referências em
mobiliário
2008
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Armando de Queiroz Monteiro – Presidente
SENAI-DN - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
DEPARTAMENTO NACIONAL
José Manuel de Aguiar Martins – Diretor Geral
Regina de Fátima Torres – Diretora de Operações
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS
Paulo Tarciso Okamoto – Diretor-Presidente
Luiz Carlos Barboza – Diretor Técnico
Carlos Alberto dos Santos – Diretor Administrativo Financeiro
Paulo César Rezende Carvalho Alvim – Gerente de Inovação e Acesso à Tecnologia – UIAT
PROGRAMA SENAI DE GESTÃO DA INOVAÇÃO E DO DESIGN
Orlando Clapp – Gerente Executivo da Unidade de Tecnologia Industrial – UNITEC
Sergio Luiz Souza Motta – Gerente da Unidade de Serviços Técnicos e Tecnológicos – UNITEC
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ACRE – FIEAC
João Francisco Salomão – Presidente
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO PARANÁ – FIEP
Rodrigo Costa da Rocha Loures – Presidente
SENAI-AC DEPARTAMENTO REGIONAL DO ACRE
José Afonso Bastos Zaire – Diretor Regional
Geane Reis de Farias – Diretora de Educação e Tecnologia
Solange Maria Chalub Bandeira Teixeira – Diretora da Unidade Corporativa de Gestão do Sistema
SENAI-PR DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ
Carlos Sérgio Asinelli – Diretor Regional
Luiz Henrique Bucco – Diretor de Operações
Amilcar Badotti Garcia – Alianças Estratégicas e Projetos Especiais
Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário Mustafá Zacour El-Hindi
Mozani Mariano de Almeida – Diretor
Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário
Márcia Donegá Ferreira Leandro – Gerente
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE ALAGOAS – FIEA
José Carlos Lyra de Andrade – Presidente
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – FIERGS
Paulo Gilberto Fernandes Tigre – Presidente
SENAI-AL DEPARTAMENTO REGIONAL DE ALAGOAS
Marben Montenegro Loureiro – Diretor Regional
Alexandre de Caiado Castro Moraes – Diretor de Operações
SENAI-RS DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL
José Zortéa - Diretor Regional
Paulo Fernando Presser – Diretor de Educação e Tecnologia
Carlos Artur Trein – Gerente de Negócios em Serviços Tecnológicos/UNET
Centro de Referência em Design e Inovação de Alagoas
Méllia Nichole Dellabianca Araújo – Gestora
Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI
Cesar Augusto Modena – Diretor
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DA BAHIA – FIEB
Jorge Lins Freire – Presidente
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA – FIESC
Alcântaro Corrêa – Presidente
SENAI-BA DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA
Gustavo Leal Sales Filho – Diretor Regional
SENAI-SC DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA
Sérgio Roberto Arruda – Diretor Regional
Antônio José Carradore – Diretor de Educação e Tecnologia
Marco Antônio Dociatti – Diretor de Desenvolvimento Organizacional
Roberto de Medeiros Junior – Facilitador do Núcleo Tecnologia
SENAI Dendezeiros
Cid Carvalho Vianna – Gerente da Unidade
Darlan Firmato Reis Nunes – Gerente da Área de Madeira e Mobiliário
Centro de Tecnologia do Mobiliário
José Luiz de Oliveira – Diretor
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO – FINDES
Lucas Izoton Vieira – Presidente
FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – FIESP
Paulo Antonio Skaf – Presidente
SENAI-ES DEPARTAMENTO REGIONAL DO ESPÍRITO SANTO
Robson Santos Cardoso – Diretor Regional
João Marcos Loureiro Del Puppo – Diretor Gestor
Wilson Pereira Faé – Gerente de Operações e Negócios
Fernando Lima Sanchotene – Gerente de Educação e Tecnologia
SENAI-SP DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO
Luiz Carlos de Souza Vieira – Diretor Regional
Roberto Monteiro Spada – Diretor Técnico
Érulos Ferrari Filho – Gerente de Tecnologia Industrial
Centro de Educação Profissional Eurico de Aguiar Salles
Jairo Menezes de Oliveira – Gerente
Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliário
Mário Eduardo Cazão – Diretor
Escola SENAI Luiz Scavone
Amélio Vieira Neto – Diretor
Escola SENAI Almirante Tamandaré
Murilo Strazzer – Diretor
referências em
mobiliário
2008
Porto Alegre – 2007
SENAI | Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
© 2007, SENAI. Departamento Nacional
Qualquer parte desta obra poderá ser reproduzida, desde que citada a fonte.
1ª edição: 4.000 exemplares
Publicação elaborada por técnicos dos Departamentos Regionais do SENAI Acre, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo sob a coordenação do Departamento Regional do SENAI-RS, através do Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI/CETEMO, com apoio financeiro do SENAI Departamento Nacional - Projeto
PJ-ME-0652 - Gestão Estratégica em Design II e SEBRAE Departamento Nacional.
Coordenação do Projeto Multiestadual Gestão Estratégica em Design
Carlos Artur Trein – SENAI-RS
Pesquisa Europa
Adriana de Souza Góes
Claudemir Aparecido Flores
Cláudia Dias de Oliveira Pin
Guilherme Fontanari
Renato Bernardi
Sandro Styvie Marques Leme
Taiane Scotton
Apoio Técnico ao Projeto Multiestadual Gestão Estratégica em Design
Sandra Kaplan – SENAI-RS
Zeide Lúcia Gusmão – SENAI-DN
Coordenação do Projeto na área do Mobiliário
Cesar Augusto Modena – CETEMO - SENAI-RS
Impressão Gráfica
Propress Editora e Gráfica
Coordenação Técnica do Projeto na área do Mobiliário
Renato Bernardi – CETEMO - SENAI-RS
Taiane Scotton – CETEMO - SENAI-RS
Autores por estado
Acre: Alessandro São Pedro Grupp
Alagoas: Méllia Nichole Dellabianca Araújo e Nayron Bulhões Barbosa Júnior
Bahia: Darlan Firmato Reis Nunes
Espírito Santo: Cláudia Dias de Oliveira Pin
Paraná: Anderson Alex Trierveiler e Márcia Luiza França da Silva Batista
Rio Grande do Sul: Flávia Fontanive, Guilherme Fontanari, Taiane Scotton e Vera Stefani
Santa Catarina: Malis Maria Liebl Keil
São Paulo: Adriana de Souza Góes, Claudemir Aparecido Flores e Sandro Styvie Marques Leme
Revisão Gramatical e Linguística
Pedro Ernesto Gasperin
Tradução
Interlínguas – Instituto Integrado de Línguas
Projeto Gráfico
Ambiência Market Design
Stampa Design
Stefani Design
Locução do Cd-Rom
Marcia Kaspary
S491r
SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL. Departamento Nacional.
Referências em mobiliário 2008. Porto Alegre: SENAI-RS, 2007.
48 p. il. (Coleção Tendências em Design)
ISBN
1. Indústria do Mobiliário 2. Design I. Título II. Série
CDU 684.4:7.05
Bibliotecária Responsável: Leandra Valenti CRB – 10/860
Contatos para informações:
SENAI-AC DEPARTAMENTO REGIONAL DO ACRE
Centro de Tecnologia da Madeira e do Mobiliário Mustafá Zacour El-Hindi
Fone: 68 3229 2937 E-mail: [email protected]
SENAI-RS DEPARTAMENTO REGIONAL DO RIO GRANDE DO SUL
Centro Tecnológico do Mobiliário SENAI/CETEMO
Fone: 54 3451 4166 E-mail: [email protected]
SENAI-AL DEPARTAMENTO REGIONAL DE ALAGOAS
Centro de Referência em Design e Inovação de Alagoas
Fone: 82 2121 3080 E-mail: [email protected]
SENAI-SC DEPARTAMENTO REGIONAL DE SANTA CATARINA
Centro de Tecnologia do Mobiliário SENAI/CTM
Fone: 47 3631 1600 E-mail: [email protected]
SENAI-BA DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA
SENAI Dendezeiros
Fone: 71 3310 9985 E-mail: mobiliario-den@fieb.org.br
SENAI-SP DEPARTAMENTO REGIONAL DE SÃO PAULO
Centro Tecnológico de Formação Profissional da Madeira e do Mobiliário SENAI/CEMAD
Fone: 17 3422 4551 E-mail: [email protected]
SENAI-ES DEPARTAMENTO REGIONAL DO ESPÍRITO SANTO
Centro de Educação Profissional Eurico de Aguiar Salles
Fone: 27 3372 2816 E-mail: cpin@findes.org.br
Escola SENAI Luiz Scavone
Fone: 11 4538 2546 E-mail: [email protected]
SENAI-PR DEPARTAMENTO REGIONAL DO PARANÁ
Centro Tecnológico da Madeira e Mobiliário SENAI/CETMAM
Fone: 43 3275 8800 E-mail: [email protected]
SENAI - Instituição mantida e administrada pela indústria
Escola SENAI Almirante Tamandaré
Fone: 11 4122 5877 E-mail: [email protected]
Sumário
08
Introdução 10
Momento luxo 12
Simbiose 20
Buscas e origens 28
Tempo espaço 36
Fontes de informação 44
Tendência ou referência?
referências
tendências
8
Vivemos um tempo de sobreposição de estímulos. Um bombardeio de informações visuais, sonoras, olfativas e táteis
invadem os nossos sentidos, fazendo-nos vivenciar o conceito de saturação, conjugado nos mais variados tempos. A sensação
de que nada mais é novidade toma conta de nós. Essa avalanche de informações, associada à velocidade com que novas idéias
chegam até nós, torna-nos mais exigentes, querendo sempre mais.
E, quando falamos em tendências, é através dessa lente que olhamos para o mundo, com a expectativa de que, a qualquer
momento, alguém colocará à nossa frente algo extraordinariamente novo, tanto quanto foi a invenção da roda em seu contexto,
séculos atrás.
Foi a partir desse foco que, ao conceituarmos este caderno, pensamos na construção de uma ferramenta de “referências”,
e não de “tendências”, um retrato de universos em constante transformação, inacabado e, portanto, repleto de inúmeras
possibilidades. A proposta é motivar “insights”, para que novas idéias surjam. É treinar a percepção para a leitura das sutilezas, e
não do escancarado, e assim poder traduzir manifestações e sentimentos que se instalam na coletividade humana.
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A última década presenciou forte
corrente minimalista no design.
A frase “less is more” virou hino entre
designers, estilistas e todos os que se ligam
à estética. Passado o período de busca
pelas formas puras e livres de excesso,
os contextos mudam, e o mundo já não
é mais o mesmo: a frase, agora, é
“less is bore”!
A humanidade encontra-se então fascinada
pelo “máximo” da riqueza e do luxo.
Excessos, brilhos, sobreposições, a proposta
é diferenciar-se exibindo produtos de alto
prestígio, ostentando uma imagem.
L
12
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Nos últimos anos, percebe-se que a
concepção de luxo se transformou
novamente. O luxo atual sai do “luxo
prestígio”, focado nos objetos. Produtos
suprem necessidades, e experiências suprem
desejos. Não estamos mais competindo por
produtos e sim por sensações – atributos
emocionais de competitividade. Não
estamos mais discutindo o diferencial
de produto que passa pelo técnico e pela
qualidade, mas o diferencial da emoção.
Ao ser associado à experiência, o luxo ganha
outros sentidos e reúne características até
então fora das tradicionais proposições, tais
como: valorização de uma consciência e
atitude ecológicas, utilização do tempo
escasso, tranqüilidade, segurança,
conforto, qualidade de vida, respeito
à diversidade cultural, compromisso
social. Porém tanto as tradicionais como as
novas características do luxo são escassas
e raras.
13
O luxo se adapta e se
reordena a uma nova
cultura. Valores como
individualização, glória pelo
presente, pela felicidade
e pelos prazeres são uma
realidade. O gosto pelo
luxo não é caracterizado
apenas pelo fato de o
usuário ser reconhecido
como pertencente a uma
classe social superior mas
é também um desejo de
se auto-admirar, um lado
narcisista.
14
O conceito “luxo” foi relativizado. Hoje cada indivíduo o vê a seu modo.
Para um sobrecarregado presidente de empresa, luxo é tempo. Para um agricultor é
a sociabilidade, que pode traduzir-se numa boa refeição em companhia dos amigos.
Portanto o luxo continua sendo uma raridade, mas percebe-se que o que é raro hoje pode
não ser exatamente o que era no passado. Diversos especialistas da área são unânimes em
mencionar o tempo como o bem mais escasso da atualidade, seguido da autonomia, da segurança,
do silêncio, da beleza e do espaço. Sendo assim, os artigos de luxo possuem diversos níveis de valores e
significados, alguns universais e inerentes, que variam de acordo com o tempo e a sociedade, já que todos
os significados de um objeto resultam da intencionalidade humana.
15
O novo luxo envolve mais
que o valor econômico
e monetário intrínseco
no material. Envolve
estética e conceito,
vinculados à simbologia
e à linguagem do seu
criador. É aí que entra
o design.
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17
Pode-se observar um “momento
luxo” nos mais variados públicos.
Esse, aliás, é um dos grandes
paradoxos que envolvem o luxo atual.
Estando o luxo não mais focado no
produto e sim nas sensações, “viver o
luxo” já não se restringe apenas aos
milionários, mas estende-se a outras
classes sociais. Mesmo com
diferenças gritantes, podese concluir que, por muitas
vezes, públicos distintos
buscam, no seu “momento
luxo”, a mesma significância.
18
Além dessa mudança conceitual,
outro fator altamente influente na
formação da nova cultura do luxo é o culto
de massa das marcas, a difusão das cópias, a
expansão da falsificação. A visibilidade social
do luxo cresceu fortemente. Em primeiro
lugar, pelo efeito “mecânico” do aumento
do número de marcas de luxo presentes no
mercado e, mais amplamente, da midiatização
das marcas de luxo. Duas tendências coabitam:
uma banaliza o acesso ao luxo e o desmistifica;
a outra reproduz o poder de sonho e de atração
pelas políticas de alto valor agregado através
da imagem. O luxo estilhaçou-se. Não há mais
um luxo, mas “luxos” em vários graus, para
públicos diversos.
19
Ah! Este mundo de mil jeitos! A permissão para
a convivência do moderno e do tradicional, da
tranqüilidade e da agitação, do global e do local.
Uma diversidade de cenários e gentes.
21
A identidade
só existe quando
comparada com outra, e é nessa
comparação que as culturas se consolidam
e se fundem com o cruzamento de cores,
traços, sentimentos. O processo de apropriação
de referências externas é bastante comum. O
equilíbrio desse processo está na perfeita dosagem
entre a linguagem local, a linguagem pessoal e as
referências externas. Isso se dá nas mais variadas
áreas de expressão cultural, e a universalidade
tem como pré-requisito essa simbiose
para facilitar a sua absorção por
outras culturas.
22
Longe de ser uma forma parasitária de
coexistir, o processo de simbiose cultural nos leva
ao entrelaçamento do tecnológico e do artesanal,
evidenciando uma sociedade globalizada, mas também
uma sociedade com essências profundamente
humanas. O fascinante está justamente na
ambientação harmônica desses grandes contrastes,
gerando cenários que transitam pela sustentabilidade,
pela busca da paz, de formas e produtos orgânicos, do
natural, da longevidade com qualidade de vida.
23
Imagens e elementos ligados
à natureza são quase que uma
busca para a vida e sinônimos
de bem-estar do homem
contemporâneo. A virtualidade
dos sentidos humanos é cada
vez mais desenvolvida graças à
Internet, aos jogos virtuais, ao
cinema e à tv. A imagem da praia
paradisíaca é sonho de consumo,
assim como o novo modelo do
iPod. As imagens relacionadas
a lugares e fragmentos da
natureza trazem o homem para
perto do sonho, da liberdade de
sentidos. Elementos, estampas e
materiais com ares naturais, que
evocam sensações relacionadas
à vida, suprem a carência de
proximidade com a mãe terra.
24
O brilho e as tonalidades dos vidros coloridos, em tons
muito próximos aos naturais, remetem-nos a essa ligação,
mesmo que artificial, com a ambiência. As madeiras e as
fibras já cumprem esse papel há muito tempo, mas agora
tendem a ser complementadas com sutilezas e aplicações
de materiais e elementos que evocam essas sensações de
maior proximidade com o natural.
25
O artesanato também é
supervalorizado, justamente
por estar na contramão das
tecnologias verticais. O mobiliário
pode ser básico, com linhas
contemporâneas, mas com
discretos detalhes ou exuberantes
efeitos de aplicações artesanais.
26
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sempre acabamos
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nossos espaços de
viver algo que nos
remete às nossas lembranças, à nossa
infância, às nossas raízes. Pode ser um
determinado objeto, um certo odor,
uma textura ou uma estampa que
nos transportam a um tempo em que
éramos felizes e não sabíamos, em que
nos sentíamos seguros, sem precisar
de esquemas especiais de segurança.
29
A força desses elementos está
justamente na sensação
emocional que provoca
em seus donos. Plenos
de sentimentos são
geralmente entronados
nos ambientes,
tornando-se alvo de
olhares. Contadores
de histórias, esses objetos
traduzem gerações, relatam costumes
de épocas, remetem-nos à tribo a que
este morador pertence.
30
Por sua significância, a estas peças é
conferida uma maior liberdade de interação
com estilos e funções. O interessante nesse
resgate de objetos e mobiliários de nossas
vidas está exatamente na liberdade de curtilos e vivê-los como os sentimos, independente
de convenções decorativas ou ditaduras de
modismos. É algo nosso, de nossa vida, algo
que passa pelo nosso coração.
Composições de espaços contemplando
essas referências pessoais abrem caminho
para a utilização do artesanato, de obras
de arte, de peças étnicas, de móveis
garimpados em antiquários.
O artesanato está presente
em todos os países do mundo:
lojas de design, exposições
em museus, livros editados,
consagrações de artesãos
como genuínos artistas. Em
todo lugar se percebe a
presença e a valorização cada
vez maior do trabalho realizado
pela mão humana. Essa corrente é
uma explícita reação à globalização. A
volta às raízes, o resgate das tradições
culturais e a valorização dos objetos ingênuos
produzidos pelo povo ajudam a compreender
melhor o funcionamento da sociedade.
32
O regional étnico valoriza as
raízes humanas. Sua inspiração
vem das culturas distantes
ou primitivas, que podem
ter toques indianos, buscar
objetos da estética africana
ou passar pela enigmática
Amazônia. O clima de mistério
e os ambientes, verdadeiros
garimpos culturais, transmitem
muita personalidade e valorizam
a diferença entre pensamentos,
costumes, raças e crenças.
A valorização da mistura e do
reaproveitamento de móveis de família
também está presente nesses cenários. O
culto ao objeto antigo é um culto à origem.
Assim, o homem se insere no objeto e nele,
geneticamente, toda a sua ancestralidade.
33
Hoje, os planos de expressão do
homem, do seu grupo, da sua
coletividade resultam na volta a
formas orgânicas, evidenciando
o tato, a releitura de conceitos
e estilos, como a reedição do
estilo barroco, um olhar para
o passado, que traz de volta o
crochê. São todos movimentos
que, num mundo cada vez mais
globalizado, interativo, “on
line”, dão destaque aos valores
pessoais, individuais e perseguem,
ao mesmo tempo, um verdadeiro
ideal de singularidade. Podemse unir os conceitos de singular,
peculiar, próprio, com o de
identidade.
34
A volta às origens, ou retorno
à essência, será sempre uma
busca constante, pois a cultura
é dinâmica e ela não existe em
situações abstratas, mas em
um sujeito ativo:
o ser humano.
35
36
O momento
determina
o espaço
ocupado por
alguém em um
determinado
intervalo de
tempo.
37
Quando Einsten nos trouxe o conceito de tetradimensionalidade
- largura, comprimento, profundidade e tempo - a humanidade
não tinha noção das proporções que essa fórmula poderia
assumir. Extremamente lógica e racional, ela permeia o
mais profundo da nossa essência como seres humanos, transitando
por um universo totalmente emocional. Momentos não existem sem
espaço e sem intervalo de tempo, mas, sobretudo, não existem
sem presença. Como teremos instantes de vida sem estarmos
verdadeiramente vivenciando estes instantes?
38
Estamos no mundo da velocidade.
É ela o novo paradigma, o
padrão de comportamento
adotado por quem deseja ter
sucesso, estar integrado, fazer
parte do sistema. A vida moderna
nos faz exigências paradoxais.
Obriga-nos a estarmos ligados
a todos os assuntos ao mesmo
tempo. Antenados. Plugados.
Conectados. Devemos ser
multimídias: fazer várias coisas,
ter diversas habilidades, usar
o maior número de canais de
comunicação possíveis, mudar de
atividade continuamente. Somos
vítimas da “tecnoestresse”,
vivendo uma intensa fase de
compressão tempo|espaço.
39
Trata-se de
novos hábitos que
mudaram as relações humanas
e o comportamento de consumo da sociedade como um
todo. A aceleração da produção foi alcançada por mudanças
organizacionais, tais como subcontratação, transferência de sede,
etc. Mudanças, como o sistema de entrega “just-in-time”, que
reduz os estoques, associado à produção em pequenos lotes,
diminuíram os tempos de giro. Conseqüências importantes
surgem com essa aceleração generalizada: o aumento da
volatilidade e efemeridade de modas, de produtos e técnicas
de produção, assim como de idéias, ideologias
e valores. Passamos a dar ênfase às
virtudes da instantaneidade e da
descartabilidade, a ter uma vida
permeada por grandes avanços
tecnológicos, que exige respostas
cada vez mais rápidas e utiliza
uma linguagem que precisa ser
decodificada.
40
Novas tecnologias mudaram a forma
de comunicação e impactaram novos
comportamentos. Temos, hoje, gerações diferentes
dando respostas distintas a essa nova relação
tempo | espaço. As pessoas da Segunda Onda
estão incomodadas e desorientadas pela forma
e quantidade de informação que chega até elas.
Este público sente-se cada vez mais exposto a
breves e modulares “blips” de informação, quando
na verdade ainda esperariam receber idéias
organizadas e sintetizadas. Assaltadas pelo que elas
consideram tumulto da cultura “blip”, sentem-se
incomodadas com os meios de comunicação. A
geração da Terceira Onda, ao contrário, está mais
à vontade no meio desse bombardeio
de “blips”. Em vez de receberem um
modelo mental de realidade, são
impelidos a inventá-lo e continuamente
reinventá-lo. Da mesma forma que coloca um
grande fardo sobre as pessoas, esse processo
também conduz a uma maior individualidade,
à desmassificação da personalidade. Universos
mais democráticos, forças compartilhadas,
inclusão sempre, modelos sem manual
e, principalmente, vontade de adaptação
regem as senhas que serão pedidas
para estas novas oportunidades de
migração e emigração da comunicação
direcionada aos nômades de hoje: os
comunicativos em tempo integral.
A velocidade, a simultaneidade, a informação e a universalidade estão presentes nas composições dos ambientes que devem agora
abrigar essas novas senhas. Os espaços, além de integrados, tendem a se organizar funcionalmente de forma interligada ao lazer e
às inovações eletrônicas e tecnológicas. Existe a necessidade de ampliar a qualidade e o tempo dos momentos em que as pessoas
vivenciam suas casas. A sala de estar transforma-se em um espaço multimídia, que por sua vez se integra a outras necessidades
humanas, como a alimentação. As atividades de trabalho e estudo também poderão acontecer nesse mesmo cenário. Movimento
e flexibilidade também são evidências nos elementos que compõem os ambientes. Eletrodomésticos e mobiliário ganham rodízios,
podendo estar ainda mais próximos do usuário. Alturas e tamanhos também devem permitir ajustes, num universo em que perenidade é
um conceito não conhecido. Produtos menores, que vão se somando e criando um sistema, fazem parte da nova concepção.
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A velocidade, a simultaneidade, a informação e a universalidade
estão presentes nas composições dos ambientes que devem agora
abrigar essas novas senhas. Os espaços, além de integrados, tendem
a se organizar funcionalmente de forma interligada ao lazer e às
inovações eletrônicas e tecnológicas. Existe a necessidade de ampliar
a qualidade e o tempo dos momentos em que as pessoas vivenciam
suas casas. A sala de estar transforma-se em um espaço multimídia,
que por sua vez se integra a outras necessidades
humanas, como a alimentação. As atividades de trabalho
e estudo também poderão acontecer nesse mesmo cenário.
Movimento e flexibilidade também são evidências nos
elementos que compõem os ambientes. Eletrodomésticos
e mobiliário ganham rodízios, podendo estar ainda
mais próximos do usuário. Alturas e tamanhos
também devem permitir ajustes, num universo
em que perenidade é um conceito não conhecido.
Produtos menores, que vão se somando e criando
um sistema, fazem parte da nova concepção.
42
Existe, porém, algo que independe do
avanço da tecnologia: a capacidade de o ser
humano perceber e escolher como viver o
seu tempo. A capacidade de lembrar que
existe Chronos, o deus do tempo medido,
do relógio, do cronômetro, do calendário.
Mas também existe o deus Kairos, que
governa o tempo aproveitado, saboreado,
o tempo realmente vivido.
Ao que tudo indica, a tecnologia
tem tudo para colocar ao nosso
alcance ambientes e produtos
inteligentes, otimizando
funcionalidade e praticidade.
43
fontes de informação
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Condé Nast, n. 12, marzo 2007.
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Condé Nast, n. 14, mayo 2007.
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Moveleira, v. 5, n. 60, fev. 2007.
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Brasil Contemporâneo
Cedrus
Enele
Ez´door
Amy Bakewell
Arte M
Bethan Pison
Bretz
Dorothy Drape
Earls Court
Eowyn Jane Hanna
Everaldo Rodrigues
Gláucia Binda
Forma
Lopar
HB
Henn
James
Mobilare
Todeschini
Tora Brasil
Vamol
Hannah Gentry
Jocelyn Warner
Júlio César Verani
Kate Bradley
Kik van Eijk
Laura Bourne
Lauren Moriarty
Lewis & Woods
Luciano De Viá
Marta Manente
Neue Wiener Wekstaette
Osvaldo F.
Patrick W. Jordan
Rebeca Allan
Regis Padilha
Rowena Cornish
Rupert Newman
Sílvia Grilli
Empresas internacionais:
101% Designed in
Brussels
Accademia
Acerbis International
Alessi
Alf Uno
Alias
Ampesur
Arketipo
Arte & Cuoio
Artec
Belar Contract
Besana
Betania
Biesse
Bodytone
Bonaldo
Bonacina Pierantonio
Busnelli
Casamania
Cattelan Itália
Ceccotti
Chateau d’Ax
Ciacci Kreaty
Cierre Imbottiti
Clei
Compar
Corinto
Dall’Agnese
Dema
Desalto
Di Liddo & Perego
Dríade
E15
Elve
Eichholtz
FEG
Fimes
Flexform
Florida Group
Flou
Folkform
Forma e Funzione
Former
Gab
Gastón Y Daniela
Gavesar Mobiliario
Gemalinea
Gims
Giorgetti
Green
Häfele
Hartman
Hermanos Sanchez
Hiroshi Kawano Design
I4 Mariani
Incanto Group
Interia
Inthai
Junta de Extremadura
Lago
Lema
Liberty
Ligne Roset
Línea D Interni
Longhi
M & M Group
Macral
Mariana Artesana
Marinelli
Matteograssi
Maxdivani
Md House
MDF Italia
Mercury
Meritalia
Mirvo
Mogart
Molteni & C
Montiluc
Moroso
Move
Muebles de Portugal
Mussi
Nasa Cocinas
Natuzzi
Origlia
Orizzonti
Pinton
Poletti
Poliform
Porada
Porro
Quota
Raumplus
Reflex
Rexite
Rimadesio
Riva
Sahco
San Patrignano
Sanderson
Sangiacomo
Sangiorgio
Sapapa
Schönhuber Franchi
Segis
Seven
Sidi
Simon
Softline
Swan Italia
Tacchini Itália
Tekno
Thonet
Tomasella
Tonelli Design
Tonon & C
Tribù
Unopiù
Venier
Vibieffe
Vivir con madera
Zanette
Zanotta
Zenia House
45
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Sites consultados:
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www.indiodacostadesign.com.br
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www.philippe-starck.com
www.pininfarina.it
www.red-dot.de
www.taiba.no
www.textilmuseum.org
www.tordboontje.com
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