Espaço de Práticas em Sustentabilidade
Casos Práticos / AleSat Combustíveis
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Caminhoneiros
responsáveis
Programa para aumentar a segurança no transporte: redução
dos acidentes e gastos com combustível e manutenção de caminhões
A distribuidora AleSat Combustíveis conseguiu transformar um problema em uma oportunidade
de negócio. Ao criar um programa para reduzir os acidentes com seus caminhões, a empresa
minimizou possíveis danos ao meio ambiente, garantiu mais segurança aos seus motoristas e fez
com que eles contribuíssem com os resultados da companhia. Essa nova postura é boa para os
funcionários, para a empresa e para o meio ambiente.
Entre 1999 e 2001, a frota da distribuidora se envolveu em cinco acidentes, com perda de
equipamentos e produtos no valor de R$ 650 mil. Além desse prejuízo e do perigo para os
caminhoneiros, havia o risco ambiental: acidentes no transporte de combustíveis podem ocasionar
a contaminação de solos e rios. Foi então que a empresa resolveu criar o PROCEI, um programa
para maximizar a segurança no transporte.
Os motoristas começaram a ser avaliados por dois critérios: desempenho operacional e
comportamento. O desempenho operacional passou a se mensurado por telemetria, um sistema
de microcomputadores de bordo, que mede velocidade, pressão do óleo, freadas, arrancadas
bruscas, pé na embreagem e temperatura, entre outros. Para cada item, há limites que não
podem ser ultrapassados.
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Por exemplo: cada caminhão sai da fábrica com uma faixa verde de velocidade identificada no
painel do veículo que o motorista deve, sempre que possível, obedecer, de forma a garantir a
segurança e o menor consumo do combustível. Quanto mais tempo dentro da faixa verde, maior é
a nota que o computador de bordo dá para o motorista. Cada modelo de caminhão também possui
um limite de rotação do motor. Caso o sistema detecte que o veículo o extrapolou, o motorista
recebe uma penalidade.
A AleSat Combustíveis também decidiu estipular limite de velocidade para os motoristas. Se superar
80 km/h em condições normais e 60 km/h na chuva, uma sirene dispara dentro do veículo até que a
velocidade seja diminuída para os patamares aceitos.
O sistema de telemetria detecta ainda o chamado estado de “banguela” – quando os motoristas
deixam a marcha do caminhão em ponto morto, para economizar combustível. O método é
perigoso, pois a “banguela” torna a frenagem mais difícil, aumentando o risco de acidentes. Além
disso, a possível economia de combustível (que, quando ocorre, é muito pequena) não compensa o
desgaste nos freios, que superaquecem e podem falhar. Os profissionais passaram a sofrer infração
quando o computador de bordo indica que o caminhão está em estado de “banguela”.
Além dessas medidas, os motoristas ainda são avaliados em relação ao seu comportamento. Três
itens são levados em consideração: reclamações de clientes, multas e advertências e suspensões por
parte dos seus gestores. Nos três anos seguintes à implantação do programa, não houve ocorrências
de acidentes na empresa. “Por meio da análise de dados obtidos na telemetria, conseguimos ter
controle total em itens que geram as maiores probabilidades de acidentes, como velocidade e
banguela” diz Cyro Souza, diretor de operações da AleSat Combustíveis.
Com o PROCEI, houve uma redução no uso de combustível em aproximadamente 15%, O gasto
com a manutenção (como a troca de pneus) também diminuiu. E não são despesas insignificantes:
combustível e manutenção representam 60% dos custos de operação com a frota própria. “Por
nossos caminhões não trafegarem em velocidades acima do normal, obtemos o menor custo de
pneus por quilômetro rodado”, explica Souza.
Com o passar dos anos, o PROCEI foi aprimorado.
Novos itens passaram a fazer parte da avaliação
dos motoristas, como a contaminação de produtos
descarregados e o lucro sobre o capital empregado.
No caso do lucro sobre o capital empregado,
considerado hoje um aspecto-chave da operação, é a
rentabilidade que o caminhão gera. A diferença entre
as receitas e as despesas do veículo (controladas pelo
próprio motorista) é avaliada em relação ao preço
pago pelo caminhão. “O objetivo principal é fazer
com que o funcionário se sinta responsável por uma
unidade de negócios, no caso, o caminhão-tanque
que dirige”, afirma o diretor da AleSat Combustíveis.
No início do programa, o lucro sobre o capital
empregado era de 0,68%. Atualmente, supera 2%.
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Avaliação ampla
Posto da rede Ale: caminhoneiros foram
responsáveis por 1,5% das vendas em 2008
Os motoristas não só controlam os resultados do
seu negócio como também se transformaram em vendedores da empresa. Os pedidos tirados e
entregues pelos motoristas são feitos via satélite, em um equipamento instalado em cada caminhão
da frota. Para cada m³, o motorista recebe R$ 0,10. Atualmente, eles são responsáveis por 1,5% das
vendas da companhia.
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Para aprimorar o PROCEI, a AleSat Combustíveis sentiu necessidade de avaliar também os chefes de
filiais e coordenadores regionais de operações, responsáveis diretos pela gestão da frota própria.
Para os chefes, pesam itens como a média aritmética das notas dos motoristas lotados em sua
filial, o lucro da frota própria sobre o capital empregado, a gestão do orçamento, o cumprimento
dos prazos no envio de dados gerenciais para matriz, as despesas com telefonia e o percentual
de pedidos não atendidos por falta de produto ou pela indisponibilidade de frota. Para os
coordenadores regionais, a mensuração inclui a média das notas dos chefes e a gestão do estoque
médio das filiais sob sua coordenação.
Mensalmente, cinco motoristas, quatro chefes ou supervisores de operações e um coordenador
são premiados, de acordo com a pontuação obtida. Todos os anos, o melhor motorista, chefe
ou supervisor recebe um prêmio em dinheiro e uma viagem no território nacional. A AleSat
Combustíveis distribui anualmente mais de R$ 40 mil em prêmios para os vencedores.
Além da redução no consumo de combustível, a companhia obteve uma série de ganhos com o
PROCEI. Com a vida útil dos caminhões prolongada, o valor de revenda da frota aumentou e houve
diminuição no custo do seguro. A empresa conseguiu maior controle administrativo, por exemplo,
nos detalhes do orçamento e no gerenciamento do estoque dos produtos, e desenvolveu um
processo de auditoria que facilita a obtenção de certificações de segurança.
Ao adotar práticas sustentáveis em seus negócios, a organização se fortaleceu. Na época da
implantação do PROCEI, a distribuidora tinha 56 motoristas. Em 2008 a empresa já contava com 195
motoristas, 38 chefes de filiais e seis coordenadores de operações. Desde 2001, sua frota foi ampliada
em 70%. O programa deu tão certo que atraiu outras companhias interessadas em implantar
um modelo semelhante. A AleSat Combustíveis, então, resolveu aproveitar essa oportunidade
de negócio e está trabalhando na venda do serviço de rastreamento dos caminhões para outras
empresas. A distribuidora ainda tem recebido uma série de prêmios, particularmente na área de
recursos humanos. De 2004 a 2007, esteve na lista das melhores empresas para se trabalhar (Great
Place to Work Institute/Revista Época). Entre 2002 e 2007, também apareceu sucessivamente no
Guia Você S/A – Exame das melhores empresas para se trabalhar do Brasil.
Ficha da Prática
Empresa:
AleSat Combustíveis
O que faz:
Uma das maiores distribuidoras de combustíveis do Brasil
Prática:
Criou um programa para reduzir acidentes com seus caminhões, benéfico para os
motoristas, a empresa, o meio ambiente e a sociedade.
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