VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA SEMINÁRIO DE PESQUISA EDUCACIONAL I Rio de Janeiro / 2008 Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo Branco - UCB. Un3s Universidade Castelo Branco Seminário de Pesquisa Educacional I / Universidade Castelo Branco. – Rio de Janeiro: UCB, 2008. - 44 p.: il. ISBN 978-85-86912-98-6 1. Ensino a Distância. 2. Título. CDD – 371.39 Universidade Castelo Branco - UCB Avenida Santa Cruz, 1.631 Rio de Janeiro - RJ 21710-250 Tel. (21) 3216-7700 Fax (21) 2401-9696 www.castelobranco.br Responsáveis Pela Produção do Material Instrucional Coordenadora de Educação a Distância Prof.ª Ziléa Baptista Nespoli Coordenador do Curso de Graduação Susan Kratochwill - Pedagogia Conteudista Liliana Lúcia da S. Barbosa Supervisor do Centro Editorial – CEDI Joselmo Botelho Apresentação Prezado(a) Aluno(a): É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando oportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docente esperam retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua. Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica. Seja bem-vindo(a)! Paulo Alcantara Gomes Reitor Orientações para o Auto-Estudo O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos e conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam atingidos com êxito. Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades complementares. As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1. Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades. Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o conteúdo de todas as Unidades Programáticas. A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso. Bons Estudos! Dicas para o Auto-Estudo 1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo. 2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções. 3 - Não deixe para estudar na última hora. 4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor. 5 - Não pule etapas. 6 - Faça todas as tarefas propostas. 7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento da disciplina. 8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação. 9 - Não hesite em começar de novo. SUMÁRIO Quadro-síntese do conteúdo programático .................................................................................................. 11 Contextualização da disciplina .................................................................................................................... 13 UNIDADE I O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: PRINCIPAIS TIPOS 1.1 - A monografia como trabalho final de curso ......................................................................................... 1.2 - O projeto de atividade como trabalho final de curso ........................................................................... 1.3 - O artigo científico como trabalho final de curso ................................................................................. 17 17 18 UNIDADE II O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO 2.1 - A localização das fontes através da consulta a bibliotecas, livrarias e à internet................................. 20 2.2 - O levantamento das fontes primárias e secundárias ao problema da pesquisa ou do projeto de atividade educacional........................................................................................................................................... 21 2.3 - A fase do processo de pesquisa científica: os principais capítulos – o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento............................................................... 21 2.4 - A fase de implementação de um estudo científico: a coleta de dados, o aprofundamento da revisão da literatura, a análise e interpretação dos dados.......................................................................................... 24 2.5 - O projeto de atividades de planejamento.............................................................................................. 26 UNIDADE III A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU PROJETO DE ATIVIDADES COM VISTAS AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 3.1 - A construção dos capítulos: o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento . ......................................................................................................................... 3.2 - A elaboração do projeto de pesquisa com a definição do tipo de estudo: pesquisa teórica, pesquisa teórico-empírica ou pesquisa experimental ................................................................................................. 3.3 - A elaboração do projeto de atividade educacional .............................................................................. Glossário ...................................................................................................................................................... Gabarito ....................................................................................................................................................... Referências bibliográficas . .......................................................................................................................... Anexo . ......................................................................................................................................................... 29 32 33 37 38 39 41 Quadro-síntese do conteúdo programático UNIDADES DO PROGRAMA OBJETIVOS I - O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: PRINCIPAIS TIPOS 1.1 - A monografia como trabalho final de curso 12 - O projeto de atividade como trabalho final de curso 1.3 - O artigo científico como trabalho final de curso • Compreender a importância dos diferentes tipos de atividades exigidos como Trabalho de Conclusão de Curso. II - O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO 2.1 - A localização das fontes através da consulta a bibliotecas, livrarias e à internet 2.2 - O levantamento das fontes primárias e secundárias ao problema da pesquisa ou do projeto de atividade educacional 2.3 - A fase do processo de pesquisa científica: os principais capítulos – o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento 2.4 - A fase de implementação de um estudo científico: a coleta de dados, o aprofundamento da revisão da literatura, a análise e interpretação dos dados 2.5 - O projeto de atividades de planejamento • Desenvolver uma atitude crítica em relação a todo o processo de elaboração da pesquisa e o projeto de atividade educacional, definindo claramente as suas etapas. III - A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU PROJETO DE ATIVIDADES COM VISTAS AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 3.1 - A construção dos capítulos: o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento 3.2 - A elaboração do projeto de pesquisa com a definição do tipo de estudo: pesquisa teórica, pesquisa teórico-empírica ou pesquisa experimental 3.3 - A elaboração do projeto de atividade educacional • Identificar e elaborar as partes que compõem um projeto de pesquisa ou um projeto de atividade educacional. 11 Contextualização da Disciplina Bem-vindo! Estamos juntos nesta caminhada. No início dessa jornada, você teve contato com a disciplina de Metodologia do Trabalho Científico. Este material lhe ofereceu subsídios para dominar as técnicas de estudo, sinalizou questões reflexivas sobre o saber, apresentou as normas que você irá utilizar durante sua formação acadêmica e permitiu que você vislumbrasse todo seu percurso na academia. Em seguida, na disciplina posterior, você continuou sua trajetória conhecendo a Metodologia da Pesquisa Científica. Esta abriu novos espaços de formação acadêmica. Você pôde se enveredar pelas searas da pesquisa. Refletiu sobre os diferentes saberes e sua importância na investigação científica, compreendeu o que são paradigmas e como eles influenciam nossas escolhas metodológicas. Conheceu os enfoques quantitativos, qualitativos e quanti-qualitativos e diferentes tipos de pesquisa. A partir desse conhecimento, pôde ampliar suas bases teóricas sobre a metodologia científica. Agora já tem condições de se situar no campo investigativo. Pode com mais clareza relacionar sua prática como estagiário, como profissional do ensino ou mesmo como aluno com os saberes expostos nos instrucionais. Vamos agora lhe fixar alguns conhecimentos que foram adquiridos no material didático anterior e aprofundálos. Espero que possa compreender todos os passos de um projeto de pesquisa, sua importância, seu alcance e mais tarde, em outra disciplina, possa dar conta do trabalho final de curso. Afinal, estamos chegando ao final de curso e você terá que fechar com “chave de ouro” mais uma nova conquista! Seja persistente e dedicado, critérios de um pesquisador de sucesso! Observe que o conteúdo apresentado nesta disciplina oferecerá as ferramentas que lhe permitirão caminhar com segurança na trilha da pesquisa científica. Procure relacionar todos os conhecimentos adquiridos no seu curso, seja um grande e arguto observador, crítico, analítico. Persevere nesta sua tarefa. Nosso grande educador Paulo Freire foi um dos que incentivou, alertou os professores de sua capacidade crítica e libertadora e reforçou a idéia de que para ensinar é imprescindível a capacidade de fazer perguntas, de buscar conhecimento através da pesquisa. Lembre-se que a incursão no saber é próprio da natureza humana, mas o domínio das técnicas de aquisição do saber dependerá de cada um de nós. Dominar os saberes que possibilitam a construção de um projeto é condição essencial para fechar sua monografia, assim, não deixe dúvidas! Comunique-se com seu tutor, utilize todas as ferramentas tecnológicas que são possíveis para ampliar e aprofundar seus conhecimentos. Seja partícipe da sua própria vida acadêmica. Desejo-lhe muito sucesso nesta jornada! 13 UNIDADE I 15 O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: PRINCIPAIS TIPOS Nesta unidade vamos dar um passeio pela disciplina anterior, a Metodologia da Pesquisa Científica. Ela nos fornecerá os elementos necessários para nos firmarmos nos novos conhecimentos, que na verdade não são tão novos assim, não é? Mas com certeza essa nossa nova disciplina irá aprofundar os conhecimentos anteriores de forma a possibilitar-nos a elaboração de um projeto de pesquisa. Não é preciso voltar a todo o conteúdo, não? Acredito que você já tenha bem claro que existem diferentes formas do saber, sejam elas espontâneas ou racionais. E nosso problema de pesquisa pode muito bem partir dos nossos saberes espontâneos e se firmar no racional. Então, por favor, não abandone seus saberes espontâneos, eles podem te levar ao conhecimento racional, podem te levar ao desenvolvimento de uma pesquisa científica, meritória e relevante. Imagine você como professora de uma classe sentada em um banco no refeitório da escola onde leciona e, olhando prazerosamente seus alunos brincarem no pátio, observa que um de seus pequeninos está triste debaixo de uma árvore. Vai ao encontro da criança e começa a puxar conversa com ela e aos poucos, mas sem deixar bem claro o porquê, a criança vai-lhe informando o que sente, sem clareza no que fala, mas o suficiente para despertar sua curiosidade. Em dias anteriores tem percebido esse mesmo comportamento da criança, mas só agora ficou realmente curiosa. Essa situação chama a sua atenção e, ao voltar para sala de aula, passa a observar a criança e resolve também folhear seus registros e observa que a criança não traz bons rendimentos. O que será que está ocorrendo? Desde quando percebo isso? Desde quando o rendimento desse meu aluno caiu? O que poderá estar associado? Agora lhe pergunto: quantos tipos de saberes podemos perceber nesta narrativa? Será que minha primeira observação partiu de um saber racional? Ou foi apenas um saber espontâneo? A atitude da professora ao procurar os seus registros e analisá-los e tentar correlacionar com situações anteriores já não era um saber racional? Percebe a importância do saber espontâneo? Sem ele não faríamos pesquisas, pois muitos problemas na ciência partem de situações cotidianas, situações vivenciadas por pessoas comuns como nós que são aprimoradas e lapidadas pelo conhecimento racional entregues nas mãos de cientistas, pensadores, pesquisadores, como nós educadores, como eu e você. Paulo Freire (1997), em seu livro Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa, afirmou que “ensinar exige pesquisa” (p.32). Ele tinha razão, a investigação é processo imprescindível do ato de ensinar. Só posso ensinar o que aprendi e como o professor é um eterno aprendiz, estamos pesquisando sempre em busca do desconhecido, do novo, do criativo. Voltaremos a Paulo Freire na próxima unidade desse instrucional. Por agora, faz-se necessário que você entenda que estamos modelando o mundo do conhecimento com diferentes saberes, seja ele o espontâneo, nos dado pelo saber comum ou empírico, seja pelo saber mítico ou advindo da autoridade. Ou então pelo saber racional, o científico e o filosófico. Acreditamos que essa parte já esteja clara, agora vamos para os paradigmas que sustentam as pesquisas. Lembra-se dos modelos positivistas, marxistas ou fenomenológicos? Você teria condições de analisar um estudo científico e afirmar o conceito teórico-metodológico que o pesquisador utilizou para orientar sua investigação? Se isso ainda não foi possível, volte ao instrucional anterior. Mas se você já tem suficiente informação, mas se sente ainda inseguro, vamos rever esse conteúdo, mas agora brevemente, só para “refrescar sua memória”. O modelo positivista é próprio das ciências naturais. É um paradigma de pesquisa que se sustenta significativamente no uso da estatística, nos dados quantitativos. É oriundo da teoria positivista de August Comte, um grande iluminista do séc. XIX (discípulo de Saint-Simon), que afirmava que o estado ideal de sociedade é o positivo. Segundo o filósofo, “a característica essencial do estado positivo é ter atingido a ciência, quando o espírito positivo supera toda a especulação e toda a transcendência, definindo-se pela verificação e comprovação das leis que se originam na experiência” (JAPIASSU & MARCONDES, 1990: 52). Esse modelo conceitual permitiu que as investigações científicas, inclusive as ciências humanas e sociais utilizassem o modelo exato das ciências naturais. Desta forma, valoriza a ciência biológica e física, estendendo o modelo experimental e quantit- 16 tivo para os fenômenos sociais, guiados unicamente pela razão. Os autores Maria Célia Borges e Osvaldo Dalbério, em seu artigo Aspectos metodológicos e filosóficos que orientam as pesquisas em educação (2007), afirmam que: A partir dessa perspectiva, a teoria positivista, como orientadora da ciência, elege como critério único da verdade aquilo que pode ser comprovado através da experiência, dos fatos visíveis e positivos. Nessa concepção, surge a necessidade da prova concreta, objetiva, clara, mensurável ou quantificável para que a academia científica aprove como uma descoberta científica. Dessa forma, o paradigma positivista conta com o apoio da estatística para que as variáveis sejam objetivamente medidas. Contudo, a sua característica mais marcante é a visão estática, fixa e fotográfica da realidade (BORGES & DALBÉRIO, 2007: 3). Esse modelo positivista anula qualquer abordagem que leve em consideração a subjetividade, o julgamento de valores, sentimentos e emoções. Preza pelo rigor das medições, julga ser neutro, objetivo, exato e livre de julgamentos. Isso explica nossas atitudes e visões em relação às pesquisas, inclusive o mito que circula entre as pessoas comuns sobre o perfil de um pesquisador, olhar distante, óculos “fundo de garrafa”, avental branco, e voltado para um microscópio dentro de um laboratório. Como a abordagem qualitativa acessou o espaço da pesquisa científica? Através dos métodos como a fenomenologia, o marxismo entre outros. Vejamos a fenomenologia! Oriunda da metade do séc. XVIII, a fenomenologia é considerada uma “teoria das aparências”. Já Edmund Husserl (séc. XX) faz da fenomenologia uma meditação sobre o conhecimento, “considerando que tudo que é dado à consciência, é o fenômeno. Para ele, a consciência é intencional e não está fechada em si mesma, mas define-se como certa maneira de perceber o mundo e seus objetos” (IDEM: 5). Esse modelo na pesquisa permitiu que os pesquisadores orientados e influenciados por suas concepções destacassem a importância do sujeito e o significado que os fenômenos têm para esses sujeitos. O método fenomenológico desvela o fenômeno, permite que se vá além das aparências, pois o que tem sentido não está no imediato, mas escondido pelo que aparece. Como afirmam Borges e Dalbério (2007: 5), “este método não se limita à enumeração dos fenômenos, ou à medição, como no positivismo, mas busca a interpretação para decifrar os sentidos menos aparentes”. Concluindo essa síntese sobre o modelo fenomenológico na investigação científica, o estudo tem a pretensão de descrever a realidade como ela é, procurando interpretar através da intencionalidade da consciência e da experiência do sujeito. Essa abordagem não possibilita generalizações ou inferências, pois cada sujeito é um ser singular, único e provedor de seu próprio sentido. Marca como característica a descrição exaustiva do fenômeno observado. Finalizando a questão paradigmática, como o marxismo influenciou as pesquisas científicas? Esta concepção parte do materialismo-dialético de Karl Marx (séc. XX). Segundo o filósofo alemão, a sua concepção filosófica é composta do materialismo dialético (teoria) e o materialismo histórico (ação). Assim concebe o processo dialético como método de investigação da realidade social através da tese (afirmação), antítese (negação) e síntese (negação da negação). Nas palavras de Borges e Dalbério: O materialismo histórico é a aplicação da teoria de Karl Marx ao estudo da evolução histórica das sociedades humanas, pelas quais o modo de produção dos bens materiais condiciona a vida social, política e intelectual que, por sua vez, interage com a base material. Marx e Engels afirmam que a história de todas as sociedades do passado é a história da luta de classes. Nesse sentido, no decorrer do processo histórico, as relações econômicas evoluíram segundo uma contínua luta dialética entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores espoliados e explorados (IDEM: 7). As pesquisas a partir deste enfoque teórico revelam historicidade dos fenômenos e suas relações em nível mais amplo. Procura estabelecer relações entre as estruturas sociais, econômicas e políticas, buscando as contradições e conflitos que emergem dessas relações. Procura fazer através do método dialético a análise crítica e transformadora da realidade. Conseqüentemente, denuncia as desigualdades, a exploração que se situam na aparente sociedade igualitária. Para finalizar os paradigmas que orientam tanto as abordagens quantitativas quanto qualitativas, vale ressaltar o alerta dos pesquisadores Borges e Dalbério (2007) quanto à adoção de um modelo teórico-metodológico na pesquisa. É importante conhecer a produção científica de um determinado momento histórico, mas é igualmente importante destacar qual é a pertinência e o significado das pesquisas para o desenvolvimento social. Como decidir sobre qual a abordagem ou matriz epistêmica adotar para a orientação das pesquisas científicas? Qual delas seria mais científica, eficiente ou apropriada? Antes, é preciso conhecer bem as diferentes abordagens através de um estudo que possa, com clareza, desvendá-las e contextualizá-las para, em seguida, assumir ou adotar uma postura (IBIDEM: 8). Agora já está bem mais claro como você irá delinear metodologicamente seu estudo. Leia as obras de Edgar Morin, Boaventura dos Santos, Trivinos e outros. Esses autores fazem uma contextualização dos modelos teóricos que sustentam nossa visão arquitetônica do mundo. 1.1 - A Monografia como Trabalho Final de Curso O estudo monográfico costuma ser a atividade mais exigida pela graduação e pelos cursos de especialização (pós-graduação lato sensu). É um trabalho de pesquisa que exige tempo e dedicação. A maioria dos estudantes de graduação se vê angustiado diante desta tarefa, pois não adquiriu o hábito de documentar e redigir suas observações sobre o que leram durante a graduação. As dificuldades surgem durante as primeiras aulas do curso e vão sendo acumuladas durante o processo de formação. A disciplina de Metodologia do Trabalho Científico oferece subsídios para o domínio dessa capacidade de recolher material e aprofundar seus estudos, mas nem sempre os objetivos desse conteúdo são levados a sério. Este módulo é a ferramenta necessária para o aluno desenvolver seus estudos, dominar os saberes e alcançar sua autonomia como profissional da área. O importante na elaboração da monografia é que você goste do tema. Pois o trabalho de pesquisa é uma tarefa árdua e cansativa. Se você não tiver nenhum interesse pelo tema, provavelmente essa atividade será penosa e você deixará de lado ou simplesmente irá abandoná-la. Uma das maiores dificuldades do estudo investigativo tem sido a escolha de um tema muito vago e que implica a superficialidade da pesquisa. É costume dos alunos de graduação escolherem temas como Educação Especial, Aprendizagem, Formação Continuada. São vocábulos resumidos, mas por serem muitos amplos, os alunos tendem a produzir um trabalho sem aprofundamento, caindo no lugar comum. Assim, o problema deve ser circunscrito no tempo e espaço. Exemplos: A Educação Especial como Fator de Inclusão Social, Dificuldade de Aprendizagem nas Classes Iniciais ou A Relevância da Formação Continuada e a Qualidade do Ensino. Vale a pena salientar que, ao escolher o tema de sua pesquisa, procure certificar-se de que o tema é aceito pela comunidade de pesquisadores. Um tema que você possa encontrar bases teóricas sustentáveis. A elaboração do problema exige no mínimo um estudo exploratório sobre o tema que deseja investigar. O aluno ansioso pelo início do trabalho de pesquisa caminha diretamente à elaboração do problema, sem se dar conta das variáveis que estão contidas na problemática a ser investigada. Não percebe a importância de buscar o que já existe na área, suas implicações, já parte para sua elaboração. Isso implica afirmar que em muitos casos essa tarefa torna-se árdua, infrutífera e desanimadora, pois o seu desconhecimento o leva à formulação inadequada de um problema. Outra situação muito comum entre os graduandos é não levar em consideração na elaboração do problema sua própria experiência na área, sua aptidão para a tarefa, suas aspirações. Não só os fatores externos como viabilidade de tempo, de recursos, de literatura, como os fatores internos como os próprios de sua natureza como investigador, como profissional da área ou emotivos. Seu problema de pesquisa deve ser claro e preciso; deve ser suscetível de solução, tem como coletar dados e dar a resposta ao problema? Deve ser delimitado a uma dimensão viável, isto é, guarda estreita relação com os meios disponíveis de investigação? Escolhido o tema-problema de sua pesquisa, procure descrever qual a trajetória intelectual que realizou até a sua chegada. O que o atraiu neste tema-problema. Quais disciplinas na sua graduação o motivaram e quais autores serviram como inspiração para escolha do tema-problema. 1.2 - O Projeto de Atividade como Trabalho Final de Curso Na educação encontramos vários níveis de plano, programas e projetos de macro ao microssistema escolar. Por sua vez, o Projeto de Ação Educativa ou Projeto de Atividades é mais utilizado para designar as práticas pedagógicas organizadas pela escola ou pelos sistemas de educação. Esse projeto pode ser considerado também um instrumento que planeja uma ação educativa que se quer realizar; um instrumento teórico-metodológico para a transformação da realidade. É um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição nesse processo de transformação (VASCONCELLOS, apud PADILHA, 2005: 6). 17 18 O projeto de atividade é uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais. Na área educacional, o projeto de atividade é um recurso importante para a mudança de atitudes e de alcance rápido, desde que tenha metas bem definidas, estratégias viáveis e um bom monitoramento. Profissionais dotados de maior autonomia para tomas decisões, valorização do trabalho em grupo, desenvolvimento de vínculos de solidariedade e aprendizado constante são algumas das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho. Em uma equipe que trabalha com vistas a realizar um projeto, são mais importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição de cada um para o todo, do que os níveis hierárquicos. A questão não é quem manda em quem, mas se o projeto está sendo realizado.1 A tomada de decisão de criar e implementar um projeto de atividade cabe ao gerencial e este deve envolver toda a comunidade escolar. Durante o transcorrer das atividades escolares, é comum professores e demais profissionais da educação estarem diante de situações que impedem o pleno desenvolvimento das tarefas escolares, tais como indisciplina, violência e abusos, dificuldade de leitura, falta de relacionamentos amistosos entre alunos e entre professores, pessoal de apoio e os alunos, desrespeito, descaso com a sua própria história e de sua comunidade e outras situações que dificultam e prejudicam o ambiente escolar podem ser focos dos projetos na escola. A elaboração de um projeto é uma previsão, deve conter um objetivo geral, objetivos específicos, atividades, plano de implementação, monitoramento, avaliação e resultados esperados. As atividades estarão relacionadas aos objetivos específicos, que por sua vez deve atender o objetivo geral do projeto.2 O importante para o sucesso do projeto de atividade é a avaliação constante. O diagnóstico é condição para que o projeto possa atender aos objetivos finais. O projeto de atividades é desenvolvido para atender uma necessidade do momento, por exemplo: uma escola vive um cenário de violência contra o patrimônio escolar. Levando em consideração o poder da escola de propulsionar a mudança social, é necessário mudar as atitudes dos alunos, tornando-os mais comprometidos com a instituição em que estudam, respeitando o que pertence a todos. Para isso, professores e direção resolvem elaborar uma atividade semestral com trabalhos individuais e coletivos, envolvendo apenas os alunos, divididos por turma. Em estágio superior, o projeto também visa o envolvimento e participação da comunidade daquela escola e externa a ela. O planejamento do projeto de atividades deve ser elaborado, que normalmente fica sob responsabilidade da equipe pedagógica da escola em parceria com os professores, os quais se encarregam de realizar as atividades de acordo com o cronograma estabelecido. É importante destacar que todos os profissionais encarregados de dar andamento ao projeto de atividades estabelecido, visando à constante avaliação, devem sempre registrar suas experiências e documentar os êxitos, resistências e impasses encontrados durante a realização das atividades. 1.3 - O Artigo Científico como Trabalho Final de Curso Segundo Santos (2001: 131), o artigo científico é um “estudo reduzido, mas completo, quanto aos assuntos tratados. Não é um livro, mas pode constituir parte dele. É o resultado de pesquisa, porém reduzida”. É feito quando se conhecem controvérsias sobre determinado assunto. Tema antigo é apresentado novamente de forma diferente, nova, podendo questionar, refutando-o, ou não, quando se tratar de material de pesquisa que seja em pequena quantidade. Ser a linguagem técnica, clara, objetiva, correta e simples. Equilíbrio, unidade, honestidade, exatidão, imparcial, inédito, original. Linguagem ao promédio (ao nível) do público-alvo (SANTOS, 2001: 131). Da mesma forma que uma pesquisa científica, o artigo estrutura-se da seguinte forma: • Abstract (opcional): é este resumo numa língua estrangeira, de preferência em inglês. • Introdução: apresentação do assunto, sua relevância, objetivos, questões norteadoras. • Desenvolvimento: a idéia deve ser defendida fundamentada em teorias. Quando se tratar de um trabalho de campo, deve apresentar o estudo realizado e suas análises. • Conclusão: deve sintetizar as idéias, ser claro e objetivo. • Referências: toda a literatura utilizada, como qualquer outro material que por ventura tenha sido referenciado durante seu trabalho. • Resumo: deve ser breve e oferecer uma idéia clara do que será tratado. 1 2 Extraído do site http://projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index¬¬_arquivos/Page2329.htm. Acesso em 20/05/2008. http://www.protagonismojuvenil.org.br/portal/cfp.asp. Acesso em 29/05/2008. Exercícios de Auto-avaliação 1) Identifique as partes que compõem uma pesquisa no resumo abaixo. Avaliação da Aprendizagem de Ética em Curso de Formação de Professores de Ensino Fundamental Maria Judith Sucupira da Costa Lins, Paulo Ruas Santos, João Eduardo Bastos Malheiro de Oliveira, Monique Marques Longo, Edson Seidi Miyata e Juliana Viana Mählmann Muniz Dantas. Resumo: Professores não se sentem sempre confiantes em relação aos tópicos de Educação Moral que ensinam às crianças no Ensino Fundamental. Por este motivo decidimos conhecer como e o que futuros professores nos cursos de Ensino médio de formação dos professores no Brasil aprendem sobre Educação Moral. De acordo com a lei educacional brasileira (9394/96) a Educação Moral deve ser ensinada como Tema Transversal. Não há uma disciplina especial para este assunto na escola. Educação Moral é chamada de Ética e deve ser aprendida por meio de todas as disciplinas escolares. Esta pesquisa teve como objetivo descobrir como é ensinado e como estes estudantes entendem Educação Moral. O estudo de Alasdair Maclntyre sobre Virtude foi a base teórica. Foi pedido aos estudantes que falassem sobre o significado das virtudes e respondessem a questões escritas e orais. Pediu-se que dessem conceitos de família, Escola e País e que descrevessem a si próprios em diferentes situações. A metodologia da “Escuta Sensível” de René Barbier foi escolhida e os dados foram estudados de acordo com a análise de Laurence Bardin. Resultados mostram que os estudantes estão interessados na formação em Educação Moral, embora haja diferentes problemas concernentes à aprendizagem de ética. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.15, n.55, p.255-276, abr./jun.2007. a. Problema: b. Objetivo: c. Base Teórica: d. Base Metodológica: e. Instrumento e Procedimento de Coleta de Dados: f. Resultados: 2) Procure artigos científicos em revistas de Educação ou em sites e faça uma análise da estrutura que compõe esse artigo. Isto possibilitará que você compreenda as partes constitutivas de um artigo, além de fornecer conhecimento teórico sobre o assunto de sua área. 3) Procure em sites indicados abaixo alguns projetos realizados na área educacional e analise-os. www.tecnologiadeprojetos.com.br www.furnas.br http://fundacaopontofrio.com.br http://escoladosaber.xpg.com.br/projetos.htm Atividades Complementares Escolha um artigo científico na área de Educação e tente identificar as etapas de pesquisa. Isto permitirá que você exercite a sua capacidade de análise dos trabalhos de pesquisa. Crie a estrutura da pesquisa que está descrita no artigo. Leituras Sugeridas GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. LÜDORF, S. M. A. Metodologia da pesquisa: do projeto à monografia. Rio de Janeiro: Shape, 2004. 19 20 UNIDADE II O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO No final do curso de graduação, é comum o aluno encerrar esta fase acadêmica com a elaboração de uma pesquisa, seja teórica, teórico-empírica ou experimental. Esta atividade científica nem sempre é vista pelo aluno como algo fácil de realizar, ao contrário, cansativo, dispendioso, complexo demais e de difícil execução. Já no Brasil foi publicada a Resolução 196, de 16 de outubro de 1996 que orienta sobre: Nas primeiras aulas, a idéia de pesquisa como algo inacessível e difícil de realizar deve ser desmoronada. A tarefa de pesquisa surpreende o estudante logo após a operacionalização do projeto. A idéia que seria um “parto” acaba se tornando uma aventura prazerosa e criativa. Não resta dúvida quanto a ser dispendioso, pois exige tempo e dedicação e recursos para sua realização, além do que implica algumas questões éticas que devem ser bem esclarecidas. Algumas pesquisas de campo têm como foco o fenômeno humano; fazem uso como universo da investigação o ser humano, por isso, o compromisso ético deve nortear o estudo científico. As áreas humana e social devem assumir responsabilidades quanto aos resultados de suas pesquisas, tendo em vista a aquisição de benefícios dos envolvidos no estudo. Teixeira (2007) afirma que A partir dessa resolução é necessário que o pesquisador obtenha o consentimento esclarecido, documento elaborado em uma linguagem acessível, clara e objetiva sobre o teor do estudo e que deverá ser assinado pelo informante ou responsável, caso seja menor ou deficiente. É recomendável que redija uma Carta de Apresentação oficializando junto às instituições a realização da pesquisa e junto à carta uma Declaração de Aceite, assinada por um membro da direção da instituição. São cuidados que fazem parte da atividade do pesquisador, entre outros. A história humana apresenta inúmeros casos de abusos, desrespeito à dignidade humana em nome da ciência, como as pesquisas nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial e o estudo da sífilis no Alabama, EUA. O estudo na área humana e social no mínimo deve ter em mente a preocupação em contribuir com os resultados da pesquisa àqueles que dela fizeram parte. Isso demonstra a relevância do estudo, o impacto desses resultados. Que contribuições podem levar as pessoas envolvidas no estudo? Assim torna-se imprescindível o retorno dos resultados da pesquisa ao grupo que participou do estudo, a fim de que possa se beneficiar de alguma forma, promovendo o desenvolvimento social, econômico, emocional ou qualquer outra dimensão humana. Esse alcance ético exige uma atitude crítica durante todo o percurso investigativo, analisando todos os processos metodológicos e teóricos do estudo, a fim de não causar nenhum tipo de constrangimento ou malefícios aos participantes. não dá mais para entrar e sair de escolas, salas de aula e residências sem explicar nossos objetivos, intenções e métodos de pesquisa bem como sem contribuir com aqueles que participam dando informações, às vezes pessoais, às vezes profissionais, para que possamos concluir nosso estudo (TEIXEIRA, 2007: 157). Após a Segunda Grande Guerra, foi estabelecido em 1947 o Código de Nurembergue, que instituiu a obrigatoriedade do consentimento do participante de pesquisa clínica. Já em 1964 foi redigida a Declaração de Helsinque pela Organização Médica Mundial e em 1982 foram redigidas as Diretrizes Internacionais para Pesquisa Biomédicas envolvendo seres humanos, tendo como última revisão em 1993. a) os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos; b) a exigência do consentimento livre e esclarecido dos participantes da pesquisa; c) as normas para o protocolo de pesquisa, que exige informações sobre a pesquisa (projeto de pesquisa) e sobre os sujeitos do estudo. (IDEM: 158). 2.1 - Localização das Fontes Através da Consulta a Bibliotecas, Livrarias e à Internet Freqüentemente o aluno nesta fase fica limitado à biblioteca da instituição onde estuda ou mesmo à internet, devido ao desconhecimento das possibilidades que esse espaço virtual possa oferecer. Já é preocupante ao seu orientador quando o aluno chega para suas primeiras orientações sem uma suficiente bagagem teórica. Isto implica afirmar que o aluno não fez um levantamento bibliográfico adequado para a elaboração do problema. Caso o fizesse já teria um número razoável de literatura sobre o tema. Se você está iniciando a coleta de informações ou mesmo buscando literatura na fase dos estudos exploratórios, procure na biblioteca as literaturas a partir do assunto a ser pesquisado, isto quando você não tem referência nenhuma sobre o assunto. Dificilmente você se verá nessa situação. A leitura de um artigo já dará condições ao aluno de buscar mais literaturas a respeito do tema, basta buscar na referência as fontes utilizadas pelo autor. A ida à biblioteca será muito mais produtiva quando você já tem uma lista dos autores recolhidos através das leituras. Procure explorar todos os recursos que a biblioteca possa oferecer; uma biblioteca é constituída de livros, folhetos, obras de referência (dicionários, enciclo- pédias etc.), teses, publicações periódicas (anuários, revistas, jornais), multimeios (mapas, fitas de vídeo, CD-ROM, disquetes) e outros que estão à disposição da comunidade acadêmica e da comunidade em geral. Outro espaço ideal para a busca das fontes de pesquisa é a livraria, mas não são todas as pessoas que sabem lidar com os recursos oferecidos por elas. Procure um vendedor, ele te auxiliará e depois proceda da seguinte forma para verificar se a obra que está comprando atenderá os objetivos de sua pesquisa: leia as orelhas do livro, aqui você obterá informações úteis tanto da obra quanto do autor; leia, em seguida, o sumário e faça uma avaliação. Se ainda está indeciso se a obra vai ou não contribuir com seu trabalho investigativo, leia a introdução. Esta parte do livro oferecerá uma ampla idéia do que se trata e como o autor direcionou suas idéias a respeito do tema. Então, não dispense a leitura prévia da obra, pois oferecerá subsídios para a seleção do material teórico. 2.2 - O Levantamento das Fontes Primárias e Secundárias ao Problema da Pesquisa ou da Atividade Educacional Esta é uma tarefa que requer certos cuidados. Muitos alunos por serem inexperientes como pesquisadores acabam por enveredar-se em armadilhas. Não que elas existam com o propósito de prejudicar o trabalho do pesquisador-aluno, mas pelo desconhecimento deste sobre as diferentes literaturas existentes, o aluno acaba por recorrer às literaturas de fácil entendimento, àquelas que procuram interpretar determinadas idéias de autores. Isto acaba por comprometer a cientificidade do trabalho científico. Explicando mais claramente essa fase, o aluno deverá ter o cuidado na escolha das fontes principais que embasaram cientificamente seu trabalho. É preferível que vá a fonte original do que as fontes secundárias. Estas últimas costumam não representar fidedignamente as idéias dos autores das fontes originais. Nada melhor que ler os livros de Karl Marx, por exemplo, do que o que se escrevem sobre ele e suas teorias. Assim, procure elaborar uma base sólida e confiável para sustentar seu problema de pesquisa. Isto não quer dizer que terá que excluir as fontes secundárias, elas são também muito importantes, mas é preciso que você saiba claramente as idéias contidas nas fontes originais ou primárias. É preciso que você saiba avaliar a qualidade de uma fonte secundária. Procure verificar as referências utilizadas pelo autor da fonte secundária. Ele refere-se a outras fontes secundárias? Isto se torna um grande perigo, pois você poderá estar subsidiando seu trabalho investigativo com fontes muitas vezes tendenciosas, sendo assim, não confiáveis. Isso não quer dizer que todas as fontes secundárias não são confiáveis! Você deverá ter a capacidade crítica para avaliá-las. Muitas vezes as fontes secundárias são excelentes para nortear os trabalhos, oferecendo dicas significantes para o desenrolar dos estudos. O que deve ser observado é que um trabalho de pesquisa não pode ser reduzido a fontes secundárias. 2.3 - A Fase do Processo de Pesquisa Científica: os Principais Capítulos – o Problema, a Fundamentação Teórica, a Metodologia, os Recursos, o Cronograma e o Orçamento O trabalho de pesquisa requer uma postura de seriedade e comprometimento, além de muita disciplina e domínio das técnicas de documentação. Muitas monografias caem na superficialidade teórica devido à impaciência, inexperiência e falta de tempo e dedicação de seus autores. O estudo exploratório é condição para quem ainda não domina o assunto a elaborar e delimitar o problema de estudo. Quando o pesquisador se propõe a problematizar, é necessário uma gama de conhecimento adquirido, ou pela sua própria experiência no assunto, ou pela coleta e documentação da literatura pertinen- 21 22 te. Aventurar-se na formulação do problema sem esta base é como enfrentar os mares sem instrumentos de navegação: você fica à deriva. Esse conhecimento teórico é adquirido nas leituras de livros, revistas científicas, jornais, materiais eletrônicos, entrevistas com pessoas da área e sua documentação. Os meios de comunicação nos oferecem um variado campo para pesquisa, o importante é saber lidar com as informações disponíveis e selecionar aquelas que realmente têm um valor científico. Neste momento você deve usar sua capacidade de análise crítica e seu prévio conhecimento para avaliar o grau de profundidade e seriedade dos materiais coletados. Muitos são aqueles que nos oferecem idéias discordantes, dados ultrapassados. Todo cuidado é pouco! Maior atenção às fontes secundárias, pois pode ocorrer que a análise que o autor tenha feito das fontes principais não seja a interpretação mais adequada. Atento a esses detalhes importantes, o aluno já poderá elaborar as partes que constituem seu projeto de pesquisa, o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, recursos, cronograma e orçamento. O problema é a “alma” do projeto. Se ele não estiver claro, bem definido, delimitado, o estudo ficará “truncado”, não desenvolverá plenamente e o pesquisador tende a desistir de sua tarefa. No entanto, realizado com eficiência o estudo exploratório, o aluno não terá mais dúvida quanto o que realmente deseja pesquisar. Diante do assunto vasto, o pesquisador saberá o que irá pesquisar, ele saberá delimitar a área na qual navegará. Você deverá levar em conta, para a escolha do tema, sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão pessoal para lidar com o tema escolhido. Leve em consideração as observações de seu cotidiano, seja pessoal, como aluno, seja como profissional. Procure conhecer as linhas de pesquisa de seu curso, fale com especialistas da área, procure os professores que desenvolveram essa temática em sala, eles poderão oferecer boas bases teóricas para que você possa delimitar seu assunto e assim elaborar o problema. Verifique se este problema pode ser de possível solução, observe se ele pode se tornar um problema científico. Exemplo de tema: A Educação da Mulher: a perpetuação da injustiça. Exemplo de problema: A mulher é tratada com submissão pela sociedade. Elaborado o problema, justifique sua relevância, a importância desse estudo. Procure desenvolver com suas próprias palavras. Pergunte a você mesmo: o tema é relevante e, se é, por quê? Quais os pontos positivos que você percebe na abordagem proposta? Que vantagens e benefícios você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A justificativa deverá convencer quem for ler o projeto, com relação à importância e à relevância da pesquisa proposta. Em seguida, construa os objetivos, gerais e específicos. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto. O objetivo geral será a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos específicos explicitarão os detalhes e serão um desdobramento do objetivo geral. Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto é, quais os resultados que pretende alcançar ou qual a contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar. Construídos os objetivos, passamos para as questões de estudo e as hipóteses. Esse item deve estar diretamente relacionado aos objetivos. As questões de estudo são questões menores que deverão ser elaboradas e que estão contidas na questão maior, isto é, o problema de estudo. É profundamente orientadora do trabalho do investigador. Esta orientação é necessária especialmente quando se tem pouca experiência como pesquisador. A questão de pesquisa deve reunir algumas condições que permitem não ter dúvida alguma sobre o que ela significa: precisão, clareza, objetividade etc., e deve servir aos propósitos manifestos e latentes da pesquisa. A questão de pesquisa parte das idéias colocadas na formulação do problema e dos objetivos da investigação. Exemplos de questões de estudo: • Qual o histórico do papel da mulher na sociedade? • Qual a influência do poder da religião? • Como é o processo de educação da mulher através do tempo? • Qual o papel da mulher na família? Hipóteses são suposições colocadas como respostas plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento dos procedimentos metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará voltado para a procura de evidências que comprovem, sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese. A hipótese define até aonde você quer chegar e, por isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto. na execução da pesquisa. Para tal, o pesquisador deve estar certo da compatibilidade entre o objeto de estudo e o tipo de pesquisa e o enfoque teórico-metodológico a serem utilizados. Exemplo de hipótese: A sociedade patriarcal, representada pela força masculina, exclui as mulheres dos processos decisórios. Após elaborar as questões de estudo e as hipóteses, o projeto requer que esclareça alguns vocábulos próprios de uma determinada área, assim é necessário que construa o item “Operacionalização dos Termos”. Este item somente se faz presente quando necessário, caso o estudo contenha uma linguagem bem específica. Freqüentemente os trabalhos de comunicação científica empregam termos especializados ou palavras do vocabulário comum que requerem definição prévia para não confundir o leitor. É necessário também definir todos os neologismos que porventura empregará em seu trabalho. Parte inicialmente de definir o tipo de pesquisa a ser realizado. Veja o quadro-síntese apresentado no instrucional anterior, Metodologia da Pesquisa Científica. O pesquisador deve esclarecer com a máxima precisão o que significam os termos básicos utilizados. A ausência de uma definição clara pode causar confusão e sobreposição no uso dos mesmos. “Definir é fazer conhecer o conceito que temos a respeito de alguma coisa, é dizer o que a coisa é, sob o ponto de vista da nossa compreensão” (RUDIO, 1986: 25). A fundamentação teórica apresenta os conceitos, idéias que irão alicerçar seu estudo e que se encontram nas literaturas que irá buscar, seja nos livros, revistas científicas ou artigos. É o suporte teórico para os estudos, análise e reflexões sobre os dados e/ou informações coletadas. A fundamentação teórica não deve se constituir em um “resumo” de obras lidas, mas, sim, em uma apresentação das idéias presentes nas obras estudadas, mostrando a relação que possuem com o tema pesquisado. Por meio dela, formulam-se os conceitos envolvidos. A metodologia consiste num relato detalhado dos procedimentos que planeja realizar para resolver o problema proposto. Cada objetivo específico deverá estar contemplado na metodologia, constituindo uma descrição dos passos e técnicas que serão utilizados Após esclarecer a natureza da pesquisa, o aluno deverá definir claramente a população a ser pesquisada. Para isto apresente as características gerais dos participantes da pesquisa e no caso de utilizar amostra, esclareça como foram selecionados esses participantes, justificando o tipo de amostragem. Apresente, em seguida, os instrumentos e procedimentos utilizados para coleta de dados. Serão eles, entrevistas, filmagem, aplicação de questionários, formulários, dinâmicas. De que forma você coletará os dados de campo necessários e como o fará? E, ainda na metodologia, deverá explicar como fará o tratamento dos dados coletados. O pesquisador deve apresentar uma breve descrição do modo de organização das informações encontradas (em seus aspectos significativos reunidos em categorias de análise e/ou nos aspectos quantitativos, estatísticos). Encerrando seu projeto, deverá apresentar a parte pós-textual que se refere aos recursos humanos e materiais, o cronograma e o orçamento. Os recursos humanos são os técnicos e pessoal de apoio que ajudarão na realização da pesquisa. Enquanto que os recursos materiais são os permanentes e de consumo. O cronograma é o planejamento das atividades que serão desenvolvidas em cada etapa da pesquisa. Deverá ser estruturado em meses e em semanas, contemplando a apresentação e a defesa do trabalho (alguns itens podem ser desenvolvidos em datas sobrepostas). A elaboração e o cumprimento do cronograma são essenciais para que o trabalho se desenvolva no tempo estipulado. Exemplo de cronograma: 23 24 O orçamento deve ser apresentado num quadro, contendo a quantidade, valor unitário e valor total, inclusive a mão-de-obra dos profissionais que deve- rão trabalhar na pesquisa. Ver instrucional anterior de Metodologia da Pesquisa Científica. 2.4 - A Fase de Implementação de um Estudo Científico: a Coleta de Dados, o Aprofundamento da Revisão da Literatura, a Análise e Interpretação dos Dados O aprofundamento da revisão de literatura, nada mais é que ampliar o conhecimento teórico já exposto na fundamentação teórica, apresentada no projeto de seu estudo de pesquisa. Após ter definido claramente o problema, construído os objetivos e elaborado as questões de estudo e/ou as hipóteses, já no projeto, você deverá aprofundar na literatura encontrada nas bibliotecas, internet, indicações de seu orientador e professores. A documentação dos materiais recolhidos se tornarão os capítulos teóricos de seu estudo. Este momento você deverá responder às questões de estudo e/ou hipóteses. Lembre-se que a autonomia é imprescindível, isto não quer dizer que você não poderá fazer uso das citações. Mas não exagere! Procure desenvolver suas idéias sempre iluminadas pelas teorias dos autores que selecionou como marco teórico de sua investigação. Dado conta dos capítulos teóricos, é hora de caminharmos para as etapas seguintes de um estudo científico, em particular, o estudo monográfico. Na introdução você já esclareceu a metodologia a ser usada, isto é, a população escolhida para ser pesquisada, se vai ou não trabalhar com amostra, os instrumentos e procedimentos para coleta de dados e o seu tratamento. Sendo assim, o passo seguinte é coletar os dados com aqueles instrumentos já mencionados na sua introdução. Os principais instrumentos de coleta de dados são: questionários, entrevistas e observações. No instrucional anterior (Metodologia da Pesquisa Científica), apresentamos as vantagens e desvantagens de cada instrumento. Agora procuraremos explicar como proceder corretamente a fim de tornar eficazes esses instrumentos e coletar o maior número significativo de dados para alcançar os objetivos específicos de seu estudo. Veja que estamos relacionando o uso do instrumento na coleta de informações que possa dar conta dos objetivos operacionais, também chamados específicos. Quando você elabora seu projeto, o que quer dizer que você constrói um planejamento do que irá realizar durante o seu processo de pesquisa, a escolha do instrumento e o procedimento com o qual irá aplicar são essenciais para o sucesso da pesquisa. Costumo dizer aos meus alunos que um bom projeto é um determinante para o êxito do estudo científico. Assim, tanto o problema deve ser claro, objetivo e passível de cientificidade, quanto os objetivos devem estar relacionados com as questões de estudo e/ou hipóteses, quanto à escolha do instrumento e o procedimento para coletar as informações necessárias para responder tanto a esses objetivos, quanto às questões a eles relacionados. No projeto de pesquisa você apenas mencionou o que iria utilizar, agora, já na fase de implementação, você irá aplicá-los tomando os devidos cuidados. Não esqueça de fazer um pré-teste a fim de verificar se os instrumentos realmente atendem aos objetivos específicos. Muitos alunos incorrem no erro de elaborar o questionário sem antes dar conta do projeto, assim o instrumento nem sempre responderá aos objetivos. Recolhidos os dados é o momento de analisá-los e interpretá-los à luz das teorias apresentadas nos capítulos teóricos, já mencionado anteriormente. Existem diversos tipos de tratamento, isso dependerá do enfoque que norteará sua pesquisa: quantitativo, qualitativo ou quanti-qualitativo. No enfoque quantitativo você poderá escolher a análise que melhor der conta de seus objetivos, tais como análise estatística, fazendo uso de tabelas e gráficos; análise de conteúdo, cujo objetivo é a busca do sentido ou dos sentidos de um texto. A análise de conteúdo sempre é feita sobre a mensagem, seja ela uma novela, uma nota diplomática, um editorial, um diário ou um discurso. Os resultados da análise de conteúdo, porém, podem ser usados para gerar inferências sobre todos os elementos do processo de comunicação (FRANCO, 1994: 167). Continuando as idéias de Franco (1994), produzir inferências, em análise de conteúdo, tem um significado bastante explícito e pressupõe a comparação de dados, obtidos na leitura do discurso, com os pressupostos teóricos de diferentes concepções de mundo e com a situação concreta de seus produtores ou receptores. Situação concreta que se expressa nas condições de sobrevivência e na situação de classe de ambos os elementos, acrescida do movimento histórico e contextual da produção e/ou da recepção (IDEM: 170). Vale lembrar que a análise de conteúdo não é apenas um tratamento de dados do enfoque quantitativo, mas também muito utilizado pelo enfoque qualitativo. A análise de conteúdo nas palavras de Minayo (1998: 203) “visa – ainda que de formas diversas e até contraditórias – ultrapassar o nível do senso comum e do subjetivismo na interpretação e alcançar uma vigilância crítica frente à comunicação de documentos [...] entrevistas ou observação”. Se você estiver, por exemplo, aplicando entrevista aos professores sobre sua práxis docente e a relação com a sua formação acadêmica, poderá seguir os seguintes passos: 1. Leitura panorâmica das redações; 2. Leitura detalhada das redações; 3. Busca dos fragmentos das falas por tema; 4. Distinção das falas significativas, grifando-as; 5. Recorte das falas; 6. Leitura de cada fragmento cortado; 7. Classificação de cada fala em categorias a partir da questão norteadora; 8. Ordenação das categorias em unidades temáticas; 9. Análise estatística ou interpretação relacionando os conceitos apresentados nos capítulos teóricos e o conteúdo das entrevistas. Já a análise do discurso é própria do enfoque qualitativo, busca realizar uma reflexão geral sobre as condições de produção e apreensão da significação de textos produzidos nos mais diferentes campos: religiosos, filosófico, jurídico e sociopolítico. Ela visa a compreender o modo de funcionamento, os princípios de organização e as formas de produção social do sentido (IDEM: 211). Para Aragão (2005: 20), O discurso constitui realidades. Não é a “fala” dos entrevistados, no seu aspecto lingüístico, que tentamos ouvir e, sim, o que o discurso enuncia. Buscamos as regras de constituição dos discursos neles mesmos. Melhor dizendo, pretendemos apreender e analisar não a “fala” como coisa dita, mas tentamos procurar as múltiplas determinações que levam os sujeitos pesquisados a fazer determinadas afirmações. A unidade de um discurso constitui-se a partir de um jogo de regras que conectam enunciados dispersos e que a faz emergir. O discurso, então, englobará um conjunto de enunciados, mas não de enunciados quaisquer e, sim, daqueles que provêm dessa formação discursiva (ARAGÃO, 2005: 20). No enfoque qualitativo podemos utilizar a análise hermenêutica-dialética, no intuito de buscar a compreensão de sentido que se dá na comunicação entre os homens. Minayo (1994: 231) aponta que o método hermenêutico-dialético é o “mais capaz de dar conta de uma interpretação aproximada da realidade. Ele coloca a fala em seu contexto para entendê-la a partir do seu interior e no campo da especificidade histórica e totalizante em que é produzida”. 25 26 2.5 - O Projeto de Atividades de Planejamento Um projeto pretende atingir uma população-alvo prioritária ou primária podendo também beneficiar uma população-alvo secundária. Objetivo Geral É a ação mais distante, a mais longe, o ponto de partida para todas as ações do projeto. Objetivos Específicos São as respostas desejadas da população-alvo, devem prever resultados quantificáveis. Define o tempo; o número de pessoas e a faixa etária. • Responde às perguntas: O que? Quando? Quanto? • A quem pertence a ação do verbo? Resp.: a população alvo do projeto, não a instituição. • Resultado: mudança e ou benefício que se deseja ou se propõe para a população alvo. • Mudanças: conhecimento 75% (ou mais); atitude 50% (mais ou menos); comportamento 25% (ou menos) religião, conceitos sociais. • Os resultados esperados estão diretamente lincados aos objetivos específicos. Não confundir objetivos específicos com resultados. Plano de Implementação Ações para se alcançar determinado objetivo espe- cífico, identifica o tempo de execução de cada atividade. Monitoramento e Avaliação São os indicadores, medidas operacionais para realização de uma atividade ou de um objetivo específico. Permitem medir o grau de alcance do resultado. • Passos necessários para a realização de uma atividade que se sustenta com base em dados quantificáveis. Resultados Esperados Acontecem a partir dos processos estabelecidos para a realização de uma atividade. • Quantificam o resultado da atividade na população-alvo. • Instrumento que atesta a execução da atividade e que define formas de comprovar o efeito conseguido na população-alvo. Processo de Gestão de Projetos 1. Planejamento 2. Programação 3. Execução 4. Monitoramento 5. Avaliação Exercícios de Auto-avaliação 1) Formule objetivos que correspondam a determinado problema de pesquisa. Em seguida, a partir desses objetivos, elabore itens para um questionário. (GIL, 1999: 138) 2) Analise as vantagens e desvantagens do uso do gravador na entrevista. (GIL, 1999: 127) 3) Identifique habilidades requeridas para que uma pessoa possa conduzir entrevistas adequadamente. (GIL, 1999:127) 4) Estabeleça categorias que possam servir para a observação da variável agressividade numa partida de futebol. (GIL, 1999: 116) Atividade Complementar Leia os textos abaixo, escolha um resumo e elabore a primeira parte (problemática) de um projeto, depois envie ao tutor para que ele possa analisar a viabilidade do projeto e sua relevância. Resumo 1: Avaliação do impacto da escola especial e da escola regular na inclusão social e familiar de jovens portadores de deficiência mental profunda Jorge Humberto Nogueira* David António Rodrigues** Os jovens com deficiência intelectual acentuada permanecerão isolados na sua vida futura se não tiverem oportunidades de participação nos diversos aspectos do funcionamento da sociedade. A escola desempenha um papel fundamental na promoção da inclusão social de todos os seus alunos, existindo a necessidade de planificar o acesso a actividades sociais extra-escolares, contextos diversificados, relacionamentos significativos e ao lazer. Efectuámos um estudo de caso comparativo entre dois grupos com cinco alunos cada, entre os 11 e os 15 anos, com deficiência mental profunda, em que um sempre frequentou o ensino regular, e o outro sempre esteve numa instituição de educação especial. Procurámos compreender a rotina diária fora da escola, as oportunidades de interacção e a diversidade de actividades e locais a que têm acesso; no sentido de verificar se o modelo educativo que frequentam pode influenciar a inclusão comunitária e proporcionar um melhor apoio às famílias. Os dados sugerem não haver vantagem de qualquer dos modelos, embora se verifiquem benefícios para a vida familiar no grupo a frequentar a escola regular de residência, não se confirmando o argumento de que as escolas especiais facilitam a vida diária e oferecem melhores serviços e apoio aos pais. Emergem ainda fortes indicadores de isolamento comunitário e passividade destes jovens, devido ao elevado tempo de permanência em casa e à limitação dos relacionamentos para além do núcleo familiar. Verificam-se grandes lacunas nas oportunidades de socialização e de participação em actividades e contextos, não havendo programas das escolas ou de serviços locais, que promovam a inclusão social ou o apoio familiar. Palavras-chave: Inclusão Social. Deficiência Mental Profunda. Escola Especial. Escola Regular. * Mestre em Educação Especial pela Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa. Portugal. ** Professor Agregado da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal. Fonte: http://coralx.ufsm.br/revce/index.htm. Acesso em 20 maio 2008. Resumo 2: A satisfação profissional, as relações interpessoais e a auto-estima do professor Cláudia Terra do Nascimento* Vantoir Roberto Brancher** Valeska Fortes de Oliveira*** Este artigo pretende trazer reflexões – experenciais e teóricas – sobre a auto-estima docente, centrando tal reflexão na importância da mesma para a satisfação profissional do professor, considerando a lógica da sociedade contemporânea como um dos elementos que pode levar o professor a ter problemas em sua auto-estima. Procura mostrar a relação que existe entre auto-estima docente e discente, bem como o papel do professor na construção saudável da auto-estima dos seus alunos. Para tanto, apresenta, primeiramente, uma experiência realizada com professor da rede estadual de ensino do município de Júlio de Castilhos - RS, através de uma vivência realizada pelo GEPEIS (Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Imaginário Social), a qual buscou trabalhar com a auto-estima docente. Em um segundo momento, traz as reflexões teóricas que fundamentaram a prática concretizada. Nesse momento, apresenta, no primeiro tópico, um breve resgate das conceituações de auto-estima; no segundo tópico, acende reflexões acerca da auto-estima docente; e, finalmente, no terceiro tópico, faz um paralelo entre a auto-estima docente e a auto-estima discente, analisando o papel do professor na construção desse constructo psicológico e social. Palavras-chave: Auto-Estima. Relação Interpessoal. Satisfação Profissional. Formação Docente. * Profª. Ms., Psicopedagoga, GEPEIS/UFSM; ** Prof. Ms. Subst. FUE; GEPEIS/UFSM; *** Profª. Drª. GEPEIS/UFSM. Fonte: http://coralx.ufsm.br/revce/index.htm. Acesso em 20 maio 2008. Leitura Sugerida GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999. O livro MOURA, D. G. e BARBOSA, E. F. Trabalhando com projetos – planejamento e gestão de projetos educacionais. Rio de Janeiro: Vozes, 2006, oferece conhecimentos básicos para o planejamento, gestão, acompanhamento e avaliação de projetos na área educacional. O livro está disponível em: www.tecnologiadeprojetos.com.br Procure em alguns sites projetos que venham sendo desenvolvidos por ONGs! Veja sites de empresas que estejam comprometidas com a ação social. São ótimas oportunidades para você também se envolver. 27 28 Filme Sugerido Assista ao filme Cobaia, do diretor Joseph Sargent, ano 1997. O filme retrata uma história verídica que ocorreu no sul dos Estados Unidos, em 1932. A sífilis havia se tornado uma epidemia entre as comunidades afroamericanas. Preocupados com a rapidez em que a doença se espalhava pela região, o governo decidiu criar um programa de tratamento no único hospital negro da localidade. Faça uma análise sobre as questões éticas da pesquisa. UNIDADE III 29 A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU PROJETO DE ATIVIDADES COM VISTAS AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Neste módulo você encerra com a elaboração de um projeto de pesquisa ou parte do projeto de atividade. O sucesso de seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) dependerá muito de como você irá realizar seu projeto de pesquisa ou seu projeto de atividade. Lembre-se que no próximo módulo você irá realizar sua pesquisa e fechar com uma monografia ou terá que concluir seu projeto de atividade. Assim sendo, muito cuidado nesta fase, certifique-se de que esse planejamento tem viabilidade técnica, recursos e os objetivos são alcançáveis. Quando falamos de projeto de pesquisa, tenha em mente que todas essas etapas constituem um planeja- mento e por isso aberto às mudanças. No entanto, se assevere que este projeto possa ser exeqüível. Lembre-se que a documentação do material recolhido se estende desde a formulação do problema e chega próximo à redação final da monografia. Quanto ao projeto de atividade, é essencial que reflita sobre a relevância e mérito do projeto e isto ocorre mediante a avaliação diagnóstica e o delineamento do perfil da comunidade que deverá ser atingida pelo projeto. 3.1 - A Construção dos Capítulos: o Problema, a Fundamentação Teórica, a Metodologia, os Recursos, o Cronograma e o Orçamento No instrucional anterior já oferecemos a você uma idéia do projeto de pesquisa, agora queremos que você elabore o seu projeto, sendo assim, estamos lhe oferecendo mais alguns subsídios teóricos para a construção de seu trabalho científico. Platão nas suas incursões filosóficas dizia que aquele que não tem problema não tem desejo de conhecer. Diria que o nosso filósofo grego tinha toda razão ao afirmar isso, pois pensando bem, veremos que só se aventura na pesquisa aquele que tem uma pergunta a fazer. Ou seja, tem um problema e deseja pela via do conhecimento científico buscar uma resposta. Vamos trabalhar com a nossa realidade. Muitos dos estudantes de graduação em Educação já estão no meio acadêmico como profissional e aqueles que ainda não são profissionais do ensino estão no espaço escolar em razão de seu estágio. Então, vamos pensar neste espaço educacional? Vejamos situações em sala de aula, na escola como um todo que pode nos servir como uma matéria-prima para nossos estudos científicos. E o mais importante! A sua relevância! Visto que os resultados evidenciados pelo nosso estudo poderão sinalizar quem está envolvido com o fenômeno à tomada de decisões. Imagine você contribuindo com sua pesquisa na mudança de uma situação escolar? Como afirma os educadores/pesquisadores, os resultados de um estudo científico devem contribuir para a resolução de um problema real, cotidiano. Imagine você como professora das Classes Iniciais de uma escola pública. Você tem 30 alunos em sala, agitados, dispersivos, com grande dificuldade de apreensão dos conteúdos que você precisa transmitir e que eles pouca importância dão a esse conteúdo. As avaliações oferecem o devido diagnóstico da situação. Todos os dias se vê colocada entre a angústia de saber que não está alcançando os objetivos do ensino e de outro, a crença de que é possível fazer algo, de que é necessário enxergar por outro lado esta situação. Observa já desanimada que seus alunos durante o recreio são alegres, se reúnem no pátio e cantam várias músicas que estão na mídia. Você se admira que a maioria participa das brincadeiras, conhecem as letras das músicas e muitos até dançam. E, neste momento, seu olhar torna-se mais aguçado, mais atento. Percebe que o desenvolvimento corporal-cinestésico é bem elaborado, da mesma forma que o musical e se lembra do que aprendeu na graduação sobre as múltiplas inteligências de Howard Gardner. E se pergunta o que está fazendo que não trabalha teoria e prática. Lembra-se das inserções de seus professores ao refletir com a turma a necessidade de repensar as questões do ensino como algo compartimentado e fragmentado, dissociado da vida. Esse recorte pode torna-se um problema de pesquisa. Está o problema instalado: será que utilizando as artes, especificamente a música e a dança, como es- 30 tratégia de ensino, os alunos melhorarão o rendimento da aprendizagem durante as aulas e, consequentemente, se apropriando deste conhecimento na sua vida diária? Observe que o problema de pesquisa partiu da sua vivência e você recorreu ao conhecimento teórico transmitido durante a sua graduação. Isso me lembra Paulo Freire com sua majestosa expressão: “Ação, Reflexão, Ação”. Na verdade a pesquisa educacional prioritariamente é processo dialético. Parte das necessidades reais, busca as teorias para iluminar nossas reflexões sobre o cotidiano escolar e ao chegar aos resultados possibilita mudanças. Dado o problema, seguimos para a justificativa, a relevância do estudo. Importante salientar que uma investigação deve ter dois elementos importantíssimos: mérito e relevância. Mérito no sentido de que terão “todas as condições para alcançar seus propósitos. [...] significa bons recursos materiais, pessoal de competência” (PENNA FIRME, TIJIBOY & STONE, 1990: 12). Tereza Penna Firme e seus colegas afirmam que os programas sociais nem sempre têm relevância, pois o mérito não implica a relevância, mas a relevância só mediante o mérito. Assim, como os autores afirmam que “quando se diz que um Programa é relevante, significa dizer que, além de meritório, ele está tendo impacto no contexto social, satisfazendo as necessidades, cumprindo seu papel” (IDEM: 13), podemos estender essa afirmativa à pesquisa científica, ela pode ter mérito, mas poderá não ser relevante para o contexto educacional, assim, procure evidenciar a relevância de seu estudo, pois grande parte das produções acadêmicas é meritória, mas não é relevante. Uma investigação é relevante quando os resultados de seu estudo são impactantes; quando oferece possibilidade de mudança, está atendendo às necessidades do grupo que escolheu para o desenvolvimento da pesquisa. Pergunte a si mesmo se os resultados de seu estudo deram resultados desejados pela populaçãoalvo de sua pesquisa; atendeu às necessidades educacionais? Está cumprindo seu papel à comunidade escolar? Já esclarecido a justificativa de seu estudo, vamos aos objetivos. Muitas vezes o acadêmico tem dificuldade de definir os objetivos de seu estudo, principalmente os objetivos específicos. Costumo orientar os alunos para pensar primeiramente nas questões de estudo e as hipóteses, pois elas nortearão sua pesquisa, através delas que você irá buscar tanto as teorias (fundamento teórico, no caso do projeto; quanto à revisão de literatura, no caso da monografia) quanto o estudo de campo, caso você se aventure na pesquisa descritiva ou experimental. Essa situação chama a atenção de outra dificuldade. O aluno depois que formula o problema fica confuso, perdido, e muitos afirma: “não sei por onde começar”. Vejo que saltou as etapas do estudo de pesquisa. Quando estamos para elaborar o problema, surge o assunto, que nem sempre se tornará o tema da pesquisa, mas que terá uma relação intrínseca. Vamos por etapa? 1- Quando você resolve escolher um assunto, provavelmente esse assunto vem de uma situação vivida, isto é, de uma experiência, seja como profissional da educação, seja como estagiário ou mesmo como aluno. Isso já foi abordado neste instrucional. 2- É necessário que você, ao escolher o assunto, procure literatura que possa dar mais luz teórica, isto é, conhecimento. Leia livros, revistas especializadas, artigos de jornais, artigos de internet (com o devido cuidado). Expande-se mais. Essa fase chama-se Estudo Exploratório. Ora, isso me lembra a caverna de Platão. Saia do fundo da caverna! Busque a luz do conhecimento. Tire suas amarras! 3- Quando você realiza essa tarefa, está pronto para a elaboração do problema, pois você documentou todas as informações recebidas de diferentes fontes (veja no seu instrucional de Metodologia do Trabalho Científico). Já tem um conhecimento adquirido pela documentação e fica mais claro delimitar seu assunto e transformá-lo num problema de pesquisa, sucinto, claro, objetivo e delimitado. 4- A próxima tarefa é buscar as questões menores que deverão a partir das respostas a elas responder à questão maior, ao problema de pesquisa. É aqui que o aluno se vê aprisionado! Se eu tenho um problema, preciso buscar a resposta, mas não posso ir direto a ele, pois existem muitas etapas a serem respondidas. As questões de estudo se referem a essas questões menores. E quanto às hipóteses elas são suposições que deverão ser corroboradas ou descartadas para que eu possa chegar a uma ou mais respostas verdadeiras. É à busca do atendimento dessa etapa que o estudo ocorre! Quem não construiu suas questões de estudo e/ou hipóteses fica paralisado. O que fazer? O que buscar exatamente? Por onde começar? Essas são algumas das indagações que mais angustiam os alunos. 5- Você percebeu que falamos primeiro das questões de estudo e das hipóteses e só agora caminhamos para os objetivos. Vejo, particularmente, uma maior facilidade. Isso não quer dizer que você deverá percorrer a mesma estrada. Muitos são os caminhos para se chegar a um lugar! Assim dado as questões e/ou hipóteses, passamos a definir os objetivos. Evidentemente que o objetivo geral já foi definido após a elaboração do problema. Ele é de longo alcance, somente à medida que você alcançar os objetivos específicos, você estará se aproximando do objetivo geral. Como defini-lo? Pergunte a si mesmo: o que pretendo alcançar nesta pesquisa? Procure enunciar de forma clara e objetiva, não caia no “floreamento”, não cabe isso na pesquisa. Segundo Lüdorf (2004: 73), “você pode apresentar somente um objetivo geral, amplo, do tipo ‘guarda-chuva’ ou, além disso, detalhar posteriormente os objetivos específicos”. E prossegue ainda na mesma página afirmando que “procure utilizar verbos no infinitivo, que indiquem certa moderação e humildade, por exemplo: discutir, analisar, estudar, apontar, levantar, relatar, verificar etc.”. Se analisarmos o desenho acima, veremos que todo trabalho de pesquisa exige um problema, isto é, uma pergunta e que essa pergunta maior será respondida à medida que respondemos às questões menores e que cada uma delas terá um objetivo específico. Respondidas as questões, que poderá ser teoricamente ou estender-se também ao estudo de campo, através da aplicação dos instrumentos para coleta de informações. (veja instrucional anterior de Metodologia da Pesquisa Científica). Você, neste momento, circunscreverá seu problema dentro de um contexto espacial e temporal. 6. Você observará que o seu estudo aborda alguns termos que são específicos de sua área, que nem todas as pessoas entendem esse vocábulo ou expressão como você, pois eles próprios trazem um sentido diferenciado da linguagem comum. Assim, você deverá esclarecer tais termos que são chamados de neologismos. O atendimento dessa necessidade no seu estudo evitará que ocorram confusões de interpretação. 7. Fechando essa parte da problematização, elaboramos a delimitação e limitação do seu estudo. É comum que essa parte venha na introdução de seu projeto de pesquisa. Quando você elabora sua introdução já apresenta a justificativa, sua relevância e, como já passou pelos estudos exploratórios, tem condições de escrever sobre o que já existe sobre o assunto. Essa parte muitos autores chamam de “estado de questão” Vejamos o desenho abaixo: Apresentados a situação-problema e todo o seu entorno, vamos buscar literatura que possa subsidiar este problema. Assim, desenvolva um capítulo oferecendo um panorama, um cenário teórico no qual emergirá seu estudo, são essas idéias que a priori irão servir como arcabouço teórico no qual sustentará seu problema. A isto chamamos de Fundamentação Teórica. Não faça simplesmente citações, faça inicialmente a documentação de todo esse material e escreva, tenha autonomia. Sua capacidade de escrever vai lhe surpreender. Seja o autor de sua obra! E quando necessitar de um reforço, busque as palavras dos autores, mas sem exageros! Utilize as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre citações curtas, longas, indiretas, diretas. Lembre-se que existem duas colchas de retalho, aquela que você simplesmente costura os retalhos e a outra que você cria a partir de retalhos formas geométricas, figuras, cenários, chamada pathcwork. Esta é uma técnica que une tecidos com uma infinidade de formatos variados. 31 32 Figura 1 Fonte: http://www.fazfacil.com.br/artesanato/patchwork.html. Acesso em 20 de maio 2008. Figura 2 Fonte: http://aervilhacorderosa.com/images/051113_retalhos. jpg. Acesso em 29/02/2008. Compare a figura 1 com a figura 2. Veja que a primeira formou um quadro muito bonito, original, criativo. É sua oportunidade de criar cenários! Cenários estes que possibilitarão a transformação, o avanço! As conquistas, as melhorias no ensino! Você até agora deu conta da problemática e da fundamentação teórica, o passo seguinte é a metodologia a ser utilizada. Como fazer o estudo? Que caminhos percorrer? Na escolha de um caminho o que poderei utilizar? E a chegada dependerá do caminho escolhido. Recordando o instrucional anterior (Metodologia da Pesquisa Científica), lembramos dos paradigmas que sustentam as pesquisas sejam elas de enfoque quantitativo ou qualitativo. E chamo a sua atenção que essa compartimentação entre enfoque quantitativo, qualitativo ou quanti-qualitativo tem sérias críticas de muitos epistemólogos, como Boaventura, Morin e outros. No entanto, sabedores dessas críticas, mas necessitando buscar as teorias filosóficas que fundamentam tais enfoques recorremos a essa compartimentação, mas sem em nenhum momento ficarmos presos a modelos rígidos e fragmentados. Sinalizamos aqui aos alunos que desejam conhecer com mais profundidade os pressupostos que sustentam essas idéias aventurar-se na filosofia, pois lá encontrarão subsídios valiosos de compreensão dos modelos que orientam as posturas de pesquisadores, as metodologias e as teorias. Envolvam na seara da Teoria do Conhecimento, é um vasto e precioso caminho de descoberta. Voltemos à metodologia de nosso projeto. Qual o direcionamento que irá assentar seu estudo? Ele dará ênfase ao estudo quantitativo? Ou ao estudo qualitativo? Ou então ao estudo quanti-qualitativo? Explique sua escolha. A priori diria que em todo estudo quantitativo está implícito a qualidade. Vejamos por quê? Sem nos deter ao aprofundamento, visto que não é o objetivo deste instrucional oferecer um estudo dos pressupostos da ciência, no entanto, permitir o suficiente que o aluno vislumbre a problemática da dicotomização dos saberes e suas implicações no cotidiano do homem. O epistemólogo português Boaventura de Sousa Santos (1999: 37) afirma que “todo o conhecimnto científico-natural é científico-social”. Para o cientista. “a distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade. [...] Os avanços recentes da física e da biologia põem em causa a distinção entre o orgânico e o inorgânico, entre seres vivos e matéria inerte e mesmo entre o humano e o não humano”, além das teorias dissipativas de Prigogine ou as teorias sinergéticas. 3.2 - A Elaboração do Projeto de Pesquisa com a Definição do Tipo de Estudo: Pesquisa Teórica, Teóricoempírica ou Experimental É na fase da elaboração do projeto que o estudante define a metodologia e neste item, na apresentação da Metodologia, que se explica o tipo de pesquisa que irá realizar. Pesquisa Teórica: trata-se da pesquisa que é “dedicada a reconstruir teoria, conceitos, idéias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos” (DEMO, 2000: 20). Esse tipo de pesquisa é orientada no sentido de reconstruir teorias, quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes. A pesquisa teórica não implica imediata intervenção na realidade, mas nem por isso deixa de ser importante, pois seu papel é decisivo na criação de condições para a intervenção. “O conhecimento teórico adequado acarreta rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa” (IDEM: 36). Ela é a base de todos os outros tipos de pesquisa. Pesquisa Teórica-empírica: é aquela que coleta os dados a partir de fontes diretas (pessoas) que conhecem, vivenciaram ou têm conhecimento sobre o tema, fato ou situação e que podem causar diferenciação na abordagem e entendimento dos mesmos, conduzindo a uma mudança, acréscimo ou alteração profunda, relevante que não distorça, agrida ou altere o conteúdo principal mas sim que o enriqueça e transforme em conhecimento de fácil apreensão e apropriação (http:// pt.wikipedia.org/wiki/Pesquisa_emp%C3%ADrica. Acesso em 21 de maio 2008). A pesquisa teórico-empírica parte primeiramente dos capítulos teóricos (Revisão de Literatura) e em seguida apresenta a Metodologia do Estudo e a Apresentação e Análise dos Resultados. Isto quer dizer que a pesquisa teórico-empírica exige uma base conceitual para as futuras análises de campo, dada pela teórica. Pesquisa Experimental: Propõe a manipular a variável independente. Enquanto que a teórico-empírica apenas descreve o fenômeno. Na pesquisa experimental, as teorias são parte do processo. Segundo Santos (2001: 162), “é usada nas ciências humanas: Psicologia, Psicologia Social, na Sociologia e nas Ciências Físicas e Biológicas. As vantagens são o grande grau de clareza, objetividade e precisão nos seus resultados. Como desvantagem conta-se o fato de ser difícil o controle entre variáveis, em estudos sociais”. Nas palavras de Flegner (1995: 61), “a metodologia experimental mais apropriada deve ser escolhida antes de coletar os dados. Tem critérios estabelecidos quanto à amostragem, delineamento, controle e protocolos” e continua: Em se tratando do desempenho humano é essencial saber a reação normal em condições experimentais. Uma variável é permitido operar no grupo experimental. Mas não no grupo de controle, se então os dois grupos se diferenciam significativamente será devido ao efeito principal (FLEGNER, 1995: 61). 3.3 - A Elaboração do Projeto de Atividade Educacional Diferentemente do projeto de pesquisa, um projeto de atividade é finito, tem um começo e um término. Solucionado o problema, o projeto termina. Enquanto que o projeto de pesquisa é um planejamento do que irá realizar, fechando com um relatório, no nosso caso monográfico, o projeto de atividade é um projeto de intervenção, isto é, você faz o planejamento e implementa-o, transformando a realidade anterior. Um bom exemplo é o encontrado no site sobre projetos pedagógicos, intitulado O que é Pedagogia de Projetos?: Em uma escola estadual da periferia da cidade de São Paulo, professores e direção constataram a necessidade de melhorar muito os serviços da cantina. Organizaram a partir daí um “projeto para nova cantina”. Em seguida, escolheram a comissão de educadores e pais que iria implementar o projeto. Em poucas semanas, a equipe já havia organizado uma concorrência para admitir novos administradores para a cantina. Com o esforço pessoal da diretora da escola, a comissão conseguiu uma verba junto à Secretaria de Estado da Educação para a reforma da cantina. Depois de três meses, a nova cantina já estava em funcionamento. É importante ressaltar que a verba foi conseguida pela escola graças a uma pesquisa anterior dos participantes do projeto. Pesquisando junto aos órgãos da Secretaria, o grupo descobriu que havia um fundo destinado à construção ou reforma de cantinas e outros equipamentos escolares. Essa experiência ilustra bem uma das características de um bom projeto, ou seja, a capacidade de conseguir os recursos materiais, financeiros ou humanos necessários para a sua conclusão (www.projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index_arquivos/Page2329htm. Acesso em 29/05/2008). Observamos que o projeto desenvolvido pela escola partiu de uma necessidade real da comunidade escolar. Houve assim um diagnóstico sobre a situação cotidiana. Em seguida, constituíram um grupo para se responsabilizar pelo planejamento e execução. Desta forma, um problema foi resolvido. Podemos agora apresentar as etapas de um projeto de atividade: 1ª etapa: • Identificação: Informe os dados gerais do projeto, quem vai fazer, local e instituições envolvidas. É a folha de rosto de seu projeto. • Problema: É preciso que você defina o problema com a clareza com que se define a solução do problema. Neste momento você está estabelecendo a introdução do trabalho como também apresentando a situação-problema que pretende atuar com a execução do mesmo. É a definição do seu objeto de trabalho, ou seja, objeto da realização do projeto. • Diagnóstico da Realidade: Nesta etapa preliminar do projeto você deverá observar seu objeto de trabalho, que foi definido na situaçãoproblema e conhecê-lo profundamente, identificando os pontos importantes que necessitam de serem traba- 33 34 lhados, as relações históricas e sociais envolvidas etc. É preciso estar atento aos seguintes pontos: um torneio de voleibol entre os turnos; organizar um festival de música. • Focalizar e delimitar a área de atuação, estabelecendo a unidade de análise, a clareza e consistência da questão, o tempo que evita a dispersão de atenção, energia e esforços. • Objetivos Específicos: É a resposta desejada da população-alvo, devem prever resultados quantificáveis. Define o tempo, o número de pessoas e a faixa etária. • Identificar os elementos envolvidos, fazendo uma lista deles. Essa identificação permite você avaliar os elementos centrais e secundários que podem interferir no projeto. Responde às perguntas: O que? Quando? Quanto? • Mapear o relacionamento entre os elementos encontrados visando a compreender a forma como os elementos se relacionam ou se completam entre si. • Verificar o contexto da situação focalizada, a fim de identificar sua relevância no conjunto das situações observadas. • Identificar as manifestações superficiais das situações, em relação ao contexto que as mantém, torna mais clara a percepção da realidade. • Estabelecer com precisão e profundidade as descrições do seu objeto, evitando a superficialidade e a generalidade. • Elaborar o diagnóstico da realidade de onde será implementado o seu projeto deve contribuir para que você conheça esta realidade que será trabalhada. • Justificativa e Fundamentação Teórica: As justificativas do projeto devem ser seu alicerce. São elas que vão apresentar, para o leitor, o porquê é importante a realização deste projeto. Elas são as razões que fundamentam este trabalho. É importante que na justificativa, quando você está explicitando a importância do estudo, você apresente breve fundamentação teórica, ou seja, deixe evidente a importância deste trabalho, à luz das opiniões de diferentes autores que tratam o tema e que vão ajudar você a justificar sua importância. • Objetivo Geral: É a ação mais adiante, a mais longe, o ponto de partida para todas as ações do projeto. Em alguns projetos, os resultados são facilmente definidos. Exemplo: planejar, organizar e realizar uma festa da primavera que envolva toda a comunidade escolar. Os resultados bem definidos orientam o planejamento e a implementação do projeto. Há situações em que os resultados já estão definidos pela própria situação, por exemplo: limpar a área externa da escola, através de um mutirão; organizar A quem pertence a ação do verbo? Resultado: mudança e/ou benefício que se deseja ou se propõe para a população-alvo. Mudanças: conhecimento; atitude; comportamento; religião; conceitos sociais. Os resultados esperados estão diretamente lincados aos objetivos específicos. 2ª parte: • Plano de implementação: Ações para se alcançar determinado objetivo específico, identifica o tempo de execução de cada atividade. • Estratégias e Técnicas: Nesta etapa do projeto você deve definir como irá executar seu trabalho. É preciso especificar quais estratégias que serão realizadas ao longo da implementação do projeto e que técnicas (procedimentos) você irá utilizar para a realização do trabalho. • Recursos: Nesta etapa do projeto é feita a previsão dos recursos que serão necessários para a realização da pesquisa. Devem ser feita a previsão dos Recursos Humanos e Materiais. Nos recursos materiais são previstos os materiais (permanente e de consumo) necessários para a realização do projeto. São materiais permanentes os móveis, aparelhos eletro/eletrônicos, livros etc., e de consumo, papel, lápis, canetas, CDs, disquetes etc. (veja modelo em anexo no fim do instrucional). • Cronograma: tempo em que irá atender os objetivos específicos. Itens que não podem ser esquecidos: • Cronograma: 1- todas as tarefas e providências estão relacionadas, com data de início, final e nome dos responsáveis; 2- fechando o cronograma, encontram-se os resultados do projeto e a data planejada para sua finalização; 3- o cronograma deve estabelecer os momentos em que a equipe irá se reunir com o propósito principal de avaliar a execução do plano e verificar se o que foi imaginando está acontecendo, ou se há necessidade de alterar tarefas, providências e prazos. • Orçamento: Nesta etapa você precisa fazer a previsão dos custos de seu trabalho, visando solicitar financiamento ou reservar seus recursos próprios para a realização do seu projeto. • Monitoramento e Avaliação: São indicadores, medidas operacionais para realização de uma atividade ou de um objetivo específico. Permitem medir o grau de alcance do resultado. O trabalho com projetos pode dar conta de alguns objetivos educacionais com maior profundidade, em particular o desenvolvimento da autonomia intelectual, o aprender a aprender, o desenvolvimento da organização individual e coletiva, bem como a capacidade de tomar decisões e fazer escolhas como propósito de realizar pequenos ou grandes projetos pessoais. Exercícios de Auto-avaliação Construa o seu projeto de pesquisa ou seu projeto de atividade educacional e envie ao seu tutor. Lembre-se que no projeto de atividade deverá constar somente a primeira parte. 35 36 Se você: 1) 2) 3) 4) concluiu o estudo deste guia; participou dos encontros; fez contato com seu tutor; realizou as atividades previstas; Então, você está preparado para as avaliações. Parabéns! Glossário ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. Anexo - segundo a ABNT (NBR 6029), “matéria suplementar que se junta ao texto de um livro como esclarecimento ou documentação, embora não constitua parte essencial da obra”. Cronograma - é o planejamento das atividades da pesquisa, descrito na Metodologia, dentro de um espaço predeterminado de tempo. Normalmente é demonstrado através de um gráfico. Dialético - no sentido de Marx, o termo significa “método. Marx insiste na necessidade de considerarmos a realidade socioeconômica de determinada época como um todo articulado, atravessado por contradições específicas, entre as quais a da luta de classes” (JAPIASSU & MARCONDES, 1995: 72). Dissertação - é um trabalho de pesquisa, com aprofundamento superior a uma monografia, para obtenção do grau de Mestre, por exigência do Parecer n.o 977/65, do então Conselho Federal de Educação. Empírico - experiência. Epígrafe - folha opcional em que o autor faz uma citação pertinente à intenção do trabalho, seguida de indicação da autoria. Pode também ocorrer no início de cada seção. Epistemologia - “(do gr. Episteme: ciência, e logos: teoria); disciplina que toma as ciências como objeto de investigação tentando reagrupar” (IDEM: 82). Hermenêutico - “(gr. Hermeneutikós, de hermeneuein: interpretar). 1- termo originalmente teológico, designando a metodologia própria à interpretação da Bíblia [...]; 2- O termo passou a designar todo esforço de interpretação científica de um texto difícil que exige uma explicação. [...]; 3- Contemporaneamente, a hermenêutica constitui uma reflexão filosófica interpretativa ou compreensiva sobre os símbolos e os mitos em geral” (IBIDEM: 118). Paradigma - “(gr.paradeigma)1. Segundo Platão, as formas ou idéias são paradigmas, ou seja arquétipos, modelos perfeitos, eternos imutáveis dos objetos existentes no mundo natural que são cópias desses modelos, e que de algum modo participam deles. [...] 2. O filósofo da ciência Thomas Kuhn utiliza o termo em sua análise do processo de formação e transformação das teorias científicas” (IBIDEM: 189). Problema - é o marco referencial inicial de uma pesquisa. É a dúvida inicial que lança o pesquisador ao seu trabalho de pesquisa. 37 38 Gabarito Unidade I 1) a. Como e o que futuros professores nos cursos de Ensino médio de formação dos professores no Brasil aprendem sobre Educação Moral. b. Descobrir como é ensinado e como estes estudantes entendem Educação Moral. c. O estudo de Alasdair Maclntyre sobre Virtude. d. Estudo qualitativo. “Escuta Sensível” de René Barbier. e. Respostas às questões escritas e orais sobre conceitos de família, escola e país e que descrevessem a si próprios em diferentes situações. f. Resultados mostram que os estudantes estão interessados na formação em Educação Moral, embora haja diferentes problemas concernentes à aprendizagem de ética. 2) Resposta pessoal. 3) Resposta pessoal. Unidade II Faça sua atividade e envie ao seu tutor. Unidade III Faça sua atividade e envie ao seu tutor. 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Anexo Modelo de projeto de Atividade Educacional PLANILHA DE MATERIAIS E CUSTOS: Plano de Recursos • Materiais de Consumo: Cola branca Cola de isopor Cola quente (hastes) Cola permanente Lixa fina de madeira Papel A4 Papel seda (cores variadas) Papel crepon (cores variadas) Pincel tigre 266- 02 Pincel tigre 266-08 Pincel tigre 266-12 Pincel tigre 433-02 Pincel tigre 433-08 Pincel tigre 433-12 • Materiais Permanentes: Tesoura para tecido Pistolas de cola quente comum Pistolas de cola quente profissional Estiletes Pregadores de roupa Grampeador Régua metálica de 50cm Furadeira Orçamento: 41 42 Recursos Humanos Necessários Recursos humanos que, estima-se, serão necessários para a realização das atividades principais do projeto: função/quantidade/custos. Plano de Recursos Recursos com Alimentação Recursos com Transporte Custo Total do Projeto