ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS DE SAÚDE PÚBLICA Mudança "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Muda-se o Ser, mudase a confiança; Todo mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades." Ordem dos Médicos 1961 “A reforma de Gonçalves Ferreira" A reforma da saúde legislada em 1971 (conhecida como "a reforma de Gonçalves Ferreira"), incluiu o estabelecimento dos "Centros de saúde"de 1ª geração” constituindo já um esboço de um verdadeiro Serviço Nacional de Saúde. Foi, no entanto, a partir de 1974 que se criaram as condições politicas e sociais (acesso universal aos centros de saúde, serviços médico-sociais, hospitais e institucionalização do serviço médico na periferia) para que o SNS fosse adoptado em 1979. De A. Arnaut a P. Macedo? Defender as Carreiras Médicas é um Imperativo Nacional As carreiras médicas são o esqueleto do SNS e a garantia da sua qualidade e subsistência Sem carreiras médicas o SNS não é sustentável É necessário garantir que a cada etapa da carreira corresponda um nível de diferenciação técnicocientífico A diferenciação técnico científica dos médicos deve ser independente do seu regime de trabalho e do modelo de financiamento ou de organização do SNS Compete à Ordem dos Médicos, em colaboração com os Sindicatos e as Associações Médicas enquadrar e legitimar tecnicamente qualquer tipo de Agenda Politica SNS pilar da Democracia A criação do SNS fez parte da democratização política e social do país. Permitiu, num período de tempo relativamente curto, uma notável cobertura da população portuguesa em serviços de saúde, tornando possível uma estrutura de carreiras para as profissões da saúde. No entanto, as circunstâncias sociais, económicas e políticas em que o SNS foi criado fizeram com que padeça de um conjunto significativo de debilidades fundacionais: - Frágil base financeira e ausência de inovação nos modelos de organização e gestão, na altura em que começavam a expandir-se as infra-estruturas do SNS; - Um estado de coexistência assumida entre o financiamento público do SNS e o da "medicina convencionada" e, simultaneamente, uma grande falta de transparência entre os interesses públicos e privados; - Dificuldades de acesso e baixa eficiência dos serviços públicos de saúde. Desenvolvimentos na Saúde em Portugal. 1970 Mort alidade Infantil (‰) N.º de internamentos (entradas) N.º de médicos inscritos Partos hospitalares (%) População (nº de residentes) Fonte: INE (a) Ano 2000 2001 58,6 5,0 618.664 (a) 823.044 8.156 33.233 37.5 99.3 8.668.267 10. 356.117 Débeis Políticas São evidentes as consequências das fragilidades do sistema político e da administração pública portuguesa no sistema de saúde: Os partidos políticos não desenvolvem políticas de saúde, suficientemente documentadas, debatidas e consensualizadas para resistirem às mudanças das equipas ministeriais (elas próprias fragilizadas por esta cultura política). “Um ministro entra sozinho e sai sozinho” Não parece haver distinção suficiente entre a legitimidade política do programa de governo e da necessidade de documentar e justificar tecnicamente, as soluções concretas que realizam as opções políticas. A dificuldade em diferenciar, qualificar, democratizar e adaptar as especificidades da saúde à administração pública, tem-se mantido, através do tempo, como um dos principais obstáculos ao aperfeiçoamento do SNS. Futurologia Embora análise de cenários alternativos seja matéria do âmbito da Saúde Pública a futurologia médica não se desenvolveu suficientemente apesar do contributo deste colega… Situação de imprevisibilidade PECs sucessivos e agora a Troika. Nova divisão administrativa da Nação fusões de autarquias. Extinção dos Centros Regionais de Saúde Pública e das Sub-regiões Lei Orgânica das ARS e sua passagem a IP Simplex e Alterações aos licenciamentos Novo regime de vínculos e carreiras da F.P. Alterações às carreiras médicas. SIADAP para os Profissionais de Saúde Lei da mobilidade Reconfiguração dos Centros de Saúde e Unidades Locais de Saúde Novo regime jurídico das Autoridades de Saúde Transferência de poderes para as Autarquias Corte orçamental brutal e suas consequências Terramoto na Saúde Pública Criação do Alto Comissariado e perda de competências da DGS Extinção dos Centros Regionais de Saúde Pública Extinção das Sub-Regiões e das autoridades de Saúde a nível Distrital/Base Territorial Administrativa Incerteza quanto ao futuro da rede de laboratórios de Saúde Pública Risco de Pulverização Autárquica dos Serviços Locais de Saúde Pública Risco real de menorização das Unidades de saúde Pública nos Agrupamentos de Centros de Saúde Risco elevado de perda de efectivos qualificados e de médicos do Internato Complementar Tudo isto após 8 anos sem definição legal Catástrofe ou Oportunidade? Lucius Annaeus Seneca (5-65) “Para quem não sabe o Rumo nenhum vento é favorável” Ribeiro Sanches António Nunes Ribeiro Sanches Médico, filósofo e pedagogo (n. Penamacor, 1699m. Paris, 1783) O que queremos Um Serviço Nacional de Saúde Universal, integrando os serviços de saúde pública com os seus três níveis: Nacional, Regional e Local. A Tutela do Ministério da Saúde de todos os serviços de Saúde Pública e dos profissionais que os integram, uma vez que a obtenção de ganhos em saúde decorre do exercício em equipas multi e transdisciplinares. Um perfil único de médico de Saúde Pública, obedecendo aos requisitos europeus e que permita a integração e mobilidade destes profissionais entre os três níveis apontados, bem como a sua fácil inserção nos organismos internacionais. Uma única carreira médica de saúde pública, no Ministério da Saúde, que funciona como garantia da qualidade do exercício profissional e a transição dos médicos entre os diversos níveis do sistema. O que queremos (II) A Autoridade de Saúde como poder do Estado, sob a estrita dependência da Administração Central, integrada no Ministério da Saúde e constituindo uma cadeia clara, cujo topo continua a ser representado pelo próprio Ministro da Saúde. O aprofundamento da rede de vigilância epidemiológica, que permite monitorizar o estado de Saúde da população, de modo a permitir um diagnóstico actualizado e fundamentar as respostas adequadas. Os Unidades de Saúde Pública, na dependência do Ministério da Saúde, integrados nos Agrupamentos de Centros de Saúde ou em outras unidades do serviço nacional de saúde e articulando-se harmoniosamente com as restantes entidades que desenvolvem acções relevantes para a Saúde Pública, entre as quais merecem particular destaque os Municípios. Em Relação ás Unidades de Saúde Pública nos Cuidados de saúde Primários Possibilidade de um médico de Saúde Pública presidir ao conselho Técnico (Clínico) Alargar a base de composição e competências do Conselho técnico Estruturar as Unidades de Saúde Pública com vista à coordenação e gestão de programas comunitários com divisão clara das suas áreas funcionais e alguma especialização dos seus coordenadores. Uma destas áreas deve ser obrigatoriamente a de Educação e Promoção da Saúde Existência nos Centros de Saúde de um Núcleo de Saúde Pública que permita a acção no âmbito das parcerias locais Amadora Há que integrar cada vez mais, no Portugal de Hoje, a Promoção da Saúde com os processos de Educação, Cidadania, Democracia participativa e Desenvolvimento, com a convicção de que estes processos se realizam “ombro a ombro” e com todos os outros. Compete ao Governo assumir claramente as suas responsabilidades na formulação de uma política de Saúde, assumida por todos os sectores, e em que a Promoção da Saúde seja devidamente valorizada, o que infelizmente não tem acontecido ao longo dos últimos anos. Amadora Este é portanto um momento crucial para o Ministério da Saúde Português e para todos os profissionais de saúde nele inseridos investirem em Políticas de Promoção da Saúde, revitalizando processos participativos e em Rede, que permitam ultrapassar o grau de alienação actualmente existente no próprio sistema saúde e nas pessoas e comunidades que o utilizam. Por outro lado, no desenvolvimento destas políticas, é fundamental que os processos de consciencialização e mudança assentem na complementaridade de competências sob a forma de parcerias com todos os interessados a nível intersectorial e comunitário. Isto é incompatível com uma abdicação das responsabilidades inerentes ao Ministério da Saúde. DOCUMENTO DE ALCOCHETE Que Saúde Pública para Portugal Hoje? DOCUMENTO DE ALCOCHETE 27 de Maio de 2006 "Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está em subir a encosta" Gabriel Garcia Marquez Documento de Alcochete O documento pode ser consultado www.saudepublica.eu/doc/Alcochete.pdf Também pode ser pesquisado no Google quando se introduz "Documento de Alcochete" ou no sítio www.forum.saudepublica.eu Mudança? Sim mas para melhor "Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades Muda-se o Ser, mudase a confiança; Todo mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades."