Organização Pan-Americana da Saúde
CONFERÊNCIA PAN-AMERICANA SOBRE
SEGURANÇA NO TRÂNSITO
Respostas do setor Saúde ao desafio para um
trânsito seguro nas Américas
Elaboración: Dr. Eugênia Maria Silveira Rodrigues, MD, PhD
Asesora Regional en Seguridad Vial, OPS-OMS
Dr. Alberto Concha-Eastman, MD, MSc
Asesor Regional Prevención de Violencia y Lesiones, OPS-OMS
Brasília, 8 e 9 de dezembro de 2005
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................3
MESA DE ABERTURA................................................................................................................................3
OBJETIVOS DA CONFERÊNCIA..............................................................................................................4
APRESENTAÇÕES
Segurança no trânsito no mundo e nas Américas
Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões de Trânsito – avanços e realizações no
mundo desde o lançamento em 2004.........................................................................................6
Segurança no trânsito no mundo e nas Américas – avanços e desafios.....................................7
Experiências do Brasil na promoção de segurança no trânsito..................................................8
Envolvimento do Ministério da Saúde na prevenção de lesões e mortes causadas no
trânsito........................................................................................................................................8
Revisão das Resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização Mundial
da Saúde (OMS) – O que precisa ser feito?...............................................................................9
Fortalecimento do setor Saúde em atribuições específicas: cuidados com as vítimas, pesquisa,
educação e sistema de informações
Álcool e acidentes de trânsito – o papel do setor Saúde na prevenção....................................10
Morbidade hospitalar por acidentes de trânsito.......................................................................13
Progressos significativos – os esforços dos Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) dos Estados Unidos da América na prevenção de acidentes de trânsito......................13
Como promover uma colaboração efetiva entre Saúde, Trânsito, Transportes e outros setores
A perspectiva do setor Saúde – a experiência mexicana para a adoção de políticas de trânsito
a partir do setor Saúde..............................................................................................................14
Perspectiva do setor de Transportes/Trânsito na Costa Rica...................................................15
Setor Saúde – parceria com organizações não governamentais (ONG)
Fórum Global de Segurança no Trânsito – a colaboração para a segurança no trânsito na
América Latina e Caribe..........................................................................................................17
Experiência de trabalho com o setor Saúde – aprendizagem e caminhos para melhorar........17
Metodologia de custos de acidentes de trânsito em aglomerações brasileiras.........................18
A contribuição do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento – Banco
Mundial (BIRD).......................................................................................................................19
A contribuição do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)....................................19
DESTAQUES DOS CONTEÚDOS DAS APRESENTAÇÕES.................................................................20
RECOMENDAÇÕES..................................................................................................................................23
COMENTÁRIOS FINAIS...........................................................................................................................25
PRÓXIMOS PASSOS.................................................................................................................................25
PARTICIPANTES.......................................................................................................................................26
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS DAS APRESENTAÇÕES...................................................................30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................31
2
INTRODUÇÃO
No mundo e nas Américas, as lesões causadas no trânsito configuram problema
de Saúde Pública de grande magnitude e transcendência. Seu forte impacto na
morbidade e na mortalidade da população gera um elevado percentual de óbitos e
internações, além de altos custos hospitalares, perdas materiais, despesas
previdenciárias; e, naturalmente, grande sofrimento para as vítimas e seus familiares.
Por entender a prioridade do tema, a Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) organizou, em dezembro de 2005, a Conferência Pan-Americana de Seguridade
Viária, da qual participaram representantes de 16 países.
MESA DE ABERTURA
Representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)/Organização
Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Horacio Toro Campo; Diretora do Centro Nacional
de Prevenção e Controle de Lesões do Centro de Prevenção para Controle de Doenças
dos Estados Unidos da América, Ileana Arias; Diretor do Departamento de Prevenção
de Violências e Lesões da OMS, Etienne Krug; Representante do Conselho Nacional
dos Secretários Municipais de Saúde, Neda Figueiredo; Representante do Conselho
Nacional dos Secretários de Estado da Saúde, Júlio Müller; Diretor do Departamento
Nacional de Trânsito, Alfredo Peres da Silva, representando o Ministro das Cidades,
Márcio Fortes de Almeida; Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa,
representando o Ministro da Saúde, Saraiva Felipe.
Horacio Toro Campo, Representante da OPAS/OMS no Brasil, deseja um
grande êxito no trabalho e que o tema seja tratado com a atenção de que merece, como
um componente de saúde, um problema social, e, especialmente, uma questão para o
desenvolvimento dos países da região; destaca a importância da presença de autoridades
e distintas personalidades das Américas, peritos na temática de segurança no trânsito.
Segundo o representante da OPAS/OMS no Brasil, a presença de representantes da
Organização Mundial da Saúde e Organização Pan-Americana da Saúde nos demais
países demonstra o compromisso dessas organizações – juntamente com os Ministérios
da Saúde, Ministérios das Cidades – na abordagem responsável do tema. Trata-se, para
ele, de uma oportunidade de transmitir e intercambiar experiências bem-sucedidas e
lições aprendidas com eventuais erros cometidos, pensar e planificar, em conjunto,
aspectos que possam alavancar políticas públicas em favor da cidadania.
Alfredo Peres da Silva, Diretor do Departamento Nacional de Trânsito do
Ministério das Cidades, que representa o Ministro das Cidades, Márcio Fortes de
Almeida, destaca que o Ministério das Cidades, dedicado às questões de habitação e
saneamento, também procura e pretende desenvolver atividades do seu Departamento
voltadas à área social, com a grande preocupação da defesa do cidadão e de sua
segurança. Afirma que isso só será possível mediante ações integradas, não apenas na
área do Trânsito, como também nas áreas da Saúde, dos Transportes, das agências
reguladoras – de transportes terrestres e aquaviários –, reunidas em um projeto de
governo que represente, em nível nacional, um plano global para a redução de acidentes
de trânsito.
Jarbas Barbosa, Secretário de Vigilância em Saúde, Representante do Ministro
da Saúde, Saraiva Felipe, afirma que a segurança no trânsito é um problema de grande
magnitude dos pontos de vista sanitário, social e econômico e do setor Saúde, este com
3
dupla responsabilidade: o atendimento dessas vítimas; e provisão de elementos de
informação, de vigilância, de estudos sobre o problema, para subsidiar a adoção de
políticas públicas que promovam uma redução desses eventos, e, assim, poupem vidas e
contribuam para a melhoria do nível de saúde da população. O Secretário lembra a
importância de uma advocacia política mais forte, uma vez que os acidentes de trânsito,
na sua grande maioria, não são acidentes de fato e sim eventos previsíveis; portanto,
passíveis de prevenção. Assinala os esforços por tentar fazer do desenvolvimento dos
instrumentos de vigilância uma forma de esclarecer e identificar tendências. Como
exemplos, chama atenção para o crescimento exponencial dos acidentes envolvendo
motocicletas, a partir do final dos anos 90; e para o fato de o decréscimo dos acidentes
de trânsito não ser observável nas diferentes regiões do Brasil de maneira homogênea,
em razão de fatores como urbanização acelerada e baixa capacidade de fiscalização de
alguns Estados. O Secretário observa, entretanto, vantagens na descentralização das
decisões para o nível local, nos setores da Saúde e do Trânsito no Brasil. Em sua
conclusão, espera e deseja um avanço da reflexão sobre o tema e, conseqüentemente, a
possibilidade de aperfeiçoarmos que a colaboração entre os setores do Trânsito e da
Saúde indica, extremamente benéfica e bastante positiva no sentido de reduzir os
acidentes com vítimas e o peso das mortes no trânsito do País e das Américas.
OBJETIVOS DA CONFERÊNCIA
I.
II.
III.
IV.
V.
VI.
VII.
VIII.
Definir como o setor Saúde pode melhorar o compromisso e a
responsabilidade pública com a segurança viária nas Américas, em parceria
com os outros setores.
Contribuir para melhorar o uso da informação
Apontar a necessidade de melhor utilização dos recursos para diminuição
dos fatores geradores de riscos, prevenindo a ocorrência do trauma no
trânsito.
Estimular a criação e o fortalecimento de conselhos nacionais de segurança
viária; e onde existam, fortalecê-los.
Fortalecer a participação social
Melhorar a cooperação técnica sobre essa questão entre os países
Formar uma aliança regional que permita essa cooperação técnica
Produzir um documento final da Conferência, com os conteúdos de suas
apresentações, recomendações e conclusões.
Participaram da Conferência 70 representantes de países, organizações
governamentais e não governamentais brasileiras e agências internacionais:
-
-
-
Argentina, Bolívia, Chile, Costa Rica, Estados Unidos da América
(E.E.U.U), Equador, El Salvador, Guatemala, Jamaica, México,
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Venezuela (15);
Brasil – Ministérios da Saúde, das Cidades, do Trabalho, da Ciência e
Tecnologia; Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde
(CONASEMS); Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde
(CONASS); Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, do Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão (Ipea/MPOG); universidades;
organizações não governamentais (ONG); setor privado; sociedades
médicas e Conselho Federal de Psicologia (49); e
Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS); Global Road Safety Fórum; Banco Mundial; Banco
Interamericano de Desenvolvimento (BID); FIA Foundation for the
4
Automobile and Society; e Centers for Disease Control and Prevention
(CDC), Atlanta, USA (7).
Foram apresentados e discutidos os seguintes temas:
-
Segurança no trânsito no mundo e nas Américas – revisão das
resoluções da ONU e OMS. O que deve ser feito?
Experiências do Brasil na promoção de segurança no trânsito:
Ministério da Saúde e Ministério das Cidades
Como promover uma colaboração efetiva entre Saúde, Trânsito,
Transportes e outros setores – México e Costa Rica
Setor Saúde – parceria com ONG
Fortalecimento do Setor Saúde em atribuições
específicas: cuidados com as vítimas, pesquisa, educação
e sistema de informações.
-
Álcool e acidentes de trânsito – o papel do setor Saúde na prevenção
Morbidade hospitalar causada por lesões no trânsito – Brasil, 2003
Progressos significativos: os esforços do CDC na prevenção de
acidentes de trânsito
5
APRESENTAÇÕES
Segurança no Trânsito no mundo e nas Américas
Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões do Trânsito – avanços e
realizações no mundo desde o lançamento em 2004
Etienne Krug
Diretor
Departamento de Prevenção de Violências e Lesões, da Organização Mundial da Saúde (OMS)
A cada ano, 1,2 milhão de pessoas morre nas estradas do mundo; entre 20 e 50
milhões de pessoas são feridas nas ruas, em sua grande maioria a restar com seqüelas de
incapacidades, ao menos por alguns meses ou, às vezes, pelo resto da vida. Essas
pessoas, que morrem ou que são feridas nas estradas, são aquelas a que se chama de
“usuários vulneráveis”.
A decisão política é o primeiro passo, talvez o mais importante, para gerar
iniciativas de ação. O Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões do Trânsito foi
lançado em 7 de abril de 2004, produto do trabalho conjunto da OMS com o Banco
Mundial e com vários peritos reconhecidos internacionalmente, para tentar descrever o
problema e suas possíveis soluções.
O Informe mostra, de forma bastante clara, o caráter universal do problema,
embora sua distribuição seja demasiado desigual segundo os países. Trata-se de um
problema econômico – custa, a cada ano, mais de 500 milhões de dólares em nível
mundial – e humano – em sofrimento que não se pode traduzir por cifras.
As taxas de mortalidade por acidentes de trânsito no Reino Unido, na Austrália, e
nos E.E.U.U mostram que, nesses países, obteve-se um progresso efetivo na redução da
mortalidade por acidentes de tráfego.
As respostas não podem ser as mesmas em todos os países e deve-se adaptar ao
tipo de problema que encontramos, apesar de os princípios a considerar serem os
mesmos. Assim, após o lançamento do Informe em nível mundial, mais de cem
ministros da saúde designaram pontos focais, dentro de seus Ministérios, para trabalhar
o assunto de forma mais organizada, como nunca haviam tentado antes; muitos países
começaram a trabalhar no desígnio de uma agência coordenadora, enquanto outros
decidiram elaborar planos de ação; e outros tantos, a organização de conferências
nacionais.
Em nível regional, iniciou-se um trabalho sobre indicadores e metas definidos. Na
África, por exemplo, espera-se reduzir à metade o número de mortos nas estradas do
continente até 2015. Vários países intensificaram programas de prevenção: capacetes no
Camboja, cintos de segurança na China, etc. A coleta de informação aumentou em
muitos países; ao tempo que outros estão a iniciar trabalho nos serviços préhospitalares, como Moçambique. Finalmente, há aqueles que decidiram concentrar
esforços no aprimoramento da infra-estrutura viária, como a Índia. É claro que muitas
ações já se encontravam em marcha, nem tudo começou no ano passado; porém, é
inegável o estímulo do Informe Mundial à consecução de tantas iniciativas de ação.
De um ano para cá, em nível da Organização das Nações Unidas, uma grande
colaboração também se iniciou, resultado do esforço consubstanciado no Informe de
2004 (ver Resoluções da ONU).
6
Segurança no trânsito nas Américas – avanços e desafios
Alberto Concha-Eastman
Assessor Regional
Assessoria Regional para Prevenção de Violência e Segurança no Trânsito, da Organização PanAmericana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OMS)
O trânsito, tradicionalmente não tem sido visto como responsabilidade da Saúde.
Em todo o mundo, discutem-se os objetivos do milênio, nem sempre com a consciência
de que, se lograrmos reduzir a mortalidade dos lesionados pelo trânsito, contribuiremos,
de alguma maneira, para a consecução desses objetivos.
A OPAS trabalha com a OMS, intensamente, para reforçar as atividades na região,
ademais de reunir uma série de sócios em nível mundial e regional – Organização dos
Estados Americanos (OEA), organismos bi e multilaterais, organismos não
governamentais, fundações, setor privado –, para que esse enfoque intersetorial/político
se aplique, de forma bastante clara e efetiva, no tema da segurança viária.
A OPAS responde às necessidades dos países, não às necessidades da
Organização, e converte-se em um foro de debates e diálogo, como é o caso desta
Conferência, embora contemple outras modalidades de cooperação técnica, e distintos
mecanismos, convertidas em organização de aprendizagem, ou seja: aprender
conhecendo com as experiências dos demais.
Da reunião de Brasília em 2004, saíram dois documentos que vocês podem
encontrar no portfolio: Segurança viária: um problema de política pública nas
Américas; e uma extensa revisão das informações colhidas junto aos países
participantes, constituindo um documento sobre a magnitude desse problema. Para
tanto, propusemos uma classificação dos países das Américas segundo taxa de
mortalidade, por pontuação: de baixo risco, taxa abaixo de 10 por 100.000 habitantes;
de médio risco, entre 10 e 20; e de alto risco, acima de 20. A maioria dos países está
entre o médio e o alto risco.
Não estamos dispostos a “começar do zero” e sim a avançar na construção de uma
melhor informação. Reconhecemos que existe uma diferença significativa na
mortalidade por tipo de usuário na região; entretanto, quase de forma homogênea, cerca
de 80% das vítimas fatais em cada país são homens, uma tendência quase generalizada
para todas as Américas. Outrossim, a maior participação nas taxas – e nos problemas de
trânsito – é de homens em idade produtiva, entre 30 e 44 anos.
Em Washington, pelo Dia Mundial da Saúde de 2004, uma declaração conjunta
sobre prevenção das lesões causadas no trânsito foi assinada pela diretora da OPAS,
pelo vice-presidente do Banco Mundial e pelos diretores adjuntos do serviço de saúde e
do departamento de transportes dos E.E.U.U.
Em Brasília, em 2004, nos demos conta de que se faz mais do que se supunha e
que se fazia. Há muitos conselhos ou comissões nacionais em distintos nos países –
México, Venezuela, Costa Rica, El Salvador, Chile, Argentina etc têm conselhos
nacionais.
Dessa reunião há um ano, algumas recomendações complementares às do Informe
Mundial: Propõe-se que os países definam metas em suas reduções.
Em Brasília, no ano de 2005, queríamos identificar meios para contribuir com o
preenchimento dos vazios da questão no setor Saúde, que, efetivamente, nos permitisse
avançar.
Em toda a região pan-americana, estima-se em mais de 130 mil mortos, 1,2
milhão de feridos e não se sabe quantos incapacitados; e, sem medo de errar, centenas
de milhares de incapacitados. Temos de assumir esse desafio com mais seriedade e
compromisso, e, assim, responder a ele com a diminuição desses números. Essa situação
– conforme já foi dito por todos –é evitável e não há mais o que discutir sobre isso.
7
Eliminado: melhora
Eliminado: na redução da
pobreza e da mortalidade infantil.
(???)
Eliminado: Dia Mundial de
Prevenção dos Acidentes de
Trânsito?
A segurança viária é outra forma de iniqüidade social em que os setores mais
vulneráveis são os mais afetados.
Não temos informações sobre custos, apenas dados isolados, de alguns países e
algumas cidades. Falta-nos, definitivamente, informação.
Bogotá é um exemplo positivo de que é possível sim, a democratização e a
recuperação do espaço público. Lá, conseguiu-se uma redução significativa da
mortalidade das vítimas do trânsito, de uma taxa de 25 por 100 mil habitantes em 1995,
até declinar para 8 por 100 mil hab, em 2004.
Experiências do Brasil na promoção de segurança no trânsito
Alfredo Peres da Silva
Diretor
Departamento Nacional de Trânsito, do Ministério das Cidades do Brasil
O Ministro das Cidades, reunido com o Conselho Nacional de Trânsito, procurou
transmitir aos conselheiros sua preocupação sobre segurança viária e segurança do
cidadão. No Conselho Nacional de Trânsito, há representações do Ministério das
Cidades, que o preside, e dos Ministérios dos Transportes, da Saúde, da Ciência e
Tecnologia, da Educação, da Defesa e do Meio Ambiente. O ministro das Cidades
solicitou que houvesse uma ação integrada entre essas áreas, incluindo até suas
assessorias parlamentares, em um trabalho conjunto para que medidas de mudanças na
legislação fossem agilizadas de modo a assegurar uma melhoria no trânsito brasileiro.
Envolvimento do Ministério da Saúde na prevenção de lesões e mortes causadas no
trânsito
Otaliba Libânio de Moraes Neto
Diretor
Departamento de Análise de Situação de Saúde, da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da
Saúde do Brasil
No Brasil, aproximadamente, 33 mil óbitos são decorrentes dos acidentes de
transporte terrestre.
Com relação às internações hospitalares, o Sistema Único de Saúde brasileiro
(SUS) congrega em torno de 70% de todas as internações hospitalares no país. De nove
milhões de internações hospitalares, 8,1% são decorrentes de causas externas; destas,
15% devidas a acidentes de transportes terrestres.
Destaca-se, como principal vítima, o pedestre; e uma tendência importante de
crescimento de mortes nos usuários de motocicleta, principalmente entre os homens.
Há um esforço por tentar identificar as diferenças dos riscos, seja em relação ao
espaço geográfico, seja em relação à idade, ao sexo; como também por introduzir
componentes das diferenças entre grupos de diversas etnias e segundo o nível de
escolaridade. Pessoas com menos de quatro anos de estudo, independentemente de sua
cor, apresentam um risco muito mais elevado, comparativamente aos que contam mais
de quatro anos de estudo.
8
Revisão das Resoluções da Organização das Nações unidas (ONU) e Organização
Mundial da Saúde (OMS) – O que precisa ser feito?
Etienne Krug
Diretor
Departamento de Prevenção de Violências e Lesões, da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Em 2004, pela primeira vez na história das Nações Unidas, a Assembléia Geral
decidiu falar sobre segurança viária. Raramente, a Assembléia Geral fala de saúde;
apenas assuntos como malária, tabaco e segurança viária alcançaram esse nível de foro
internacional de discussão, o que confere um peso significativo ao tema.
As resoluções da ONU, tanto em nível de Assembléia Geral como de Assembléia
Mundial da Saúde, não implicam documentos legais que obriguem os governos a
cumprir atividades; são diretrizes importantes, entretanto, compromissos que os
governos assumem de fato.
Em 14 de abril de 2004 adotou-se a Resolução da ONU chamada Improving
Global Road Safety, constituída de três pontos principais: o primeiro, de que os países
que a adotaram – e foi adotada unanimemente – tomariam nota das recomendações do
Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões do Trânsito; o segundo ponto, um
convite à OMS para uma colaboração estreita com as comissões regionais das Nações
Unidas, exercendo um papel coordenador dentro do sistema da ONU; e o terceiro ponto,
a convocação para um reforço da cooperação internacional sobre o tema.
No mês seguinte, maio, a Assembléia Mundial da Saúde adotou uma resolução
sobre a segurança viária – a Road Safety in Health, de número 57.10. Desde os anos 70,
a Assembléia não discutia a questão.
Os pontos mais importantes da Resolução 57.10 foram os seguintes:
primeiramente, o aceite da Assembléia Mundial da Saúde ao convite da Assembléia
Geral das Nações Unidas para exercer o papel coordenador do tema na ONU, e uma
série de recomendações aos membros da OMS e aos governos: primeiramente, a
integração da segurança viária aos programas de Saúde Pública; segundamente, a
recomendação para a realização de estudos sobre a situação da segurança viária e dos
acidentes de trânsito em nível nacional; em terceiro lugar, a preparação de um plano de
ação nacional; em quarto, a criação – se não existir ainda – de uma agência nacional
para o exercício da coordenação recomendada; em quinto lugar, a melhoria dos serviços
de emergência e de reabilitação para as vítimas, além da implementação de intervenções
de prevenção enfocadas, especialmente, sobre cinco fatores de risco importantes – uso
do cinto de segurança e de capacetes, prevenção do álcool, controle de velocidade e
mudanças na infra-estrutura viária. Neste momento, em nível de governos e no setor
Saúde, particularmente, nota-se um enfoque prioritário sobre essas prioridades, ao
menos.
Criou-se um grupo interagencial para tentar melhorar a colaboração internacional
sobre o tema. Esse grupo, que se iniciou com mais ou menos 30 agências, conta,
atualmente, com mais de 50 membros em caráter de colaboração, em nível das Nações
Unidas. O grupo é aberto à participação de outros, como as ONG que representam as
vítimas, representantes de governos que trabalham em nível internacional, doadores e
alguns representantes do setor público.
A Resolução A60L8 – Improving Global Road Safety –, adotada em 26 de
outubro de 2005, tem por objetivo Melhorar a Segurança Viária em Nível Global. De
conteúdo mais extenso que a primeira, convida os Estados-membros a implementarem
as recomendações do Informe Mundial, especificamente nos cinco fatores de risco
mencionados, e a estabelecerem uma agência coordenadora. Essa resolução também
chama a OMS e as comissões regionais a organizarem, em conjunto, a primeira
“Semana das Nações Unidas sobre a Segurança Viária”; e convida os Estados-membros
e a comunidade internacional a reconhecerem o terceiro domingo de cada ano como o
9
Dia Mundial para Lembrança das Vítimas da Insegurança Viária. Tamanho esforço tem
obtido reconhecimento e resposta rápida em nível internacional, na difusão cada vez
maior dessas atividades.
A primeira Semana das Nações Unidas sobre Segurança Viária será realizada
entre 23 e 29 de abril de 2007. Sob a motivação do tema “Usuários jovens”, a Semana
abordará a juventude que dirige. Apesar da definição bastante ampla, sua escolha
justifica-se, indiscutivelmente, no fato de os jovens constituírem a maior proporção de
vítimas de acidentes, além de seus maiores causadores.
O que esperamos é que esta semana, assim como o Dia Mundial da Saúde, seja
celebrada em cada um dos países, em que cada governo decida o que for mais adequado
ao avanço de sua agenda nacional sobre o tema, sem ignorar a contribuição das
atividades organizadas pelos grupos de vítimas, ONG, pesquisadores, técnicos
especialistas e outros.
A título de comentários adicionais, em resposta às observações apresentadas aqui,
não se pretende obrigar que todos os países elevem a Saúde Pública à condição de
coordenadora de políticas nacionais mais amplas na área de segurança no trânsito. Cada
país deve decidir qual a área institucional mais preparada para assumir esse posto.
Parece-me ideal se a coordenação se dê em nível do gabinete de Primeiro-Ministro,
Presidente ou similar, o que asseguraria a transversalidade no enfoque do problema.
Afinal, uma boa coordenação não é aquela que dá conta da consecução de todas as
ações, senão a que estimula iniciativas e ações cuja execução é de responsabilidade de
cada um dos participantes de um programa de atividades segundo o que lhe compete,
tanto no plano nacional quanto no da cooperação internacional.
É importante que se tenha em mente que todos os governos assinaram e adotaram
essas resoluções, independentemente de mudanças de pessoal e de governo, que não
podem alegar desconhecimento, tampouco desconsiderar os compromissos assumidos
pelos gestores que os antecederam. É nosso papel lembrá-los disso.
Fortalecimento do setor Saúde em atribuições específicas: cuidados
com as vítimas, pesquisa, educação e sistema de informações
Álcool e acidentes de trânsito – o papel do setor Saúde na prevenção
Maristela Monteiro
Assessora Regional
Assessoria Regional para Álcool e Abuso de Substâncias, da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS), Washington D.C.
Na região das Américas, o álcool aparece no cômputo geral como o principal fator
de risco para as doenças, mais do que baixo peso, desnutrição e tabaco, especialmente
nos países mais pobres. Juntando todos os países, o álcool ainda permanece em primeiro
lugar.
Entre os homens, 13% da mortalidade na região das Américas relacionam-se ao
consumo de álcool, enquanto entre as mulheres, essa relação é de 3,4%; para o total de
ambos os sexos, 8,8% – quase 10% –, o que significa, grosso modo, que uma em cada
dez mortes na região atribui-se ao uso de álcool. As principais causas de mortalidade
são, justamente, as lesões intencionais e não-intencionais, em que os acidentes de
trânsito se enquadram. Por conseguinte, existem áreas onde se pode interferir em termos
de Saúde Pública, com políticas para diminuir o consumo, tanto da população geral
como da específica, de padrões de consumo excessivos.
10
Nesse sentido, políticas mais eficazes dependem de alguns pontos mínimos a
serem definidos:
-
-
definição de idade mínima para compra de bebidas alcoólicas –
geralmente, 18 anos, na maioria dos países da região;
monopólio do governo para a venda de bebidas no varejo;
restrição dos horários ou dias de venda de bebidas alcoólicas;
restrição dos pontos de venda;
cobrança de impostos sobre as bebidas alcoólicas, de modo a aumentar
seus preços em relação aos de outros produtos;
instalação de pontos de controle da alcoolemia – ou sobriedade – ao
longo das estradas;
definição de limites mais baixos para a alcoolemia – quanto mais
baixos, melhor o resultado;
suspensão administrativa da licença ou concessão da licença para
conduzir de maneira graduada, para novos motoristas (jovens
apresentam dez vezes mais chances de envolverem-se em acidentes); e
intervenções breves voltadas aos consumidores de risco não
dependentes, a serem realizadas no nível primário do sistema de saúde,
as quais já se mostraram efetivas e de considerável impacto
populacional.
O tratamento da dependência do álcool é eficaz, em nível individual. Na
abordagem geral da população, contudo, o número de dependentes é bastante menor,
dentro do universo de pessoas que bebem em excesso apenas algumas vezes, e o
impacto de um tratamento, ainda que bem feito, é pequeno em condições mais amplas
da Saúde Pública. Isso não impede, certamente, que se compreenda e se atenda à
necessidade de tratamentos para os dependentes dentro do sistema integral de saúde de
todos os países.
Nesse caso, quais as práticas menos eficazes? Respostas:
-
-
-
-
adoção/cumprimento de código voluntário para as práticas nos bares,
por pessoas encarregadas de servir bebidas alcoólicas; elas não
atenderiam aqueles que já se encontram intoxicados – não há evidência
de que essa prática funcione, em nível de Saúde Pública;
promoção de atividades que não incluam ingestão de bebidas
alcoólicas;
educação nas escolas e universidades sobre os malefícios causados pelo
álcool – não foram observados resultado positivos dessa medida, em
médio ou longo prazo, que retardassem o início do uso de maneira
consistente ou diminuíssem o consumo entre aqueles que dele já se
utilizam;
divulgação de mensagens de serviço público – não têm impacto, de
fato, porque competem com a propaganda massiva da indústria de
bebidas;
fixação de etiquetas de advertência nos produtos;
utilização de motorista designado ou de serviços de táxi que levem as
pessoas – não fazem mal; em nível populacional, o número de pessoas
que seriam necessárias para que o impacto desse tipo de medida fosse
significativo seria muito grande, nem sempre possível; outrossim,
geralmente, o que a população interpreta em relação ao método
“motorista designado” é que, por exemplo, quando um grupo de
amigos vai a uma festa, aquele que está “menos bêbado” é o indicado
para conduzir o veículo com os demais, o que pode colocar todos sob o
mesmo risco.
11
Entre as práticas mais eficazes, destacam-se os pontos de controle de sobriedade
em blitz, que funcionam, principalmente, pelo fator de dissuasão. Seu custo é moderado,
relativamente, e atinge a população geral, na checagem aleatória da alcoolemia. Na
checagem “randômica” (aleatória), a polícia pára alguém e checa suas condições para
dirigir, simplesmente. A evidência científica da eficácia dessa medida é bastante
considerável, inclusive, na prevenção de acidentes fatais e não-fatais e na redução do
evento combinado álcool-direção.
O estabelecimento de níveis mais baixos da alcoolemia é uma medida muito
eficaz (recomenda-se um mínimo de 0,08%). Para jovens, costuma-se adotar a chamada
“tolerância zero”.
Essas medidas são mais eficazes porque produzem diminuições sistemáticas, de
longo prazo, que variam de 5 a 30%.
Eis a situação atual das políticas de alcoolemia nos países da região:
-
República Dominicana – não existe limite estabelecido
Costa Rica, Guiana e Panamá – 0,00-0,03%
Brasil, Argentina, Chile, Equador, Jamaica e Venezuela – 0,04-0,06%;
Demais países – 0,06% ou mais.
A suspensão da licença para conduzir só ocorre nos E.E.U.U. e na Costa Rica;
nenhum outro país adota essa medida.
O que se pode fazer?
-
-
aplicação sistemática da lei – as mudanças na legislação e na sua
interpretação podem trazer grandes benefícios, como a definição do
que é considerada bebida alcoólica ou do percentual máximo-limite
para aprovação do motorista no teste de alcoolemia; e
educação do público – não sobre os malefícios do álcool e sim no apoio
a mudanças na legislação e ao desenvolvimento de ações comunitárias,
por exemplo, de iniciativas de ONG.
O que compete ao setor Saúde?
-
-
atualização da formação dos profissionais de saúde sob a perspectiva
do consumo de álcool e suas implicações para a Saúde Pública;
estímulo à investigação sobre a relação entre acidentes e consumo de
álcool – os dados disponíveis referem-se, tão-somente, a pesquisas
realizadas nos E.E.U.U., no Canadá e em alguns países; não há,
todavia, uma coleta sistemática de dados ou estudos locais sobre essa
relação;
inclusão de indicadores de consumo de álcool na vigilância nacional –
vigilância sanitária – do sistema de saúde; e
tomada de medidas de políticas nacionais que combatam ou diminuam
o consumo geral de bebidas alcoólicas pela população, com efeitos
positivos, certamente, sobre a relação entre álcool e acidentes de
trânsito.
A OPAS trabalha, atualmente, no desenvolvimento de uma estratégia regional de
ajudar aos países da região que desejem implementar políticas mais efetivas.
12
Morbidade hospitalar por acidentes de trânsito
Vilma Pinheiro Gawryszewski
Coordenadora
Coordenação de Prevenção de Acidentes e Violências, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo,
Brasil
A fonte de dados é o sistema de informações hospitalares. No Brasil, a maior parte
das internações é realizada pelo sistema público de saúde do país, o SUS, que responde
por cerca de 85% das internações. Esse valor, também proporcionalmente, varia de
acordo com a unidade da federação; alguns Estados, que contam com uma renda
populacional mais alta, apresentam uma proporção maior de população usuária de
hospitais privados.
O banco de dados do SUS soma, aproximadamente, 11 milhões de internações por
ano. No ano de 2003, por exemplo, 11 milhões e 600 mil internações, das quais 6,5% –
quase 750 mil, em números absolutos – deveram-se a causas externas; destas, a maior
parte – 650 mil – por acidentes e lesões não intencionais; e 114.189, por acidentes de
transportes.
As vítimas de acidentes de transporte, em média, permanecem mais tempo
internadas, mais do que o tempo dispensado pelo total das causas externas, embora
menor do que o tempo de internação dos pacientes por causas naturais. O gasto médio
das internações por esses acidentes também é maior do que o gasto de internação por
todas as causas externas, assim como pelas causas naturais. A vítima de acidente de
trânsito; seu custo/dia médio á maior que o das outras causas externas e o das causas
naturais.
A taxa de mortalidade entre as vítimas internadas por acidentes de transporte é
maior do que a das vítimas por todas as outras causas externas e também pelas causas
naturais, o que indica serem os acidentes de transporte determinantes de lesões bastante
graves. Se essa vítima fica menos tempo internada no hospital, ainda assim, apresenta
uma letalidade maior e representa, também, um gasto maior para o sistema público de
saúde.
Os gastos públicos em um país que não dispõe de renda tão alta é uma questão por
demais relevante, daí a importância da prevenção dos acidentes, não só para baixar a
taxa de mortalidade e evitar seqüelas, como também para reduzir os gastos públicos
com internações de pacientes lesados em acidentes de trânsito.
Progressos significativos – os esforços dos Centers for Disease Control and
Prevention (CDC) dos Estados Unidos da América (E.E.U.U.) na prevenção de
acidentes de trânsito
Ileana Arias
Director
National Center for Injury Prevention and Control (NCIPC)/Centers for Disease Control and Prevention
(CDC) of the United States of America
A missão deste departamento no Centro de Controle de Doenças (CDC) dos
E.E.U.U. é reduzir mortes associadas a lesões não intencionais e violência; e os custos
hospitalares e outras conseqüências dessas lesões.
Nos E.E.U.U., lesões decorrentes de acidentes no trânsito são responsáveis por
42.000 mortes anuais e constituem a principal causa de morte até os 44 anos, com
grande impacto em crianças e adolescentes. Responsáveis por cerca de 400 mil
hospitalizações/ano, os acidentes de trânsito são a terceira causa de atendimentos nas
13
unidades de emergência e provocam 50% a 60% dos traumatismos de crânio e lesões
medulares. Supõem gastos de, aproximadamente, US$150 bilhões de dólares ao ano.
Para a Saúde Pública, o CDC trabalha em atividades de vigilância para conhecer
o problema, identificar fatores de risco e de proteção, desenvolver e avaliar estratégias
de prevenção, disseminar informações e apoiar programas em nível comunitário. Jovens
motoristas ou ocupantes de veículos, pedestres e indivíduos com mais de 60 anos
apresentam maior risco de lesões causadas no trânsito, razão pela qual o CDC prioriza o
enfoque de suas ações nesses grupos e trabalha para identificar os fatores de risco de
cada uma das populações e grupos etários e construir, a partir dessa informação reunida
e analisada, estratégias de prevenção.
O CDC interessa-se em trabalhar com outros países, na destinação de recursos
para ajudá-los; e também para conhecer suas experiências bem-sucedidas e adaptá-las
ao nosso.
Um dos projetos que estamos desenvolvendo é vigilância de lesões nos hospitais
para emergências, especificamente das lesões causadas no trânsito, com informações
sobre o uso de álcool e o tipo de veículo envolvido. Trabalhamos com a Nicarágua, El
Salvador, a Colômbia, a Guatemala e Honduras na padronização da coleta de
informações nos diferentes países e serviços, para permitir a comparação entre eles.
Estimulamos o uso e a disseminação dessas informações e identificamos e apoiamos
programas de prevenção efetivos que as utilizem.
Concluímos que a coleta de dados em unidades de emergência é possível. As
autoridades de saúde estão interessadas em coletar esses dados e utilizá-los na
elaboração de políticas de prevenção. A título de exemplo, a Nicarágua desenvolveu um
plano de prevenção de acidentes entre ciclistas. Parte desse constituiu-se no
desenvolvimento de um programa de treinamento para profissionais dessas unidades
hospitalares.
Como promover uma colaboração efetiva entre Saúde, Trânsito,
Transportes e outros setores
A perspectiva do setor Saúde – a experiência mexicana para a adoção de políticas
de trânsito, a partir do setor Saúde
Arturo García Cruz
Centro Nacional para la Prevención de Accidentes, de la Secretaría de Salud de Méjico
No México, são os seguintes os avanços alcançados desde a formulação das seis
recomendações publicadas no Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões do
Trânsito:
-
-
-
conclusão, no início de 2005, a instalação dos Conselhos Estatais em
31 entidades federativas e no Distrito Federal, com seus respectivos
comitês de prevenção de acidentes nos seguintes lugares: lar, escola,
via pública, trânsito, trabalho, centros de esporte e recreação;
realização de atividades educativas, como leitura dos conteúdos de
livros sobre prevenção de acidentes difundidos nas unidades médicas,
como parte da estratégia de promoção da saúde por grupos etários; e
campanhas de prevenção de acidentes dirigidas à população geral, cujo
objetivo é conscientizá-la de que os acidentes não ocorrem por
casualidade ou fatalidade;
participação de representantes do Centro Nacional de Prevenção de
Acidentes no comitê consultivo da Organização Mundial da Saúde para
14
Eliminado: nas três variantes
(que variantes o
Eliminado: a
Eliminado: a
Eliminado: o
Eliminado: o
Eliminado: o
-
-
-
-
-
a celebração do Dia Mundial da Saúde 2004; e na elaboração do
Informe Mundial sobre a Prevenção das Lesões do Trânsito, em
Genebra, Suíça;
realização de reuniões com instituições e organizações governamentais
e não governamentais para definir políticas e estratégias de cooperação
em matéria de prevenção de acidentes de trânsito;
elaboração de um projeto de contas nacionais de acidentes que permita
ao país conhecer o real impacto econômico dos acidentes de trânsito no
seu setor da Saúde, cujos custos ainda se desconhecem;
desenvolvimento do projeto de um atlas da segurança viária do México,
insumo cartográfico básico para análise, atenção e prevenção dos
acidentes de trânsito no México, trabalho que conta com o apoio da
Organização Pan-Americana da Saúde, do Centro Nacional para a
Prevenção de Acidentes, da Direção Regional de Epidemiologia e do
Instituto de Geografia da Universidade Nacional Autônoma do México;
administração, junto ao Conselho de Segurança Geral, da emissão de
acordo contemplando diversas medidas de proteção, com o objetivo de
diminuir a ocorrência e o impacto dos acidentes de trânsito;
elaboração de um manual de primeiros socorros; e
início da sistematização e implementação do modelo de atenção préhospitalares das urgências médicas em algumas unidades federativas.
Organizações como a Fundação Mexicana para a Saúde e a Fundação de
Investigações Sociais têm sido fundamentais em seu apoio dedicado á questão e impulso
à tomada de medidas de prevenção de acidentes viários e avaliação de seu impacto.
Perspectiva do setor de Transportes/Trânsito na Costa Rica
Roy Rojas
Director Ejecutivo
Consejo de Seguridad Vial (COSEVI) de Costa Rica
Na Costa Rica, concebemos o tema da segurança viária no cenário de um processo
social, em que interagem três fatores – a frota, a via e o ambiente – e o fator humano;
este, sempre e em qualquer país, influenciado, de forma determinante, pela cultura, pela
política, pela economia, pela tecnologia e pela socialização.
As abordagens de uma segurança viária devem ser integrais, multidisciplinares,
intersetoriais. Trata-se de um assunto de direitos, de qualidade de vida e de construção
de cidadania. Igualmente, deve-se trabalhar desde, com e para a população.
A Costa Rica é um país pequeno, com quatro milhões de habitantes, dos quais
quase um milhão constituído de população imigrante, oriunda de nosso país vizinho, a
Nicarágua. Temos uma frota de 1,1 milhão de veículos, cujo crescimento observado foi
da ordem de 171% desde o ano 2000; e 29 mil quilômetros de estradas, sete mil
asfaltados e, destes, 22% em bom estado. Eis um cenário de alta exposição a riscos, que
deve ser considerado com a devida importância pelo nosso país e sua população.
Consejo de Seguridad Vial (Conselho de Segurança Viária)
O Conselho de Segurança Viária da Costa Rica é uma junta diretiva intersetorial,
de financiamento próprio, que já conta 27 anos de existência e uma lei da administração
viária, a partir da qual teve origem e que estabelece sua organização, além de operar a
lei geral de trânsito. É dentro do Conselho que o setor Saúde participa e vincula-se a
15
todos os demais setores interessados na questão: judicial; de seguros; da Educação; e a
área técnica do setor de Transporte e Obras Públicas.
Marco da política pública
A política pública deve promover a integração e a participação dos atores sociais
do processo político. Deve ser suscetível a um controle de avaliação muito preciso,
simples, do qual derivem ações concretas, e articular e alinhar as políticas internacional,
nacional e local.
Atualmente, a Costa Rica trabalha em um processo de regulamentação do
credenciamento de condutores, em que se tornar um condutor habilitado, efetivamente,
representa um privilégio e não um direito.
O Conselho de Segurança Viária, ademais, transfere 10% de seu orçamento às
municipalidades, para que desenvolvam programas e projetos de segurança viária.
Ações executadas
-
-
-
revisão técnica veicular;
fortalecimento e a formação de condutores;
regulamentação de normas de retrorreflexão nos veículos de carga;
fortalecimento da polícia de trânsito – a polícia nacional de trânsito da
Costa Rica está submetida à coordenação do setor de Transportes e
Obras Públicas e preocupa-se com o maior controle sobre a velocidade
e os condutores sob efeito do álcool e outras drogas;
implementação da Brigada Viária, incorporação de caráter oficial e
ação transversal, dedicada à educação em segurança viária desde o
nível pré-escolar até o final do estudo secundário; e
campanha de pedestres com foco nos migrantes.
Resultados
Na Costa Rica, 76% dos condutores não utilizavam cintos de segurança em 2003;
depois de realizada a campanha, 82% dos condutores e acompanhantes usam o cinto de
segurança.
Redução de 17,10 mortes por 100.000 habitantes em 2000, para 14,06
mortes/100.000 hab. em 2004, meta a que o país de propôs em seu plano nacional.
Lições aprendidas e seus ganhos positivos
-
-
apoio político à segurança viária;
existência de políticas públicas;
plano nacional em execução, cujos resultados são acompanhados por
uma instituição reitora da segurança viária;
fonte de financiamento auto-sustentável;
envolvimento orgânico da empresa privada;
reconhecimento de um problema de Saúde Pública, de complexidade
social;
polícia de trânsito como unidade executora do Conselho de Segurança
Viária, órgão que zela pelas condições de infra-estrutura e transporte
público;
sistema de informação georreferencial em construção – formato .net;
desconcentração da segurança viária no nível local e transferência de
fundos;
legislação com enfoque em Saúde Pública; e
comunicação orientada para a construção de uma cultura civil sobre
trânsito.
16
Setor Saúde – parceria com organizações não governamentais (ONG)
Fórum Global de Segurança no Trânsito – a colaboração para a segurança no
trânsito na América Latina e Caribe
Mark Rosenberg
Estados Unidos da América
Como transformar conhecimento e pesquisas em políticas de ação no trânsito para
a América Latina e Caribe?
Uma força-tarefa trabalha nesse sentido, com a participação de: Comissão
Econômica para a América Latina (CEPAL) em nível regional; National Highway
Traffic Safety Administration/E.E.U.U.; FIA Foundation for the Automobile and
Society; Banco Interamericano de Desenvolvimento; Organização Pan-Americana da
Saúde; e Banco Mundial.
Os Estados Unidos da América não estão fazendo o suficiente para reverter as
taxas de mortalidade por acidentes de trânsito apresentadas pelo país, enquanto nos
demais países com alta renda elas diminuem. Em países de outras regiões e continentes,
como Oriente Médio, África, América Latina e Ásia, entretanto, essas taxas seguem em
ascenso. Se nos E.E.U.U., os acidentes envolvem ocupantes de veículos motorizados
protegidos por mecanismos como cintos de segurança e airbags, no Quênia e no
Vietnam, os maiores envolvidos são motociclistas, ciclistas e pedestres vulneráveis.
Há cada vez mais carros nas ruas e o número de mortes entre os usuários
vulneráveis aumenta na maioria dos países. As lesões e seqüelas são muito mais
freqüentes do que as mortes; a sobrecarga dos efeitos desses acidentes para as famílias,
as comunidades e o sistema de saúde, portanto, é extraordinária. Isso é tão previsível
quanto possível de ser prevenido; entretanto, a Saúde Pública, o setor de Transporte, a
Educação, a legislação em vigor, projetos de urbanização, financiamentos e políticas de
desenvolvimento e justiça social não cuidam dessa questão como uma prioridade. É
importante a tarefa de todos em criar uma demanda para a segurança no trânsito e que
ela seja tratada pelos políticos como uma questão prioritária de ação, para que se
interrompa o avanço e se reverta o que já constitui uma epidemia.
Caso contrário, o sistema de trânsito na América Latina e Caribe continuará a ser
desenhado para produzir milhares de mortes a cada ano.
Experiência de trabalho com o setor Saúde – aprendizagens e caminhos para
melhorar
Eduardo Bertotti
Instituto de Seguridad y Educación Vial (ISEV), Argentina
O Instituto de Seguridad y Educación Vial (ISEV), na Argentina, é um centro de
caráter privado, criado em 1985 para atender à necessidade de um espaço de estudo e
investigação em matéria de trânsito, transporte, educação e segurança viária. Seu
principal objetivo é levar a cabo ações de assessoramento, assistência técnica e
capacitação dos setores público e privado sobre o tema em questão.
Para o ISEV, o acidente de trânsito é um resultado não desejado. Sua logomarca
representa três fatores básicos a serem considerados para a segurança nos transportes:
fator humano; fator ambiental; e veículo. Nos seus 20 anos de trabalho, o ISEV sempre
primou pelo desenvolvimento de atividades multidisciplinares. O Instituto compõe-se
dos seguintes departamentos: Trânsito; Justiça; Medicina de trânsito; Acidentologia;
Transportes; Segurança viária; Educação viária; Capacitação; e Projetos. Seu trabalho
17
do ISEV é pautado nas recomendações do Informe Mundial sobre a Prevenção das
Lesões do Trânsito.
Metodologia de custos de acidentes de trânsito em aglomerações brasileiras
Ieda Maria de Oliveira Lima
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão do
Brasil
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão vinculado ao Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão brasileiro, conta, desde 1998, com uma linha de
pesquisa de quantificação dos custos das externalidades do trânsito, a começar pelo que
denominamos “Custos dos congestionamentos nas áreas urbanas”, desenvolvido entre
os anos de 1998 e 2000.
Metodologia
O que é acidente de trânsito?
É um evento que ocorre em vias públicas, inclusive nas calçadas. Consideramos
acidentes de trânsito os acidentes ocorridos com pessoas sem envolvimento de veículos
e, evidentemente, aqueles decorrentes do trânsito de veículos e pessoas que resulta em
danos humanos e materiais – compreendidas, aqui, colisões, choques, capotamentos,
tombamentos, etc.
Classificamos o acidente de trânsito da seguinte forma:
-
Acidente com fatalidade – acidente que resulta em uma morte, ao
menos;
Acidente com vítima –acidente que tem pelo um ferido, ao menos, sem
morte; ocorrência de morte; e
Acidente sem vítima – acidente sem mortos ou feridos.
Quanto aos envolvidos, dividimos os acidentes em:
-
Envolvendo veículos; e
Não envolvendo veículos – caso, por exemplo, da queda de pedestres e
de ciclistas.
Os componentes de custo considerados foram: danos à propriedade; custos
médico-hospitalares: custos de perda produção; e outros custos, como os de atendimento
policial, de processos judiciais, de congestionamentos.
Entre os principais resultados do projeto, avaliamos o total dos custos estimados
em razão de acidentes de trânsito em aglomerações urbanas brasileiras, em reais,
especificamente para o mês de abril de 2003: R$5,3 bilhões. Esse valor pode ser
dividido em: 43%, a maior proporção do custo estimado, em perda de produção; 30%,
em danos à propriedade; 16%, em custos médico-hospitalares; e 11%, em outros
dispêndios.
Os automóveis, que então representavam 93% da frota de veículos rodando nas
cidades deste país, foram responsáveis por apenas 7% dos acidentes de trânsito com
vítimas, enquanto as motos, 29% da frota, foram responsáveis por 71% dos acidentes
com vítimas.
18
A contribuição do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento –
Banco Mundial (BIRD)
Anthony Bliss
O Banco Mundial tem trabalhado na promoção da segurança no trânsito há mais
de duas décadas. Hoje, faz uma revisão do que já foi feito e propõe uma nova maneira
de trabalhar, considerando a estrutura nacional e a cultura.
O relatório mundial destaca que a capacidade de trabalhar com segurança viária
é insuficiente nos países de baixa e média renda. O que é feito não é mensurado, as
intervenções são fragmentadas e os países não focam os resultados.
Temos recursos para apoiar iniciativas destinadas a melhorar essas debilidades,
ajudar os países a avaliar a própria capacidade de aprimorar a segurança viária e fazer
com que aprendam a desenvolver projetos com esses objetivos. Vietnã e Irã são
exemplos de países onde o Banco Mundial financia projetos de caráter intersetorial,
voltados para áreas de grande concentração de colisões. A contribuição financeira do
Banco a projetos como esses soma, aproximadamente, US$5 milhões.
São objetivos da aplicação desses recursos fortalecer as abordagens da questão
em nível mundial, mediante a coordenação das ações, agilizar a transferência de
conhecimento aos países de baixa e média renda e, também, promover soluções de
infra-estrutura e melhoria da segurança viária.
A contribuição do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
Arne Paulson
O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) trabalha de forma similar
ao Banco Mundial no financiamento de projetos dirigidos ao setor Transportes, em que
o componente Segurança é, igualmente, elevado à condição de prioridade. Um trabalho
desenvolvido em Lima, Peru, é exemplar nesse sentido.
As atividades necessárias não estão restritas ao Transporte, incluem a assistência
à saúde. Questão das mais importantes para o BID é a de levantamento, coleta e análise
dos dados e construção de um sistema de informações, indispensável para o
estabelecimento das prioridades de financiamento de projetos.
19
DESTAQUES DOS CONTEÚDOS DAS APRESENTAÇÕES
Causas de lesões no trânsito
-
forma de planejamento do transporte e dos deslocamentos;
excesso de velocidade;
ingestão de bebidas alcoólicas;
falta de visibilidade pelos usuários da rua;
não-uso de capacete, cinto de segurança e cadeira para crianças;
segurança dos veículos; e
assistência às vítimas pós-ocorrência de acidente – serviços existentes e
não existentes, respostas a emergências, reabilitação dos incapacitados.
Fatores de risco segundo os ciclos de vida
Crianças
-
não-uso ou uso incorreto de cadeira ou cinto de segurança;
distração; e
maior vulnerabilidade das crianças ocupantes de veículos, ciclistas e
pedestres.
Adolescentes
-
inexperiência (habilidades, comportamento);
não-uso de cinto de segurança;
ingestão de bebidas alcoólicas;
velocidade excessiva;
distração;
atitudes de risco;
uso de bicicletas; e
ser do sexo masculino.
Adultos
-
não-uso de cinto de segurança;
direção agressiva;
exposição ao trânsito;
ingestão de bebidas alcoólicas;
cansaço;
velocidade excessiva;
distração;
ser pedestre; e
ser homem.
Ações de promoção de saúde e articulação intersetorial
Estas ações devem acontecer entre os vários setores do governo, bem como por
iniciativa direta dos meios de comunicação, sociedade civil e setor privado. É
importante construir um plano estratégico, tanto operacional como financeiro, que possa
garantir uma administração e liderança efetiva, propiciar a troca de conhecimento sobre
experiências e práticas bem-sucedidas, e, ainda, acompanhar e avaliar os projetos.
20
Papel do setor Saúde
A Saúde tem uma responsabilidade maior – não única, porém principal – na
condução desse assunto, na função de coleta dos dados e organização das informações,
primeira linha de contato com as condições das vítimas dos acidentes mortais e nãomortais. A instituição também pode contribuir no apoio à investigação das causas do
problema; e no âmbito da prevenção, pode trabalhar na promoção de mudanças de
comportamento dos usuários – consumo de álcool, uso de capacete, cinto de segurança e
cadeira para crianças, por exemplo.
O setor exerce um papel importante na avaliação das intervenções, cujo impacto,
freqüentemente, é desconhecido; e contribuir para a construção de políticas nacionais
para o enfrentamento do problema. É dever da Saúde melhorar os serviços prestados às
vítimas, no seu atendimento e reabilitação, não apenas da sua condição física, como
também do seu bem-estar psicológico; e advogar em defesa da magnitude social dos
acidentes de trânsito, buscando respostas possíveis ao enfrentamento da questão.
A Saúde deve assumir o papel de protagonista do processo e não somente o
encargo dos problemas de assistência médica e custos que esses acidentes causam ao
sistema público.
Legislação
Todos os países das Américas dispõem dispositivos legais mais ou menos
eficientes, que, entretanto, devem ser revisados permanentemente, cumpridos de
maneira responsável e conseqüente, portanto efetiva.
O Brasil representa um exemplo dessa atitude, em que a implantação do Código
Nacional de Trânsito em 1998 constitui um marco na redução e prevenção de acidentes
de trânsito no país. Graças a uma série de medidas previstas no Código, como a
obrigatoriedade do uso do capacete por motociclistas, de cinto de segurança por
condutores e passageiros, elevação dos valores das multas por infrações e sua pontuação
cumulativa o limite da suspensão ou perda da licença de motorista, e outras mais,
observou-se, com efeito, uma redução da mortalidade por acidentes de trânsito no
Brasil.
Sistema de informações
Um sistema de informações é um excelente instrumento de diagnóstico e um
importante subsídio à implementação e avaliação das políticas públicas. Além dos
sistemas de informações de mortalidade e morbidade hospitalar, a vigilância de lesões
nas unidades de emergências, especificamente das lesões causadas no trânsito, pode
dispor de informações, por exemplo, sobre ingestão de álcool e tipo de veículo
envolvido, que muito contribuem nesse sentido.
Uma experiência a considerar é a do CDC na Nicarágua, em El Salvador, na
Colômbia, na Guatemala e em Honduras. Sua padronização na coleta de informações
nesses países e sobre os serviços prestados aos acidentados permitiu comparação entre
eles. Além de estimular o uso e a disseminação dessas informações, o trabalho
promovido pelo órgão permitiu a identificação e o apoio a programas de prevenção
efetivos. O CDC concluiu que a coleta de dados em unidades de emergência é possível,
haja vista o interesse despertado pelas autoridades de saúde na sua utilização para o
desenho de políticas de prevenção. Por exemplo, a Nicarágua desenvolveu um plano de
prevenção de acidentes envolvendo ciclistas.
Um sistema de informações deve se articular e integrar as diversas fontes de dados
– da Saúde, dos órgãos de trânsito, da Justiça, dos Direitos Humanos e outros. No
Brasil, no âmbito da rede interagencial para informações em saúde, constituiu-se um
21
grupo específico de trabalho com o objetivo de analisar a consistência das diversas
fontes de dados, construir e padronizar indicadores adequados ao monitoramento e
vigilância dos acidentes de trânsito no país.
Cobertura de seguros
Quase todos os países adotam o seguro obrigatório para acidentes de trânsito,
entretanto insuficiente para atender a situação de pessoa lesionada ou sua família – se
perdeu pai mãe no sinistro. Diversos problemas sociais advêm da falta de cobertura dos
seguros, questão que deve merecer maior atenção dos países.
Atendimento às vítimas
Para o atendimento adequado às vítimas, é mister definir protocolos e fluxos – de
referência e contra-referência, especialmente – entre os diversos serviços, Municípios e
Estados. Construir um projeto de atenção humanizada integral implica promover uma
política nacional que articule esses pontos e integre o atendimento de urgência e préhospitalar.
No Brasil, há mais ou menos dois anos, implantou-se o Serviço de Atendimento
Móvel de Urgência (Samu) por veículos equipados para um atendimento pré-hospitalar
ágil e qualificado, que responde pelo numero telefônico 192.
Intervenções efetivas
-
-
ampliação do uso de cinto de segurança – o cinto de três pontos
apresenta um eficiência de 45 a 55% na prevenção lesões fatais – e de
cadeiras para transporte de crianças;
posição dos menores no assento posterior do veículo;
uso de capacete protetor para os ocupantes de motocicletas; e
proibição da utilização de telefones celulares ao se conduzir um
veículo.
Idosos
-
identificação e medição dos fatores que afetam esse grupo e que
costumam não causar danos a outros, senão a eles próprios;
avaliação do momento e como os idosos devem parar de dirigir; e
levantamento dos medicamentos para idosos que podem afetar sua
segurança ao dirigir.
Entre essas intervenções, destaca-se a proposição de políticas de redução dos
danos causados pelo consumo do álcool, tema a ser tratado em conferência específica.
22
RECOMENDAÇÕES
(CONSTRUÍDAS PELOS GRUPOS DE TRABALHO CONSTITUÍDOS NA CONFERÊNCIA)
Iniciativas públicas de segurança viária
-
-
-
plano de âmbito nacional, regional e local que envolva diferentes
setores da sociedade;
criação de um comitê estratégico, liderado por alguma instituição, que
envolva as áreas institucionais da Saúde, Educação, Segurança Pública,
Trânsito, Medicina Legal, Turismo, Meio Ambiente, Cultura; e
representantes da sociedade civil (ONG) e do setor privado;
inclusão na agenda do governo da obrigatoriedade de construção de
uma política de Estado – e da Saúde Pública – para o setor de Trânsito;
busca por garantir a vontade política e o envolvimento das autoridades
públicas na consecução das ações previstas pela política nacional de
trânsito;
coordenação de competências e responsabilidades para o setor;
prioridade às ações de redução dos acidentes de trânsito com vítimas;
definição de políticas específicas para motocicletas; e
ações voltadas para a segurança na circulação de pedestres.
Recursos
-
Incremento do orçamento destinado à prevenção, atenção e reabilitação
de vítimas de acidentes de trânsito.
Sistema de informações
-
integração dos sistemas de forma a permitir o diálogo entre eles e a
melhoria da qualidade da informação; e
utilização da informação como subsídio às políticas públicas de
prevenção de lesões causadas por acidentes de trânsito.
Mídia
-
envolvimento dos meios de comunicação em projetos de segurança
viária.
Estudos e pesquisas
-
apoio a estudos e pesquisas em nível local, regional e nacional; e
compartilhamento das distintas metodologias adotadas na abordagem
do tema.
Legislação
-
compartilhamento das diversas legislações entre os países da região,
com as devidas adaptações, com vistas a preencher lacunas e/ou
fortalecer revisão dos dispositivos legais existentes e alcançar seu
cumprimento efetivo.
Sociedade civil
23
-
desenvolvimento de trabalho de sensibilização e envolvimento da
população, em parceria com a sociedade civil organizada; e
fortalecimento e sustentabilidade das organizações que trabalham com
os governos sobre o tema.
Sistema de trânsito
-
fortalecimento e capacitação dos operadores do sistema de trânsito; e
aprimoramento do cadastro nacional de veículos.
Cooperação internacional
-
-
-
cooperação internacional para a elaboração de planos nacionais de
prevenção, assistência, vigilância e controle dos acidentes de trânsito e
para a constituição e funcionamento dos comitês de segurança viária.
ampliação do escopo do trabalho de prevenção, assistência, vigilância e
controle dos acidentes de trânsito, mais além das fronteiras nacionais,
no sentido de uma colaboração produtiva, de compartilhamento de
informações e experiências bem-sucedidas – por exemplo, sobre a
vigilância de lesões realizada pelo CDC e OPAS;
divulgação das lições aprendidas com políticas exitosas, assim como da
experiências com os fracassos e sua avaliação; e
adaptação das experiências às diferenças entre países.
Atendimento pré-hospitalar e cuidados com as vítimas de acidentes de trânsito
-
-
-
criação de um sistema de atendimento a emergências;
padronização de normas e protocolos;
garantias para a participação do cidadão – entendida, por exemplo,
como a disponibilidade de um telefone único (três números), gratuito e
de amplo conhecimento da população, para chamadas de emergência;
formação e capacitação de recursos humanos, com o estabelecimento
dos diversos níveis de competência, certificação e auditoria;
estabelecimento de um centro regulador de urgências;
normalização da prestação de serviços – aérea, terrestre e por água –
segundo ao necessidade de atendimento – urgências, UTI móveis,
translados;
construção de um bom sistema de comunicação – rádio, por exemplo;
avaliação regular do sistema de atendimento – por exemplo, sua
capacidade de resposta rápida, mortalidade relacionada ao serviço; e
estabelecimento de processos de acreditação, certificação e auditoria.
Políticas públicas para o consumo de álcool
-
-
garantia da consecução de políticas que reduzam o consumo de bebidas
alcoólicas e sejam efetivas na neutralização do binômio álcoolacidentes de trânsito;
aplicação da lei na definição de um limite máximo de alcoolemia;
educação da população no apoio público às mudanças da legislação;
implementação pelos países de políticas de trânsito mais efetivas;
formação de profissionais de saúde na perspectiva do serviço à Saúde
Pública;
24
Eliminado: as suas necessidades
-
-
estímulo ao desenvolvimento de estudos de investigação sobre a
ingestão de bebidas alcoólicas e sua influência na ocorrência de
acidentes; e
construção e aplicação de – um sistema de – indicadores de consumo
de bebidas alcoólicas.
COMENTÁRIOS FINAIS
Esta
reunião,
coordenada
pela
Organização Pan-Americana
da
Saúde/Organização Mundial da Saúde, além de significar um passo importante no
sentido da consolidação do papel do setor Saúde na redução das mortes e lesões
causadas no trânsito, assim como na formação de uma rede pan-americana de segurança
viária que dará continuidade à troca de experiências e avaliação das mesmas entre os
países envolvidos.
PRÓXIMOS PASSOS
Construção de uma Rede Pan-Americana de Segurança Viária, para:
-
-
Disseminar informações sobre indicadores de segurança viária entre os
países, via página eletrônica da OPAS, com documentos nos idiomas
Inglês, Espanhol e Português.
Estimular os países a constituírem bancos de dados e informações
sobre o tema nos setores Saúde, Trânsito, Transportes e Justiça.
Compartilhar experiências exitosas.
Desenvolver ações conjuntas entre os países para a realização da
Semana Mundial de Segurança Viária, a acontecer em abril de 2007.
Voltada à prevenção de acidentes nos jovens, a Semana é uma
recomendação da Resolução sobre Segurança Viária, aprovada na
Assembléia das Nações Unidas em outubro de 2005.
Outras áreas temáticas a serem abordadas:
-
fatores que podem causar acidentes ou evitá-los – planejamento
urbano, das vias e dos meios de transporte;
fatores protetores ou não – capacete, cinto de segurança, cadeira para
criança –; carro protegido – airbag, segurança veicular;
legislação – habilitação progressiva, restrição de bebidas alcoólicas;
avaliação de experiências de prevenção de acidentes de trânsito; e
manual de orientação para estudos de custos de acidentes de trânsito.
Quem participaria da rede?
-
representantes de Ministérios da Saúde e do Trânsito/Transportes dos
países membros da OPAS;
organizações não governamentais afins;
setor privado; e
assessores das representações da OPAS.
25
PARTICIPANTES
CONFERÊNCIA PAN-AMERICANA SOBRE SEGURANÇA NO TRÂNSITO, BRASÍLIA, 8 E 9 DE DE
CONFERENCIA PANAMERICANA SOBRE SEGURIDAD VIAL, BRASILIA, 08 Y 09 DE DICIEM
REGIONAL CONFERENCE ON ROAD SAFETY, BRASILIA, 8-9 DECEMBER 20
CIDADE/PAÍS
NOME
INSTITUIÇÃO
CARGO
TELEFONES
EN
CIUDAD/PAÍS
NOMBRE/
INSTITUCIÓN
CARGO
TELÉFONOS
CO
CITY/COUNTRY
Name
INSTITUTION
RESPONSABILITY
PHONES
E-M
Argentina
Guadalupe Gallardo
Ministerio de Salud
4383-9040
Argentina
Eduardo Bertotti
Bolívia
Brasil
Edgar Andrade
Otaliba Libânio
Morais Neto
Instituto de Seguridad y Educación
Vial (ISEV)
Policia Nal
Ministério da Saúde
Programas Médicos
Comunitários
Director
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Eugênia M. S.
Rodrigues
Cristiane Gosch
Aílson Santiago
Luiz Otávio M.
Miranda
Jadson Fernandes
Gabriel Rohonyi
Maria Vieira de
Moraes
Victor Pavarino
Júlio Müller
Fátima Marinho
Carlos Felipe
Brasil
Sônia R. Haddad
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
54 11 4361-4818
gua
gga
inf
Diretor
Diretor do Departamento de
Análise de Situação de
Saúde
Assessora Regional em
Segurança no Trânsito
591 2 273-2684
(61) 3315-3419
ard
ota
(61) 3426-9533
eug
Consultor
Detran/AL
Detran/PA
Chefe de Estatísticas
Professor
82 3315-2245
(91) 3214-6335
cri
ail
lui
Detran/PA
FIA Foundation
Secretaria Municipal Teresina
Técnico
Campaign Co-ordinator
Gerente
(91) 9638-1504
11 3813-5853
86 3215-7731
jad
gro
ma
Consultor
Assessor
SUS/Ministério da Saúde
Secretaria de Assistência à
Saúde/Ministério da Saúde
Ipea/MPOG
Consultor
CONASS
Coordenador
Chefe de Gabinete
61 3344-2226
61 3315-2206
61 3315-3191
61 3315-2626
rvi
jm
fat
car
Assessora
61 3315-5063
son
OPAS/OMS
26
Brasil
Brasil
Jaqueline Costa
Adriana Castro
Brasil
Itamar Almeida
Leandro
Francisco Cordeiro
Andréa Rispoli
Bernardino
Marcelo Piancastelli
Patrícia Morita
José Alex Sant´Anna
Jannette Aguirre
Neda Blythman
Renato Araújo Jr.
Ana Amélia G.
Pedrosa
Marcelo Silveira
Marta Maria Silva
Claudia Carvalho
Débora Malta
Antônio Cezário
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Valter Chaves Costa
Iêda Maria de O. Lima
Ana Rita Cotta
Gleice M. S.
Conceição
Irani Ribeiro de Moura
J. Pedro Correa
Márcia Cristina
Krempel
Ondina Maria C.
Canuto
Brasil
Gislene Macedo
Brasil
Márcia Valéria
Brasil
Ana Maria Escobar
Denatran/Ministério das Cidades
Secretaria de Vigilância em
Saúde/Ministério da Saúde
Fundacentro
Assessora
Consultora
Ministério da Saúde
CNPq
Ipea/MPOG
Ipea/MPOG
Universidade de Brasília
OTCA
CONASEMS
Contran/MCT
Datasus/Ministério da Saúde
61 3429-3349
61 3315-3784
jaq
adr
Pesquisador
61 3382-3662
itam
Asesor Técnico
Analista de ciência e
tecnologia
Diretor
Pesquisadora
Professor
Coordinadora Salud
Assessora
Conselheiro
Consultor
61 3315-3319
61 8134-9913
fra
ari
61 3315-5327
(61) 3315-5065
(61) 3349-4654
(61) 3315-2121
(61) 3315-3377
(61) 3315-3289
ma
pat
ale
jag
ned
rej
ana
Ipea/MOPG
SUS/Ministério da Saúde
Denatran/Ministério das Cidades
SUS/Ministério da Saúde
Secretaria de Vigilância em
Saúde/Ministério da Saúde
Ministério da Saúde
Ipea/MOPG
Detran/DF
Ministério da Saúde
Técnico
Assessora Técnica
Analista
Coordenadora
Consultor
(61) 3315-5032
(61) 3315-3208
(61) 3429-3742
(61) 3315-3784
(61) 3315-3670
ma
ma
cla
deb
ant
Técnico
Consultora
Técnico
Consultora
(61) 3315-3670
(61) 3315-5056
(61) 3901-3569
(11) 8245-1831
val
ied
est
gle
Ministério da Saúde
Volvo Brasil
Secretaria Municipal de Saúde de
Curitiba-PR
Secretaria Municipal de
Saúde/Prefeitura Municipal de
Fortaleza
Conselho Federal de Psicologia
Médica
Consultor
Coordenadora
(61) 3315-3397
041 3342-0862
41 3350-9391
ira
jpe
ma
Ass. Planejamento
85 8899-0165
85 3452-6999
ond
Psicóloga
(85) 3461-3485/
(85) 9994-3812
(63) 3218-5574
gis
Técnica
Coord Est SINET
51 3288-2046
ana
Secretaria Municipal de Saúde de
Palmas-TO
Detran/RS
cau
27
Brasil
Brasil
Bernardes
Sérgio Néglia
Silvana Costa Caetano
Brasil
Ana Maria B.
Simplício
Brasil
Edinilsa Ramos de
Souza
Antonia Maria Britto
de Jesus
Brasil
Brasil
Salomão Rabinovich
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Brasil
Moise Edmond Seid
Philip Gold
Luciana O´Reilly
Rogério Rezende
Vilma Pinheiro
Brasil
Brasil
Maria Helena P. Mello
Jorge
Milton Steinman
Brasil
Chile
Colômbia
Costa Rica
E.E.U.U.
E.E.U.U.
E.E.U.U.
E.E.U.U.
E.E.U.U.
FTMG, Vida Urgente
Secretaria Municipal de
Saúde/Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro
Secretaria Municipal de
Saúde/Prefeitura da Cidade do Rio
de Janeiro
Claves/ENSP/Fiocruz
Diretor
Técnico da SVS
(51) 9121-3345
21 2503-2239
21 2503-2247
vid
silv
Enfª Coord. Projeto
DENATRAN
(21) 2503-2247
asi
Pesquisadora
Coord. Vig. à Saúde
(21) 3882-9154/
(21) 2290-4893
(71) 3611-1039/
(71) 3611-1042
edi
Secretaria Municipal de
Saúde/Prefeitura Municipal do
Salvador
Cepat/Avitran
Psicólogo, Diretor,
Presidente
(11) 3057-0244
rab
Abranet
Gold Projects
Criança Segura
SCANIA
Secretaria de Estado da
Saúde/Governo do Estado de São
Paulo
Universidade de São Paulo
Diretor
Diretor
Coordenadora
Dir. Ass. Gov. Inst.
Coordenadora do Grupo
Prev. Ac. Vial
(11) 5539-3700
(11) 3831-2725
(11) 3371-2381
(11) 4344-9124
(11) 3062-0441/
(11) 9954-9251
mo
gol
luc
rog
vil
Professora F.S.P.
ant
(11) 3066-7724
mh
Professor FMUSP
(11) 5052-1920
mi
Andréa Nascimento
Sociedade Brasileira de
Atendimento a Traumatizados
Conselho Federal de Psicologia
Psicóloga
Ministerio de Salud de Chile
CDC
Encargado de Trauma
Epidemiologista
(27) 3243-3182/
(27) 9992-1995
02 630-0473
770-488-4246
and
Jorge Rodríguez
Victoria Espitia
Roy Rojas
Alberto ConchaEastman
Mark Rosenberg
Ileana Arias
Tony Bliss
Arne Paulson
COSEVI
OPS/OMS
Director
Team Leader on Violence
Prevention and Road Safety
Director
Director
Lead Road Safety Specialist
Jefe, DEV, PMP
506-3958108
1 (202) 974-3890
rro
con
404-687-5635
770-488-4696
001 202 473-5210
(202) 623-1258
mr
iar
abl
arn
Global Road Safety Forum
CDC
World Bank
BID
aug
vbe
28
E.E.U.U.
Maristela Monteiro
OPAS
Ecuador
El Salvador
Guatemala
Nelson Arellano
Eduardo Martell
Ronny Cantreras
DPSP
VMT/Dirección
MSPAS
Jamaica
Paul Clemetson
México
Panamá
Paraguay
Arturo García Cruz
Cirilo Lawson
Mercedes Maldonado
de Gonzalez Cabello
Milagros Samaniego
Verme
Héctor Otero Cruz
Ministry of Transportation and
Works
CONAPRA
Ministerio de Salud de Panamá
MSP y BS
Peru
República
Dominicana
Suíça
Venezuela
Etienne Krug
Elio Aguilera
Regional Advisor Alcohol
and Other Drugs
Director
Director General de Transito
Coordinador de Gestión de
Riesgos
Senior Director
Director Area
Director General de Salud
Jefa Depto. Violencia y LCE
Ministerio de Salud
Directora Ejecutiva
Viceministro de Salud Pública
Subsecretario de Atención a
la Persona
Dir Vip
Presidente
OMS
CIAPEV-MED
1 (202) 974-3108
mo
295-0677
(503) 2221-0610
00 502 2232-5665
nar
ma
ron
923-0232/
960-8575(w)
55539447
212-9265
0981 813824 y
550-144
222 0927
lef
pcl
cen
cir
dra
809 482-2482
ho
0212 506-8531
kru
eli
ms
29
REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS DAS APRESENTAÇÕES
Agenda do evento (Espanhol)
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/agenda_transito_es.doc
Agenda do evento (Inglês)
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/agenda_transito_ingles.doc
Agenda do evento (Português)
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/agenda_transito_pt.doc
Alcohol y seguridad en el transito: papel del sector Salud en la prevención
Palestrante: Maristela G. Monteiro
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/M_Monteiro.ppt
Lista de presença
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/presenca_transito_05.doc
Making Strides: CDC’s Efforts in Road Traffic Injury Prevention
Palestrante: Ileana Arias
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Clavel_Arcas.ppt
Mortes e hospitalizações por lesões acidentais: caracterizando as vítimas e os gastos governamentais
Palestrante: Vilma Pinheiro Gawryszewski
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/MHPMJorge.ppt
No es cuestión de suerte
Palestrante: Arturo Garcia Cruz
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/AGarcia.ppt
O Trabalho do Ministério da Saúde na Prevenção de Lesões e Mortes Causadas por Acidentes de Trânsito
Palestrante: Otaliba Libânio Morais Neto
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Otaliba_Transito05.ppt,
Perspectiva desde el Tránsito (COSEVI)
Palestrante: Roy Rojas Vargas
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/cosevi.ppt
Regulamentação do Tempo de Direção dos Motoristas
Palestrante: Alfredo Peres da Silva
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/DENATRAN05.ppt
Road Safety is No Accident
Palestrante: Etienne Krug
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/EKrug.ppt
Seguridad vial El Salvador
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/S_vial_SALVADOR.pdf
The World Bank Approach to Road Safety
Palestrante: Tony Bliss
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Tony_Bliss.ppt
Turning Knowledge into Action: The Road Safety Initiative for Latin America and the Caribbean
Palestrante: Mark L. Rosenberg/Margaret H. McIntyre
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/MRosenberg.ppt
Vías más seguras y saludables en las Américas: avances y desafíos
Palestrante: Alberto Concha-Eastman
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/Concha_Eastman.ppt
Instituto de Seguridad Vial, Argentina – Eduardo Bertotti:
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/bertotti.ppt
Metodologia dos custos de acidentes de trânsito – Ieda Lima (Ipea/MPOG):
http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/OPAS_09_12_05.ppt
30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Peden M, Scurfiedl, R, Sleet D et al. World report on road traffic injury prevention.
WHO, Genebra, 2004
Impacto sociais e econômicos dos acidentes de trânsito nas aglomerações urbanas
brasileiras: relatório executivo/Ipea, ANTP – Brasília, 2003
Segurança viária: um problema de política pública, Hugo Acero-Velásquez & Alberto
Concha-Estman, 2005. Mimeografado
Segurança nas Américas, Alberto Concha-Estman & Mary Akchurin, 2004.
Mimeografado
31
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conferência pan-americana sobre segurança no trânsito