APELMAT
SELEMAT
Edição 158 - Julho/Agosto 2014
www.apelmat.org.br
Caminhos da
sustentabilidade
O que a preocupação com o meio
ambiente tem a ver com seu negócio?
Obras
Conheça o que
pensa o cliente
Especial Logística
A qualidade da infraestrutura
do modal rodoviário deixa a desejar,
assim como os investimentos
A quem dar crédito?
Editorial
Destaques em terraplenagem, construção civil,
infraestrutura, obras públicas e gestão
8
Cenário
14
As perspectivas no setor de locação
Manutenção
e Mercado
Como manter o espírito de equipe e a motivação
dos colaboradores em tempos difíceis
20
Gestão e
Negócios
A contribuição da reciclagem e das novas
tecnologias para a sustentabilidade
24
Reportagem
de Capa
Compreenda a visão dos profissionais envolvidos
na contratação de equipamentos
28
Obras
32
Fiscalização do trabalho: o que a empresa precisa saber
Selemat
34
Construindo o país do futuro
Opinião
O que tem sido feito para solucionar o
vaivém nas grandes metrópoles?
36
Mobilidade
Urbana
Infraestrutura deficitária em todos os modais
e promessas de melhorias não concretizadas
40
Especial
Logística
48
Seguro é proteção financeira?
Seguro
54
Confira os eventos de julho e agosto
Social
58
Contatos das empresas anunciantes
Linha Direta
Apelmat
60
Acompanhe os eventos de julho a setembro
Agenda
Apelmat
61
As melhores ofertas de serviços e equipamentos
Classificados
80
Tabela
Preços de locação e prestação de serviços de terraplenagem
APELMAT
Composição da Diretoria da Apelmat 2014/2018
Presidente - Marcus Welbi Monte Verde
Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho
Vice-Presidente - José Antonio Spinassé
Vice-Presidente - Wanderley Cursino Correia
Vice-Presidente - Alex Sandro Martins Piro
Vice-Presidente - Rubens Pelegrina Filho
Vice-Presidente - Luis Carlos Gomes Leão
Vice-Presidente - Hilário José de Sena
Secretário - Cesar Augusto Madureira
Tesoureiro - Milton Gazzano
Diretor Executivo - Vanderlei Cristiano V. Rodrigues
Diretor Executivo - Paulo da Cruz Alcaide
Diretor Executivo - Afonso Manuel Vieira da Silva
Conselheiro Fiscal - José Abrahão Neto
Conselheiro Fiscal - Gilberto Santana
Conselheiro Fiscal - Ademir Geraldo Bauto
Conselheiro Fiscal - Vicente de Paula Enedino
Suplente de Conselho Fiscal - Luiz Gonzaga de Brito
Diretoria Adjunta da Apelmat 2014/2018
Diretor Adjunto - José Doniseti Luiz
Diretor Adjunto - Luiz Carlos Vieira da Silva
Diretor Adjunto - José Eduardo Busnelo
Diretor Adjunto - Emerson Dias Correia
Diretor Adjunto - Ivomario Netto Pereira
Conselho Consultivo da Apelmat 2014/2018
Presidente do Conselho - Marcus Welbi Monte Verde
Conselheiro - Silas Piro
Conselheiro - Sergio dos Santos Gonçalves
Conselheiro - Edmilson Antonio Daniel
Conselheiro - Antonio Augusto Ratão
Conselheiro - Marco Antonio C. F. de Freitas
Conselheiro Consultivo - José Dias da Silva
Conselheiro Consultivo - Armando Sales dos Santos
Conselheiro Consultivo - Jovair José Marcos Melo
Conselheiro Consultivo - Elvecio Bernardes da Silva
Conselheiro Consultivo - Wilson Lopes Moço
Conselheiro Consultivo - Artur Madureira Carpinteiro
Conselheiro Consultivo - Flavio Fernandes de Freitas Faria
Conselheiro Consultivo - Maurício Briard
Conselheiro Consultivo - Manuel da Cruz Alcaide
Produção Editorial e Tecnologia
Lasweb Soluções Inteligentes
www.lasweb.com.br
Diretor executivo
Luiz Antônio Sanches
Editora
Tatiana Alcalde (jornalista responsável) MTb 39428
[email protected]
Fotógrafo
Thiago Capodanno
Diagramação, design e arte-final
Antonio Santo Rossi
[email protected]
Revisor
João Hélio de Moraes
[email protected]
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Comercial e Relações Públicas
Marcos Dechechi
[email protected]
Impressão
Gráfica Eskenazi
Impressão de 6.000 exemplares
Revista Digital
Baixar gratuitamente na Loja da Apple ou no Google Play
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SELEMAT
Composição da Diretoria do Selemat 2014/2018
Presidente - Marcus Welbi Monte Verde
Vice-Presidente - Flávio Figueiredo Filho
Secretário - Cesar Augusto Madureira
Tesoureiro - Milton Gazzano
Suplente de Diretoria - Wanderley Cursino Correia
Suplente de Diretoria - Alex Sandro Martins Piro
Suplente de Diretoria - José Ayres
Suplente de Diretoria - Ricardo Bezerra Topal
Conselheiro Fiscal - Manuel da Cruz Alcaide
Conselheiro Fiscal - Luiz Gonzaga do Nascimento
Conselheiro Fiscal - Fernando Rubio Mazza
Suplente de Conselho Fiscal - Fabio Lourenço de Paulo Lima
Suplente de Conselho Fiscal - Jamerson Jaklen Silva Pio
Suplente de Conselho Fiscal - Adalto Feitosa Alencar
Delegado Efetivo - Marcus Welbi Monte Verde
Delegado Efetivo - Manuel da Cruz Alcaide
Delegado Suplente - Maurício Briard
Delegado Suplente - Flavio Figueiredo Filho
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APELMAT - SELEMAT
A Revista Apelmat/Selemat é uma publicação da Associação Paulista dos Empreiteiros e Locadores de Máquinas de
Terraplenagem e Ar Comprimido e do Sindicato das
Empresas Locadoras de Equipamentos e Máquinas de
Terraplenagem do Estado de São Paulo.
Os artigos assinados não refletem necessariamente a
opinião da Apelmat/Selemat. As informações que constam
nos anúncios e informes publicitários veiculados são de
responsabilidade dos anunciantes.
Rua Martinho de Campos, 410, Vila Anastácio
São Paulo - SP - CEP 05093-050
Tel. (11) 3722-5022
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Julho/Agosto 2014
A quem dar crédito?
Senhoras e senhores, parceiros e colegas da categoria, as eleições estão
chegando e com elas as “promessas” de campanha. Não vamos nos deixar
iludir novamente com as que são falsas.
Sejamos conscientes e, acima de tudo, racionais, pois estaremos elegendo
governantes que ditarão as regras da economia nos próximos quatro anos.
Normas que irão afetar diretamente nossas empresas, sejam grandes ou
pequenas. E economia que, diga-se de passagem, está muito mal para o setor,
como um paciente na UTI sem expectativa de melhora.
O nosso segmento amarga uma crise desde 2010, agravada por políticas
errôneas e equivocadas que dificultam ainda mais a nossa luta.
Nos últimos anos, enfrentamos muitos problemas como entraves
ambientais, demora ou falta de verba pública, disputas jurídicas etc. Na
contramão, empolgados com linhas de créditos subsidiadas pelo governo e
“promessas” de muitas obras de infraestrutura que estavam por vir de
governos federal, estaduais e municipais, compramos equipamentos,
investimos em mão de obra, contratamos e treinamos profissionais. E nada
aconteceu, ou seja, o governo nos deu crédito, “prometeu” obras, mas não as
fez. Ficamos totalmente endividados e frustrados, pois a necessidade de
infraestrutura existe.
A Copa do Mundo da Fifa, o maior motivador do nosso investimento, ao
contrário do que achávamos, foi um sucesso. Porém custou o dobro do
previsto e as obras ficaram por conta de três ou quatro megaconstrutoras, as
mesmas de sempre.
Diante de tudo isso, temos que tirar uma lição, a de não acreditar em
“promessas” do governo.
Nesta edição, tratamos de questões sensíveis tanto para o nosso setor
quanto para a sociedade brasileira: a mobilidade urbana e a logística. Além
disso, trazemos um panorama do cenário no mercado de locação e de como
podemos encontrar soluções para o nosso negócio.
Penso eu que é hora de refletir sobre o que estamos passando, nos
organizarmos, planejarmos melhor e visarmos à união da categoria para que
possamos, juntos, exigir mais de nossos governantes. Só assim teremos um
Brasil melhor e mais justo. Eu acredito!
Pense bem na hora do voto.
Wanderley Cursino Correia
Vice-presidente da Apelmat
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Caterpillar e tubarões. O que têm em comum?
Entre julho e agosto, a organização não governamental Ocearch esteve em águas brasileiras para estudar os
tubarões. Passou por Recife, em Pernambuco, Fernando de Noronha, foz do Rio São Francisco (entre os Estados
de Alagoas e Sergipe) e Cabo Calcanhar, no Rio Grande do Norte, lugares com alta incidência do animal e
frequência atipicamente alta de ataques fatais.
Essa foi a 20ª expedição do grupo, financiada em grande parte pela Caterpillar e viabilizada por uma parceria de
vários anos voltada à sustentabilidade. A empresa norte-americana investiu US$ 700 mil somente nessa jornada
no País.
A Ocearch conta com um navio-laboratório de 37 metros
equipado com uma plataforma hidráulica de pesquisa de 34
toneladas e preparado para captura, pesquisa e etiquetagem
eletrônica de tubarões. A tag permite que cientistas e o
público em geral acompanhem os movimentos desses
predadores por até dez anos. Cerca de 200 tubarões já foram
marcados em várias regiões do mundo.
“É uma honra que minha organização entregue os dados a
cientistas e autoridades de segurança para ajudar a resolver
problemas em áreas onde praias e banhistas coexistem com
uma espécie ameaçada e capaz de afetar a segurança
pública”, afirma Chris Fischer, fundador da Ocearch. “Esta
expedição é um presente da Caterpillar ao Brasil.”
A embarcação é impulsionada por três motores
Caterpillar e alimentada por dois grupos de geradores,
também da Caterpillar. “Os motores de propulsão 3412,
junto com os grupos geradores C6.6 e C4.4, movimentam o
navio no mar, seu elevador hidráulico e a plataforma de
pesquisa, dando à equipe a força necessária para lidar com
os grandes tubarões”, explica Gustavo Sepúlveda, diretor
de power systems da Sotreq, revendedor exclusivo da
marca para a região.
A Sotreq, aliás, foi responsável pelo suporte técnico ao
navio enquanto esteve no País. A parceria da Caterpillar e
de seus revendedores em todo mundo tem sido vital para as
expedições globais da organização, que contam com o
auxílio dos dealers, que dão suporte local e fazem a
manutenção do maquinário.
Repaginado
O site do Grupo Hidrau Torque (www.grupoht.com.br) está de cara
nova. O portal traz um layout moderno e dinâmico, além de
proporcionar uma maior interação entre os usuários e a empresa.
O público tem fácil acesso a informações sobre a história do grupo, a
linha de produtos, as unidades espalhadas pelo Brasil, os segmentos
de atuação, além de ferramentas como o GHT Link, para compra de
peças on-line.
Com fábrica própria e uma central de remanufatura de
componentes, o grupo atua em diversos segmentos, como de
mineração, ferroviário, portuário, industrial e de construção pesada.
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Consórcio Case reúne empresários
Cerca de 50 empresários do setor de construção e
terraplenagem participaram de um jantar de negócios com
a diretoria da Case Construction Equipment no fim de
julho, em Jundiaí (SP). Na ocasião foi apresentada a
campanha especial do Consórcio Nacional de Máquinas
Case voltada para compras a curto prazo.
A companhia disponibilizou quase 200 máquinas, entre
retroescavadeiras 580N, pás-carregadeiras W20E,
escavadeira hidráulica CX130B, minicarregadeiras Skid
SR130 e SR150 e miniescavadeiras CX75 e CX80, para
entrega em três mega-assembleias nos meses de agosto,
setembro e dezembro.
“O consórcio é uma modalidade de financiamento em
que se pode programar a aquisição de um determinado
bem sem pagar juros, mas somente uma taxa
administrativa, que, se diluída pelo período de
pagamento, é muito mais atrativa do que qualquer outro
financiamento, como leasing ou CDC. Uma opção como
essa atrai novos clientes e os fideliza”, fala Roque Reis,
diretor-geral da empresa.
Pavilhões novos
Em junho, a Associação Comercial de São
Paulo – Distrital Ipiranga, por meio do
Conselho Cívico e Cultural e em parceria com
o Movimento Cívico em Defesa do Parque e
do Monumento à Independência, realizou pela
primeira vez a tradicional substituição das
bandeiras estaduais e do pavilhão nacional do
Parque da Independência.
A Associação Paulista dos Empreiteiros e
Locadores de Máquinas de Terraplenagem e
Ar Comprimido (Apelmat) e o Sindicato das
Empresas Locadoras de Equipamentos e
Máquinas de Terraplenagem do Estado de São
Paulo (Selemat) apoiaram a iniciativa, que
trocou 23 pavilhões.
“Fomos procurados e, ao sabermos da
necessidade de fazer a substituição, em pleno
período de Copa do Mundo, ficamos
sensibilizados e fizemos uma doação”, fala
M a r c u s We l b i , p r e s i d e n t e d a
Apelmat/Selemat.
A ação também contou com o apoio da
Prefeitura Municipal de São Paulo, da
Secretaria Municipal do Verde e do Meio
Ambiente, da Secretaria Municipal da
Cultura, do Sesc-SP Ipiranga, do maestro
Rubens Pretel e da AB Administração e Venda
de Imóveis.
Novidade no mercado de
infraestrutura e pavimentação
A Titan Pneus apresentou ao mercado a novidade
tecnológica do pneu compactador Road Roller, com
banda de rodagem mais larga, ideal para rolos
compactadores de asfalto.
O produto, que tem aplicação no trabalho de
compactação de solo, foi desenvolvido com tecnologia
exclusiva e é apresentado na medida 11.00-20, com
capacidade de carga de 18 lonas (5.800 kg).
Sua carcaça wide base permite uma distribuição
superior da carga sobre o solo, suportando as variações de
pressão associadas ao trabalho de acabamento do asfalto.
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
11 Estados e 10 mil quilômetros
A JCB iniciou, neste ano, a produção de dois novos
modelos de máquinas pás-carregadeiras na fábrica
localizada em Sorocaba (SP). Para apresentá-los ao
mercado, lançou mão de uma ação inovadora no
segmento: um road show. Percorreu, entre junho e julho,
10 mil quilômetros em visita a 11 Estados.
Em parceria com 11 de seus 16 distribuidores, dois
caminhões transportaram simultaneamente os modelos
422ZX e 426ZX. Um deles circulou no Centro-Oeste, no
Sudeste e no Sul, e o outro no Centro-Oeste e no Nordeste.
Em cada ponto de venda, foram feitos eventos nos quais
os clientes conheceram de perto os lançamentos.
“O projeto reforça a aposta da JCB no mercado
nacional, levando para cada Estado as novas máquinas,
mostrando suas aplicações para as atividades econômicas
da região e proporcionando ao cliente a experiência de
conhecer as pás-carregadeiras, seus benefícios
tecnológicos, a segurança desenvolvida para o operador e
a potência para suas aplicações”, diz Ana Almeida,
gerente de marketing da JCB.
Novo patamar para a
qualificação profissional
A Associação Brasileira de Tecnologia para
Construção e Mineração (Sobratema)
expandiu sua atuação na área de qualificação
profissional desenvolvendo, em parceria com
a Associação Brasileira de Ensaios Não
Destrutivos e Inspeção (Abendi), a
Certificação de Terceira Parte, baseada na ISO
17024, que normaliza a certificação de
profissionais.
Com foco no setor da construção, a parceria
desenvolveu a certificação inicialmente para o
segmento de içamento e movimentação de
cargas, nas funções rigger, supervisor de
rigging e sinaleiro amarrador. Hoje, já engloba
operadores de guindastes, gruas, guindauto,
pontes rolantes e pórticos. Os operadores de
equipamentos da linha amarela ainda serão
contemplados.
Com isso, Wilson de Mello Jr. passou a
responder pela área de certificação e
desenvolvimento humano, que inclui as
atividades de capacitação profissional. “No
início, nossa preocupação era com o
treinamento, agora passamos para um novo
patamar, ampliando nosso trabalho”, explica o
diretor.
Outra etapa da parceria prevê a formação e
certificação de instrutores que atuarão como
multiplicadores do conhecimento, assegurando que os centros de treinamento credenciados
possam preparar os profissionais para serem
certificados.
Primeiro semestre positivo
A Ciber Equipamentos Rodoviários, subsidiária no Brasil do
Grupo Wirtgen, fechou o primeiro semestre de 2014 com
crescimento de 24% nas vendas de máquinas, em comparação com o
mesmo período do ano passado. Com esse desempenho, a empresa
registrou um faturamento de R$ 203 milhões, 15% a mais que nos
primeiros seis meses de 2013.
“Graças ao nosso trabalho feito com agilidade e ao amplo suporte
aos produtos que comercializamos no mundo inteiro, a Ciber tem a
confiança do mercado. Isso faz com que continuemos em franca
ascensão e tendo ótimo desempenho, mesmo num momento de
indícios de estagnação nos investimentos”, comenta Luiz Marcelo
Tegon, presidente da companhia (foto).
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Cenário
20 anos de história
A M&T Expo – Feira Internacional de Equipamentos
para Mineração e Construção completa 20 anos com uma
nova edição, em junho de 2015.
Idealizado em 1994 pela Associação Brasileira de
Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), o
evento recebeu o nome de I Mostra de Manutenção,
Equipamentos & Tecnologia Aplicada e foi promovido
em setembro de 1995, na Bienal do Ibirapuera, em São
Paulo (SP).
A primeira edição recebeu
7.500 visitantes interessados
em conhecer novidades de 70
expositores, representando
95 marcas. Na oitava e última
edição, realizada em 2012, a
feira alcançou números
recordes: 1.042 marcas e
cerca de 3.500 equipamentos
apresentados por 494
expositores, nacionais e
internacionais, e um público
de 54.597 profissionais do
Brasil e do exterior.
Soluções para infraestrutura
e meio ambiente
A BW Expo acontecerá entre 20 e 22 de
outubro de 2015, no Centro de Exposições Pró
Magno, em São Paulo (SP).
O evento, que está em sua primeira edição,
apresentará as principais novidades em
tecnologias voltadas para a coleta e gestão de
resíduos, saneamento básico, reciclagem e
meio ambiente.
De acordo com os organizadores, a BW
Expo também promete ser um importante
espaço para fazer negócios e promover a troca
de experiências entre profissionais das mais
variadas áreas.
Em paralelo, será realizada a BW
Conference, uma série de seminários,
conferências e workshops.
Serviço
BW Expo – 1ª edição
Data: 20 a 22 de outubro de 2015
Local: Centro de Exposições Pró Magno
Mais informações: www.bwexpo.com.br
Portfólio nacional em expansão
A New Holland Construction, empresa de máquinas e equipamentos de construção da CNH Industrial, passou a
fabricar o trator de esteiras modelo D140B na fábrica de Contagem (MG), possibilitando o seu financiamento
pelo Finame.
Na cidade mineira, a empresa produz suas cinco principais
linhas de produtos – retroescavadeiras, motoniveladoras,
tratores de esteiras, escavadeiras e pás-carregadeiras – e
importa alguns tipos de máquinas menores.
Um dos grandes diferenciais desse trator é a cabine basculável
(inclinável), além de portas e tampas laterais, o que permite
fácil e ampla acessibilidade a todos os pontos vitais da máquina.
“Entre as diversas aplicações possíveis, destaco a abertura de
estrada, terraplenagem, estocagem de material e curva de
nível”, explica Fernando Neto, especialista de produto da
companhia.
Vaivém
A International Caminhões nomeou Eduardo Thiele como
gerente de vendas (foto). O executivo, que é engenheiro
mecânico automobilístico formado pela FEI e tem mais de 30
anos de experiência na indústria automobilística, assumiu a
responsabilidade por toda a área no Brasil, em agosto,
substituindo Fred Petroff. Thiele se reporta diretamente a
Guilherme Ebeling, presidente da companhia.
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Manutenção e Mercado
Retrato 3x4
Mesmo distante do padrão norte-americano, o mercado de locação de equipamentos
tem conquistado seu espaço no Brasil
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APELMAT - SELEMAT
Foto: Marcelo Vigneron
N
o setor de linha amarela, de
todas as máquinas vendidas,
cerca de 30% foram destinadas para
locação. Nos Estados Unidos, esse
percentual é de 60%.
“A frota comercializada nos
últimos cinco anos foi de 150 mil
equipamentos. De seis a dez anos
atrás, o desempenho era menor que
150 mil. E de 11 a 15 anos, esse
número cai pela metade. Ou seja, o
segmento de linha amarela cresceu
muito. Com isso, a frota também
aumentou e o que escutamos hoje,
principalmente entre os locadores, é
uma reclamação geral diante de um
mercado descompassado, no qual há
maior oferta do que demanda”, fala
Eurimilson Daniel, vice-presidente
da Associação Brasileira de
Tecnologia para Construção e
Mineração (Sobratema). “Os
locadores precisam se posicionar
dentro de um cenário novo.”
Investimento e facilidade de
crédito para a aquisição de novas
máquinas são dois fatores que
impulsionaram, nos últimos anos, o
segmento de rental na área da
construção, gerando um crescimento
da demanda e das empresas do setor.
Eurimilson Daniel,
da Sobratema
"Os locadores precisam
se posicionar dentro
de um cenário novo"
O otimismo contagiou os locadores, que fizeram novas aquisições,
ampliando a frota. Porém, de 2012 para cá, as grandes obras que
estavam em perspectiva não saíram do papel e a cautela tomou o
lugar da confiança. Tanto as companhias maduras quanto as que
abriram as portas vislumbrando um mar de oportunidades se
ressentiram com a mudança na direção do vento.
“Não podemos simplesmente dizer que as empresas que não vão
bem irão sair do mercado”, comenta Daniel. A política econômica
atual não atrai investidores novos para o negócio, o que afeta o
empreendedorismo, e entre as empresas consolidadas a motivação
para investir é muito menor do que foi no passado.
Foto: Marcelo Vigneron
“Em uma pesquisa feita pela Sobratema, perguntadas se
tinham a intenção de sair do setor, as empresas responderam
que não. Por outro lado, afirmaram que pretendiam diminuir
investimentos”, observa o executivo. “A economia não
permite avanços fortes em aplicações, e nosso setor
demanda alto investimento. Somos dependentes da nossa
capacidade de investir”, salienta.
Para Marcus Welbi, presidente da Associação Paulista dos
Empreiteiros e Locadores de Máquinas de Terraplenagem e
Ar Comprimido (Apelmat) e do Sindicato das Empresas
Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem
do Estado de São Paulo (Selemat), os diferentes atores que
atuam no mercado de locação vivem momentos distintos.
“Entre os locadores, há falta de qualificação,
profissionalismo e organização do setor. Os dealers também
sofrem as consequências da crise na construção civil”,
pontua. “As empreiteiras pequenas é que são privilegiadas,
por terem muitas ofertas de prestação de serviços.”
Para Vicente Cracasso, diretor comercial da Shark
Máquinas e da Multirental, o mercado, de forma geral, está
retraído e com poucas oportunidades em São Paulo. “Não
existem grandes obras e a disponibilidade de máquinas é
alta, induzindo a um valor de locação abaixo do planejado e
expondo as empresas a riscos, já que a manutenção é um item
preponderante no negócio”, afirma.
Considerando o Brasil, especificamente no Norte e no
Nordeste há grandes projetos. “Porém por diversos fatores
acabam atrasando e muitas vezes são interrompidos durante
a obra, seja por falta de verba, questões ambientais etc. Isso
sinaliza um período de baixa até o fim do primeiro trimestre
de 2015”, fala Cracasso.
Segundo o executivo, outro ponto relevante nesse contexto
é o grau de exigência nos grandes contratos: equipamentos
com idade mínima de cinco anos, obrigando a locadora a
fazer novos investimentos sem uma remuneração
compatível.
O melhor dos mundos
Ainda assim, Daniel, que
também é diretor da Escad
Rental, acredita que o
cenário é positivo para o
setor de locação. “As empresas não investem para
comprar e decidem locar.
Estamos percebendo isso”,
disse durante entrevista coletiva de abertura do M&T
Peças e Serviços 2014.
Afonso Mamede, da Sobratema
"Hoje as empresas de construção
compram um parque menor.
O restante é alugado"
Julho/Agosto 2014
Manutenção e Mercado
Para Afonso Mamede, presidente da Sobratema, as
empresas optam, primeiramente por usar a frota
própria, depois por alugar e, por fim, por comprar. “O
melhor é a locação. Alugo pelo tempo que preciso e
não tenho de lidar com frota ou funcionário. Além
disso, se tenho obra hoje e amanhã não, o
equipamento fica parado”, comentou também na
abertura do M&T 2014. “Hoje as empresas de
construção compram um parque menor. O mínimo é
próprio, o restante é alugado. A locação é
fundamental.”
Mas por que o Brasil ainda não registra o mesmo
índice norte-americano?
Segundo Daniel, o percentual de locação e de
compra é decidido em função da obra. “O que ocorre
é que empresas de construção têm uma facilidade até
maior na rapidez de fazer o financiamento para
atender à sua necessidade. Essa é a primeira questão
que as coloca à frente dos locadores. O segundo
ponto é o poder de negociação maior. Além disso, já
existe uma capacidade de financiamento tomada
pelos locadores”, explica.
Outra explicação aponta para o fato de que o setor
de rental está caminhando para alcançar a
maturidade, o que já é realidade em mercados
externos.
O que esperar do futuro?
A sondagem O Mercado Brasileiro de
Equipamentos para Construção, elaborada pela
Sobratema e divulgada durante o M&T Peças e
Serviços Congresso, ouviu um grupo de 35 empresas
do segmento de construção.
Quarenta e um por cento delas, que no conjunto
movimentam uma frota de aproximadamente 19 mil
equipamentos, esperam um volume de negócios
melhor ou muito melhor para 2014 em comparação
com o ano passado. Já as empresas que acreditam
que os negócios serão piores ou muito piores do que
em 2013 totalizam 33%.
Segundo as projeções feitas por Brian Nicholson,
economista e consultor responsável pela pesquisa, o
mercado de máquinas da linha amarela deve
apresentar neste ano um declínio de vendas da ordem
de 7%.
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APELMAT - SELEMAT
As incertezas apontadas por Nicholson no nível
setorial foram referendadas pela análise conjuntural
feita pelo economista Rubens Sawaya, da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
Segundo o especialista, a situação econômica do País
continua apontando para um desaquecimento. “A
principal razão para o declínio econômico iniciado a
partir de 2011 é o profundo corte feito pelo governo
federal nos investimentos públicos destinados a
infraestrutura, sobretudo a redução de R$ 50 bilhões
no Programa de Aceleração do Crescimento”,
observa.
Para Nicholson, o momento é marcado por uma
incerteza quanto ao desempenho no curto prazo, em
função de certa lentidão nas obras públicas,
decorrente das dificuldades no licenciamento
ambiental e liberação de verbas.
Para o vice-presidente da Sobratema, Mário
Humberto Marques, esse adiamento temporário dos
investimentos lança o foco sobre a manutenção das
frotas e, paralelamente, reforça a locação. “Já
vivemos isso antes, quando foi necessário
racionalizar os custos e se optou por investir na
gestão do parque de máquinas então disponível.”
Entre as vantagens que a locação de máquinas
oferece, quando comparada à compra, está a
disponibilização do valor que seria gasto em
equipamentos e encargos adicionais; a oferta de
acordo com o volume de trabalho, fazendo com que
os gastos sejam proporcionais à demanda; e a
responsabilidade de manutenção a cargo da
locadora.
Outros benefícios são o aumento da capacidade de
financiamento, o controle de custos, a utilização de
máquinas adequadas e o apoio do locador.
Para Marques, até 2015 haverá uma reorganização
do setor, com esforço acentuado de redução de
passivos. Já a partir de 2016, deve ocorrer um
desaparecimento acelerado de oportunistas, gerando
um mercado mais competitivo. “Trata-se de um
nicho de oportunidades no qual será preciso realizar
desinvestimentos fora do core business, oferecer
preços mais competitivos em relação ao custo
próprio e demonstrar diferenciais competitivos,
provando ao cliente que vale a pena locar mesmo
com um custo unitário maior.”
Julho/Agosto 2014
Gestão e Negócios
Injeção de ânimo
Em tempos difíceis, como manter o espírito de equipe, a motivação
e o engajamento?
P
arece que, como os especialistas
anunciaram, os meses entre o fim da
Copa do Mundo da Fifa e as eleições
caminham a passos de tartaruga na
economia.
Os sinais da apatia são visíveis e
estampam manchetes de jornal, como as
montadoras que tentam desovar estoques
em promoções ou falam em empregados
em lay-off, prédios comerciais em áreas
nobres que aguardam inquilinos, com
juros e inflação altos, inadimplência,
queda no nível de emprego, baixo
crescimento etc.
As empresas, por sua vez, caminham
como podem. Diante de um cenário de
receitas decrescentes e mercado parado,
cortam custos.
O momento atual é de desafios, tanto
para as companhias, que buscam formar e
reter os talentos, quanto para os
profissionais, que precisam conduzir
suas carreiras e estarem permanentemente atualizados. Com investimentos mais
restritos e o desafio de crescer, as
organizações buscam soluções para
atingir seus objetivos e atrair pessoas
capazes de entregar o que se espera e
precisa.
“As empresas estão cautelosas. Poucas
estão dispostas a se arriscar devido às
incertezas de mercado em um ano
complexo no Brasil. A hora é de repensar
a estrutura e assegurar a retenção de
talentos, pois os mesmos serão a chave
para as estratégias de crescimento de
médio e longo prazo”, analisa André
Freire, presidente da Odgers Berndtson
do Brasil.
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APELMAT - SELEMAT
André Freire,
da Odgers Berndtson do Brasil
"A hora é de repensar a estrutura e
assegurar a retenção de talentos"
Nesse contexto, Marcos Morita, mestre em administração de
empresas e professor da FIA-USP e da Universidade Mackenzie,
sugere sete ações para motivar suas equipes, envolvendo-as,
gastando pouco e gerando resultados rápidos.
1 – Dê um zoom em seu portfólio. Utilize dados históricos,
aprofundando-se além do volume de contratos, vendas ou locações e
da curva ABC. Crie um comitê com finanças, manufatura e
marketing, analisando margens de lucratividade, custos e
competidores, verificando sua posição relativa no mercado. Corte,
reduza e simplifique, descontinuando produtos ou serviços pouco
rentáveis.
2 – Como está a satisfação de seus principais clientes, fornecedores
e parceiros? Desenvolva um questionário que abranja os principais
pontos de contato com sua empresa, avaliando critérios como prazo
de entrega, tempo de resposta, disponibilidade e taxa de falha,
adequando-o conforme os requisitos de seu negócio. “Utilize sua
própria equipe de atendimento para aplicá-lo. Insights interessantes
para melhorias internas poderão surgir”, aconselha Morita.
Marcos Morita, da FIA-USP
"É possível desenvolver uma
agenda de treinamento em
diversas áreas, muito além do
velho e conhecido treinamento
de vendas e atendimento"
3 – Envolva gerentes e supervisores na revisão e criação
de métricas, alinhando-as com as principais estratégias da
empresa, prazo médio de pagamento e recebimento,
repetição de compras, retenção de clientes etc. Você poderá
se surpreender com índices que já não se aplicam, assim
como aproveitar a oportunidade para alinhar os
departamentos, a visão e a missão.
4 – Que tal estudar novos mercados e oportunidades?
Selecione alguns executivos para visitar feiras e exposições,
frequentar palestras, fóruns e conhecer cidades, Estados e
países que tenham empresas de interesse. Caso o dinheiro
esteja realmente curto, revistas especializadas, sites,
associações e câmeras de comércio podem ser uma saída
interessante. “É importante ter cartas na manga quando o
mercado voltar a reagir”, afirma Morita.
O momento atual é de desafios, tanto para
as companhias, que buscam formar e reter
os talentos, quanto para os profissionais
5 – Há quanto tempo seus colaboradores não são
treinados? Use os resultados da pesquisa ou as lacunas
levantadas pelas métricas para criar programas de
capacitação interna. “Com ferramentas, cursos ou
plataformas disponíveis na web, gratuitas ou com custo
baixo, é possível desenvolver uma agenda de treinamento
em diversas áreas, muito além do velho e conhecido
treinamento de vendas e atendimento”, destaca o professor.
6 – É hora de abordar aquele velho problema que há
tempos incomoda a rotina ou o departamento, gerando
retrabalho e insatisfação. Segundo o especialista, em grande
parte eles podem ser resolvidos por meio da mudança de
processos, revisão dos fluxos de atividades, criação de
formulários e relatórios. “Crie pequenos grupos de trabalho
com os envolvidos, independentemente do nível
hierárquico, estabelecendo encontros semanais de curta
duração. Às vezes a solução vem de baixo”, sugere.
Julho/Agosto 2014
Gestão e Negócios
7 – Alinhe essas iniciativas para que não pareçam
desconexas. “Escolha um nome inspirador e
embale tudo num belo pacote, divulgando aos
colaboradores em algum evento simples e de bom
gosto, aproveitando para motivá-los e retirá-los do
estado de letargia”, fala Morita. Outra dica é
programar comunicados semanais com o
andamento das atividades e reuniões mensais para
compartilhar os resultados obtidos no programa.
Airton Cicchetto, consultor
"Assim em geral fazem os líderes natos: motivam,
engajam e inspiram com condutas muito simples"
Qual deve ser a postura de um líder?
Você já deve ter ouvido falar no termo “gestão de pessoas”. Muito utilizado no ambiente profissional, trata
do gerenciamento de colaboradores, trabalho em equipe, liderança, planejamento estratégico, feedback etc.
Por se tratar de um tema atual e importante no mundo corporativo, há farta literatura sobre liderança e
inúmeras pesquisas.
Recentemente uma delas foi desenvolvida pela consultoria norte-americana Leadership IQ, que ouviu
mais de 32 mil executivos, gerentes e empregados nos Estados Unidos e Canadá. Ela aponta que os
empregados que ficam em contato com seus chefes por seis horas semanais têm um desempenho muito
melhor do que aqueles que mantêm o vínculo por apenas uma hora por semana.
Segundo o estudo, eles são 29% mais inspirados, 30% mais engajados, 16% mais inovadores e 15% mais
motivados do que os colegas.
Para o consultor Airton Cicchetto, o incontável número de livros, artigos, pesquisas e sugestões sobre
como deve ser a atuação dos líderes capazes de levar a equipe e a empresa ao sucesso pode contribuir para o
aperfeiçoamento do seu desempenho perante o seu time.
“Porém, antes mesmo do advento de tais pesquisas e dessa indústria do marketing editorial, os líderes já
eram líderes”, fala Cicchetto. “Nos primórdios da civilização, nos antigos povoados, nas guerras, nas
igrejas, na política, nos sindicatos, nos esportes e nos grupos informais, sempre houve e ainda há líderes, não
necessariamente letrados.”
Para Cicchetto, que também é engenheiro, mestre em administração e idealizador do modelo SCG –
Simples Complexo Gerencial – Simplificando a Gestão, a liderança se faz e se fortalece, antes de mais nada,
com uma combinação de dois elementos práticos: a participação e a união dos integrantes da equipe.
“Quando ela é participativa e unida, o líder, por consequência, é forte.”
Nesse sentido, o líder deve promover a participação racional de todos, por meio de projetos, programas e
ações de melhorias que sejam delegadas ao time.
Ele também deve saber recompensar e fazer uso da comunicação para informar e ouvir seus liderados,
potencializando a participação de todos. “Deve por último, mas não menos importante, celebrar com seu
time vitórias alcançadas, fatos e datas que sejam relevantes”, aponta.
“Assim em geral fazem os líderes natos: motivam, engajam e inspiram com condutas muito simples
capazes de unir a equipe e fazê-la participar coletivamente do esforço pelo sucesso da empresa e de todos”,
resume. Como consequência, o líder fortalece a si próprio e se torna cada vez mais líder.
Veja +
Uma preocupação básica para quem ocupa um cargo de liderança é como se comunicar com seus
colaboradores. Por isso, confira sete orientações para um feedback positivo no portal de notícias Apelmat
(www.apelmat.org.br).
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APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Reportagem de Capa
A sustentabilidade
e seus caminhos
Além de investir em tecnologias que minimizam impactos ambientais, a
reciclagem é uma estrada que precisa ser trilhada
A
Toyota Motor Corporation, em
parceria com a Tsusho e mais
nove empresas, desenvolveu uma
tecnologia automatizada avançada de
reciclagem do cobre contido dentro da
fiação dos veículos. O grau de pureza
do produto reciclado na operação é de
99,9%, tornando o componente reutilizável, mantendo suas características
e propriedades.
A companhia já utiliza o cobre
reciclado em parte de seus carros no
Japão e tem a intenção de aumentar
essa participação gradativamente para
mil toneladas até 2016.
De acordo com estudos da
montadora, a quantidade de cobre
disponível no mundo abasteceria os
diversos mercados que o utilizam
apenas por mais 40 anos, tendo em
vista que o recurso é finito e o
consumo cresce. Por isso, a
reciclagem e o reúso tornam-se cada
vez mais importantes.
Hoje em dia, a reciclagem de veículos ocorre de maneira sistemática na
Europa, nos Estados Unidos e no
Japão. Veículos acidentados, com
perda total ou sem condição segura
para trafegar passam pelo processo.
Essas regiões abrigam as maiores
frotas do mundo e contam com
critérios e leis que caracterizam a
condição de veículos em fim de vida
útil, ou ELV (end of life vehicle), além
de regulamentações que fazem com
que a reciclagem possa ser realizada.
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APELMAT - SELEMAT
Caterpillar
Máquinas equipadas com motores que têm a tecnologia Acert,
que atende a padrões exigentes de eliminação de emissões
Segundo dados do livro Reciclagem e Sustentabilidade na
Indústria Automobilística, de Daniel Castro, engenheiro e
professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas
Gerais (Cefet-MG), o balanço global da indústria automobilística
no Japão mostra que em 2007 toda a frota de veículos daquele país
atingiu 79,5 milhões de unidades. Desse total, 3,5 milhões foram
reciclados (4,4%).
Em entrevista à Agência CNT de Notícias, Castro afirma que no
país asiático a reciclagem dos carros deve chegar a 95%, sendo que
apenas 5% dos materiais vão para aterros. A comunidade europeia
pretende chegar a 95% até 2020, enquanto os Estados Unidos estão
na faixa dos 80%. Já no Brasil, reciclam-se apenas 2%. “As sucatas
ficam depositadas, durante décadas, nos pátios dos departamentos
de trânsito, sem condições de serem processadas. Outras são
levadas para desmanches ilegais.”
O que e por quê
Os benefícios da reciclagem ultrapassam a simples recuperação
de materiais que serão desprezados. Em seu livro, Castro mostra
que, no caso dos metais, o uso de reciclados reduz a necessidade de
extração de minérios, diminuindo assim a emissão de gases do
efeito estufa.
Julho/Agosto 2014
Outro valor agregado está na
diminuição do consumo de energia
em comparação com os mesmos
materiais obtidos a partir de extração
mineral. “No caso do aço, a redução
de energia chega a 56%, do alumínio
a 92% e do cobre a 90%”, aponta.
A diminuição da quantidade de
água usada para obter materiais
metálicos a partir da extração mineral
é outro ponto positivo.
“Temos que pensar no meio
ambiente, em nossos recursos e nas
futuras gerações”, diz Lars
Martensson, diretor de meio
ambiente da Volvo Caminhões.
Lars Martensson,
da Volvo Caminhões
No entanto, esta não é apenas uma
"Temos que pensar no meio
ambiente, em nossos recursos questão ambiental. Existem aspectos
e nas futuras gerações" econômicos envolvidos. “No futuro
poderá haver escassez de metais e, quando os preços subirem,
será necessário reciclar mais ainda”, destaca Martensson.
Quase todos os materiais usados na fabricação de caminhões
podem ser reciclados. O aço é o insumo de maior proporção –
representa cerca de 85% do peso de um caminhão.
Mercado
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) estima que
cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos rodem pelo
Brasil. Com tecnologia ultrapassada, além de poluir o ambiente,
geram maior risco de acidentes.
Segundo reportagem da Agência CNT de Notícias, de olho
nesse mercado, as empresas de reciclagem de veículos projetam
crescimento dos negócios neste ano. A JR Diesel, uma das
pioneiras no País no ramo, espera um aumento de 20% na receita.
A criação do Centro de Reciclagem de Veículos em Minas
Gerais, em Belo Horizonte, reforça o avanço do setor. Chamado
de Mina Urbana Brasil e idealizado por Castro, deve começar a
funcionar em 2015. Segundo estimativa do professor, cerca 90
mil veículos devem ser reciclados no Estado. “Não estamos
deixando de lado a ideia de criar um centro que recicle veículos e
caminhões. Seria interessante estender esse trabalho para os
veículos pesados.”
Tecnologias amigáveis
No setor de linha amarela, a Caterpillar investe na
remanufatura de componentes vitais, por meio da tecnologia
CAT Reman, devolvendo-lhes a condição original e, com isso,
reduzindo o descarte de peças. Uma fábrica destinada exclusivamente para isso foi inaugurada em 2013 em Piracicaba (SP).
Julho/Agosto 2014
Reportagem de Capa
A fabricante também investe em equipamentos
com impacto ambiental reduzido. Os modelos
produzidos no País são equipados com motores que
têm a tecnologia Acert, que atende aos requisitos de
emissões Tier III e Tier IV, os estágios IIIA da União
Europeia e 3 do MOC, do Japão, considerados os
padrões mais exigentes em termos de eliminação de
emissões.
atender às rigorosas normas vigentes nos diferentes
mercados onde a empresa atua. “Todos são
certificados quanto à emissão de gases e ruídos,
homologados pelos órgãos regulamentadores do
País, cumprindo assim as normas brasileiras.”
“Grande parte dos motores que equipam as nossas
máquinas no Brasil já sai da fábrica, localizada em
Contagem (MG), com motor Tier III”, afirma
Marcos Rocha, gerente de produto da New Holland
Construction.“É o caso do trator de esteiras D140B.”
Atualmente, 75% do portfólio de produtos da Case
no País já atende à norma de emissão de ruídos e 83%
respeitam a regulamentação de emissão de
poluentes.
Thiago Cibim, da John Deere
"Todos os produtos são certificados quanto
à emissão de gases e ruídos"
Assim como a Caterpillar, outras empresas
afirmam que estão preparadas para atender à
Resolução 433 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (Conama), que visa a regulamentar a
emissão de poluentes e ruídos.
A primeira fase do Proconve/MAR-1 (Programa
de Controle de Poluição do Ar por Veículos
Automotores/Máquinas Agrícolas e Rodoviárias),
que entra em vigor em 2015, regula os motores de
máquinas novas com faixa de potência igual ou
superior a 50 hp.
Em 2017, passa a valer a segunda etapa, que
envolve todos os motores destinados a máquinas de
construção, tanto de produção nacional como
importadas.
O MAR-1 equivale ao Tier III, dos Estados Unidos,
e ao Stage IIIA, no padrão europeu. Isso significa que
os motores off-road não poderão emitir mais de 3,5
g/kWh de gás carbônico e 4 g/kWh de
hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio. Já a emissão
de material particulado fica limitada a 0,2 g/kWh.
No que se refere à emissão de ruídos, o Mar-1
classifica os limites por tipo de equipamento, sendo
que a medição será realizada em laboratório por
órgão credenciado pelo Ministério do Meio
Ambiente.
Segundo Thiago Cibim, gerente de suporte ao
produto C&F da John Deere, os produtos
desenvolvidos pela companhia são projetados para
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APELMAT - SELEMAT
Carlos França, da Case Construction
"A CNHI investe R$ 6,5 milhões em projetos de
redução de emissão de ruídos e R$ 24 milhões
em projetos redução de emissão de poluentes"
“Para adequar os produtos à resolução do Conama,
a CNHI, à qual a marca Case pertence, investe R$ 6,5
milhões em projetos de redução de emissão de ruídos
e R$ 24 milhões em projetos de redução de emissão
de poluentes”, detalha Carlos França, gerente de
marketing da Case Construction Equipment para a
América Latina.
Segundo Nei Hamilton, diretor comercial da JCB,
a empresa trabalha no desenvolvimento de produtos
com a preocupação na preservação do meio
ambiente, principalmente na redução de emissão de
gases. “Nesse sentido, desenvolveu os motores de
geração Tier IV, antecipando-se às exigências das
normas europeias de controle e redução de emissão
de gases poluentes.”
Veja +
Confira no portal de notícias Apelmat
(www.apelmat.org.br) a lista dos componentes de
um caminhão que podem ser reutilizados, reciclados
ou transformados em energia. Leia também sobre o
programa nacional de renovação da frota de
caminhões, que deve ser lançado após as eleições.
Julho/Agosto 2014
Obras
Entre em sintonia
Para garantir bons contratos e atender bem é preciso conhecer o
que o cliente pensa e espera
a construção pesada, de infraestrutura, a locação atende a um
percentual de 30% da necessidade de
frota. A afirmação é de Mário Humberto
Marques, diretor da Alusa Engenharia e
vice-presidente da Sobratema, ao
detalhar a participação de rental no setor
de construção pesada durante o 2º
Congresso Nacional de Valorização do
Rental, realizado em paralelo com a
M&T Peças e Serviços.
O executivo destaca que a demanda
tende a aumentar em momentos de
flutuações, com picos de mobilização
determinados pelo cronograma de
permanência do equipamento na obra.
“Mas em projetos com duração maior
justifica-se a aquisição do bem, pois uma
parte importante do lucro vem do uso do
equipamento próprio.”
Se a utilização da máquina ultrapassar
18 meses, o investimento em um próprio
é legitimado. “É uma conta bem simples,
e a razão é econômica: uma parte importante do lucro de uma obra vem do uso de
equipamentos próprios”, afirma. “Existem casos em que o lucro é o uso delas.”
Em construções e montagem,
segmento que atende geralmente a
indústrias, aluga-se mais (70% ou mais),
até mesmo por uma questão cultural. Já
na construção pesada, que é basicamente
a de infraestrutura, o índice é baixo
(30%) e na construção civil (predial) é
alto (70% ou mais). E, por fim, a indústria
aluga principalmente maquinário pequeno (veja mais detalhes na tabela divulgada no portal de notícias Apelmat).
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APELMAT - SELEMAT
Foto: Marcelo Vigneron
N
Mário Humberto Marques,
da Sobratema
"Não mobilizem seus
equipamentos sem contrato"
Quem decide?
Para realizar melhores negócios, é preciso compreender a visão dos
profissionais envolvidos direta ou indiretamente na contratação de
equipamentos.
“Quando o locador trata de um contrato, acredita que a pessoa com
quem fala é a única interessada no negócio. Mas isso está longe de ser
verdade. O sucesso de qualquer empreendimento depende da
participação de todos os interessados, que são chamados de
stakeholders. Por isso é importante entender a expectativa daqueles
que são os principais influenciadores e tomadores de decisão”, fala
Marques.
Entre os stakeholders existem os influenciadores, como a
imprensa, o sindicato e as associações. “Não é raro o trabalho do
locador em uma obra ser interrompido por conta da ação de
sindicatos”, pontua.
Obras
Existem os destinatários finais ou beneficiários,
como o cliente final ou o gerente ou diretor da obra. E
existem os que estão ligados à governança, como as
auditorias e os conselhos das empresas.
“O que percebo é que, muitas vezes, quem dá a
palavra final para fechar um contrato é desconhecido
dos locadores, que geralmente conversam com a área
de compras. Essa é a face que veem, mas não é a
unidade de tomada de decisão”, ressalta.
O comprador é quem tem a “batata quente” nas
mãos e “não raro, enfrenta ameaças pessoais se não
apresentar soluções no curto prazo”, expõe Marques.
Ele quer ser atendido rapidamente, no custo previsto
e sem qualquer reclamação.
Nos bastidores, porém, há outros profissionais que
podem influenciar, por lidarem com os equipamentos direta ou indiretamente. Conhecer suas expectativas é fundamental.
O gerente de projetos quer a satisfação do cliente,
da equipe e dos acionistas, além de atender ao
cronograma no menor custo e com a maior
rentabilidade. Já o usuário do equipamento quer
disponibilidade e produtividade, além de não
registrar qualquer acidente ou problema.
E, por fim, envolvendo todo o círculo de
relacionamentos está a engenharia de planejamento
da obra. “Isso quer dizer que o equipamento alugado
está inserido em um planejamento, algo a que o
locador não terá acesso.”
Preço
A decisão pela locação também sofre com a
pressão dos prazos. Para que a construtora avalie se é
melhor comprar ou alugar, é preciso ter tempo e
contar com a colaboração de diversos profissionais.
“O que ocorre muitas vezes é que o planejamento
não é bom e o setor de compras recebe o pedido de
uma máquina em cima da hora. Ele não tem tempo
hábil para tratar a solicitação de forma adequada e
buscar alternativas”, fala Marques. “Isso pode ser
uma grande ameaça para o locador, porque a decisão
vai ser tomada em função do preço.”
Para quem está na mesa de negociação, o valor é
fator determinante. Nessa bancada não há,
geralmente, interlocutores que possam discutir
aspectos técnicos. A exceção são empresas mais
estruturadas, com equipes treinadas, para quem o
locador pode apresentar sua vantagem competitiva.
Por fim, Marques alerta: “Não mobilizem seus
equipamentos sem contrato”.
Cautela
“O empresário não pode se encantar simplesmente
porque tem a oportunidade de atender a uma grande
obra. Antes disso, ele precisa medir exatamente o
tamanho do passo que está dando”, acrescenta
Eurimilson Daniel, vice-presidente da Associação
Brasileira de Tecnologia para Construção e
Mineração (Sobratema).
Antes de assinar um contrato, é preciso que a
empresa conheça seus limites, sua capacidade
financeira, sua estrutura física e saiba como lidar
com problemas que fogem à questão operacional.
“Às vezes o locador quer atender a um pedido e
esquece da parte tributária ou da legislação
trabalhista e entra no negócio sem calcular as
consequências”, comenta Daniel.
“Cada construtora tem seus critérios, porém, no
geral, o locador tem que contar com uma boa
estrutura, equipamentos novos, mão de obra
qualificada, documentação em ordem e estar em dia
com as obrigações trabalhistas e tributárias”, finaliza
Marcus Welbi, presidente da Associação Paulista dos
Empreiteiros e Locadores de Máquinas de
Terraplenagem e Ar Comprimido (Apelmat) e do
Sindicato das Empresas Locadoras de Equipamentos
e Máquinas de Terraplenagem do Estado de São
Paulo (Selemat).
Veja +
Conheça o percentual de locação dos equipamentos em diferentes áreas.
Na próxima edição
Adriano Augusto Campos, consultor do Sebrae-SP, fala sobre como lidar com a concorrência e como
construir parcerias. Além disso, confira quais cuidados são necessários no campo legal para atender a
grandes contratos.
30
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Selemat
Fiscalização do trabalho:
o que a empresa precisa saber
Por Fernando Marçal*
D
e acordo com o disposto no inciso
XXIV do artigo 21 da Constituição
Federal, a competência para organizar,
manter e executar a inspeção do trabalho
é da União, através do Ministério do
Trabalho e Emprego, por força do
disposto no artigo 19, VII, alínea “a”, da
Lei nº 8.028/90.
O ato de fiscalização em si é exercido
pelo auditor fiscal do trabalho, que
poderá ter acesso aos livros contábeis das
empresas. É também da competência
dele fazer o relatório de fiscalização, e
não do procurador do trabalho, que,
quando muito, poderá acompanhar o
referido agente nas visitas.
A despeito de as normas de proteção ao
trabalho terem caráter imperativo, o
auditor fiscal não pode agir
arbitrariamente, em afronta ao
ordenamento jurídico.
A Convenção nº 81 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), de
1947, aprovada pelo Decreto Legislativo
nº 24/56, que regulou a matéria da
inspeção, informa, em linhas gerais, os
objetivos a serem atendidos pela
inspeção e define, em seu artigo 12, as
prerrogativas atribuídas ao auditor.
Dentre suas atividades destacam-se a
fiscalização, a vigilância e a orientação, a
investigação, a notificação e a autuação.
Vê-se, pois, que o auditor fiscal não tem
apenas a função de aplicar multas, mas
também de orientar e mostrar às
empresas como a lei deve ser aplicada,
principalmente em se tratando de
legislação nova.
32
APELMAT - SELEMAT
O artigo 626 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), bem
como os seguintes, disciplinam o processo de aplicação de
multas administrativas, os prazos para apresentação de defesa e
recurso e de pagamento, culminando com a inscrição na dívida
ativa da União, se for o caso.
Ao fiscalizar a empresa, o fiscal deve identificar-se, na forma
do artigo 630 da CLT, não podendo exercer suas funções sem a
carteira de identidade fiscal, com a qual terá livre acesso às
dependências da companhia, exigindo os documentos
necessários e prestando os esclarecimentos que lhe forem
solicitados.
"A prerrogativa do ato de fiscalizar é
exclusiva da União, sendo intransferível
a quem quer que seja"
Ele tem o dever de instruir o empregador na primeira visita que
fizer à empresa, orientando-o com relação ao descumprimento da
legislação recente, ou na primeira inspeção do trabalho em
estabelecimento recentemente inaugurado, conforme proclama o
artigo 627 da norma consolidada. Nesses casos, há que se
observar o princípio da dupla visita, significando que somente na
segunda visita deverá ser aplicada eventual multa, caso o
empregador não venha a observar a legislação.
Ultrapassadas todas essas fases e procedimentos, haverá, em
caso de eventual irregularidade, a expedição de relatório ao
Ministério Público do Trabalho, com a consequente abertura de
instauração de inquérito civil, conforme preconiza a lei
complementar nº 75/93 (Lei Orgânica do Ministério Público).
No artigo 84, inciso II, ela atribui ao Ministério Público do
Trabalho a instauração de inquérito civil e outros procedimentos
administrativos para assegurar a observância dos direitos sociais
dos trabalhadores.
Julho/Agosto 2014
Por fim, deve-se observar que, no inquérito civil
público, há a prerrogativa de se firmarem Termos de
Ajustamento de Conduta com todas as partes
interessadas, conforme o disposto no artigo 5º, § 6º,
da Lei nº 7.347/85.
De tudo o que foi dito, constata-se que o
empregado conta com um excelente respaldo da
legislação. Verifica-se também que a prerrogativa
do ato de fiscalizar é exclusiva da União, sendo
intransferível a quem quer que seja, ainda que as
entidades sindicais profissionais exerçam um
importante papel na representação de suas
respectivas categorias.
Não obstante, de tempos em tempos, algumas
entidades sindicais profissionais utilizam-se de
pessoas ligadas a elas para exercer a função de
fiscalização.
Ressaltamos que o Sindicato das Empresas
Locadoras de Equipamentos e Máquinas de
Terraplenagem do Estado de São Paulo (Selemat)
nunca reconheceu a atuação dessas pessoas, que
assumem uma atribuição que não lhes é própria.
Esses indivíduos não estão investidos de nenhum
poder que lhes conceda prerrogativas de fiscais do
trabalho ou coisa parecida. Essa função cabe
exclusivamente aos órgãos do Ministério do
Trabalho e Emprego e de suas Superintendências
Regionais, por meio dos auditores fiscais do
trabalho.
Nossa orientação quanto à atuação desses
“agentes sindicais” é no sentido de que a empresa
não está obrigada – e nem deve – permitir a livre
ação dessas pessoas sob o pretexto de estarem
exercendo atividade fiscalizadora.
Caso isso ocorra, a companhia deve informar
imediatamente o Selemat, para que o mesmo tome
as providências necessárias junto à respectiva
entidade profissional.
* Fernando Marçal é assessor jurídico do Sindicato das Empresas
Locadoras de Equipamentos e Máquinas de Terraplenagem do
Estado de São Paulo (Selemat)
Opinião
Construindo o país do futuro
*Por Maurício Endo
E
m 1900, apenas 13% das pessoas viviam em áreas urbanas.
Hoje, as cidades são responsáveis
por mais da metade da população
mundial e esse número deverá
aumentar para 70% até 2050. Diante
da rápida urbanização, a infraestrutura se torna um foco de preocupação
para os líderes, que precisam se
esforçar para criar espaços mais
habitáveis e produtivos, ou seja,
cidades sustentáveis.
Segundo a pesquisa The Global
Competitiveness Report 2013- 2014,
realizada pelo World Economic
Forum, o Brasil ocupa a 114ª posição
em um ranking de 144 países relativo
a investimentos de infraestrutura. O
País gasta cerca de 2% do PIB,
ficando bastante atrás de outras
nações, que chegam a aplicar até
10%. Com uma qualidade de
infraestrutura abaixo da média
mundial, seria necessário que o
Brasil investisse, no mínimo, 4%
para garantir um patamar desejável
de desenvolvimento.
Existe um consenso emergente de
que uma quantia maior deve ser
gasta em infraestrutura, embora
alguns governos ainda estejam
relutantes em aumentar seus gastos
no setor. Por isso, o desafio mais
importante e essencial para atrair
investimentos é melhorar o fluxo de
projetos, transformando um robusto
pipeline de desenvolvimento em
compras, construção e, finalmente,
em operações.
Desde 2004, com a aprovação da
Lei 11.079, de 30 de dezembro de
2004, conhecida como a “Lei de
PPP”, foram instituídas normas
gerais para licitação e contratação de
parceria público-privada no âmbito
dos poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos municípios,
34
e os governos passaram a assinar
contratos de concessão subsidiados
nos setores de águas, infraestrutura
social e transportes. A cada ano, as
PPPs estão aumentando no Brasil, e o
que se espera é que essas parcerias
possam melhorar a realidade das
cidades.
A aprovação da citada legislação
acabou por incentivar a participação
privada, inspirando os governos
estaduais, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Pernambuco e
Bahia, que iniciaram a implementação de projetos-pilotos de PPP em
setores como saneamento, transportes, estádios da Copa, saúde e
presídios.
Vale lembrar que o governo federal já vem apontando para uma
maior utilização das PPPs, principalmente, nos segmentos de
rodovias e ferrovias, enquanto os Estados devem gerar novas
oportunidades nas áreas de saneamento, resíduos sólidos e
iluminação pública. Podemos elencar três áreas em que os governos
precisam se concentrar para atrair investimentos e implementar o
conceito de “cidade inteligente”. Em primeiro lugar, é necessário
mudar o foco de medidas puramente populares para priorizar e
implementar meios sustentáveis de planos econômicos de longo
prazo.
Em segundo lugar, é preciso melhorar drasticamente o
profissionalismo e a capacidade dos programas de infraestrutura. A
realidade é que os investidores estão à procura de programas claros,
transparentes e bem geridos para se investir. Projetos mal planejados,
mal estruturados ou implantados com riscos não mitigados espantam
os investidores. Por isso, é necessário melhorar urgentemente o
profissionalismo dos programas a curto prazo por meio do apoio de
consultores externos experientes e, a médio e longo prazo, criar
planos contínuos de capacitação interna de contratação, treinamento
e desenvolvimento.
A terceira área que requer atenção imediata dos líderes são os
mercados de financiamento. A maior parte das atividades tem sido
financiada pelo BNDES, mas o apoio privado e os mercados de títulos
e veículos de investimento devem ser estimulados a se desenvolver
para que seja possível alcançar objetivos mais elevados.
Não podemos nos esquecer de que vivemos na era globalizada da
informação e que isso se aplica também para as empresas e
investidores. Ou seja, qualquer tipo de projeto, inclusive de PPP, sofre
concorrência. Não há tempo a perder, e as ações tomadas hoje
refletirão pelas próximas décadas. Tomar medidas positivas e colher
os benefícios para as gerações ou manter o status quo? Essa é a
decisão final para a criação das cidades do futuro.
*Maurício Endo é sócio da KPMG no Brasil
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Mobilidade Urbana
Sorria, você está em
um congestionamento
Corredores de ônibus, faixas exclusivas, monotrilhos, BRTs,
expansão da malha metroferroviária. Das promessas à realidade, o
que tem sido feito para solucionar os problemas de locomoção nas
grandes metrópoles?
O
s paulistanos acordaram em
uma manhã de agosto com
uma surpresa: cem pontos de ônibus
das regiões da Vila Madalena,
Avenida Paulista e Vila Mariana,
entre outras, estampavam cartazes
com as seguintes frases: “A espera
acabou. Até o final de 2014, a
extensão do metrô de São Paulo vai
dobrar”.
Os cartazes continham também
uma fotomontagem de Geraldo
Alckmin, atual governador do
Estado de São Paulo, e de Dilma
Rousseff, presidente do Brasil. A
união dos políticos de partidos
diferentes reforçava o estranhamento da “propaganda”.
A provocação realizada pelo
Greenpeace Brasil tinha o objetivo
de pressionar os candidatos a
assumir um verdadeiro compromisso com a melhoria do transporte
público e com a mobilidade urbana
para além de promessas eleitoreiras.
A intervenção provocou reações
dos partidos dos candidatos (PT e
PSDB). “Mas ninguém lembrou que
o voto dos cidadãos é sempre
conquistado com promessas que
depois não são cumpridas e que a
população convive com condições
indignas de transporte público”,
afirma Barbara Rubim, da campanha
de transporte do Greenpeace.
36
APELMAT - SELEMAT
Vivien Mello Suruagy, do Sinstal
"Aumentar a qualidade do transporte
significa tirar veículos particulares de
circulação, reduzir congestionamentos
e aumentar o índice de
felicidade dos cidadãos"
Os cartazes continham a hashtag #JuntosPelaMobilidade para
incentivar a população a compartilhar a imagem e questionar o
anúncio nas redes sociais.
No balanço dos últimos quatro anos sobre o que foi feito no
Estado em relação ao investimento em transporte público, por
exemplo, apenas 13% do que havia sido prometido para
expansão do metrô virou realidade.
“Nós não vamos resolver as questões fundamentais da
mobilidade sem realizar investimentos maciços na tecnologia
do transporte”, afirmou o economista Bernardo Figueiredo, exdiretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), durante o 5º Fórum Mundial de Meio Ambiente,
promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) e Lide
Sustentabilidade.
O deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ), presente no Fórum,
disse que o governo cometeu um “erro terrível” ao priorizar o
transporte individual por meio de incentivos fiscais à indústria
automotiva.
De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito
(Denatran), nos últimos dez anos, a frota de carros em
circulação aumentou 110% no Brasil.
Julho/Agosto 2014
Mobilidade Urbana
Uma pesquisa de mobilidade divulgada em março
deste ano pela Secretaria de Estado dos Transportes
Metropolitanos de São Paulo mostra que, nos
últimos cinco anos, o número de pessoas que optam
por carro ou moto para circular pela região
metropolitana cresceu 21%. Já o índice de aumento
do uso do transporte coletivo foi de 16%.
Sirkis defendeu a ampliação do transporte público
com uma política de desestímulo crescente ao
transporte individual, por meio da instituição de
uma taxa também conhecida como pedágio urbano.
“Quem quiser circular numa área congestionada da
cidade em horário crítico terá que pagar”, afirmou.
Mas seria essa a solução?
Para Ana Odila Souza, diretora de planejamento
da SPTrans, a principal diretriz é retirar o foco do
carro como único meio de locomoção. “Resgatar o
espaço público é fundamental, pois o excesso de
carros inviabiliza a mobilidade. Para isso, é
necessário dar ênfase ao pedestre, alargar as
calçadas, criar um sistema viário para bicicletas,
aumentando a extensão das ciclovias em 400
quilômetros, e valorizar os ônibus, simplificando o
sistema e controlando a operação”, comentou
durante o seminário do Valor Econômico sobre o
futuro das cidades.
Uma pesquisa do Ibope, de setembro do ano passado, mostrou um resultado interessante: 79% dos
paulistanos estão dispostos a trocar o automóvel
pelo transporte público caso haja uma boa alternativa. Quase um quarto dos entrevistados respondeu
que se o tempo de espera dos ônibus diminuir, poderá usar esse meio de transporte para os principais
deslocamentos, como de casa para o trabalho.
Em média, os moradores de cidades como São
Paulo e Rio de Janeiro chegam a gastar 2 horas e 15
minutos de deslocamento por dia. “São quase 11
horas por semana, considerando apenas os dias
úteis. Uma média de dois dias por mês perdidos em
meios de transporte. Ou seja, aumentar a qualidade
do transporte significa tirar veículos particulares de
circulação, reduzir drasticamente os
congestionamentos e aumentar o índice de
felicidade dos cidadãos”, calcula Vivien Mello
Suruagy, engenheira e presidente do Sindicato
Nacional das Empresas Prestadoras de Serviços em
Telecomunicações (Sinstal).
Do papel à realidade
Desde o início da nova gestão, a prefeitura de São
Paulo vem implantando faixas exclusivas de ônibus.
A velocidade média dos coletivos aumentou 48%
38
APELMAT - SELEMAT
em 243 quilômetros de vias, passando de 13 para 20
quilômetros por hora. “Não é muito, mas já constitui
um avanço para um setor abandonado há tanto
tempo”, opina Vivien.
Ação do Greenpeace Brasil em pontos de ônibus da cidade
de São Paulo: provocação para que melhorias do transporte
público não fiquem só em promessas
Um ônibus articulado tem capacidade para levar
cerca de 150 passageiros com algum conforto. A
lotação atual, porém, ultrapassa essa faixa. “Eles se
empurram, espremidos, agredindo-se mutuamente.
É um calvário. A transformação dos meios de
transporte públicos em máquinas de tormento
também ocorre na malha ferroviária e até no metrô”,
fala Vivien.
Por falar na estrada de ferro, a região
metropolitana de São Paulo tem uma malha
metroferroviária de 335 quilômetros, que atende 7,4
milhões de usuários todos os dias. Já sobre pneus,
são 881 linhas de ônibus que transportam outros 2,4
milhões de pessoas diariamente.
Entre ações para a ampliação da rede do Metrô e
da CPTM e para a implantação de corredores de
ônibus da EMTU/SP, o governo do Estado lista 11
grandes obras em andamento.
No Metrô, estão em curso o prolongamento da
Linha 5-Lilás, entre o Largo Treze e a Chácara
Klabin; a implantação da Linha 15-Prata, em
monotrilho, da Vila Prudente até Cidade Tiradentes;
a segunda fase da Linha 4-Amarela (Vila SôniaLuz); e a implantação da Linha 17-Ouro (JabaquaraCongonhas), que fará conexão com as Estações
Morumbi da CPTM e São Paulo-Morumbi do
Metrô.
Os contratos para a implantação da Linha 6Laranja (Brasilândia-São Joaquim) e da 18-Bronze
(Tamanduateí-ABC) já foram assinados. E ainda
está em processo de licitação a extensão da Linha 2Verde até a Rodovia Presidente Dutra.
Na CPTM são três obras significativas: a
implantação da Linha 13, que ligará São Paulo ao
Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, a ampliação
da Linha 9 (Osasco-Varginha) e a revitalização do
trecho Amador Bueno-Itapevi, na Linha 8.
Na EMTU, estão em andamento obras de
implantação do veículo leve sobre trilhos que vai
ligar os municípios de São Vicente e Santos, e dos
três corredores de ônibus intermunicipais:
Guarulhos-São Paulo; Corredor Noroeste (trecho
Santa Bárbara-Nova Odessa), na região
metropolitana de Campinas; e o Corredor ItapeviSão Paulo, na região metropolitana de São Paulo.
Mesmo diante desse cenário, o Greenpeace Brasil
lista uma série de promessas ainda não cumpridas
em relação à ampliação da rede metroviária de São
Paulo. A finalização da Linha 4 do Metrô, a criação
do Expresso Guarulhos e da Linha 6 do Metrô, que
ligará as regiões São Joaquim, Freguesia do Ó e
Brasilândia, estão entre as promessas ainda não
concretizadas.
“Em 2012, o governador Geraldo Alckmin
prometeu entregar mais 126 quilômetros de malha
metroviária para São Paulo até 2018. No mesmo
ano, disse que até 2014 a cidade teria mais 30
quilômetros de metrô. Desses 30 quilômetros, no
entanto, somente 13% saiu do papel”, aponta a
entidade.
O governo federal também não deixa a desejar no
quesito promessas que não saíram do papel. Em
junho de 2009 foi anunciado o trem-bala, que,
apesar de ser questionável, deveria ter sido entregue
para a Copa do Mundo e hoje está sem previsão de
inauguração.
Em 2010, estava previsto o investimento de R$
11,6 bilhões (valor não corrigido pela inflação) para
as obras de mobilidade que seriam o legado da Copa.
No fim de 2013, o valor já havia caído para R$ 8,5
bilhões. Em número de projetos, chegou-se a ter 67
obras prometidas, das quais somente 42 foram
mantidas – a grande maioria, contudo, só ficará
pronta entre 2015 e 2017, se não atrasarem de novo.
“Somando-se o valor prometido para a mobilidade
entre os PACs e o Pacto da Mobilidade (anunciado
em junho de 2013), tem-se a vultosa quantia de R$
150 bilhões. Porém, cerca de 70% desse valor nunca
saiu dos cofres do governo federal”, aponta o
Greenpeace Brasil.
Discursos não mudam a realidade, nem promessas
ou ações de marketing em época de eleições.
Somente com investimento pesado em projetos
sérios, somados a políticas públicas de longo prazo,
os desafios em mobilidade urbana poderão ser
superados.
Área restrita
Criado inicialmente em Cingapura e depois implantado em outras cidades da Europa, como Londres, o
Electronic Road Pricing (ERP) é um pedágio urbano que cobra taxas dos automóveis que circulam em uma
determinada região demarcada do centro. Além disso, Cingapura estabeleceu restrições à propriedade e uso
do automóvel a fim de limitar o crescimento da frota. Em contrapartida, a população conta com um sistema
de transporte público extenso e eficiente.
Fazendo conta
Lançado em 2013, o Pacto da Mobilidade Urbana, que previa R$ 50 bilhões para obras de mobilidade em
todo o País, contemplou, na primeira etapa, as principais capitais e regiões metropolitanas. A carteira do PAC
2 destina ainda R$ 93 bilhões à melhoria do transporte público nos grandes centros urbanos, totalizando R$
143 bilhões ao setor. Parte desse dinheiro vem do Orçamento Geral da União (OGU) e outra vem de
financiamento público, com juros subsidiados. Os recursos são repassados aos Estados e municípios,
responsáveis pela execução dos projetos aprovados pelo governo federal.
Balanço
As obras de mobilidade urbana realizadas em função da Copa do Mundo, encerrada no dia 13 de julho,
somam mais de 130 quilômetros, entre corredores de ônibus e BRTs, em várias cidades do País, segundo
balanço do governo federal. Além dessas intervenções, o governo contabiliza outros 47,9 quilômetros de
vias para acesso aos 12 estádios que sediaram a competição.
Veja +
Confira no portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br) qual o impacto atual da mobilidade urbana
sobre a qualidade de vida do paulistano e como o uso da tecnologia poderia contribuir com melhorias.
Julho/Agosto 2014
39
Especial Logística
Em ritmo lento
O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil. Apesar disso, a qualidade
dessa infraestrutura deixa a desejar, assim como os investimentos
prometidos pelo Programa de Investimentos em Logística
Guilherme Ramos, engenheiro civil
"Certamente as novas concessões de rodovias contribuirão, no curto e
no médio prazo, para alavancar e fortalecer ainda mais o setor"
40
APELMAT - SELEMAT
Rogério Torchio,
da Prosperity Consulting
"Vimos uma evolução constante
nos processos e a profissionalização
do mercado, porém, quando
olhamos para a infraestrutura,
o negócio é totalmente diferente"
Julho/Agosto 2014
Julho/Agosto 2014
41
Especial Logística
Luiz Antonio Fayet, economista
"Com exceção das rodovias, cujas concessões começam
a avançar, na área de ferrovias e também de portos
o atraso ainda é muito grande"
Martiniano Lopes e
Marcio Ikemori,
da KPMG no Brasil
"Está mais do que claro que
a falta de infraestrutura para
escoamento da produção é o
maior desafio para as
empresas do agronegócio"
44
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Especial Logística
Celso Luchiari, da Transportadora Americana
"Precisa haver um bom projeto de mobilidade
para o Brasil e vontade política para fazer acontecer"
Pé na estrada
O modal rodoviário é o mais utilizado no Brasil. A estimativa é que cerca de 60% do que é produzido no
País passe pelas rodovias. Apesar disso, a qualidade dessa infraestrutura deixa a desejar. Para se ter uma
ideia, 79,3% da malha brasileira (que é de 1,7 milhão de quilômetros) nem sequer é pavimentada e, entre as
rodovias federais com pavimento, quase 90% têm pista simples.
Conforme o Plano de Transporte e Logística 2014, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte,
para solucionar os gargalos, deveriam ser investidos R$ 293,8 bilhões somente nesse modal. Os recursos
garantiriam, por exemplo, a duplicação, pavimentação ou recuperação do pavimento e a construção de novas
rodovias. Além disso, poderiam ser aplicados também em adequações nas pistas já existentes e melhoria da
sinalização em 77,1 mil quilômetros de vias. O valor não contabiliza os projetos relacionados à mobilidade
urbana no modal rodoviário.
A duplicação de vias demanda a maior porção dos recursos: R$ 137,1 bilhões para 14,6 mil quilômetros. A
segunda maior parcela da verba é necessária para a pavimentação de 12,3 mil quilômetros, num total de R$
50,9 bilhões. Outros R$ 47,2 bilhões precisam ser aplicados para a construção de 8,7 mil quilômetros de
novas vias.
Veja +
No portal de notícias Apelmat (www.apelmat.org.br), você confere mais detalhes sobre o Plano CNT de
Transporte e Logística 2014, estudo que chega à quinta edição e elenca 2.045 projetos prioritários de
infraestrutura de transporte, abrangendo todos os modais, tanto na área de cargas como na de passageiros.
Na próxima edição
Reportagem especial sobre infraestrutura trará um panorama do estado geral das rodovias brasileiras, dos
portos, das ferrovias e dos aeroportos.
46
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Seguro
Seguro é proteção
financeira?
Por Luiz C. Monteli*
A
o longo dos anos, infelizmente, temos constatado a pouca
importância dada para o seguro na
gestão das empresas.
Visto como uma despesa entre
tantas outras, até mesmo por uma
questão cultural, ele não é tratado
como um investimento em proteção
e até mesmo na preservação da
companhia no caso de algum
imprevisto.
Pensar, por exemplo, que é
possível comprar outro veículo ou
equipamento com o dinheiro
aplicado no seguro de frota é fazer
uma conclusão equivocada, que
pode levar até mesmo à insolvência,
dependendo do prejuízo.
Eis as razões: primeiro por estar
desprotegido e, segundo, porque sua
empresa não é uma seguradora e não
aplica esse valor para cobrir um
eventual acidente ou furto, sem
considerar outras coberturas
securitárias envolvidas. O foco do
seu negócio está na sua atividade
principal, a locação.
Mesmo sendo contabilizado entre
as despesas, contar com um seguro é
o melhor caminho para proteger os
bens empresariais. E quanto maior o
patrimônio a segurar, maior é o
poder de barganha na busca do
melhor custo.
48
APELMAT - SELEMAT
Segurança extra
A proteção de recursos ou posses materiais é a modalidade
mais conhecida no segmento. Porém, o seguro também pode
garantir a saúde das finanças de uma companhia,
independentemente do ramo de atuação.
Entre os tipos de produtos que vão ao encontro das
preocupações comerciais e financeiras, temos:
 Seguro de Crédito
Cobre o risco de inadimplência em contas a receber (sejam
operações domésticas ou exportações) originado por vendas a
prazo de produtos e serviços
 Seguro de Crédito Interno
Voltado para riscos comerciais (insolvência e mora prolongada)
 Seguro de Crédito à Exportação
Destinado a riscos comerciais, como insolvência e mora
prolongada, também cobre riscos políticos, como moratória,
embargo, guerra, imprevisibilidade e remessa de divisas
Julho/Agosto 2014
Seguro
Vantagens
Talvez você se pergunte por que o seguro
de crédito é importante. A resposta vem
recheada de benefícios:
 Gestão de crédito – sua empresa pode
contar com o apoio de especialistas na
gestão do risco de crédito
 Monitoramento constante da carteira de
crédito
 Proteção de contas a receber
 Expansão segura das vendas
 Estruturação das operações financeiras
 Minimização de atritos internos entre a
diretoria financeira e a de vendas
Menu completo
Além de fazer o controle de gastos e
investimentos, uma boa gestão deve estar
atenta às surpresas com ações judiciais de
responsabilidade civil. Por isso, há outras
opções de proteção para o segmento de
locação, que de forma indireta se refletem na
saúde financeira da empresa. Confira:
 Trabalhista
O objetivo é proteger empresas contra
possíveis indenizações por danos morais e
atos ilícitos praticados por colaboradores no
ambiente de trabalho, seja empregado,
estagiário, terceiro ou outro colaborador a
serviço da companhia segurada.
Este seguro pode ser contratado por
qualquer empresa e ramo de negócio.
Vale lembrar o que entra na lista de dano
moral: discriminação (sexo, raça, religião),
demissão injusta, abuso de autoridade,
exposição de colaboradores a substâncias
tóxicas e privação de oportunidade de
carreira.
 D&O
É uma proteção para os bens pessoais de
administradores e diretores contra riscos de
responsabilização pessoal ligados aos
negócios ou à atividade da empresa.
Atualmente, é uma das recomendações
entre as melhores práticas de governança
corporativa.
Entram no repertório dos principais riscos
para administradores e diretores os
seguintes pontos:
 Responsabilidade por dívidas do tomador
 Bloqueio de contas e de bens pessoais
 Responsabilização por danos causados a
terceiros
 Responsabilização por danos causados à
empresa
 Inabilitação para o exercício do cargo ou
função executiva
 Processos relacionados a danos
ambientais
 Responsabilidade criminal por atos do
tomador
 Responsabilização assumida em nome do
tomador
 Custos de defesa relacionados a esses
eventos
Além do trabalhista e do D&O, é possível
contar com o seguro de responsabilidade
civil geral e o de proteção a danos causados a
terceiros.
Mais
Há coberturas adicionais que tratam de
produtos (responsabilidade civil) tanto no
Brasil quanto no exterior, empregador,
poluição súbita, circulação de equipamentos
em vias adjacentes, competições e jogos
esportivos, objetos pessoais de empregados
sob a guarda do segurado, riscos contingentes, veículos terrestres motorizados,
transporte habitual de empregados, danos a
objetos da prestação de serviços, guarda de
veículos de terceiros, erro de projeto,
cruzada-obras civis, danos morais etc.
Lembre-se: o seguro garante a
continuidade de sua empresa diante dos
imprevistos.
*Luiz C. Monteli é sócio-proprietário da Monteli Seguros – Corretora
50
APELMAT - SELEMAT
Julho/Agosto 2014
Flashback
Social
Julho/Agosto 2014
53
Social
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APELMAT - SELEMAT
Visita à Caterpillar
Evento da Auto Sueco - Volvo na Apelmat
Social
Julho/Agosto 2014
55
Social
56
APELMAT - SELEMAT
Concrete Show South America 2014
Julho/Agosto 2014
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Linha Direta Apelmat
PATROCINADOR
EMPRESA
Contato
E-mail / Site
Telefone
Página
Yanmarx
Komatsu
VMG
Sotreq
Ciber
Shark
Case
Apelmat
Divepe
Maxter
Atlas Copco Rompedor
Romanelli
GHT
Atlas Copco Geradores
BMC
LiuGong
Caoa
John Deere
Caterpillar
Feira Brazil Road 2015
Feira M&T 2015
Festa Apelmat
Gilberto Sato
Bauko Geraldo
Edmilson Júnior
Paulo Rogério
Reciclotec
Andrea Zomignani
Basif
Marcos Dechechi
Claudio Terciano
Sergio
_
_
[email protected]
www.komatu.com.br
[email protected]
[email protected]
_
(19) 3801 9248
(11) 3693 9336
(11) 4366 8400
(11) 3718 5044
(11 ) 2605 2269
(11 ) 2159 9000
( 0800 727 2273 )
(11) 99915-9713
(11) 3504 8600
(11) 3602 6010
_
Paulo Lancerotti
BHM
Gerson
Mega Máquinas
_
_
_
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
www.romanelli.com.br
[email protected]
www.atlascopco.com.br/energiaportatil
[email protected]
[email protected]
[email protected]
www.magamq.com.br
tecnologia.cat.com.br
_
_
Marcos Dechechi
[email protected]
(11) 99915-9713
2ª contracapa
3ª contracapa
4ª contracapa
05
07
09
11/19
13/49
15
17/21/25
23
27
29
31
33
35
37
39
42/43
45
51
53
EMPRESA
Contato
E-mail / Site
Telefone
Página
Ecoplan
ITR
Everton
Sevilha
Santana
Monte Verde
Montena
Loctrator
Tecnoterra
Romana
AF
Luna
Seixo
SAT
Saluter
Metragem
Rodalink
Fogaça Máquinas
Monteli
Martins Macedo
Abevak
LUC Bombas
Roberto Cardia
Celso
Euler
Valdir
Paulo ou Rose
Marcus Welbi
Eduardo
Mauricio ou Rafael
Hilario
Chacrinha
Afonso
José Spinassé
Paulo ou Eduardo
Miltom Gazano
Vanderlei Cristiano
César Madureira
Leandro
Telma
_
_
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
[email protected]
www.montena.com.br
[email protected]
[email protected]
_
Mario Pereira
_
www.sharkmaquinas.com.br
_
(43) 3174 9000
(11) 2602 0968
_
(11) 3036 4085
(11) 2152 8880
(11) 3837 3000
0800 071 8008
_
_
_
CLASSIFICADOS
58
Sra. Alcenir
Luis Oliveira
APELMAT - SELEMAT
(51) 3041 9100
(11) 3340 7555
(11) 3525-8700
(11) 2141-1740
(11) 3771 3787
(11) 5061-7028
(11) 2413 3139
(11) 3686 6000
(11) 99934 2681
(11) 3621 4190
[email protected]
(11) 55134681
[email protected]
(11) 2952 8752
www.seixo.com.br
(11) 2409 4344
www.terraplanagemsantoamerico.com.br
(11) 3621 3844
[email protected]
(11) 3776 7480
[email protected]
(11) 3782 7474
[email protected]
(11) 4448 1891
www.fogacamaquinas.com.br
(11)3609-6591
[email protected]
(11) 5666 8211
[email protected]
(11) 3079-8506
[email protected]
(11) 5641-0376
www.retificaluc.com.br
(11) 2912-8412
Peças
Locação e Terraplenagem
62/63
64
65/66/67
68
69
69
70
71
72
72
73
73
74
74
75
75
76
77
78
78
79
79
Serviços
JULHO
JULHO
AGOSTO
AGOSTO
AGOSTO
24
30
18
18
20
Comemoração dos
60 anos da Caterpillar.
O presidente da
Apelmat/Selemat e
alguns diretores
prestigiaram a
comemoração.
Reunião ordinária
do Conselho de
Serviços na
Fecomercio-SP.
A Apelmat/Selemat
participou, sendo
representada pelo
presidente das
entidades.
Visita de Marcus Welbi,
presidente da
Apelmat/Selemat,
e de alguns diretores à
Caterpillar,
em Piracicaba (SP).
Marcus Welbi, presidente
Marcus Welbi,
da Apelmat/Selemat,
presidente
participou da reunião
da Apelmat/Selemat,
da Associação Nacional
e alguns diretores
dos Locadores de
atenderam a um
Equipamentos para
convite da Case
Construção e Bens Móveis Construction para um
(Analoc) na feira da
jantar em Jundiaí (SP).
Federação Nacional
das Locadoras de
Automóveis (Fenaloc).
AGOSTO
AGOSTO
AGOSTO
AGOSTO
AGOSTO
SETEMBRO
25
26
27
28
28
18
Mauricio Briard, da
diretoria da
Apelmat/Selemat,
representou as
entidades na assembleia
geral extraordinária
na Fecomercio-SP.
Evento da Auto
Sueco – Volvo na
sede da
Apelmat/Selemat
29 º Festa
de Confraternização
Apelmat/Selemat
participa da
Concrete Show South
America 2014
com estande
de exposição.
Marcus Welbi,
O presidente e o
presidente da
vice-presidente da
Apelmat/Selemat,
Apelmat/Selemat
participa da reunião da
participam da Feira
Analoc durante a
Internacional de
Concrete Show
Materiais, Equipamentos
South America 2014. e Serviços de Construção
(Ficons), em Pernambuco,
e da reunião da Analoc
durante o evento.
Já estão a venda os
convites para a
29ª Festa de
Confraternização
da Apelmat/Selemat,
que será dia 13 de dezembro
no Buffet Torres com a banda
Reveillon animando a festa
Aos interessados favor entrar em contato
com Andrea pelos telefones
011 - 3722-5022,
Nextel 011 - 7873-4514,
Vivo 011- 97236-0822
ou pelo email
[email protected],
que irá passar maiores informações.
O maior evento do setor da linha amarela
60
APELMAT - SELEMAT
Classificados
Classificados que
geram negócios
Setor de Peças
Empresa
Página
Ecoplan
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