CONTRIBUIÇÕES DA ENFERMAGEM PARA A FORMAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE NAS CRECHES E ESCOLAS Celma Augusta Jacob 1 Letícia de Lima Trindade2 Andressa Caroline Caprini3 Fernanda Giacomet4 Ivair Cunico Junior4 Francieli Guerra4 Tânia Mara scheneider4 A enfermagem é uma profissão que tem como essência o cuidado humano, busca assistir o indivíduo, na família e na comunidade de forma integral e holística, desenvolvendo de forma autônoma ou em equipe atividades de promoção e proteção da saúde, bem como de prevenção e recuperação de doenças. O enfermeiro é um profissional que deve estar altamente preparado para atuar em todas as áreas da sociedade, entre elas hospitais, postos de saúde, fábricas, institituições de ensino, entre outras. Neste sentido, os acadêmicos de enfermagem do Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná (UNICS) estão desenvolvendo estágio curricular junto à Escola de Integração Social de Palmas (EISPAL). A Eispal é uma Instituição social cristã, não-governamental, fundada em setembro de 1974, a qual acolhe crianças de famílias de baixa renda. A Instituição desenvolve projetos pedagógicos na área de educação infantil, por meio de atividades educacionais, recreativas, desportivas, artísticas, culturais e oficinas pedagógicas (marcenaria, horta, arte culinária, artesanato, música, teatro, dança, aulas de italiano, artes visuais, música, informática, apoio e acompanhamentento escolar). A missão da Eispal é desenvolver um trabalho social na defesa e implementação dos direitos da criança e do adolescente, contribuindo na sua formação integral e objetivando garanti-lhes a plena cidadania. Realiza também o trabalho de formação e 1 Autora, Relatora, Acadêmica do 7º Período do Curso de Enfermagem do Centro Diocesano Católico do Sudoeste do Paraná (UNICS). Endereço: Rua Caramuru, 599, ap 302 Pato Branco-Pr Cep 85501-060, email: [email protected] 2 Enfermeira, Orientadora, Mestre em Enfermagem, Docente do UNICS e da Faculdade Paranaense (UNIPAR). 3 Autora, Acadêmica do 5º Período do Curso de Enfermagem da UNICS. 4 Autora, Acadêmica do 7º Período do Curso de Enfermagem da UNICS. acompanhamento das famílias e incentivo a organização popular. Conta com 28 educadores, 100 alunos semi-integrais e 120 alunos em período integral, estes possuem idades que variam entre 4 meses a 16 anos de idade. É nesse contexto que iniciaram-se as atividades da disciplina de Enfermagem na Saúde da Criança e do Adolescente, a qual busca por meio do conteúdo teórico e prático implementar ações de cuidado de enfermagem próprias às especificidades do crescimento e desenvolvimento humano, baseada em evidências científicas e com bases nos princípios da bioéticos e legais, bem como preparar o acadêmico para o exercício do cuidado materno-infantojuvenil em diversos níveis de atenção à saúde e ciclos de vida desses indivíduos, reconhecendo a família como unidade de cuidado e buscando promover a inclusão da mesma na sociedade. As aulas têm como eixo norteador a reflexão crítica do profissional enfermeiro nas Políticas Públicas de saúde, bem como insere a prática da pesquisa no cuidado à saúde ao recémnascido, criança, adolescente e pais. Nesse sentido, esse relato de experiência busca divulgar e refletir as vivências acadêmicas em uma Creche/Escola, na qual estão sendo desenvolvidas atividades que se iniciaram há um ano, os acadêmicos buscam dentro do processo de educação em saúde orientar as crianças e adolescentes com o objetivo de promover a saúde dos mesmos, por meio da adoção de hábitos de vida saudáveis. As atividades baseam-se em interação lúdica com as crianças e observa a adoção de atividade educativas conforme as faixas etárias das crianças. Para a escolha dos temas os acadêmicos, primeiramente, buscam os principais problemas de saúde dos menores e os temas de interesse dos bases. Ainda, seguem-se os etudos e pesquisas sobre a saúde da criança e do adolescente, os quais revelam que creche quais são os principais fator de risco desses locais. Nesse sentido, trabalha-se a ocorrência de Infecções Respiratórias Agudas, devido a maior exposição das crianças aos agentes infecciosos pelo confinamento e aglomeração. Nesse contexto, as atividades buscam destacar a importância de medidas apropriadas de prevenção, detecção precoce de sinais de doença, principalmente sinais de gravidade, e manejo adequado dos principais agravos que acometem crianças pequenas, depende dos conhecimentos que sustentam as práticas de cuidado no domicílio e em outros locais onde as crianças permanecem no seu dia-a-dia. Entre as medidas de promoção da saúde e prevenção de agravos respiratórios, destacam-se: imunização, aleitamento materno, alimentação nutricionalmente adequada, higiene ambiental e pessoal para prevenção de disseminação de infecções em especial, lavagem das mãos, higiene nasal, manutenção de ventilação no ambiente e desinfecção de objetos manuseados pelas crianças. Dessa forma, os acadêmicos buscam realizar atividades nas quais as crianças sejam estimuladas a refletir e discutir a importância dos cuidados acima. Destacam-se também os cuidados com a higiene pessoal, medidas para evitar e eliminar os piolhos e verminoses, tendo em vista que os índices de parasitoses em nosso país são sabidamente elavados. As crianças e acadêmicos também se sensibilizaram ao refletir acerca das condições atuais do meio ambiente, as discussões salientam a importância do mesmo para nossa saúde, bem como despertam os menores para o possível colapso do planeta frente às inumeras agressões que vem sofrendo. Dessa forma, destacam-se as atitudes e comportamentos que podem contribuir para amenizar os danos ao meio ambiente e construir um mundo melhor para se viver. Os primeiros socorros também são abordados, principalmente para que as crianças em situações de urgência e/ou emergência não tomem condutas que prejudiquem as vítimas, bem como esclarecendo-se as dúvidas e quebrados alguns mitos que assustam as crianças e adolescentes. Ainda, estão sendo feitos encontros com os pais buscando resgatar a importância das orientações dadas para seus filhos, bem como a necessidade de continuidade destes cuidados nos domicílios, destacando a importância da família como fundamentamental no desenvolvimento físico, mental e social da criança. Outros temas como alimentação e educação estão sendo trabalhados e continuarão a ser desenvolvidos ao longo dos estágios. Em relação aos profissionais da Instituição percebe-se que possuem uma boa formação, interesse e satisfação pelo trabalho, mas ainda faltam habilidades e conhecimentos específicos, os quais devem melhorar a qualidade da assistência e do ensino prestado aos menores. Nesse sentido, os acadêmicos também pretendem desenvolver atividades junto aos educadores, a fim de trocar experiências com os mesmos na busca de melhorais nas condutas. Os acadêmicos de enfermagem percebem que há qualidade da assistência prestada pela Instituição, frisaram a riqueza deste campo de aprendizagem para o enfermeiro, bem como a importância da Instituição para a comunidade Palmense. Por fim, acredita-se se necessário destacar que as instituições de educação infantil devem "garantir qualidade não só no aspecto individual da educação e cuidados, mas também naqueles de ordem coletiva e epidemiológica que minimizem riscos à saúde e promovam o pleno crescimento e desenvolvimento das crianças" (Vico, 2001, p.17), o que justifica a presença do enfermeiro nessas instituições, bem como de outros profissionais de saúde. Nesse contexto, autores destacam que os primeiros anos de vida da criança são um período de formação de hábitos, que poderão durar por toda a vida, tais como o cuidado de si, da própria saúde (Martins e Veríssimo, 2006). Sendo assim, a instituição educativa se constitui excelente lugar para aplicação de programas de promoção da saúde, que podem contribuir para a melhoria das práticas de cuidado diretamente oferecido às crianças, bem como estimular a adoção de hábitos saudáveis desde a infância. Palavras-Chave: Enfermagem, Graduação, Saúde da Criança, Formação Profissional.