531 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU THE KNOWLEDGE ABOUT UTERINE CERVICAL CANCER ANTE THE STIGMA CONCERNING THE PAPANICOLAU TEST Caroline Cintra DI LANNA * Talita Vidotte COSTA ** João Lopes TOLEDO NETO *** _____________________________________ * Enfermeira. E mail: [email protected] ** Docente. Mestre do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) – Campus Luiz Meneghel. Bandeirantes – PR. *** Docente. Doutor do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP) – Campus Luiz Meneghel. Bandeirantes – PR. DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 532 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU RESUMO O objetivo deste estudo foi investigar o conhecimento das mulheres acerca do câncer de colo uterino e identificar os estigmas relacionados ao exame preventivo. Trata-se de uma pesquisa exploratória na abordagem quantitativa. A amostra correspondeu a 55 mulheres que compareceram ao Centro de Atendimento Materno Infantil no Município de Bandeirantes – PR, entre os meses de maio a julho de 2012. A tabulação dos dados foi realizada por meio do programa Microsoft Office Excel 2007, e a análise estatística ocorreu por frequência absoluta e relativa. Dentre as entrevistadas, 15 (27,2%) tinham mais que 43 anos, 30 (54,5%) eram casadas, 20 (36,4%) tinham o ensino fundamental incompleto. Relacionado a atividade profissional, todas estavam trabalhando no momento da coleta de dados, sendo que 28 (50,9%) tinham como renda familiar entre um a dois salários mínimos. Relativo ao conhecimento sobre o câncer de colo do útero, 53 (96,4%) tinham conhecimento sobre a existência da doença, no entanto, 15 (45,5%) não sabiam como prevenir, 42 (76,3%) não conheciam os fatores de risco e, 39 (71,0%) não entendiam sobre as possíveis complicações. Quando abordadas sobre a realização do exame preventivo, 48 (87,3%) já o haviam realizado em algum momento de sua vida e, a maior dificuldade encontrada para sua realização foi a vergonha, citada por 37 (67,2%) mulheres. Conclui-se que os profissionais de saúde devem traçar estratégias de educação visando a adesão mulheres para a realização do Exame Papanicolau, com o intuito de prevenir o aumento das taxas de mortalidade desta doença. ABSTRACT The objective of this study was to investigate the knowledge of women about the cervical cancer and to identify the stigmas related to the preventive examination. It is an exploratory research in a quantitative approach. The sample corresponded to 55 women who came to the Center for Maternal and Child Care in the city of Bandeirantes - PR, between the months of May and July of 2012. The data tabulation was performed utilizing Microsoft Office Excel 2007 software, and the statistical analysis was made by absolute and relative frequencies. Among the interviewees, 15 (27,2 %) had more than 43 years, 30 (54,5 %) were married, and 20 (36,4 %) had incomplete elementary education. Regarding their professional activity, all of them were working at the time of the data collection, and 28 (50,9 %) had family income between one to two minimum salaries. Concerning the knowledge of the uterus cervical cancer, 53 (96,4 %) knew about the existence of the disease, however, 15 (45,5 %) did not know how to prevent, 42 (76,3 %) from the risk factors and 39 (71,0 %) from the possible complications. When they were asked about the realization of the preventive examination, 48 (87,3 %) had already done it sometime in their lives, and the greatest difficulty found for its completion was shame, cited by 37 (67,2 %) women. It is possible to conclude that the health professionals must devise strategies of education aiming the accession of women for the realization of their Papanicolau Test, with the purpose of preventing the increase of mortality rates of this disease. DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 533 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU UNITERMOS: Prevenção de Câncer de Colo Uterino. Neoplasias do Colo do Útero. Teste de Papanicolaou. Enfermeiros. Orientação. UNITERMS: Prevention of Uterine Cervical Cancer. Neoplasms of the Cervix of the Uterus. Papanicolau Test. Nurses. Guidance. INTRODUÇÃO De acordo com Instituto Nacional do Câncer, estima-se que o Brasil tenha em 2014, cerca de 15.590 novos casos de câncer do colo uterino (BRASIL, 2013a). O câncer de colo uterino é considerado a segunda causa de óbito no mundo e a terceira no Brasil (VERÍSSIMO FERNANDES et al., 2009). Os principais fatores de risco para o desenvolvimento podem ser o tabagismo, alcoolismo, hereditariedade, uso de anticoncepcional por tempo prolongado, condições de higiene, alimentação, multiplicidade de parceiros sexuais, início precoce da atividade sexual e, a transmissão de agentes infecciosos como Papiloma Vírus Humano (HPV) (FREITAS FI, 2011). O controle do câncer uterino ocorre por meio da prevenção secundária com base na citologia cervical, técnica de detecção, conhecida como “Papanicolau” ou “Exame Preventivo”. É um exame inócuo, simples, de baixo custo e boa eficiência (MERIGHI et al., 2002). Reduz cerca de 80% a morbimortalidade por esta neoplasia em mulheres na idade de 25 a 65 anos, quando realizam o exame rotineiramente (BIM et al., 2010). As razões encontradas para a não realização da prevenção são a dificuldade de acesso a Unidade Básica de Saúde (UBS), a forma como é realizado o exame, pois envolve a exposição da genitália, o motivo emocional para algumas mulheres, as condições socioeconômicas, a vida ocupacional, as dificuldade de locomover e de com quem deixar os filhos ou ainda até mesmo por falta de conhecimento sobre a importância da realização do exame preventivo (AMORIM et al., 2006). O exame citopatológico é primordial para detectar e diagnosticar o câncer de colo do útero. A adesão e a busca para realização deste exame deve-se integralmente a compreensão das mulheres sobre este ato de manutenção à saúde (NASCIMENTO et al., 2012). É importante que os profissionais de saúde orientem a população feminina sobre a importância da realização do exame, evitando desta forma o aparecimento de doenças que podem ser diagnosticada e tratada precocemente, sem trazer tantos transtornos para o indivíduo e a família (BRASIL, 2013a). Este trabalho teve por objetivo investigar o conhecimento das mulheres sobre o câncer de colo uterino, identificando os estigmas relacionados ao exame preventivo, em um município do norte do Paraná. REVISTA DA LITERATURA ANATOMIA DO ÚTERO O útero tem o tamanho e o formato de uma pera invertida, pesa em torno de 25 a 90 gramas. É um órgão oco, muscular, que fica localizado DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 534 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU no plano sagital mediado da cavidade pélvica, possuindo paredes espessas e, sendo constituído principalmente por fibras musculares lisas (DANGELO; FATTIMI, 2007). Sua localização fica sobre a vagina, entre a bexiga urinária e o reto. Mede em torno de oito centímetros de comprimento, cinco centímetros de largura e, três centímetros de espessura nas mulheres nulíparas. Pode variar de tamanho, forma, estrutura e localidade segundo a paridade, idade, estado gravídico ou ainda, quando os níveis do hormônio sexual estão abaixo do normal, como ocorrem nas mulheres que estão na menopausa (GERK, 2002). O colo é a parte inferior do útero, encontrando-se ligado à vagina, possuindo a forma cilíndrica e o comprimento entre 2,5 a 3 centímetros (FREITAS FI, 2011). A parte interna do colo do útero denominase canal cervical ou endocérvice, responsáveis pela produção de muco. Já a parte externa, que mantém contato com a vagina, é chamada de ectocérvice e, entre estes dois epitélios, encontra-se a junção escamo colunar (JEC). CÂNCER DO COLO UTERINO O câncer é caracterizado por um conjunto de alterações que determinam um crescimento celular desordenado, não podendo ser controlado pelo próprio organismo, o que causaria o comprometimento de tecidos e órgãos. Estatísticas revelam que até o ano de 2020 irão ocorrer 15 milhões de novos casos da neoplasia no mundo, com 12 milhões de óbitos (FIOCRUZ, 2006). O câncer de colo do útero é anormalidade que ocorre nas células de maneira progressiva, sendo considerada uma doença que causaria muito sofrimento para a mulher e à família devido ao seu alto grau de letalidade e morbidade. Entretanto, é uma patologia que se diagnosticada precocemente existe uma grande probabilidade de cura (ROMAN; PANIS, 2010). Inicia pela formação de lesões intra-epiteliais comprovadamente precursoras do câncer pré-invasivo cervical ou, também, invasivo, apresentando-se de forma lenta e progressiva. No entanto, quando há o aparecimento de algum tipo de sintoma como secreção, sangramento após a relação sexual ou sangramento irregular, isto indica que o câncer encontra-se em uma fase avançada, dificultando ainda mais o tratamento e a cura (GREENWOOD; MACHADO; SAMPAIO et al., 2006). Pode ser diagnosticado precocemente, por existir tecnologias capazes de detectar a patologia em seu estágio inicial, quando ainda existem lesões indicando sinais preditivos da doença (FONSECA; RAMACCIOTTI; ELUF NETO, 2004). PREVENÇÃO O exame citopatológico deve ser realizado anualmente em mulheres com idade entre 25 a 60 anos ou ainda naquelas que possuem vida sexual ativa. Quando se obtém dois exames negativos subsequentes, o mesmo poderá ser realizado a cada três anos (SILVA et al., 2006). DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 535 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU A realização do exame deve ser estabelecida pelo médico, segundo os resultados obtidos, porém os profissionais de saúde devem orientar as mulheres sobre a não utilização de duchas vaginais, a colocação de cremes, não estar menstruadas e realizar atividade sexual três dias antes de fazer o exame, por interferir no resultado (FERNANDES, 2001). O exame citopatológico é considerado altamente confiável para detecção de lesões cancerígenas, pois sua sensibilidade corresponde a 99,8% de casos verdadeiros (PINHO et al., 2002). O procedimento da coleta do exame preventivo deve ser feito primeiramente na ectocérvice com a utilização da espátula e, depois na endocérvice com a escovinha. Porém, em mulheres histerectomizadas que procuram realizar a coleta, deve ser obtido um esfregaço de fundo de saco vaginal (BRASIL, 2013b). FATORES DE RISCO Existem vários fatores associados ao câncer de colo do útero, porém a maioria é passível de prevenção por meio da atuação do profissional de saúde (SILVA, 2010a). Alguns deles estão associados ao alcoolismo, tabagismo, idade, multiplicidade de parceiros sexuais, paridade, maus hábitos de higiene íntima, deficiências nutricionais, baixa escolaridade, uso prolongado de anticoncepcionais orais, estado imunológico deficiente, além da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). O Papilomavírus Humano (HPV) possui um papel de destaque no desenvolvimento da displasia das células cervicais, causando modificação nas células e, tornando-as cancerosas (BRASIL, 2013b). O HPV é um dos responsáveis pelo câncer do colo do útero, acometendo cerca de 90% dos casos. É considerado um parasita intracelular, com a capacidade de acelerar a velocidade das mitoses celulares, aumentando a chance de desenvolvimento de atipias (ALMEIDA, 2005). Pode ser transmitido pela atividade sexual, possuindo a capacidade de infectar o epitélio escamoso e, as membranas mucosas da cérvice, da vagina, vulva, pênis, região perianal e, também, podem induzir o surgimento de verrugas genitais, ou seja, condiloma acuminado, sendo lesões intra-epiteliais pré-cancerosas (ALMEIDA, 2005). MEDOS E TABUS PARA REALIZAÇÃODO EXAME PREVENTIVO Muitas mulheres que procuram a Atenção Básica (AB) para a realização do Exame de Papanicolau pela primeira vez, somente realizaram depois de muitos anos do início da relação sexual (FREITAS FI, 2011). Atualmente há o reconhecimento por instituições responsáveis pela prevenção de patologias, de que existam muitas mulheres que os programas não conseguem alcançar para realizar o exame de Papanicolau por inúmeros fatores. Podem ser desde a desinformação, o medo, insegurança frente ao resultado, a inatividade sexual, a omissão dos profissionais, nível socioeconômico, falta de tempo, o trabalho, não ter com quem deixar os filhos, além do desencorajamento pelo parceiro fazendo com que as mulheres não realizem o exame. Desta forma, destaca-se a DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 536 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU necessidade de um planejamento relacionado às áreas educacional, política, econômica e social para a implantação de políticas de prevenção ao câncer uterino (GOMES et al., 2008). O medo que a mulher possui do câncer de colo do útero é um dos principais motivos que levam as mulheres a realizarem o Exame de Papanicolau e, não retornar para saber sobre o resultado (OLIVEIRA; PINTO, 2007). Um dos fatores responsáveis para a não realização do citopatológico é o preconceito e a vergonha. A exposição do seu corpo para ser examinada por um profissional da saúde acaba causando certo constrangimento, demonstrando desta forma que a sexualidade possui influência na vida da mulher (FERREIRA; OLIVEIRA, 2006). É preciso que o profissional da saúde procure formas para minimizar estes sentimentos de vergonha e constrangimento, demonstrando empatia e, fazendo com que a mulher se sinta o mais à vontade possível, requerendo maior sensibilidade e compreensão por parte do profissional (DUALY et al., 2007). Para que os profissionais proporcionem uma assistência integral e preventiva, é preciso olhar o outro sem pré-julgamento das formas de pensar, atitudes e concepções, acolhendo e promovendo a prevenção na perspectiva do outro por meio de orientações. Que não seja somente destinado ao procedimento técnico, por ser um exame que causaria medo e insegurança, provocando reações na mulher, que muitas vezes não expressa pela fala, mas observa-se pela fuga ao exame. Aquelas que nunca realizaram o exame também têm representações negativas pelas experiências de outras mulheres e, possuem a conduta de não realizá-lo (LOPES, 1998). AÇÕES DE ENFERMAGEM E EQUIPE DE SAÚDE É necessário que a enfermagem tenha uma comunicação clara e objetiva com sua equipe de trabalho, transmitindo segurança, confiança, e principalmente o espírito de uma equipe multiprofissional, fazendo com que todos tenham consciência de sua função e da importância em participar de programas e, procedimentos realizados na UBS para atender a população (QUEIROZ, 2006). É necessário que a equipe de enfermagem realize constantemente ações educativas, demonstrando a importância da realização periódica do exame citopatológico pelas mulheres, possibilitando desta forma maior adesão ao exame, além de oferecer assistência humanizada, contínua e com qualidade. Por isso, o enfermeiro deve analisar as dificuldades encontradas pelas mulheres para a não realização do exame, visando incluir ações na rotina do trabalho, que venham a facilitar a informação e adesão aos indivíduos que não procuram a UBS (SILVA, 2010b). As formas utilizadas pela enfermagem para a prevenção do câncer de colo do útero é a consulta da enfermagem, o rastreamento, de como realizar a técnica correta do exame preventivo, o conhecimento sobre a anatomia do útero e, da cultura da população alvo. Ainda, é na consulta DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 537 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU da enfermagem que poderá esclarecer dúvidas para as mulheres com relação ao câncer de colo do útero, favorecendo assim a realização do exame de Papanicolau. Realizar o agendamento da consulta médica quando há suspeita de um tumor e, o encaminhamento das pacientes para colposcopia quando necessário (QUEIROZ, 2006). É importante orientar as mulheres, valorizar suas queixas ginecológicas e ter conhecimento para esclarecer dúvidas que possam surgir com relação ao câncer de colo do útero, pois entende-se que a mulher informada sobre determinado assunto torna-se ferramenta fundamental para adesão das outras mulheres na realização do exame citológico (BRASIL, 2013b). MATERIAL E MÉTODO Trata-se de um estudo exploratório na abordagem quantitativa, tendo sido desenvolvido no Centro de Atendimento Materno Infantil, no Município de Bandeirantes-PR, sendo considerada uma unidade de referência à saúde da criança e da mulher em todo o ciclo de vida. Como critério de inclusão, todas as mulheres que procuraram o Centro de Atendimento Materno Infantil para atendimento médico ou realização do exame preventivo de câncer de colo uterino, foram convidadas a participar, sendo os menores de 18 anos excluídos. A coleta de dados acorreu as terças, quartas e quintas-feiras entre os meses de maio a julho de 2012. Dentre as 88 consultas agendadas, 55 (62,5%) mulheres responderam ao questionário. Houve 33 (37,5%) de perdas relacionadas a 31 pacientes que não compareceram na consulta e, 2 que não quiseram participar da pesquisa. Os dados foram coletados e organizados por meio do programa Microsoft Office Excel 2007 e, a análise dos dados ocorreu por meio de frequência absoluta e relativa. Esta pesquisa foi realizada respeitando os princípios éticos da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e, foi apreciada pelo Comitê de Ética do Curso em Enfermagem da Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus Luiz Meneghel, recebendo parecer favorável n. 014/2012. Para a realização do estudo, as mulheres foram orientadas quanto aos objetivos do estudo, ao sigilo de suas respostas e, ao direito de desistência de participação da pesquisa em qualquer momento. Por meio da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido as mulheres aceitaram participar do estudo. Também, foi solicitado ao Secretário Municipal de Saúde autorização para aplicação do questionário em uma das instituições de saúde, obtendo resposta favorável. RESULTADOS Com o intuito de caracterizar o público alvo, foi questionada a faixa etária, o estado civil, a escolaridade, raça e renda familiar dos participantes (TABELA 1). DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 538 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU TABELA 1 – Caracterização de mulheres entrevistadas no Centro de Atendimento Materno Infantil, frente à idade, o estado civil, a escolaridade e a raça. Bandeirantes, PR, 2012. VARIAVEIS Idade 18 a 22 23 a 27 28 a 32 33 a 37 38 a 42 > 43 anos Estado Civil Solteira Casada União Estável Separada Viúva Escolaridade Analfabeta Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Incompleto Ensino Médio Completo Ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo Raça Branca Negra Parda Amarela Renda Familiar < 1 salário mínimo 1 a 2 salários mínimos 2 a 3 salários mínimos 3 a 5 salários mínimos n % 9 10 10 4 7 15 16,4 18,2 18,2 7,3 12,7 27,2 13 30 3 2 7 23,6 54,6 5,5 3,6 12,7 1 20 7 7 16 3 1 1,8 36,4 12,7 12,7 29,1 5,5 1,8 25 9 21 - 45,5 16,3 38,2 - 11 28 14 2 20,0 50,9 25,5 3,6 Os fatores de risco associados ao desenvolvimento desta patologia são a utilização de bebidas alcoólicas, tabaco e anticoncepcional oral. Neste sentido, questionou-se sobre o consumo destes itens (TABELA 2). TABELA 2 – Identificação de fatores de risco entre as mulheres entrevistadas no Centro de Atendimento Materno Infantil. Bandeirantes, PR, 2012. Variáveis de Fatores de Risco Bebida Alcoólica Tabaco Contraceptivo Oral n 9 11 41 Faz uso % 16,4 20,0 74,6 Não faz uso n % 46 83,6 44 80,0 14 25,4 Verificou-se ainda que 34 (61,9%) mulheres iniciaram sua vida sexual entre os 16 a 20 anos e, que as mulheres casadas ou que possuíam união estável, totalizando 33 (60,0%) respondentes, foram aquelas que mais realizaram o exame preventivo. Também, foi constatado que 48 (87,3%) já realizaram o preventivo em algum momento da vida. Destas, 42 (76,3%) fazem o exame anualmente, 4 (7,4%) semestralmente e, 2 (3,6%) raramente. Sabe-se que o Ministério da Saúde nesta última década investiu maciçamente em mecanismos para promoção de informação DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 539 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU referente à prevenção do câncer de colo uterino. Assim, foram questionadas se elas tinham conhecimento sobre a doença, prevenção, fatores de risco e, possíveis complicações (FIGURA 1). FIGURA 1 – Proporção das respondentes indagadas no Centro de Atendimento Materno Infantil sobre o conhecimento prévio do câncer de colo uterino, da prevenção, dos fatores de risco e das complicações. Bandeirantes, PR, 2012. É de conhecimento que para a realização do exame citológico a mulher deve expor parte do seu corpo ao profissional da saúde. Neste sentido, verificou a existências de algumas barreiras relativas a adesão da mulher ao exame preventivo (FIGURA 2). FIGURA 2 – Descrição das barreiras encontradas para a realização do Exame Papanicolau de acordo com as mulheres entrevistadas no Centro de Atendimento Materno Infantil. Bandeirantes, PR, 2012. DISCUSSÃO Informações semelhantes sobre os dados sócios demográficos e econômicos foram encontrados em estudo realizado em Florianópolis com 952 mulheres, demonstrando que 52,0% da amostra tinham entre 20 a 39 anos, 86,4% eram da raça branca, 61,0% estavam casadas ou viviam em união estável, 75,5% tinham nove ou mais anos de estudo e 70,9% exerciam trabalho remunerado (GASPERIN, BOING, KUPEK, 2011). DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 540 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU A faixa etária de maior ocorrência de câncer de colo do útero volta-se entre os 40 a 60 anos, sendo menos frequente antes dos 30 anos (SILVA, 2006). Percebe-se que a maioria das mulheres está na idade de maior ocorrência da doença, ou seja, acima de 30 anos, por esta razão seria interessante que as mesmas realizassem anualmente o exame preventivo. Mulheres casadas ou viúvas têm maior incidência de câncer de colo uterino quando comparadas com as que nunca casaram, por não utilizarem preservativos durante o ato sexual (QUEIROZ, 2006). A raça também está diretamente ligada ao desenvolvimento do câncer de colo do útero. Mulheres negras e pardas possuem um aumento da mortalidade por esta neoplasia (MENDONÇA et al., 2008) e, apresentam maior proporção de casos diagnosticados em estágios avançados, quando comparadas as brancas (MEIRA, 2011). Com relação à escolaridade das mulheres entrevistadas, constatou-se que predomina a escolaridade do ensino fundamental incompleto. Estudo realizado no Rio de Janeiro com 1.302 mulheres demonstrou que 57% das entrevistadas com baixa escolaridade, nunca haviam realizado o exame Papanicolau (CESAR et al., 2003). Constatou-se que no momento da coleta de dados, todas as respondentes estavam atuando no mercado de trabalho. Quanto menor é o nível socioeconômico da população, maior a diminuição na cobertura do exame preventivo do câncer do colo do útero. Há aumento significativo na prevalência de mulheres que não realizam o rastreamento. Além disso, a baixa escolaridade pode ser relacionada diretamente com atividades profissionais menos qualificadas. Estas constatações demonstram a necessidade de ação dos serviços públicos de saúde no sentido de intervir com mais efetividade nos segmentos da população mais vulneráveis ao desenvolvimento do câncer do colo uterino, visando assegurar a cobertura dessa população pelo exame preventivo (PINHO et al., 2003). Um dos principais fatores responsáveis para o surgimento do câncer de colo uterino é a multiparidade de parceiros sexuais (BRASIL, 2013b), além do início da atividade sexual precocemente (THUM et al., 2008). Pesquisa demonstra que se o início da atividade sexual ocorrer antes dos 16 anos, o índice para o desenvolvimento do câncer de colo uterino pode dobrar se comparado àquelas que iniciam depois dos 20 anos (ALBRING, 2006). Mulheres que fazem uso de bebida alcoólica e tabaco têm risco para desenvolver o câncer de colo do útero e, necessitam ser orientadas por profissionais de saúde (THUM, 2008). O tabagismo e o etilismo são fatores de risco para o câncer de colo do útero, pois diminuem a quantidade e função das células de Langerhans, responsáveis por apresentar antígenos responsáveis pela ativação da imunidade celular local contra o HPV (ALBRING, 2006). A associação entre o uso de contraceptivos orais e o risco de desenvolver câncer de colo do útero é realizada com dificuldade, pois os contraceptivos orais são utilizados por mulheres sexualmente ativas e que, em menor grau, usam métodos de barreira, ficando mais expostas ao risco de contrair HPV (CASARIN, 2011). DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 541 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU A periodicidade do exame preventivo é indispensável quando se trata de qualidade de prevenção do câncer uterino, pois quando a mulher deixa de fazê-lo com frequência, esta a deixa vulnerável podendo adquirir agravos a sua saúde por não haver diagnóstico precoce (THUM et al., 2008). Este estudo revela que a maioria das entrevistadas realizava o Exame Papanicolau no intervalo preconizado pelo Ministério da Saúde, ou seja, anualmente. Isto pode ser um reflexo das ações de saúde desenvolvidas pela equipe, mérito dos profissionais da área da saúde, indicando que as mulheres estão sendo conscientizadas pela equipe de saúde, antes mesmo de apresentar qualquer sintoma da doença. Como observado, praticamente todas as mulheres entrevistadas já ouviram falar sobre o câncer de colo do útero. Corrobora com este achado, estudo realizado em Ananindeua – PR, constatando que independente de se realizar ou não o exame, a maioria já tinha conhecimento sobre esta doença (ASSIS et al., 2014). A informação continua sendo a melhor estratégia para prevenção do câncer de colo uterino, por esta razão faz-se necessário que os profissionais estejam capacitados a ensinar esta população, que muitas vezes não conhecem a doença (BRASIL, 2013a). Observa-se que quase a metade das respondentes não sabia como realizar a prevenção do câncer uterino. O exame preventivo é conhecido no mundo todo como uma estratégia segura e eficiente para a prevenção e detecção precoce do câncer do colo do útero na população feminina, pois quando realizado anualmente diminui as taxas de mortalidade por esta doença (THUM et al., 2008). De acordo com o Ministério da Saúde, o exame citopatológico deve ser realizado anualmente em mulheres com idade entre 25 a 60 anos ou aquelas que possuem vida sexual ativa. Quando se obtém dois exames negativos subsequentes, o mesmo poderá ser realizado a cada três anos (BRASIL 2013). Atualmente, reconhecesse a existência de alguns fatores que interverem na realizar do exame preventivo, tais como a desinformação, o medo, a insegurança frente ao resultado, a inatividade sexual, o nível socioeconômico, a falta de tempo, não ter com quem deixar os filhos durante a consulta e o desencorajamento pelo parceiro (GOMES et al., 2008). A maioria das entrevistadas não sabia informar sobre os fatores predisponentes para o desenvolvimento do câncer de colo do útero, o que as deixavam mais suscetíveis para a aquisição desta doença. Apenas 12 mulheres mencionaram que a má higiene, a não realização do exame preventivo, a multiplicidade de parceiros, as doenças sexualmente transmissíveis, o tabagismo e a hereditariedade podendo auxiliar na aquisição do câncer de colo uterino. O desconhecimento da neoplasia por algumas mulheres aponta para uma fragilidade nas ações da atenção básica, principalmente no que diz respeito a realização do exame preventivo (GONTIJO, 2005). Podese constatar que a maioria das entrevistadas não sabia quais são as complicações do câncer de colo uterino. Dentre aquelas que conheciam, nove respondentes mencionaram que poderia levar a morte e/ou a perda do útero. O desenvolvimento do câncer pode acarretar mudanças psicológicas significativas no indivíduo. Quando a mulher descobre que está DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 542 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU com câncer é comum diminuir a autoestima, tornarem-se desanimadas, descrentes, desesperadas ou negarem a doença (BRASIL, 2013b). A maioria das mulheres entrevistadas relatou que a maior dificuldade para realizar o exame preventivo foi a vergonha do exame em si. O sentimento de medo e vergonha vinculado à realização do exame preventivo pode ser interpretado de modo negativo frente as expectativas de sofrimento para a pessoa que o vivencia, pois há a possibilidade de confirmação de uma doença, gerando diferentes sentimentos como desespero e o medo constante da morte (OLIVEIRA et al., 2007). Além disso, há a questão relacionada ao pudor e a invasão de privacidade que muitas mulheres carregam dentro de si. Por isso é importante que o profissional da enfermagem esteja preparado para lidar com esta situação, para que as mulheres se sintam acolhidas e à vontade durante a realização do exame (FRIGATO; HOGA, 2003). Algumas mulheres não realizam o preventivo devido ao horário de funcionamento da Unidade Básica de Saúde, pois horário de funcionamento é conflitante com o de trabalho (THUM et al., 2008). Frente ao exposto, é necessário que as equipes de enfermagem realizem constantemente ações educativas, demonstrando a importância da realização periódica do exame citopatológico para as mulheres. Possibilita desta forma maior adesão ao exame, oferecendo assistência humanizada, contínua e com qualidade. Por isso, o enfermeiro deve analisar e refletir sobre as dificuldades encontradas pelas mulheres para a não realização do exame, visando desenvolver estratégias na rotina do trabalho, que venham a facilitar a informação e a adesão (NASCIMENTO et al., 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS O acolhimento e a orientação são fundamentais e, devem fazer parte do cotidiano das instituições de saúde. O profissional da saúde deve promover e incentivar o conhecimento da comunidade sobre o câncer do colo do útero visando a redução da morbimortalidade. No presente estudo, a maioria das mulheres realizou o exame para detectar o câncer de colo do útero, no entanto, pode-se verificar sua falta de conhecimento quando questionadas sobre a prevenção, fatores de risco e complicações da doença. Relacionado ao estigma, muitas mulheres relataram ter vergonha em realizar o exame preventivo. Cabe à equipe de saúde tecer estratégias que visam o aumento do vínculo e da confiança com estas pacientes, para promover sua adesão ao programa de prevenção ao câncer de colo uterino. REFERÊNCIAS * ALBRING, L. et al., O câncer do colo do útero, o Papilomavírus Humano (HPV) e seus fatores de risco e as mulheres indígenas Guarani: Estudo de revisão. Rev. Bras. Anal. Clin., v. 38, n. 2, p. 87-90, 2006. DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 543 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU ALMEIDA, V. L. A. et al., Câncer e agentes antineoplásicos ciclo-celular específicos e ciclo-celular não específicos que interagem com o DNA: uma introdução. Química Nova, Minas Gerais, v. 28, n. 1, p. 118-429, 2005. AMORIM, V. M. S. L. et al., Fatores associados a não realização do exame de papanicolaou: Um estudo de base populacional no Município de Campinas, São Paulo, Brasil. Cad. Saúde Publica, Rio de Janeiro, v. 22, n. 11, p. 2329-38. 2006. ASSIS, F. et al., Adesão das mulheres ao programa de prevenção do câncer de colo do útero na atenção básica, Ananindeua-PA. Gestão e Saúde, Brasília, v. 5, n. 1, 2014. BRASIL - MINISTÉRIO DA SAÚDE. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2014: Incidência de câncer no Brasil. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014. Acesso em: 14/10/2013a BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Secretaria de Atenção à Saúde. 2. Ed. Brasília. Editora do Ministério da Saúde. n. 13, 2013b. BIM, C. R. et al., Diagnóstico precoce do câncer de mama e colo uterino em mulheres do município de Guarapuava, PR, Brasil. Rev. Esc. Enferm USP. São Paulo, v. 44, n. 4, p. 940-946. 2010 CASARIN, M. R. Educação em Saúde para Prevenção do Câncer de Colo do Útero em Mulheres do Município de Santo Ângelo/RS. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 16, n. 9, p 3925-32, 2011. CESAR, J. A. et al., Fatores associados a não realização do exame citopatológico de colo uterino no extremo Sul do Brasil. Cad. Saúde Publica. Rio de Janeiro, v. 19, n. 5, p. 1365-72. 2003. DANGELO, J. G.; FATTIMI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2007, p. 763. DUALY, L. M. et al., A percepção da mulher sobre o exame preventivo do câncer cérvico-uterino: estudo de caso. Ciência Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 733-42, 2007. FERNANDES, S. M. et al., Conhecimento, atitude e prática do exame de Papanicolaou em mulheres com câncer de colo uterino. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 17, n. 4, jul.,/ago., 2001. FERREIRA, M. L. S. M.; OLIVEIRA, C. Conhecimento e significado para funcionárias de indústrias têxteis sobre prevenção do câncer do colo uterino e detecção precoce do câncer da mama. Rev. brasil. Cancerol., São Paulo, v. 52, n. 1, p. 5-15, 2006. FIOCRUZ. Fundação Instituto Oswaldo Cruz. Situação do câncer no Brasil: Um balanço da doença que a globalização expandiu. Rev. RADIS, Rio de Janeiro, v. 52, p. 8-17, 2006. FONSECA, L. A. M.; RAMACCIOTTI, A. S.; ELUF NETO, J. Tendência da mortalidade por câncer do útero no Município de São Paulo entre 1980 e 1999. Cad. Saúde Púb., Rio de Janeiro, v. 20, n. 1, p. 136-42, 2004. FREITAS FI., L. A. O exame Papanicolau e o diagnóstico das lesões invasoras do colo de útero. 2011. 46f. Monografia (Conclusão do Curso) Universidade Paulista Centro de Consultoria Educacional, Recife, 2011. FRIGATO, S.; HOGA, L. A. K. Assistência à mulher com câncer de colo uterino: o papel da enfermagem. Rev. brasil. Cancerol., São Paulo, v. 49, n. 4, p. 209-14, 2003. DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 544 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU GASPERIN, S. I.; BOING, A. F.; KUPEK, E. Cobertura e fatores associados à realização do exame de detecção do câncer de colo de útero em área urbana no Sul do Brasil: estudo de base populacional. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, v. 27, n. 7, p. 1312-22. 2011. GERK, M. A. de. S. Prática de enfermagem na assistência ginecológica. In: BARROS, S. M. O.; MARIM, A. A. C. F. V. Enfermagem obstétrica e ginecológica, São Paulo: Ed. Roca, 2002. GONTIJO, R. C. et al., Citologia oncológica, captura de híbridos II e inspeção visual do rastreamento de lesões cervicais. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro, v. 21, n. 1, p. 141-9, 2005. GOMES, C. H. R. et al., Avaliação do conhecimento sobre detecção precoce do câncer das estudantes de medicina de uma universidade pública. Rev. brasil. Cancerol., Minas Gerais, v. 54, n. 1, p. 25-30, 2008. GREENWOOD, S. A.; MACHADO, M. F. A. S.; SAMPAIO, N. M. V. Motivos que levam mulheres a não retornarem para receber o resultado de exame Papanicolau. Rev. Latino Am. Enferm., SP, v. 14, n. 4, p. 503-9, 2006. LOPES, R. M. L. A mulher vivenciando o exame ginecológico na presença do câncer cérvico-uterino. Rev. Enferm., RJ, v. 1, n. 1, p. 165-70, 1998. MENDONÇA, V. G. et al., Mortalidade por câncer do colo do útero: características sociodemográficas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev. brasil. Ginecol. Obst., Recife, PE, v. 5, n. 30, p. 248-55, 2008. MEIRA, K. C. et al., Perfil de mortalidade por câncer do colo do útero no Município do Rio de Janeiro no Período 1999-2006. Rev. brasil. Cancerol., Rio de Janeiro, v. 57, n. 1, p. 7-14, 2011. MERIGHI, M. A. B. et al., O exame preventivo do câncer cérvico-uterino: conhecimento e significado para funcionárias de uma escola de enfermagem de uma instituição pública. Rev. Esc. Enferm., SP, v. 36, n. 3, p. 289-96, 2002. NASCIMENTO, L. C. Conhecimento cotidiano de mulheres sobre a prevenção do câncer de colo do útero. Rev. Enferm., UERJ, RJ, v. 20, n. 4, p. 476-80, out.,/dez., 2012. OLIVEIRA, M. D.; PINTO, I. Percepção das usuárias sobre as ações de prevenção do câncer do colo do útero na estratégia saúde da família em uma Distrital de Saúde do município de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Rev. bras. Saúde Mater. Infant., v. 7, n. 1, jan.,/mar., p. 31-8. 2007. PINHO, A. A. et al., Validade da citologia cervicovaginal na detecção de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas de colo do útero. J. Brasil. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 38, n. 3, jul., 2002. PINHO A. A. et al., Cobertura e motivos para a realização ou não do teste de Papanicolaou no Município de São Paulo. Cad. Saúde Públ., São Paulo, v. 19, n. 2, p. 303-13, 2003. QUEIROZ, F. Q. A importância da enfermagem na prevenção do Câncer de colo uterino. 2006. 67f. Monografia (Graduação em Enfermagem) – Centro Universitário Claretiano, Batatais, 2006. ROMAN, K.; PANIS, C. Identificação dos fatores de risco a associados ao desenvolvimento de câncer de colo uterino em mulheres. Infarma, São Paulo, v. 22, n. 7/8, p. 47-51, 2010. DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014. 545 CONHECIMENTO SOBRE O CÂNCER DE COLO UTERINO E O ESTIGMA ACERCA DO EXAME PAPANICOLAU SILVA, C. A. L. O. Prevalência de fatores associados ao câncer entre alunos de graduação nas áreas da saúde e ciências biológicas. Rev. brasil. Cancerol., v. 56, n., 2, p. 243-9, 2010a. SILVA, P. V. da. Análise da cobertura do exame citopatológico do colo do uterino município de Doresópolis-MG. 2010. 44f. Monografia (Especialização em Atenção Básica em Saúde da Família) - Universidade Federal de Minas Gerais, Formiga, 2010b. SILVA, D. W. et al., Cobertura e fatores associados com a realização do exame Papanicolau em Município do Sul do Brasil. Rev. brasil. Ginecol. Obst., Rio de Janeiro, v. 28, n.1, jan., 2006. VERÍSSIMO FERNANDES, J. et al., Conhecimentos, atitudes e prática do exame de Papanicolau por mulheres, Nordeste do Brasil. Rev. Saúde Públ., São Paulo, v. 43, n. 5, p. 851-8, 2009. THUM, M. et al., Câncer de colo uterino: Percepção das mulheres sobre prevenção. Ciência Cuidado Saúde, Maringá, v. 7, n. 4, p. 509-16, 2008. __________________________________ * De acordo com as normas da ABNT e da Revista da ATO. o0o DI LANNA, C. C.; COSTA, T. V.; TOLEDO NETO, J. L. Conhecimento sobre o câncer de colo uterino e o estigma acerca do Exame Papanicolau. Rev. Odontologia (ATO), Bauru, SP., v. 14, n. 9, p. 531-545, set., 2014.