VICE-REITORIA DE ENSINO DE GRADUAÇÃO E CORPO DISCENTE
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
SEMINÁRIO DE PESQUISA
EDUCACIONAL I
Rio de Janeiro / 2008
Todos
os direitos reservados à
Universidade Castelo Branco
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
Todos os direitos reservados à Universidade Castelo Branco - UCB
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, armazenada ou transmitida de qualquer forma ou
por quaisquer meios - eletrônico, mecânico, fotocópia ou gravação, sem autorização da Universidade Castelo
Branco - UCB.
Un3s Universidade Castelo Branco
Seminário de Pesquisa Educacional I / Universidade Castelo Branco. – Rio
de Janeiro: UCB, 2008. - 44 p.: il.
ISBN 978-85-86912-98-6
1. Ensino a Distância. 2. Título.
CDD – 371.39
Universidade Castelo Branco - UCB
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Responsáveis Pela Produção do Material Instrucional
Coordenadora de Educação a Distância
Prof.ª Ziléa Baptista Nespoli
Coordenador do Curso de Graduação
Susan Kratochwill - Pedagogia
Conteudista
Liliana Lúcia da S. Barbosa
Supervisor do Centro Editorial – CEDI
Joselmo Botelho
Apresentação
Prezado(a) Aluno(a):
É com grande satisfação que o(a) recebemos como integrante do corpo discente de nossos cursos de graduação, na certeza de estarmos contribuindo para sua formação acadêmica e, conseqüentemente, propiciando
oportunidade para melhoria de seu desempenho profissional. Nossos funcionários e nosso corpo docente esperam retribuir a sua escolha, reafirmando o compromisso desta Instituição com a qualidade, por meio de uma
estrutura aberta e criativa, centrada nos princípios de melhoria contínua.
Esperamos que este instrucional seja-lhe de grande ajuda e contribua para ampliar o horizonte do seu conhecimento teórico e para o aperfeiçoamento da sua prática pedagógica.
Seja bem-vindo(a)!
Paulo Alcantara Gomes
Reitor
Orientações para o Auto-Estudo
O presente instrucional está dividido em três unidades programáticas, cada uma com objetivos definidos e
conteúdos selecionados criteriosamente pelos Professores Conteudistas para que os referidos objetivos sejam
atingidos com êxito.
Os conteúdos programáticos das unidades são apresentados sob a forma de leituras, tarefas e atividades complementares.
As Unidades 1 e 2 correspondem aos conteúdos que serão avaliados em A1.
Na A2 poderão ser objeto de avaliação os conteúdos das três unidades.
Havendo a necessidade de uma avaliação extra (A3 ou A4), esta obrigatoriamente será composta por todo o
conteúdo de todas as Unidades Programáticas.
A carga horária do material instrucional para o auto-estudo que você está recebendo agora, juntamente com
os horários destinados aos encontros com o Professor Orientador da disciplina, equivale a 30 horas-aula, que
você administrará de acordo com a sua disponibilidade, respeitando-se, naturalmente, as datas dos encontros
presenciais programados pelo Professor Orientador e as datas das avaliações do seu curso.
Bons Estudos!
Dicas para o Auto-Estudo
1 - Você terá total autonomia para escolher a melhor hora para estudar. Porém, seja disciplinado. Procure reservar sempre os mesmos horários para o estudo.
2 - Organize seu ambiente de estudo. Reserve todo o material necessário. Evite interrupções.
3 - Não deixe para estudar na última hora.
4 - Não acumule dúvidas. Anote-as e entre em contato com seu monitor.
5 - Não pule etapas.
6 - Faça todas as tarefas propostas.
7 - Não falte aos encontros presenciais. Eles são importantes para o melhor aproveitamento
da disciplina.
8 - Não relegue a um segundo plano as atividades complementares e a auto-avaliação.
9 - Não hesite em começar de novo.
SUMÁRIO
Quadro-síntese do conteúdo programático ..................................................................................................
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Contextualização da disciplina ....................................................................................................................
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UNIDADE I
O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO: PRINCIPAIS TIPOS
1.1 - A monografia como trabalho final de curso .........................................................................................
1.2 - O projeto de atividade como trabalho final de curso ...........................................................................
1.3 - O artigo científico como trabalho final de curso .................................................................................
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UNIDADE II
O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO
2.1 - A localização das fontes através da consulta a bibliotecas, livrarias e à internet................................. 20
2.2 - O levantamento das fontes primárias e secundárias ao problema da pesquisa ou do projeto de atividade educacional........................................................................................................................................... 21
2.3 - A fase do processo de pesquisa científica: os principais capítulos – o problema, a fundamentação
teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento............................................................... 21
2.4 - A fase de implementação de um estudo científico: a coleta de dados, o aprofundamento da revisão
da literatura, a análise e interpretação dos dados.......................................................................................... 24
2.5 - O projeto de atividades de planejamento.............................................................................................. 26
UNIDADE III
A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU PROJETO DE ATIVIDADES COM VISTAS AO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
3.1 - A construção dos capítulos: o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o
cronograma e o orçamento . .........................................................................................................................
3.2 - A elaboração do projeto de pesquisa com a definição do tipo de estudo: pesquisa teórica, pesquisa
teórico-empírica ou pesquisa experimental .................................................................................................
3.3 - A elaboração do projeto de atividade educacional ..............................................................................
Glossário ......................................................................................................................................................
Gabarito .......................................................................................................................................................
Referências bibliográficas . ..........................................................................................................................
Anexo . .........................................................................................................................................................
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Quadro-síntese do conteúdo
programático
UNIDADES DO PROGRAMA
OBJETIVOS
I - O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
PRINCIPAIS TIPOS
1.1 - A monografia como trabalho final de curso
12 - O projeto de atividade como trabalho final
de curso
1.3 - O artigo científico como trabalho final de
curso
• Compreender a importância dos diferentes tipos
de atividades exigidos como Trabalho de Conclusão
de Curso.
II - O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO
DE ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO
2.1 - A localização das fontes através da consulta a
bibliotecas, livrarias e à internet
2.2 - O levantamento das fontes primárias e secundárias ao problema da pesquisa ou do projeto de atividade educacional
2.3 - A fase do processo de pesquisa científica: os
principais capítulos – o problema, a fundamentação
teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e
o orçamento
2.4 - A fase de implementação de um estudo científico: a coleta de dados, o aprofundamento da revisão
da literatura, a análise e interpretação dos dados
2.5 - O projeto de atividades de planejamento
• Desenvolver uma atitude crítica em relação a
todo o processo de elaboração da pesquisa e o projeto de atividade educacional, definindo claramente
as suas etapas.
III - A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU PROJETO DE ATIVIDADES COM
VISTAS AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE
CURSO
3.1 - A construção dos capítulos: o problema, a
fundamentação teórica, a metodologia, os recursos, o cronograma e o orçamento
3.2 - A elaboração do projeto de pesquisa com a
definição do tipo de estudo: pesquisa teórica, pesquisa teórico-empírica ou pesquisa experimental
3.3 - A elaboração do projeto de atividade educacional
• Identificar e elaborar as partes que compõem um
projeto de pesquisa ou um projeto de atividade educacional.
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Contextualização da Disciplina
Bem-vindo! Estamos juntos nesta caminhada. No início dessa jornada, você teve contato com a disciplina de
Metodologia do Trabalho Científico. Este material lhe ofereceu subsídios para dominar as técnicas de estudo,
sinalizou questões reflexivas sobre o saber, apresentou as normas que você irá utilizar durante sua formação
acadêmica e permitiu que você vislumbrasse todo seu percurso na academia.
Em seguida, na disciplina posterior, você continuou sua trajetória conhecendo a Metodologia da Pesquisa
Científica. Esta abriu novos espaços de formação acadêmica. Você pôde se enveredar pelas searas da pesquisa.
Refletiu sobre os diferentes saberes e sua importância na investigação científica, compreendeu o que são paradigmas e como eles influenciam nossas escolhas metodológicas.
Conheceu os enfoques quantitativos, qualitativos e quanti-qualitativos e diferentes tipos de pesquisa. A partir
desse conhecimento, pôde ampliar suas bases teóricas sobre a metodologia científica. Agora já tem condições
de se situar no campo investigativo. Pode com mais clareza relacionar sua prática como estagiário, como profissional do ensino ou mesmo como aluno com os saberes expostos nos instrucionais.
Vamos agora lhe fixar alguns conhecimentos que foram adquiridos no material didático anterior e aprofundálos. Espero que possa compreender todos os passos de um projeto de pesquisa, sua importância, seu alcance e
mais tarde, em outra disciplina, possa dar conta do trabalho final de curso. Afinal, estamos chegando ao final
de curso e você terá que fechar com “chave de ouro” mais uma nova conquista!
Seja persistente e dedicado, critérios de um pesquisador de sucesso! Observe que o conteúdo apresentado
nesta disciplina oferecerá as ferramentas que lhe permitirão caminhar com segurança na trilha da pesquisa científica. Procure relacionar todos os conhecimentos adquiridos no seu curso, seja um grande e arguto observador,
crítico, analítico. Persevere nesta sua tarefa.
Nosso grande educador Paulo Freire foi um dos que incentivou, alertou os professores de sua capacidade
crítica e libertadora e reforçou a idéia de que para ensinar é imprescindível a capacidade de fazer perguntas, de
buscar conhecimento através da pesquisa.
Lembre-se que a incursão no saber é próprio da natureza humana, mas o domínio das técnicas de aquisição
do saber dependerá de cada um de nós.
Dominar os saberes que possibilitam a construção de um projeto é condição essencial para fechar sua monografia, assim, não deixe dúvidas! Comunique-se com seu tutor, utilize todas as ferramentas tecnológicas que
são possíveis para ampliar e aprofundar seus conhecimentos. Seja partícipe da sua própria vida acadêmica.
Desejo-lhe muito sucesso nesta jornada!
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UNIDADE I
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O TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO:
PRINCIPAIS TIPOS
Nesta unidade vamos dar um passeio pela disciplina anterior, a Metodologia da Pesquisa Científica.
Ela nos fornecerá os elementos necessários para nos
firmarmos nos novos conhecimentos, que na verdade
não são tão novos assim, não é? Mas com certeza essa
nossa nova disciplina irá aprofundar os conhecimentos anteriores de forma a possibilitar-nos a elaboração
de um projeto de pesquisa.
Não é preciso voltar a todo o conteúdo, não? Acredito que você já tenha bem claro que existem diferentes
formas do saber, sejam elas espontâneas ou racionais. E
nosso problema de pesquisa pode muito bem partir dos
nossos saberes espontâneos e se firmar no racional.
Então, por favor, não abandone seus saberes espontâneos, eles podem te levar ao conhecimento racional,
podem te levar ao desenvolvimento de uma pesquisa
científica, meritória e relevante.
Imagine você como professora de uma classe sentada em um banco no refeitório da escola onde leciona
e, olhando prazerosamente seus alunos brincarem no
pátio, observa que um de seus pequeninos está triste
debaixo de uma árvore. Vai ao encontro da criança e
começa a puxar conversa com ela e aos poucos, mas
sem deixar bem claro o porquê, a criança vai-lhe informando o que sente, sem clareza no que fala, mas
o suficiente para despertar sua curiosidade. Em dias
anteriores tem percebido esse mesmo comportamento
da criança, mas só agora ficou realmente curiosa.
Essa situação chama a sua atenção e, ao voltar para
sala de aula, passa a observar a criança e resolve também folhear seus registros e observa que a criança
não traz bons rendimentos. O que será que está ocorrendo? Desde quando percebo isso? Desde quando o
rendimento desse meu aluno caiu? O que poderá estar
associado?
Agora lhe pergunto: quantos tipos de saberes podemos perceber nesta narrativa? Será que minha primeira observação partiu de um saber racional? Ou foi
apenas um saber espontâneo? A atitude da professora ao procurar os seus registros e analisá-los e tentar
correlacionar com situações anteriores já não era um
saber racional?
Percebe a importância do saber espontâneo? Sem
ele não faríamos pesquisas, pois muitos problemas
na ciência partem de situações cotidianas, situações
vivenciadas por pessoas comuns como nós que são
aprimoradas e lapidadas pelo conhecimento racional
entregues nas mãos de cientistas, pensadores, pesquisadores, como nós educadores, como eu e você.
Paulo Freire (1997), em seu livro Pedagogia da
Autonomia: saberes necessários à prática educativa,
afirmou que “ensinar exige pesquisa” (p.32). Ele tinha razão, a investigação é processo imprescindível
do ato de ensinar. Só posso ensinar o que aprendi
e como o professor é um eterno aprendiz, estamos
pesquisando sempre em busca do desconhecido, do
novo, do criativo.
Voltaremos a Paulo Freire na próxima unidade desse instrucional. Por agora, faz-se necessário que você
entenda que estamos modelando o mundo do conhecimento com diferentes saberes, seja ele o espontâneo, nos dado pelo saber comum ou empírico, seja
pelo saber mítico ou advindo da autoridade. Ou então
pelo saber racional, o científico e o filosófico.
Acreditamos que essa parte já esteja clara, agora vamos para os paradigmas que sustentam as pesquisas.
Lembra-se dos modelos positivistas, marxistas ou fenomenológicos? Você teria condições de analisar um
estudo científico e afirmar o conceito teórico-metodológico que o pesquisador utilizou para orientar sua
investigação? Se isso ainda não foi possível, volte ao
instrucional anterior. Mas se você já tem suficiente
informação, mas se sente ainda inseguro, vamos rever
esse conteúdo, mas agora brevemente, só para “refrescar sua memória”.
O modelo positivista é próprio das ciências naturais.
É um paradigma de pesquisa que se sustenta significativamente no uso da estatística, nos dados quantitativos. É oriundo da teoria positivista de August
Comte, um grande iluminista do séc. XIX (discípulo
de Saint-Simon), que afirmava que o estado ideal de
sociedade é o positivo. Segundo o filósofo, “a característica essencial do estado positivo é ter atingido
a ciência, quando o espírito positivo supera toda a
especulação e toda a transcendência, definindo-se
pela verificação e comprovação das leis que se originam na experiência” (JAPIASSU & MARCONDES,
1990: 52). Esse modelo conceitual permitiu que as
investigações científicas, inclusive as ciências humanas e sociais utilizassem o modelo exato das ciências
naturais. Desta forma, valoriza a ciência biológica e
física, estendendo o modelo experimental e quantit-
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tivo para os fenômenos sociais, guiados unicamente
pela razão.
Os autores Maria Célia Borges e Osvaldo Dalbério,
em seu artigo Aspectos metodológicos e filosóficos
que orientam as pesquisas em educação (2007), afirmam que:
A partir dessa perspectiva, a teoria positivista, como orientadora
da ciência, elege como critério único da verdade aquilo que pode
ser comprovado através da experiência, dos fatos visíveis e positivos. Nessa concepção, surge a necessidade da prova concreta,
objetiva, clara, mensurável ou quantificável para que a academia
científica aprove como uma descoberta científica. Dessa forma,
o paradigma positivista conta com o apoio da estatística para
que as variáveis sejam objetivamente medidas. Contudo, a sua
característica mais marcante é a visão estática, fixa e fotográfica
da realidade (BORGES & DALBÉRIO, 2007: 3).
Esse modelo positivista anula qualquer abordagem
que leve em consideração a subjetividade, o julgamento
de valores, sentimentos e emoções. Preza pelo rigor
das medições, julga ser neutro, objetivo, exato e livre
de julgamentos.
Isso explica nossas atitudes e visões em relação às
pesquisas, inclusive o mito que circula entre as pessoas
comuns sobre o perfil de um pesquisador, olhar distante, óculos “fundo de garrafa”, avental branco, e voltado
para um microscópio dentro de um laboratório.
Como a abordagem qualitativa acessou o espaço
da pesquisa científica? Através dos métodos como a
fenomenologia, o marxismo entre outros.
Vejamos a fenomenologia! Oriunda da metade do
séc. XVIII, a fenomenologia é considerada uma “teoria
das aparências”. Já Edmund Husserl (séc. XX) faz da
fenomenologia uma meditação sobre o conhecimento,
“considerando que tudo que é dado à consciência, é
o fenômeno. Para ele, a consciência é intencional e
não está fechada em si mesma, mas define-se como
certa maneira de perceber o mundo e seus objetos”
(IDEM: 5).
Esse modelo na pesquisa permitiu que os pesquisadores orientados e influenciados por suas concepções
destacassem a importância do sujeito e o significado
que os fenômenos têm para esses sujeitos. O método
fenomenológico desvela o fenômeno, permite que se
vá além das aparências, pois o que tem sentido não está
no imediato, mas escondido pelo que aparece. Como
afirmam Borges e Dalbério (2007: 5), “este método não
se limita à enumeração dos fenômenos, ou à medição,
como no positivismo, mas busca a interpretação para
decifrar os sentidos menos aparentes”.
Concluindo essa síntese sobre o modelo fenomenológico na investigação científica, o estudo tem a pretensão de descrever a realidade como ela é, procurando
interpretar através da intencionalidade da consciência
e da experiência do sujeito.
Essa abordagem não possibilita generalizações ou
inferências, pois cada sujeito é um ser singular, único e provedor de seu próprio sentido. Marca como
característica a descrição exaustiva do fenômeno
observado.
Finalizando a questão paradigmática, como o marxismo influenciou as pesquisas científicas? Esta concepção parte do materialismo-dialético de Karl Marx
(séc. XX). Segundo o filósofo alemão, a sua concepção
filosófica é composta do materialismo dialético (teoria)
e o materialismo histórico (ação). Assim concebe o
processo dialético como método de investigação da
realidade social através da tese (afirmação), antítese
(negação) e síntese (negação da negação).
Nas palavras de Borges e Dalbério:
O materialismo histórico é a aplicação da teoria de Karl Marx
ao estudo da evolução histórica das sociedades humanas, pelas
quais o modo de produção dos bens materiais condiciona a
vida social, política e intelectual que, por sua vez, interage
com a base material. Marx e Engels afirmam que a história de
todas as sociedades do passado é a história da luta de classes.
Nesse sentido, no decorrer do processo histórico, as relações
econômicas evoluíram segundo uma contínua luta dialética
entre os proprietários dos meios de produção e os trabalhadores
espoliados e explorados (IDEM: 7).
As pesquisas a partir deste enfoque teórico revelam
historicidade dos fenômenos e suas relações em nível
mais amplo. Procura estabelecer relações entre as estruturas sociais, econômicas e políticas, buscando as
contradições e conflitos que emergem dessas relações.
Procura fazer através do método dialético a análise crítica e transformadora da realidade. Conseqüentemente,
denuncia as desigualdades, a exploração que se situam
na aparente sociedade igualitária.
Para finalizar os paradigmas que orientam tanto as
abordagens quantitativas quanto qualitativas, vale
ressaltar o alerta dos pesquisadores Borges e Dalbério
(2007) quanto à adoção de um modelo teórico-metodológico na pesquisa.
É importante conhecer a produção científica de um determinado
momento histórico, mas é igualmente importante destacar qual é a
pertinência e o significado das pesquisas para o desenvolvimento
social. Como decidir sobre qual a abordagem ou matriz epistêmica adotar para a orientação das pesquisas científicas? Qual delas
seria mais científica, eficiente ou apropriada? Antes, é preciso
conhecer bem as diferentes abordagens através de um estudo que
possa, com clareza, desvendá-las e contextualizá-las para, em
seguida, assumir ou adotar uma postura (IBIDEM: 8).
Agora já está bem mais claro como você irá delinear
metodologicamente seu estudo. Leia as obras de Edgar
Morin, Boaventura dos Santos, Trivinos e outros. Esses autores fazem uma contextualização dos modelos
teóricos que sustentam nossa visão arquitetônica do
mundo.
1.1 - A Monografia como Trabalho Final de Curso
O estudo monográfico costuma ser a atividade mais
exigida pela graduação e pelos cursos de especialização (pós-graduação lato sensu). É um trabalho de
pesquisa que exige tempo e dedicação. A maioria dos
estudantes de graduação se vê angustiado diante desta
tarefa, pois não adquiriu o hábito de documentar e
redigir suas observações sobre o que leram durante a
graduação. As dificuldades surgem durante as primeiras aulas do curso e vão sendo acumuladas durante o
processo de formação. A disciplina de Metodologia
do Trabalho Científico oferece subsídios para o domínio dessa capacidade de recolher material e aprofundar seus estudos, mas nem sempre os objetivos
desse conteúdo são levados a sério. Este módulo é a
ferramenta necessária para o aluno desenvolver seus
estudos, dominar os saberes e alcançar sua autonomia
como profissional da área.
O importante na elaboração da monografia é que
você goste do tema. Pois o trabalho de pesquisa é uma
tarefa árdua e cansativa. Se você não tiver nenhum interesse pelo tema, provavelmente essa atividade será
penosa e você deixará de lado ou simplesmente irá
abandoná-la.
Uma das maiores dificuldades do estudo investigativo tem sido a escolha de um tema muito vago e que
implica a superficialidade da pesquisa. É costume dos
alunos de graduação escolherem temas como Educação Especial, Aprendizagem, Formação Continuada.
São vocábulos resumidos, mas por serem muitos amplos, os alunos tendem a produzir um trabalho sem
aprofundamento, caindo no lugar comum.
Assim, o problema deve ser circunscrito no tempo e
espaço. Exemplos: A Educação Especial como Fator
de Inclusão Social, Dificuldade de Aprendizagem nas
Classes Iniciais ou A Relevância da Formação Continuada e a Qualidade do Ensino.
Vale a pena salientar que, ao escolher o tema de sua
pesquisa, procure certificar-se de que o tema é aceito pela comunidade de pesquisadores. Um tema que
você possa encontrar bases teóricas sustentáveis.
A elaboração do problema exige no mínimo um estudo exploratório sobre o tema que deseja investigar.
O aluno ansioso pelo início do trabalho de pesquisa
caminha diretamente à elaboração do problema, sem
se dar conta das variáveis que estão contidas na problemática a ser investigada. Não percebe a importância de buscar o que já existe na área, suas implicações,
já parte para sua elaboração. Isso implica afirmar que
em muitos casos essa tarefa torna-se árdua, infrutífera
e desanimadora, pois o seu desconhecimento o leva à
formulação inadequada de um problema.
Outra situação muito comum entre os graduandos é
não levar em consideração na elaboração do problema sua própria experiência na área, sua aptidão para
a tarefa, suas aspirações. Não só os fatores externos
como viabilidade de tempo, de recursos, de literatura,
como os fatores internos como os próprios de sua natureza como investigador, como profissional da área
ou emotivos.
Seu problema de pesquisa deve ser claro e preciso;
deve ser suscetível de solução, tem como coletar dados e dar a resposta ao problema? Deve ser delimitado a uma dimensão viável, isto é, guarda estreita
relação com os meios disponíveis de investigação?
Escolhido o tema-problema de sua pesquisa, procure descrever qual a trajetória intelectual que realizou
até a sua chegada. O que o atraiu neste tema-problema. Quais disciplinas na sua graduação o motivaram
e quais autores serviram como inspiração para escolha do tema-problema.
1.2 - O Projeto de Atividade como Trabalho Final de Curso
Na educação encontramos vários níveis de plano,
programas e projetos de macro ao microssistema escolar. Por sua vez, o Projeto de Ação Educativa ou
Projeto de Atividades é mais utilizado para designar
as práticas pedagógicas organizadas pela escola ou
pelos sistemas de educação. Esse projeto pode ser
considerado também
um instrumento que planeja uma ação educativa que se quer realizar; um instrumento teórico-metodológico para a transformação
da realidade. É um elemento de organização e integração da
atividade prática da instituição nesse processo de transformação
(VASCONCELLOS, apud PADILHA, 2005: 6).
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O projeto de atividade é uma nova forma de organizar e realizar as atividades profissionais. Na área
educacional, o projeto de atividade é um recurso importante para a mudança de atitudes e de alcance rápido, desde que tenha metas bem definidas, estratégias
viáveis e um bom monitoramento.
Profissionais dotados de maior autonomia para tomas decisões,
valorização do trabalho em grupo, desenvolvimento de vínculos
de solidariedade e aprendizado constante são algumas das características incentivadas pela realização de projetos de trabalho.
Em uma equipe que trabalha com vistas a realizar um projeto,
são mais importantes a solidariedade e o cuidado com a contribuição de cada um para o todo, do que os níveis hierárquicos.
A questão não é quem manda em quem, mas se o projeto está
sendo realizado.1
A tomada de decisão de criar e implementar um projeto de atividade cabe ao gerencial e este deve envolver
toda a comunidade escolar. Durante o transcorrer das
atividades escolares, é comum professores e demais
profissionais da educação estarem diante de situações
que impedem o pleno desenvolvimento das tarefas
escolares, tais como indisciplina, violência e abusos,
dificuldade de leitura, falta de relacionamentos amistosos entre alunos e entre professores, pessoal de apoio
e os alunos, desrespeito, descaso com a sua própria
história e de sua comunidade e outras situações que
dificultam e prejudicam o ambiente escolar podem ser
focos dos projetos na escola.
A elaboração de um projeto é uma previsão, deve conter um
objetivo geral, objetivos específicos, atividades, plano de implementação, monitoramento, avaliação e resultados esperados. As
atividades estarão relacionadas aos objetivos específicos, que por
sua vez deve atender o objetivo geral do projeto.2
O importante para o sucesso do projeto de atividade
é a avaliação constante. O diagnóstico é condição para
que o projeto possa atender aos objetivos finais.
O projeto de atividades é desenvolvido para atender
uma necessidade do momento, por exemplo: uma escola
vive um cenário de violência contra o patrimônio escolar.
Levando em consideração o poder da escola de propulsionar a mudança social, é necessário mudar as atitudes dos
alunos, tornando-os mais comprometidos com a instituição em que estudam, respeitando o que pertence a todos.
Para isso, professores e direção resolvem elaborar uma
atividade semestral com trabalhos individuais e coletivos,
envolvendo apenas os alunos, divididos por turma. Em
estágio superior, o projeto também visa o envolvimento
e participação da comunidade daquela escola e externa
a ela. O planejamento do projeto de atividades deve ser
elaborado, que normalmente fica sob responsabilidade
da equipe pedagógica da escola em parceria com os professores, os quais se encarregam de realizar as atividades
de acordo com o cronograma estabelecido. É importante
destacar que todos os profissionais encarregados de dar
andamento ao projeto de atividades estabelecido, visando
à constante avaliação, devem sempre registrar suas experiências e documentar os êxitos, resistências e impasses
encontrados durante a realização das atividades.
1.3 - O Artigo Científico como Trabalho Final de Curso
Segundo Santos (2001: 131), o artigo científico é um
“estudo reduzido, mas completo, quanto aos assuntos
tratados. Não é um livro, mas pode constituir parte
dele. É o resultado de pesquisa, porém reduzida”.
É feito quando se conhecem controvérsias sobre determinado
assunto. Tema antigo é apresentado novamente de forma diferente, nova, podendo questionar, refutando-o, ou não, quando se
tratar de material de pesquisa que seja em pequena quantidade.
Ser a linguagem técnica, clara, objetiva, correta e simples.
Equilíbrio, unidade, honestidade, exatidão, imparcial, inédito,
original. Linguagem ao promédio (ao nível) do público-alvo
(SANTOS, 2001: 131).
Da mesma forma que uma pesquisa científica, o artigo
estrutura-se da seguinte forma:
• Abstract (opcional): é este resumo numa língua
estrangeira, de preferência em inglês.
• Introdução: apresentação do assunto, sua relevância,
objetivos, questões norteadoras.
• Desenvolvimento: a idéia deve ser defendida fundamentada em teorias. Quando se tratar de um trabalho
de campo, deve apresentar o estudo realizado e suas
análises.
• Conclusão: deve sintetizar as idéias, ser claro e
objetivo.
• Referências: toda a literatura utilizada, como
qualquer outro material que por ventura tenha sido
referenciado durante seu trabalho.
• Resumo: deve ser breve e oferecer uma idéia clara
do que será tratado.
1
2
Extraído do site http://projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index¬¬_arquivos/Page2329.htm. Acesso em 20/05/2008.
http://www.protagonismojuvenil.org.br/portal/cfp.asp. Acesso em 29/05/2008.
Exercícios de Auto-avaliação
1) Identifique as partes que compõem uma pesquisa no resumo abaixo.
Avaliação da Aprendizagem de Ética em Curso de Formação de Professores de Ensino Fundamental
Maria Judith Sucupira da Costa Lins, Paulo Ruas Santos, João Eduardo Bastos Malheiro de Oliveira, Monique Marques Longo, Edson Seidi Miyata e Juliana Viana Mählmann Muniz Dantas.
Resumo:
Professores não se sentem sempre confiantes em relação aos tópicos de Educação Moral que ensinam às
crianças no Ensino Fundamental. Por este motivo decidimos conhecer como e o que futuros professores nos
cursos de Ensino médio de formação dos professores no Brasil aprendem sobre Educação Moral. De acordo
com a lei educacional brasileira (9394/96) a Educação Moral deve ser ensinada como Tema Transversal. Não
há uma disciplina especial para este assunto na escola. Educação Moral é chamada de Ética e deve ser aprendida por meio de todas as disciplinas escolares. Esta pesquisa teve como objetivo descobrir como é ensinado
e como estes estudantes entendem Educação Moral. O estudo de Alasdair Maclntyre sobre Virtude foi a base
teórica. Foi pedido aos estudantes que falassem sobre o significado das virtudes e respondessem a questões
escritas e orais. Pediu-se que dessem conceitos de família, Escola e País e que descrevessem a si próprios em
diferentes situações. A metodologia da “Escuta Sensível” de René Barbier foi escolhida e os dados foram estudados de acordo com a análise de Laurence Bardin. Resultados mostram que os estudantes estão interessados
na formação em Educação Moral, embora haja diferentes problemas concernentes à aprendizagem de ética.
Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.15, n.55, p.255-276, abr./jun.2007.
a. Problema:
b. Objetivo:
c. Base Teórica:
d. Base Metodológica:
e. Instrumento e Procedimento de Coleta de Dados:
f. Resultados:
2) Procure artigos científicos em revistas de Educação ou em sites e faça uma análise da estrutura que compõe esse artigo. Isto possibilitará que você compreenda as partes constitutivas de um artigo, além de fornecer
conhecimento teórico sobre o assunto de sua área.
3) Procure em sites indicados abaixo alguns projetos realizados na área educacional e analise-os.
www.tecnologiadeprojetos.com.br
www.furnas.br
http://fundacaopontofrio.com.br
http://escoladosaber.xpg.com.br/projetos.htm
Atividades Complementares
Escolha um artigo científico na área de Educação e tente identificar as etapas de pesquisa. Isto permitirá que
você exercite a sua capacidade de análise dos trabalhos de pesquisa. Crie a estrutura da pesquisa que está descrita no artigo.
Leituras Sugeridas
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LÜDORF, S. M. A. Metodologia da pesquisa: do projeto à monografia. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
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UNIDADE II
O PROJETO DE PESQUISA E O PROJETO DE
ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO
No final do curso de graduação, é comum o aluno
encerrar esta fase acadêmica com a elaboração de
uma pesquisa, seja teórica, teórico-empírica ou experimental. Esta atividade científica nem sempre é vista
pelo aluno como algo fácil de realizar, ao contrário,
cansativo, dispendioso, complexo demais e de difícil
execução.
Já no Brasil foi publicada a Resolução 196, de 16 de
outubro de 1996 que orienta sobre:
Nas primeiras aulas, a idéia de pesquisa como algo
inacessível e difícil de realizar deve ser desmoronada.
A tarefa de pesquisa surpreende o estudante logo após
a operacionalização do projeto. A idéia que seria um
“parto” acaba se tornando uma aventura prazerosa e
criativa.
Não resta dúvida quanto a ser dispendioso, pois exige tempo e dedicação e recursos para sua realização,
além do que implica algumas questões éticas que devem ser bem esclarecidas.
Algumas pesquisas de campo têm como foco o fenômeno humano; fazem uso como universo da investigação o ser humano, por isso, o compromisso ético
deve nortear o estudo científico.
As áreas humana e social devem assumir responsabilidades quanto aos resultados de suas pesquisas,
tendo em vista a aquisição de benefícios dos envolvidos no estudo. Teixeira (2007) afirma que
A partir dessa resolução é necessário que o pesquisador obtenha o consentimento esclarecido, documento
elaborado em uma linguagem acessível, clara e objetiva sobre o teor do estudo e que deverá ser assinado
pelo informante ou responsável, caso seja menor ou
deficiente.
É recomendável que redija uma Carta de Apresentação oficializando junto às instituições a realização da
pesquisa e junto à carta uma Declaração de Aceite,
assinada por um membro da direção da instituição.
São cuidados que fazem parte da atividade do pesquisador, entre outros. A história humana apresenta inúmeros casos de abusos, desrespeito à dignidade humana
em nome da ciência, como as pesquisas nos campos
de concentração nazistas durante a Segunda Guerra
Mundial e o estudo da sífilis no Alabama, EUA.
O estudo na área humana e social no mínimo deve ter
em mente a preocupação em contribuir com os resultados da pesquisa àqueles que dela fizeram parte. Isso
demonstra a relevância do estudo, o impacto desses
resultados. Que contribuições podem levar as pessoas
envolvidas no estudo? Assim torna-se imprescindível
o retorno dos resultados da pesquisa ao grupo que
participou do estudo, a fim de que possa se beneficiar
de alguma forma, promovendo o desenvolvimento
social, econômico, emocional ou qualquer outra dimensão humana.
Esse alcance ético exige uma atitude crítica durante
todo o percurso investigativo, analisando todos os
processos metodológicos e teóricos do estudo, a fim
de não causar nenhum tipo de constrangimento ou
malefícios aos participantes.
não dá mais para entrar e sair de escolas, salas de aula e residências sem explicar nossos objetivos, intenções e métodos de
pesquisa bem como sem contribuir com aqueles que participam
dando informações, às vezes pessoais, às vezes profissionais, para
que possamos concluir nosso estudo (TEIXEIRA, 2007: 157).
Após a Segunda Grande Guerra, foi estabelecido
em 1947 o Código de Nurembergue, que instituiu a
obrigatoriedade do consentimento do participante de
pesquisa clínica. Já em 1964 foi redigida a Declaração
de Helsinque pela Organização Médica Mundial e em
1982 foram redigidas as Diretrizes Internacionais para
Pesquisa Biomédicas envolvendo seres humanos, tendo
como última revisão em 1993.
a) os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos; b) a
exigência do consentimento livre e esclarecido dos participantes
da pesquisa; c) as normas para o protocolo de pesquisa, que exige
informações sobre a pesquisa (projeto de pesquisa) e sobre os
sujeitos do estudo. (IDEM: 158).
2.1 - Localização das Fontes Através da Consulta a
Bibliotecas, Livrarias e à Internet
Freqüentemente o aluno nesta fase fica limitado à
biblioteca da instituição onde estuda ou mesmo à internet, devido ao desconhecimento das possibilidades
que esse espaço virtual possa oferecer.
Já é preocupante ao seu orientador quando o aluno
chega para suas primeiras orientações sem uma suficiente bagagem teórica. Isto implica afirmar que o
aluno não fez um levantamento bibliográfico adequado
para a elaboração do problema. Caso o fizesse já teria
um número razoável de literatura sobre o tema.
Se você está iniciando a coleta de informações ou
mesmo buscando literatura na fase dos estudos exploratórios, procure na biblioteca as literaturas a partir do
assunto a ser pesquisado, isto quando você não tem
referência nenhuma sobre o assunto. Dificilmente você
se verá nessa situação.
A leitura de um artigo já dará condições ao aluno
de buscar mais literaturas a respeito do tema, basta
buscar na referência as fontes utilizadas pelo autor.
A ida à biblioteca será muito mais produtiva quando
você já tem uma lista dos autores recolhidos através
das leituras.
Procure explorar todos os recursos que a biblioteca
possa oferecer; uma biblioteca é constituída de livros,
folhetos, obras de referência (dicionários, enciclo-
pédias etc.), teses, publicações periódicas (anuários,
revistas, jornais), multimeios (mapas, fitas de vídeo,
CD-ROM, disquetes) e outros que estão à disposição da
comunidade acadêmica e da comunidade em geral.
Outro espaço ideal para a busca das fontes de pesquisa
é a livraria, mas não são todas as pessoas que sabem
lidar com os recursos oferecidos por elas. Procure um
vendedor, ele te auxiliará e depois proceda da seguinte
forma para verificar se a obra que está comprando
atenderá os objetivos de sua pesquisa: leia as orelhas
do livro, aqui você obterá informações úteis tanto da
obra quanto do autor; leia, em seguida, o sumário e
faça uma avaliação. Se ainda está indeciso se a obra
vai ou não contribuir com seu trabalho investigativo,
leia a introdução. Esta parte do livro oferecerá uma
ampla idéia do que se trata e como o autor direcionou
suas idéias a respeito do tema. Então, não dispense a
leitura prévia da obra, pois oferecerá subsídios para a
seleção do material teórico.
2.2 - O Levantamento das Fontes Primárias e Secundárias
ao Problema da Pesquisa ou da Atividade Educacional
Esta é uma tarefa que requer certos cuidados. Muitos alunos por serem inexperientes como pesquisadores acabam por enveredar-se em armadilhas. Não que
elas existam com o propósito de prejudicar o trabalho
do pesquisador-aluno, mas pelo desconhecimento
deste sobre as diferentes literaturas existentes, o aluno acaba por recorrer às literaturas de fácil entendimento, àquelas que procuram interpretar determinadas idéias de autores. Isto acaba por comprometer a
cientificidade do trabalho científico.
Explicando mais claramente essa fase, o aluno deverá ter o cuidado na escolha das fontes principais que
embasaram cientificamente seu trabalho. É preferível
que vá a fonte original do que as fontes secundárias.
Estas últimas costumam não representar fidedignamente as idéias dos autores das fontes originais. Nada
melhor que ler os livros de Karl Marx, por exemplo,
do que o que se escrevem sobre ele e suas teorias.
Assim, procure elaborar uma base sólida e confiável para sustentar seu problema de pesquisa. Isto não
quer dizer que terá que excluir as fontes secundárias,
elas são também muito importantes, mas é preciso
que você saiba claramente as idéias contidas nas fontes originais ou primárias.
É preciso que você saiba avaliar a qualidade de uma
fonte secundária. Procure verificar as referências utilizadas pelo autor da fonte secundária. Ele refere-se a
outras fontes secundárias? Isto se torna um grande perigo, pois você poderá estar subsidiando seu trabalho
investigativo com fontes muitas vezes tendenciosas,
sendo assim, não confiáveis.
Isso não quer dizer que todas as fontes secundárias
não são confiáveis! Você deverá ter a capacidade crítica para avaliá-las. Muitas vezes as fontes secundárias
são excelentes para nortear os trabalhos, oferecendo
dicas significantes para o desenrolar dos estudos. O
que deve ser observado é que um trabalho de pesquisa
não pode ser reduzido a fontes secundárias.
2.3 - A Fase do Processo de Pesquisa Científica: os Principais
Capítulos – o Problema, a Fundamentação Teórica, a
Metodologia, os Recursos, o Cronograma e o Orçamento
O trabalho de pesquisa requer uma postura de seriedade e comprometimento, além de muita disciplina e domínio das técnicas de documentação. Muitas
monografias caem na superficialidade teórica devido
à impaciência, inexperiência e falta de tempo e dedicação de seus autores.
O estudo exploratório é condição para quem ainda
não domina o assunto a elaborar e delimitar o problema de estudo. Quando o pesquisador se propõe a problematizar, é necessário uma gama de conhecimento
adquirido, ou pela sua própria experiência no assunto,
ou pela coleta e documentação da literatura pertinen-
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te. Aventurar-se na formulação do problema sem esta
base é como enfrentar os mares sem instrumentos de
navegação: você fica à deriva.
Esse conhecimento teórico é adquirido nas leituras
de livros, revistas científicas, jornais, materiais eletrônicos, entrevistas com pessoas da área e sua documentação. Os meios de comunicação nos oferecem
um variado campo para pesquisa, o importante é saber lidar com as informações disponíveis e selecionar
aquelas que realmente têm um valor científico.
Neste momento você deve usar sua capacidade de análise crítica e seu prévio conhecimento para avaliar o grau
de profundidade e seriedade dos materiais coletados.
Muitos são aqueles que nos oferecem idéias discordantes, dados ultrapassados. Todo cuidado é pouco! Maior
atenção às fontes secundárias, pois pode ocorrer que a
análise que o autor tenha feito das fontes principais não
seja a interpretação mais adequada.
Atento a esses detalhes importantes, o aluno já poderá elaborar as partes que constituem seu projeto de
pesquisa, o problema, a fundamentação teórica, a metodologia, recursos, cronograma e orçamento.
O problema é a “alma” do projeto. Se ele não estiver
claro, bem definido, delimitado, o estudo ficará “truncado”, não desenvolverá plenamente e o pesquisador
tende a desistir de sua tarefa. No entanto, realizado com
eficiência o estudo exploratório, o aluno não terá mais
dúvida quanto o que realmente deseja pesquisar. Diante
do assunto vasto, o pesquisador saberá o que irá pesquisar, ele saberá delimitar a área na qual navegará.
Você deverá levar em conta, para a escolha do tema,
sua atualidade e relevância, seu conhecimento a respeito, sua preferência e sua aptidão pessoal para lidar
com o tema escolhido. Leve em consideração as observações de seu cotidiano, seja pessoal, como aluno,
seja como profissional. Procure conhecer as linhas de
pesquisa de seu curso, fale com especialistas da área,
procure os professores que desenvolveram essa temática em sala, eles poderão oferecer boas bases teóricas
para que você possa delimitar seu assunto e assim elaborar o problema. Verifique se este problema pode ser
de possível solução, observe se ele pode se tornar um
problema científico.
Exemplo de tema: A Educação da Mulher: a perpetuação da injustiça.
Exemplo de problema: A mulher é tratada com
submissão pela sociedade.
Elaborado o problema, justifique sua relevância, a
importância desse estudo. Procure desenvolver com
suas próprias palavras. Pergunte a você mesmo: o
tema é relevante e, se é, por quê?
Quais os pontos positivos que você percebe na
abordagem proposta? Que vantagens e benefícios
você pressupõe que sua pesquisa irá proporcionar? A
justificativa deverá convencer quem for ler o projeto,
com relação à importância e à relevância da pesquisa
proposta.
Em seguida, construa os objetivos, gerais e específicos. Os objetivos devem estar coerentes com a justificativa e o problema proposto. O objetivo geral será
a síntese do que se pretende alcançar, e os objetivos
específicos explicitarão os detalhes e serão um desdobramento do objetivo geral. Os objetivos informarão para que você está propondo a pesquisa, isto é,
quais os resultados que pretende alcançar ou qual a
contribuição que sua pesquisa irá efetivamente proporcionar.
Construídos os objetivos, passamos para as questões
de estudo e as hipóteses. Esse item deve estar diretamente relacionado aos objetivos.
As questões de estudo são questões menores que deverão ser elaboradas e que estão contidas na questão
maior, isto é, o problema de estudo. É profundamente
orientadora do trabalho do investigador. Esta orientação é necessária especialmente quando se tem pouca
experiência como pesquisador.
A questão de pesquisa deve reunir algumas condições que permitem não ter dúvida alguma sobre o
que ela significa: precisão, clareza, objetividade etc.,
e deve servir aos propósitos manifestos e latentes da
pesquisa. A questão de pesquisa parte das idéias colocadas na formulação do problema e dos objetivos da
investigação.
Exemplos de questões de estudo:
• Qual o histórico do papel da mulher na sociedade?
• Qual a influência do poder da religião?
• Como é o processo de educação da mulher através
do tempo?
• Qual o papel da mulher na família?
Hipóteses são suposições colocadas como respostas
plausíveis e provisórias para o problema de pesquisa. As hipóteses são provisórias porque poderão ser
confirmadas ou refutadas com o desenvolvimento da
pesquisa. Um mesmo problema pode ter muitas hipóteses, que são soluções possíveis para a sua resolução. A(s) hipótese(s) irá(ão) orientar o planejamento
dos procedimentos metodológicos necessários à execução da sua pesquisa. O processo de pesquisa estará
voltado para a procura de evidências que comprovem,
sustentem ou refutem a afirmativa feita na hipótese.
A hipótese define até aonde você quer chegar e, por
isso, será a diretriz de todo o processo de investigação. A hipótese é sempre uma afirmação, uma resposta possível ao problema proposto.
na execução da pesquisa. Para tal, o pesquisador deve
estar certo da compatibilidade entre o objeto de estudo e o tipo de pesquisa e o enfoque teórico-metodológico a serem utilizados.
Exemplo de hipótese: A sociedade patriarcal, representada pela força masculina, exclui as mulheres
dos processos decisórios.
Após elaborar as questões de estudo e as hipóteses, o
projeto requer que esclareça alguns vocábulos próprios
de uma determinada área, assim é necessário que construa o item “Operacionalização dos Termos”. Este item
somente se faz presente quando necessário, caso o estudo contenha uma linguagem bem específica.
Freqüentemente os trabalhos de comunicação científica empregam termos especializados ou palavras do
vocabulário comum que requerem definição prévia
para não confundir o leitor. É necessário também definir todos os neologismos que porventura empregará
em seu trabalho.
Parte inicialmente de definir o tipo de pesquisa a ser
realizado. Veja o quadro-síntese apresentado no instrucional anterior, Metodologia da Pesquisa Científica.
O pesquisador deve esclarecer com a máxima precisão o que significam os termos básicos utilizados. A
ausência de uma definição clara pode causar confusão
e sobreposição no uso dos mesmos. “Definir é fazer
conhecer o conceito que temos a respeito de alguma
coisa, é dizer o que a coisa é, sob o ponto de vista da
nossa compreensão” (RUDIO, 1986: 25).
A fundamentação teórica apresenta os conceitos,
idéias que irão alicerçar seu estudo e que se encontram nas literaturas que irá buscar, seja nos livros, revistas científicas ou artigos. É o suporte teórico para
os estudos, análise e reflexões sobre os dados e/ou
informações coletadas. A fundamentação teórica não
deve se constituir em um “resumo” de obras lidas,
mas, sim, em uma apresentação das idéias presentes
nas obras estudadas, mostrando a relação que possuem com o tema pesquisado. Por meio dela, formulam-se os conceitos envolvidos.
A metodologia consiste num relato detalhado dos
procedimentos que planeja realizar para resolver o
problema proposto. Cada objetivo específico deverá
estar contemplado na metodologia, constituindo uma
descrição dos passos e técnicas que serão utilizados
Após esclarecer a natureza da pesquisa, o aluno deverá definir claramente a população a ser pesquisada.
Para isto apresente as características gerais dos participantes da pesquisa e no caso de utilizar amostra, esclareça como foram selecionados esses participantes,
justificando o tipo de amostragem.
Apresente, em seguida, os instrumentos e procedimentos utilizados para coleta de dados. Serão eles,
entrevistas, filmagem, aplicação de questionários,
formulários, dinâmicas. De que forma você coletará
os dados de campo necessários e como o fará?
E, ainda na metodologia, deverá explicar como fará
o tratamento dos dados coletados. O pesquisador deve
apresentar uma breve descrição do modo de organização das informações encontradas (em seus aspectos
significativos reunidos em categorias de análise e/ou
nos aspectos quantitativos, estatísticos).
Encerrando seu projeto, deverá apresentar a parte
pós-textual que se refere aos recursos humanos e materiais, o cronograma e o orçamento.
Os recursos humanos são os técnicos e pessoal de
apoio que ajudarão na realização da pesquisa. Enquanto que os recursos materiais são os permanentes
e de consumo.
O cronograma é o planejamento das atividades que
serão desenvolvidas em cada etapa da pesquisa. Deverá ser estruturado em meses e em semanas, contemplando a apresentação e a defesa do trabalho (alguns
itens podem ser desenvolvidos em datas sobrepostas).
A elaboração e o cumprimento do cronograma são essenciais para que o trabalho se desenvolva no tempo
estipulado.
Exemplo de cronograma:
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O orçamento deve ser apresentado num quadro,
contendo a quantidade, valor unitário e valor total,
inclusive a mão-de-obra dos profissionais que deve-
rão trabalhar na pesquisa. Ver instrucional anterior de
Metodologia da Pesquisa Científica.
2.4 - A Fase de Implementação de um Estudo Científico: a
Coleta de Dados, o Aprofundamento da Revisão da Literatura,
a Análise e Interpretação dos Dados
O aprofundamento da revisão de literatura, nada
mais é que ampliar o conhecimento teórico já exposto
na fundamentação teórica, apresentada no projeto de
seu estudo de pesquisa. Após ter definido claramente
o problema, construído os objetivos e elaborado as
questões de estudo e/ou as hipóteses, já no projeto,
você deverá aprofundar na literatura encontrada nas
bibliotecas, internet, indicações de seu orientador e
professores. A documentação dos materiais recolhidos se tornarão os capítulos teóricos de seu estudo.
Este momento você deverá responder às questões de
estudo e/ou hipóteses. Lembre-se que a autonomia é
imprescindível, isto não quer dizer que você não poderá fazer uso das citações. Mas não exagere! Procure
desenvolver suas idéias sempre iluminadas pelas teorias dos autores que selecionou como marco teórico
de sua investigação.
Dado conta dos capítulos teóricos, é hora de caminharmos para as etapas seguintes de um estudo científico, em particular, o estudo monográfico. Na introdução você já esclareceu a metodologia a ser usada, isto
é, a população escolhida para ser pesquisada, se vai
ou não trabalhar com amostra, os instrumentos e procedimentos para coleta de dados e o seu tratamento.
Sendo assim, o passo seguinte é coletar os dados
com aqueles instrumentos já mencionados na sua introdução. Os principais instrumentos de coleta de dados são: questionários, entrevistas e observações.
No instrucional anterior (Metodologia da Pesquisa
Científica), apresentamos as vantagens e desvantagens de cada instrumento. Agora procuraremos explicar como proceder corretamente a fim de tornar
eficazes esses instrumentos e coletar o maior número
significativo de dados para alcançar os objetivos específicos de seu estudo.
Veja que estamos relacionando o uso do instrumento
na coleta de informações que possa dar conta dos objetivos operacionais, também chamados específicos.
Quando você elabora seu projeto, o que quer dizer
que você constrói um planejamento do que irá realizar durante o seu processo de pesquisa, a escolha do
instrumento e o procedimento com o qual irá aplicar
são essenciais para o sucesso da pesquisa.
Costumo dizer aos meus alunos que um bom projeto
é um determinante para o êxito do estudo científico.
Assim, tanto o problema deve ser claro, objetivo e
passível de cientificidade, quanto os objetivos devem
estar relacionados com as questões de estudo e/ou hipóteses, quanto à escolha do instrumento e o procedimento para coletar as informações necessárias para
responder tanto a esses objetivos, quanto às questões
a eles relacionados.
No projeto de pesquisa você apenas mencionou o
que iria utilizar, agora, já na fase de implementação,
você irá aplicá-los tomando os devidos cuidados. Não
esqueça de fazer um pré-teste a fim de verificar se os
instrumentos realmente atendem aos objetivos específicos. Muitos alunos incorrem no erro de elaborar o
questionário sem antes dar conta do projeto, assim o
instrumento nem sempre responderá aos objetivos.
Recolhidos os dados é o momento de analisá-los e
interpretá-los à luz das teorias apresentadas nos capítulos teóricos, já mencionado anteriormente. Existem
diversos tipos de tratamento, isso dependerá do enfoque que norteará sua pesquisa: quantitativo, qualitativo ou quanti-qualitativo.
No enfoque quantitativo você poderá escolher a
análise que melhor der conta de seus objetivos, tais
como análise estatística, fazendo uso de tabelas e gráficos; análise de conteúdo, cujo objetivo é a busca do
sentido ou dos sentidos de um texto.
A análise de conteúdo sempre é feita sobre a mensagem, seja ela
uma novela, uma nota diplomática, um editorial, um diário ou um
discurso. Os resultados da análise de conteúdo, porém, podem
ser usados para gerar inferências sobre todos os elementos do
processo de comunicação (FRANCO, 1994: 167).
Continuando as idéias de Franco (1994),
produzir inferências, em análise de conteúdo, tem um significado bastante explícito e pressupõe a comparação de dados,
obtidos na leitura do discurso, com os pressupostos teóricos de
diferentes concepções de mundo e com a situação concreta de
seus produtores ou receptores. Situação concreta que se expressa
nas condições de sobrevivência e na situação de classe de ambos
os elementos, acrescida do movimento histórico e contextual da
produção e/ou da recepção (IDEM: 170).
Vale lembrar que a análise de conteúdo não é apenas
um tratamento de dados do enfoque quantitativo, mas
também muito utilizado pelo enfoque qualitativo.
A análise de conteúdo nas palavras de Minayo (1998:
203) “visa – ainda que de formas diversas e até contraditórias – ultrapassar o nível do senso comum e do
subjetivismo na interpretação e alcançar uma vigilância crítica frente à comunicação de documentos [...]
entrevistas ou observação”.
Se você estiver, por exemplo, aplicando entrevista
aos professores sobre sua práxis docente e a relação
com a sua formação acadêmica, poderá seguir os
seguintes passos:
1. Leitura panorâmica das redações;
2. Leitura detalhada das redações;
3. Busca dos fragmentos das falas por tema;
4. Distinção das falas significativas, grifando-as;
5. Recorte das falas;
6. Leitura de cada fragmento cortado;
7. Classificação de cada fala em categorias a partir
da questão norteadora;
8. Ordenação das categorias em unidades temáticas;
9. Análise estatística ou interpretação relacionando
os conceitos apresentados nos capítulos teóricos e o
conteúdo das entrevistas.
Já a análise do discurso é própria do enfoque qualitativo, busca
realizar uma reflexão geral sobre as condições de produção e
apreensão da significação de textos produzidos nos mais diferentes campos: religiosos, filosófico, jurídico e sociopolítico.
Ela visa a compreender o modo de funcionamento, os princípios de organização e as formas de produção social do sentido
(IDEM: 211).
Para Aragão (2005: 20),
O discurso constitui realidades. Não é a “fala” dos entrevistados,
no seu aspecto lingüístico, que tentamos ouvir e, sim, o que o
discurso enuncia. Buscamos as regras de constituição dos discursos neles mesmos. Melhor dizendo, pretendemos apreender
e analisar não a “fala” como coisa dita, mas tentamos procurar
as múltiplas determinações que levam os sujeitos pesquisados a
fazer determinadas afirmações.
A unidade de um discurso constitui-se a partir de um jogo de
regras que conectam enunciados dispersos e que a faz emergir.
O discurso, então, englobará um conjunto de enunciados, mas
não de enunciados quaisquer e, sim, daqueles que provêm dessa
formação discursiva (ARAGÃO, 2005: 20).
No enfoque qualitativo podemos utilizar a análise
hermenêutica-dialética, no intuito de buscar a compreensão de sentido que se dá na comunicação entre
os homens.
Minayo (1994: 231) aponta que o método hermenêutico-dialético é o “mais capaz de dar conta de uma
interpretação aproximada da realidade. Ele coloca
a fala em seu contexto para entendê-la a partir do
seu interior e no campo da especificidade histórica e
totalizante em que é produzida”.
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2.5 - O Projeto de Atividades de Planejamento
Um projeto pretende atingir uma população-alvo
prioritária ou primária podendo também beneficiar
uma população-alvo secundária.
Objetivo Geral
É a ação mais distante, a mais longe, o ponto de partida para todas as ações do projeto.
Objetivos Específicos
São as respostas desejadas da população-alvo, devem prever resultados quantificáveis. Define o tempo; o número de pessoas e a faixa etária.
• Responde às perguntas: O que? Quando? Quanto?
• A quem pertence a ação do verbo? Resp.: a população alvo do projeto, não a instituição.
• Resultado: mudança e ou benefício que se deseja
ou se propõe para a população alvo.
• Mudanças: conhecimento 75% (ou mais); atitude
50% (mais ou menos); comportamento 25% (ou menos) religião, conceitos sociais.
• Os resultados esperados estão diretamente lincados aos objetivos específicos.
Não confundir objetivos específicos com resultados.
Plano de Implementação
Ações para se alcançar determinado objetivo espe-
cífico, identifica o tempo de execução de cada atividade.
Monitoramento e Avaliação
São os indicadores, medidas operacionais para realização de uma atividade ou de um objetivo específico.
Permitem medir o grau de alcance do resultado.
• Passos necessários para a realização de uma atividade que se sustenta com base em dados quantificáveis.
Resultados Esperados
Acontecem a partir dos processos estabelecidos para
a realização de uma atividade.
• Quantificam o resultado da atividade na população-alvo.
• Instrumento que atesta a execução da atividade e
que define formas de comprovar o efeito conseguido
na população-alvo.
Processo de Gestão de Projetos
1. Planejamento
2. Programação
3. Execução
4. Monitoramento
5. Avaliação
Exercícios de Auto-avaliação
1) Formule objetivos que correspondam a determinado problema de pesquisa. Em seguida, a partir desses
objetivos, elabore itens para um questionário. (GIL, 1999: 138)
2) Analise as vantagens e desvantagens do uso do gravador na entrevista. (GIL, 1999: 127)
3) Identifique habilidades requeridas para que uma pessoa possa conduzir entrevistas adequadamente. (GIL,
1999:127)
4) Estabeleça categorias que possam servir para a observação da variável agressividade numa partida de futebol. (GIL, 1999: 116)
Atividade Complementar
Leia os textos abaixo, escolha um resumo e elabore a primeira parte (problemática) de um projeto, depois
envie ao tutor para que ele possa analisar a viabilidade do projeto e sua relevância.
Resumo 1:
Avaliação do impacto da escola especial e da escola regular na inclusão social e familiar de jovens portadores
de deficiência mental profunda
Jorge Humberto Nogueira*
David António Rodrigues**
Os jovens com deficiência intelectual acentuada permanecerão isolados na sua vida futura se não tiverem
oportunidades de participação nos diversos aspectos do funcionamento da sociedade. A escola desempenha um
papel fundamental na promoção da inclusão social de todos os seus alunos, existindo a necessidade de planificar o acesso a actividades sociais extra-escolares, contextos diversificados, relacionamentos significativos e
ao lazer. Efectuámos um estudo de caso comparativo entre dois grupos com cinco alunos cada, entre os 11 e
os 15 anos, com deficiência mental profunda, em que um sempre frequentou o ensino regular, e o outro sempre esteve numa instituição de educação especial. Procurámos compreender a rotina diária fora da escola, as
oportunidades de interacção e a diversidade de actividades e locais a que têm acesso; no sentido de verificar se
o modelo educativo que frequentam pode influenciar a inclusão comunitária e proporcionar um melhor apoio
às famílias. Os dados sugerem não haver vantagem de qualquer dos modelos, embora se verifiquem benefícios
para a vida familiar no grupo a frequentar a escola regular de residência, não se confirmando o argumento de
que as escolas especiais facilitam a vida diária e oferecem melhores serviços e apoio aos pais. Emergem ainda
fortes indicadores de isolamento comunitário e passividade destes jovens, devido ao elevado tempo de permanência em casa e à limitação dos relacionamentos para além do núcleo familiar. Verificam-se grandes lacunas
nas oportunidades de socialização e de participação em actividades e contextos, não havendo programas das
escolas ou de serviços locais, que promovam a inclusão social ou o apoio familiar.
Palavras-chave: Inclusão Social. Deficiência Mental Profunda. Escola Especial. Escola Regular.
* Mestre em Educação Especial pela Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa.
Portugal.
** Professor Agregado da Universidade Técnica de Lisboa, Portugal.
Fonte: http://coralx.ufsm.br/revce/index.htm. Acesso em 20 maio 2008.
Resumo 2:
A satisfação profissional, as relações interpessoais e a auto-estima do professor
Cláudia Terra do Nascimento*
Vantoir Roberto Brancher**
Valeska Fortes de Oliveira***
Este artigo pretende trazer reflexões – experenciais e teóricas – sobre a auto-estima docente, centrando tal
reflexão na importância da mesma para a satisfação profissional do professor, considerando a lógica da sociedade contemporânea como um dos elementos que pode levar o professor a ter problemas em sua auto-estima.
Procura mostrar a relação que existe entre auto-estima docente e discente, bem como o papel do professor na
construção saudável da auto-estima dos seus alunos. Para tanto, apresenta, primeiramente, uma experiência
realizada com professor da rede estadual de ensino do município de Júlio de Castilhos - RS, através de uma
vivência realizada pelo GEPEIS (Grupo de Estudo e Pesquisa sobre Imaginário Social), a qual buscou trabalhar
com a auto-estima docente. Em um segundo momento, traz as reflexões teóricas que fundamentaram a prática
concretizada. Nesse momento, apresenta, no primeiro tópico, um breve resgate das conceituações de auto-estima; no segundo tópico, acende reflexões acerca da auto-estima docente; e, finalmente, no terceiro tópico, faz
um paralelo entre a auto-estima docente e a auto-estima discente, analisando o papel do professor na construção
desse constructo psicológico e social.
Palavras-chave: Auto-Estima. Relação Interpessoal. Satisfação Profissional. Formação Docente.
* Profª. Ms., Psicopedagoga, GEPEIS/UFSM;
** Prof. Ms. Subst. FUE; GEPEIS/UFSM;
*** Profª. Drª. GEPEIS/UFSM.
Fonte: http://coralx.ufsm.br/revce/index.htm. Acesso em 20 maio 2008.
Leitura Sugerida
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Atlas, 1999.
O livro MOURA, D. G. e BARBOSA, E. F. Trabalhando com projetos – planejamento e gestão de projetos
educacionais. Rio de Janeiro: Vozes, 2006, oferece conhecimentos básicos para o planejamento, gestão, acompanhamento e avaliação de projetos na área educacional. O livro está disponível em: www.tecnologiadeprojetos.com.br
Procure em alguns sites projetos que venham sendo desenvolvidos por ONGs! Veja sites de empresas que
estejam comprometidas com a ação social. São ótimas oportunidades para você também se envolver.
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Filme Sugerido
Assista ao filme Cobaia, do diretor Joseph Sargent, ano 1997. O filme retrata uma história verídica que ocorreu no sul dos Estados Unidos, em 1932. A sífilis havia se tornado uma epidemia entre as comunidades afroamericanas. Preocupados com a rapidez em que a doença se espalhava pela região, o governo decidiu criar um
programa de tratamento no único hospital negro da localidade.
Faça uma análise sobre as questões éticas da pesquisa.
UNIDADE III
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A ELABORAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA OU
PROJETO DE ATIVIDADES COM VISTAS AO TRABALHO
DE CONCLUSÃO DE CURSO
Neste módulo você encerra com a elaboração de
um projeto de pesquisa ou parte do projeto de atividade. O sucesso de seu TCC (Trabalho de Conclusão
de Curso) dependerá muito de como você irá realizar
seu projeto de pesquisa ou seu projeto de atividade.
Lembre-se que no próximo módulo você irá realizar
sua pesquisa e fechar com uma monografia ou terá
que concluir seu projeto de atividade. Assim sendo,
muito cuidado nesta fase, certifique-se de que esse
planejamento tem viabilidade técnica, recursos e os
objetivos são alcançáveis.
Quando falamos de projeto de pesquisa, tenha em
mente que todas essas etapas constituem um planeja-
mento e por isso aberto às mudanças. No entanto, se
assevere que este projeto possa ser exeqüível. Lembre-se que a documentação do material recolhido se
estende desde a formulação do problema e chega próximo à redação final da monografia.
Quanto ao projeto de atividade, é essencial que reflita sobre a relevância e mérito do projeto e isto ocorre
mediante a avaliação diagnóstica e o delineamento
do perfil da comunidade que deverá ser atingida pelo
projeto.
3.1 - A Construção dos Capítulos: o Problema, a
Fundamentação Teórica, a Metodologia, os Recursos,
o Cronograma e o Orçamento
No instrucional anterior já oferecemos a você uma
idéia do projeto de pesquisa, agora queremos que
você elabore o seu projeto, sendo assim, estamos
lhe oferecendo mais alguns subsídios teóricos para a
construção de seu trabalho científico.
Platão nas suas incursões filosóficas dizia que aquele que não tem problema não tem desejo de conhecer.
Diria que o nosso filósofo grego tinha toda razão ao
afirmar isso, pois pensando bem, veremos que só se
aventura na pesquisa aquele que tem uma pergunta a
fazer. Ou seja, tem um problema e deseja pela via do
conhecimento científico buscar uma resposta.
Vamos trabalhar com a nossa realidade. Muitos
dos estudantes de graduação em Educação já estão
no meio acadêmico como profissional e aqueles que
ainda não são profissionais do ensino estão no espaço
escolar em razão de seu estágio. Então, vamos pensar
neste espaço educacional? Vejamos situações em sala
de aula, na escola como um todo que pode nos servir
como uma matéria-prima para nossos estudos científicos. E o mais importante! A sua relevância! Visto que
os resultados evidenciados pelo nosso estudo poderão sinalizar quem está envolvido com o fenômeno à
tomada de decisões. Imagine você contribuindo com
sua pesquisa na mudança de uma situação escolar?
Como afirma os educadores/pesquisadores, os resultados de um estudo científico devem contribuir para a
resolução de um problema real, cotidiano.
Imagine você como professora das Classes Iniciais
de uma escola pública. Você tem 30 alunos em sala,
agitados, dispersivos, com grande dificuldade de
apreensão dos conteúdos que você precisa transmitir
e que eles pouca importância dão a esse conteúdo. As
avaliações oferecem o devido diagnóstico da situação.
Todos os dias se vê colocada entre a angústia de saber
que não está alcançando os objetivos do ensino e de
outro, a crença de que é possível fazer algo, de que é
necessário enxergar por outro lado esta situação.
Observa já desanimada que seus alunos durante o
recreio são alegres, se reúnem no pátio e cantam várias músicas que estão na mídia. Você se admira que
a maioria participa das brincadeiras, conhecem as letras das músicas e muitos até dançam. E, neste momento, seu olhar torna-se mais aguçado, mais atento.
Percebe que o desenvolvimento corporal-cinestésico
é bem elaborado, da mesma forma que o musical e se
lembra do que aprendeu na graduação sobre as múltiplas inteligências de Howard Gardner. E se pergunta
o que está fazendo que não trabalha teoria e prática.
Lembra-se das inserções de seus professores ao refletir com a turma a necessidade de repensar as questões
do ensino como algo compartimentado e fragmentado, dissociado da vida.
Esse recorte pode torna-se um problema de pesquisa. Está o problema instalado: será que utilizando as
artes, especificamente a música e a dança, como es-
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tratégia de ensino, os alunos melhorarão o rendimento da aprendizagem durante as aulas e, consequentemente, se apropriando deste conhecimento na sua
vida diária?
Observe que o problema de pesquisa partiu da sua
vivência e você recorreu ao conhecimento teórico
transmitido durante a sua graduação. Isso me lembra
Paulo Freire com sua majestosa expressão: “Ação,
Reflexão, Ação”. Na verdade a pesquisa educacional
prioritariamente é processo dialético. Parte das necessidades reais, busca as teorias para iluminar nossas
reflexões sobre o cotidiano escolar e ao chegar aos
resultados possibilita mudanças.
Dado o problema, seguimos para a justificativa, a
relevância do estudo. Importante salientar que uma
investigação deve ter dois elementos importantíssimos: mérito e relevância. Mérito no sentido de que
terão “todas as condições para alcançar seus propósitos. [...] significa bons recursos materiais, pessoal de competência” (PENNA FIRME, TIJIBOY &
STONE, 1990: 12).
Tereza Penna Firme e seus colegas afirmam que os
programas sociais nem sempre têm relevância, pois o
mérito não implica a relevância, mas a relevância só
mediante o mérito. Assim, como os autores afirmam
que “quando se diz que um Programa é relevante,
significa dizer que, além de meritório, ele está tendo
impacto no contexto social, satisfazendo as necessidades, cumprindo seu papel” (IDEM: 13), podemos
estender essa afirmativa à pesquisa científica, ela
pode ter mérito, mas poderá não ser relevante para
o contexto educacional, assim, procure evidenciar a
relevância de seu estudo, pois grande parte das produções acadêmicas é meritória, mas não é relevante.
Uma investigação é relevante quando os resultados
de seu estudo são impactantes; quando oferece possibilidade de mudança, está atendendo às necessidades
do grupo que escolheu para o desenvolvimento da
pesquisa. Pergunte a si mesmo se os resultados de seu
estudo deram resultados desejados pela populaçãoalvo de sua pesquisa; atendeu às necessidades educacionais? Está cumprindo seu papel à comunidade
escolar?
Já esclarecido a justificativa de seu estudo, vamos
aos objetivos.
Muitas vezes o acadêmico tem dificuldade de definir os objetivos de seu estudo, principalmente os
objetivos específicos. Costumo orientar os alunos
para pensar primeiramente nas questões de estudo e
as hipóteses, pois elas nortearão sua pesquisa, através
delas que você irá buscar tanto as teorias (fundamento teórico, no caso do projeto; quanto à revisão de
literatura, no caso da monografia) quanto o estudo de
campo, caso você se aventure na pesquisa descritiva
ou experimental.
Essa situação chama a atenção de outra dificuldade.
O aluno depois que formula o problema fica confuso,
perdido, e muitos afirma: “não sei por onde começar”. Vejo que saltou as etapas do estudo de pesquisa.
Quando estamos para elaborar o problema, surge o
assunto, que nem sempre se tornará o tema da pesquisa, mas que terá uma relação intrínseca. Vamos por
etapa?
1- Quando você resolve escolher um assunto, provavelmente esse assunto vem de uma situação vivida,
isto é, de uma experiência, seja como profissional da
educação, seja como estagiário ou mesmo como aluno. Isso já foi abordado neste instrucional.
2- É necessário que você, ao escolher o assunto,
procure literatura que possa dar mais luz teórica, isto
é, conhecimento. Leia livros, revistas especializadas,
artigos de jornais, artigos de internet (com o devido
cuidado). Expande-se mais. Essa fase chama-se Estudo Exploratório. Ora, isso me lembra a caverna de
Platão. Saia do fundo da caverna! Busque a luz do
conhecimento. Tire suas amarras!
3- Quando você realiza essa tarefa, está pronto para
a elaboração do problema, pois você documentou
todas as informações recebidas de diferentes fontes
(veja no seu instrucional de Metodologia do Trabalho
Científico). Já tem um conhecimento adquirido pela
documentação e fica mais claro delimitar seu assunto
e transformá-lo num problema de pesquisa, sucinto,
claro, objetivo e delimitado.
4- A próxima tarefa é buscar as questões menores
que deverão a partir das respostas a elas responder à
questão maior, ao problema de pesquisa. É aqui que
o aluno se vê aprisionado! Se eu tenho um problema,
preciso buscar a resposta, mas não posso ir direto a
ele, pois existem muitas etapas a serem respondidas.
As questões de estudo se referem a essas questões
menores. E quanto às hipóteses elas são suposições
que deverão ser corroboradas ou descartadas para
que eu possa chegar a uma ou mais respostas verdadeiras. É à busca do atendimento dessa etapa que o
estudo ocorre! Quem não construiu suas questões de
estudo e/ou hipóteses fica paralisado. O que fazer?
O que buscar exatamente? Por onde começar? Essas
são algumas das indagações que mais angustiam os
alunos.
5- Você percebeu que falamos primeiro das questões
de estudo e das hipóteses e só agora caminhamos para
os objetivos. Vejo, particularmente, uma maior facilidade. Isso não quer dizer que você deverá percorrer a
mesma estrada. Muitos são os caminhos para se chegar a um lugar! Assim dado as questões e/ou hipóteses, passamos a definir os objetivos. Evidentemente
que o objetivo geral já foi definido após a elaboração
do problema. Ele é de longo alcance, somente à medida que você alcançar os objetivos específicos, você
estará se aproximando do objetivo geral. Como defini-lo? Pergunte a si mesmo: o que pretendo alcançar nesta pesquisa? Procure enunciar de forma clara
e objetiva, não caia no “floreamento”, não cabe isso
na pesquisa. Segundo Lüdorf (2004: 73), “você pode
apresentar somente um objetivo geral, amplo, do tipo
‘guarda-chuva’ ou, além disso, detalhar posteriormente os objetivos específicos”. E prossegue ainda
na mesma página afirmando que “procure utilizar
verbos no infinitivo, que indiquem certa moderação
e humildade, por exemplo: discutir, analisar, estudar,
apontar, levantar, relatar, verificar etc.”.
Se analisarmos o desenho acima, veremos que todo
trabalho de pesquisa exige um problema, isto é, uma
pergunta e que essa pergunta maior será respondida à
medida que respondemos às questões menores e que
cada uma delas terá um objetivo específico. Respondidas as questões, que poderá ser teoricamente ou estender-se também ao estudo de campo, através da aplicação
dos instrumentos para coleta de informações.
(veja instrucional anterior de Metodologia da Pesquisa Científica). Você, neste momento, circunscreverá
seu problema dentro de um contexto espacial e temporal.
6. Você observará que o seu estudo aborda alguns
termos que são específicos de sua área, que nem todas as pessoas entendem esse vocábulo ou expressão
como você, pois eles próprios trazem um sentido diferenciado da linguagem comum. Assim, você deverá
esclarecer tais termos que são chamados de neologismos. O atendimento dessa necessidade no seu estudo
evitará que ocorram confusões de interpretação.
7. Fechando essa parte da problematização, elaboramos a delimitação e limitação do seu estudo. É comum que essa parte venha na introdução de seu projeto de pesquisa. Quando você elabora sua introdução
já apresenta a justificativa, sua relevância e, como já
passou pelos estudos exploratórios, tem condições de
escrever sobre o que já existe sobre o assunto. Essa
parte muitos autores chamam de “estado de questão”
Vejamos o desenho abaixo:
Apresentados a situação-problema e todo o seu entorno, vamos buscar literatura que possa subsidiar este
problema. Assim, desenvolva um capítulo oferecendo
um panorama, um cenário teórico no qual emergirá
seu estudo, são essas idéias que a priori irão servir
como arcabouço teórico no qual sustentará seu problema. A isto chamamos de Fundamentação Teórica.
Não faça simplesmente citações, faça inicialmente a
documentação de todo esse material e escreva, tenha autonomia. Sua capacidade de escrever vai lhe surpreender. Seja o autor de sua obra! E quando necessitar de um
reforço, busque as palavras dos autores, mas sem exageros! Utilize as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) sobre citações curtas, longas,
indiretas, diretas. Lembre-se que existem duas colchas
de retalho, aquela que você simplesmente costura os
retalhos e a outra que você cria a partir de retalhos formas geométricas, figuras, cenários, chamada pathcwork.
Esta é uma técnica que une tecidos com uma infinidade
de formatos variados.
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Figura 1
Fonte: http://www.fazfacil.com.br/artesanato/patchwork.html.
Acesso em 20 de maio 2008.
Figura 2
Fonte: http://aervilhacorderosa.com/images/051113_retalhos.
jpg. Acesso em 29/02/2008.
Compare a figura 1 com a figura 2. Veja que a primeira formou um quadro muito bonito, original, criativo. É sua oportunidade de criar cenários! Cenários
estes que possibilitarão a transformação, o avanço!
As conquistas, as melhorias no ensino!
Você até agora deu conta da problemática e da fundamentação teórica, o passo seguinte é a metodologia a ser
utilizada. Como fazer o estudo? Que caminhos percorrer? Na escolha de um caminho o que poderei utilizar? E
a chegada dependerá do caminho escolhido.
Recordando o instrucional anterior (Metodologia da
Pesquisa Científica), lembramos dos paradigmas que
sustentam as pesquisas sejam elas de enfoque quantitativo ou qualitativo. E chamo a sua atenção que
essa compartimentação entre enfoque quantitativo,
qualitativo ou quanti-qualitativo tem sérias críticas
de muitos epistemólogos, como Boaventura, Morin
e outros.
No entanto, sabedores dessas críticas, mas necessitando buscar as teorias filosóficas que fundamentam
tais enfoques recorremos a essa compartimentação,
mas sem em nenhum momento ficarmos presos a modelos rígidos e fragmentados.
Sinalizamos aqui aos alunos que desejam conhecer
com mais profundidade os pressupostos que sustentam essas idéias aventurar-se na filosofia, pois lá
encontrarão subsídios valiosos de compreensão dos
modelos que orientam as posturas de pesquisadores,
as metodologias e as teorias. Envolvam na seara da
Teoria do Conhecimento, é um vasto e precioso caminho de descoberta.
Voltemos à metodologia de nosso projeto. Qual o
direcionamento que irá assentar seu estudo? Ele dará
ênfase ao estudo quantitativo? Ou ao estudo qualitativo? Ou então ao estudo quanti-qualitativo? Explique
sua escolha. A priori diria que em todo estudo quantitativo está implícito a qualidade. Vejamos por quê?
Sem nos deter ao aprofundamento, visto que não é
o objetivo deste instrucional oferecer um estudo dos
pressupostos da ciência, no entanto, permitir o suficiente que o aluno vislumbre a problemática da dicotomização dos saberes e suas implicações no cotidiano do homem.
O epistemólogo português Boaventura de Sousa
Santos (1999: 37) afirma que “todo o conhecimnto
científico-natural é científico-social”. Para o cientista. “a distinção dicotômica entre ciências naturais e
ciências sociais deixou de ter sentido e utilidade. [...]
Os avanços recentes da física e da biologia põem em
causa a distinção entre o orgânico e o inorgânico,
entre seres vivos e matéria inerte e mesmo entre o humano e o não humano”, além das teorias dissipativas
de Prigogine ou as teorias sinergéticas.
3.2 - A Elaboração do Projeto de Pesquisa com a
Definição do Tipo de Estudo: Pesquisa Teórica, Teóricoempírica ou Experimental
É na fase da elaboração do projeto que o estudante
define a metodologia e neste item, na apresentação da
Metodologia, que se explica o tipo de pesquisa que
irá realizar.
Pesquisa Teórica: trata-se da pesquisa que é “dedicada a reconstruir teoria, conceitos, idéias, ideologias, polêmicas, tendo em vista, em termos imediatos, aprimorar fundamentos teóricos” (DEMO, 2000:
20). Esse tipo de pesquisa é orientada no sentido de
reconstruir teorias, quadros de referência, condições
explicativas da realidade, polêmicas e discussões
pertinentes. A pesquisa teórica não implica imediata
intervenção na realidade, mas nem por isso deixa de
ser importante, pois seu papel é decisivo na criação
de condições para a intervenção. “O conhecimento
teórico adequado acarreta rigor conceitual, análise
acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa” (IDEM: 36). Ela é a
base de todos os outros tipos de pesquisa.
Pesquisa Teórica-empírica: é aquela que coleta os
dados a partir de fontes diretas (pessoas) que conhecem, vivenciaram ou têm conhecimento sobre o tema,
fato ou situação e que podem causar diferenciação na
abordagem e entendimento dos mesmos, conduzindo
a uma mudança, acréscimo ou alteração profunda, relevante que não distorça, agrida ou altere o conteúdo
principal mas sim que o enriqueça e transforme em
conhecimento de fácil apreensão e apropriação (http://
pt.wikipedia.org/wiki/Pesquisa_emp%C3%ADrica.
Acesso em 21 de maio 2008).
A pesquisa teórico-empírica parte primeiramente
dos capítulos teóricos (Revisão de Literatura) e em
seguida apresenta a Metodologia do Estudo e a Apresentação e Análise dos Resultados. Isto quer dizer
que a pesquisa teórico-empírica exige uma base conceitual para as futuras análises de campo, dada pela
teórica.
Pesquisa Experimental: Propõe a manipular a variável independente. Enquanto que a teórico-empírica
apenas descreve o fenômeno. Na pesquisa experimental, as teorias são parte do processo.
Segundo Santos (2001: 162), “é usada nas ciências
humanas: Psicologia, Psicologia Social, na Sociologia e nas Ciências Físicas e Biológicas. As vantagens
são o grande grau de clareza, objetividade e precisão
nos seus resultados. Como desvantagem conta-se o
fato de ser difícil o controle entre variáveis, em estudos sociais”.
Nas palavras de Flegner (1995: 61), “a metodologia
experimental mais apropriada deve ser escolhida antes de coletar os dados. Tem critérios estabelecidos
quanto à amostragem, delineamento, controle e protocolos” e continua:
Em se tratando do desempenho humano é essencial saber a reação
normal em condições experimentais.
Uma variável é permitido operar no grupo experimental. Mas
não no grupo de controle, se então os dois grupos se diferenciam
significativamente será devido ao efeito principal (FLEGNER,
1995: 61).
3.3 - A Elaboração do Projeto de Atividade Educacional
Diferentemente do projeto de pesquisa, um projeto
de atividade é finito, tem um começo e um término.
Solucionado o problema, o projeto termina. Enquanto
que o projeto de pesquisa é um planejamento do que
irá realizar, fechando com um relatório, no nosso caso
monográfico, o projeto de atividade é um projeto de
intervenção, isto é, você faz o planejamento e implementa-o, transformando a realidade anterior. Um bom
exemplo é o encontrado no site sobre projetos pedagógicos, intitulado O que é Pedagogia de Projetos?:
Em uma escola estadual da periferia da cidade de São Paulo,
professores e direção constataram a necessidade de melhorar
muito os serviços da cantina. Organizaram a partir daí um “projeto para nova cantina”. Em seguida, escolheram a comissão de
educadores e pais que iria implementar o projeto. Em poucas
semanas, a equipe já havia organizado uma concorrência para
admitir novos administradores para a cantina. Com o esforço
pessoal da diretora da escola, a comissão conseguiu uma verba
junto à Secretaria de Estado da Educação para a reforma da
cantina. Depois de três meses, a nova cantina já estava em funcionamento. É importante ressaltar que a verba foi conseguida
pela escola graças a uma pesquisa anterior dos participantes do
projeto. Pesquisando junto aos órgãos da Secretaria, o grupo
descobriu que havia um fundo destinado à construção ou reforma
de cantinas e outros equipamentos escolares. Essa experiência
ilustra bem uma das características de um bom projeto, ou seja,
a capacidade de conseguir os recursos materiais, financeiros ou
humanos necessários para a sua conclusão (www.projetospedagogicosdinamicos.kit.net/index_arquivos/Page2329htm. Acesso
em 29/05/2008).
Observamos que o projeto desenvolvido pela escola
partiu de uma necessidade real da comunidade escolar. Houve assim um diagnóstico sobre a situação
cotidiana. Em seguida, constituíram um grupo para se
responsabilizar pelo planejamento e execução. Desta
forma, um problema foi resolvido.
Podemos agora apresentar as etapas de um projeto
de atividade:
1ª etapa:
• Identificação:
Informe os dados gerais do projeto, quem vai fazer,
local e instituições envolvidas. É a folha de rosto de
seu projeto.
• Problema:
É preciso que você defina o problema com a clareza
com que se define a solução do problema.
Neste momento você está estabelecendo a introdução
do trabalho como também apresentando a situação-problema que pretende atuar com a execução do mesmo.
É a definição do seu objeto de trabalho, ou seja, objeto
da realização do projeto.
• Diagnóstico da Realidade:
Nesta etapa preliminar do projeto você deverá observar seu objeto de trabalho, que foi definido na situaçãoproblema e conhecê-lo profundamente, identificando
os pontos importantes que necessitam de serem traba-
33
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lhados, as relações históricas e sociais envolvidas etc.
É preciso estar atento aos seguintes pontos:
um torneio de voleibol entre os turnos; organizar um
festival de música.
• Focalizar e delimitar a área de atuação, estabelecendo a unidade de análise, a clareza e consistência
da questão, o tempo que evita a dispersão de atenção,
energia e esforços.
• Objetivos Específicos:
É a resposta desejada da população-alvo, devem
prever resultados quantificáveis. Define o tempo, o
número de pessoas e a faixa etária.
• Identificar os elementos envolvidos, fazendo uma
lista deles. Essa identificação permite você avaliar os
elementos centrais e secundários que podem interferir
no projeto.
Responde às perguntas: O que? Quando? Quanto?
• Mapear o relacionamento entre os elementos encontrados visando a compreender a forma como os
elementos se relacionam ou se completam entre si.
• Verificar o contexto da situação focalizada, a fim
de identificar sua relevância no conjunto das situações
observadas.
• Identificar as manifestações superficiais das situações, em relação ao contexto que as mantém, torna
mais clara a percepção da realidade.
• Estabelecer com precisão e profundidade as descrições do seu objeto, evitando a superficialidade e a
generalidade.
• Elaborar o diagnóstico da realidade de onde será
implementado o seu projeto deve contribuir para que
você conheça esta realidade que será trabalhada.
• Justificativa e Fundamentação Teórica:
As justificativas do projeto devem ser seu alicerce.
São elas que vão apresentar, para o leitor, o porquê é
importante a realização deste projeto. Elas são as razões
que fundamentam este trabalho.
É importante que na justificativa, quando você está
explicitando a importância do estudo, você apresente
breve fundamentação teórica, ou seja, deixe evidente
a importância deste trabalho, à luz das opiniões de
diferentes autores que tratam o tema e que vão ajudar
você a justificar sua importância.
• Objetivo Geral:
É a ação mais adiante, a mais longe, o ponto de partida
para todas as ações do projeto. Em alguns projetos, os
resultados são facilmente definidos. Exemplo: planejar, organizar e realizar uma festa da primavera que
envolva toda a comunidade escolar. Os resultados bem
definidos orientam o planejamento e a implementação
do projeto.
Há situações em que os resultados já estão definidos
pela própria situação, por exemplo: limpar a área
externa da escola, através de um mutirão; organizar
A quem pertence a ação do verbo?
Resultado: mudança e/ou benefício que se deseja ou
se propõe para a população-alvo.
Mudanças: conhecimento; atitude; comportamento;
religião; conceitos sociais.
Os resultados esperados estão diretamente lincados
aos objetivos específicos.
2ª parte:
• Plano de implementação:
Ações para se alcançar determinado objetivo específico, identifica o tempo de execução de cada atividade.
• Estratégias e Técnicas:
Nesta etapa do projeto você deve definir como irá
executar seu trabalho. É preciso especificar quais estratégias que serão realizadas ao longo da implementação
do projeto e que técnicas (procedimentos) você irá
utilizar para a realização do trabalho.
• Recursos:
Nesta etapa do projeto é feita a previsão dos recursos
que serão necessários para a realização da pesquisa.
Devem ser feita a previsão dos Recursos Humanos e
Materiais.
Nos recursos materiais são previstos os materiais
(permanente e de consumo) necessários para a realização do projeto. São materiais permanentes os móveis,
aparelhos eletro/eletrônicos, livros etc., e de consumo,
papel, lápis, canetas, CDs, disquetes etc. (veja modelo
em anexo no fim do instrucional).
• Cronograma: tempo em que irá atender os objetivos
específicos.
Itens que não podem ser esquecidos:
• Cronograma:
1- todas as tarefas e providências estão relacionadas,
com data de início, final e nome dos responsáveis;
2- fechando o cronograma, encontram-se os resultados
do projeto e a data planejada para sua finalização;
3- o cronograma deve estabelecer os momentos em
que a equipe irá se reunir com o propósito principal
de avaliar a execução do plano e verificar se o que foi
imaginando está acontecendo, ou se há necessidade de
alterar tarefas, providências e prazos.
• Orçamento:
Nesta etapa você precisa fazer a previsão dos custos
de seu trabalho, visando solicitar financiamento ou
reservar seus recursos próprios para a realização do
seu projeto.
• Monitoramento e Avaliação:
São indicadores, medidas operacionais para realização de uma atividade ou de um objetivo específico.
Permitem medir o grau de alcance do resultado.
O trabalho com projetos pode dar conta de alguns
objetivos educacionais com maior profundidade, em
particular o desenvolvimento da autonomia intelectual,
o aprender a aprender, o desenvolvimento da organização individual e coletiva, bem como a capacidade
de tomar decisões e fazer escolhas como propósito de
realizar pequenos ou grandes projetos pessoais.
Exercícios de Auto-avaliação
Construa o seu projeto de pesquisa ou seu projeto de atividade educacional e envie ao seu tutor. Lembre-se
que no projeto de atividade deverá constar somente a primeira parte.
35
36
Se você:
1)
2)
3)
4)
concluiu o estudo deste guia;
participou dos encontros;
fez contato com seu tutor;
realizou as atividades previstas;
Então, você está preparado para as
avaliações.
Parabéns!
Glossário
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Anexo - segundo a ABNT (NBR 6029), “matéria suplementar que se junta ao texto de um livro como esclarecimento ou documentação, embora não constitua parte essencial da obra”.
Cronograma - é o planejamento das atividades da pesquisa, descrito na Metodologia, dentro de um espaço
predeterminado de tempo. Normalmente é demonstrado através de um gráfico.
Dialético - no sentido de Marx, o termo significa “método. Marx insiste na necessidade de considerarmos a
realidade socioeconômica de determinada época como um todo articulado, atravessado por contradições específicas, entre as quais a da luta de classes” (JAPIASSU & MARCONDES, 1995: 72).
Dissertação - é um trabalho de pesquisa, com aprofundamento superior a uma monografia, para obtenção do
grau de Mestre, por exigência do Parecer n.o 977/65, do então Conselho Federal de Educação.
Empírico - experiência.
Epígrafe - folha opcional em que o autor faz uma citação pertinente à intenção do trabalho, seguida de indicação da autoria. Pode também ocorrer no início de cada seção.
Epistemologia - “(do gr. Episteme: ciência, e logos: teoria); disciplina que toma as ciências como objeto de
investigação tentando reagrupar” (IDEM: 82).
Hermenêutico - “(gr. Hermeneutikós, de hermeneuein: interpretar). 1- termo originalmente teológico, designando a metodologia própria à interpretação da Bíblia [...]; 2- O termo passou a designar todo esforço de
interpretação científica de um texto difícil que exige uma explicação. [...]; 3- Contemporaneamente, a hermenêutica constitui uma reflexão filosófica interpretativa ou compreensiva sobre os símbolos e os mitos em geral”
(IBIDEM: 118).
Paradigma - “(gr.paradeigma)1. Segundo Platão, as formas ou idéias são paradigmas, ou seja arquétipos,
modelos perfeitos, eternos imutáveis dos objetos existentes no mundo natural que são cópias desses modelos, e
que de algum modo participam deles. [...] 2. O filósofo da ciência Thomas Kuhn utiliza o termo em sua análise
do processo de formação e transformação das teorias científicas” (IBIDEM: 189).
Problema - é o marco referencial inicial de uma pesquisa. É a dúvida inicial que lança o pesquisador ao seu
trabalho de pesquisa.
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Gabarito
Unidade I
1)
a. Como e o que futuros professores nos cursos de Ensino médio de formação dos professores no Brasil aprendem sobre Educação Moral.
b. Descobrir como é ensinado e como estes estudantes entendem Educação Moral.
c. O estudo de Alasdair Maclntyre sobre Virtude.
d. Estudo qualitativo. “Escuta Sensível” de René Barbier.
e. Respostas às questões escritas e orais sobre conceitos de família, escola e país e que descrevessem a si
próprios em diferentes situações.
f. Resultados mostram que os estudantes estão interessados na formação em Educação Moral, embora haja
diferentes problemas concernentes à aprendizagem de ética.
2) Resposta pessoal.
3) Resposta pessoal.
Unidade II
Faça sua atividade e envie ao seu tutor.
Unidade III
Faça sua atividade e envie ao seu tutor.
Referências Bibliográficas
ARAGAO, Elisabeth Maria & BARROS, Maria Elisabeth de & OLIVEIRA, Sonia Pinto de. Falando de metodologia
de pesquisa. Estud. pesqui. psicol. [online]. dez. 2005, vol.5, n. 2 [citado em 26 Maio 2008], p.18-28. Disponível em:
<http://pepsic.bvs-psi.org.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-42812005000200003&lng=pt&nrm=iso>.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6023 – Informação e documentação Referências Elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002.
ALVES, R. Filosofia da ciência: introdução ao jogo e suas regras. 15 ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.
ANDRÉ, M. E. D. A. de. Estudo de caso em pesquisa e avaliação educacional. Brasília: Líber Livro, 2005.
BORGES, M. C. & DALBÉRIO, O. Aspectos metodológicos e filosóficos que orientam as pesquisas em educação.
Revista Iberoamericana de Educación. n. 43/5. Madrid, Espanha: Organización de Estados Iberoamericanos para La
Educación, La Ciencia y La Cultura, 25 jul.2007.
CERVO & BERVIAN. Metodologia científica: para uso dos estudantes universitários. 3 ed. São Paulo: McGrawHill do Brasil, 1983.
CASTRO, Cláudio de Moura. A prática da pesquisa. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977.
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Anexo
Modelo de projeto de Atividade Educacional
PLANILHA DE MATERIAIS E CUSTOS:
Plano de Recursos
• Materiais de Consumo:
Cola branca
Cola de isopor
Cola quente (hastes)
Cola permanente
Lixa fina de madeira
Papel A4
Papel seda (cores variadas)
Papel crepon (cores variadas)
Pincel tigre 266- 02
Pincel tigre 266-08
Pincel tigre 266-12
Pincel tigre 433-02
Pincel tigre 433-08
Pincel tigre 433-12
• Materiais Permanentes:
Tesoura para tecido
Pistolas de cola quente comum
Pistolas de cola quente profissional
Estiletes
Pregadores de roupa
Grampeador
Régua metálica de 50cm
Furadeira
Orçamento:
41
42
Recursos Humanos Necessários
Recursos humanos que, estima-se, serão necessários para a realização das atividades principais do projeto:
função/quantidade/custos.
Plano de Recursos
Recursos com Alimentação
Recursos com Transporte
Custo Total do Projeto
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