ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 6289 DE 27 DE OUTUBRO DE 2015 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE GUIA DAS PME HO / Reuters Soluções Financeiras Onde vão as PME buscar o seu financiamento II Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015 G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS Banco de Fomento garante capital nas PME até fim do ano Banca comercial vai operacionalizar, para já, 1,3 mil milhões para capitalizar e financiar PME. MÓNICA SILVARES [email protected] “ A IFD vai incentivar o capital de risco e trabalhar com grupos de ‘business angels’ para ajudar empresas em fase inicial. Horizonte 2020 A Comissão Europeia tem 16 mil milhões de euros, nos próximos dois anos, para financiar projectos, de todos os países europeus, nas áreas de investigação e inovação, através do programa Horizonte 2020, que está sob a alçada de Carlos Moedas, comissário português, com a pasta da Investigação, Ciência e Inovação. O Horizonte 2020 tem um orçamento de cerca de 80 mil milhões. Cosme O Cosme - Programa para a Competitividade das empresas e PME tem um orçamento de 2,3 mil milhões de euros até 2020 e assenta na disponibilização de serviços específicos para apoiar a internacionalização e inovação das empresas. Paulo Alexandre Coelho A meta é disponibilizar 1,3 mil milhões de euros até ao final do ano para as PME se capitalizarem e financiarem. A Instituição Financeira do Desenvolvimento (IFD), mais conhecida por banco de fomento, está “a trabalhar em ritmo acelerado”, nas palavras do seu CEO, José Fernando de Figueiredo, para que assim seja. Em causa estão dois fundos de fundos, com uma dotação de 1,3 mil milhões de euros, financiados pelos Programas Operacionais Regionais do Portugal 2020 que já estão prontos para arrancar. Concluídas as partes legislativas, é tempo agora de lançar concursos para que as diferentes instituições bancárias acedam a estas verbas comunitárias e assim operacionalizem as linhas. A IFD é um banco grossista e, como tal, precisa da banca comercial para fazer chegar o dinheiro às PME. Nesta primeira fase, o processo arranca com 147 milhões de euros para o fundo de capital que, com o ‘apport’ de entidades privadas, permitirá lançar, ainda este ano, instrumentos de capital e quase capital de 300 milhões de euros e garantias de dívida de 70 milhões de euros que permitirão lançar linhas de financiamento directo com a banca comercial na ordem dos mil milhões de euros. Depois de esgotadas estas verbas, há mais dinheiro reservado no Portugal 2020 para instrumentos financeiros – a fatia global é de 1,7 mil milhões. Mas essa segunda fase exigirá um novo concurso para que a IFD possa aceder ao restante dinheiro comunitário. Para ajudar a financiar/capitalizar as empresas nacionais, a IFD vai poder contar também com o financiamento do Banco Europeu de Investimento e de outros bancos congéneres, como o alemão KfW, o espanhol Instituto de Crédito Oficial (ICO) ou o francês Banque Publique d’Investissement (BPI). Isto significa ter mais dinheiro disponível com taxas de juro atractivas e prazos mais dilatados do que os praticados no mercado nacional. O alargamento do âmbito da actividade da IFD vai exigir um aumento do seu capital social, agora de 100 milhões de euros. Em relação aos 1,7 mil milhões de euros de fundos comunitários, a IFD “actua como sociedade gestora e não usa os 100 milhões”, explicou Fernando Figueiredo ao Diário Económico. “A prazo, nomeadamente para suportar operações ‘on-lending’ - empréstimos que possamos ir buscar ao mercado internacional para depois a Outros Programas José Fernando de Figueiredo é o CEO da Instituição Financeira do Desenvolvimento. banca repassar às empresas portuguesas em melhores condições -, o balanço passa a ser determinante”, disse. Previsto está que “uma parte dos subsídios reembolsáveis” dos projectos comunitários sirva para capitalizar a IFD. “Espero que sim, porque é isso que nos vai fazer crescer em meios, de modo a podermos dar suporte a operações de larga escala. Neste momento, o nosso balanço e os nossos capitais não dão para muito mais do que 300 ou 400 milhões de euros”, reconheceu o responsável. Mas o crescimento da IFD vai passar também por alargar a actividade das PME às empresas com mais trabalhadores. “Estamos a pedir à Comissão Europeia para alargar o âmbito das empresas com menos de 249 trabalhadores para, pelo menos, aquelas que têm 500 trabalhadores. Não faz sentido criar uma instituição que pretende apoiar empresas portuguesas de média dimensão e só poder fazer com empresas até 249 trabalhadores”, disse ainda o responsável do banco de fomento. A terceira e última etapa na expansão da IFD – que também ajudará a aumentar o capital social da instituição, mas que também carece de autorização prévia de Bruxelas – passa pela integração das várias instituições públicas que oferecem soluções de financiamento às empresas, como por exemplo a Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua, a PME Crescimento, a Portugal Ventures ou até mesmo a SOFID. “Sem isso, este projecto perde metade da lógica. Portanto, há um conjunto de instituições na área do financiamento da economia que devem ficar debaixo da mesma coordenação”, diz o CEO da instituição. “Não é uma fusão, é fazer da IFD uma espécie de ‘holding’ para todas essas instituições. Dar-lhes coordenação, orientação estratégica e optimizar os recursos”, conclui José Fernando de Figueiredo. ■ Plano Juncker A Instituição Financeira de Desenvolvimento está a negociar um envelope de 500 a mil milhões de euros do Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos (FEIE), mais conhecido por Plano Juncker. As PME também poderão beneficiar dele através da apresentação de candidaturas e de linhas de crédito operacionalizadas através da banca. 500 a 1000 milhões de euros PUB IV Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015 G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS Empresas que financiam novas empresas Novabase, DST, Critical Software e Hovione. Quatro empresas que criaram os seus próprios fundos de capital de risco para poderem investir noutras empresas. IRINA MARCELINO Hernani Pereira [email protected] >> F E E DZ A I Bruno Barb0sa Paulo Marques, Nuno Sebastião e Pedro Bizarro são os três fundadores da Feedzai, tecnológica de sucesso internacional que recebeu financiamento da Novabase. >> L AS E R L E A P Luis Arnaut, Carlos Serpa e Gonçalo Sá desenvolveram a Laserleap, empresa de Coimbra que desenvolveu um método inovador que substitui a injecção. A Hovione, empresa portuguesa que trabalha com o sector farmacêutico em todo o mundo, foi a mais recente a entrar no ‘venture capital’, com a criação da Hovione Capital. Gonçalo Rebelo de Andrade, director geral, explica que a razão que levou a Hovione a fazê-lo foi por sentir que, apesar do papel decisivo que tem tido no desenvolvimento de produtos inovadores e que melhoram a vida das pessoas, o contributo é, mesmo assim, “insuficiente” se não actuassem “ao nível da prevenção e dos comportamentos”. Promover e apoiar projectos na área da saúde, em dispositivos médicos, diagnósticos e na monitorização dos doentes e dos seus comportamentos é, por isso, o seu objectivo. O investimento em empresas dos sectores saúde e farmacêutico é o preferido por serem áreas onde o conhecimento da Hovione pode ser uma mais valia. Os projectos de desenvolvimento de novos fármacos ficam, no entanto, de fora, por colidirem com o ‘core business’ da empresa, terem um perfil de risco mais elevado e precisarem de mais investimento. A fase preferida da Hovione Capital é a inicial, como ‘seed’ e ‘early stage’, de preferência em consórcio com um ou mais investidores. O valor disponível é de 5 milhões de euros, mas a Hovione Capital quer ir até um intervalo de 20 a 30 milhões de euros. Actualmente, todo o valor investido é da empresa fundada pela família Villax, mas a intenção é atrair parceiros privados, institucionais e estratégicos. Dois investimentos já foram feitos: na LaserLeap, incubada no Instituto Pedro Nunes, em Coimbra e na Performetric, da Start-Up Braga, um “projecto extraordinário” que, partindo da escala de fadiga mental usada desde 1952 pela Força Aérea dos EUA, desenvolveu um sistema não invasivo para monitorizar a fadiga mental que poderá contribuir para a redução das baixas e das doenças relacionadas com o desgaste intelectual e com o stress. Para aceder ao financiamento da Hovione Capital, Gonçalo Rebelo de Andrade destaca que estão “sempre mui- to activos” nos programas de aceleração como o Building Global Innovators, o CoHiTec e a StartUp Braga. Em alternativa, pode-se ligar ou escrever para marcar uma reunião ou ir a hovionecapital.com. Mais focada nas novas tecnologias está a Novabase Capital, constituída em 1993 para “apoiar os novos visionários portugueses na criação e crescimento das suas empresas de base tecnológica”, afirma Maria Gil, administradora delegada. A Novabase Capital é responsável pela gestão de dois fundos, o FCR Novabase Capital, com 7,14 milhões de euros em parceria com o IAPMEI, e o FCR Novabase Capital Inovação e Internacionalização, com 11,36 milhões de euros em parceria com o Compete e o PorLisboa. O contributo da Novabase às participadas também vai além do financiamento. As competências e a experiência são postas ao dispor. Além disso, a Novabase Capital selecciona um responsável da área de negócio mais relacionada com a Novabase para integrar a administração da financiada. A tecnológica portuguesa pode também ser ser um potencial parceiro comercial, apoiar o seu desenvolvimento e investigação ou, ainda, tornar-se sua cliente. Maria Gil destaca ainda a ajuda que pode ser dada por exemplo na identificação de espaço, de prestadores de serviços, de parceiros e investidores, em áreas como a promoção e divulgação aos media ou, ainda na preparação de ‘pitches’ [apresentações rápidas a potenciais investidores]. A grande maioria dos investimentos feitos pela Novabase Capital enquadra-se na fase de ‘seed’ e de Série A, ou seja, em estágios iniciais de desenvolvimento, porque “nestes contextos, a capacidade de intervenção pode ser mais disruptiva”, justifica Maria Gil. Mas a carteira de investimento é composta por 10 participadas com diferentes maturidades. A Feedzai foi uma das empresas onde investiu, em 2011. Outro caso é a Wizdee, participada desde 2014, cuja tecnologia alia a linguagem natural ao ‘business intelligence’. Para conseguir financiamento, além de poder apresentar-se aos eventos e iniciativas de empreendedorismo em Portugal, o site, novabasecapital.pt também é uma boa forma de submeter potenciais ideias. DST avança com novo fundo Com uma visão que vai além das tecnologias, o grupo dst, com história no sector da construção, decidiu criar em 2007 a 2bpartner, sociedade de capital de risco. Fê-lo com o objectivo de potenciar oportunidades de investimento em áreas diferentes da sua. As empresas em que tem investido até agora vêm das tecnologias, da indústria e da energia, sendo as fases ‘seed’ e ‘early stage’ as preferidas. Foram nove os projectos que o Mii já apoiou: a Sphere Ultrafast Photonics, a ARPublisher, Formula d’Avó, AddVolt, Biomode, Mobiqueu, Wiseconnect, Topdocs e a Wattis. O capital da sociedade é maioritariamente detido pelo grupo dst mas inclui outros privados. O fundo Minho Inovação e Internacionalização (Mii), que a 2bpartner gere, tem capital do grupo dst, do Grupo PKM, da própria 2bpartner e do Finova - Fundo de Apoio ao Financiamento à Inovação. O capital do fundo é de 4 milhões de euros. João Negrais de Matos, Chairman & CEO da 2bpartner e administrador grupo dst, garante que “o investimento realizado nos projectos não se esgota no mero suporte financeiro”. O apoio à gestão prestado pela 2bpartner envolve a participação de quadros do grupo dst na gestão das participadas, “aportando competências únicas de gestão” e potenciando sinergias e experiências. As candidaturas podem chegar às suas mãos através da www.2bpartner.com ou de contacto directo. Em estudo está a criação de uma ‘Corporate Venture Capital’ para seleccionar e apoiar projectos com potencial nas áreas de actuação da dst, a engenharia e construção, as energias renováveis, o ambiente e as telecomunicações. ■ Terça-feira 27 Outubro 2015 Diário Económico V Para conseguir financiamento 1 Equipa: “Um modelo de negócio bem pensado, uma estratégia de go2market sólida, uma tecnologia diferenciadora, são importantes e necessários”, considera João Carreiras, da Critical. Mas “no final do dia, a energia, a motivação, a paixão, a atitude e a empatia criada com a equipa vai ser determinante”. 2 Características únicas: Capacidade de produção de um produto / serviço de características únicas e inovadoras; de exportação; ser conduzido por uma equipa coesa, com experiência e forte determinação; fazer prova de conceito; demonstrar a viabilidade económico-financeira e dominar os passos para a atingir. São estas as características que um projecto deve ter para obter financiamento da 2bpartner, da dst. 3 Resiliência: Para conseguir financiamento, a motivação, resiliência, rapidez e capacidade de ouvir são características fundamentais numa equipa, defende a Hovione Capital. A existência de uma patente ou de um pedido provisório de patente também, assim como a dimensão do mercado que pretendem atingir a sua internacionalização. 4 Tecnológicas: Para a Novabase, o projecto deve enquadrar-se nas suas áreas preferenciais de investimento. Deve ter uma equipa sólida onde haja equilíbrio entre competências técnicas e de gestão. Além disso, deve estar assente numa tecnologia inovadora e de difícil replicação e que seja uma necessidade válida num mercado de elevada dimensão. A estratégia para endereçar o mercado (“go-to-market”) deve ainda ser muito bem formulada. PUB ‘Spin offs’ foram apoiadas pela Critical Software Grande parte das empresas financiadas pela Critical Ventures nasceu dentro da própria Critical. A Watchful Software é uma delas. Tal como outras empresas que têm hoje o capital da Critical Ventures, é uma ‘spin off’ da empresa que nasceu em Coimbra. “Tendo uma relação umbilical, houve transferencia de ‘know how’, o que não seria possível com outro tipo de fundo”, conta Rui Melo Biscaia, que está hoje à frente da Watchful Software e que antes dirigia o marketing da Critical Software. A empresa, que entretanto mudou a sua sede para os Estados Unidos mas mantém o desenvolvimento dos produtos em Portugal, já recebeu outro financiamento de um ‘venture capital’, desta vez americano, o Hudson Fairfax. “A determinado momento no nosso percurso percebemos que tínhamos incubado ideias e tecnologias no seio da Critical Software (a nossa primeira empresa e a empresa pilar do grupo) que eram suficientemente distintas da actividade principal da empresa e estavam num nível de maturidade tal que deveriam seguir um caminho próprio e com autonomia em termos de equipas, canais, financiamento”, explica João Carreira. Até hoje, a Critical Ventures investiu em sete empresas: Critical Manufacturing, Coimbra Genomics, Critical Materials, Oncaring, Critical Links, Watchful Software e Critical Health. Mas se algumas das financiadas surgiram no seio da própria Critical, outras foram trazidas por empreendedores externos “com imenso talento que viam na Critical um parceiro com a experiência, o arrojo e a credibilidade para se associarem”. O investimento da Critical Ventures tem sido feito em áreas “onde existam sinergias com o Grupo Critical, e com os mercados, sectores e geografías” onde opera. Mas o que fica à disposição das empresas participadas não é só o dinheiro. “O que nos coloca numa posição única” é, defende João Carreiras, permitir “o acesso a talento de engenharia e tecnologia de software, acesso a canais de distribuição, acesso a mercados e a clientes, acesso a talento de gestão e vendas do Grupo Critical”. De referir que 80% da facturação do grupo de Coimbra já é feita a nível mundial, tendo clientes em mais de 40 países. O primeiro fundo da Critical Ventures, de 7 milhões de euros, e que contava com alguns parceiros financeiros como a Caixa Capital, Montepio, Finova e Portugal Ventures, está esgotado, mas a empresa está a preparar o lançamento do segundo, o Critical Ventures II, ainda sem data definida. Para obter financiamento do segundo fundo da Critical, basta um contacto através de www.critical-ventures.com.■ I.M. VI Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015 G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS Banca aposta no capital de risco para capitalizar PME Além de aumentar os capitais próprios, o capital de risco permite a partilha de riscos e decisões na gestão. RAQUEL CARVALHO lidez financeira de empresas viáveis que Um dos problemas das PME nacionais é prosseguindo modelos de negócios bem a sua descapitalização. A nível europeu, sucedidos têm potencial de crescimento as empresas portuguesas são das piores e desenvolvimento”. O ex-presidente nessa matéria e uma das formas mais da AICEP sublinha que “a grande eficazes para combater essa queschave do crescimento da ecotão pode passar pelo capital de nomia está na capitalização risco. O próprio Instituto Fidas empresas” e que “parceinanceiro do Desenvolvimento, ros institucionais são essenou banco de fomento, vai inciais para ajudar nos procescentivar o capital de risco, sos de industrialização, intrabalhando em conjunto ternacionalização e inovacom ‘business angels’ e tenPEDRO REIS ção”. Para tal, a BCP Capital do como objectivo melhorar CEO da BCP Capital está numa fase intensa de a situação financeira de 15 a investimentos, que decorre20 mil empresas. A grande chave rão até Junho de 2017. A doSão cada vez mais as empredo crescimento tação actual é de 68 milhões sas que recorrem a este tipo da economia está de euros, mas espera invesde solução financeira. Nuno na capitalização tir 120 milhões no final do Gaioso Ribeiro, presidente da das empresas. período, ambicionando Associação Portuguesa de apoiar 20 empresas. Capital de Risco (APCRI), exPara já, o fundo concluiu plica a crescente procura três investimentos nos sectores dos com a “desalavancagem do sistema fitransportes, dos têxteis e nos brinquenanceiro, que tem reduzido o crédito e dos. levado empreendedores a procurarem Outra sociedade de capital de risco basalternativas de financiamento”, e com a tante activa é a Caixa Capital, que compreensão por parte dos emapoia de ‘startups’ tecnológicas preendedores das vantagens de a empresas em expansão, ao “desenvolver projectos com nível dos milhões de euros por mais capital próprio e com ano. uma maior partilha de risco e Stephan Morais, director decisões”. Grande parte dos executivo, fala de uma cresinvestimentos é feito nas facente procura, devido “à neses iniciais da actividade, STEPHAN MORAIS cessidade das empresas se mas é investido mais dinheiDirector executivo capitalizarem”, e frisa que o ro “tipicamente nas fases de da Caixa Capital capital de risco, ”com os expansão da actividade”. Em parceiros certos, pode fortaqualquer uma das fases, o Com os parceiros lecer significativamente a objectivo é o aumento da licertos, o capital empresa e acelerar o seu quidez, reforço da estrutura de risco pode crescimento”, além de perde capital e suporte ao profortalecer mitir “uma partilha de decicesso estratégico e decisório, uma PME sões”. “melhorando a qualidade da e acelerar Com seis projectos já apoiagestão”, diz. O mesmo enfatizou ao Diário o seu crescimento. dos, a Agrocapital, do Grupo Crédito Agrícola, é a única Económico Pedro Reis, CEO sociedade de capital de risco da BCP Capital. Através do vocacionada exclusivamente para o Millennium Fundo de Capitalização, a agronegócio através do fundo FCR sociedade de capital de risco do MillenAgrocapital 1, que no último ano de acnium bcp está focada no “reforço da so- “ “ Simon Dawson/Bloomberg [email protected] Financiamento de empresas que actuam em Angola são garantidas por algumas linhas de crédito. Linhas de crédito p a ra a p o i a r e m p r e s a s As soluções que os bancos disponibilizam A PME Investimentos tem sob gestão várias linhas de crédito. São elas: a Linha PME Crescimento 2015, com uma dotação global de 1.400 milhões de euros, a linha de apoio à revitalização empresarial, com dotação de 50 milhões, a Linha Comércio Investe, com um total de 25 milhões, a linha para empresas que estão em Angola, com uma dotação de 500 milhões e a linha Mezzanine Financing IFD 2015, com uma dotação global de 100 milhões de euros. Estas linhas podem sempre ser celebradas com Garantia Mútua. O Crédito Agrícola tem o CA Tesouraria, a linha de crédito energias renováveis e a CA Empresas Premium. O Santander tem a linha de adiantamento de reembolsos do IVA, a linha às empresas de turismo e o Santander Advance, na área de tesouraria e investimento. O millenniumbcp tem a Millennium Encomenda para financiar o ciclo de exploração das empresas, soluções de ‘factoring’ e ‘confirming’, além de gabinetes de apoio específico às PME. O O Novo Banco tem a Unidade de Apoio ao Investimento e a ferramenta Express Bill para apoio do fundo de maneio. tividade atingiu um milhão de euros de investimento. A procura tem sido, aliás, crescente, revela Luis Lagarto, administrador. O responsável reforça a ideia que as PME têm consciência que “o capital de risco aumenta os capitais próprios e dá acesso a um parceiro de negócio com conhecimento sectorial”. Recente no mercado é a Montepio Capital de Risco, constituída em 2014, mas autorizada pela CMVM no primeiro semestre de 2015. Pedro Nunes Coelho, director, adianta estarem a ser “analisadas oportunidades de investimento, num total de 25 milhões de euros disponíveis”. ■ PUB VIII Diário Económico Terça-feira 27 Outubro 2015 G U I A DAS P M E : S O LU Ç Õ ES F I N A N C E I RAS Congresso debate financiamento a PME Nova linha para PME em Angola ! ideia chave Financiamento Os financiamentos obtidos pelas empresas junto dos bancos caíram cerca de 12 mil milhões de euros em 2014, com o capital próprio a cair quatro mil milhões de euros, de acordo com dados revelados pelo Banco de Portugal. Financiamento à economia vai estar em debate a 5 de Novembro em Lisboa. Paulo Figueiredo 30% Vales Portugal 2020 com falta de verbas rão debatidos temas como a inovação, o empreendedorismo, a internacionalização e a exportação, e onde será possível aos participantes interagirem com os oradores convidados, como Paulo Varela, presidente da Câmara do Comércio e Indústria Portugal-Angola, João Vasconcelos, presidente da StartUp Lisboa, e Tim Vieira, investidor privado no programa Shark Thank, entre outros. Como complemento, haverá uma sessão de ‘mentoring’, durante o almoço com o economista Daniel Bessa. Nos dois painéis estarão personalidades reconhecidas da economia do país, entre elas, António Saraiva, presidente da CIP, Vasco de Mello, CEO do Grupo José de Mello, Luis Laginha de Sousa, CEO da Euronext, Luis Mira Amaral, CEO do Banco BIG, Miguel Frasquilho, presidente do AICEP e José Fernando Figueiredo, CEO da Instituição Financeira de Desenvolvimento, entre outros. ■ R.C. Objectivo é diminuir risco na concessão de microempréstimos. Yves Herman / Reuters No âmbito do programa Portugal 2020 foram criados vales de internacionalização, vales investigação e desenvolvimento, e vales de empreendedorismo e inovação, mas estes últimos estarão parados por esgotamento das verbas, ainda durante a primeira fase dos concursos. No site do Portugal 2020, autoridades de gestão dos programas operacionais avisaram do cancelamento dos vales juntificando-o com um elevado número de candidaturas apresentadas, no total cinco mil, o que, explicam, se justifica com o processo simplificado de candidatura e com o facto destes vales garantirem um apoio a fundo perdido até 75% do investimento, com tecto máximo de 20 mil euros. No aviso é ainda esclarecido que a suspensão imediata das candidaturas permite “assegurar as melhores condições para que as candidaturas entradas sejam analisadas de forma eficaz e eficiente”. Sem data prevista, é referido que “os instrumentos estarão novamente disponíveis após reapreciação dos procedimentos associados de forma a garantir uma maior agilização tendo em conta a expectativa de procura associada”. ■ R.C. CE cria garantia para microcrédito Candidaturas foram suspensas. Simon Dawson/Bloomberg Com um ‘plafond’ de 500 milhões de euros, a Linha de Crédito para Empresas Portuguesas Internacionalizadas em Angola entrou em vigor dia 8 de Maio e é a mais recente linha de apoio comunitária pensada para PME. O objectivo é apoiar as empresas que exportam ou que se internacionalizaram para Angola e que enfrentam actualmente, constrangimentos na da operação transferência do res- pode servir pectivo contravalor para liquidar dívidas à para fora do país. segurança No fundo, a linha vai fa- social e à cilitar o acesso ao cré- administração dito a estas empresas, fiscal. bastando que comprovem, à data da contratação e/ou utilização do financiamento a existência de depósitos bancários em instituições de crédito angolanas à sua ordem ou passíveis de serem consignadas em seu favor. O dinheiro será aloucado para operações de financiamento destinadas a fundo de maneio. Excepcionalmente, até 30% da operação poderá ser utilizada para liquidar dívidas contraídas junto do sistema financeiro nos três meses anteriores à data da contratação, destinadas, em exclusivo à regularização de dívidas em atraso à administração fiscal e segurança social. As operações de crédito beneficiam de uma garantia autónoma, prestada pelas sociedades de garantia mútua, destinada a garantir até 80% do capital em dívida em cada momento. ■ R.C. É já no próximo dia 5 de Novembro que o Auditório da Reitoria da Universidade Nova de Lisboa vai ser palco do I Congresso ConnectYourFuture que terá como tema central “A banca, a indústria e o meio internacional”. Em debate estarão o financiamento da economia portuguesa, nomeadamente das PME, através da estrutura bolsista, no contexto económico actual e a competitividade portuguesa nos mercados internacionais. O congresso pretende fomentar o ‘networking’ entre empresários e gestores para fazer crescer relações e aumentar a confiança entre pares no mundo dos negócios e apresenta-se num formato que se quer inovador, facilitando a troca de ideias e uma grande proximidade entre oradores e participantes. Para tal, além de dois painéis distintos, haverá um debate aberto e três sessões paralelas, intituladas ‘Exclusive Meetings’, onde se- A Comissão Europeia anunciou na semana passada ter feito contratos com instituições de crédito em seis países, onde não está incluído Portugal, para que os mesmos possam ter acesso a uma garantia total de 17 milhões de euros. A ideia é contribuir para a diminuição do risco de conceder microempréstimos, cujos valores variam entre dois mil e 25 mil euros. Esta não é uma iniciativa única, uma vez que a Comissão está apostada em contornar a contracção que o crédito tradicional sofreu na sequência do arrefecimento económico e das dificuldades sentidas na banca naqueles países. Contas feitas, os 17 milhões de garantias deverão dar origem a empréstimos no valor total de 237 milhões de euros, que serão injectados em cerca de 20 mil microempresas. Até 2020, o objectivo é alocar 96 milhões de euros para este tipo de garantias, um montante com o qual a Comissão espera gerar 500 milhões de euros de microempréstimos. Irlanda, França, Espanha, Itália, Holanda e Roménia são os países contemplados com esta medida que privilegia quem quer começar ou desenvolver microempresas, em particular quem tem dificuldades em entrar no mercado de trabalho. ■ R.C.