UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ JULIANA MAIA PEUKERT ANÁLISE DA RENTABILIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS NO RESTAURANTE CHEFS DU SOLEIL Balneário Camboriú 2009 2 JULIANA MAIA PEUKERT ANÁLISE DA RENTABILIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS NO RESTAURANTE CHEFS DU SOLEIL Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração – Gestão Empreendedora, na Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação Balneário Camboriú. Orientador: Prof. Msc. Luciana da Silva Imeton Balneário Camboriú 2009 3 JULIANA MAIA PEUKERT ANÁLISE DA RENTABILIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS NO RESTAURANTE CHEFS DU SOLEIL Esta Monografia foi julgada adequada para a obtenção do título de Bacharel em Administração e aprovada pelo Curso de Administração – Gestão Empreendedora da Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Balneário Camboriú. Área de Concentração: Gestão de Custos Balneário Camboriú, 30 de junho de 2009. _________________________________ Prof. MSc. Luciana da Silva Imeton Orientadora ___________________________________ Prof. MSc. Fábio Bittencourt Garcia Avaliador ___________________________________ Prof. MSc. Ricardo Titericz Avaliador 4 EQUIPE TÉCNICA Estagiária: Juliana Maia Peukert Área de Estágio: Restaurante Professor Responsável pelos Estágios: Lorena Schröder Supervisor da Empresa: Aurionir Cosentino Professora orientadora: Luciana da Silva Imeton 5 DADOS DA EMPRESA Razão Social: Chefs Du Soleil Restaurantes Ltda.Me Endereço: Av. Atlântica nº 4770, Centro, Balneário Camboriú/SC Setor de Desenvolvimento do Estágio: Financeiro Duração do Estágio: 240 horas Nome e Cargo do Supervisor da Empresa: Aurionir Cosentino, Proprietário. Carimbo do CNPJ da Empresa: 6 AUTORIZAÇÃO DA EMPRESA Balneário Camboriú, 16 de junho de 2009. A Empresa Chefs Du Soleil Restaurantes Ltda, pelo presente instrumento, autoriza a Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, a divulgar os dados do Relatório de Conclusão de Estágio executado durante o Estágio Curricular Obrigatório, pela acadêmica Juliana Maia Peukert. ___________________________________ Responsável pela Empresa 7 DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho aos meus pais Gilberto e Carmen que com seu amor me mostraram através de seu exemplo o caminho dos valores e do respeito. 8 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me concedido saúde, força e persistência e principalmente por ter iluminado meu caminho. Aos meus pais que sempre me acompanharam, apoiaram e incentivaram cada momento. Ao meu marido Aurionir pelo apoio, carinho e paciência em todas as horas. As minhas irmãs Fernanda e Ana Paula pelo amor, carinho e auxílio quando necessário. Agradeço a minha orientadora Prof. Luciana da Silva Imeton, pela dedicação, paciência, sabedoria e presença constante na realização e conclusão deste projeto. Aos meus amigos que me apoiaram e sempre estiveram comigo em todos os momentos. E as demais pessoas que passaram ou permanecem em minha vida e de uma maneira ou outra contribuíram para o sucesso dessa jornada. 9 RESUMO Este estudo foi desenvolvido em um restaurante terceirizado de um Hotel na cidade de Balneário Camboriú, com o objetivo de identificar a rentabilidade dos serviços por ele oferecido. Para alcançar o objetivo proposto foi realizado uma pesquisa caracterizada como estudo de caso, foi realizado o levantamento de dados através de uma pesquisa documental sistematizada, sendo uma pesquisa qualitativa, onde todos os dados foram analisados através dos documentos, planilhas e tabelas. Para conhecer a rentabilidade dos serviços realizou-se uma pesquisa exploratória, onde apurou-se o custo e despesa de cada serviço, fez-se o critério de rateio dos mesmos e a análise mês a mês. Através dos dados obtidos foi possível analisar a rentabilidade de cada serviço individualmente e apontar qual deles é obtido lucro e qual é obtido prejuízo. Os resultados das pesquisas evidenciaram que entre os serviços oferecidos pelo Chefs Du Soleil os mais lucrativos são o café da manhã e o à la carte, e o serviço de buffet no almoço é o menos rentável, sendo que os demais se obtém lucro apenas quando houver em grande quantidade. Este conhecimento contribuirá para auxiliar a empresa futuramente em uma análise para a tomada de decisão para a abertura de um novo empreendimento ou dar continuidade da prestação dos serviços. Palavras Chaves: Gestão de Custos, Critério de Rateio, Rentabilidade 10 ABSTRACT This study was developed in an outsourcing hotel restaurant at Balneário Camboriu city, to identify the profitability of the offered services. To achieve the proposed objective was developed a data survey through a systematic documentary research was qualitative and the analyzed data was composed by documents, spreadsheets e tables. To know the services profitability was performed an exploratory research that investigate the cost and expense of each service, it used the proporate standart and monthly analysis. Using received data it was possible to analyze the profitability of each individually see what service was profitable or non profitable. The research results showed that services offered by Chefs Du Soleil the most profitable were the breakfast and à la carte, the buffet service for lunch was the least profitable and the others services has profit only with quantity. This knowledge will assist the company further to take a decision between to open a new venture or maintain the outsourcing. Keywords: Cost Management, Criterion of apportionment, Profitability. 11 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Planilha dos Custos e Despesas do mês de outubro de 2008..... 39 Tabela 02 Planilha dos Custos e Despesas do mês de novembro de 2008 41 Tabela 03 Planilha dos Custos e Despesas do mês de dezembro de 2008 43 Tabela 04 Planilha dos Custos e Despesas do mês de janeiro de 2009...... 45 Tabela 05 Planilha dos Custos e Despesas do mês de fevereiro de 2009... 46 Tabela 06 Planilha dos Custos e Despesas do mês de março de 2009....... 48 Tabela 07 Planilha da Rentabilidade Unitária dos Serviços.......................... 50 12 LISTA DE FIGURAS Figura 01 Gráfico de Rentabilidade do Café da Manhã............................... 51 Figura 02 Gráfico de Rentabilidade do Buffet no Almoço............................. 52 Figura 03 Gráfico de Rentabilidade do Buffet no Jantar............................... 53 Figura 04 Gráfico de Rentabilidade do Coffee Break................................... 53 13 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14 1.1 Tema ........................................................................................................ 15 1.2 Problema de pesquisa ............................................................................. 15 1.3 Objetivo Geral .......................................................................................... 15 1.3.1 Objetivos Específicos .............................................................................. 16 1.4 Justificativa .............................................................................................. 16 1.5 Contextualização do ambiente de estágio ............................................... 16 1.6 Organização do trabalho ......................................................................... 18 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................. 19 2.1 Administração .......................................................................................... 19 2.2 Administração Financeira ........................................................................ 22 2.3 Custos ...................................................................................................... 24 2.3.1 Critério de Rateio ..................................................................................... 28 2.3.2 Análise de Rentabilidade ......................................................................... 29 2.4 Restaurante ............................................................................................. 30 3 METODOLOGIA ...................................................................................... 35 3.1 Tipologia de pesquisa .............................................................................. 35 3.2 Sujeito do estudo ..................................................................................... 36 3.3 Instrumentos de pesquisa ........................................................................ 36 3.4 Análise e apresentação dos dados ......................................................... 37 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................... 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 55 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 57 ANEXOS .................................................................................................. 59 14 1 INTRODUÇÃO Atualmente a rápida expansão e competição no mercado de restaurante têm influenciado na falência das empresas, e por vários outros fatores fecham as portas. Uma razão pela qual os restaurantes acabam fechando é a falta de planejamento, organização e controle, funções essenciais na administração de uma organização. Abrir um restaurante é um grande desafio nos dias de hoje, há inúmeros obstáculos e cuidados a serem superados antes de sua abertura. O negócio de restaurantes atualmente está em alta, mas também apresenta custos crescentes com a mão-de-obra, a falta de qualificação e comprometimento dessa mão-de-obra, e demais despesas que podem afetar na vida de sucesso e na área financeira do empreendimento. A abertura de um restaurante exige muita energia e resistência para enfrentar as longas horas de trabalho. O cansaço em excesso pode acarretar problemas de saúde e stresse, longas horas de trabalho significam menos qualidade no convívio com a família, no lazer e descanso. Proprietários de restaurante tem pouco tempo para pensar, se age mais e pensa pouco, se executa os serviços urgentes e não os importantes, acarretando assim os problemas administrativos e financeiros, pois o ato de pensar é uma atividade importantíssima para o crescimento do negócio. Muitos dos restaurantes são empresas familiares, iniciando com os pais e passando para os filhos, uma razão que sobrevive a longos períodos, pois pode-se trabalhar com baixo custo e confiança, reduzindo o risco de perigo de roubo. Porem mesmo restaurantes familiares não estão garantidos no mercado e não diminui o risco de falência, porque também pode acarretar problemas familiares com a longa jornada de trabalho, sobra pouco tempo para a vida familiar. Quando marido e mulher dirigem juntos um empreendimento causa descontentamento com o passar do tempo e por passarem horas juntos e não conseguir separar a vida pessoal da profissional. Todas essas características devem estar bem definidas e esclarecidas antes de fazer um investimento e entrar neste negócio, para que se evite o risco de falência nos primeiros períodos iniciais do empreendimento. É importante destacar, que planejar não é uma atividade fácil de ser realizada, e por isso, muitas vezes, é negligenciada, os pequenos empresários não planejam porque tem medo de tomar conhecimento dos problemas e das fraquezas que podem aparecer no processo. Assim abrem os restaurantes sem nenhuma estratégia, somente acreditando 15 em uma temporada que dura apenas três meses, conclusão, não conseguem pagar em dia suas obrigações financeiras, seus fornecedores e até seus funcionários e fecham as portas. O planejamento e manutenção da qualidade em todos os processos tornam-se fatores indispensáveis para aquelas empresas que almejam sobreviver e crescer no mercado atual. Nesta pesquisa foi elaborado uma organização dos dados da empresa, os custos e despesas de cada serviço oferecido pelo restaurante Chefs Du Soleil, que deveria ser feito já no início de funcionalidade de um restaurante. Através desta pesquisa será possível identificar qual serviço é mais rentável, qual serviço não é viável o seu fornecimento, os preços de venda estabelecidos e futuramente uma ótima análise de tomada de decisão para a abertura de um novo empreendimento similar. 1.1 Tema: O trabalho trata da identificação da rentabilidade de cada serviço oferecido pelo restaurante Chefs Du Soleil no Hotel Fischer, essa identificação viabiliza o conhecimento da real situação da rentabilidade desses serviços. Essas informações levantadas nesta pesquisa serão de suma importância e relevância para a empresa para as tomadas de decisões. 1.2 Problema: Qual a rentabilidade dos serviços oferecidos pelo Restaurante Chefs Du Soleil? 1.3 Objetivo Geral: Identificar a rentabilidade dos serviços oferecidos pelo Restaurante Chefs Du Soleil. 16 1.3.1 Objetivos Específicos: Analisar os serviços oferecidos pelo Restaurante Chefs Du Soleil. Identificar os custos de cada serviço do Chefs Du Soleil. Apurar as despesas de cada serviço do Chefs Du Soleil. Utilizar critério de rateio para os custos indiretos do restaurante. Conhecer o resultado obtido com cada serviço oferecido pelo Chefs Du Soleil. 1.4 Justificativa: As informações da gestão de custos possibilitam um processo coerente na tomada de decisão, nessa gestão a grande importância dos levantamentos dos custos e despesas dos serviços oferecidos é para conhecer a real lucratividade da empresa. Com esse intuito se fez necessária a pesquisa no restaurante Chefs Du Soleil, pois não era de conhecimento da empresa o custo real de cada serviço prestado e consequentemente o lucro de cada serviço. Como uma forma de identificar e conhecer o resultado obtido com cada serviço oferecido pelo restaurante, este estudo pode viabilizar para a empresa a análise de qual serviço é mais rentável, qual é menos rentável, avaliando os preços estabelecidos e assim auxiliar na tomada de decisão de continuidade dos serviços oferecidos, a continuidade do empreendimento ou de novos investimentos. 1.5 Contexto do ambiente de estágio: A empresa escolhida para a elaboração deste trabalho é o Restaurante Chefs Du Soleil, uma microempresa, localizada em Balneário Camboriú, que presta serviço terceirizado em um hotel desde 19 de dezembro de 2007. A empresa está instalada nas dependências do Fischer Hotel e Convenções Ltda, onde dispõe de um salão de atendimento com 525m² com capacidade para 180 pessoas 17 confortavelmente instaladas, uma cozinha de 180m², equipada com bancadas de inox e mármore, forno combinado, geladeiras industriais, fogão industrial de alta e baixa pressão, chapa, fritadeiras e demais utensílios essenciais para o devido funcionamento. Na gestão do restaurante, é realizada a administração da cozinha, cuidando de todas as etapas, desde adequação de espaços já existentes na empresa, decoração, cardápios adequados a cada situação ou necessidade, até a elaboração da alimentação dentro dos mais rigorosos padrões de qualidade e sanidade alimentar. O restaurante atende desde o café da manhã, almoço e jantar, com serviços de buffet, à la carte e room service. A empresa está constituída como sociedade integrada por dois sócios, sempre presentes. Todas as funções de gestão são compartilhadas por ambos, sendo um deles gastrônomo, bacharel em Gastronomia, encarregado e responsável pela elaboração dos cardápios e preparações, além da coordenação da cozinha e dos colaboradores. Possui no total o número de 14 funcionários, assim distribuídos: Funções Diurno Gerente Administrativo 1 Nutricionista 1 Chefe de Cozinha 1 Cozinheiro 2 Auxiliar de Cozinha 4 Garçom 4 Serviços Gerais 1 Total 14 Os principais clientes são os hospedes do hotel e clientes que apreciam uma boa gastronomia, sendo o restaurante também aberto ao público. 18 1.6 Organização do trabalho: O projeto realizado inicia-se com a introdução do tema, relatando o que será passado no decorrer do trabalho e um breve comentário sobre a importância do estudo. Na seqüência a fundamentação teórica está constituída de pesquisas sobre a administração, administração financeira, custos, critério de rateio, análise de rentabilidade e uma pesquisa sobre os restaurantes e sua funcionalidade. É apresentado a metodologia de pesquisa que é definida a partir do problema formulado, sua tipologia, objetivo e instrumentos de pesquisa. A seguir é demonstrado todo o processo da pesquisa, os levantamentos dos dados, as planilhas e gráficos, apresentando assim os seus resultados. Finalizando com as considerações finais, análises e comentários da importância da pesquisa e o êxito nos resultados. 19 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 ADMINISTRAÇÃO A administração é o conjunto de funções elaboradas que tem como objetivo alcançar resultados e o retorno financeiro para uma determinada organização. É a administração que faz as organizações serem capazes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. O processo administrativo é de suma importância para o desenvolvimento das organizações e da sociedade causando grande impacto na qualidade de vida das pessoas. Maximiano (2005, p. 6), pronunciando-se sobre o assunto, afirma: Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. O processo administrativo abrange cinco tipos principais de decisões, também chamadas processos ou funções: planejamento, organização, liderança, execução e controle. Planejamento é o processo de definir objetivos, atividades e recursos. Organização é o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização; é também o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério. Liderança é o processo que permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada, é a condução da equipe de trabalho. Execução é o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos. O processo de execução envolve outros processos, especialmente o processo de direção, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos. Controle é o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar a necessidade de modifica-los. Na administração as principais funções planejamento, organização, liderança execução e controle são definidas separadamente, porém dentro da organização são executadas em conjunto, para atingir os objetivos propostos. Maximiano (2000, p. 25) acrescenta ainda: Administrar é o processo de tomar realizar e alcançar ações que utilizam recursos para alcançar objetivos. Embora seja importante em qualquer escala de aplicação de recursos, a principal razão para o estudo da administração é seu impacto sobre o desempenho das organizações. É a 20 forma como são administradas que tornam as organizações mais ou menos capazes de utilizar corretamente seus recursos para atingir os objetivos corretos. Já na visão de Lacombe e Heilborn (2003, p. 49): Administração é planejar, organizar, liderar, coordenar e controlar as atividades de uma unidade organizacional, empresa ou grupo de empresas, diagnosticando suas deficiências e identificando seus aspectos positivos; estabelecendo metas, planos e programas para sanar as deficiências e expandir e desenvolver os aspectos positivos; tomando, dentro do seu âmbito, as decisões e providências necessárias para transformar em ações e realidade esses planos e programas, controlando os seus resultados, visando ao cumprimento das metas estabelecidas. Sá (1969, p. 25) cita que a administração é o conjunto de atividades humanas que tem como objetivo governar pessoas e bens para alcançar o fim proposto. A administração pode ser conceituada também como o elo das organizações, para obter e manter uma organização de sucesso a administração deve andar junta e principalmente ser eficaz. De acordo com Drucker (1998, p. 5) a administração é: A desincumbência de tarefas. A administração é uma disciplina de estudo. Mas é também gente. Cada realização da administração é realização de um administrador. Cada deficiência é deficiência de um administrador. São pessoas que administram e não “forças”, nem “fatos”. É o descortínio, a dedicação e a integridade dos administradores que determinam se existe administração ou desadministração. A esse respeito Drucker (1998, p. 5) salienta que: Sem a organização, não haveria administração. Mas sem a administração poderia haver apenas um amontoado de gente, não uma organização. A organização em si mesma constitui um órgão da sociedade e existe apenas para cooperar com a sociedade, a economia e as pessoas, contribuindo com o resultado necessário. Os órgãos, contudo, nunca se definem por aquilo que fazem, menos ainda pela forma como o fazem. Eles se definem pela contribuição que prestam. E é a administração que permite à respectiva organização prestar sua cooperação. Segundo Chiavenato (2004, p. 5) a administração se refere à combinação e aplicação de recursos organizacionais – humanos, materiais, financeiros, informação, e tecnologia – para alcançar objetivos e atingir desempenho excepcional. A administração movimenta toda a organização em direção ao seu propósito ou objetivo através de definição de atividades que os membros organizacionais devem desempenhar. Se essas atividades são desenhadas, organizadas, dirigidas e controladas adequadamente, a 21 produção de cada pessoa passa a representar uma contribuição ao alcance dos objetivos organizacionais. Provavelmente não haja conceito mais importante para a administração do que os objetivos a serem alcançados. Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar a aplicação dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz. De acordo com o mesmo autor a administração define-se em quatro funções especificas: planejamento, organização, direção e controle. Planejamento: na administração o planejamento é a primeira função administrativa, é onde se define os objetivos para o futuro, decide os recursos a serem utilizados e as tarefas necessárias para alcançar as metas traçadas. O administrador se orienta baseando-se em algum método ou plano. Organização: a organização visa estabelecer os meios e recursos para possibilitar a realização do planejamento. A função organização, está relacionada com o processo de engajar as pessoas em tarefas, atribuir atividades em equipes ou setores, e direcionar os recursos para que os objetivos sejam alcançados. Direção: a direção é o processo administrativo que orienta e influência as pessoas para desempenhar as atividades dentro do que foi planejado e organizado. Controle: o controle representa o acompanhamento e o monitoramento das atividades da organização, se todos os planos e trajetos seguiram em conformidade com o planejado. Chiavenato (2004, p. 5) define: O administrador dá direção e rumo às organizações, proporciona liderança às pessoas e decide como os recursos organizacionais devem ser arranjados e aplicados para o alcance dos objetivos da organização. Essas atividades se aplicam não somente ao presidente ou aos altos executivos, mas também aos supervisores de primeira linha ou aos líderes de equipes. Em outras palavras, elas se aplicam ao administrador situado em qualquer nível da organização. 22 Todas as funções citadas são atividades e responsabilidades do Administrador, ele planeja, organiza, dirige e controla as atividades das organizações a fim de alcançar os objetivos estabelecidos. 2.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Entende-se que a administração financeira é o conjunto de atividades relacionadas às finanças das empresas e organizações, visando à obtenção de lucros, bens e serviços. Rigo e Cherobim (2002, p. 4) definem que a administração financeira objetiva maximizar a riqueza dos acionistas da empresa. Os mesmos autores acreditam que a administração financeira está voltada para a maximização do valor da empresa e, para tal, utiliza-se conceitos, técnicas e práticas de investimentos, financiamentos, gerenciamento de riscos, de relacionamento com investidores, de pagamento de dividendos e tantos outros. Envolve basicamente a gestão de recursos financeiros, como obter esses recursos e onde aplica-los é a atividade principal do administrador financeiro. A obtenção de recursos diz respeito às decisões de financiamento, e a utilização de recursos, às decisões de investimento. Segundo ainda os questionamentos, as afirmações são que as funções financeiras podem ser de curto ou longo prazo. As funções financeiras de curto prazo envolvem a administração do caixa, do crédito e das contas a receber e a pagar, dos estoques e dos financiamentos de curto prazo. A empresa precisa dispor de recursos suficientes para saldar os compromissos com fornecedores, salários, tributos e demais contas. As funções financeiras de longo prazo envolvem as decisões financeiras estratégicas, tais como, orçamento de capital, estrutura de capital, custo de capital, relacionamento com investidores, dentre outras. No longo prazo, as decisões financeiras envolvem a obtenção de recursos para projetos e investimentos e definição dos critérios a serem adotados para escolha entre investimentos alternativos. O administrador financeiro é responsável pela saúde econômica e financeira da empresa. A administração financeira é uma ferramenta utilizada para controlar da forma mais eficaz possível, a concessão de credito para clientes, planejamento, analise de investimentos e, de meios viáveis para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa, visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos 23 desnecessários, desperdícios, observando os melhores meios ou caminhos para a condução financeira da empresa. Sá (1969, p. 28) conceitua: A administração financeira busca subsídios na contabilidade para tomar decisões com relação ao governo dos bens. Isto quer dizer que se procura dotar a empresa de meios para que nunca falte dinheiro na hora em que ele se faz necessário. Através da análise das finanças é possível avaliar e analisar os recursos da empresa, monitorando e controlando permanentemente as operações financeiras a fim de aumentar a obtenção de recursos e eliminar gastos desnecessários e desperdícios. Conduzindo a empresa para uma maior riqueza. Groppelli e Nikbakht (2002, p. 3) conceituam que as finanças são a aplicação de uma serie de princípios econômicos e financeiros para maximizar a riqueza ou o valor total de um negócio. De acordo com os mesmos autores a área de finanças é parte ciência e parte arte. A análise financeira fornece os meios de tomar decisões de investimentos flexíveis e corretas no momento apropriado e mais vantajoso. Quando os administradores financeiros são bem-sucedidos, ajudam a melhorar o valor das ações da empresa. A meta de um administrador é maximizar o valor da empresa ou de suas ações. Para isso, deve-se investir nos projetos que tenham o melhor balanceamento entre risco e retorno. Montana e Charnov (2000, p. 2) definem que a administração é tanto uma ciência como uma arte. È preciso olhar para o administrador como um individuo, para distinguir entre seu papel gerencial e seu papel técnico seguindo uma carreira vocacional. O administrador planeja, organiza, recruta, coordena, motiva, lidera e controla, independentemente do nível que ocupa dentro da organização. A função da gestão financeira geralmente é associada a um alto executivo da empresa, denominado frequentemente diretor financeiro ou vice-presidente de finanças, ou também chamado de administrador financeiro. Conforme Ross, Westerfield e Jordan (1997, p. 28): O administrador financeiro deve preocupar-se com três tipos básicos de questões: orçamento de capital, estrutura de capital e capital de giro. 24 Na função de orçamento de capital, o administrador financeiro procura identificar as oportunidades de investimento cujo valor para a empresa é superior a seu custo de aquisição. Na estrutura de capital (ou estrutura financeira) de uma empresa é a combinação específica de capital de terceiros de longo prazo e capital próprio que a empresa utiliza para financiar suas operações. A gestão de capital de giro, diz respeito aos ativos a curto prazo de uma empresa, tais como estoques, bem como a seus passivos de curto prazo, como quantias devidas a fornecedores. Dentro dessas questões que o administrador financeiro deve preocupar-se está o orçamento de quanto se espera receber, em termos monetários, quando espera recebe-lo, e com a probabilidade de que seja recebido; o administrador precisa decidir exatamente como e onde os recursos devem ser captados; e analisar a atividade diária de assegurar que a empresa tenha recursos suficientes para continuar suas operações e evitar interrupções muito caras. O administrador tem como objetivo a formulação de uma estratégia profissional para determinar a utilização mais eficiente dos recursos disponíveis. O papel do administrador financeiro é averiguar os valores obtidos e os lucros futuros, pois hoje em dia, as empresas, de um modo geral, vem sofrendo por não adotarem conhecimento da sua real situação financeira. Isto só acontece devido à falta de controle interno, de profissionais qualificados e habilitados para fazer um planejamento e controle adequado, pois a área de Gestão Financeira tem uma total importância para o bom andamento de uma empresa. 2.3 CUSTOS Os custos são essencialmente medidas monetárias dos sacrifícios com os quais uma organização tem que arcar a fim de atingir seus objetivos. É o consumo associado à elaboração do produto ou serviço. Kimura (1998, p. 13) conceitua: Custos como a base de toda gestão econômica da empresa. A composição do custo e o conhecimento dos fatores que interferem no mesmo são a pedra fundamental no qual repousa todo o resto. 25 Kimura ainda acrescenta que o custo é a soma dos valores de bens e serviços consumidos ou aplicados para a obtenção de novos bens e serviços. Há os que denominam os custos também como despesas, aplicações ou consumos. A finalidade básica do processo de custos compreende a demonstração detalhada dos gastos incorridos na fabricação de bens e serviços. Há de se controlar e avaliar corretamente os custos de operação, visando atingir os objetivos propostos. Hansen e Mowen (2003, p.61) salientam que: Custo é o valor em dinheiro, ou o equivalente em dinheiro, sacrificado para produtos e serviços que se espera que tragam um beneficio atual ou futuro para a organização. Hansen e Mowen relatam ainda que os custos são incorridos para produzir benefícios futuros. Em uma empresa rentável, benefícios futuros normalmente significam receitas. Enquanto custos são usados na produção de receitas, eles são ditos expirados. Custos expirados são chamados de despesas. Em cada período, as despesas são deduzidas das receitas na demonstração de resultados para determinar o lucro do período. Uma perda é um custo que expira sem produzir qualquer beneficio de receita. Por exemplo, o custo de estoque não-assegurado contra uma enchente seria classificado como uma perda na demonstração de resultados. Sistemas de contabilidade gerencial são estruturados para medir e atribuir custos para objetos de custo. Um objeto de custo é qualquer item, como produtos, clientes, departamentos, processos, atividades, e outros, para o qual os custos são medidos e atribuídos. Os custos são direta ou indiretamente associados com objetos de custo. Custos indiretos são custos que não podem ser facilmente identificados aos objetos de custo. E os custos diretos são os custos que podem ser facilmente identificados aos objetos de custo. Custos facilmente identificados são os custos que podem ser distribuídos de forma economicamente viável. Pode-se definir alguns termos técnicos que são empregados no processo de formação dos custos e preços, muitos desses termos mais comuns são empregados na contabilidade geral e também na contabilidade de custos: Gasto: sacrifício econômico para a obtenção de um insumo qualquer. Ribeiro (2009, p. 25) afirma que gasto é o desembolso à vista ou a prazo para obtenção de bens 26 ou serviços, independentemente da destinação que esses bens ou serviços possam ter na empresa. Custo: valor dos insumos usados na fabricação dos produtos da empresa. Para Ribeiro (2009, p. 25) o custo é, a soma dos gastos com bens e serviços aplicados ou consumidos na fabricação de outros bens. Despesa: valor dos insumos consumidos para outras funções que não a produção. Já a despesa, Ribeiro (2009, p. 26) conceitua os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços das áreas administrativas, comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam obtenção de receitas. Perda: valor dos bens e serviços consumidos de forma anormal e involuntária. Bruni e Fama (2008, p. 24) definem que as perdas são classificadas como bens e serviços consumidos de forma anormal. Consiste em um gasto não intencional decorrente de fatores externos ou atividade produtiva normal da empresa. Investimento: gasto que origina benefícios em períodos futuros. Na visão de Ribeiro (2009, p. 26) os investimentos são gastos com a aquisição dos bens de uso e bens que serão inicialmente mantidos em estoque para que no futuro sejam negociados, integrados ao processo de produção ou consumidos. Desperdício: valor dos insumos utilizados de forma não eficiente. Em relação à forma de associação dos custos com os produtos fabricados, os primeiros podem ser classificados de diferentes formas quanto à aplicabilidade. Bruni e Fama (2008, p. 29) conceituam: Diretos: são aqueles diretamente incluídos no cálculo dos produtos. Consistem nos materiais diretos usados na fabricação dos produtos e mãode-obra direta. Apresentam a propriedade de serem perfeitamente mensuráveis de maneira objetiva. Exemplos: aço para fabricar chapas, salários dos operários etc.; Indiretos: necessitam de aproximações, isto é, algum critério de rateio, para serem distribuídos aos produtos. Exemplos: seguros e aluguéis da fábrica, supervisão de diversas linhas de produção; 27 De transformação: igualmente denominados custos de conversão ou custos de agregação. Consistem no esforço agregado pela empresa na obtenção do produto. Exemplos: mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação. Enquanto os custos diretos podem ser facilmente associados aos produtos fabricados, os custos indiretos precisam passar por etapa intermediária, denominada rateio, para serem incorporados aos produtos. Na óptica contábil, receitas e despesas são confrontadas diretamente no momento de apuração do resultado. Em relação ao custo de produção, sob a óptica contábil este poderia ser expresso por meio de uma composição formada por três elementos básicos, como: Material Direto (MD): todo material que pode ser alocado diretamente à unidade do produto que está sendo fabricado e que sai da fábrica incorporado ao produto. Exemplo: embalagem. Mão de Obra Direta (MOD): todo o salário pago ao operário que trabalha diretamente no produto, cujo tempo pode ser identificado com a unidade que está sendo produzida. Custos Indiretos de Fabricação (CIF): todas as despesas relacionadas com a fabricação e que não podem ser economicamente separadas entre as unidades que estão sendo produzidas. O objetivo da contabilidade de custos é o conhecimento dos custos para a tomada de decisões e o exercício de controles; o atendimento de exigências legais quanto à apuração de resultados de suas atividades e avaliação de estoques; para subsidiar os gestores na determinação dos custos das diversas áreas que compõem uma empresa, na administração e na elaboração de orçamentos como também na redução de desperdícios de materiais e tempo ocioso, assim auxiliando na solução de diferentes problemas. Dutra (1995, p. 35) define: Quanto à apuração, os custos podem ser classificados em diretos e indiretos. Esta classificação diz respeito à possibilidade de alocação de cada custo diretamente a cada tipo diferente de produto ou função de produção e à impossibilidade de alocação, no momento da ocorrência do custo. Direto – é aquele que pode ser diretamente apropriado a cada tipo de bem ou órgão, no momento da sua ocorrência, isto é, está ligado diretamente a cada tipo de bem ou função de custo. 28 Indireto – é aquele que não se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou função de custo no momento de sua ocorrência. Atribui-se parcela dele a cada tipo de bem ou função de custo através de um critério de rateio. É um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrência. Tal separação é efetuada através de um critério especial, denominado rateio. Dutra (1995, p. 37) ressalta outro ponto de relevância que é quanto a sua formação, e classificação, em função das variações que podem ocorrer no volume de atividade, ou seja, na quantidade produzida pela empresa no período. Quanto à formação, os custos podem ser classificados em fixos, variáveis e mistos. Custos fixos são os custos de estrutura que ocorrem período após período sem variações ou cujas variações não ocorrem como conseqüência de variação no volume de atividade em períodos iguais. O exemplo característico é o aluguel de imóvel ocupado por indústria, cujo valor mensal é o mesmo em cada período, independentemente do volume produzido em cada período considerado. Mesmo quando o valor do aluguel é reajustado, o custo continua fixo porque houve apenas uma atualização do valor contratado, em função da desvalorização do poder aquisitivo da moeda. Custos variáveis variam em função do volume de atividade, ou seja, da variação da quantidade produzida no período. Quanto maior o volume de atividade no período, maior será o custo variável e, consequentemente, quanto menor o volume de atividade no período, menor será o custo variável. Os custos mistos são aqueles que possuem, no seu total, uma parcela fixa e uma parcela variável que permitem considera-los, caracteristicamente, iguais ao custo total. A diferença é que este último engloba vários custos classificados como variáveis e vários custos classificados como fixos, enquanto o custo misto é um único custo que possui as parcelas fixa e variável. 2.3.1 Critério de Rateio Os custos indiretos estão englobados nos custos gerais, por isso é necessário o uso do rateio dos mesmos. Os custos indiretos são apurados no final do período, pelo total de cada um deles, sem atribuição a cada produto ou função de custo diferente. Para 29 atribuir a parcela de cada um deles a cada tipo de produto ou de função, é necessário efetuar o rateio. Segundo Dutra (1995, p. 105) o rateio é uma divisão proporcional pelos valores de uma base conhecida. Esses valores devem estar distribuídos pelos diferentes produtos ou funções dos quais se deseja apurar o custo e devem ser conhecidos e estar disponíveis no final do período de apuração de custo. Entre as bases disponíveis elege-se aquela considerada como a melhor para o custo que será rateado, em função da afinidade entre os dois, por se supor que o custo tem correlação direta com a base escolhida. A melhor base de rateio para determinado custo é aquela que se supõe que o custo ocorra na mesma proporção dela, ou seja, o custo indireto deve guardar estreita correlação com os dados escolhidos como base de rateio. Na escolha da melhor base de rateio para cada custo, vale lembrar que a experiência e o conhecimento do processo produtivo da empresa são atributos que auxiliam sobremaneira o profissional responsável por essa tarefa. Martins (1987, p.87) define: Todos os custos indiretos só podem ser apropriados, pela sua própria definição, de forma indireta aos produtos, isto é, mediante estimativas, critérios de rateio, previsão de comportamento de custos etc. Todas essas formas de distribuição contém, em menor ou maior grau, um certo subjetivismo; portanto, a arbitrariedade sempre vai existir nessas alocações, sendo que às vezes ela existirá em nível bastante aceitável, e em outras oportunidades só a aceitamos por não haver alternativas melhores. Administrar custos não é somente eliminar despesas de forma sumária ou sob pressão de fatores externos, administrar custos significa, acima de tudo, a gestão de recursos de forma racional e competente, através de instrumentos adequados e eficientes. 2.3.2 Análise de Rentabilidade Hansen e Mowen (2003, p. 670) ressaltam que as empresas frequentemente querem saber a rentabilidade de um segmento de negócios. Esse segmento poderia ser um produto, uma divisão, um território de vendas, ou um grupo de clientes. Determinar o lucro atribuível às subdivisões da empresa é muito mais fácil do que determinar o lucro 30 geral devido à necessidade de se alocar as despesas. O rastreamento preciso dos custos para cada segmento é difícil. Ainda assim, a importância do lucro do segmento para a tomada de decisão administrativa faz com que o exercício tenha mérito. É fácil entender por que uma empresa gostaria de saber se um produto em especial é rentável ou não. Um produto que está consistentemente perdendo dinheiro e não tem potencial para se tornar rentável pode ser eliminado. Isso liberaria os recursos para um produto com um potencial mais alto. Para saber a rentabilidade é possível conhecer perante a margem de contribuição, que consiste no preço final do produto menos os custos e as despesas variáveis relacionado ao produto ou ao serviço. De acordo com Ribeiro (2009, p. 465): A margem de contribuição unitária é a diferença entre a receita bruta auferida na venda de uma unidade de produto e o total dos custos variáveis incorridos na fabricação dessa unidade de produto. Para conhecer a margem de contribuição total, pode-se inicialmente apurar a margem de contribuição unitária; em seguida, multiplicar a margem de contribuição unitária pela quantidade de produtos fabricada para obter a margem de contribuição por produto; e, por fim, somar as margens de contribuição por produto para obter a margem de contribuição total. Quando a empresa fabrica e vende produtos, ela espera alcançar, com as vendas, receitas cujo montante seja suficiente para cobrir o total dos custos incorridos da fabricação dos produtos que estão sendo vendidos, o total das despesas incorridas na empresa em geral e, ainda, proporcionar-lhe uma margem de lucro. Na análise da rentabilidade de cada produto, a margem de contribuição unitária multiplicada pelo total das unidades fabricadas relativas a cada produto, família ou grupo evidenciará a capacidade que cada produto, família ou grupo tem para gerar recursos para a empresa. Portanto, o somatório das margens de contribuições de todos os produtos é que será cotejada com o total obtido pelo somatório dos custos fixos e das despesas fixas, visando encontrar a margem de lucro. 2.4 RESTAURANTES Entende-se por restaurante um estabelecimento público onde se serve comida. É aquele estabelecimento que oferece ao público uma série de opções gastronômicas em 31 troca de um pagamento, qualquer lugar onde se oferecem pratos preparados para terceiros se assemelha a um restaurante. A origem dos restaurantes, tal como os conhecemos hoje em dia, não é tão velha, no século XVIII comia-se apenas em albergues, que serviam somente em horas fixas um “menu” fixo, ou em hospedarias, que podiam vender só peças inteiras. O primeiro aparecimento de restaurante teve lugar na França. Segundo o famoso escritor gastronômico Brillant Savarin, um senhor chamado Boulanger abriu, em 1766, na Rua de Poulies, em Paris, o primeiro estabelecimento em que se admitiam pessoas que ali fossem para comer. Diz-se que havia uma inscrição na parte externa do estabelecimento, onde se lia: “Venite ad me omnes qui stomacho laboratoratis et ego restaurabo vos”, que em latim significa: “Venham a mim os que sofrem do estomago que eu os restaurarei”. O estabelecimento no inicio se chamou restaurat e, posteriormente, restaurante. Assim sendo, o objetivo do restaurante é: preparar e servir alimentos e bebidas, dentro do conceito que se propõe executar. Todo restaurante possui um conceito; do mais simples ao mais sofisticado, pressupõem-se um publico alvo, um ambiente, um tipo de comida, um tipo de serviço, diversos aspectos, enfim, que compõem esse produto restaurante. 2.4.1 Tipos de Restaurantes Há diversos produtos desenvolvidos para o setor de restaurantes, assim suprindo todas as necessidades dos diversos tipos de clientes e dentro dos diferentes contextos que existem, identificam-se os seguintes tipos de restaurantes que se destinam à produção e venda de alimentos e bebidas. Restaurante tradicional: O restaurante tradicional é o mais comum de se encontrar, apresenta como principais características um cardápio extenso, com preparações tradicionais e de aceitação geral, servindo um publico bastante eclético, tanto em relação aos hábitos alimentares como em relação aos preços. Sua decoração é normalmente simples e tradicional e suas louças e enxoval são, de maneira geral, sem muito luxo ou sofisticação. 32 Restaurante internacional: Na maioria das vezes trata-se de um restaurante localizados em hotéis e possui um cardápio com preparações reconhecidas e consagradas internacionalmente. Tende a oferecer um ambiente mais decorado, de forma clássica e sóbria, com equipamentos e utensílios de alta qualidade, os preços variam, mas normalmente são mais altos e atende e um público mais especifico. Restaurante gastronômico: Caracteriza-se pela associação de um chefe de cozinha de renome e pelo cardápio com grande inventividade. Esse tipo de restaurante apresenta ambientes decorados de maneira muito elegante e com brigada de sala e cozinha muito bem treinada. Possui também a figura do sommellier – profissional responsável pela elaboração da carta de vinhos, estoques e vendas desses produtos. Restaurante de especialidades: É um estabelecimento que se especializa em determinado produto, preparação, método de cocção, pais, região, ou outro fator. São casas que apresentam cardápios restritos dentro dessa especialidade, aumentando assim a qualidade do que se propõem a executar. Podemos ter restaurantes especializados em grelhados, em comida baiana ou brasileira. Assim, podem existir centenas de especializações. As mais comuns são: Grill – são casas especializadas em grelhados, apresenta um ambiente elegante, serviço à la carte com cortes nobres e apresentados em pequenas peças fatiadas à mesa. Brasseries – é um restaurante e casa de bebidas ao mesmo tempo. Choperias – as choperias servem petiscos que acompanham bem as bebidas, que de maior destaque são a cerveja e o chope. Fusion Food – é a mescla entre elementos de várias culturas, esses elementos podem ser diversos, como métodos de cocção, apresentação dos alimentos, molhos ou ingredientes. É a culinária da criação, da combinação e de laboratório. As preparações são experiências que deram certo, que apresentaram um resultado harmonioso. Típicos – País: restaurante típico de um país apresenta preparações representativas da culinária específica (japonês, francês, italiano, etc.). Região: apresenta elementos da culinária de determinada região de um país (baiano, mineiro, napolitano, romano, etc.). Gênero: existe ainda a especialização em um gênero específico da culinária ou cultura de um país ou região, como por exemplo, uma pizzaria ou outra especialidade como um churrasco assado de maneira típica do sul do Brasil. 33 Fast-Food – os restaurantes de fast-food – comida rápida – podem apresentar diversas caracterizações, porém, todas têm um aspecto principal, que está representado em seu nome: a rapidez no serviço. Coffee Shop: são restaurantes com cardápios de fácil preparação e apresentações simples. Costumam estar localizados em hotéis e aeroportos, ficando abertos 24 horas, pois são pontos de venda onde pode comer a qualquer hora uma comida leve e rápida. Lanchonetes: as lanchonetes possuem ambientação simples e não são encontradas em hotéis, seu cardápio possui, geralmente, mais ênfase em sanduíches e petiscos do que os coffee shops e elas também tem um serviço bem mais informal, podese sentar à mesa ou nos balcões. Casual Dinning: são restaurantes com características de coffee shops mesclado com fusion foods e grills. O serviço é atencioso e eficiente, em que se misturam características de um restaurante tradicional com um coffee shop. Apresenta um cardápio com preparações leves e rápidas e que oferece opções tanto para quem queira uma refeição mais completa e substanciosa como para quem prefira somente alguns petiscos ou pequenas entradas. Self-Service: restaurante de “auto-serviço”, surgiu para atender a necessidade de uma alimentação mais variada e rápida. Serviço que dispõe dos pratos em uma seqüência organizada onde o cliente pode servir-se conforme sua vontade e gosto. Restaurante de coletividades: Trata-se de restaurantes situados em prédios ou complexos industriais ou comerciais, com o intuito de oferecer alimentação para os empregados da respectiva empresa. O serviço é necessariamente simples, em grande parte, auto-serviço. Existem ainda, as cantinas, que são pequenas lanchonetes, que servem lanches rápidos e bebidas, em escolas ou empresas. Catering: São empresas especializadas em preparação de alimentação em meios de transporte, com exceção de navios. Fornecem para trens, ônibus intermunicipais ou interestaduais, ou ainda internacionais, e aviões. Buffets: Os buffets são empresas especializadas no fornecimento de serviços de alimentação a domicilio ou em lugar definido pelo cliente, ou ainda no espaço reservado para um evento específico. É basicamente um serviço em domicílio para festas, coquetéis, 34 banquetes. Atualmente, muitos buffets possuem seus próprios salões, que alugam para qualquer tipo de evento e nos quais realizam os serviços de comidas e bebidas. Os grandes hotéis, incluindo os de luxo situados em regiões de lazer, normalmente oferecem uma variedade de restaurantes e bares, possuindo nesses restaurantes diferentes preços e cardápios. Os serviços de alimentos e bebidas fornecidos em hotéis e motéis costumam ser oferecidos por empresas especializadas, que pagam aos proprietários uma renda fixa ou porcentagem dos lucros. O serviço de alimentos e bebidas é uma vertente muito importante na operação de um hotel. Convém destacar que o faturamento provindo desses serviços aumentam consideravelmente quando o hotel oferece os serviços para banquetes e convenções. Os clientes dos hotéis considerados consumidores dos serviços de alimentação e bebidas podem ser classificados como hospedes do hotel, não-hospedes e pelos grupos organizados. Usuários de restaurantes e bares de hotel são relacionados com a função básica do hotel de oferecer hospedagem para pernoites e é formada por hóspedes do hotel, o uso desses serviços são influenciados pelo motivo de sua permanência no hotel e pelo período que permanecem. O café da manhã é o produto mais comum em um hotel, mas os hospedes podem fazer as refeições no hotel ou em outro lugar. Já os não-hóspedes, que podem ser pessoas individuais ou em pequenos grupos utilizam os serviços do restaurante do hotel como distribuidores de refeições como atividade de lazer ou de negócios. Os grupos organizados são usuários que fazem reservas antecipadas de festas no restaurante do hotel, nesses grupos estão incluídos sociedades, grupos comerciais e profissionais, bem como participantes de reuniões e conferências provenientes de fora da área. No mercado de alimentação para indivíduos ou grupos, um restaurante do hotel compete não apenas com outros hotéis, mas também com restaurantes fora do hotel, bares e clubes. Assim, a alimentação nos hotéis é uma função separada do hotel, com seus objetivos próprios, políticas e estratégias, e com sua própria organização. 35 3 METODOLOGIA Para a realização da pesquisa levantaram-se os custos, despesas e as receitas no período de outubro de 2008 à março de 2009. Iniciou-se o levantamento dos dados um por um, de acordo com as planilhas e sistema de controle dia a dia, cada item separadamente. Obtendo esses dados desenvolveu-se um critério de rateio para os custos e despesas. Primeiramente calculou-se a porcentagem que corresponde a receita de cada serviço, baseado nessa porcentagem partiu-se para o rateio dos custos e despesas. Como critério de rateio nos custos de matéria-prima foi analisado o número de refeições e o consumo utilizado em cada serviço prestado, esses dados conforme as classes de itens dos alimentos; o rateio nos custos de mão de obra foi feito conforme o número de funcionários do mês, e como esses funcionários eram distribuídos nesses serviços; quanto à mão de obra extra, o rateio foi conforme a utilização de funcionário extra neste período e de acordo com o serviço onde houve a necessidade; os custos fixos foram rateados conforme porcentagem do faturamento; já as despesas foi analisado o número de refeições por cada serviço e consequentemente seus faturamentos; o pró-labore, de acordo com a necessidade e a permanência dos sócios nos serviços; o critério dos impostos conforme a receita; e os encargos de acordo com a porcentagem da mão de obra. 3.1 Tipologia de pesquisa: Este estudo tem como objetivo uma pesquisa exploratória, onde o enfoque da pesquisa foi o conhecimento da rentabilidade dos serviços oferecidos pelo restaurante, Lakatos e Marconi (1994, p. 188) definem que são investigações de pesquisa empírica cujo objetivo é a formulação de questões ou de um problema, com tripla finalidade: desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conceitos. Quanto à abordagem do problema da pesquisa é qualitativa, sendo os dados analisados em tabelas e documentos que facilitaram a mensuração do resultado, que de acordo com Lima (2004, p. 33) o mesmo relata que corresponde a um método que tem por 36 característica principal articular, simultaneamente, o exercício da pesquisa à ação participante sobre a realidade objeto da investigação. Parte do pressuposto de que o pesquisador e os atores envolvidos no processo investigatório são agentes complementares, na medida em que são co-responsáveis pelas etapas que caracterizam a concepção do projeto de pesquisa, a sua execução e a elaboração dos resultados alcançados, tanto em termos de produção quanto de aplicação do conhecimento. A metodologia utilizada foi o método de estudo de caso, que segundo Lima (2004, p. 31) corresponde a uma das formas de realizar uma pesquisa empírica de caráter qualitativo sobre um fenômeno em curso e em seu contexto real, onde é possível explicar um determinado fenômeno com a exploração intensa de uma única unidade de estudo. 3.2 Sujeito de estudo: O sujeito de estudo da pesquisa feita no restaurante Chefs Du Soleil são amostras não probabilísticas, pois não há uma população alvo de pesquisa e sim trata-se de resultados de uma pesquisa exploratória. 3.3 Instrumentos de pesquisa: Como instrumentos de pesquisa, os dados foram coletados através de pesquisa documental, onde foram verificadas e analisadas todas as planilhas de controle do restaurante, como entrada e saída de mercadorias, pagamentos e as planilhas de controle de caixa, tudo isso através de levantamento nos relatórios de controle da empresa, Lima (2004, p. 115) argumenta que a pesquisa documental é uma investigação sistematizada, os documentos podem ser utilizados como provas daquilo que está sendo afirmado pelo pesquisador ou podem ser interpretados à luz de referenciais teóricos compatíveis com as exigências do tema/problemas norteadores da investigação. Por constituirem material primário sobre o qual o pesquisador tem enorme responsabilidade no processo de coleta, tratamento e utilização, os documentos devem ser criteriosamente registrados. 37 3.4 Análise e apresentação: Para fazer a análise se utilizou os documentos da empresa, onde foram analisadas as planilhas em Excel, formulários manuscritos, notas e relatórios. Os dados foram apresentados em formas de tabelas e gráficos descritos mês a mês com suas devidas análises conclusivas. 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS O presente estudo tem como objetivo de pesquisa conhecer e analisar os custos e despesas e consequentemente a lucratividade de cada serviço prestado pelo restaurante Chefs Du Soleil. Após o levantamento dos custos, despesas e as receitas do mês de outubro de 2008 fez-se o critério de rateio para esses custos e despesas, onde primeiramente calculou-se a porcentagem que corresponde a receita de cada serviço, baseado nessa porcentagem partiu-se para o rateio dos custos e despesas. Como critério de rateio nos custos de matéria-prima foi analisado o número de refeições e o consumo utilizado em cada serviço prestado, esses dados conforme as classes de itens dos alimentos; o rateio nos custos de mão de obra foi feito conforme o número de funcionários do mês que totalizaram 10 (dez) funcionários, e como esses funcionários eram distribuídos nesses serviços; quanto à mão de obra extra, o rateio foi conforme a utilização de funcionário extra neste período e de acordo com o serviço onde houve a necessidade; os custos fixos foram rateados conforme porcentagem do faturamento; já as despesas foi analisado o número de refeições por cada serviço e consequentemente seus faturamentos; o prólabore, de acordo com a necessidade e a permanência dos sócios nos serviços; o critério dos impostos conforme a receita; e os encargos de acordo com a porcentagem da mão de obra. Com os dados coletados neste período o que se obteve foi o resultado final do mês negativo. Observou-se que o resultado de cada serviço foi de prejuízo neste mês, onde os custos foram superiores as receitas, considerando a quantidade das refeições que contribuíram para o resultado final. Esse resultado se deu, devido a altos custos inclusive 38 a mão-de-obra e as baixas receitas dos serviços prestados, onde somente se teve o resultado positivo nos serviços de a la carte, pois é onde se concentra o maior lucro nos alimentos. 39 40 No mês de novembro de 2008, o levantamento dos dados seguiram igualmente a do mês de outubro, calculou-se a porcentagem que corresponde a receita de cada serviço, com esses dados fez-se o rateio dos custos e despesas. Como critério de rateio nos custos de matéria-prima foi analisado o número de refeições, que considerando o mês de outubro, em novembro teve um número um pouco superior, e o consumo utilizado em cada serviço prestado, esses dados conforme as classes de itens dos alimentos; o rateio dos custos de mão de obra foi feito conforme o número de funcionários do mês que totalizaram 11 (onze) funcionários, e de como esses funcionários eram distribuídos nesses serviços; quanto à mão de obra extra, o rateio foi conforme a utilização de funcionário extra neste período e de acordo com o serviço onde houve a necessidade; os custos fixos rateados conforme porcentagem do faturamento; já as despesas foi analisado o número de refeições por cada serviço e consequentemente seus faturamentos; o pró-labore, de acordo com a necessidade e a permanência dos sócios nos serviços; o critério dos impostos conforme a receita; e os encargos de acordo com a porcentagem da mão de obra. Considerando, o mês de novembro de 2008 em relação ao mês de outubro, o resultado foi bem diferente, se obteve o resultado positivo elevado, esse foi devido a um aumento na quantidade de refeições por dia e em cada serviço, onde se teve um evento de quinze dias de 200 refeições diárias, considerando café, almoço, coffee break e jantar todos os dias. Apesar do aumento de refeições em relação ao mês de outubro se teve apenas uma contratação a mais neste período, e uma baixa utilização de serviço extra, considerando assim um ótimo resultado neste período com poucas alterações nos custos e despesas, objetivando o resultado positivo. 41 42 Em dezembro de 2008, os levantamentos dos dados seguiram igualmente aos demais, primeiramente calculou-se a porcentagem que corresponde a receita de cada serviço, após esses dados fez-se o rateio dos custos e despesas. Como critério de rateio nos custos de matéria-prima foi analisado o número de refeições, onde já se obteve um número superior em relação aos meses de outubro e novembro, considerando que a partir de dezembro, não há mais buffet no almoço, somente a la carte, porém eleva-se o número de buffet na janta, isso devido a alteração de turistas e grupos; o rateio dos custos de mão de obra foi feito conforme o número de funcionários do mês que totalizaram 14 (quatorze) funcionários, e de como esses funcionários eram distribuídos nos serviços e nos turnos; quanto à mão de obra extra, o rateio foi conforme a utilização de funcionário extra neste período e de acordo com o serviço onde houve a necessidade; os custos fixos rateados conforme porcentagem do faturamento; já as despesas foi analisado o número de refeições por cada serviço e consequentemente seus faturamentos; o pró-labore, de acordo com a necessidade e a permanência dos sócios nos serviços; o critério dos impostos conforme a receita; e os encargos de acordo com a porcentagem da mão de obra. No mês de dezembro de 2008, onde já se inicia a temporada, analisou-se uma queda na lucratividade do resultado, onde as receitas são mais elevadas que o mês anterior, porém os custos e despesas também se elevam. Isso se dá devido a grande perspectiva que se tem em relação à temporada e que se inicia o processo de preparação e adaptação para receber turistas e veranistas. Neste período se tem um número maior de funcionários, os estoques estão sendo repostos e sub-lotados, para que não haja falta e que os atrasos de fornecedores não alterem no atendimento do restaurante, fato esse muito comum no mês de final de ano e festas, onde se tem um grande número de pessoas na cidade. 43 44 Nos meses de janeiro e fevereiro de 2009, os resultados são positivos e bastante elevados. Nesse período é quando o hotel recebe as excursões, normalmente grupos de jovens e estudantes, onde são servidos em grande número as refeições de café da manha e jantar, essas refeições quando em grande quantidade obtem-se o lucro. Como critério de rateio nesses meses, dos custos de matéria-prima foi feito uma análise em relação aos números de refeições fornecidas, onde se tem números superiores no café da manhã e janta; quanto ao custo de mão de obra, o rateio foi feito conforme o número de funcionários, que no mês de janeiro teve-se um total de 13 (treze) funcionários e em fevereiro um total de 9 (nove), essa quantidade de funcionário baixou devido ao término da temporada e consequentemente ao movimento do restaurante; o custo de mão de obra extra o rateio foi baseado onde foi necessário o serviço de funcionário extra no período ou turno, considerando esses dois meses a necessidade superior aos demais períodos; o custo fixo foi rateado conforme faturamento; o pró-labore baseado na permanência dos sócios em cada serviço; os impostos conforme a receita e os encargos de acordo com a mão de obra. Com os dados levantados analisou-se a lucratividade de cada serviço, que nestes meses de janeiro e fevereiro, o lucro obtido na unidade do serviço de café da manhã e janta se elevaram consideravelmente, esses valores são devidos a quantidade no número das refeições. 45 46 47 No mês de março o cálculo das porcentagens de rateio não foi diferente dos demais meses. O critério de rateio nos custos de matéria-prima foi analisado o número de refeições e o consumo utilizado em cada serviço prestado, esses dados conforme as classes de itens dos alimentos; o rateio nos custos de mão de obra foi feito conforme o número de funcionários do mês que totalizaram apenas 5 (cinco) funcionários; quanto à mão de obra extra, o rateio foi conforme a utilização de funcionário extra neste período e de acordo com o serviço onde houve a necessidade; os custos fixos foram rateados conforme porcentagem do faturamento; já as despesas foi analisado o número de refeições por cada serviço e consequentemente seus faturamentos; o pró-labore, de acordo com a necessidade e a permanência dos sócios nos serviços; o critério dos impostos conforme a receita; e os encargos de acordo com a porcentagem da mão de obra. Em março de 2009, a queda da lucratividade deu espaço para o prejuízo, este período foi o mês de fechamento do restaurante, onde se teve o menor número de funcionários, porém foram feitas todas as rescisões, e ainda a baixa na hospedagem do hotel, com a baixa dessa hospedagem a queda do faturamento nos serviços despencou, principalmente no serviço de a la carte, onde se teve sempre o lucro, tudo isso contribuiu para o prejuízo do mês de março. 48 49 Conclui-se que o lucro dos serviços entre café, e os buffets de almoço, jantar e coffee break se obtém somente apenas quando houver em grande quantidade, para que a receita possa cobrir os custos e despesas, assim obtendo lucro e não prejuízo, e que o preço de venda dos serviços estabelecido pelo hotel não é viável. Análise da Rentabilidade de cada serviço: Depois de apurar o custo e despesa de cada serviço é possível conhecer a rentabilidade de cada um deles, pois o preço de venda é definido de acordo com contrato com o Fischer Hotel e Convenções, onde na tabela abaixo apresenta-se os seguintes resultados apurados individualmente de cada serviço e mês a mês. 50 Tabela 07: Planilha da Rentabilidade Unitária dos Serviços outubro-08 Buffet Almoço 220 R$ 13,00 R$ 18,42 N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. Café da Manha 2108 R$ 6,00 R$ 6,14 (=) Lucro R$ N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. novembro-08 Café da Manha Buffet Almoço 2940 294 R$ 6,00 R$ 13,00 R$ 5,28 R$ 25,56 Buffet Janta 218 R$ 13,00 R$ 40,72 Coffee Break 310 R$ 5,00 R$ 10,76 (=) Lucro R$ R$ R$ N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. dezembro-08 Café da Manha Buffet Almoço 3596 0 R$ 6,00 0 R$ 5,46 0 Buffet Janta 1468 R$ 13,00 R$ 8,47 Coffee Break 1 R$ 3,00 R$ 3.397,55 (=) Lucro R$ R$ R$ (3.394,55) N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. janeiro-09 Café da Manha Buffet Almoço 5592 0 R$ 6,00 0 R$ 3,75 0 (=) Lucro R$ (0,14) 0,72 0,54 R$ R$ R$ Buffet Janta 235 R$ 13,00 R$ 32,79 (5,42) R$ (12,56) - (19,79) (27,72) 4,53 Buffet Janta 2134 R$ 13,00 R$ 6,30 2,25 Coffee Break 187 R$ 15,00 R$ 12,87 R$ 2,13 (5,76) Coffee Break 5 R$ 15,00 R$ 692,35 R$ N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. R$ R$ 6,70 fevereiro-09 Café da Manha Buffet Almoço Buffet Janta 4827 0 2255 R$ 6,00 0 R$ 13,00 R$ 2,79 0 R$ 4,62 (=) Lucro R$ R$ N° de Refeições Receita Custo + Desp. + Imp. Café da Manha 1029 R$ 6,00 R$ 4,22 março-09 Buffet Almoço Buffet Janta 0 268 0 R$ 13,00 0 R$ 13,68 Coffee Break 14 R$ 15,00 R$ 74,44 (=) Lucro R$ R$ R$ 3,21 1,78 Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2009. R$ - - R$ R$ 8,38 (0,68) (677,35) Coffee Break 20 R$ 15,00 R$ 113,30 (98,30) (59,44) 51 Os dados da tabela foram apurados com a receita de cada serviço, que é o valor unitário que o hotel paga ao restaurante. O Café da Manhã o valor de R$ 6,00 (seis reais), o Buffet no Almoço e Jantar R$ 13,00 (treze reais) e o Coffee Break varia conforme o cardápio, de R$ 5,00 (cinco reais) a R$ 15,00 (quinze reais). Já os valores de Custo+Despesa+Imposto, também são valores unitários calculados conforme a planilha de levantamento dos custos e despesas de cada mês, onde foi dividido o valor total dos custos e despesas pelo número de refeições separadamente de cada serviço. Após o conhecimento da rentabilidade de cada serviço nas tabelas, apresentam-se os resultados com suas devidas conclusões e gráficos explicativos. Foi possível identificar que o café da manhã é o serviço mais lucrativo, em todos os meses pesquisados, apenas um mês apresentou resultado de prejuízo, os demais foram crescentes resultados positivos. No serviço de café se tem um bom resultado de lucro, porém com um número pequeno de refeições ele se torna inviável, pois a quantidade de alimentos é diminuída conforme o número de pessoas, mas não a sua variedade, é preciso manter o mesmo buffet, com o padrão de qualidade. Rentabilidade do Café da Manhã R$ 3,21 R$ 2,25 R$ 1,78 R$ 0,72 R$ 0,54 R$ (0,14) out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 Figura 01: Gráfico de Rentabilidade do Café da Manhã Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2009. No serviço de almoço o resultado é de prejuízo, apenas os dois meses de fornecimento de buffet no almoço se obteve um resultado inviável. Esses dois meses de buffet no almoço serviu para a empresa avaliar a inviabilidade deste serviço, devido que a 52 maioria dos grupos de hóspedes somente utilizam os serviços de café da manhã e jantar, pois é o horário que eles permanecem no hotel, ao contrário do horário de almoço, o qual os grupos ausentam-se do hotel, vão para a praia ou saem de Balneário Camboriú a passeio, por isso, no almoço os serviços de a la carte e room service são mais utilizados, sendo assim mais viável para a empresa. Rentabilidade do Almoço R$ - R$ - R$ - R$ - dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 R$ (5,42) R$ (12,56) out/08 nov/08 Figura 02: Gráfico de Rentabilidade do Buffet no Almoço Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2009. Já o jantar, os meses de outubro, novembro e março foram negativos, e os meses de dezembro, janeiro e fevereiro foram positivos, os meses de alta temporada. Quanto aos serviços de buffet do jantar podemos considerá-lo rentável, porém somente quando houver em grande quantidade de refeições, pois o buffet deve estar disposto adequadamente conforme o número de pessoas já estabelecidas, os demais meses se apurou um resultado negativo pelo pequeno número de refeições, não conseguindo cobrir os custos. 53 Rentabilidade do Jantar R$ 4,53 R$ 6,70 R$ 8,38 R$ (0,68) R$ (19,79) R$ (27,72) out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 Figura 03: Gráfico de Rentabilidade do Buffet no Jantar Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2009. O serviço de coffee break apresentou a inviabilidade de sua prestação, todos os meses foram resultados negativos e com seu valor bastante elevado. Isso porque ele absorveu os custos e despesas na coleta de dados e no rateio, mas se ele for analisado individualmente ele é um serviço rentável, considerando que é um cardápio estipulado para um número certo de pessoas e sem reposição de buffet, desta forma podemos considerá-lo um serviço lucrativo. Rentabilidade do Coffee Break R$ 2,13 R$ (5,76) R$ (59,44) R$ (98,30) R$ (677,35) R$ (3.394,55) out/08 nov/08 dez/08 jan/09 fev/09 mar/09 Figura 04: Gráfico de Rentabilidade do Coffee Break Fonte: Elaborado pela acadêmica, 2009. 54 Dessa forma, fica evidenciado que manter a qualidade e assegurar o suprimento adequado de matéria-prima são necessários no processo de fabricação e prevenindo o desperdício é possível manter a qualidade do serviço prestado ao cliente, assim considera-se uma prestação de serviço rentável. 55 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A gestão de custos tem como finalidade fornecer dados à gerencia e ao proprietário da empresa o desempenho financeiro, ou seja, a sua lucratividade, pois o lucro deve ser suficiente para proporcionar aos proprietários tanto o retorno do investimento quanto a obtenção da rentabilidade. Este estudo foi uma contribuição para o conhecimento da rentabilidade dos serviços de alimentação da empresa Chefs Du Soleil Restaurantes Ltda, e a identificação do resultado de lucro ou prejuízo desses serviços. Através da pesquisa identificou-se que no serviço de buffet a lucratividade é diretamente proporcional ao número de refeições servidas, ou seja, quanto mais refeições, maior o lucro, e que poucas refeições geram um prejuízo. Já no serviço de a la carte independe do número de refeições vendidas e sim da margem de lucro. O objetivo da pesquisa foi identificar para o proprietário qual o serviço oferecido pelo restaurante, que se obtém lucro, e demonstrar todos os custos e despesas que cada um desses serviços englobam para que possa ser analisados e repensados, onde é preciso gastar menos, onde é preciso reaver preços para que se obtenha lucro em todos os serviços. Considerando a totalidade da pesquisa, após o levantamento de mês a mês, identificou-se que os serviços oferecidos pelo restaurante são viáveis concluindo que o lucro é obtido através do grande número de refeições e com os serviços de a la carte e room service. O equilíbrio financeiro é obtido na alta temporada, nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Nos demais meses, ou seja, na baixa temporada, quando não houver um número razoável de refeições é preciso ter um bom controle dos custos e despesas para que se possa obter um equilíbrio, é preciso também de um bom trabalho promocional Do restaurante em divulgar os demais serviços para o publico externo do hotel, como, Buffet de Feijoada, Buffet de Sopas, Noite Italiana (Buffet de Massas) e o seu cardápio fixo de À La Carte. Também é preciso um trabalho semelhante por parte da gerencia do hotel em divulgar os serviços por eles oferecidos para aumentar o número de hóspedes e fazer eventos nesse período. Quanto aos preços dos serviços, poderiam ser repensados e renegociados junto ao hotel, pois conforme a identificação da rentabilidade observou que o preço de venda é muito inferior comparado ao alto custo, a sua qualidade e diversidade, assim não obtendo o lucro desejado. 56 Antes da pesquisa a idéia inicial era que no serviço de café da manhã se obtinha prejuízo, não tinha-se a idéia que era o serviço mais rentável, pois a grande variedade, o consumo excessivo e o preço unitário baixo, causavam a falsa impressão de prejuízo. O estudo possibilitou a identificação da inviabilidade do buffet no almoço, sendo os serviços de à la carte e room service mais viável, por isso a sua desistência de sua prestação até já foi aderida pela empresa no mês seguinte. Já os demais serviços continuaria com a sua prestação, porém com controles rigorosos dos seus custos e a possibilidade do aumento no preço de venda, pois assim é possível ter um equilíbrio financeiro entre a baixa e alta temporada. 57 REFERÊNCIAS BRUNI, A. L.; FAMÁ, R. Gestão de Custos e Formação de Preços: Com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2008. DRUCKER, P. F. Introdução à Administração. 3 ed. São Paulo: Pioneira, 1998. DUTRA, R. G. Custos: Uma abordagem prática. 4 ed. São Paulo: Atlas, 1995. FONSECA, M. T. Tecnologias Gerenciais de Restaurantes. São Paulo: Senac, 2000. GROPPELLI, A. A.; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2002. HANSEN, D. R.; MOWEN, M. M. Gestão de Custos: Contabilidade e Controle. São Paulo: Pioneira, 2003. KIMURA, A. Y. Planejamento e Administração de Custos em Restaurantes Industriais. São Paulo: Fazendo Arte, 1998. LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: Princípios e Tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. LEMOS JUNIOR, A. B.; RIGO, C. M.; CHEROBIM, A. M. Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 5 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2002. LIMA, M. C. Monografia: A engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: Da Revolução Urbana à Revolução Digital. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2005. MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2000. 58 MONTANA, P. J.; CHARNOV, B.H. Administração. São Paulo: Saraiva, 2000. PACHECO, A. O. Manual do Restaurante: Técnicas e Tecnologias de Serviço. São Paulo: Senac, 1993. RIBEIRO, O. M. Contabilidade de Custos. São Paulo: Saraiva, 2009. ROSS, S. A.; WESTERFIELD, R. W.; JORDAN, B. D. Princípios da Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1997. SÁ, A. L. Administração Financeira: Introdução à Finanças das empresas. São Paulo: Atlas, 1969. TORRE, F. Administração Hoteleira: Alimentos e bebidas, parte II. São Paulo: Roca, 2002. WALKER, J. R.; LUNDBERG, D. E. O Restaurante: Conceito e Operação. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2003. 59 ANEXOS