referências em mobiliário 2008 CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI Armando de Queiroz Monteiro – Presidente SENAI-DN - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL DEPARTAMENTO NACIONAL José Manuel de Aguiar Martins – Diretor Geral Regina de Fátima Torres – Diretora de Operações SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Paulo Tarciso Okamoto – Diretor-Presidente Luiz Carlos Barboza – Diretor Técnico Carlos Alberto dos Santos – Diretor Administrativo Financeiro Paulo César Rezende Carvalho Alvim – Gerente de Inovação e Acesso à Tecnologia – UIAT PROGRAMA SENAI DE GESTÃO DA INOVAÇÃO E DO DESIGN Orlando Clapp – Gerente Executivo da Unidade de Tecnologia Industrial – UNITEC Sergio Luiz Souza Motta – Gerente da Unidade de Serviços Técnicos e Tecnológicos – UNITEC FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ACRE – FIEAC João Francisco Salomão – Presidente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ – FIEP Rodrigo Costa da Rocha Loures – Presidente SENAI-AC DEPARTAMENTO REGIONAL DO ACRE José Afonso Bastos Zaire – Diretor Regional Geane Reis de Farias – Diretora de Educação e Tecnologia Solange Maria Chalub Bandeira Teixeira – Diretora da Unidade Corporativa de Gestão do Sistema SENAI-PR DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ Carlos Sérgio Asinelli – Diretor Regional Luiz Henrique Bucco – Diretor de Operações Amilcar Badotti Garcia – Alianças Estratégicas e Projetos Especiais Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário Mustafá Zacour El-Hindi Mozani Mariano de Almeida – Diretor Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário Márcia Donegá Ferreira Leandro – Gerente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE ALAGOAS – FIEA José Carlos Lyra de Andrade – Presidente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – FIERGS Paulo Gilberto Fernandes Tigre – Presidente SENAI-AL DEPARTAMENTO REGIONAL DE ALAGOAS Marben Montenegro Loureiro – Diretor Regional Alexandre de Caiado Castro Moraes – Diretor de Operações SENAI-RS DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL José Zortéa - Diretor Regional Paulo Fernando Presser – Diretor de Educação e Tecnologia Carlos Artur Trein – Gerente de Negócios em Serviços Tecnológicos/UNET Centro de Referência em Design e Inovação de Alagoas Méllia Nichole Dellabianca Araújo – Gestora Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI Cesar Augusto Modena – Diretor FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA – FIEB Jorge Lins Freire – Presidente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA – FIESC Alcântaro Corrêa – Presidente SENAI-BA DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA Gustavo Leal Sales Filho – Diretor Regional SENAI-SC DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA Sérgio Roberto Arruda – Diretor Regional Antônio José Carradore – Diretor de Educação e Tecnologia Marco Antônio Dociatti – Diretor de Desenvolvimento Organizacional Roberto de Medeiros Junior – Facilitador do Núcleo Tecnologia SENAI Dendezeiros Cid Carvalho Vianna – Gerente da Unidade Darlan Firmato Reis Nunes – Gerente da Área de Madeira e Mobiliário Centro de Tecnologia do Mobiliário José Luiz de Oliveira – Diretor FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – FINDES Lucas Izoton Vieira – Presidente FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FIESP Paulo Antonio Skaf – Presidente SENAI-ES DEPARTAMENTO REGIONAL DO ESPÍRITO SANTO Robson Santos Cardoso – Diretor Regional João Marcos Loureiro Del Puppo – Diretor Gestor Wilson Pereira Faé – Gerente de Operações e Negócios Fernando Lima Sanchotene – Gerente de Educação e Tecnologia SENAI-SP DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO Luiz Carlos de Souza Vieira – Diretor Regional Roberto Monteiro Spada – Diretor Técnico Érulos Ferrari Filho – Gerente de Tecnologia Industrial Centro de Educação Profissional Eurico de Aguiar Salles Jairo Menezes de Oliveira – Gerente Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliário Mário Eduardo Cazão – Diretor Escola SENAI Luiz Scavone Amélio Vieira Neto – Diretor Escola SENAI Almirante Tamandaré Murilo Strazzer – Diretor referências em mobiliário 2008 Porto Alegre – 2007 SENAI | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial © 2007, SENAI. Departamento Nacional Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte. 1ª edição: 4.000 exemplares Publicação elaborada por técnicos dos Departamentos Regionais do SENAI Acre, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo sob a coordenação do Departamento Regional do SENAI-RS, através do Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI/CETEMO, com apoio financeiro do SENAI Departamento Nacional - Projeto PJ-ME-0652 - Gestão Estratégica em Design II e SEBRAE Departamento Nacional. Coordenação do Projeto Multiestadual Gestão Estratégica em Design Carlos Artur Trein – SENAI-RS Pesquisa Europa Adriana de Souza Góes Claudemir Aparecido Flores Cláudia Dias de Oliveira Pin Guilherme Fontanari Renato Bernardi Sandro Styvie Marques Leme Taiane Scotton Apoio Técnico ao Projeto Multiestadual Gestão Estratégica em Design Sandra Kaplan – SENAI-RS Zeide Lúcia Gusmão – SENAI-DN Coordenação do Projeto na área do Mobiliário Cesar Augusto Modena – CETEMO - SENAI-RS Impressão Gráfica Propress Editora e Gráfica Coordenação Técnica do Projeto na área do Mobiliário Renato Bernardi – CETEMO - SENAI-RS Taiane Scotton – CETEMO - SENAI-RS Autores por estado Acre: Alessandro São Pedro Grupp Alagoas: Méllia Nichole Dellabianca Araújo e Nayron Bulhões Barbosa Júnior Bahia: Darlan Firmato Reis Nunes Espírito Santo: Cláudia Dias de Oliveira Pin Paraná: Anderson Alex Trierveiler e Márcia Luiza França da Silva Batista Rio Grande do Sul: Flávia Fontanive, Guilherme Fontanari, Taiane Scotton e Vera Stefani Santa Catarina: Malis Maria Liebl Keil São Paulo: Adriana de Souza Góes, Claudemir Aparecido Flores e Sandro Styvie Marques Leme Revisão Gramatical e Linguística Pedro Ernesto Gasperin Tradução Interlínguas – Instituto Integrado de Línguas Projeto Gráfico Ambiência Market Design Stampa Design Stefani Design Locução do Cd-Rom Marcia Kaspary S491r SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional. Referências em mobiliário 2008. Porto Alegre: SENAI-RS, 2007. 48 p. il. (Coleção Tendências em Design) ISBN 1. Indústria do Mobiliário 2. Design I. Título II. Série CDU 684.4:7.05 Bibliotecária Responsável: Leandra Valenti CRB – 10/860 Contatos para informações: SENAI-AC DEPARTAMENTO REGIONAL DO ACRE Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário Mustafá Zacour El-Hindi Fone: 68 3229 2937 E-mail: [email protected] SENAI-RS DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI/CETEMO Fone: 54 3451 4166 E-mail: [email protected] SENAI-AL DEPARTAMENTO REGIONAL DE ALAGOAS Centro de Referência em Design e Inovação de Alagoas Fone: 82 2121 3080 E-mail: [email protected] SENAI-SC DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA Centro de Tecnologia do Mobiliário SENAI/CTM Fone: 47 3631 1600 E-mail: [email protected] SENAI-BA DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA SENAI Dendezeiros Fone: 71 3310 9985 E-mail: mobiliario-den@fieb.org.br SENAI-SP DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliário SENAI/CEMAD Fone: 17 3422 4551 E-mail: [email protected] SENAI-ES DEPARTAMENTO REGIONAL DO ESPÍRITO SANTO Centro de Educação Profissional Eurico de Aguiar Salles Fone: 27 3372 2816 E-mail: cpin@findes.org.br Escola SENAI Luiz Scavone Fone: 11 4538 2546 E-mail: [email protected] SENAI-PR DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário SENAI/CETMAM Fone: 43 3275 8800 E-mail: [email protected] SENAI - Instituição mantida e administrada pela indústria Escola SENAI Almirante Tamandaré Fone: 11 4122 5877 E-mail: [email protected] Sumário 08 Introdução 10 Momento luxo 12 Simbiose 20 Buscas e origens 28 Tempo espaço 36 Fontes de informação 44 Tendência ou referência? referências tendências 8 Vivemos um tempo de sobreposição de estímulos. Um bombardeio de informações visuais, sonoras, olfativas e táteis invadem os nossos sentidos, fazendo-nos vivenciar o conceito de saturação, conjugado nos mais variados tempos. A sensação de que nada mais é novidade toma conta de nós. Essa avalanche de informações, associada à velocidade com que novas idéias chegam até nós, torna-nos mais exigentes, querendo sempre mais. E, quando falamos em tendências, é através dessa lente que olhamos para o mundo, com a expectativa de que, a qualquer momento, alguém colocará à nossa frente algo extraordinariamente novo, tanto quanto foi a invenção da roda em seu contexto, séculos atrás. Foi a partir desse foco que, ao conceituarmos este caderno, pensamos na construção de uma ferramenta de “referências”, e não de “tendências”, um retrato de universos em constante transformação, inacabado e, portanto, repleto de inúmeras possibilidades. A proposta é motivar “insights”, para que novas idéias surjam. É treinar a percepção para a leitura das sutilezas, e não do escancarado, e assim poder traduzir manifestações e sentimentos que se instalam na coletividade humana. 9 o ã ç u d o r t in época ou , a m te o d determina ue move q e r o b d o s r a s e lh r lha lo o tão por s e Leituras e o obrigatoriamente, pe a d in a e eram e qu assam, c p te to n n o e c a m e g se mações qu r o f s n a r t s todas a nhando. e s e d e s . a o ã vir: a vid aminhos v c e idades, u s q s e ia c c e n n ê , s s s e pulsar essa desejo s o o d a te lo n e le g a r É através d toda, é o a ontece pa c ia a r e tó u is q h o a d s Um traça que, nes le e u q a d s to pensamen rmina os te e d e u q mutante. orar... umano é o m h r r, e e s m o o d c , tamento viver, vestir e d r, e O compor s e tores de d a f s s o o it je m ” o s c o velh s físicos e or dentro”, p io r a á s novos ou “ n s e a c p “ s o do que esultante d r é , a r u A interação lt zados. u li c , ia r o te iã a g e m r , o o criados e d cada temp n e s o ã v eira deste e im u r q p is te a n n o f io emoc erar como id s n ais do que o c m a o a it v u le m s o o Isto n Pessoas sã , sonhos, . s o o n d a e m m u , h s r esperança ensaio o se m ê t scolha dos s e la E A . . s e d io r a á d u e personali res. As pessoas simples us s ia c n ê r e f , pre esses fato r o p aspirações a d ia c ma lista n u e n u fl o ã in n é e s produto m verbos , o ser e io r s a iá il id b v o s a m u e peças de edaço”. Busca traduzem s u q o d is a os. M no seu p m e b de cômod e -s ir t evigoram e n r , e s “ m a a g c e s h u c humano b ara seus s que acon p o s ç a te p n s a e t r e o imp ão d a composiç rque abrigam valores suísse uma alma. m, po biente pos m a a reconforta d a c e . É como s s te n a p u c o 10 , o prazer s a d a t n e es experim õ ç a s n e s s uele objeto A q a u o te s er que e a vez mais d a c s to ou despraz c e , são asp m a n io nheiro são c r a o b p o e pro a h cozin te, afinal n A e . s m o a d it a e r f e r consid tam isso pe a r t e r graças a , e s u o q p s m te te n ambie os últimos n s u t a t s e d mudaram sentidos. s o d o ã ç a er bem e iv v m uma valoriz e je o oas está h as, mas s o s s e s p e s p a s d a r r t O praze õem a só com ou p o m ã o n c ia e c u n q nvivê e vida. os objetos d d s o é il t v buscar a co s a r e t a vra, a io r la ir p a g p ó a r r a p te d u in o e s id também elhor sent ndo assim ia m c o n n e xpansão r e id a v a iz e s n , ó a a p s m a A c u . sua das peles” dem a se h n n u te g e s s “ to u alidade m d n e r io e c s n a u Os pro , f s a te d inteligen s da iatistas e serem mais s massificações imed criados mais próximo , da utos serão d o das cópias r p s o , a orad umidor. s lh e n o m c s o a a n e o ap speit ências, a e r d n o d te e m a e n s a móveis ficcionado e figura hum a d o s ã s te , n a im ic s tre os fabr e, ainda as n u e q os no ia s c d o a n a c e r o a f id v is e Ep e e v s ó as é a que de fazer m d a t to s poderá e o s d p o le r te e r p d o a f : m is a u t a e m omo cada e tudo as do plan c u c q r a a o m r m A o . s f e ia r a -d n das maio umidores, iver o dia-a s v n e o d c stilos de e s o o d is d o a a m m id s u v e o estilo de não terem drá-lo em s a e u u q q n e m e e l o e num temp usar o móv o d n a r t n e mos . indica, esta s, sim, estilos de vida ma mobiliário, 11 m o m e n A última década presenciou forte corrente minimalista no design. A frase “less is more” virou hino entre designers, estilistas e todos os que se ligam à estética. Passado o período de busca pelas formas puras e livres de excesso, os contextos mudam, e o mundo já não é mais o mesmo: a frase, agora, é “less is bore”! A humanidade encontra-se então fascinada pelo “máximo” da riqueza e do luxo. Excessos, brilhos, sobreposições, a proposta é diferenciar-se exibindo produtos de alto prestígio, ostentando uma imagem. L 12 U X O t o Nos últimos anos, percebe-se que a concepção de luxo se transformou novamente. O luxo atual sai do “luxo prestígio”, focado nos objetos. Produtos suprem necessidades, e experiências suprem desejos. Não estamos mais competindo por produtos e sim por sensações – atributos emocionais de competitividade. Não estamos mais discutindo o diferencial de produto que passa pelo técnico e pela qualidade, mas o diferencial da emoção. Ao ser associado à experiência, o luxo ganha outros sentidos e reúne características até então fora das tradicionais proposições, tais como: valorização de uma consciência e atitude ecológicas, utilização do tempo escasso, tranqüilidade, segurança, conforto, qualidade de vida, respeito à diversidade cultural, compromisso social. Porém tanto as tradicionais como as novas características do luxo são escassas e raras. 13 O luxo se adapta e se reordena a uma nova cultura. Valores como individualização, glória pelo presente, pela felicidade e pelos prazeres são uma realidade. O gosto pelo luxo não é caracterizado apenas pelo fato de o usuário ser reconhecido como pertencente a uma classe social superior mas é também um desejo de se auto-admirar, um lado narcisista. 14 O conceito “luxo” foi relativizado. Hoje cada indivíduo o vê a seu modo. Para um sobrecarregado presidente de empresa, luxo é tempo. Para um agricultor é a sociabilidade, que pode traduzir-se numa boa refeição em companhia dos amigos. Portanto o luxo continua sendo uma raridade, mas percebe-se que o que é raro hoje pode não ser exatamente o que era no passado. Diversos especialistas da área são unânimes em mencionar o tempo como o bem mais escasso da atualidade, seguido da autonomia, da segurança, do silêncio, da beleza e do espaço. Sendo assim, os artigos de luxo possuem diversos níveis de valores e significados, alguns universais e inerentes, que variam de acordo com o tempo e a sociedade, já que todos os significados de um objeto resultam da intencionalidade humana. 15 O novo luxo envolve mais que o valor econômico e monetário intrínseco no material. Envolve estética e conceito, vinculados à simbologia e à linguagem do seu criador. É aí que entra o design. 16 og ol os cn te lam , a . Fa xo lu ada No esej d ia da em p te reg cn a ol da n og ia ão é qu aq ej u á c ela d on he e po cem nta ,r os e d ecém e se c jam hegad a os, trad dos lab orat uzid ório a nu s de mv pesqu alor isa, qu agreg e ningué ad o o m conhece e que logo passa a ser u difer enciado. 17 Pode-se observar um “momento luxo” nos mais variados públicos. Esse, aliás, é um dos grandes paradoxos que envolvem o luxo atual. Estando o luxo não mais focado no produto e sim nas sensações, “viver o luxo” já não se restringe apenas aos milionários, mas estende-se a outras classes sociais. Mesmo com diferenças gritantes, podese concluir que, por muitas vezes, públicos distintos buscam, no seu “momento luxo”, a mesma significância. 18 Além dessa mudança conceitual, outro fator altamente influente na formação da nova cultura do luxo é o culto de massa das marcas, a difusão das cópias, a expansão da falsificação. A visibilidade social do luxo cresceu fortemente. Em primeiro lugar, pelo efeito “mecânico” do aumento do número de marcas de luxo presentes no mercado e, mais amplamente, da midiatização das marcas de luxo. Duas tendências coabitam: uma banaliza o acesso ao luxo e o desmistifica; a outra reproduz o poder de sonho e de atração pelas políticas de alto valor agregado através da imagem. O luxo estilhaçou-se. Não há mais um luxo, mas “luxos” em vários graus, para públicos diversos. 19 Ah! Este mundo de mil jeitos! A permissão para a convivência do moderno e do tradicional, da tranqüilidade e da agitação, do global e do local. Uma diversidade de cenários e gentes. 21 A identidade só existe quando comparada com outra, e é nessa comparação que as culturas se consolidam e se fundem com o cruzamento de cores, traços, sentimentos. O processo de apropriação de referências externas é bastante comum. O equilíbrio desse processo está na perfeita dosagem entre a linguagem local, a linguagem pessoal e as referências externas. Isso se dá nas mais variadas áreas de expressão cultural, e a universalidade tem como pré-requisito essa simbiose para facilitar a sua absorção por outras culturas. 22 Longe de ser uma forma parasitária de coexistir, o processo de simbiose cultural nos leva ao entrelaçamento do tecnológico e do artesanal, evidenciando uma sociedade globalizada, mas também uma sociedade com essências profundamente humanas. O fascinante está justamente na ambientação harmônica desses grandes contrastes, gerando cenários que transitam pela sustentabilidade, pela busca da paz, de formas e produtos orgânicos, do natural, da longevidade com qualidade de vida. 23 Imagens e elementos ligados à natureza são quase que uma busca para a vida e sinônimos de bem-estar do homem contemporâneo. A virtualidade dos sentidos humanos é cada vez mais desenvolvida graças à Internet, aos jogos virtuais, ao cinema e à tv. A imagem da praia paradisíaca é sonho de consumo, assim como o novo modelo do iPod. As imagens relacionadas a lugares e fragmentos da natureza trazem o homem para perto do sonho, da liberdade de sentidos. Elementos, estampas e materiais com ares naturais, que evocam sensações relacionadas à vida, suprem a carência de proximidade com a mãe terra. 24 O brilho e as tonalidades dos vidros coloridos, em tons muito próximos aos naturais, remetem-nos a essa ligação, mesmo que artificial, com a ambiência. As madeiras e as fibras já cumprem esse papel há muito tempo, mas agora tendem a ser complementadas com sutilezas e aplicações de materiais e elementos que evocam essas sensações de maior proximidade com o natural. 25 O artesanato também é supervalorizado, justamente por estar na contramão das tecnologias verticais. O mobiliário pode ser básico, com linhas contemporâneas, mas com discretos detalhes ou exuberantes efeitos de aplicações artesanais. 26 Enfim, o convívi o com a s diferença s, que divers as, exp refer ressam, ência em simbi ose, s , emo seja ç õ e me s, ideo les p logias, esso compo rtamen ais o tos, u un iversa is. podem ser 27 Por mais moderna, mais contemporânea, mais chique ou “kitsch” que seja a nossa casa, sempre acabamos por colocar em nossos espaços de viver algo que nos remete às nossas lembranças, à nossa infância, às nossas raízes. Pode ser um determinado objeto, um certo odor, uma textura ou uma estampa que nos transportam a um tempo em que éramos felizes e não sabíamos, em que nos sentíamos seguros, sem precisar de esquemas especiais de segurança. 29 A força desses elementos está justamente na sensação emocional que provoca em seus donos. Plenos de sentimentos são geralmente entronados nos ambientes, tornando-se alvo de olhares. Contadores de histórias, esses objetos traduzem gerações, relatam costumes de épocas, remetem-nos à tribo a que este morador pertence. 30 Por sua significância, a estas peças é conferida uma maior liberdade de interação com estilos e funções. O interessante nesse resgate de objetos e mobiliários de nossas vidas está exatamente na liberdade de curtilos e vivê-los como os sentimos, independente de convenções decorativas ou ditaduras de modismos. É algo nosso, de nossa vida, algo que passa pelo nosso coração. Composições de espaços contemplando essas referências pessoais abrem caminho para a utilização do artesanato, de obras de arte, de peças étnicas, de móveis garimpados em antiquários. O artesanato está presente em todos os países do mundo: lojas de design, exposições em museus, livros editados, consagrações de artesãos como genuínos artistas. Em todo lugar se percebe a presença e a valorização cada vez maior do trabalho realizado pela mão humana. Essa corrente é uma explícita reação à globalização. A volta às raízes, o resgate das tradições culturais e a valorização dos objetos ingênuos produzidos pelo povo ajudam a compreender melhor o funcionamento da sociedade. 32 O regional étnico valoriza as raízes humanas. Sua inspiração vem das culturas distantes ou primitivas, que podem ter toques indianos, buscar objetos da estética africana ou passar pela enigmática Amazônia. O clima de mistério e os ambientes, verdadeiros garimpos culturais, transmitem muita personalidade e valorizam a diferença entre pensamentos, costumes, raças e crenças. A valorização da mistura e do reaproveitamento de móveis de família também está presente nesses cenários. O culto ao objeto antigo é um culto à origem. Assim, o homem se insere no objeto e nele, geneticamente, toda a sua ancestralidade. 33 Hoje, os planos de expressão do homem, do seu grupo, da sua coletividade resultam na volta a formas orgânicas, evidenciando o tato, a releitura de conceitos e estilos, como a reedição do estilo barroco, um olhar para o passado, que traz de volta o crochê. São todos movimentos que, num mundo cada vez mais globalizado, interativo, “on line”, dão destaque aos valores pessoais, individuais e perseguem, ao mesmo tempo, um verdadeiro ideal de singularidade. Podemse unir os conceitos de singular, peculiar, próprio, com o de identidade. 34 A volta às origens, ou retorno à essência, será sempre uma busca constante, pois a cultura é dinâmica e ela não existe em situações abstratas, mas em um sujeito ativo: o ser humano. 35 36 O momento determina o espaço ocupado por alguém em um determinado intervalo de tempo. 37 Quando Einsten nos trouxe o conceito de tetradimensionalidade - largura, comprimento, profundidade e tempo - a humanidade não tinha noção das proporções que essa fórmula poderia assumir. Extremamente lógica e racional, ela permeia o mais profundo da nossa essência como seres humanos, transitando por um universo totalmente emocional. Momentos não existem sem espaço e sem intervalo de tempo, mas, sobretudo, não existem sem presença. Como teremos instantes de vida sem estarmos verdadeiramente vivenciando estes instantes? 38 Estamos no mundo da velocidade. É ela o novo paradigma, o padrão de comportamento adotado por quem deseja ter sucesso, estar integrado, fazer parte do sistema. A vida moderna nos faz exigências paradoxais. Obriga-nos a estarmos ligados a todos os assuntos ao mesmo tempo. Antenados. Plugados. Conectados. Devemos ser multimídias: fazer várias coisas, ter diversas habilidades, usar o maior número de canais de comunicação possíveis, mudar de atividade continuamente. Somos vítimas da “tecnoestresse”, vivendo uma intensa fase de compressão tempo|espaço. 39 Trata-se de novos hábitos que mudaram as relações humanas e o comportamento de consumo da sociedade como um todo. A aceleração da produção foi alcançada por mudanças organizacionais, tais como subcontratação, transferência de sede, etc. Mudanças, como o sistema de entrega “just-in-time”, que reduz os estoques, associado à produção em pequenos lotes, diminuíram os tempos de giro. Conseqüências importantes surgem com essa aceleração generalizada: o aumento da volatilidade e efemeridade de modas, de produtos e técnicas de produção, assim como de idéias, ideologias e valores. Passamos a dar ênfase às virtudes da instantaneidade e da descartabilidade, a ter uma vida permeada por grandes avanços tecnológicos, que exige respostas cada vez mais rápidas e utiliza uma linguagem que precisa ser decodificada. 40 Novas tecnologias mudaram a forma de comunicação e impactaram novos comportamentos. Temos, hoje, gerações diferentes dando respostas distintas a essa nova relação tempo | espaço. As pessoas da Segunda Onda estão incomodadas e desorientadas pela forma e quantidade de informação que chega até elas. Este público sente-se cada vez mais exposto a breves e modulares “blips” de informação, quando na verdade ainda esperariam receber idéias organizadas e sintetizadas. Assaltadas pelo que elas consideram tumulto da cultura “blip”, sentem-se incomodadas com os meios de comunicação. A geração da Terceira Onda, ao contrário, está mais à vontade no meio desse bombardeio de “blips”. Em vez de receberem um modelo mental de realidade, são impelidos a inventá-lo e continuamente reinventá-lo. Da mesma forma que coloca um grande fardo sobre as pessoas, esse processo também conduz a uma maior individualidade, à desmassificação da personalidade. Universos mais democráticos, forças compartilhadas, inclusão sempre, modelos sem manual e, principalmente, vontade de adaptação regem as senhas que serão pedidas para estas novas oportunidades de migração e emigração da comunicação direcionada aos nômades de hoje: os comunicativos em tempo integral. A velocidade, a simultaneidade, a informação e a universalidade estão presentes nas composições dos ambientes que devem agora abrigar essas novas senhas. Os espaços, além de integrados, tendem a se organizar funcionalmente de forma interligada ao lazer e às inovações eletrônicas e tecnológicas. Existe a necessidade de ampliar a qualidade e o tempo dos momentos em que as pessoas vivenciam suas casas. A sala de estar transforma-se em um espaço multimídia, que por sua vez se integra a outras necessidades humanas, como a alimentação. As atividades de trabalho e estudo também poderão acontecer nesse mesmo cenário. Movimento e flexibilidade também são evidências nos elementos que compõem os ambientes. Eletrodomésticos e mobiliário ganham rodízios, podendo estar ainda mais próximos do usuário. Alturas e tamanhos também devem permitir ajustes, num universo em que perenidade é um conceito não conhecido. Produtos menores, que vão se somando e criando um sistema, fazem parte da nova concepção. 41 A velocidade, a simultaneidade, a informação e a universalidade estão presentes nas composições dos ambientes que devem agora abrigar essas novas senhas. Os espaços, além de integrados, tendem a se organizar funcionalmente de forma interligada ao lazer e às inovações eletrônicas e tecnológicas. Existe a necessidade de ampliar a qualidade e o tempo dos momentos em que as pessoas vivenciam suas casas. A sala de estar transforma-se em um espaço multimídia, que por sua vez se integra a outras necessidades humanas, como a alimentação. As atividades de trabalho e estudo também poderão acontecer nesse mesmo cenário. Movimento e flexibilidade também são evidências nos elementos que compõem os ambientes. Eletrodomésticos e mobiliário ganham rodízios, podendo estar ainda mais próximos do usuário. Alturas e tamanhos também devem permitir ajustes, num universo em que perenidade é um conceito não conhecido. Produtos menores, que vão se somando e criando um sistema, fazem parte da nova concepção. 42 Existe, porém, algo que independe do avanço da tecnologia: a capacidade de o ser humano perceber e escolher como viver o seu tempo. A capacidade de lembrar que existe Chronos, o deus do tempo medido, do relógio, do cronômetro, do calendário. Mas também existe o deus Kairos, que governa o tempo aproveitado, saboreado, o tempo realmente vivido. Ao que tudo indica, a tecnologia tem tudo para colocar ao nosso alcance ambientes e produtos inteligentes, otimizando funcionalidade e praticidade. 43 fontes de informação Periódicos: AD ARCHITECTURAL DIGEST. Madrid: Ediciones Condé Nast, n. 12, marzo 2007. AD ARCHITECTURAL DIGEST. Madrid: Ediciones Condé Nast, n. 14, mayo 2007. BOX. Milano: Edizioni Fiera Milano, n. 70, apr. 2007. CASA AL DÍA. Barcelona: RBA Revistas, v. 8, n. 105, 2007. 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Jordan Rebeca Allan Regis Padilha Rowena Cornish Rupert Newman Sílvia Grilli Empresas internacionais: 101% Designed in Brussels Accademia Acerbis International Alessi Alf Uno Alias Ampesur Arketipo Arte & Cuoio Artec Belar Contract Besana Betania Biesse Bodytone Bonaldo Bonacina Pierantonio Busnelli Casamania Cattelan Itália Ceccotti Chateau d’Ax Ciacci Kreaty Cierre Imbottiti Clei Compar Corinto Dall’Agnese Dema Desalto Di Liddo & Perego Dríade E15 Elve Eichholtz FEG Fimes Flexform Florida Group Flou Folkform Forma e Funzione Former Gab Gastón Y Daniela Gavesar Mobiliario Gemalinea Gims Giorgetti Green Häfele Hartman Hermanos Sanchez Hiroshi Kawano Design I4 Mariani Incanto Group Interia Inthai Junta de Extremadura Lago Lema Liberty Ligne Roset Línea D Interni Longhi M & M Group Macral Mariana Artesana Marinelli Matteograssi Maxdivani Md House MDF Italia Mercury Meritalia Mirvo Mogart Molteni & C Montiluc Moroso Move Muebles de Portugal Mussi Nasa Cocinas Natuzzi Origlia Orizzonti Pinton Poletti Poliform Porada Porro Quota Raumplus Reflex Rexite Rimadesio Riva Sahco San Patrignano Sanderson Sangiacomo Sangiorgio Sapapa Schönhuber Franchi Segis Seven Sidi Simon Softline Swan Italia Tacchini Itália Tekno Thonet Tomasella Tonelli Design Tonon & C Tribù Unopiù Venier Vibieffe Vivir con madera Zanette Zanotta Zenia House 45 fontes de informação Sites consultados: www.arcoweb.com.br www.blum.com.br www.campanas.com.br casa.abril.com.br/casaclaudia www.clickfamilia.org.br www.delas.ig.com.br www.designbrasil.org.br www.edra.com www.empresas.globo.com www.erikapalomino.com.br www.ezdoor.com.br www.fashionbubbles.wordpress.com www.formaefunzione.com www.ftd.com.br www.fundacaofia.com.br www.galpaoctp.com.br/moveis.htm www.gtpos.org.br www.hafele.com.br www.idealiza.com.br www.indiodacostadesign.com.br www.karimrashid.com www.livingetc.co.uk www.onne.com.br www.philippe-starck.com www.pininfarina.it www.red-dot.de www.taiba.no www.textilmuseum.org www.tordboontje.com www.wsgn.com Patrocinadores: FIMMA BRASIL – Feira Internacional de Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira Av. 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