Fique atento aos cursos em que falta gente qualificada
Escolher um bom curso de “curta duração” pode ser a saída para uma rápida colocação no mercado
de trabalho. Melhor ainda se a escolha for por um curso em que mão de obra qualificada ainda é
escassa.
Estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria aponta que 78% das indústrias
adotam a prática de preparar sua mão de obra porque é grande a carência de gente qualificada,
tanto no nível técnico quanto no nível superior. Levantamento da Fundação de Apoio à
Tecnologia (Fundação FAT), responsável pelo processo seletivo das Escolas Técnica Estaduais
(ETEc) paulistas, mostra que a procura pelos cursos no vestibulinho se concentrou em
Logística, Enfermagem, Segurança no Trabalho, Administração, Edificações e Mecatrônica.
“Percebemos nos últimos anos que a decisão de se preparar para carreira futura está de acordo
com as tendências do mercado. Os estudantes estão atentos para isso”, afirma César Silva,
presidente da Fundação FAT.
De acordo com as projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2014
deverá ser o quinto ano consecutivo de queda no desemprego. Esse recuo, porém, se deve a
contratações em áreas que necessitam de profissionais com menos qualificação. “Na indústria,
que tradicionalmente concentra as melhores oportunidades, a demanda por trabalhadores
qualificados é enorme”, afirma Susana Falchi, CEO e fundadora da HSD consultoria em RH.
Ela destaca que, hoje, 69% das indústrias enfrentam dificuldades na hora de contratar. “A
solução encontrada por essas empresas é qualificar o trabalhador elas próprias”, afirma.
A procura dos alunos pelos cursos das ETECs paulistas mostra os profissionais mais atentos
quanto às especializações que oferecem as melhores oportunidades, como Logística,
Edificações, Mecatrônica e Administração. “Há uma relação direta entre a procura pelos cursos
e as oportunidades no mercado de trabalho, o que não observávamos com tanta intensidade
antes”, diz Susana. A formação em cursos técnicos, porém, não bastará para colocar no mercado
o tipo de mão de obra que a economia nacional demandará nos próximos anos. Para a executiva,
essa ligação entre a procura por cursos técnicos e as necessidades do mercado se intensificará no
ensino superior. “Houve épocas em que a engenharia civil oferecia poucas vagas, insuficientes
para receber os profissionais que saíam das universidades. Hoje, a situação é inversa: há uma
enorme demanda por esse tipo de profissional, muito superior à oferta”, conclui Susana.
Agora a dica UNIFAI: ao escolher a carreira de sua vida, fique atento se se trata de uma função que
enfrenta ou deve enfrentar carência de profissionais e, consequentemente, tem ou terá grande oferta de
vagas, mas não se esqueça de avaliar também se você tem o perfil exigido de um profissional de primeira
linha nessa área.
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