta de cooperação entre os atores envolvidos em ACV (ARENA, 2001). 42 Do inglês Interuniversity Research Centre for the Life Cycle of Products, Processes and Services. (http://www.polymtl.ca/ciraig/ciraig_eng.html). 43 Do inglês Industry´s Environment and Plastics Industry Council. 44 Do inglês Canadian Standards Association. 47 3.2.1 China O governo chinês tem reconhecido a importância da ACV, delegando a responsabilidade para o desenvolvimento dessa ferramenta à Agência de Proteção Ambiental Nacional45. Tem havido também participação da academia, onde as atividades de ACV têm sido mais ativas nas pesquisas em materiais (ZAKARIA, 1999). Desde o inicio da década de 90, várias universidades, empresas e diversos laboratórios nacionais têm desenvolvido pesquisas sobre ecomateriais, com o suporte do governo. O projeto de pesquisa denominado “Avaliação do Ciclo de Vida dos materiais”, foi lançado em 1998. Em 2001, deu-se a continuação desses estudos com o projeto “Avaliação do Ciclo de Vida de materiais e sua aplicação” (20012005). Essa pesquisa focou os materiais avançados compatíveis com o meio ambiente, a medição do impacto ambiental (combinado com os materiais típicos) e o desenvolvimento de materiais ambientais avançados. Foi criado também um banco de dados básico. Ao mesmo tempo, o governo de Beijing também fomentou um projeto de “Análise de Fluxo de Materiais e Banco de Dados” (NIE, 2003). 3.2.2 África do Sul As atividades de ACV estão geralmente restritas à academia e aos institutos de pesquisa. A indústria e o governo ainda não perceberam os benefícios da aplicação da ferramenta (CURRAN, 2006). 3.2.3 América Latina Os estudos de ACV na América Latina ainda estão incipientes, pois conduzir uma ACV requer especialistas, custos envolvidos para a realização, tempo e dados disponíveis (ARENA, 2001). Criou-se a “Rede Latino-Americana de Ciclo de Vida”, uma parceria de instituições de ensino do Brasil e de outros países da América Latina. Essa rede possui um projeto aprovado numa das instituições de fomento à pesquisa no Brasil (CNPq), denominado “Projeto Sul-americano do Ciclo de Vida na Produção de Metais”, que iniciou em 2006 e está previsto para encerrar no final de 45 Do inglês National Environment and Protection Agency. 48 2007. Nesse projeto, cada membro participa com artigos e trabalhos desenvolvidos no seu país. Esse grupo publicou também em conjunto o livro “A Avaliação do Ciclo de Vida - a ISO 14.040 na América Latina” (CALDEIRA-PIRES, 2005). Algumas iniciativas para construção de banco de dados na América Latina já foram iniciadas como, por exemplo, o projeto da Argentina, pela Universidade Tecnológica Nacional (Mendoza), sem aporte financeiro no momento. No Chile, o trabalho está sendo desenvolvido para dados de eletricidade; na Colômbia, também começou a ser formado um banco de dados nacional; no México, o trabalho começou com eletricidade e metais, em 2002, e continua, estendendo-se para outros setores (combustíveis, substâncias químicas e alguns materiais de construção). Em 2005, iniciaram-se as atividades do Mexican Center for LCA and Sustainable Design, que agora gerencia o banco de dados e está trabalhando com o governo e a indústria (CURRAN, 2006). No Brasil, destacam-se os estudos acadêmicos de mestrado e doutorado desenvolvidos nas universidades. 3.3 Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC 46) Nas últimas décadas, aconteceram importantes conferências e workshops que fomentaram a ACV. As atividades de ACV no Japão, Coréia, China, Taiwan e Austrália têm sido muito ativas, através de padronização de metodologias, desenvolvimento de banco de dados, pesquisa aplicada e desenvolvimento de softwares. Em relação a esses países, vale destacar a importância de haver uma instituição formal responsável pelas atividades de ACV, com a participação do governo, indústria e academia/instituições de pesquisa. Nos países onde ACV está mais desenvolvida, observa-se que a participação do governo é fundamental para dar suporte às atividades, através de recursos financeiros, na promoção da idéia e na sua implementação. A participação de outros países da APEC é também muito importante para o seu desenvolvimento e troca de experiências (ZAKARIA, 1999). A organização que fomenta a ACV na APEC é a “Rede de Pesquisadores de ACV para membros da APEC47” (CURRAN, 2006). 46 São Países-Membros da APEC: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América, China, Taiwan, México, Papua Nova Guiné, Peru, Rússia e Vietnã. 49 3.4 Consolidação dos bancos de dados no mundo Alguns bancos de dados de ACV já estão consolidados, como os da Suíça e do Japão, que refletem a realidade destes países, principalmente na matriz energética, outros se encontram na fase de projeto ou em andamento (Quadro 2). No setor industrial, não foram encontrados bancos de dados em andamento. Existem bancos de dados de ACV desenvolvidos por Consultores e Institutos de Pesquisas que já estão concluídos (Dinamarca, França, Suécia) e outros em andamento que não foram aprofundados nesta pesquisa. No Quadro 3, apresenta-se um resumo dos países (Suíça, Japão, Suécia, Alemanha, Dinamarca e EUA), que possuem bancos de dados de ACV, com suas principais características. Observa-se a importância das parcerias entre governo, indústria e academia/instituições de pesquisa, como no caso do Japão, da Suécia e Alemanha, para o seu desenvolvimento. Já na Suíça, há uma característica diferente, a formação do banco de dados deu-se através da junção de vários institutos governamentais. A cobertura geográfica desses bancos de dados varia de uma abrangência nacional, no caso do Japão, da Alemanha, Dinamarca e dos EUA; de um continente, no banco de dados Suíço; até global, como o caso da Suécia. O acesso a esses bancos de dados é permitido através do pagamento de uma taxa de licença; exceto o da Alemanha, cuja formação ainda está em andamento, e dos EUA, que é grátis. Em relação ao número de conjunto de dados (datasets) que compõem o banco de dados, a Suíça possui o maior número entre os analisados (>2700), seguido pelo Japão (> 600). 47 Do inglês LCA Researcher Network for APEC member Economies (APLCANET). 50 Quadro 2 – Banco de dados de ICV por status do projeto e organização que o coordena Concluído Itália (I-LCA database); Suíça (BUWAL 250); Suíça (Ecoinvent 2000); Japão (JEMAI) (1ª e concluídas). Em andamento Autoridades Públicas, nível nacional e multigovernamental o o o o Setor Industrial o Plastics Europe (antes denominada APME)48 - Plásticos; o EAA49 - Alumínio; o FEFCO50 - Placas corrugadas; o IISI51 - Aço; o NiD52 - Níquel. o Dinamarca (EDIP database); o Finlândia (KCL-Eco database); o França (TEAM database); o Alemanha (GaBi database e Umberto database ); o Suécia (Spine@CPM database e LCAiT database) . Consultores e Institutos de Pesquisa 2ª fases o o o o o o o o o Austrália; Canadá (Raw Materials database); China Nacionalista; Europa (Cost Action 530); Europa (ELCD) Internacional (CODATA); Japão (JEMAI) (3ª fase em andamento); Coréia; EUA (U.S. Life-Cycle Inventory Database). - o Áustria; o Dinamarca; o França; o Alemanha (German Network on Life Cycle Inventory Data); o Suécia; o Reino Unido; o EUA. Fonte: Adaptado de BAUMANN &TILLMAN (2004); NARITA (2003); SAGISAKA (2005); HISCHIER (2005); CURRAN (2006); EUROPEAN PLATFORM LCA (2006). As principais organizações industriais que possuem bancos de dados são apresentadas no Quadro 4. O acesso a esses bancos de dados, na maioria dos casos, é grátis. A Figura 11 mostra um resumo das principais atividades de ACV no mundo no período de 1968 a 2006, que foram discutidas neste trabalho. 48 Association of Plastics Manufactures in Europe European Aluminium Association 50 European Federation of Corrugated Board Manufacture 51 International Iron and Steel Institute 52 Nickel Development Institute 49 51 Quadro 3 – Principais países que possuem bancos de dados de ACV no mundo SUÍÇA JAPÃO SUÉCIA ALEMANHA DINAMARCA EUA Órgãos Fomentadores Vários órgãos federais Suíços participam do Centro Suíço de Inventário do Ciclo de Vida Parcerias entre governo, indústria instituições de pesquisa e academia Indústria em parceria com Academia Academia, institutos de pesquisa, indústria e governo É parcialmente financiado pela Agência de Proteção Ambiental Dinamarquesa. Parcerias entre governo, indústria instituições de pesquisa e academia Projeto Ecoinvent 2000 SPINE@CPM US LCI Database Project Necessidade de compatibilizar os bancos de dados dos diversos institutos nacionais - - Dados Energia, transporte, materiais de construção, químicos, papel e polpa, tratamento de resíduos, agricultura German Network on Life Cycle Inventory Data Foi uma iniciativa do Centro de Pesquisa Karlsruhe (FZKarlsruhe) e com o apoio do Ministério Federal Alemão de Educação e Pesquisa Dados a serem levantados de energia, metais, materiais de construção e transporte. EDIP Como e porque se iniciou ACV Projeto Nacional de Análise do Ciclo de Vida Como estratégia do Fórum Japonês de ACV, que foi estabelecido dentro da JEMAI, com apoio do MITI e NEDO. - - Ano Situação de 2000 Cobertura geográfica Estudo sobre materiais de embalagens desenvolvido pela Universidade de Tecnologia de Chalmer Energia, materiais (ferro e aço, alumínio, papel, borracha) produto, uso e reciclagem (automóvel, maquinário industrial, equipamentos eletrônicos etc.) 1998-2003 (1ª fase) 2003-2005 (2ª fase) A partir de 2006 (3ª fase) - - Iniciou em 2002 - Iniciou em 2001 Europa Japão Global Alemanha Dinamarca Estados Unidos Características Cada Instituto ficou responsável por determinado conteúdo do banco de dados Dentro do JEMAI, formaram-se Comitês de Estudo de Inventário; de Estudo de Banco de Dados e de Avaliação de Impacto, com especialistas da indústria, governo, e academia. - Formaram-se grupos de trabalho de energia, metais, materiais de construção e transporte. - Idioma Inglês, Alemão e Japonês Japonês Inglês Alemão e Inglês Dinamarquês, Inglês e Alemão Formou-se um grupo de 45 representantes da indústria, governo, ONG e especialistas em ACV, para criar o guia de desenvolvimento de banco de dados. Inglês Acesso Taxa de licença Taxa de licença Taxa Em andamento Taxa de licença Grátis Número de conjunto de dados (datasets) > 2700 > 600 > 100 - > 100 > 70 Fonte: CURRAN, 2006; FINKBEINER, 2000; GERMAN NETWORK ON LIFE CYCLE INVENTORY DATA, 2006; HISCHIER, 2005; LCA-Center, 2006; NARITA 2004; NREL, 2006; PÁLSSON, 2004; SAGISAKA, 2005; ZAKARIA, 1999. (-) Não disponível 52 Quadro 4 – Organizações industriais que possuem banco de dados de ACV ORGANIZAÇÃO INDUSTRIAL COBERTURA GEOGRÁFICA SETOR SITE Acesso American Iron and Steel Institute (AISI) América Ferro e aço http://www.steel.org - American Plastics Council (APC) América Polímeros - EDP-Norway Noruega e Europa Vários setores http://www.americanplastics council.org/s_apc/index.asp www.epd-norge.no Grátis European Aluminium Association (EAA) Europa Alumínio www.aluminium.org Grátis European Copper Institute Europa Cobre www.cooper-life-cycle.org Grátis sob consulta European Federation of Corrugated Board Manufacturers (FEFCO); Groupement Ondulé, European Association of Makers of Corrugated Base Papers (GEO) European Containerboard Organization (ECO) Europa Papelão ondulado www.fefco.org Grátis International Iron and Steel Institute (IISI) Global Aço www.worldsteel.org Grátis sob consulta ISSF International Stainless Steel Forum (ISSF) KCL (EcoData) Global Aço Inoxidável www.worldstainless.org/ Grátis sob consulta Finlândia / Nórdico Celulose e papel http://www.kcl.fi/eco Taxa Nickel Institute Global Níquel Grátis sob consulta Plastics Europe (antes denominada APME) Europa Plástico http://www.nickelinstitute.org/index.cfm/ci_id/114.ht m www.plasticseurope.org Volvo EPDs Europa Caminhões e ônibus http://www.volvo.com/group/global/engb/Volvo+Group/ourvalues/environmentalcare/produ cts/products.htm Fonte: CURRAN, 2006. (-) Não disponível 53 Grátis Grátis Odum e outros: Sistemas (1968/ 1971) 1968 Estudo CocaCola (REPA) 1969 - Publicado "Código de Prática" SETAC - Início processo padronização ACV pela ISO 1993 - Estudo Tetra Pak/Suécia (19701973) - Estudos REPA (19701975) 1970 Formato SPOLD/ Dinamarca (19951997) 1995 Primeiros estudos no Reino Unido e Alemanha 1972 Publicada Norma ISO 14.040 1997 Fundação da SETAC 1979 - Projeto Suiço Ecoinvent - Projeto Japonês ICV - Publicada Norma ISO 14.041 - banco de dados SPINE / CPM , Suécia 1998 EMPA (Suíça) ecobalanço embalagens 1984 Ayres: Conceito de Met. Industrial 1988 Banco de dados GEMIS (Alemanha) 1989 workshops SETAC (1990-1992) 1990 - Programa Publicadas Normas ISO 14.042 e 14.043 2000 "Iniciativa do Ciclo de Vida" UNEP/SETAC - Rede Alemã de ICV -Livro "Verde" IPP; - Projeto Americano ICV 2001 2002 Figura 11 - Principais atividades da ACV no mundo 54 - Início da ACV na Região Nórdica, em 1995 publicado um guia LCA 1991 Projeto Plataforma Européia ACV e banco de dados ELCD 2005 -Publicado "Guide and Backgrounds" CML/Holanda 1992 Publicada Norma ISO 14.025 2006 3.5 ACV no meio acadêmico Para verificar o interesse do assunto ACV no meio acadêmico mundial, foi realizada em agosto de 2006 uma pesquisa no banco de dados Science Direct53, abrangendo o período 1990 a 2006 (até agosto), com a palavra-chave Life Cycle Assessment, no texto completo. Observou-se que existe um aumento das atividades de pesquisa em ACV no decorrer dos anos, o que é refletido no número de artigos publicados em revistas acadêmicas mantidas nesse banco de dados, conforme mostra a Figura 12. Estudo semelhante foi realizado por Baumann & Tillman (2004), nos bancos de dados de artigos do “Science Citation Index”, “Compendex” e “ABIInform”, de 1990 a 1999. A pesquisa conduzida por esses autores evidenciou resultados crescentes no decorrer dos anos. Observa-se que em 1993 houve um salto no número de artigos. Isso deve-se ao fato de nessa data ter sido publicada a primeira edição especial em ACV, no Journal of Cleaner Production, nº 3-4, volume 1 (RUSSELL, 2005). O aumento progressivo de artigos sobre o tema no decorrer dos anos mostra o interesse que a ACV vem despertando na comunidade científica mundial. 500 Artigos onde apareceu "Life Cycle Assessment" no Science Direct Nº de publicações 404 400 289 300 200 100 0 0 4 1990 1991 1992 21 25 1993 1994 41 53 47 57 67 1996 1997 1998 1999 92 117 141 149 165 2002 2003 0 1995 2000 2001 2004 2005 2006 (até ago.) ano Figura 12 – Número de artigos onde apareceu a expressão “Life Cycle Assessment” no Science Direct. 53 Science Direct é um compêndio de artigos científicos de periódicos com texto completo; contempla diversas áreas do conhecimento e é acessível através do sistema “Periódicos” da CAPES. 55 Para efeito comparativo em relação à evolução do crescimento da ACV, foi pesquisada uma medida remediadora de disposição de resíduos sólidos, “Landfill”, que á a destinação em aterro sanitário, uma técnica “fim-de-tubo”. A palavra de busca no “Science Direct” foi “Landfill”, em texto completo. A pesquisa foi realizada em novembro de 2006, abrangendo o período de 1990 a 2006 (até novembro) (Figura 13). Artigos onde apareceu a palavra "lanfdfill" no Science Direct Nº de publicações 2500 2000 1500 1000 500 0 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 (até no v) ano Figura 13 – Número de artigos onde apareceu a palavra “Landfill” no Science Direct Para se analisar a evolução do número de artigos publicados com o tema “Landfill”, em relação à ACV, foi elaborada a Figura 14. Conforme se pode constatar, esse número cresce proporcionalmente no decorrer dos anos. Pelo fato de a ACV ser uma ferramenta mais nova do que a prática de destinação em “Landfill”, esse crescimento pode ser visto como um fator positivo, pois reflete uma preocupação crescente em relação a essa questão. 56 2.500 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 - Landfill 2.000 1.500 1.000 500 19 90 19 91 19 92 19 93 19 94 19 95 19 96 19 97 19 98 19 99 20 00 20 01 20 02 20 03 20 04 20 06 20 (a 05 té no v) 0 LCA Evolução de artigos Landfill e LCA no Science Direct landfill LCA Figura 14 - Evolução dos artigos “Landfill” e “LCA” no Science Direct Na América do Norte, Cooper e Fava (2000) realizaram uma pesquisa informal em algumas universidades, em 1998. Foram escolhidas universidades que recebiam o Journal of Industrial Ecology e outras publicações de nível universitário, nos EUA e no Canadá. Foram enviados questionários em que o foco era a característica do curso no qual ACV era ensinada e quais os recursos utilizados no seu ensino. Do universo de retorno afirmativo, verificou-se que ACV estava sendo ensinada em 29 cursos, 21 nos EUA e 8 no Canadá, na maioria dos cursos a disciplina ACV era opcional. De acordo com as resposta a esse questionário, o livro mais indicado no ensino de ACV era Industrial Ecology, de Graedel & Allenby´s, 1995. Também foi possível identificar as principais barreiras para o seu ensino, quais sejam: o Administrativas - carência de suporte administrativo e espaço pequeno no currículo para novos conceitos; o De aplicação - o uso limitado de ACV na prática profissional; o Temporais - muito tempo na montagem dos dados e carência de exemplos simples para terminar dentro de 1-2 períodos, entre outras. Em um outro trabalho, Cooper e Fava (2001), esses autores discutem o desenvolvimento de competências em ACV nas universidades, em 3 áreas: melhorias em recursos de ensino; temas das atividades de classe e desenvolvimento de parcerias no setor público. Eles usaram a internet como guia 57 para as suas pesquisas e identificaram aproximadamente 50 cursos em 32 instituições. Observaram que, na maior parte dos casos, os cursos de ACV são aplicados em programas multidisciplinares. 3.6 ACV no meio empresarial O crescimento do uso do conceito de Ciclo de Vida pela indústria em países desenvolvidos confirma o potencial para o uso da Abordagem do Ciclo de Vida, sendo que o maior engajamento nesse sentido é observado em grandes empresas em regiões desenvolvidas como a Europa, América do Norte, Japão e Coréia. Existe pouco uso de Abordagem do Ciclo de Vida nas pequenas e médias empresas, menos ainda nas empresas de países em desenvolvimento (SONNEMANN, 2005). Segundo Rex (2005), as várias pesquisas realizadas para traçar o uso de ACV na indústria mostraram que as principais áreas de aplicação foram as de pesquisa e desenvolvimento de produtos. As principais barreiras para o uso da ACV na indústria são: a complexidade da ferramenta, os custos elevados e o tempo envolvido. As médias e pequenas empresas consideram esse custo acima das suas possibilidades. As empresas maiores lidam melhor com esses obstáculos. Betz (2005) apresentou, no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”, exemplos de grandes empresas multinacionais na Europa que utilizam ACV: Basf, Unilever e Volkswagen (Quadro 5). Vale observar a quantidade de profissionais treinados da equipe elaboradora para o para a aplicação da ACV e o número de estudos de casos já realizados por essas empresas. 58 Quadro 5 – Exemplo de três grandes empresas que utilizam ACV na Europa GRANDES EMPRESAS Nome BASF AG UNILEVER Segmento • Químico. • Quantidade de componentes e estudos realizados • 10 especialistas, sendo 2 no Brasil; ACV é praticada desde 1990, eco-eficiência desde 1996; Aproximadamente 250 estudos, sendo 85% para clientes internos e 15% para clientes externos. • • Abordagem e Fatores de Sucesso • Comprometimento do nível hierárquico mais elevado; Combinação de ACV com Ecoeficiência e SócioEcoeficiência (Aspectos Sociais); Experiência; Tempo de execução curto e baixo custo para análises. • • • • • • • • VOLKSWAGEN Alimentos, higiene e beleza. 5 especialistas; ACV é praticada desde 1980; Possui centenas de estudos. • Montadora de automóveis. • • • 3 especialistas; ACV é praticada desde 1990; 15 ACV completas de veículos (6 delas publicadas); Aproximadamente 200 estudos de ACV. Equipe experiente; Comprometimento do nível hierárquico mais elevado. • • • ACV completa, baseada nos resultados de estratégias de ACV otimizada; Comunicação dos resultados é uma importante característica para aceitação interna. Fonte: BETZ, 2005. Deve-se ressaltar ainda que, nas regiões/países desenvolvidos, a ACV vem sendo difundida cada vez mais, através de bancos de dados consolidados, políticas públicas (Política Integrada de Produtos) e desenvolvimento de estudos por empresas. As parcerias entre a academia, o governo e a empresa são importantes para implementação da ACV. A Suíça e o Japão destacam-se com seus bancos de dados em ACV, que possuem uma grande quantidade de conjunto de dados (datasets). Esses bancos são distintos, pois foram estruturados de forma diferente. No caso japonês, os dados são de origem primária, coletados diretamente das associações industriais; já o banco de dados suíço é predominantemente secundário. Mundialmente, o crescimento do interesse em ACV é progressivo no meio acadêmico, o que pode ser verificado no levantamento da base de dados Science Direct. Nos países em desenvolvimento, existem iniciativas, mas estas ainda estão incipientes em comparação aos países desenvolvidos. Além disso, é necessário fomentar mais estudos e promover maior capacitação em ACV, além da própria formação de bancos de dados. A seguir será detalhada a inserção da ACV no Brasil, nos meios: acadêmico, empresarial e governamental. 59 4 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA NO BRASIL Neste capítulo, serão relatados os principais fatos que marcam a história da ACV no Brasil. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou em 1994 o Grupo de Apoio à Normalização Ambiental (Gana), Subcomitê de ACV, para acompanhar e analisar os trabalhos do Comitê Técnico 207 (TC 207), gestão ambiental da ISO54. Este grupo foi criado pelo esforço de algumas entidades e empresas brasileiras. Segundo a ABNT (2005), o Gana teve uma participação importante no TC 207 da ISO, na elaboração das normas da série ISO 14000, para que os interesse da indústria nacional fossem levados em consideração, evitando que prevalecessem apenas as visões dos países desenvolvidos. Esse grupo de apoio encerrou suas atividades em junho de 1998. Em abril de 1999, a ABNT criou o comitê ABNT/CB-38 (Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental) para substituí-lo nas discussões das normas internacionais da série 14000 e suas similares nacionais. Esse comitê possui estrutura semelhante ao TC 207 da ISO, com seus subcomitês. Em 1998, foi lançado o livro brasileiro “Análise de Ciclo de Vida de Produtos – Ferramenta Gerencial da ISO 14000”, de José Ribamar Chehebe, que explica e comenta as normas da série ISO relativas à ACV (CHEHEBE, 1998). Este livro foi muito importante na história da ACV brasileira, pois foi o primeiro com esta temática escrito originalmente em língua portuguesa no país. O Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), do Instituto Técnico de Alimentação (Ital), desenvolveu um estudo denominado “Análise do Ciclo de Vida de embalagens para o mercado brasileiro”, de 1997 a 1999, com o objetivo de conduzir um estudo sobre vinte sistemas de embalagens no mercado nacional, considerando as condições e o nível de tecnologias (CETEA, 2006). Esse estudo foi realizado em uma parceria com um consórcio de associações e empresas. Apesar de ter sido um 54 Este comitê técnico da ISO, TC 207, foi criado para desenvolver a série de normas internacionais de gestão ambiental, denominadas série 14.000. Esta série refere-se a vários aspectos, tais como: sistemas de gestão ambiental auditorias ambientais, rotulagem ambiental, avaliação de desempenho ambiental, Avaliação do Ciclo de Vida, terminologia, projeto para o meio ambiente e comunicação ambiental. 60 projeto pioneiro de ACV, teve caráter confidencial, ou seja, os dados não foram divulgados para a comunidade, deixando assim de dar a sua contribuição científica. Em 29 de novembro de 2002, a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) foi criada no Rio de Janeiro. Ela surgiu da necessidade de alguns órgãos, entidades e empresas de discutirem as questões relativas à Avaliação do Ciclo de Vida. Desde a sua fundação até o ano de 2005, a ABCV enfrentou questões legais para sua formação como associação, com isso, houve uma lacuna de um órgão que reunisse especialistas e empresas interessadas na temática ACV no Brasil. O grande destaque da ABCV foi a coordenação da segunda “Conferência Internacional de Avaliação de Ciclo de Vida” - CILCA 2007, realizada na cidade de São Paulo em fevereiro de 2007. Essa conferência deu continuidade ao CILCA 2005, que aconteceu em San José, Costa Rica, na busca da consolidação do “Pensar o Ciclo de Vida” e “Gestão do Ciclo de Vida” na América Latina e do aprofundamento da integração desta região com outras onde o tema encontra-se num estágio mais avançado (ABCVBRASIL, 2007). Os principais workshops sobre a temática ACV, abertos ao público, aconteceram no eixo São Paulo/Rio de Janeiro e foram os seguintes: o Seminário sobre ACV, com lançamento do livro “Avaliação do Ciclo de Vida, Princípios e Aplicações” (MOURAD, 2002), realizado em 17 de maio de 2002; o Workshop Estratégias para Consolidação da ACV no Brasil, em 30 de novembro de 2004, realizado pelo Instituto Ekos Brasil; o Seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”, realizado nos dias 03 a 04 de outubro de 2005, em São Paulo. 4.1 ACV no meio acadêmico brasileiro Para verificar o estágio atual dos trabalhos de ACV na área acadêmica, foi realizada, no período de abril a junho/2006, uma revisão bibliográfica para o levantamento de dados, em que se buscou o tema ACV55 no resumo dos trabalhos de mestrado e 55 As palavras de busca foram: Avaliação do Ciclo de Vida; Análise do Ciclo de Vida e ACV. 61 doutorado. Procedeu-se a esse levantamento nos seguintes bancos de dados acadêmicos: o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), onde existe uma relação com resumos de teses e dissertações com a temática ACV; o Banco de teses, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que disponibiliza ferramentas de busca e consulta de resumos sobre as teses e dissertações defendidas junto a programas de pós-graduação no país; o Plataforma Lattes, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Foi realizada uma pesquisa no sistema de informação curricular da comunidade científica brasileira, nos principais currículos dos professores universitários que trabalham com a ACV. A primeira abordagem desse levantamento foi a quantificação desses trabalhos acadêmicos; no total foram: 47 dissertações de mestrado e 17 teses de doutorado. A relação dos mesmos encontra-se no apêndice A. 4.1.1 Dissertações de mestrado Estes trabalhos foram separados e quantificados por universidade, para se ter uma visão onde estão concentrados. Eles estão distribuídos conforme o Quadro 6. Quadro 6 – Número de dissertações de mestrado em ACV produzidas por universidades UNIVERSIDADE Universidade de São Paulo – USP Nº. de dissertações produzidas em ACV 13 Universidade Federal de Santa Maria – UFSM 4 Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS Universidade Regional de Blumenau – FURB Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Universidade de Brasília – UnB Universidade Federal da Bahia – UFBA Universidade Federal de São Carlos - UFSCAR Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ Universidade Federal do Paraná – UFPR Universidade para Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal UNIDERP Universidade Est. Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu – UNESP Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP Universidade Federal de Viçosa – UFV Universidade Federal Fluminense – UFF Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI (MG) Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC Universidade de Taubaté – UNITAU TOTAL 4 4 3 3 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 47 62 A universidade que tem o maior número de dissertações na temática ACV, no Brasil, é a USP, com 13 trabalhos. O Quadro 7 ilustra a distribuição dessas dissertações dentro dos cursos de pós-graduação na USP. Quadro 7 – Cursos de pós-graduação da USP em que se produziram dissertações em ACV CURSOS DA USP Engenharia Química Administração Engenharia Civil Engenharia Elétrica Interunidades em Energia Saúde Pública TOTAL Nº. de dissertações produzidas em ACV 8 1 1 1 1 1 13 A maior produção da USP, com oito dissertações, está concentrada no mestrado de Engenharia Química. Este fato deve-se à existência de um grupo de pesquisa em ACV, denominado “Grupo de Prevenção da Poluição (GP2)”. O grupo iniciou suas atividades em 1997 e foi estruturado em duas vertentes, uma para estabelecer banco de dados nacional e a outra para estudar os usos e as aplicações da ACV (KULAY, 2004). É também é responsável por uma disciplina na pós-graduação dedicada exclusivamente à ACV. Na vertente de banco de dados, foram produzidas dissertações na área de energia elétrica: na geração, “Inventário de Ciclo de Vida da Geração Hidrelétrica no Brasil – Usina de Itaipu: Primeira Aproximação” (RIBEIRO, 2003); na transmissão, “Inventário de ciclo de vida do sistema de transmissão de energia elétrica” (CNPq, 2006) e na distribuição, “Inventário de ciclo de vida da distribuição de energia elétrica no Brasil” (YOKOTE, 2003). Além dessas dissertações, foram produzidos dois trabalhos na área de plásticos: “Inventário do ciclo de vida do PVC produzido no Brasil” (BORGES, 2004) e “Estudo quantitativo do impacto ambiental na produção industrial do polietileno” (SOUZA, 2004). Na outra vertente, foi proposto um modelo de ACV para a produção de um fertilizante fosfatado (KULAY, 2000). Em seguida, Benjamin (2002) desenvolveu um modelo de avaliação de softwares de ACV disponíveis no mercado, comparando cinco deles. Por fim, Ribeiro (2004) propõe no seu trabalho um conjunto de critérios para a construção do modelo representativo de sistema de produto em estudos de ACV que 63 visam à formação de um banco de dados e à consolidação de uma metodologia de execução de estudos da técnica. Entre as demais produções da USP, destaca-se um trabalho em saúde pública denominado “O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de um produto: proposta para abordagem”, por este ter sido realizado em uma área diferente daquela em que a maioria dos trabalhos levantados nesta pesquisa se insere. Os quatro trabalhos produzidos pela Universidade Federal de Santa Maria são do curso de Engenharia de Produção, e três deles foram escritos sob a supervisão do mesmo orientador. A produção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul está dividida entre os cursos de Engenharia Civil (2), Engenharia de Produção (1), Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental (1) e tem a característica de ser descentralizada, ou seja, todos os trabalhos tiveram orientadores diferentes. Na Universidade Regional de Blumenau, a produção está dividida entre os cursos de pós-graduação em Administração (2) e Engenharia Ambiental (2). O fato de haver dois trabalhos da área de administração chama atenção, pois a grande maioria vem dos cursos da área 1 (engenharias). Na Universidade Federal de Santa Catarina, a produção está distribuída pela Engenharia Ambiental (1) e Engenharia Civil (2). O trabalho de Engenharia Ambiental faz uma abordagem sobre o PVC, especificamente sobre a decisão do Grupo Amanco de voluntariamente substituir, no Brasil, o estabilizante à base de chumbo e a estratégia utilizada para influenciar a cadeia produtiva do PVC brasileiro (ZIMMERMANN, 2004). Na área de engenharia civil, Mesquita (2001) no seu trabalho faz uma análise econômica comparativa de custos entre a alternativa de pavimento de concreto de cimento Portland (pavimento rígido) e a alternativa mais utilizada para a pavimentação rodoviária no país, o pavimento flexível ou pavimento asfáltico, enfocando o conceito de Análise do Ciclo de Vida desses dois tipos de pavimentação. E a dissertação de Mastella (2002) faz uma comparação entre os 64 processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. Na Universidade de Brasília, foram produzidos três trabalhos com o mesmo orientador, sendo dois na área de produção agrícola (RABELO, 2003; XAVIER, 2003; XAVIER, 2005) e um na gestão do óleo lubrificante usado (BARROS, 2005). Este mesmo professor da UnB orientou também uma dissertação na Universidade de Taubaté, sobre os efeitos ambientais da produção do vidro plano, com o objetivo de estruturar e propor o Inventário do Ciclo de Vida deste segmento (SANTOS, 2002). A Universidade Federal da Bahia, através da Rede de Tecnologias Limpas, no curso do Mestrado Profissional em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo, produziu dois trabalhos: um com proposições de inserção de ACV na área de políticas públicas, especificamente na Bahia através do órgão ambiental do estado (TOSTA, 2004), e o outro uma proposta de Simbiose Industrial no Pólo Petroquímico de Camaçari/BA (TANIMOTO, 2004). As duas dissertações da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) estão distribuídas nos cursos de Ciência e Engenharia dos Materiais e da Engenharia de Produção. A primeira é um trabalho que analisa as relações entre o meio ambiente e o pneu automotivo ao longo de todo o seu ciclo de vida, abordando principalmente a necessidade de disposição final e oportunidades de reaproveitamento de pneus inservíveis (ALMEIDA, 2002). Já a segunda verifica a viabilidade da utilização do método de estratégias de projeto para o ciclo de vida Lifecycle Design Strategies (LiDS) para a avaliação dos impactos ambientais no ciclo de vida de uma família de produtos veterinários (LUCENTE, 2004). Foram orientadas por diferentes professores. As duas produções da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) são dos cursos de Engenharia de Produção e de Planejamento Energético e tiveram orientadores diferentes. 65 Constatou-se que na Universidade Federal de Viçosa foi elaborada em 2003 uma dissertação em ACV, para analisar o impacto ambiental potencial dos resíduos de dois sistemas de manejo de suínos (PRETTO, 2003; PRETTO, 2005). 4.1.2 Teses de doutorado O mapeamento dos trabalhos de doutorado está distribuído no Quadro 8. Quadro 8 – Número de teses de doutorado em ACV produzidas por universidade UNIVERSIDADE Universidade Estadual de Campinas – Unicamp Universidade de São Paulo – USP Universidade Federal do Pará – UFPA Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR Universidade de São Paulo – São Carlos Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ TOTAL Nº. de teses produzidas em ACV 5 4 2 2 1 1 1 1 17 A Unicamp destaca-se com a maior produção de teses em ACV, cinco trabalhos sendo três da Engenharia Mecânica: “Análise do Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos” (UGAYA, 2001); “Proposta de metodologia e concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida” (LOBO, 2000) e “Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água” (BORGES, 2000). A Engenharia Química produziu a tese denominada “Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos” (BAUER, 2003) e a tese intitulada “Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim-elefante” (SEYE, 2003), produzida pelo Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético. Todas as teses foram realizadas com orientadores diferentes. Os trabalhos de tese da USP estão divididos entre a pós-graduação de Engenharia Civil (2), Engenharia Química (1) e Engenharia Metalúrgica (1). O da Engenharia Química (GP2) é sobre fertilizantes e o autor já tinha produzido uma dissertação nesta área (KULAY, 2004). 66 A Universidade Federal do Pará (UFPA), no curso de pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, possui duas teses, a primeira avalia diferentes alternativas dos resíduos produzidos na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Bolonha, através da ACV (MACHADO, 2003). A segunda é sobre reciclagem das latas de alumínio (VIEIRA, 2004). São duas as teses da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR): uma da Engenharia Hidráulica e Saneamento, sobre Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível, com a utilização do método EDIP (Environmental Development of Industrial Products) e a introdução das avaliações exergéticas e emergéticas na avaliação e valoração do impacto (OMETTO, 2005), e outra da Ciência e Engenharia dos Materiais denominada “Avaliação de Ciclo de Vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões” (REMÉDIO, 2004). Na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Engenharia Metalúrgica e de Minas produziu uma tese: “Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos” (SANTOS, 2001). Parte dessa tese foi publicada no livro “Avaliação ambiental de processos industriais56”. 4.1.3 Evolução dos estudos acadêmicos da ACV As dissertações (47) e teses (17) foram arranjadas de acordo com o ano de publicação (Figuras 15 e 16). A listagem destes trabalhos por ano de elaboração encontra-se no Apêndice B. 56 www.signuseditora.com.br 67 Dissertações com a temática ACV produz idas por ano no Brasil 16 quantidadede dissertações 14 12 10 8 6 4 2 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ano Figura 15 – Quantidade de dissertações produzidas por ano no Brasil na temática ACV Teses com a temática ACV produzidas por ano no Brasil 6 quantidade de teses 5 4 3 2 1 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 ano Figura 16 – Quantidade de teses produzidas por ano no Brasil na temática ACV Com base no levantamento aqui realizado, a primeira produção acadêmica no Brasil na temática ACV foi uma tese de doutorado no ano de 1997, na Universidade Federal de Santa Catarina, na Engenharia de Produção, denominada “Planejamento baseado em casos aplicados na resolução de não-conformidades (NC) ambientais no ciclo de vida de produtos, processos e serviços” (SILVA, 1997). Nesse mesmo ano, foram iniciadas também as atividades do Grupo de Prevenção da Poluição (GP2), grupo de pesquisa em ACV da USP. As primeiras dissertações com a temática ACV viriam um ano depois, em 1998. Foram identificadas três, sendo duas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (pós-graduação em Planejamento 68 Energético e Engenharia de Produção) e outra da Universidade Metodista de Piracicaba. Em 1999, foram publicadas também três dissertações, sendo duas da Universidade Regional de Blumenau – Administração –, e uma da Universidade de São Paulo – Interunidades em Energia. No ano de 2000, a produção científica aumentou em relação aos anos anteriores, com quatro dissertações e duas teses. As dissertações produzidas foram: duas da USP (Engenharia Elétrica e Engenharia Química); uma da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu – Agronomia – e uma da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. As duas teses foram da Universidade Estadual de Campinas – Engenharia Mecânica. O período mais produtivo foi o biênio 2003 (onze dissertações e cinco teses) a 2004 (catorze dissertações e cinco teses). Pode-se supor que um dos motivos desse aumento foi a divulgação da 1ª norma ABNT/ISO 14.040 no Brasil, em 2001, o que facilitou o acesso a informação sobre ACV. Deve-se também levar em consideração que uma das principais fontes de pesquisa deste estudo, o banco de dados da Capes, possui o “Aplicativo Coleta de Dados” que é um sistema informatizado, desenvolvido com o objetivo de coletar informações dos programas de pósgraduação de mestrado e doutorado de todo o país. Essa coleta é realizada a cada dois anos, ou seja, os dados de 2003 e 2004 foram lançados em 2005. Os de 2005 e 2006 foram coletados no início de 2007 e serão lançados nos próximos meses. Logo, a maior concentração dos dados da pesquisa no biênio 2003/2004 pode também ser devida à atualização do sistema Capes. 4.1.4 ACV no meio acadêmico por setor produtivo Dos trabalhos acadêmicos avaliados, observa-se que os setores produtivos abordados são bem diversificados: construção civil, automobilístico, embalagens, energia, agro-pecuário, mineração, químico etc. Por outro lado, já se identifica um direcionamento das universidades por determinados segmentos. Nesse sentido, a USP destaca-se com trabalhos na área de energia, a UFSC e a UFGRS concentram 69 trabalhos em construção civil, a UnB, em agricultura e a UFBA, em políticas públicas e industriais. A Figura 17 ilustra as instituições por segmento produtivo, no que se refere aos trabalhos de mestrado. Em relação às teses analisadas, os setores que aparecem são bem diferentes. Há uma predominância de trabalhos da Unicamp no que se relaciona à aplicação da metodologia de ACV (Figura 18). Gráfico das Instituições x Segmentos das ACV - Mestrado outros Políticas (Públicas/Industriais) 14 Embalagens 12 Químico Metodologia 8 Mineração 6 Energia 4 Agro-pecuário 2 Plásticos 0 USP UFSM UFRGS FURB UFSC UnB UFBA UFSCar UFRJ Demais Automobilistico Instituições Construção Civil Figura 17 – Produção de dissertações de ACV por segmento produtivo Gráfico das instituições x Segmentos de ACV - Doutorado outros 6 P o líticas (P úblicas/Industriais) 5 Embalagens Metodologia 4 Químico 3 Mineraçào 0 Plásticos s ai Construção Civil D em FS C Automobilistico U U U NI CA M FP A Energia SP Agro-pecuário 1 P 2 U Nº de trabalhos Nº de Trabalhos 10 Instiuições Figura 18 – Produção de teses de ACV por segmento produtivo 70 4.2 ACV no meio empresarial brasileiro Há poucos trabalhos referentes à ACV sendo desenvolvidos dentro das empresas no Brasil. A maioria desses trabalhos encontra-se em empresas de grupos multinacionais que já têm a prática de utilizar essa ferramenta em outras unidades em seus países de origem. Para verificar se a Avaliação do Ciclo de Vida tem sido utilizada nas empresas brasileiras, buscou-se o tema ACV nos seguintes locais: o Relatório de Sustentabilidade Empresarial, publicado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS57) em 2004, no qual as empresas associadas expõem suas ações nas áreas de ecoeficiência e responsabilidade social. Esse relatório é publicado a cada dois anos (CEBDS, 2004) e integra 32 empresas. Neste estudo, foram analisadas 25; o Algumas empresas que integram o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (ISE/Bovespa); o Sites institucionais de grandes empresas de diversos segmentos produtivos. Tanto do relatório do CEBDS, quanto das empresas que integram o ISE/Bovespa, foram excluídas da análise aquelas que pertencem a setores que não têm tradição de ACV, tais como: aéreo, bancário, de cigarros, de fomento a pequenas empresas e o setor de instituições de ensino (este já tinha sido analisado no item 4.1). Nesse levantamento dentro do setor empresarial, realizado no período de setembro a outubro de 2006, foram selecionadas e analisadas 33 empresas (Quadro 9), sendo que apenas sete (Amanco, Natura, Tetra Pak, Unilever, DaimlerChrsyler, Basf e Suzano) citam o uso da ACV, representando 21% do universo pesquisado. 57 O CEBDS tem o compromisso de disseminar o conceito de desenvolvimento sustentável junto ao setor empresarial brasileiro. 71 Quadro 9 – Empresas pesquisadas em relatórios socioambientais/sustentabilidade ou sites institucionais EMPRESAS 1 2 3M do Brasil ABB Service 3 4 ALCOA AMANCO 5 6 7 AMBEV ARACRUZ* BAYER 8 BRASKEM* 9 COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO COPESUL COSIPA DUPONT ELETRONUCLEAR FURNAS GERDAU NATURA* NESTLÉ PETROBRÁS SHELL 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 SIEMENS SYNGENTA USIMINAS VALE DO RIO DOCE VOTORANTIM CELULOSE E PAPEL WHITE MARTINS BASF BELGO MINEIRA 28 29 CSN DAIMLERCHRSYLER 30 31 PERDIGÃO SUZANO 32 TETRA PAK 33 UNILEVER Segmento Cita ACV Diversificado Tecnologia de energia e automação Alumínio Tubos e conexões de PVC Bebidas Celulose Agronegócios, polímeros e farmacêutica. Petroquímicos básicos e intermediários e resinas termoplásticas, Siderúrgica Não Não Fonte Não Sim Não Não Não Não Relatório de Sustentabilidade Empresarial – CEBDS 2004 Não Petroquímica Siderúrgica Diversificado Energia Energia Aço Cosmético Alimentícia Petróleo Distribuidora de combustíveis Eletroeletrônico Agronegócios Siderúrgica Mineração Celulose e papel Não Não Não Não Não Não Sim Não Não Não Gases industriais Química Siderúrgica Não Sim Não Site institucional Site institucional Siderúrgica Fabricante de veículos comerciais Alimentícia Papel e celulose e petroquímica Embalagens cartonadas e máquinas de envase. Alimentos, higiene e beleza. Não Sim Relatório Anual CSN 2005 Site institucional Não Sim ISE / Site institucional ISE / Relatório Socioambiental Suzano 2006 Relatório Socioambiental Tetra Pak 2004/2005 Site institucional Não Não Não Não Não Sim Sim Fonte: ARCELOR, 2006; BASF, 2006; CEBDS, 2004; CSN, 2005; DAIMLERCHRSYLER, 2006; PERDIGÃO, 2006; SUZANO 2006; TETRA PAK, 2006; UNILEVER, 2006; VERACEL 2005. * Estas empresas também compõem o ISE. 72 O grupo Amanco, detentor das marcas Akros e Fortilit, fabricante de tubos e conexões à base de policloreto de vinila (PVC), é de origem suíça. Em 2001, iniciou o processo de transformar o PVC, principal matéria-prima utilizada, em um material ambientalmente mais seguro. Foi realizada uma avaliação ambiental do PVC que identificou 16 pontos críticos ao longo do ciclo de vida do material, desde a extração das matérias-primas até a disposição final dos produtos de pós-consumo. As etapas incluíram a política de fornecedores, com limite máximo de 3 ppm de emissão de MVC (monocloreto de vinila) para os fabricantes de resina de PVC; além de auditorias nos fabricantes de matérias-primas referentes a quesitos de qualidade, meio ambiente, saúde, segurança e serviços (CEBDS, 2004). Para atender às demandas dos estudos de ACV, alguns programas de substituição de materiais foram implementados (CEBDS, 2004). São estes: o Eliminação dos pigmentos à base de metais pesados por pigmentos orgânicos ou inorgânicos, em 2001; o Eliminação de plastificantes à base de naftalatos, por adipatos, em 2002; o Substituição dos estabilizantes à base de chumbo, por estabilizante de cálcio e zinco, em 2003. Esse grupo suíço convidou seu principal concorrente brasileiro para juntos conduzirem o processo de substituição de materiais. Diante das várias polêmicas ambientais sobre o PVC, o convite foi aceito para o processo de substituição. Juntos os dois concorrentes desenvolveram vários testes com estabilizantes alternativos até decidirem pelo sistema de estabilização à base de cálcio e zinco. Após essa primeira etapa, uma nova fase do processo passou a envolver os demais fabricantes brasileiros de tubos e conexões de PVC. Para formalizar o envolvimento de toda a cadeia, os associados do Instituto do PVC foram convidados a assinar o “termo de adesão” que os comprometia a substituir voluntariamente os estabilizantes de chumbo (Pb) do PVC por estabilizantes de cálcio e zinco. O “termo de adesão” foi assinado em 25 de abril de 2002 pelas empresas Amanco, Asperbrás, Cardinali, DVG, Krona, Polyvin, Providência, Plastilit, Tigre, Tiletron, Tubozan e Majestic, totalizando 80% dos transformadores brasileiros de tubos e conexões de PVC (ZIMMERMANN, 2004). 73 O grupo Amanco utilizou ACV como uma estratégia de mercado, em resposta às várias polêmicas que o PVC tem despertado nas últimas décadas, antecipando aqui no Brasil os acordos realizados na Europa com fabricantes do PVC (Programa “VINIL 2010”). Esses estudos de ACV incluem várias ações e compromissos como progressiva substituição de estabilizantes de chumbo: em 15% até 2005, 50% até 2010 e a eliminação total até 2015, além da substituição dos estabilizantes de cádmio, já efetivada em março de 2001 (ZIMMERMANN, 2004). A empresa Natura, do segmento de cosméticos, produtos de higiene e de perfumaria, é uma empresa de capital nacional. Essa empresa afirma no relatório de sustentabilidade que utiliza a ACV e cita, como um exemplo desse fato, a substituição das sacolas plásticas usadas para enviar produtos às consultoras. Estas consistiam um dos itens de maior impacto no meio ambiente e foram substituídas pelas de papel reciclado. Baseado também em estudos de ACV, a empresa considera que um dos maiores impactos ambientais de suas atividades é proveniente do descarte das embalagens dos seus produtos. Segundo consta no relatório de sustentabilidade, em 2003, 94% das embalagens do portfólio e 100% das embalagens dos lançamentos da empresa foram submetidas à avaliação de impacto ambiental (CEBDS, 2004). No site da Unilever, na página desenvolvimento sustentável, a ACV aparece citada no item Ecoeficiência da seguinte maneira: “Desenvolver atividades através do Sistema de Gestão Ambiental, assim garantindo a melhoria contínua na contabilidade ambiental e impactos ambientais, através da ferramenta de inovação (ecodesign) e avaliação de impacto (ACV)” (UNILEVER, 2006). O grupo alemão Daimler-Chrysler cita a ferramenta ACV em seu site institucional (DAIMLER-CHRYSLER, 2006). Além disso, desenvolveu em 1996, um projeto piloto em que fez um comparativo entre almofadas de bancos confeccionadas a partir de fibra de coco e outras confeccionadas com espuma de poliuretano (LIMA, 2001). A Tetra Pak, fabricante de embalagens cartonadas e máquinas de envase foi inaugurada em 1951 em Lund, na Suécia e atua no Brasil desde 1957. Em seu relatório socioambiental, ACV é citada como um item da sua política ambiental, qual 74 seja: “Ter perspectiva de longo prazo e visão do ciclo de vida de seus produtos”. Aparece também no item “desenvolvimento de produtos”, em que o ciclo de vida dos produtos e serviços é avaliado a partir de critérios ambientais desde o design e seleção de fornecedores até a operação, fabricação, transporte e entrega aos clientes e consumidores (TETRA PAK, 2006). A Basf no Brasil utiliza a Análise de Ecoeficiência, desenvolvida pela Basf Alemã em 1996, para comparação do ciclo de vida de produtos, com o propósito de avaliar o grau de satisfação, de acordo com os requisitos econômicos, sociais e ambientais (BASF, 2006). Em 2003, a Suzano Papel e Celulose iniciou a aplicação da ACV em seus produtos. Essa metodologia permite que a companhia monitore a ecoeficiência dos mesmos e a compare com a dos concorrentes, além de ajudar a empresa a definir objetivos e metas para a redução de impactos ambientais. A análise conduzida foi do tipo “do berço ao túmulo”, para dois tipos de papéis de sua fabricação. A partir de 2006, a ACV será estendida a outro tipo de papel, e os planos de longo prazo envolvem a análise de todos os produtos da empresa (SUZANO, 2006). A Suzano Petroquímica está iniciando o processo de ACV de seus produtos e está concluindo o levantamento dos impactos da transformação do propeno em polipropileno. O trabalho será ampliado com a avaliação dos impactos da transformação do polipropileno em produtos finais e do pós-consumo com a disposição em aterros sanitários ou reciclagem (SUZANO, 2006). Das sete empresas analisadas, observa-se que apenas duas são nacionais, o grupo Suzano e a Natura, as outras são multinacionais com origem Européia (Quadro 10). Isso demonstra a importância deste continente para o desenvolvimento da ACV. Outro ponto deve ser destacado entre essas sete empresas é que, de alguma forma, esses estudos estão associados a uma estratégia de mercado, devido à imagem que seus produtos representam para a sociedade. Isso é observado desde a Amanco, com as polêmicas ambientais do PVC; a Basf, como indústria química; a Natura, que lida com produtos de beleza relacionados com a natureza; a Suzano, 75 produtora de papel, até as questões das embalagens da Tetra Pak e a produção de veículos pela Daimler-Chrysler. Quadro 10 – Origem das empresas que usam ACV no Brasil EMPRESAS ORIGEM DA EMPRESA AMANCO Suíça BASF Alemanha DAIMLERCHRSYLER Alemanha NATURA Brasil SUZANO Brasil TETRA PAK Suécia UNILEVER Inglaterra Fonte: ARCELOR 2006; CEBDS, 2004; DAIMLERCHRSYLER 2006; SUZANO 2006; TETRA PAK, 2006; UNILEVER, 2006. Vale ressaltar que existem duas empresas entre as analisadas em que o uso de ACV não foi registrado, mas estas já iniciaram estudos nesse sentido. A primeira é a Braskem, que iniciou em 2005 um projeto piloto de “Análise de Ecoeficiência”, com consultores da “Fundação Espaço ECO58”. Essa empresa está desenvolvendo seu primeiro trabalho, denominado de “Projeto Piloto de Aplicação da Ferramenta de Análise de Ecoeficiência da Basf na empresa Braskem”. Neste projeto com a Braskem, serão desenvolvidos pilotos para o PET (polietileno tereftalato), PVC (policloreto de vinila) e gasolina (FUNDAÇÃO ESPAÇO ECO, 2005). A outra é a Aracruz Celulose, que está iniciando um estudo dos seus produtos por meio de uma empresa de consultoria (SOUZA, 2006). Para efeito desta pesquisa, elas não foram computadas na análise. A Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) fez uma pesquisa para levantar o nível de conscientização ambiental de cada empresa associada. Participaram 31 associados representando todos os elos da cadeia produtiva (fabricantes de embalagens, fornecedoras de matéria-prima e/ou insumos, fabricantes de acessórios e equipamentos para embalagem, agências de design, entre outras). Entre as empresas que responderam à pesquisa, 45% são transformadoras de embalagens, 19,5% são fornecedoras de matérias-primas e/ou insumos, 16% são 58 Fundação Espaço ECO – recebeu o nome de primeiro Centro na América Latina para aplicar a Ecoeficiência, está localizada no site da Basf, em São Bernardo do Campo/São Paulo/Brasil. Iniciou suas atividades em junho 2005 (www.basf.com). 76 agências de design, 6,5% são usuários de embalagens (fabricantes de produtos), 6,5% são fabricantes de acessórios e 6,5% pertencem a outras categorias. (ABRE, 2006). O item da pesquisa sobre o grau de conhecimento da Avaliação do Ciclo de Vida, resultou nos seguintes dados: 10% não ouviram falar; 53% já ouviram falar e estão interessados no assunto e 37% já trabalharam com esse assunto. Estes 37% representam 11 empresas. 4.3 ACV no meio governamental brasileiro O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), através do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), planeja viabilizar o Inventário do Ciclo de Vida no Brasil. Desde 2002, vem atuando na construção de um projeto nacional denominado “Projeto Brasileiro de Inventário do Ciclo de Vida para a Competitividade da Indústria Brasileira”. O IBICT está se estruturando para ser o elo do governo no desenvolvimento do ICV nacional. No período de 2003 a 2004, esse instituto desenvolveu um site59 informativo sobre ACV que disponibiliza informações sobre este tema. Em outubro de 2005, o MCT organizou em São Paulo o Seminário Internacional “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”, com o objetivo de disseminar a importância da técnica da ACV para indústria. Desse evento, participaram diversos palestrantes do governo, da academia e da indústria nacional, além de pesquisadores internacionais. O IBICT estabeleceu também uma parceria com o Instituto Ekos Brasil e o Instituto suíço EMPA, para capacitação em elaboração da base de dados em ACV. Esse projeto de capacitação, ministrado por um membro do EMPA, foi estruturado a partir do modelo “Ecoinvent”. Aconteceram três workshops: o primeiro em Brasília, de 13 a 16 de julho de 2005; o segundo em São Paulo, de 25 a 28 de fevereiro de 2006; e o terceiro em Brasília, de 2 a 5 de maio 2006. O workshop final ocorreu durante a “Conferência Internacional do Ciclo de Vida – CILCA”, em fevereiro de 2007. 59 <www.acv.ibict.br>. 77 No mês de agosto de 2006, o IBICT enviou, para um edital da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), uma proposta cuja meta era desenvolver projeto nacional de ICV. Este teria como co-executores três universidades, UnB, USP e UFTPR, e como parceiros, a ABNT, o Sebrae60, INT61, Inmetro62, a ABIPTI63, a ABCV e Petrobras. Esse projeto foi aprovado e está previsto para iniciar em 2007. Cada uma das universidades ficará com um tema específico do inventário. Inicialmente, será realizado um projeto piloto para energia, combustível e transporte. No âmbito desse projeto, será contratada uma consultoria internacional para se conhecer uma outra maneira de organização de informações do banco de dados, diferente da experiência com a Suíça. Será o primeiro passo para o desenvolvimento do inventário brasileiro, levando em consideração que o projeto nacional de ACV ficou estagnado durante algum tempo, principalmente por falta de recursos financeiros. Neste capítulo sobre ACV no Brasil, foram levantados dados da academia, empresa e do governo. No meio acadêmico, foram levantadas 47 dissertações e 17 teses. A universidade que tem o maior número de dissertações na temática ACV é a USP com 13 trabalhos, sendo que oito destes foram produzidas pela Engenharia Química, pelo grupo de pesquisa em denominado “Grupo de Prevenção da Poluição (GP2)”. Vale ressaltar a importância desse grupo no desenvolvimento da ACV no país. Em relação às teses, a universidade que mais produziu foi a Unicamp, com cinco trabalhos. A pesquisa com os dados acadêmicos dá uma visão das universidades onde estão concentrados os trabalhos de ACV e possibilita a identificação não só das competências por segmento, mas também das lideranças já formadas. Mostra também que não existe uma evolução progressiva dos trabalhos no decorrer dos anos. No entanto, houve um período em que a produção cresceu: o biênio 2003/2004. Poucos trabalhos usando ACV foram desenvolvidos em empresas no Brasil. A maioria das empresas onde trabalhos com essa temática foram encontrados 60 Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Instituto Nacional de Tecnologia (INT) 62 Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) 63 Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa (ABIPTI) 61 78 pertencem a grupos multinacionais, que já têm a prática de utilizar essa ferramenta em outras unidades de outros países, principalmente na Europa. Nesses casos, essa prática está devidamente evidenciada nos seus instrumentos de comunicação (sites institucionais e relatórios). O papel do governo brasileiro na implantação do banco de dados é imprescindível. A ação governamental faz-se necessária no desenvolvimento de parcerias, com os diversos atores, conforme se pode constatar a partir do exemplo de outros países. Espera-se que com o desenvolvimento deste banco de dados de ACV, a ferramenta seja mais difundida e utilizada. A Figura 19 mostra os principais marcos para o desenvolvimento da ACV no Brasil. 79 - Estudo do Criação GANA/ ABNT 1994 Centro de Tecnologia de Embalagem CETEA/ITAL (1997-1999) - Inicio Grupo de Prevenção à Poluição GP2/USP 1997 - Criação da Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) Livro "ACV de Produtos" (CHEHEBE) 1998 Criação CB38/ ABNT 1999 Norma ABNT/ISO 14.040 2001 - Livro "ACV: a ISO 14.040 na América Latina (CALDEIRAPIRES) - Livro “ACV Princípios e Aplicações" (MOURAD) 2002 Normas ABNT/ISO 14.041 e 14.042 2004 Figura 19 - Principais atividades da ACV no Brasil 80 - Norma ABNT/ISO 14.043 2005 - Conferência Internacional de Avaliação de Ciclo de Vida (CILCA 2007) - Início do Projeto Brasileiro de ICV 2007 5 PROPOSIÇÕES Pelos levantamentos desta pesquisa, para o desenvolvimento da ACV em um país é de fundamental importância que os diversos atores envolvidos na questão atuem de forma integrada. Observa-se que no Brasil isso não está existindo. Na academia, os estudos da ACV são desenvolvidos em trabalhos da pós-graduação (mestrado e doutorado), com esforços de professores e seus alunos, e sem aportes financeiros para o desenvolvimento das pesquisas. Não se tem uma continuidade da produção científica. Mesmo assim, já existem algumas universidades formando lideranças e há professores coordenando essas atividades. Nas empresas, os poucos estudos desenvolvidos no Brasil, foram, na maioria, realizados pelas filiais de grupos multinacionais que já têm a prática de usar a ACV em suas matrizes. Esses estudos não estão associados a grupos de pesquisas das universidades, são desenvolvidos pela necessidade imposta por um contexto dentro destas empresas. Observa-se a importância do envolvimento da alta gerência no desenvolvimento da ACV nessas instituições. Vários autores (BORGES, 2004; RIBEIRO, 2004; SANTOS, 2001; SILVA, 2003) falam da carência de um banco de dados brasileiros, pois a cada estudo que se inicia faz-se necessário levantar uma grande quantidade de informações na fase de Inventário de Ciclo de Vida. Isso torna muito complexa a realização do mais simples estudo. O banco de dados reduziria o tempo gasto para a realização de um estudo e a quantidade de recursos necessários para a sua execução. Também viabilizaria novos estudos, que se tornariam mais fáceis de serem finalizados. Por causa da carência de dados nacionais, alguns estudos desenvolvidos no Brasil foram adaptados a partir de uma base de dados estrangeiros, o que diminui a qualidade do inventário, pois este deve representar a realidade brasileira. Para formação do banco de dados nacional, o governo vem procurando desenvolver um projeto de ICV. Deve-se ressaltar que nesse projeto inicial apenas uma empresa, a Petrobras, faz parte da parceira. Desse modo, abrangência das informações fica reduzida e perde-se em riqueza de dados. Em outros países, observa-se a 81 importância do setor governamental para a implementação, divulgação e o fomento à ACV. Baseado no que foi descrito anteriormente, serão apresentadas proposições de inserção da Avaliação do Ciclo de Vida no Brasil, considerando as características do país e os atores envolvidos no processo. Estas proposições, especificadas para os setores acadêmico, empresarial e governamental, encontram-se apresentadas na Quadro 11 abaixo. Foi projetada uma perspectiva de prazo (curto, médio e longo) para que as mesmas sejam implementadas. Quadro 11 - Proposições de inserção da ACV no Brasil PROPOSIÇÕES PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO ACADEMIA EMPRESA 1. Divulgar a ACV, através do “Pensar o Ciclo de Vida” nos ensinamentos da graduação e pósgraduação, através de disciplinas específicas ou como um tema dentro de outras. Como exemplo, podemos citar a Escola Politécnica da USP, Dep. de Engenharia Química, que tem uma disciplina somente sobre ACV ministrada na pós-graduação. CP 2. Nas universidades que já têm estudos de ACV, seguir uma linha de pesquisa com foco em determinados segmentos produtivos (Ex. energia, construção civil, metais etc.). Assim, formar-se-iam grupos consolidados, competências e trabalhos publicados. Algumas universidades brasileiras já apresentam definição em determinadas áreas, tais como: a USP em energia, a UFSC e a UFGRS em construção civil, a UnB em agricultura e a UFBA em políticas públicas e industriais. CP 3. Interagir e trocar experiências entre as universidades e empresas, principalmente com aquelas que estejam mais avançadas nos estudos de ACV, através do intercâmbio de pessoal, palestras e cursos. MP MP 4. Desenvolver estudos de Inventários de Ciclo de Vida em determinados segmentos produtivos, por equipes multidisciplinares, para diminuir as dificuldades enfrentadas no levantamento dos dados. MP MP GOVERNO CP 82 PROPOSIÇÕES 5. Participar de projetos com o governo, principalmente na formação do banco de dados de ACV brasileiro. PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO ACADEMIA EMPRESA CP CP 6. Desenvolver estudos de ACV dos seus produtos prioritários, baseado na performance ambiental, gerenciamento ambiental, mudança de design, entre outros. As empresas: Amanco, Natura, Tetra Pak, Unilever, DaimlerChrsyler, Basf e Suzano são exemplos de empresas que desenvolveram estudos sobre ACV. MP 7. Capacitar equipes de trabalho na ferramenta de ACV para que as empresas possam utilizar e se beneficiar dos resultados dos estudos, aliando metas ambientais e de sustentabilidade com estratégias de negócios (marketing em favor de produtos que têm menor impacto ambiental em uma perspectiva de ciclo de vida). MP 8. Envolver as associações empresariais no desenvolvimento da ACV. Assim se reduzem os custos e riscos associados com a implementação da ACV, além de se promover a colaboração e troca de informações sobre a metodologia. Um exemplo desta ação é o caso da empresa Amanco, descrita no item 4.2, que através de estudos de ACV envolveu toda a cadeia produtiva do PVC e sua associação de classe, o Instituto do PVC. MP 9. As empresas devem assumir um papel próativo na solução dos problemas ambientais, tanto internamente, quanto externamente, atuando junto às partes interessadas (associações de classe, fornecedores, consumidores) e na cooperação com o governo e a academia. MP 10. Dar prioridade a projetos cooperativos para a ACV se desenvolver em setores prioritários da economia, através de editais públicos, por ex. Finep, que contemplem as empresas e as universidades/institutos de pesquisas, aliando assim o conhecimento acadêmico com as informações das empresas. Os editais da Finep são lançados através de chamadas públicas e abrangem diversas etapas de um projeto: pesquisa básica e GOVERNO MP CP 83 PROPOSIÇÕES PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO ACADEMIA EMPRESA GOVERNO aplicada, inovações e desenvolvimento de produtos, serviços e processos. Frisa-se a necessidade da abertura de uma linha de fomento para ACV. 11. Fomentar o IBICT como órgão gestor do banco de dados brasileiro de ACV, com capacitação em recursos humanos. CP 12. Promover a articulação entre os outros órgãos governamentais ligados ao meio ambiente, como o Ministério do Meio Ambiente (MMA) e as áreas tecnológicas. MP 13. Incluir ACV em linhas de créditos de bancos oficiais do governo federal para o financiamento de projetos com as empresas. Isso estimularia a adoção de estudos de ACV, com foco na minimização dos impactos ambientais. Ex. O Banco do Nordeste possui uma linha de financiamento para projetos em Produção mais Limpa (P+L) destinada aos empresários nordestinos, além do fomento para a instalação de Núcleos de P+L e formação de consultores. Esta ação poderia ser estendida para ACV, além abranger outros bancos oficiais com atuação nacional. MP a LP 14. Difundir o conhecimento da ACV, através de seminários, workshops e congressos, em diversas cidades brasileiras onde se concentram os principais pólos industriais. CP CP 15. Conscientizar os segmentos produtivos sobre a ACV, principalmente nas questões comerciais para o Brasil, no que se refere à Rotulagem Ambiental tipo III. CP 16. Utilizar estudos de ACV para tomada de decisão e planos de ação governamental (Ex.: escolha de sistema de transporte público; contratos públicos; política de compras, em que as diferentes alternativas de produtos com menor impacto sejam avaliadas). LP 17. Inserir ACV como uma terminologia nos principais bancos de dados de pesquisas brasileiros, para facilitar a indexação e recuperação da informação. Ex.: na base de dados do CNPq - Plataforma CP 84 PROPOSIÇÕES PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO ACADEMIA EMPRESA GOVERNO Lattes, incluir o termo ACV dentro da área ”outras”, subárea “ciências ambientais”; isso facilitará a organização da informação dos pesquisadores que trabalham com o tema. 18. Fomentar políticas públicas para incorporar o “Pensar o Ciclo de Vida”; isso incentivaria estudos nos diversos setores e influenciaria toda a cadeia produtiva. Tem-se como exemplo a Política Integrada de Produtos na Europa. 19. Criar parcerias com: o Órgãos ambientais dos estados, para que as licenças ambientais possam servir como instrumento de pesquisas para o banco de dados brasileiro. Escolher um órgão ambiental como piloto para analisar o formulário da licença ambiental, levantar os dados que este órgão possui atualmente e identificar como as informações podem ser melhoradas e direcionadas para servir de fonte para o banco de dados. o Associação Brasileira do Ciclo de Vida para estimular um fórum de discussões e o seu fortalecimento, para representar e impulsionar o desenvolvimento de ACV no Brasil. Em alguns países as associações de classe têm um papel de destaque, sendo responsáveis pelas atividades de ACV, mantendo articulações com o governo, a indústria e a academia. o Países com experiências em ACV, para interagir com os casos de sucesso, além de fornecedores de softwares e institutos que já desenvolveram banco de dados. Em relação ao banco de dados, devem-se conhecer os modelos, a forma de concepção e as dificuldades enfrentadas por países como Japão, Suíça e Alemanha, entre outros, que já têm seus bancos de dados mais avançados. Deve-se também interagir com os fornecedores de softwares, pois estes possuem experiência acumulada no uso da ACV. LP CP CP CP Legenda: CP - Curto Prazo; MP - Médio Prazo; LP - Longo Prazo. 85 Fatos motivadores para a inserção da ACV no meio acadêmico: o Desenvolvimento de competências em ACV (formação de mão-de-obra especializada, com aplicação da ferramenta e uso de softwares específicos); o Reconhecimento dos grupos de estudos, através dos trabalhos acadêmicos publicados dentro e fora do país; o As parcerias com empresas resultariam em capacitação, metodologia sendo aplicada na prática, troca de informação, coleta de dados primários, resultando em um rico acervo para ensinamentos da ACV; o Desenvolvimento da capacidade de “tomada de decisão” baseada em estudos de ACV, dentro das disciplinas nas universidades; o Contribuição para o projeto do banco de dados de ACV brasileiro. Fatos motivadores para inserção da ACV nas empresas: o Através de estudos de ACV serão identificados os pontos críticos ambientais ao longo do ciclo de vida do produto. A partir dessa identificação, a empresa pode melhorar a performance ambiental e utilizá-la como uma estratégia de marketing almejando obter o reconhecimento do público consumidor por meio do aumento das vendas. Conseqüentemente, a empresa obtém ganhos econômicos; o O trabalho de parcerias resulta em ganhos e trocas de informações importantes, em que as empresas se beneficiam por meio das pesquisas e estudos com as universidades e com a interação com as associações de classe. Com o governo será um forte aliado para alimentação de informação para o banco de dados brasileiro de ACV; o As empresas pró-ativas terão a possibilidade de melhorar o processo de transformação do mercado, com melhoria da imagem, através de uma diferenciação do produto, de maiores vendas e do retorno financeiro; o Atendimento das exigências da Rotulagem Ambiental tipo III, baseada em estudos de ACV, para as empresas que desejarem expandir seus negócios através da exportação de seus produtos para a Europa. 86 Fatos motivadores para inserção da ACV no governo: o Melhor utilização dos recursos públicos, fomentando a participação financeira do setor privado nos projetos cooperativos de ACV e promovendo resultados mais visíveis para a sociedade; o Criação de competências no seu quadro institucional, facilitando as articulações com os parceiros, mantendo um grupo de trabalho permanente sem sofrer descontinuidades. Atualmente, o corpo técnico do IBICT envolvido nesse tema é bastante restrito; o As parcerias entre o governo e os diversos atores são de fundamental importância para o desenvolvimento e sucesso do banco de dados. Isso pode ser verificado nos países que já têm seus bancos de dados avançados, como Japão, Suécia e Alemanha; o A concessão de uma linha de crédito baseada numa ferramenta ambiental nos bancos públicos será um estímulo ao uso, desenvolvimento e à prática da ACV pelas empresas; o Fortalecimento nas ações a serem desenvolvidas no âmbito dos governos federal e estadual, com articulações com outros ministérios e órgãos governamentais; o As tomadas de decisões baseadas em estudos de ACV na área pública têm um respaldo ambiental, pois essa ferramenta integra estudos envolvendo toda a cadeia produtiva, logo tais decisões serão tomadas com base no menor impacto ambiental; o Desenvolvimento da ferramenta ACV, no que se refere aos aspectos ambientais, econômicos e sociais, para orientar políticas públicas, que podem ser viabilizadas da seguinte forma: • Realizar uma caracterização preliminar em conjunto com especialistas para traçar um esboço de ações de políticas públicas que contemplem ACV respeitando os interesses das partes interessadas; • Com base neste estudo, envolver os diversos atores, ligados a diferentes setores, para que participem de um processo de discussão e, conseqüentemente, atinjam um consenso sobre as ações a serem desenvolvidas; • Identificar as oportunidades de investimentos e prioridades políticas, considerando os pilares da sustentabilidade para definir prioridades de 87 implementação. Pode-se trazer como exemplo o caso de tributação diferenciada em função do desempenho ambiental dos produtos. 88 6 CONCLUSÕES Este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de propor ações para a inserção da Avaliação do Ciclo de Vida como instrumento para a sustentabilidade ambiental brasileira. Mostrou-se um panorama da ACV no mundo e no Brasil, identificando estudos acadêmicos realizados sobre o tema e apontando as competências regionais que têm sido formadas em torno do assunto, assim como as iniciativas de uso desse instrumento no meio governamental e empresarial brasileiro. Ao final, foram feitas proposições para melhorar as interações entre os diversos atores. Acerca do panorama da ACV no mundo, conclui-se que as parcerias entre os diversos setores, as ações integradas e os investimentos nos trabalhos conjuntos, são importantes para se chegar ao processo de formulação de políticas públicas e programas sobre ACV. Observa-se que os bancos de dados são de fundamental importância para a implementação da ACV. Nesse contexto, a Europa desponta em relação ao desenvolvimento da ACV. Nos países em desenvolvimento, ainda não existem parcerias suficientes ou estas ainda estão se formando, havendo poucos estudos sobre a ACV. No Brasil, pesquisou-se sobre os setores acadêmico, empresarial e governamental. No setor acadêmico brasileiro, algumas universidades, que já despontam com seus grupos de pesquisa em ACV, devem ser destacadas. Podemos citar o caso da USP, com o Grupo de Prevenção da Poluição, que já contabiliza oito dissertações de mestrado e uma tese de doutorado. Faz-se necessário frisar a importância deste grupo no desenvolvimento da ACV no país. A universidade que até o momento produziu mais teses de doutorado foi a Unicamp, com cinco trabalhos. De acordo com o ano de publicação desses trabalhos, observou-se que não existe uma evolução quantitativa dos mesmos no decorrer dos anos. Os trabalhos acadêmicos brasileiros contemplam diversos segmentos produtivos, tais como: petroquímico, construção civil, agricultura, energia elétrica, alumínio etc. Observa-se uma afinidade de algumas universidades por determinados assuntos: a USP, em energia; a UFSC e a UFGRS, em construção civil; a UnB, em agricultura e a UFBA, em políticas públicas e industriais. É no setor acadêmico em que há o maior desenvolvimento da ACV no Brasil, apesar de atrasado em relação aos países desenvolvidos. Entende89 se que as universidades devam procurar parcerias, principalmente com empresas para desenvolver projetos cooperativos, e com o governo para que os resultados das pesquisas possam servir para construção do banco de dados nacional e para a formulação de políticas públicas. Sugere-se que a academia concentre seus esforços em linhas específicas de pesquisa, criando centros de referência em determinados temas de ACV. Foram identificadas poucas empresas que utilizam a ferramenta ACV, a maioria destas é de grande porte ou faz parte de grupos multinacionais de origem Européia. Conclui-se que se deve fomentar a ACV dentro das empresas e incentivar parcerias entre as mesmas ou com associações empresariais, com as universidades e com o governo, para aumentar o uso dessa ferramenta. No governo, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) possui um projeto de Inventário do Ciclo de Vida que está na fase de planejamento e capacitação para formação de um banco de dados nacional. Até o momento, o projeto só conta com a parceria de uma empresa, a Petrobras, sendo importante a adesão de outras, e principalmente de associações empresariais para que as informações para construção do banco de dados estejam acessíveis. Conclui-se que o esforço demonstrado pelo governo, na construção de um banco de dados brasileiro, seja um passo importante para o desenvolvimento do seu inventário. Entretanto, observa-se que a equipe técnica do IBICT deve estar estruturada para este fim e ser multidisciplinar; que promova parcerias com universidades, outros órgãos governamentais, órgãos ambientais estaduais e com instituições estrangeiras. Sugere-se divulgar a ACV nos principais pólos industriais, para disseminar o conhecimento e a informação. Espera-se também que, a médio e longo prazo, o governo amplie as suas ações indo além do banco de dados, ou seja, que viabilize políticas públicas que tenham por base estudos de ACV, envolvendo os diversos atores brasileiros. A longo prazo, o esperado é que as ações em ACV sejam estendidas também para tomada de decisão no plano governamental. Sugere-se que uma das formas de avaliar os efeitos destas proposições no futuro, seja através de um novo levantamento nos três setores analisados. 90 REFERÊNCIAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, Comitê Brasileiro de Gestão Ambiental (CB-38). Rio de Janeiro. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38/>. Acesso em: 10 de ago. 2005. ABCV BRASIL. Associação Brasileira do Ciclo de Vida. Disponível em <http://www.abcvbrasil.org.br/cilca2007/index.php>. Acesso em: 22 Jan. 2007. ABRE - Associação Brasileira de Embalagem. Pesquisa sobre meio ambiente 2006. São Paulo, 2006. Disponível em <http://www.abre.org.br/docs_imgs/Pesquisa %20de%20Meio%20Ambiente%202006.pdf>. Acesso em: 03 jul. 2006. ACLCA - American Center For Life Cycle Assessment. Increasing knowledge and promoting the use of Life Cycle Assessment in the United States. Institute for Environmental Research and Education, 2004. Disponível em < http:// www.lcacenter.org >. Acesso em: 20 nov. 2005. ALMEIDA, Marcelo Costa. Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus. 2001. 130 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Engenharia de Materiais) - Faculdade de Ciência e Engenharia dos Materiais, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos (SP). 2002. ANDRADE, José Célio. Desenvolvimento sustentado e competitividade – tipos de estratégias ambientais empresariais. TECBAHIA – Rede Baiana de Tecnologia. Camaçari, V.12, mai./ago. 1997. ANDRADE, Renato Paula, Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural. 2004. 63 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria. ARCELOR. Site institucional. Disponível em <http://www.arcelor.com.br/ belgo/>. Acesso em: 30 set. 2006. ARENA, Alejandro Pablo. Spreading Life-Cycle Assessment to Developing Countries – Lessons from Argentina. Journal of Industrial Ecology. V. 4, N.3. 2001. AYRES, Robert U; AYRES, Leslie W.; RÅDE, Ingrid. The life cycle of copper - Its co-products and by products. Report. 2002. International Institute for Environment and Development and World Business Council for Sustainable Development. Disponível em <http://www.natural-resources.org/minerals/CD/docs/mmsd/topics/ ayres_lca_main.pdf>. Acesso em: 10 out. 2006. AYRES, Robert U; SIMONIS; Udo E. Industrial Metabolism: Restructuring for Sustainable Development. Tokyo, Japan. The United Nations University, 1994. 285 p. BARROS, Gustavo Felice. Gestão do Ciclo de Vida (GCV) como auxilio à ciência e tecnologia para a gestão ambiental: O caso do óleo lubrificante automotivo 91 usado. 2005. 140 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. BASF. Análise de Ecoeficiência. Site Instituciional. Disponível em http://www.basf.com.br/ default.asp?id=3202. Acesso em: 26 set. 2006. BAUER, Paulo Ernani. Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos. 2003. Resumo de tese. (Doutorado em Engenharia Química). Universidade Estadual de Campinas - Engenharia Química. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/Banco Teses.htm >. Acesso em: 07 abr. 2006. BAUMANN, Henrikke; TILLMAN, Anne-Marie. The Hitch Hiker´s Guide to LCA – An orientation in life cycle assessment methodology and application. 1ª edição. Editora Studentlitteratur, Sweden. 2004. 543 p. BENJAMIN, Adriana Karaver. Desenvolvimento de modelo para avaliação de softwares de apoio à Análise de Ciclo de Vida. 2002. 109 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. BETZ, Michael. The Role of Industry in the Development of LCA in Europe. Material apresentado no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”. 2005. São Paulo. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/anais/presentation_seminar_brazil.pdf. Acesso em: 25 mar. 2006. BORGES, Fúlvia Jung. Inventário do ciclo de vida do PVC produzido no Brasil. 2004. 174 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. BORGES, Thomaz P. Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água. 2000. Resumo de Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em <http://www.capes.gov.br/ capes/portal/conteudo/10/Banco_Teses.htm >. Acesso em: abr. 2006. BRADLEY, Sean Patrick. KIPERSTOK, Asher. Ecologia industrial e projeto para o meio ambiente (Dfe). In: Prevenção da Poluição. Brasília: SENAI/DN, 2002. cap. 6, p. 183 -221. 290 p. CALDEIRA-PIRES, Armando. Projeto Sul-Americano do Ciclo de Vida na Produção de Metais. Brasília: Edital CNPq nº. 40, 2005. (Chamada 1: Redes de Projetos Temáticos. CALDEIRA-PIRES, Armando; SOUZA-PAULA, Maria Carlota; BÔAS, Roberto Villas. Avaliação do Ciclo de Vida – a ISO 14.040 na América Latina.1ª edição. Brasília: Abipti, 2005. 337 p. CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Banco de Teses e Dissertações. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal /conteudo/10/Banco_Teses.htm>. Acesso em: Fev. 2006. 92 CARDOSO, Lígia F. Indicadores de Produção Limpa: uma proposta para análise de relatórios ambientais de empresas. 2004. 155 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. CARLSON, Raul; TILLMAN, Anne-Marie. Data Model for Product Related Environmental Assessment: SPINE. Paper presented at "Systems engineering models for waste management" International workshop in Götenborg, Sweden, 25-26 February 1998. Disponível em <http://www.entek.chalmers.se/~josu/art-raca.htm>. Acesso em: 23 fev. 2006. CARVALHO, Cláudio Elias. A Análise do Ciclo de Vida e os custos completos no planejamento energético. 2000. 228 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo. CEBDS. Relatório de Sustentabilidade Empresarial. 2004. Disponível em <http://www.cebds.org.br/cebds/pub-rse-2004.asp>. Acesso em: 20 set. 2006. CEMPRE - Compromisso Empresarial para Reciclagem. Site institucional. Disponível em <http://www.cempre.org.br/ecoeficiencia.php>. Acesso em: 22 set. 2006. CETEA – Centro de Tecnologia de Embalagem . Informações sobre Embalagem e Meio Ambiente. Disponível em <http://www.cetea.ital.org.br/emb_meioambiente. .htm.> . Acesso em: 24 nov. 2006. CHEHEBE, José Ribamar. Análise do Ciclo de Vida dos produtos - ferramenta gerencial da ISO 14.000. Ed. Qualitymark. Rio de Janeiro. 1998. COMISSÃO EUROPÉIA. Livro Verde sobre a Política Integrada Relativa aos Produtos. Comissão das Comunidades Européias. Bruxelas, 2001. Disponível em <http://eur-lex.europa.eu/LexUriServ/site/pt/com/2001/com20010068pt01.pdf >. Acesso em: 16 nov. 2006. COOPER, Joyce S.; FAVA, James A. Teaching Life-Cycle Assessment at universities in North America. Journal of Industrial Ecology. V. 3, N. 2&3. 2000. ______. Teaching Life-Cycle Assessment at universities in North America, Part II. Journal of Industrial Ecology. V. 4, N. 4. 2001. CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Plataforma Lattes. Representa a integração de bases de dados de currículos e de instituições da área de ciência e tecnologia em um único Sistema de Informações. Disponível em < http://buscatextual.cnpq.br/ buscatextual/index.jsp >. Acesso em: Abr. 2006. CPM - Center for Environmental Assessment of Product and Material Systems. Disponível em <http://www.cpm.chalmers.se/aboutcpm.htm>. Acesso em: 07 mar. 2006. 93 CSN - Companhia Siderúrgica Nacional. Relatório Anual. 2005. Disponível em <http://csna0004.csn.com.br/CSNAPP/RAO/2005/pdf/ra_csn_2005.pdf>. Acesso em: 30 set. 2006. CURRAN, Mary Ann; NOTTEN, Philippa. Summary of global Life Cycle Inventory data resources. Prepared for Task Force 1: Database Registry. SETAC/UNEP Life Cycle Initiative. 2006. Disponível em <http://www.epa.gov/ORD/NRMRL/lcaccess/ pdfs/summary_of_global_lci_data_resources.pdf#search=%22alcala%20lca%22>. Acesso em: 31 ago. 2006. ______ - Project officer. Life-Cycle Assessment: Inventory Guidelines and Principles. United States Environmental Protection Agency – EPA. 1993. CYBIS, Luiz F. ; SANTOS, Carlos V. J. Análise do Ciclo de Vida (ACV) aplicada à indústria da construção civil - Estudo de caso. Publicado no XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000. Disponível em <http://www.cepis.org.pe/bvsaidis/impactos/vi-036.pdf.>. Acesso em: 12 mai. 2006. DAIMLERCHRSYLER. Site institucional. Disponível em <http://www.daimlerchrysler.com.br/ inicio_empresa.htm>. Acesso em: 29 set. 2006. EMPA - COST Action 530. Sustainable Materials Technology - Life Cycle Inventories for Environmentally Conscious Manufacturing Processes. Disponível em <http://www.empa.ch/plugin/template/empa/*/5600/---/1=1>. Acesso em: 08 ago. 2006. EPA - Environmental Protection Agency. Clean Air Act. Disponível em <http://www.epa.gov/oar/caa/contents.html>. 1990. Acesso em: 05 Fev. 2007. EPA - Environmental Protection Agency and Science Applications International Corporation. LCAccess - LCA 101. 2001. Disponível em <http://www.epa.gov/ ORD/NRMRL/lcaccess lca101.htm>. Acesso em: 03 mar. 2006. EPD - Environmental Product Declaration. Disponível em <http://www.environdec. com>. Acesso em 03 mar. 2006. EUROPA. Activities of the European Union – summaries of legislation. Disponível em <http://europa.eu/scadplus/leg/en/lvb/l21210.htm# AMENDINGA CT >. Acesso em: 02 ago. 2006. EUROPEAN PLATFORM ON LIFE CYCLE ASSESSMENT (LCA). Disponível em <http://lca.jrc.it/>. Acesso em: 02 mar. 2006. ______. Disponível em <http://lca.jrc.ec.europa.eu/lcainfohub/datasetArea.vm>. Acesso em: 05 nov. 2006. FAVA, James A; COOPER, Joyce S. Alignment of North American Activities to the UNEP/SETAC Life-Cycle Initiative. Journal of Industrial Ecology. V. 5, N. 4. 2002. 94 ______. Life-Cycle Assessment in North America - An Update on Capacity Building. Journal of Industrial Ecology. V. 8, N. 3. 2004. FERRÃO, Paulo C. Introdução à Gestão Ambiental – a Avaliação do Ciclo de Vida de produtos. 1ª Edição. Editora IST Press. Portugal. 1998. 219 p. FERRÃO, Paulo C.; FIGUEIREDO, José M. A Ecologia Industrial e o Automóvel em Portugal. 1ª Edição. Editora Celta. 2000. FIESP. Informe Ambiental FIESP. Edição Nº 12, Ano 1, agosto 2006. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38/>. Acesso em: 09 out. 2006. FINKBEINER, Matthias; MATSUNO, Yasunari. LCA in Japan – the past, the present, the future. International Journal of Life Cycle Assessment. 5 (5) 253-254. 2000. FIVE WINDS INTERNATIONAL; POLLUTION PROBE. Policy framework for environmental sustainability project: Summary report. Jun. 2004. Disponível em <http://www.pollutionprobe.org/whatwedo/PFR/projectsummaryreport.pdf>. Acesso em: 17 nov. 2006. FRISCHKNECHT, Rolf; REBITZER, Gerald. The ecoinvent database system: a comprehensive web-based LCA database. Journal of Cleaner Production. 13. 1337-1343. 2005. FUNDAÇÃO ESPAÇO ECO – Material de treinamento para a Braskem. “Projeto piloto de aplicação da ferramenta de Análise de Ecoeficiência”. 2005. GABATHULER, Heinz. The CML Story: How environmental sciences entered the debate on LCA. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 11. Special Issue 1. p. 127-132. 2006. GEDnet - Global Type III Environmental Product Declarations Network. Disponível em < http://www.gednet.org/ >. Acesso em: 03 mar. 2006. GEMIS - Global Emission Model for Integrated Systems. Informações sobre o banco de dados. Disponível em <http://www.oeko.de/service/gemis/ en/index.htm>. Acesso em: 06 mar. 2007. GERMAN NETWORK ON LIFE CYCLE INVENTORY DATA. Informações sobre o banco de dados. Disponível em <http://www.lci-network.de/cms/content/lang/en/pid/ 375>. Acesso em: 05 de set. 2006. GIANNETTI, Biagio F.; ALMEIDA, Cecília M. V. B. Ecologia Industrial: conceitos, ferramentas e aplicações. São Paulo, Ed. Edgar Blucher, 2006. GRAEDEL, T. E. Streamlined Life Cycle Assessment. By Bell Laboratories, Lucent Technologies. Published by Pretice Hall, Inc. New Jersey. 1998. GUIMARÃES, Roberto P. Desenvolvimento Sustentável: da retórica à formulação de políticas. In: A Geografia Política do Desenvolvimento Sustentável. Editora UFRJ, 1997. p.13 -44. 95 HISCHIER, Roland. Material apresentado no projeto “Capacity Building in Life Cycle Inventory Database development in Brasil. Brasília. 2005. Disponível em <http://www.abnt.org.br/cb38>. Acesso em: 15 ago. 2005. ______. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 29 nov. 2006. HOOF, Bart V. Análisis de Ciclo de Vida (ACV) y su aplicación en Colombia. Universidade de Los Andes. Santa Fé de Bogotá. 2000. HUNKELER, David; REBITZER, Gerald. The future of life cycle assessment. International Journal of Life Cycle Assessment. N.10, V. 5, p. 305-308. 2005. IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. Avaliação do Ciclo de Vida. Teses e dissertações. Disponível em <http://acv.ibict.br/ publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. ISO 14040 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment - principles and framework. 1997. ISO 14041 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment goal and scope definition and inventory analysis.1998. JEMAI – Japan Environmental Manegement Association for Industry. National Project in Japan. Disponível em: <:http://www.jemai.or.jp/english/e-lca/e3-1lcaproject.html> Acesso em : 09 set. 2005. JENSEN, Allan et al. Life Cycle Assessment (LCA) - A guide to approaches, experiences and information sources. 1997. Disponível em <http://themes.eea.eu.in/index.php> Acesso em 03 mar 2001. KIPERSTOK, Asher; et al. Inovação e Meio Ambiente - Elementos para o Desenvolvimento Sustentável na Bahia. Salvador. Centro de Recursos Ambientais (CRA), 2003. 298 p. KLOS, Zbigniew. First PhD Thesis on LCA in Poland - Ecobalancing of Machines and Devices with the Example of Air Compressors. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 5, V. 1, 2000. KULAY, Luiz Alexandre. Desenvolvimento de Modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às Condições Brasileiras: Aplicação ao Caso do Superfosfato Simples. 2000. 141 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. ______. Uso da análise de ciclo de vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados. 2004. 314 p. Tese (Doutorado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. 96 LCA Center Denmark. Disponível em <http://www.lca-center.dk/cms/ site.asp?p=4441>. Acesso em: 12 ago. 2006. LEIDEN UNIVERSITY. Institute of Environmental Sciences – CML. Disponível em <http://www.leidenuniv.nl/cml/>. Acesso em: 25 abr. 2006. LIMA, Ângela M. Ferreira. Estudo da cadeia produtiva do polietileno tereftalato (PET) na Região Metropolitana de Salvador como subsídio para Análise do Ciclo de Vida. 2001. 94 p. Monografia (Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Universidade Federal da Bahia, Salvador. LINDFORS, Lanrs-Gunnar at al. Nordic guidelines on Life-Cycle Assessment. 1995. Nordic Council of Ministers. Copenhagen. Denmark. LOBO, Yane R. Proposta de metodologia e concepção e Projeto de Produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida. 2000. Resumo de tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Universidade Estadual de Campinas, Engenharia Mecânica. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. LUCENTE, Adriano dos Reis. Utilização do Método LiDS para identificação de diretrizes visando a Análise de Impactos Ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 2004. 112 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). Universidade Federal de São Carlos, Engenharia de Produção. São Carlos. MACHADO, Luiza Carla Girard Teixeira. Análise do Ciclo de Vida aplicada ao gerenciamento de resíduos: o caso da ETA Bolonha. 2003. 340 p. Tese (Doutorado em Ciências: Desenvolvimento Sócio-Ambiental). Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém. MANFREDINI, Constance. Identificação dos impactos ambientais causados pela indústria de cerâmica vermelha do Rio Grande do Sul. 2003. 179p. Dissertação (Mestrado em Engenharia). Pós-graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. MASTELLA. Deise Viana. Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. 2002. 121 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. MENKES, Mônica. Eficiência energética, políticas públicas e sustentabilidade. 2004 295 p. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. MESQUITA, José Carlos Lobato. Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação. 2001. 117 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Federal de Santa Catarina, Engenharia Civil. Florianópolis. 97 MOURAD, Anna L.; GARCIA, Eloísa E.C.; VILHENA, André. Avaliação do Ciclo de Vida: Princípios e aplicações. Campinas: CETEA/CEMPRE. 2002. 92 p. NARITA, Nobuhiko et al. Current LCA database development in Japan – results of the LCA Project. International Journal of Life Cycle Assessment. N. 9, V. 6, p. 355-359. 2004. NIE, Zuoren; ZUO, Tieyong. Ecomaterials research and development activities in China. Current Opinion in Solid State and Materials Science. 7, p. 217–223. 2003. ______. Materials LCA in Its Applications in China. IGPA Newsletter. V. 5. N. 2, June 2003. NORRIS, Gregory A.; NOTTEN, Philippa. Current Availability of LCI Databases in the World. Working Draft 2a. Mai. 2002. Disponível em <http://www.uneptie.org/pc/sustain/reports/lcini/database%20overview.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2007. NREL - National Renewable Energy Laboratory. U.S. Life-Cycle Inventory (LCI) Database. Disponível em http://www.nrel.gov/lci. Acesso em: 28 nov. 2006. OLIVEIRA, José A. P. Instrumentos econômicos para gestão ambiental: Lições das experiências nacional e internacional. Centro de Recursos Ambientais: NEAMA, 2003. OMETTO, Aldo Roberto Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia. 2005. 200 p. Tese (Doutorado em Engenharia Hidráulica e Saneamento). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. PALHARES, Marcos Fruet. O impacto do marketing 'verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil. 2003. 139 p. Dissertação (Mestrado em Administração). Universidade de São Paulo, São Paulo. PÁLSSON, Ann-Christin; CARLSON, Raul. Adaptations of the Swedish national LCA database system. In: The Sixth International Conference on Ecobalance. Out 2004. Tsukuba, Japan. 1 CD-ROM. PERDIGÃO. Apresenta ações desenvolvidas na área de meio ambiente. Disponível em http://www.perdigao.com.br/site/?acao=respsocial&subacao=content&nodea ttribute=meio_ambiente 2006>. Acesso em: 28 set. 2006. PRETTO, Giovanno; Aziz G. Análise do Ciclo de Vida do Produto na Avaliação de Impactos Ambientais. In: Revista “Ação Ambiental”. Universidade Federal de Viçosa. N. 34, p. 23-25, Nov/Dez 2005. PRETTO, Giovanno. Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. Resumo de dissertação (Mestrado em Economia Aplicada). 2003. Economia Aplicada Universidade Federal 98 de Viçosa. Disponível em <http://www.capes.gov.br/capes/portal/conteudo/10/ Banco_Teses.htm>. Acesso em: 05 abr. 2006. RABELO, Raimundo Ricardo. Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica. 2003. 204 p. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília. REBITZER, G. et al. Life cycle assessment. Part 1: Framework, goal and scope definition, inventory analysis, and applications. Environment international. 30, p. 701-720. 2004. REMÉDIO, Marcus V. P. Avaliação de ciclo de vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões. Resumo de tese. (Doutorado em Ciência e Engenharia dos Materiais) 2004. Ciência e Engenharia dos Materiais, Universidade Federal de São Carlos. Disponível em <http://www.capes.gov.br capes/portal/conteudo/10/Banco _Teses.htm >. Acesso em: 12 abr. 2006. REX, Emma. Premises for linking Life Cycle considerations with marketing. 2005. 60 p. Thesis for the degree of Licentiate of Engineering. Chalmers University of Technology. Götenborg, Sweden. RIBEIRO, Flávio de Miranda. Inventário de Ciclo de Vida da geração hidrelétrica no Brasil - Usina de Itaipu: primeira aproximação. 2003. Dissertação (Mestrado em Energia), Programa Interunidades de Pós- Graduação em Energia (EP-IF-FEAIEE), Universidade de São Paulo, São Paulo. RIBEIRO, Paulo H. Modelagem de sistemas de produto em estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). 2004. 135 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química). Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. RUBIK, F.; SCHOLL, G. Integrated Product Policy (IPP) in Europe—a development model and some impressions. Journal of Cleaner Production. 10, p. 507-515. 2002. RUSSEL, A.; EKVALL, T.; BAUMANN, H. Life Cycle Assessment – introduction and overview. Editorial. Journal of Cleaner Production. 13, p. 1207-1210. 2005. SAGISAKA, Masayuki. The Japanese LCA Project and Its role in APEC. Material apresentado no seminário “Impacto da Avaliação do Ciclo de Vida na Competitividade da Indústria Brasileira”. 2005. São Paulo. Disponível em <http://www.ibict.gov.br>. Acesso em: 29 nov. 2005. SANTOS, Luciano Miguel Moreira. Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos. 2001. 384 p. Tese (Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Minas). Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte. SANTOS, Rose Maria Arantes. Implantação da norma ISO 14.040 numa indústria de vidro plano. 2002. 210 p. Universidade de Taubaté. Dissertação (Mestrado) PósGraduação em Ciências Ambientais, Universidade de Taubaté, Taubaté. 99 SCHEBEK, L. et al. German network of Life Cycle Inventory data - A Roadmap for data harmonisation for different application areas. SETAC Europe, 14th Annual Meeting, Prague 2004. Disponível em <http://www.lci-network.de/cms/ webdav/site/lca/shared/Materialien%20DE/German_Network_on_LCI_dataposter_SETAC_prague_2004.pdf > . Acesso em: 03 mar. 2006. SERAVALLI, Vitor; ZANCHETTA, Mirian. Desenvolvimento sustentável – base para a atuação da BASF. Estudo de caso: Análise de Ecoeficiência. Disponível em <http://www.basf.com.br>. Acesso em: 24 ago. 2005. SETAC - Society for Environmental Toxicology and Chemistry. Guidelines for LifeCycle Assessment: A Code of Practice. 1ª edição. 1993. SEYE, Omar. Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante. 2003. Resumo de tese (Doutorado em Planejamento de Sistemas Energéticos). Universidade Estadual de Campinas. Disponível em <http://acv.ibict.br/ publicacoes/teses>. Acesso em: abr. 2006. SILVA, Harrysson L. Planejamento baseado em casos aplicados na resolução de Não-Conformidades (NC) ambientais no ciclo de vida de produtos, processos e serviços. 1997. 234 p. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. SILVA, Paulo R. S. Avaliação de impactos e custos ambientais em processos industriais: uma abordagem metodológica. 2003. 170 p. Dissertação (Mestrado). Pós-graduação em Engenharia de Produção, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. SILVA, Vanessa G. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003. 210 p. Tese (Doutorado em Engenharia). Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Departamento de Engenharia de Construção Civil. São Paulo. SONNEMANN, Guido (project officer). JENSEN, Allan Astrup; REMMEN, Arne. Background report for a UNEP guide to Life Cycle Management – A bridge to sustainable products. 2005. 108 p. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr /default.asp?site=lcinit&page_id=A9F77540-6A84-4D7D -F1C-7ED9276EEDE3>. Acesso em: 27 nov. 2005. SOUZA, Éden R. C. Estudo quantitativo do impacto ambiental na produção industrial do polietileno. Resumo de dissertação (Mestrado em Engenharia Química). 2004. Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. Disponível em http://www.capes.gov.br/ capes/ portal/ conteudo/10/ Banco_Teses .htm>. Acesso em: 20 abr. 2006. SOUZA, Gleide D. Publicação eletrônica [mensagem pessoal]. Mensagem recebida por [email protected] em 29 out. 2006. SPOLD. Society for the Promotion of LCA Development. Disponível em <http://lca-net.com/spold/whatis.html>. Acesso em: 02 ago. 2006. 100 SUZANO. Relatório de Sustentabilidade. 2006. Disponível em <http://www.suzanoholding.com.br/rs2006/PDF/RA_sustentabilidade.pdf.> Acesso em: 27 set. 2006. TANIMOTO, Armando H. Proposta de Simbiose Industrial para minimizar os resíduos sólidos no Pólo Petroquímico de Camaçari. 2004. 139 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. TETRA PAK. Relatório Socioambiental 2004-2005. Disponível em <http://www.tetrapak.com.br/htmls/tetravc/publicacoes/meio/meio_publicacoes.asp>. Acesso em: 27 set. 2006. TOSTA, Cristiane S. Inserção da Análise de Ciclo de Vida no Estado da Bahia através da atuação do órgão ambiental. 2004. 187 p. Dissertação (Mestrado em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais no Processo Produtivo), Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Ambiental, Universidade Federal da Bahia, Salvador. UDO de HAES, Helias A. Industrial Ecology and Life Cycle Assessment. In: A Handbook of Industrial Ecology. p. 138-148. Ed. Edward Elgar. Cheltenham, UK. 2002. ______, Life-Cycle Assessment and developing countries. Journal of Industrial Ecology. V. 8, N. 1-2. 2004. UDO de HAES, Helias; A. ROOIJEN, Martijn. Life Cycle Approaches – The road from analysis to practice. Life Cycle Initiative. UNEP/SETAC. 2005. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr/default.asp? > Acesso em: 27 nov. 2005. UGAYA, Cássia M. L. Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos. 2001. Resumo de tese (Doutorado em Engenharia Mecânica). Engenharia Mecânica, Universidade Estadual de Campinas. Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses>. Acesso em abr. 2006. UMBERTO. Software de gestão ambiental e análise de fluxos de materiais e energia. Disponível em <http://www.umberto.de/en/home/language/ portuguese/>. Acesso em: 02 mar. 2006. UNEP. Why take a life cycle approach? 2004. Disponível em <http://lcinitiative.unep.fr/default.asp?> Acesso em: 27 nov. 2005. UNILEVER. Apresenta ações de responsabilidade socioambiental desenvolvidas pela empresa. Disponível em <http://www.unilever.com.br/OurValues/ EnvironmentandSociety/Desenvolvimento/>. Acesso em: 22 set. 2006. VALT, Renata B. G. Análise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de alumínio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais. 2004. 193 p. Dissertação (Mestrado). Pós-Graduação em Engenharia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba. 101 VERACEL. Relatório de Sustentabilidade. 2005. Disponível em <http://www.veracel.com.br/shared/rsdf2005_v3.pdf >. Acesso em: 22 set. 2006. VIEIRA, Arimar Leal. Análise do Ciclo de Vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém. Resumo de tese (Doutorado). 2004. Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, Universidade Federal do Pará, Belém. Disponível em <http://www.capes .gov. br/capes/portal/conteudo/10/Banco_Teses.htm>. Acesso em: 02 abr. 2006. WESTPHAL, Márcia F.; ZIGLIO, Erio. Políticas públicas e Investimentos: a Intersetorialidade. In: O município no século XXI: cenários e perspectivas. ed. especial. Fundação Prefeito Faria Lima – CEPAM. São Paulo, 1999. 400 p. Disponível em <http://www.cepam.sp.gov.br/v10/cepam30anos/pdf/Cap%205/ 2artigo%205%20-%20Marcia%20e%20Erio%20Ziglio.pdf> Acesso em: 16 nov. 2006. XAVIER. José H. Análise de Ciclo de Vida (ACV) da Produção Agrícola Familiar em Unaí, MG: Resultados Econômicos e Impactos Ambientais. Resumo de dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável). 2003. Centro de Desenvolvimento Sustentável Universidade de Brasília, Disponível em http://acv.ibict.br/publicacoes/teses/ document .2005-08-22.8728356765. Acesso em: 03 abr. 2006. ______. Análise de Ciclo de Vida (ACV) de sistemas de produção da agricultura familiar no Brasil. In: Avaliação do Ciclo de Vida – a ISO 14040 na América Latina. 1ª edição, 2005, cap. 3, p. 248-276. YAMAMOTO, Ryoichi; KITAGAWA, Masayasu. Science on Sustainability 2006. Summary Report. Research on the Scientific Basis for Sustainability (RSBS). Disponível em <http://www.sos2006.jp/english/rsbssummarye/ScienceOn Sustainability2006.pdf> . Acesso em: fev.2007 YOKOTE, Alexandre Yoshikazu. Inventário de ciclo de vida da distribuição de energia elétrica no Brasil. 2003. 341 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Química) Escola Politécnica, Departamento de Engenharia Química, Universidade de São Paulo, São Paulo. YOUNG, Steven B. Life Cycle Assessment in Canada. International Journal of Life Cycle Assessment. V. 8, N. 6. p 321-322. 2003. ZAKARIA, Zulina; HASSAN, M.; AWANG, M. Current status and needs for Life Cycle Assessment development in Asian/Pacific regions. International Journal of Life Cycle Assessment. V. 4, N. 4. p 191 – 194. 1999. ZIMMERMANN, Regina Celia O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil. 2004. 116 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). Pós-Graduação em Engenharia Ambiental, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 102 ANEXO A – RELAÇÃO DAS NORMAS ISO/ABNT DE ACV o ISO 14040 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment - Principles and Framework. 1997. NBR ISO 14.040 - Princípios e estrutura, em 2001. o ISO 14041 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment Goal and Scope Definition and Inventory Analysis.1998. ABNT NBR ISO 14.041 - Definições e análise de inventário, em 2004. o ISO 14042 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment - Life Cycle Impact Assessment. 2000. ABNT NBR ISO 14.042 – Avaliação de impactos, em 2004. o ISO 14043 - International Standard. Environmental Management - Life Cycle Assessment - Life Cycle Interpretation. 2000. ABNT NBR ISO 14.043 – Interpretação do ciclo de vida, em 2005. ISO TR 14047: Exemplos de Aplicação da ISO 14042 ISO TR 14048: Formato da Apresentação de Dados ISO TR 14049: Exemplos de Aplicação da ISO 14041 103 APÊNDICE A – RELAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DE MESTRADO E TESES DE DOUTORADO Identificadas no período da busca, de abril a junho de 2006. 1. Titulo Inventário de Ciclo de Vida da Geração Hidrelétrica no Brasil Usina de Itaipu: Primeira Aproximação. 2003. MESTRADO Aluno Orientador Flávio de Gil Anderi Miranda Ribeiro. 2. Inventário de ciclo de vida do sistema de transmissão de energia elétrica. 2004 214p. Wady Facury Victorino 3. Inventário de ciclo de vida da distribuição de energia elétrica no Brasil. 2003. 341p. Alexandre Yoshikazu Yokote. 4. Inventário do ciclo de vida do PVC produzido no Brasil. 2004. 174 p. Fúlvia Jung Borges Universidade Universidade de São Paulo (USP) Mestrado Engenharia Química 5. Estudo Quantitativo do Impacto Ambiental na Produção Industrial do Polietileno. Resumo de dissertação. 2004. Éden R. C Souza Pedro Mauricio Büchler 6. Desenvolvimento de Modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às Condições Brasileiras: Aplicação ao Caso do Superfosfato Simples. 2000. 141p. Luiz Alexandre Kulay. Gil Anderi 7. Desenvolvimento de Modelo para Avaliação de Softwares de apoio à Análise de Ciclo de Vida. 2002. 109p. Adriana Karaver Benjamin 8. Modelagem de sistemas de produto em estudos de avaliação do ciclo de vida (ACV). 2004. 135p Paulo Henrique Ribeiro 9. O impacto do Marketing 'verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil. 2003 139p. Marcos Fruet Palhares Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi Administração 10. Análise de Ciclo de Vida Ambiental Aplicada à Construção Civil - Estudo de Caso: Comparação entre Cimentos Portland com Adição de Resíduos. 2005 Juliana de Carvalho Vanderley Moacyr John Engenharia Civil 11. A Análise do Ciclo de Vida e os Custos Completos no Planejamento Energético. 2000. 228p. Claudio Elias Carvalho Lineu Belico dos Reis Engenharia Elétrica 12. Análise de Ciclo de Vida como Contribuição à Gestão Ambiental de Processos Produtivos e Empreendimentos energéticos. 1999. 190p. Osvaldo Stella Martins Célio Bermann Interunidades em Energia 13. O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de um Telmo Luiz Bruson João Vicente de Assunção Saúde Pública 104 Titulo Produto: Proposta para Abordagem. 2001. 211p. MESTRADO Aluno Orientador 14. Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural. 2004. 63p. Renato Paula de Andrade 15. ACV (Análise do Ciclo de Vida) como Ferramenta de decisão para diminuir o passivo ambiental numa indústria moveleira. 2003. 201 p. Rosane Rodrigues Pagno 16. Programa de Gestão Ambiental para o processo de mineração no município de São Domingos do Sul, RS. 2003. 143p. Luciane Poleto Gatto 17. Análise de Ciclo de Vida na fabricação de reservatórios de água de fibra de vidro. 2004. 58p. Husein Husni Caldeira Husein 18. Captação residencial de água chuva para fins não potáveis porto alegre: aspectos básicos viabilidade técnica e benefícios sistema. 2004. 116p. Rafael Simões Mano da em da do Djalma Dias da Silveira Universidade Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Mestrado Engenharia de Produção Jorge Orlando Cuéllar Noguera Carin Maria Schmitt Engenharia Civil 19. Identificação dos Impactos Ambientais causados pela Indústria de Cerâmica Vermelha do Rio Grande do Sul. 2003. 179p. 20. Avaliação de Impactos e Custos Ambientais em Processos Industriais: uma abordagem metodológica. 2003. 170p. Constance Manfredini. Miguel Aloysio Sattler Paulo Ricardo Santos da Silva. Fernando Gonçalves Amaral 21. Tecnologias de Produção mais Limpas e Análise de Ciclo de Vida na Indústria da Construção Civil Estudos de Casos. 2000. 119p. Carlos Vicente John dos Santos Luiz Fernando de Abreu Cybis 22. Avaliação de Ciclo de Vida de Produtos Metalúrgicos. 01/03/2003. 81p. Sérgio Luiz Puff. Ingeborg Sell 23. Diretrizes de Gestão Ambiental na Indústria da Construção Civil de Edificações. 2002. 84p. Sheila Elisa Scheidemante l Klein 24. Barômetro de Gestão no Estado de Santa Catarina – Brasil. 1999. 97p. Luiz Pedro Benvenutti 25. Utilização da ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) e do DFE (Design for Environment) como subsídio em processos decisórios na avaliação da melhor opção de projeto do produto objetivando a redução dos custos ambientais nas empresas. 1999. 170p. George Luiz Bleyer Ferreira Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Engenharia de Produção Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental Engenharia Ambiental Beate Frank Universidade Regional de Blumenau (FURB) Administração 105 Titulo 26. O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil. 2004. 116p. MESTRADO Aluno Orientador Regina Celia Fernando Soares Zimmermann. Pinto Sant´Anna Universidade Mestrado Engenharia Ambiental Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) 27. Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação. 2001.117p. José Carlos Lobato Mesquita Antonio Edésio Jungles 28. Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. 2002. 121p. Deise Viana Mastella Philippe Jean Paul Gleize 29. Análise de Ciclo de Vida (ACV) da produção agrícola familiar em Unaí, MG: resultados econômicos e impactos ambientais. 2003. 149 p. José Humberto Valadares Xavier Armando CaldeiraPires Universidade de Brasília (UnB) 30. Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica. 2003. 204p. Raimundo Ricardo Rabelo 31. Gestão do Ciclo de Vida (GCV) como auxilio à ciência e tecnologia para a gestão ambiental: o caso do óleo lubrificante automotivo usado. 2005. 140 p. Gustavo Felice de Barros 32. Proposta de Simbiose Industrial para Minimizar os Resíduos Sólidos no Pólo Petroquímico de Camaçari. 2004. 139p. Armando Hirohumi Tanimoto. Asher Kiperstok Universidade Federal da Bahia (UFBA) 33. Inserção da Análise de Ciclo de Vida no Estado da Bahia, através da atuação do órgão ambiental. 2004. 144p. Cristiane Sandes Tosta. 34. Utilização do método LiDS para identificação de diretrizes visando a Análise de Impactos Ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 2004 Mestrado Adriano dos Reis Lucente. José Flávio Diniz Nantes 35. Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus. 2002. 130p. Marcelo Costa Almeida. José Angelo Rodrigues Gregolin e Sati Manrich Engenharia dos Materiais 36. Análise de Ciclo de Vida orientada para o meio ambiente: uma revisão crítica. 1998 173p. Rita Mello Magalhães. Luiz Antonio Meirelles Engenharia de Produção 37. Estudo da Técnica de Análise do Ciclo de Vida e sua Aplicação como Ferramenta de Gestão Ambiental nas Stella Maris Gomes de Almeida. Rafael Schechtman Engenharia Civil Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Desenvolvimento Sustentável Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo Engenharia d e Produção Planejamento Energético 106 Titulo Empresas. 1998. 232p. MESTRADO Aluno Orientador Universidade Mestrado 38. Analise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de aluminio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais. 01/12/2004 1v. 193p. Renata Bachmann Guimaraes Valt. Georges Kaskantzis Neto Universidade Federal do Paraná (UFPR) Engenharia 39. Situação da Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos em Campo Grande, MS 2002. 1v. 122p. Helena Cisotto Sartori. Osni Corrêa de Souza; Silvio Favero; Vera Lucia Ramos Bononi. Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional 40. Subsídios para Análise do Ciclo de Vida de assentos à base de côco e látex. 2000. 131p. Vera Lúcia Pimentel Salazar. Alcides Lopes Leão; Jayme de Toledo Piza e Ameida Neto Universidade para Des. do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP) Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu (UNESP) 41. Florestas, madeira e habitações: Análise energética e ambiental da produção e uso de madeira como uma contribuição para o desafio da valorização da Floresta Amazônica. 2001. 130p. Gisela de Andrade Brugnara José Tomaz Vieira Pereira Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Planejamento de Sistemas Energéticos 42. Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. 2003. 124p. Giovanno Pretto Aziz Galvão da Silva Júnior Universidade Federal de Viçosa (UFV) Economia Aplicada 43. Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida do produto pelas organizações com sistema de gestão ambiental e certificado. 2004. 129p. Margareth Lafin. João Alberto Neves dos Santos Universidade Federal Fluminense (UFF) Sistemas de Gestão 44. Análise das potencialidades da Avaliação do Ciclo de Vida de produto como instrumento de apoio à gestão ambiental. 1998. 122p 45. Balanço, análise de emissão e seqüestro de CO2 na geração de eletricidade excedente no setor sucro-alcooleiro. 2004. 174p. Antônio dos Santos Paulo Jorge Moraes Figueiredo Engenharia de Produção Felipe Moreton Chohfi Electo Eduardo Silva Lora; Francisco Antonio Dupas Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI) 46. O designer e a Avaliação do Ciclo de Vida dos produtos: análise do uso das ferramentas. 2006 Ricardo Barreto Moraes Alfredo Jefferson de Oliveira 47. Implantação da norma ISO14040 numa indústria de vidro plano. 2002. Rose Maria Arantes Santos Armando CaldeiraPires Pontifícia Universidade Católica (PUC) Rio de Janeiro Universidade de Taubaté (UNITAU) Agronomia (Energia na Agricultura) Engenharia de Energia Gestão Ambiental 107 DOUTORADO Titulo Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos. 2001. 180 p. Aluno Cássia Maria Lie Ugaya Orientador Arnaldo Cesar da Silva Walter 2. Proposta de metodologia e concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida. 2000. 163p. Yane Ribeiro de Oliveira Lobo Paulo Correa Lima 3. Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água. 2000. 130p. Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos. 2003. 347p. Thomaz Penteado de Freitas Borges Paulo Ernani Bauer Rubens Maciel Filho Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante 2003. 116p. Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. 2003. 210p. Eco-eficiência na indústria de celulose e Papel. 2003 375p. Omar Seye Luis Augusto Barbosa Cortez Zeila Chittolina Piotto Dione Mari Morita Análise ambiental de aços forjados. 2004. 100p Jean Carlo Camasmie de Paola. Jorge Alberto Soares Tenório Engenharia Metalúrgica Uso da Análise de Ciclo de Vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados. 2004. 314p. 10. Análise do Ciclo de Vida aplicada ao Gerenciamento de Resíduos: o caso da ETA Bolonha. 2003. 340p. Luiz Alexandre Kulay Gil Anderi Engenharia Química Luiza Carla Girard Teixeira Machado 11. Análise do Ciclo de vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém. 2004. 296p. Arimar Leal Vieira José Almir Rodrigues Pereira; Marcos Ximenes Ponte Marcos Ximenes Ponte 12. Avaliação de Ciclo de Vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões. 2004.130p. Marcus Vinicius Pereira Remédio Maria Zanin 13. Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia. 2005. 200 p 14. Seleção de fronteiras para Análise de Ciclo de Vida de sistemas que emitem poluentes tóxicos de chaminés. 2002. 130p. Aldo Roberto Ometto Woodrow Nelson Lopes Roma Stelvia Vigolvino Matos Valdir Schalch 15. Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos. 2001. 384p. Luciano Miguel Moreira dos Santos 16. Planejamento baseado em casos aplicado na resolução de nãoconformidades (NC) ambientais no Harryson Luiz da Silva 1. 4. 5. 6. 7. 8. 9. Vanessa Gomes da Silva. Sílvia Azucena Nebra de Pérez Vahan Agopyan Universidade Doutorado Engenharia Mecânica Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) Engenharia Química Planejamento de Sistemas Energéticos Universidade de São Paulo (USP) Universidade Federal do Pará (UFPA) Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR) - Engenharia Civil Des. Sustentável do Trópico Úmido Ciência e Engenharia dos Materiais Engenharia Hidráulica e Saneamento Universidade de São Paulo / São Carlos Engenharia Hidráulica Saneamento Edwin Auza Villegas Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Engenharia Metalúrgica e de Minas Luiz Fernando Jacintho Maia Universidade Federal de Santa Engenharia Produção 108 e de DOUTORADO Titulo ciclo de vida de produtos, processos e serviços. 1997. 234p 17. Análise da eficiência da cadeia energética para as principais fontes de energia utilizadas em veículos rodoviários no Brasil. 2004. 297p. Aluno Marcio de Almeida D´Agosto Orientador Suzana Ribeiro Kahn Universidade Catarina (UFSC) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Doutorado Engenharia de Transportes 109 APÊNDICE B - LISTAGEM DAS DISSERTAÇÕES E TESES DE ACV DE ACORDO COM O ANO DE PUBLICAÇÃO Titulo Análise de Ciclo de Vida orientada para o meio ambiente: uma revisão crítica. Aluno MESTRADO Professor Rita Mello Magalhães. Luiz Antonio Meirelles, Estudo da técnica de Análise do Stella Maris Ciclo de Vida e sua aplicação como Gomes de ferramenta de gestão ambiental nas Almeida. empresas. Rafael Schechtman. Análise das potencialidades da Antônio dos Avaliação do Ciclo de Vida de Santos produto como instrumento de apoio à gestão ambiental. Paulo Jorge Moraes Figueiredo. Análise de Ciclo de Vida como contribuição à gestão ambiental de processos produtivos e empreendimentos energéticos. Utilização da ACV (Avaliação do Ciclo de Vida) e do DFE (Design for Environment) como subsídio em processos decisórios na avaliação da melhor opção de projeto do produto objetivando a redução dos custos ambientais nas empresas. Barômetro de gestão no Estado de Santa Catarina – Brasil Osvaldo Stella Martins Célio Bermann. George Luiz Bleyer Ferreira Beate Frank. Luiz Pedro Benvenutti Beate Frank A Análise do Ciclo de Vida e os custos completos no planejamento energético. Claudio Elias Carvalho Lineu Belico dos Reis. Desenvolvimento de modelo de Análise de Ciclo de Vida adequado às condições brasileiras: aplicação ao caso do superfosfato simples. Subsídios para Análise do Ciclo de Vida de assentos à base de côco e látex. Tecnologias de Produção mais Limpas e Análise de Ciclo de Vida na indústria da construção civil estudos de casos. Universidade Universidade Federal do Rio de Janeiro Engenharia de Produção Universidade Federal do Rio de Janeiro Planejamento Energético Universidade Metodista de Piracicaba Engenharia de Produção Universidade de São Paulo Interunidades Em Energia Universidade Regional de Blumenau Administração Ano de Formação Produção por ano 3 1998 1999 3 2000 4 Universidade Regional de Blumenau – Administração Universidade de São Paulo Engenharia Elétrica Luiz Alexandre Gil Anderi Universidade de Kulay. São Paulo Engenharia Química Vera Lúcia Alcides Lopes Universidade Pimentel Salazar. Leão Est.Paulista Júlio de Mesquita Filho/Botucatu Agronomia Carlos Vicente Luiz Fernando Universidade John dos Santos de Abreu Federal do Rio Cybis. Grande do Sul Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental 110 Titulo O Fator Higiene Ocupacional, dentro da Análise do Ciclo de Vida de um produto: proposta para abordagem. MESTRADO Aluno Professor Telmo Luiz Bruson João Vicente de Assunção. Universidade Universidade de São Paulo Saúde Pública Florestas, madeira e habitações: Gisela de análise energética e ambiental da Andrade produção e uso de madeira como Brugnara uma contribuição para o desafio da valorização da Floresta Amazônica. José Tomaz Universidade Vieira Pereira. Estadual de Campinas Planejamento de Sistemas Energéticos Pavimento rígido como alternativa econômica para pavimentação. Antonio Edésio Jungles. Universidade Federal de Santa Catarina Engenharia Civil Armando CaldeiraPires. Universidade de Taubaté Gestão Ambiental Univ. para Desenvol. do Estado e da Região do Pantanal Jose Carlos Lobato Mesquita Implantação da norma ISO 14040 Rose Maria numa indústria de vidro plano. Arantes Santos Situação da Gestão dos Resíduos Helena Cisotto Sólidos Urbanos em Campo Sartori. Grande, Osni Corrêa de Souza Desenvolvimento de modelo para Adriana Karaver avaliação de softwares de apoio à Benjamin Análise de Ciclo de Vida Gil Anderi Comparação entre os processos de produção de blocos cerâmicos e de concreto para alvenaria estrutural através da Análise do Ciclo de Vida. Estudo do Ciclo de Vida do pneu automotivo e oportunidades para a disposição final de pneus. Deise Viana Mastella Philippe Jean Paul Gleize. Marcelo Costa Almeida. José Ângelo Rodrigues Gregolin. Diretrizes de gestão ambiental na Sheila Elisa indústria da construção civil de Scheidemantel edificações. Klein Sheila Análise de Ciclo de Vida (ACV) da produção agrícola familiar em Unaí, MG: resultados econômicos e impactos ambientais. Normatização, padronização, classificação e qualidade de grãos de arroz para comercialização interna: uma abordagem crítica. Ingeborg Sell. Ano de Formação Produção por ano 2001 3 2002 6 2003 11 Universidade de São Paulo Engenharia Química Universidade Federal de Santa Catarina Engenharia Civil Universidade Federal de São Carlos - Ciência e Engenharia dos Materiais Universidade Regional de Blumenau Engenharia Ambiental José Humberto Armando Universidade de Valadares Xavier Caldeira-Pires Brasília Desenvolvimento Sustentável Raimundo Ricardo Rabelo 111 Titulo O impacto do Marketing 'Verde' nas decisões sobre embalagens das cervejarias que operam no Brasil. ACV (Análise do Ciclo de Vida) como ferramenta de decisão para diminuir o passivo ambiental numa indústria moveleira. Programa de gestão ambiental para o processo de mineração no município de São Domingos do Sul, RS Técnica de Análise do Ciclo de Vida para gerenciamento ambiental de propriedades produtoras de suínos. 01/02/2003 1v. 124p. Identificação dos impactos ambientais causados pela indústria de cerâmica vermelha do rio grande do sul. Inventário de ciclo de vida da geração hidrelétrica no Brasil usina de Itaipu: primeira aproximação. Inventário de Ciclo de Vida da distribuição de energia elétrica no Brasil. Avaliação de impactos e custos ambientais em processos industriais: uma abordagem metodológica. MESTRADO Aluno Professor Marcos Fruet Palhares Celso Cláudio de Hildebrand e Grisi Ano de Formação Produção por ano 2004 14 Universidade de São Paulo Administração Rosane Jorge Orlando Universidade Rodrigues Pagno Cuéllar Federal de Santa Noguera. Maria Engenharia de Produção Luciane Poleto Jorge Orlando Universidade Gatto Cuéllar Federal de Santa Noguera Maria Engenharia De Produção Giovanno Pretto Aziz Galvão Universidade da Silva Federal de Junior. Viçosa Economia Aplicada Constance Manfredini. Flávio de Miranda Ribeiro. Alexandre Yoshikazu Yokote. Paulo Ricardo Santos da Silva. Avaliação de Ciclo de Vida de Sérgio Luiz Puff. Produtos Metalúrgicos. Miguel Aloysio Universidade Sattler Federal do Rio Grande do Sul Engenharia Civil Gil Anderi Universidade de São Paulo Engenharia Química Fernando Gonçalves Amaral. Ingeborg Sell Inserção da Análise de Ciclo de Cristiane Sandes Asher Kiperstok. Vida no Estado da Bahia, através Tosta. da atuação do órgão ambiental. Proposta de Simbiose Industrial Armando para minimizar os resíduos sólidos Hirohumi no Pólo Petroquímico de Camaçari. Tanimoto. Inventário de Ciclo de Vida do sistema de transmissão de energia elétrica. Modelagem de sistemas de produto em estudos de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Universidade Wady Facury Gil Anderi Victorino Paulo Henrique Ribeiro Universidade Federal do Rio Grande do Sul Engenharia de Produção Universidade Regional de Blumenau Engenharia Ambiental Universidade Federal da Bahia - Gerenciamento e Tecnologia Ambiental no Processo Produtivo Universidade de São Paulo Engenharia Química 112 Titulo MESTRADO Aluno Professor Universidade Ano de Formação Produção por ano Inventário do Ciclo de Vida do PVC Fúlvia Jung produzido no Brasil. 2004 Borges Estudo quantitativo do impacto Eden Roberto ambiental na produção industrial do Cavalcante polietileno. Souza O PVC e a sustentabilidade ambiental: marcos históricos e o caso Amanco Brasil. Delineamento de metodologias de gestão ambiental para execução de teste hidrostático em dutos de gás natural. Análise de Ciclo de Vida na fabricação de reservatórios de água de fibra de vidro. Utilização do Método LiDS para identificação de diretrizes visando a análise de impactos ambientais no ciclo de vida de produtos veterinários. 12/07/2004 Mestrado Analise do Ciclo de Vida de embalagens de PET, de alumínio e de vidro para refrigerantes no Brasil variando a taxa de reciclagem dos materiais. Captação residencial de água da chuva para fins não potáveis em porto alegre: aspectos básicos da viabilidade técnica e benefícios do sistema. Aplicação da Avaliação do Ciclo de Vida do produto pelas organizações com sistema de gestão ambiental e certificado. Pedro Mauricio Büchler. Universidade de São Paulo Engenharia Química Regina Celia Fernando Universidade Zimmermann. Soares Pinto Federal de Santa Sant´Anna. Catarina Engenharia Ambiental Renato Paula de Djalma Dias Universidade Andrade da Silveira. Federal de Santa Maria Engenharia de Produção Husein Husni Jorge Orlando Universidade Caldeira Husein Cuéllar Federal de Santa Noguera Maria Engenharia de Produção Adriano dos Reis José Flávio Universidade Lucente. Diniz Nantes. Federal de São Carlos – Engenharia de Produção Renata Bachmann Guimaraes Valt. Georges Kaskantzis Neto. Universidade Federal do Paraná Engenharia Rafael Simões Mano Carin Maria Schmitt. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Engenharia Civil Margareth Lafin. João Alberto Neves dos Santos. Universidade Federal Fluminense Sistemas de Gestão Universidade Federal de Itajubá Engenharia de Energia Balanço, análise de emissão e Felipe Moreton seqüestro de CO2 na geração de Chohfi eletricidade excedente no setor sucro-alcooleiro. Electo Eduardo Silva Lora 113 Titulo MESTRADO Aluno Professor Universidade Gestão do Ciclo de Vida (GCV) Gustavo Felice como auxilio à ciência e tecnologia de Barros para a gestão ambiental: o caso do óleo lubrificante automotivo usado. Armando Universidade de Caldeira-Pires Brasília Desenvolvimento Sustentável Análise de Ciclo de Vida Ambiental aplicada à construção civil - estudo de caso: comparação entre cimentos Portland com adição de resíduos. O designer e a avaliação do ciclo de vida dos produtos: análise do uso das ferramentas. Juliana de Carvalho Vanderley Moacyr John. Universidade de São Paulo Engenharia Civil Ricardo Barreto Moraes Alfredo Jefferson de Oliveira. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Ano de Formação Produção por ano 2 2005 2006 1 114 Título Aluno DOUTORADO Professor Universidade Planejamento baseado em casos aplicado na resolução de nãoconformidades (NC) ambientais no ciclo de vida de produtos, processos e serviços Proposta de metodologia e concepção e projeto de produto considerando aspectos ambientais no ciclo de vida. Síntese otimizada de sistemas de aquecimento solar de água. Harryson Luiz da Silva Luiz Fernando Jacintho Maia Universidade Federal de Santa Catarina Engenharia de Produção Yane Ribeiro de Oliveira Lobo Paulo Correa Lima Thomaz Penteado de Freitas Borges Sílvia Azucena Nebra de Pérez Análise de Ciclo de Vida: estudo de caso para materiais e componentes automotivos. Cássia Maria Lie Ugaya Arnaldo Cesar da Silva Walter. Desenvolvimento de uma metodologia e um software para avaliação ambiental de processos metalúrgicos. Luciano Miguel Moreira dos Santos Edwin Auza Villegas Seleção de fronteiras para Análise de Ciclo de Vida de sistemas que emitem poluentes tóxicos de chaminés Stelvia Vigolvino Matos Valdir Schalch Universidade Estadual de Campinas Engenharia Mecânica Universidade Estadual de Campinas Engenharia Mecânica Universidade Estadual de Campinas Engenharia Mecânica Universidade Federal de Minas Gerais Engenharia Metalúrgica e de Minas Universidade de São Paulo/São Carlos Engenharia Hidráulica e Saneamento Avaliação da sustentabilidade de edifícios de escritórios brasileiros: diretrizes e base metodológica. Eco-eficiência na indústria de celulose e papel Vanessa Gomes da Silva. Vahan Agopyan Universidade de São Paulo Engenharia Civil Zeila Chittolina Piotto Paulo Ernani Bauer Dione Mari Morita. Omar Seye Luis Augusto Barbosa Cortez Universidade de São PauloEngenharia Civil Universidade Estadual de Campinas Engenharia Química Universidade Estadual de Campinas Planejamento de Sistemas Energéticos Metodologia e procedimentos para a consideração ambiental no projeto de processos químicos Análise de Ciclo de Vida aplicada ao processo de cerâmica tendo como insumo energético capim elefante Rubens Maciel Filho Ano de formação 1997 Produção por ano 1 2000 2 2001 2 2002 1 2003 5 115 DOUTORADO Professor Título Aluno Análise do Ciclo de Vida aplicada ao Gerenciamento de Resíduos: o Caso da ETA Bolonha Luiza Carla Girard Teixeira Machado Uso da Análise de Ciclo de Vida para a comparação do desempenho ambiental das rotas úmida e térmica de produção de fertilizantes fosfatados Análise ambiental de aços forjados Luiz Alexandre Kulay Gil Anderi da Silva Universidade de São Paulo Engenharia Química Jean Carlo Camasmie de Paola. Jorge Alberto Soares Tenório Universidade de São Paulo Engenharia Metalúrgica Avaliação de Ciclo de Vida de garrafas PET: materiais, energia e emissões Marcus Vinicius Pereira Remédio Maria Zanin Universidade Federal de São Carlos - Ciência e Engenharia dos Materiais Análise do Ciclo de Vida: uma avaliação social e econômica da reciclagem das latas de alumínio da cidade de Belém Arimar Leal Vieira Marcos Ximenes Ponte Universidade Federal do Pará. Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido Análise da eficiência da cadeia energética para as principais fontes de energia utilizadas em veículos rodoviários no Brasil Marcio de Almeida d´Agosto Suzana Kahn Ribeiro Universidade Federal do Rio de Janeiro Engenharia de Transportes Avaliação do Ciclo de Vida do álcool etílico hidratado combustível pelos métodos EDIP, Exergia e Emergia Aldo Roberto Ometto Woodrow Nelson Lopes Roma Universidade Federal de São Carlos, UFSCAR José Almir Rodrigues Pereira; Marcos Ximenes Ponte Universidade Ano de formação Produção por ano 2004 5 Universidade Federal do Pará Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido 2005 1 116