CIDADES MÉDIAS DO MEIO-NORTE DO NORDESTE: UM ESTUDO DO CASO DE PARNAÍBA (PI) Gracielly Portela da Silva (bolsista do PIBIC/UFPI), Antonio Cardoso Façanha (Orientador, Depto de Geografia e História – UFPI) 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho é fruto do Programa de Iniciação Científica (IC/UFPI), tem o intuito de fazer um levantamento acerca da cidade de Parnaíba (PI), na intenção de discutir sobre a evolução da cidade de Parnaíba, principalmente no que diz respeito à inserção da cidade no cenário piauiense, nordestino e também no brasileiro. Essa pesquisa faz parte da Rede Brasileira de Estudos sobre Cidades Médias (REDBCOM), tendo como subprojeto a cidade de Parnaíba. A pesquisa tem como objetivo geral estudar as cidades médias do Meio-Norte do Nordeste brasileiro, com foco para Parnaíba. Os objetivos específicos são: a) um estudo da evolução histórica e socioeconômica do Piauí, dando ênfase para Parnaíba nos aspectos econômicos, populacionais, infraestruturas, e b) sobre planejamento urbano, condições de moradias e as tendências espaciais. 2. METODOLOGIAS A metodologia empregada na pesquisa divide-se em dois momentos: métodos e técnicas. Em relação ao método, o presente trabalho é ligado à Geografia Urbana, com destaque para trabalhos científicos ligados as dinâmicas econômicas, ao conceito de cidades médias, como Corrêa (2007) e Sposito (2007), e autores com Veloso Filho (2010) com seu trabalho voltado para o estado do Piauí, e em certos momentos para a cidade de Parnaíba. Fez-se necessário a análises de documentos oficiais do estado do Piauí e de Parnaíba, como o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Piauí (2010) e o Plano Diretor do município de Parnaíba (2007), respectivamente. Já em relação às técnicas foi feito um levantamento bibliográfico mediante a pesquisa em sítios da Internet especializados que disponibilizam dados sobre o município, busca de artigos em grupos de pesquisas, produção de mapas temáticos, registro fotográfico e trabalho de campo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Segundo Corrêa (2007), para denominar uma cidade de cidade média se faz necessário, inicialmente, levar em consideração o tamanho demográfico, em seguida a escala espacial e por ultimo o recorte temporal. Já para Sposito (2007), o caráter demográfico de uma cidade não é variável suficiente para determinar se a mesma é ou não um cidade média, tendo em vista que a cidade pode ter apenas um porte médio, ou seja, ela não se enquadraria como uma cidade média de fato. A cidade de Parnaíba está inserida na região denominada Planície Litorânea, isso faz com que a economia parnaíbana esteja voltada essencialmente para pesca artesanal, pecuária, artesanato, cerâmica, agricultura familiar e entre outros. No passado a cidade desempenhou importante destaque no cenário de ocupação do Nordeste, por se caracterizar em uma área de transição entre as cidades circunvizinhas, devido principalmente a sua proximidade do mar. Segundo o Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Piauí (2010), a área correspondente a Planície Litorânea, que contempla quatro municípios, incluindo Parnaíba, apresenta indicadores sociais e de renda crescente. Parnaíba, hoje, representa aproximadamente 7% do PIB do estado, com uma taxa de urbanização de 71%, o que leve a cidade ser a segunda maior no território piauiense, perdendo apenas para a capital Teresina. Apresenta um território rico de possibilidades de desenvolvimento econômico, principalmente no setor de serviços, por estar situada em uma área de grande atrativo turístico. O potencial turístico é sem dúvida uma das principais fontes de geração de renda do município. Dentre os pontos turísticos que atraem mais turistas no Piauí destaca-se o Litoral, através das praias e o delta, em Parnaíba, em razão de ser o único delta em mar aberto das Américas, os principais atrativos. Mas para aumentar o número de pessoas há a necessidade de desenvolvimento de políticas que visem impulsionar o fluxo de turistas em Parnaíba. Políticas de investimentos em infraestruturas, como hotéis, rodovias de acesso e entre outros. Recentemente a política adotada para atrair mais turistas está sendo pautada na união entre os estados do Ceará, Piauí e Maranhão através do pacote turístico da Rota das Emoções. Esse pacote turístico além de atrair turista, permite também, que o mesmo permaneça mais tempo em cada estado, fomentando assim a renda local da população nos estados envolvidos. O êxito desse programa está condicionado o envolvimento coletivo interestadual dos três estados, pois só assim possibilitará a permanência maior dos turistas. Silva Filho (2000). Segundo Veloso Filho et al (2011), no ano de 2009 foram realizados levantamentos dos APLs no Piauí, no total foram identificados 30. Em Parnaíba os APLs que ganham destaque são: artesanato, turismo, leite e derivados, aprisco e fruticultura orgânica dos tabuleiros litorâneos. A política proposta pelos APLs é de estimular a base da economia local, além de incitar a integração em todos os níveis da sociedade. Através da ação conjunta de empresas. Mas para isso se faz necessário uma conhecimento prévio de como esta sociedade está constituída e como é o nível de organização. O que se vê nos APLs piauienses são aglomerados de pequenas e médias empresas, cuja ação não tem empenhos suficientes para avançar no nível organizacional, tornando assim, uma sociedade piauiense sem forças para conduzir as atividades, pois falta organização e dinâmica integrada nas próprias empresas participantes. O setor primário de Parnaíba juntamente com um incipiente setor industrial vem proporcionando um desenvolvimento econômico da cidade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Parnaíba no ano de 2010 alcançou um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,687, colocando a cidade em 4ª lugar no ranking de IDH no Piauí, perdendo apenas para Teresina, Floriano e Picos. (Revista Cidade Verde, 2014). Segundo Deepask (2013), Parnaíba em 2011 teve um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 1.040.165,63, com uma evolução per capita de R$ 7.088,69 para o mesmo ano. Com esse valor, a cidade de Paranaíba, tem uma participação nacional de 0,03% e estadual de 4,23%, ficando em 464º e 2º colocação no ranking municipal pelo PIB, frente ao índice nacional e estadual respectivamente. 4. CONCLUSÃO A cidade de Parnaíba apresenta uma forte relação com as cidades e municípios vizinhos, o que a torna uma localidade receptora de um número considerável de pessoas. O que através disso proporciona, de certa forma, o aumento da renda da população local, em vista que, o turismo é a área de serviços que mais gera renda e trabalho para a população local. Visto isso, basta que o poder público se conscientize desse potencial turístico, e procure traçar estratégias que eleve a cidade de Parnaíba a ser um destino turístico internacional, mas para isso ocorrer é necessário investimentos em vários setores, que vão desde a infraestrutura da cidade até o nível educacional da população que ali reside. Só assim, Parnaíba apresentará indicadores sociais e educacionais de uma cidade cujos interesses públicos são efetivados. Pode se afirmar que o Piauí constitui-se em um território, talvez devido às heranças históricas de submissão econômica em face às ações regionais e nacional, não possua uma econômica suficientemente forte para competir no quadro nacional, e isso é refletido para o território como todo, e a cidade de Parnaíba é alvo constante da falta de uma organização política que promova o desenvolvimento econômico. Palavras-Chave: Parnaíba.Território.Desenvolvimento. Apoio: Agradecimentos ao PIBIC/UFPI pelo aporte financeiro ao longo da pesquisa; Rede Brasileira de Estudos Sobre Cidade Média (REDBCM). Rereferencias Bibliográficas CORRÊA, R. L. Cidades médias no Brasil. In: SPOSITO, M E B. Cidades médias: espaços em transição. Expressão Popular: São Paulo, 2007. CIDADE VERDE. Parnaíba 170 anos: Terra das tradições e das oportunidades. Ed. 090. Teresina, 2014. PARNAÍBA. Disponível em:< https://www.deepask.com> Acesso em: 20 Jun 2014. PIAUÍ. PONTES. Daniele R. et al. Revisão do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social do Piauí. Curitiba: Ambiens, 2010. PARNAÍBA. Disponível em:< https://www.deepask.com> Acesso em: 20 Jun 2014. SANTANA, Raimundo Nonato Monteiro de. Evolução histórica da economia piauiense e outros estudos. Teresina: FUNDAPI, 2008. SILVA FILHO. Leonides Alves. Piauí: Uma economia em desenvolvimento. Instituto Nacional de Administração para o Desenvolvimento (INDA), 2000. SPOSITO, M. E. B. (et al). O estudo das cidades médias brasileiras: uma proposta metodológica. In: SPOSITO, M. E. B. (Org.). Cidades médias: espaços em transição. São Paulo: Expressão Popular, 2007. p. 35-68. VELOSO FILHO. Francisco de Assis et at. Identificação e análise de políticas para Arranjos Produtivos Locais no estado do Piauí. In: APOLINÁRIA. Valdênia; SILVA. Maria Lussieu da. Políticas para Arranjos Produtivos Locais: análise em estados do Nordeste e Amazônia Legal. Natal (RN): EDUFRN, 2010. p. 317-335.