VIII SOBER Nordeste
Novembro de 2013
Parnaíba- PI - Brasil
PADRÕES DE QUALIDADE NA FRUTICULTURA DO VALE DO SÃO FRANCISCO
yasmina pimentel victor juste (UFRPE) - [email protected]
profissional
maria luiza lins e silva pires (UFRPE)docente
Padrões de Qualidade na Fruticultura do Vale do São Francisco
Quality Standards in Fruit Valley San Francisco
GT 2) Comercialização e mercado de produtos agropecuários
Resumo
A qualidade dos produtos alimentícios constitui fonte de constante preocupação tanto por
parte dos consumidores, quanto das grandes indústrias alimentícias. Os mercados
alimentícios de alta qualidade, nos quais, segundo Bonanno (1999), está inclusa a rede de
alimentos frescos, não se baseia apenas nos preços, mas também, em critérios de qualidade
e de controle definidos externamente. A fim de atender à demanda de consumidores mais
exigentes ou ainda agregar valor ao produto ou serviço surgem certificados ou selos de
qualidade desenvolvidos por iniciativa do Estado e/ou do setor produtivo. Muitos destes
certificados incluem a segurança ou a inocuidade como requisito para certificação. Assim,
as condições em que se dá o acesso aos alimentos pela população são também
determinadas pelas formas sociais sob as quais os alimentos são produzidos e ofertados tipo de exploração agrícola, grau de concentração econômica do processamento
agroindustrial e da distribuição comercial, padrões de concorrência nos mercados de
alimentos, etc. Nesse sentido, faz-se necessário a utilização de práticas de gestão de
qualidade para obtenção de concessão dos certificados. Com base nessa perspectiva, este
trabalho tem como objetivo identificar o papel das cooperativas agrícolas em atender as
exigências dos mercados, especialmente no que diz respeito a conquista de certificados de
qualidade, como elementos que define a sua inserção e competição nos mercados, tendo
como referência empírica cooperativas agrícolas do Vale do São Francisco.
Palavras-chaves: Cooperativismo agrícola, certificados de qualidade, produção de
alimentos, consumo e mercados.
Abstract
The quality of food products is now a constant source of concern both consumers as the big
food industries. The markets high quality food, in which, according to Bonanno (1999), the
network is included fresh food, is not based only on price but on quality criteria and
control externally defined. Elements which, in turn, define their entry and competition in
the markets. In order to meet the demands of more demanding consumers or even add
value to the product or service appear certificates or seals of quality initiative developed by
the State and / or productive sector. Many of these certificates include the security or safety
as a requirement for certification. Thus, the conditions in which it gives access to food by
the population are also determined by social forms under which food is produced and
offered - the type of farm, level of economic concentration of agro-industrial processing
and commercial distribution, patterns of competition in food markets, etc.. In this sense, it
is necessary to use quality management practices for obtaining the grant of certificate.
Based on this perspective, this study aims to identify the role of agricultural cooperatives
to meet the market requirements, especially as regards the achievement of quality
certificates, such as elements that define their entry and competition in the markets, with
reference empirical agricultural cooperatives in the San Francisco Valley.
1
Key Words: Agricultural Cooperatives, quality certificates, food production, consumption
and markets.
1.
Introdução
A globalização dos sistemas agroalimentares, como destaca Cavalcanti (2004),
tem se constituído como alvo de interesse da Sociologia Rural, na medida em que tem
contribuído para a compreensão dos vínculos estabelecidos entre a agricultura de regiões
particulares e as cadeias agroalimentares.
Segundo essa autora, estudos recentes sobre a globalização dos sistemas
agroalimentares identificam, nas crescentes exigências demandadas pelos mercados bem
como no uso da moderna tecnologia, os principais fatores de mudanças nos processos
produtivos, contribuído para a transformação da produção e distribuição das mercadorias,
segundo hábitos e formas de consumo (CAVALCANTI, 1999).
Nesse sentido, as crescentes exigências dos consumidores vêm permitindo que as
mercadorias, sob o comando de processos tecnológicos, fiquem mais adequadas aos
hábitos e estilos de vida das populações (CAVALCANTI, 1999). Esses novos processos
produtivos, que se ligam à segmentação dos mercados dentro de um contexto pós-fordista
de produção, exigem produtos diferenciados, centrados em forte apelo pela qualidade e
ligados a um rígido controle das etapas da produção. Tal controle implica na diminuição do
tempo de produção, de entrega e armazenamento de produtos, de diminuição dos custos e
de gestão da informação (BONANNO, 1999).
Assim, diferentemente do fordismo, que definiu as normas para satisfazer as
exigências do consumo em massa, no pós-fordismo há uma preocupação em produzir
produtos de melhor qualidade e que atendam a necessidade de consumidores diferenciados
(BONANNO, 1999). Nesse sentido, as inovações tecnológicas tiveram um papel
fundamental nas modificações da organização do sistema agroalimentar, baseadas na
flexibilidade produtiva.
Na última década, a preocupação com a qualidade dos produtos alimentícios, em
especial no que se refere à sua segurança, vem se tornando uma ferramenta para atender a
consumidores, governos, bem como se tornando um dos principais fatores competitivos
das cadeias de produção agroalimentares.
A intensificação da comunicação própria da globalização vem permitindo que os
consumidores estejam se tornando cada vez mais atentos à qualidade dos produtos que
adquirem.
Com efeito, as mudanças relacionadas às exigências dos mercados e dos
2
consumidores vêm exigindo padrões de qualidade cada vez mais elevados (SILVA, 1999),
tornando a qualidade uma vantagem competitiva dos produtos e dos processos.
Nesse sentido, Toledo (1997) afirma que um produto agroalimentar de qualidade
apresenta duas características principais: a primeira refere-se aos parâmetros e às
exigências que são ocultas, ou seja, aquelas que o consumidor não consegue detectar
diretamente. A título de exemplo podem ser citados os parâmetros associados às normas e
regulamentações que se remetem aos padrões microbiológicos, à ausência de substâncias
nocivas e à sanidade do alimento;
A segunda característica diz respeito às propriedades sensoriais e de apresentação
do produto, tais como sabor, forma, textura, praticidade, estética, embalagem, entre outras
que, em última instância, definem a decisão de compra de um dado produto.
Considera-se um alimento de qualidade quando ele é capaz de suprir as
necessidades do consumidor no que diz respeito às suas propriedades fundamentais
(organolépticas, nutritivas, funcionais, de higiene e de segurança), estando em
conformidade com a legislação vigente, informando-o quanto aos cuidados durante o seu
manuseio (modo de conservação, preparo e ingestão). Noutros termos, significa que os
padrões de qualidade contemplem os requisitos de segurança do alimento, atendendo às
características intrínsecas do produto e aos requisitos associados à satisfação do
consumidor, com base nas exigências legais (TOLEDO, 1997).
A fim de atender à demanda de consumidores cada vez mais exigentes,
possibilitando, ao mesmo tempo, a agregação de valor ao produto ou serviço surgem os
certificados ou selos de qualidade desenvolvidos por iniciativa do Estado e/ou do setor
produtivo (PERETTI e ARAUJO, 2010). Muitos desses certificados incluem a segurança
ou a inocuidade como requisito para certificação, funcionando como instrumento de
comprovação para o consumidor sobre os atributos intrínsecos dos produtos.
Como destacado na literatura, o desenvolvimento dos mercados vem estimulando a
busca pela diversificação dos alimentos frescos, ampliando o consumo de produtos
exóticos, como as frutas tropicais, por exemplo. Formam-se, assim, mercados alimentícios
de alta qualidade que, segundo Bonanno (1999), garantem sua competitividade não apenas
em função de preços, mas, especialmente, em função de critérios de qualidade e de
controle definidos externamente.
Com base nessa perspectiva, este trabalho tem como objetivo identificar o papel das
cooperativas agrícolas em atender as exigências dos mercados, especialmente no que diz
3
respeito a conquista de certificados de qualidade, como elemento que define a sua inserção
competiva nos mercados.
Para isso, elegeu-se, como estudo de caso, a Cooperativa
Agrícola Nova Aliança (COANA), sediada em Petrolina-PE, no Vale do São Francisco.
2. A qualidade voltada para a competitividade
Como analisado por Bonanno (1999), em meados da década de 1950 até o final da
década de 1960, o fordismo representou um aumento da competitividade nos mercados
internacionais, fazendo com que as empresas definissem normas como forma de
satisfazerem as exigências do consumo em massa. Tal forma de consumo foi resultante da
recuperação econômica da Europa e da Ásia, depois dos estragos provocados pela Segunda
Guerra Mundial, da insuficiência de investimentos de capital em novas tecnologias e da
estagnação organizacional (Idem).
Diferentemente da economia fordista, que se baseava na produção em massa dirigida
para o consumo padronizado, no pós-fordismo haveria, segundo Bonanno (1999), uma
preocupação em produzir produtos de melhor qualidade, capaz de atender a necessidade de
consumidores diferenciados.
No contexto pós-Fordista de produção, as inovações tecnológicas tiveram um papel
fundamental nas modificações da organização do sistema agroalimentar, baseadas na
flexibilidade produtiva. Tais modificações consistiram no ajustamento da produção através
da segmentação dos mercados, obtendo produtos diferenciados e ligados a um controle das
etapas da produção e integração produtiva, repercutindo na diminuição do tempo de
produção, entrega e armazenamento dos produtos (BONANNO, 1999).
Assim, o período fordista, que se caracterizava pelo critério de quantidade/preço, deu
espaço à economia da qualidade, onde o critério predominante passou a ser o da qualidade
como base da concorrência e das estratégias de marketing, com apelos à natureza, saúde e
tradição (WILKINSON, 2000). Para Wilkinson (2000), a produção que antes era orientada
pela oferta, passa a ser orientado pela demanda.
O novo perfil de consumo alimentar, que valoriza não apenas o alimento em suas
características básicas, mas também a sua forma de apresentação, embalagem e marca, cria
hábitos alimentares mais sofisticados, levando ao aparecimento de mecanismos de
4
regulação que especificam as qualidades e diferenciam os produtos, dando início ao que
se conhece hoje como “selos de qualidade” (FLORES, 2002).
No Brasil, esta transição teve início a partir da década de 1990, notadamente com a
liberalização dos mercados, o que significou uma passagem da oferta de produtos
padronizados para produtos diferenciados por qualidade e origem. A padronização permitiu
a uniformização e a estruturação dos produtos presentes na rotina de produtos e processos. E a
qualidade passou a figurar como um elemento estratégico para a competitividade, diante do
processo de ampliação de abertura de mercado típica da globalização (FLORES, 2002),
2.1
O conceito de qualidade
O termo qualidade é derivado do latim qualitate para designar produtos ou serviços que
estejam de acordo com as exigências dos consumidores, em conformidade com as
especificações, dentro de uma relação custo/benefício de adequação ao uso (TOLEDO,
1997).
Assim, segundo Toledo (1997), existem duas vertentes principais na concepção da
qualidade: uma primeira que destaca o ponto de vista do consumidor, definindo qualidade
como “adequação ao uso”, onde o produto está de acordo com as necessidades e anseios do
consumidor; e uma segunda que destaca o ponto de vista do produtor, no qual a qualidade
está definida como “conformidade com especificações” de produto.
Wilkinson, entretanto, argumenta que:
As noções variadas de qualidade estão em concorrência e
contestação, revelando os distintos valores por trás da
aparente neutralidade de normas e técnicas. O que, para
alguns, são valores estéticos associados à produção artesanal,
para outros são indicadores de ameaça à saúde pública. O
que, para alguns, são os valores de eficiência, para outros são
premissas na geração de externalidades inadmissíveis (2002,
p.19).
Para Rezende, Rezende e Wilkinson (2005), a qualidade é um conceito subjetivo,
através do qual se destacam duas linhas de pensamentos: a primeira, de origem anglosaxônica e de inspiração neoclássica, que tende a relacionar a qualidade de um produto a
um bem econômico, expressando, assim, um conjunto de propriedades e caraterísticas
capazes de satisfazer as necessidades do consumidor. A segunda, baseada nos avanços das
chamadas “teorias das convenções”, considera a qualidade enquanto processo de
construção dos produtos, fruto, portanto, de sucessivas negociações e convenções, que vão
5
desde a produção até o consumo. Assim, a qualidade tenderia a ser vista como resultado do
compromisso entre os diversos atores, por meio de diferentes estratégias.
Peretti e Araujo (2010) também centram a sua atenção para o caráter dinâmico da
construção da qualidade, no qual se faz presente uma relação de consumo, envolvendo o
Estado, o setor produtivo e os consumidores. Para esses autores, além de aspectos
sanitários do alimento e da sua qualidade nutricional, devem ser considerados outros
valores, a exemplo do respeito ao meio ambiente, aos produtores e às tradições.
Segundo Garvin (1984), existem cinco enfoques no qual a qualidade pode ser
abordada: o enfoque transcendental, o enfoque baseado no produto, o enfoque baseado no
usuário, o enfoque na fabricação e o enfoque baseado no valor.
Na abordagem sobre o enfoque transcendental, a qualidade é sinônimo de
“excelência inata”. Nesse caso, ela não pode ser definida de forma precisa, por ser
reconhecida unicamente através das experiências, estando mais relacionada com a marca
ou com a especificação, do que com seu funcionamento. Já no enfoque baseado no
produto, a classificação da qualidade está de acordo com as características que possui,
definindo-se por meio de um conjunto mensurável de ingredientes ou atributos de um dado
produto. Quando o enfoque é o usuário, a qualidade está associada às preferências do
consumidor, na capacidade de satisfazer as suas necessidades. O enfoque na fabricação,
por sua vez, tende a identificar a qualidade em conformidade das especificações, sem
considerar as qualidades intrínsecas do produto. Finalmente, o enfoque no valor tende a
definir a qualidade em termos de custo e preço. De acordo com tal perspectiva, um produto
de qualidade é aquele que apresenta um bom desempenho a um custo aceitável. Nesse
sentido, para Garvin (1984), um produto com alto valor no mercado e pouca possibilidade
de ser adquirido no mercado ficaria com o seu conceito de qualidade comprometido.
Para os propósitos deste trabalho, será utilizado o conceito de Toledo (1997), no
qual “a qualidade constitui uma propriedade síntese de múltiplos atributos do produto que
determinam o grau de satisfação do consumidor”. Aqui a qualidade relaciona-se com a
escolha de uma especificidade compreensível e desejável pelo consumidor. Assim, a
qualidade pode ser avaliada por meio de um conjunto de características e parâmetros
intrínsecos a um produto, a exemplo das características nutricionais e higiênicas do produto,
que não são percebidas pelos consumidores, mas que são passíveis de comprometer a sua
saúde; a outra refere-se a qualidade do produto em suas características aparentes, tais como
forma, cheiro, sabor, textura que, apesar de não comprometerem a saúde e segurança do
consumidor, interferem na decisão de adquirir ou não um determinado produto (TOLEDO,
6
BATALHA e AMARAL, 2000).
3.
Certificados de qualidade e a garantia do alimento seguro
A partir de meados dos anos 1990, principalmente em decorrência das crises
alimentares provocadas pelo surgimento da doença da “vaca louca” (Encefalopatia
Espongiforme Bovina) e da contaminação inicial de frangos na Bélgica pela presença de
dioxinas em rações, a questão da sanidade adquiriu forte destaque em torno da concepção
sobre segurança alimentar (SILVA e AMARAL, 2004). Esses fatos geraram uma crise no
setor alimentício, trazendo implicações ecológicas e econômicas sobre populações, meio
ambiente, produtores e trabalhadores.
Assim, produtores, agentes de mercado e governo questionaram os tipos de manejo
dos empreendimentos pecuários, levando-os a tomar algumas providências no âmbito das
condições do pastoreio, alimentação e da qualidade da pastagem utilizada na alimentação
dos animais.
Tais ações, segundo Cavalcanti (2004, p.25), não foram suficientes para acalmar o
ânimo dos consumidores, porque a referência ao local de origem continuou a imprimir uma
imagem negativa do problema ocorrido. Eis a razão pela qual essa autora admite que os
“lugares de produção e as relações entre os diferentes atores passam também a ser
valorizados pelos mercados”. Cavalcanti (2004) também destaca o papel das
regulamentações internacionais na configuração de novas regiões e mercados agrícolas,
dentre os quais destaca aqueles especializados em frutas e vegetais frescos e secos.
Com efeito, a preocupação dos consumidores com a qualidade dos alimentos
tornou-os mais exigentes no que se refere à ação do Estado em termos de vigilância e
controle da qualidade sanitária dos alimentos. A vigilância sanitária dos países, por sua
vez, passou a estar mais atenta com questões dessa natureza, tendo em vista ao fato de que
os problemas nessa área terem reflexos, imediatos e graves, na ordem econômica (Idem).
Eis a razão pela qual, a expressão “alimento seguro” vem se tornando cada vez
mais popularizada na atualidade, não somente pela sua importância para a saúde pública,
mas também pelo seu importante papel no comércio internacional (FIGUEIREDO e
COSTA NETO, 2001).
7
A legislação em segurança do alimento é geralmente entendida como um conjunto
de procedimentos, diretrizes e regulamentos elaborados pelas autoridades, direcionados
para a proteção da saúde pública (FIGUEIREDO e COSTA NETO, 2001).
Entretanto, a qualidade e a segurança de um alimento requerem mais do que
regulamentações e ações de inspeção, na medida em que também dependem da cultura e
do conhecimento de todos os atores envolvidos ao longo da cadeia, para a prevenção e a
prática da melhoria contínua, tendo em vista o consumidor final.
No Brasil, na década de 1990, medidas de ordem política e econômica culminaram
na abertura do mercado brasileiro para entrada de produtos estrangeiros, obrigando às
organizações brasileiras a encontrarem diferentes alternativas para a melhoria da qualidade
de seus produtos, processos e sistemas de gestão e pessoal. Com efeito, pressionadas pela
abertura do comércio internacional, as empresas brasileiras tiveram que focar suas
iniciativas para ações estratégicas para se manterem competitivas (TOLEDO, BATALHA
e AMARAL 2000).
3.1 A qualidade na fruticultura
Visando a alta qualidade das frutas brasileiras, foi criada, no ano de 1997, a
Produção Integrada de Frutas (PIF) pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA). O objetivo da PIF estava relacionado à tentativa de elevação dos
padrões de qualidade e competitividade da fruticultura brasileira ao patamar de excelência
requerido pelo mercado internacional. A PIF é definida como sendo “um sistema de
exploração agrária que produz alimentos e outros produtos de alta qualidade mediante o
uso dos recursos naturais e de mecanismos reguladores para minimizar o uso de insumos e
contaminantes e para assegurar uma produção agrária sustentável” (TITI, 1995). Esse
sistema possibilita o rastreamento da produção, conferindo ao agricultor um selo de
certificação e ao exportador, a segurança da qualidade da fruta. O PIF prevê a redução do
impacto negativo do sistema produtivo no meio ambiente, a partir do uso racional de
produtos químicos. Implementada inicialmente por produtores de maçã do Rio Grande do
Sul e da Embrapa Uva e Vinho, em 1998, tal processo foi se estendendo para outras frutas,
a partir de 1999, já como programa oficial do MAPA.
8
O PIF era criado num momento em que se faziam presentes vários aspectos
relacionados ao comércio de frutas no Brasil e no mundo, dado o grande potencial de
mercado ainda existente nesse setor. A mudança de hábitos alimentares, na qual o maior
consumo de frutas e hortaliças ganhou um papel de destaque, aliada ao desejo de consumo
de alimentos seguros, sem resíduos de agroquímicos, bem como a pressão exercida pelas
cadeias de distribuidores e de supermercados europeus, representados pelo GlobalGAP
(Good Agriculture Pratices – GAP), anteriormente conhecido como EurepGAP, se
constituem como os principais estímulos para que, no Brasil, também fossem
implementadas normas relacionadas à produção e a comercialização das frutas.
O GlobalGAP é uma organização privada que certifica a produção de frutas e
vegetais, de produtos de origem animal, de forragens compostas, entre outros, com o
objetivo de
a)
manter a confiança do consumidor na qualidade e a segurança dos
alimentos; b) minimizar os impactos negativos no meio ambiente; c) reduzir a utilização de
produtos com agrotóxicos; d) melhorar a utilização dos recursos naturais e: d) de assumir
uma atitude responsável com a saúde e segurança dos trabalhadores1. De acordo com
Mafra (2008), o protocolo GlobalGAP assegura ao mercado internacional que as normas
de produção definidas por esse selo de certificação sejam devidamente incorporadas pelo
produtor, criando, ao mesmo tempo, uma unificação das normas de produção.
Nesse sentido, como afirmam Amaral, Batalho e Toledo (2000), a segurança e a
qualidade são duas dimensões inseparáveis em todas as fases da cadeia agroalimentar, elas
dependem da cultura e do conhecimento de todos para a prevenção e prática da melhoria
contínua, tendo em vista o consumidor final. A segurança dos alimentos se constitui,
portanto, como resultado do controle sobre as operações das etapas dos elos da cadeia
produtiva, desde o campo até a mesa do consumidor.
4. Cooperativismo agrícola no Vale do São Francisco
A região do Vale de São Francisco é identifica como um “pólo produtivo
dinâmico”, em decorrência de expressivos investimentos do Estado, a partir dos anos 1960,
em projetos de desenvolvimento relacionados à criação de infra-estrutura na área de
1
Sobre o assunto, ver Apcer Brasil
http://www.apcer.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=129%253Aglobalgap&catid=6
&Itemid=50, capturado no dia 09 de dezembro de 2010.
9
irrigação, estimulados pelo potencial hidroelétrico oferecido pela construção da barragem
de Sobradinho. Razão que contribuiu, em grande medida, para permitir a inserção do Vale
nos mercados nacional e internacional de frutas frescas, sedimentando as bases para a
produção frutícola2 (CAVALCANTI, 1999) .
Para Cavalcanti (1999), o dinamismo do Vale é também atribuído à capacidade de
resposta e de inversão que os produtores da região vêm demostrando para cumprir as
exigências dos mercados exportadores acerca dos padrões de qualidade requeridos. Essa
autora admite também que a inserção do Vale nos mercados globais deva-se a uma
concepção de dieta pós-fordista, também identificada como pós-moderna, pautada em forte
valorização das frutas frescas e exóticas, sob rigorosos padrões de qualidade. Padrões estes
que determinam o tipo de embalagem, acondicionamento dos produtos em câmaras
frigoríficas, transportes refrigerados associados à condições ambientais e higiênicas sob os
quais os produtos são preparados para a exportação.
Ainda como admite Cavalcanti (2011: 92):
“Novas relações entre produtores, trabalhadores,
agentes de mercado e consumidores promoveram a
dinamização dessa região reconhecida pela circulação de
trabalhadores e mercadorias.”
Valendo-se dessa vocação local do Vale do São Francisco, produtores experientes
no ramo da exportação de frutas vêm se organizando por meio de cooperativas, como meio
de minimizar custos, otimizando a sua capacidade produtiva. Nesse sentido, pesquisas
recentes realizadas naquela região apontam a existência de cooperativas fundadas numa
estrutura produtiva e organizacional enxuta, pautada em rigorosa governança
administrativa; numa inversão financeira individual expressiva por parte dos associados;
num elevado nível de profissionalismo dos produtores e, finalmente, numa forte adesão dos
associados na condução dos negócios da cooperativa (PIRES e CAVALCANTI, 2010:7).
São, portanto, cooperativas de forte dinamismo econômico e produtivo, que vêm se
mostrando capazes de responder às novas demandas dos mercados (Idem). Cooperativas
com essa performance econômico-produtiva vêm marcando presença no Vale, sobretudo a
partir do ano 2000; fato que, na opinião de Pires e Cavalcanti (2012), tem revelado um
fenômeno novo no Vale do São Francisco, expresso numa “Nova Onda” de cooperativas
na região.
2
Sobre o Vale do São Francisco, ver Cavalcanti (1996); Marsden, Cavalcanti e Ferreira Irmão (1996) e
UFPE. Pimes (1991).
10
Tal fato corrobora os estudos de Wilkinson (2000) ao afirmar que, no Brasil, alguns
agricultores experientes vêm se organizando em cooperativas, como forma de viabilizar a
produção e comercialização dos seus produtos diante das constantes transformações da
economia e dos sistemas agroalimentares, considerando o elevado nível de competitividade
entre os países produtores de alimentos.
Com efeito, num contexto de produção agrícola voltada para os mercados globais,
mercados esses que exigem alto grau de especialização, bem como altos investimentos, a
criação de cooperativas vem se mostrando como uma alternativa importante para
minimizar os elevados custos de produção e comercialização dos produtos, permitindo,
também, a possibilidade de barganhar melhores preços dos produtos ofertados (PIRES e
CAVALCANTI, 2010). O que, evidentemente, só se torna possível se as cooperativas
estiverem estruturadas de forma competitiva, investindo em tecnologia e na capacitação
permanente de seus associados, garantindo uma boa governança empresarial (PIRES,
2005), a exemplo da Cooperativa Agrícola Nova Aliança (COANA), como veremos
adiante.
5. A Cooperativa Agrícola Nova Aliança (COANA)
Fundada em 2005 e com sede na cidade de Petrolina, Estado de Pernambuco, a
Cooperativa Agrícola Nova Aliança (COANA), é formada por produtores com forte
experiência na produção de uvas, com e sem semente, para os mercados globais. Por conta
disso, já detinham a certificação exigida pelos mercados globais, como o GlobalGAP, uma
certificação essencial para exportação de frutas no Vale do São Francisco, como já
sublinhado neste trabalho.
A COANA é composta por vinte sócios, cumprindo, assim, as exigências quanto à
composição do número mínimo de associados exigidos pela lei 5.765 de dezembro de
19713. Entretanto, tal número, no caso em questão, fica restrito às cinco famílias
proprietárias das empresas Fujiyama, Sweet, Jmm, Ssa e Fan.
Pires e Cavalcanti (2012) observam que apesar do alto grau de profissionalismo
desses produtores, são poucos os que vivem exclusivamente da fruticultura. Muitos deles
exercem outras atividades, como consultorias técnicas e elaboração de projetos na área de
refrigeração. Entretanto, foi possível constatar que todos têm na fruticultura a sua atividade
3
Lei que define a Política co Cooperativismo e institui o sistema jurídico das sociedades cooperativas no
Brasil.
11
principal.
Esta Cooperativa é responsável pela logística de recepção das uvas,
armazenamento em sua câmara fria e expedição de pallets. Como já sublinhado por Pires e
Cavalcanti (2009), a criação da COANA se deu em torno da criação de uma câmara fria,
com o propósito de otimizar os meios necessários à prática de exportação de frutas,
reduzindo os custos da comercialização. A câmara fria tem capacidade para 160 mil
toneladas de uva por dia ou 600 pallets, o que equivale a 102.000 caixas de uvas de 4,5 Kg,
ou 54.000 caixas de uvas 8,2 Kg, ou 51.000 caixas de uvas 9,0 Kg.
Vale ressaltar que as câmaras frias bem como os packing houses encontram-se
dentre os investimentos de infraestrutura que vêm garantindo a expansão das frutas no
Vale (SILVA, 2001; BUSTAMENTE, 2009). Para os produtores da COANA, a construção
desse ambiente refrigerado representava uma condição essencial para a exportação da
produção dentro das exigências das redes de supermercados e dos protocolos
internacionais, dado o alto grau de perecibilidade da uva. Além disso, tal investimento
significava também uma signficativa economia para os associados, na medida em que lhes
permitia poupar os recursos antes destinados ao aluguel desses espaços.
Os espaços de refrigeração para o acondicionamento das uvas ficam restrito aos
cooperados da COANA, ao contrário de outras câmaras onde também são reservados
alguns espaços para outros produtores do Vale. Isso se explica pela sua total utilização
pelos associados, especialmente nos momentos de safra. É importante destacar que o custo
individual para utilização da câmara fria na COANA varia de acordo o tipo de uva
produzida, e com o período de permanência do produto no ambiente refrigerado. Tal custo
pode variar entre 7% e 7,5% do total de uva comercializada. Esse valor já inclui também
todos os custos de comercialização, tais como: documentação de exportação, notas fiscais,
venda, e transporte do produto. Para os gestores, esse custo reduzido deve-se à “estrutura
enxuta” daquela empresa cooperativa.
A referência à estrutura enxuta mencionada durante as entrevistas se aproxima da
discussão teórica acerca da noção de fábrica enxuta do sistema ou a de Just-in-time ou
ainda a de Lean Production. Tal noção está ligada ao modelo japonês toyotista ou pósfordista de produção personalizada, aparecendo como uma alternativa ao modelo
americano fordista de produção em massa, já referida neste trabalho.
No caso da cooperativa em análise, essa estrutura enxuta se faz presente na
iniciativa de terceirização dos serviços relativos à comercialização, contabilidade e
12
logística, minimizando os custos da cooperativa relativos à sua operacionalidade e logística
e na presença de um número reduzido de empregados, limitado a 16 pessoas para a
secretaria, compras, contabilidade, finanças, operadores de máquina e operadores da
câmara fria.
Os associados, por sua fez, já dependem de um grande número de empregados,
nas suas propriedades, especialmente nos períodos de safra. Este número, a depender do
período, varia de 600 a 1500 empregados nos 220 hectares que formam o conjunto das
cinco propriedades dos associados da Coana4
5.1 Os mercados de comercialização da uva
A COANA produz e comercializa uva de mesa, com e sem semente, destinando a
quase totalidade de sua produção (95%) para a Europa Continental, Inglaterra e Estados
Unidos, com um volume de produção estimado entre 4.0000 e 5.000 toneladas.
É importante destacar que a Coana divide estrategicamente a produção entre esses
três mercados como uma maneira de se proteger dos impactos causados pela “crise” que
recaiu sobre os produtores de frutas do Vale do São Francisco no ano 2008.
Segundo revelado pelos gestores da cooperativa, todos os mercados importadores
são muito exigentes no que diz respeito a padrões de qualidade, como: rastreabilidade,
condições fitossanitárias, aspectos ambientais, registros, entre outros, presentes nos
protocolos, a exemplo do GlobalGAP
Além dessas exigências contidas nos protocolos de certificação, existem outros
critérios impostos pelos compradores internacionais, nas quais os produtores precisam
estar permanentemente se adequando. Esses critérios dizem respeito aos tipos de
embalagem e as características sensoriais da fruta, como cor, sabor e tamanho, garantindo
uma padronização conforme as normas rigorosas de produção e comercialização préestabelecidas pelos compradores internacionais e que determinam um produto como “tipo
exportação” (PIRES E CAVALCANTI, 2009).
No que diz respeito particularmente às embalagens, a COANA comercializa para
a Europa, Estados Unidos e Inglaterra por meio de embalagens, de 4.5Kg, 8Kg e 9Kg,
respectivamente. Desta maneira, as caixas são comercializadas para os diferentes mercados
4
O número de hectares dos associados varia em torno de 35ha a 60ha a propriedade.
13
exportadores representados por Tesco, na Inglaterra; Chiquita, na Europa, e Frucom nos
Estados Unidos, entre outros mercados.
Apesar de haver normas comuns aos diversos mercados quanto à qualidade e
aspectos físicos do produto, há, segundo os gestores entrevistados, particularidades
próprias de cada mercado, no que diz respeito às suas preferências.
Todos os associados da COANA possuem sua própria packing house. Nela é
realizada o processo de acondicionamento das uvas, que vai desde a limpeza, lavagem,
sanitização, seleção final até a embalagem e rotulagem. Só depois de todo esse processo, as
caixas são encaminhadas à cooperativa à câmara fria da cooperativa.
A COANA dispõe de um sistema de rastreamento on-line em todas as fazendas
dos associados. Por meio desse processo, torna-se possível dispor de informações
detalhadas acerca das fases de produção, aí incluindo a colheita nas fazendas, o tipo de
uva, o volume diário, entre outras informações, contribuindo para a agilidade e eficiência
na comercialização da cooperativa.
Assim, as informações necessárias a essa atividade, no que diz respeito às normas
de produção, a quantidade a ser produzida em função das tendências de mercado, entre
outros requisitos, constituem um requisito essencial para o sucesso do negócio. O que nos
leva a concordar com Cavalcanti (1999) quando afirma que o conhecimento acerca do
produto e do processo de produção se constitui como requisito essencial para uma inserção
competitiva nos mercados.
6.
Considerações Finais
Com o objetivo de identificar o papel das cooperativas agrícolas em atender as
exigências dos mercados, especialmente no que diz respeito a conquista de certificados de
qualidade, como elemento que define a sua inserção e competição nos mercados, pôde-se
constatar que a Cooperativa Agrícola Nova Aliança (COANA) foi concebida seguindo os
rigorosos padrões de qualidade exigidos pelos protocolos internacionais, a exemplo do
GlobalGAP.
Embora os produtores já fossem portadores dessa certificação internacional antes
mesmo da formação da cooperativa, uma vez que já tinham uma larga experiência com a a
produção e exportação de uva, o grupo via, na constituição da cooperativa, a possibilidade
de minimizar custos de produção e de ampliar a sua capacidade produtiva, permitindo uma
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inserção mais competitiva nos mercados. E, nesse sentido, a construção da câmara fria
tornara-se uma condição essencial para atender aos objetivos do grupo.
A cooperativa estruturou-se em torno da ideia de produção enxuta que, no seu
caso, caracterizava-se pelo reduzido número de empregados e pela terceirização dos
serviços e pela flexibilização da sua estrutura, reduzindo os seus custos operacionais. Tal
processo também assegurava que as relações estabelecidas entre atores locais e globais, e
que se pautam em fortes exigências dos mercados importadores, implicassem em respostas
mais ágeis no cumprimento dos contratos de exportação.
Finalmente, é possível admitir que a existência de cooperativas com uma
governaça empresarial pautada em rigorosos critérios de qualidade definidos por uma
estrutura organizacional enxuta tem revelado uma tendência recente das práticas
cooperativa do Vale do São Francisco, anunciando o que Pires e Cavalcanti (2009)
chamam de uma “Nova Onda” de cooperativas na região.
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